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Dalila Brito*
1. Introdução
Uma das principais versões contadas pela comunidade afirma que tudo começou
ainda no período da escravidão, quando negros da nação Haussás realizavam cultos
destinados à divindades africanas. Essas cerimônias eram ordenadas pelos senhores de
engenho, que promoviam sacrifícios muitas vezes humanos, em busca de riqueza e
poder. Porém, com o passar do tempo, a situação tomou outros rumos e não podendo
mais controlar, os negros findaram o culto e oferendas destinados às suas entidades.
O fim das celebrações teria deixado Iku, força que para os yorubás é o
responsável pelo desligamento do espírito humano do plano terrestre, extremamente
revoltado e por isso ele teria lançado uma grande praga à toda população. A partir daí,
todos os anos no período de agosto muitas pessoas morreriam na localidade.
Essa data marca também as celebrações das festas de caboclo nos terreiros de
candomblé da Bahia e do Recôncavo. Em Acupe, o Dois de Julho dá início às
aparições das manifestações culturais do distrito, em especial, os Caretas, o
Nego Fugido e o fim da espera pela chegada da Cabocla Jaguaracira, índia
guerreira cainana, que só aparece uma vez por ano, nesse período, no terreiro
Oiá Bomim. As atividades do terreiro iniciam ainda pela manhã com toques
para saudar os orixás da casa e a distribuição da feijoada de Ogun. Em
seguida, a festa “vira” para caboclo e vai até a esperada chegada de
Jaguaracira. (PINTO, 2014, p. 34).
Bibliografia
Anexos
Caretas de Acupe, julho de 2016. Foto: Dalila Brito