O que espera de 2018 Quinta-feira • 11 de janeiro de 2018 • •1

Algumas personalidades da região, de diferentes quadrantes polí-

ticos e profissões, responderam ao desafio de O INTERIOR. Nesta
edição publicamos os primeiros contributos, mas há mais para ler
nas próximas semanas.

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942
11 janeiro 2018
Ano 15
quinta-feira
e 0.70 iva incluído
Diretor: Luís Baptista-Martins
semanário

Câmara da Guarda tem a

maior despesa com pessoal
na região Das 15 autarquias das Beiras e Serra da Estrela, a da Guarda é a que tem a despesa
com pessoal mais elevada (9,7 milhões de euros), seguida da Covilhã (5,9 milhões)
e do Fundão (5,6 milhões) Pág.5

Equipas reforçadas na ULS

ENTREVISTA
«Queremos
recuperar a
economia do
concelho da da Guarda devido à gripe
Mêda»
Unidade
hospitalar prevê
grande afluência
de doentes aos
serviços «nas
próximas duas a
três semanas».
Anselmo Sousa, reeleito pre- No sábado,
sidente da Câmara da Mêda,
aposta na divulgação e promo- doentes de
ção dos produtos endógenos
e quer incentivar os pequenos
Cascais com
produtores locais a produzirem pneumonia
mais. Neste mandato, o autarca
socialista compromete-se ainda foram internados
a apoiar as PME’s para fixar os
jovens e pretende ampliar a
na Guarda
zona industrial. Em minoria no Pág.6
executivo, Anselmo Sousa pede
«boa-fé» aos eleitos da oposição
e garante que vai levar o manda-
to até ao fim ____________ 2 e 3

IMPOSTOS PORTAGENS BEIRAS E SERRA DA ESTRELA CULTURA COVILHÃ

Câmaras de
Celorico da Beira
e Seia são as
únicas a baixar IMI
Maioria das autarquias da região
mantém inalteradas as taxas em
vigor no ano transato, enquanto
a Covilhã foi a única a aumentar
este imposto municipal ___ 7
Aumento das
portagens
«contraria»
intenção de
valorizar o interior
Agravamento em 1,4 por cento das
taxas de portagens nalguns lanços
da A23 e da A25 apanhou comis-
sões de utentes de surpresa ___ 11
Comunidade
procura novo
presidente
Caso não haja acordo entre os
autarcas, o sucessor de Paulo Fer-
nandes na presidência da CIMBSE
poderá ser o presidente de Câmara
mais velho, ou seja, António Dias
Rocha (Belmonte) __________ 20
Capicua, Raquel
Tavares e Tiago
Bettencourt
no TMG
A Mostra Perfomance, agendada
para este sábado, é uma das no-
vidades do primeiro trimestre
de 2018 no Teatro Municipal da
Guarda _________________ 15
180 mil euros
para requalificar
Museu de Arte
e Cultura
Carlos Pinto acusa executivo de
Vítor Pereira de ter «destruído e
abandonado» museu que agora
quer recuperar ____________ 12
 2• • Quinta-feira • 11 de janeiro de 2018

CARA
ENTREVISTA Anselmo Sousa, presidente
navalha

A
CARA da Câmara da Mêda

Hospitais da região
A saúde está bem e recomenda-se na
«Queremos recuperar a
pequenos produtores a
da

região cujos hospitais viram novamente

reconhecida a sua excelência nas diversas
áreas clínicas. Em destaque está novamente
fio

o Pêro da Covilhã, mas também as unidades

da Guarda (Sousa Martins) e Seia (Nª Sra.
da Assunção) pela qualidade dos serviços
no

de saúde prestados. Já o Hospital do Fundão P- Quais são as grandes opções

melhorou em critérios como a satisfação do
utente, segurança do doente e conforto das
instalações.
Ministra da Justiça
A ministra da Justiça deixou no ar a
ideia de que o governo não pretenderia
apoiar a recondução de Joana Marques Vi-
dal como Procuradora-Geral da República
porque «a Constituição prevê um mandato
longo e único» para a Procuradoria-Geral
da República (PGR). A ministra esqueceu
a revisão constitucional de 1997 que pre-
vê um mandato de seis anos para a PGR
«sem limite de renovação». Joana Marques
Vidal marcou o seu tempo na Justiça,
com o apoio à investigação dos processos
“complicados” e promovendo a justiça
“para igual para todos”, o que quiçá não
agrade a todos…
Câmara do Fundão
Com mais de 66,1 milhões de euros de
dívida, a Câmara do Fundão é a autarquia
mais endividada da Comunidade Intemu-
nicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIM-
BSE). Desde 2012 que a autarquia recorre
ao Programa de Apoio à Economia Local
(PAEL) e já em novembro do ano passado
Paulo Fernandes confirmou que estava a
ser estudada a hipótese de recorrer ao
Fundo de Apoio Municipal (FAM).
Portagens
Depois de no verão de 2016 ter havido
um redução de 15 por cento das taxas co-
bradas nas antigas SCUT, 2018 começou
com um novo aumento (1,4 por cento). No
último ano falou-se, mais do que nunca,
na necessidade de olhar para o interior,
de se investir neste território e na criação
de medidas de descriminação positiva.
Se 2017 chegava ao fim com alguma
esperança, 2018 trouxe, desde o primeiro
dia, uma medida que contraria todas as
promessas. Morar ou ter uma empresa no
interior voltou a ficar mais caro.
para os próximos quatro anos na
Mêda?
R- Para este mandato as linhas
orientadoras são apostar essencialmente
na divulgação e promoção daquilo que
realmente temos de melhor: os nossos
produtos endógenos. Queremos apostar
fortemente na agricultura, porque sabe-
mos que é um meio de subsistência no
nosso concelho, temos consciência que
temos os melhores produtos no vinho,
azeite, mel, etc. Temos excelentes produ-
tores e queremos incentivá-los cada vez
mais para que possam rentabilizar esses
mesmos produtos. Queremos recuperar
a economia com o produto da terra e por
isso também queremos incentivar peque-
nos produtores a produzirem mais, bem
como a criação de pequenas empresas
para que os jovens se possam aqui fixar,
pois esta é umas das preocupações do nos-
so concelho. Consideramos ainda impor-
tante a ampliação da nossa zona industrial,
já que há pequenas e médias empresas
que se querem instalar e neste momento
não temos capacidade de resposta. É um
investimento bastante importante, não só
para fixar PME’s, como também para criar
condições para que os nossos empresários
possam ampliar a sua atividade.
P- E o grande projeto para este
mandato?
R- A nossa intenção é trazer para o
concelho da Mêda pequenas e médias
empresas e outros investimentos que
possam fixar essencialmente os jovens
do concelho. Temos consciência que não
é fácil, parte um pouco de políticas a nível
local, mas também de políticas do Gover-
no central. No fundo, é criar condições
para que os nossos produtores se possam
fixar e crescer cada vez mais.
P- Hoje em dia ouvimos dizer por
todos os autarcas que a aposta tem
que ser atrair turistas, para um de-
senvolvimentismo económico assente
no turismo. O que é que o concelho da
Mêda tem para oferecer?
R- Temos consciência da importância
que o turismo tem para atrair pessoas ao
concelho. Temos um excelente patrimó-
nio natural e cultural, temos muito para
oferecer aos nossos visitantes e portanto
outra preocupação deste executivo é criar
condições para que os turistas possam vir
e permaneçam algum tempo no concelho,
que não seja só de passagem. É possível
criar um roteiro, não só na Mêda, como
com os concelhos vizinhos de Figueira de
Castelo Rodrigo, Pinhel, ou Trancoso, pois
é importante criar a uma escala maior para
que os turistas possam vir e visitar vários
pontos nesta região. Acreditamos que só
assim será possível atrair mais gente. Nós já
fazemos esse tipo de parcerias com alguns
concelhos, por exemplo a nível do desporto.
P- O concelho da Mêda tem duas
unidades de turismo de referência,
que podem ser também âncoras para
atrair pessoas. Poderá haver outras
apostas nomeadamente de turismo de
alojamento local, ou em gastronomia?
R- É bastante importante criar con-
dições logísticas. Neste momento temos
em Marialva um dos melhores espaços
a nível nacional do turismo habitação e
que está numa Aldeia Histórica. Temos
também o Hotel Termal de Longroiva,
que é uma unidade de referência e que as-
senta no turismo termal. É portanto uma
diversidade muito grande e uma riqueza
muito grande que o nosso concelho tem
e que é importante. Atualmente estamos
a criar condições para que possam ser
criadas outras unidades de restauração
no concelho.
P- Um concelho com um vinho de
qualidade e outros produtores de re-
ferência, é outra aposta em termos de
dinamização, nomeadamente através
da feira de atividades que se faz no
concelho?
R- A Mêda tem excelentes produtores
de vinho. Neste momento temos um dos
melhores vinhos a nível nacional, temos
vários produtores a investir em força
nesse produto e alguns já instalados há
bastante tempo e outros poderão vir.
Enfim, esta é também uma forma de di-
vulgarmos e atrair mais visitantes.
P- Disse na tomada de posse estar
disponível para ouvir oposição, como
tem corrido essa tarefa?
R- Da nossa parte tem havido uma
abertura bastante grande e penso que é
importante. Este diálogo com as várias
forças da oposição é importante para
todos e para o concelho, independen-
temente de o ser para os partidos. Isso
aconteceu logo na elaboração do orça-
mento de 2018, em que tivemos várias
reuniões com os eleitos do CDS e do PSD
antes da aprovação do documento. Os
vereadores da oposição apresentaram
várias propostas e opiniões e sabem que
têm boas propostas. Todos juntos somos
poucos para fazermos crescer e dinami-
zar o concelho da Mêda.
P- No entanto não conseguiu o voto
favorável dos vereadores da oposição na
votação do orçamento, o que falhou?
R- Não sei, talvez porque estamos no
início do novo mandato. O PSD aceitou e
apresentou propostas muito válidas que
foram incluídas no orçamento. Estava
convencido que o seu vereador votaria
a favor, mas absteve-se. Talvez, não sei,
para fugir ao rótulo de que “se vendeu”.
Mas não votou contra e portanto con-
tribuiu para que fosse viabilizado. Já os
dois vereadores do CDS, um absteve-se
e o outro votou contra. Também apre-
sentaram sugestões e foram acatadas e
incluídas no orçamento e quando foi na
aprovação votaram contra. Na verdade
foi uma grande surpresa, não sei qual foi
a razão, talvez seja única e simplesmente
política.
P- Acredita que no futuro pode
haver mais conciliação tanto com o
PSD como com o CDS?
R- Com o PSD estou convencido que
sim, tenho a impressão que estão de boa-
fé para colaborar e para ajudar com as
propostas de uma forma construtiva. Já
não posso dizer o mesmo relativamente
a um dos vereadores do CDS. Não sei qual
é a intenção deles.

economia e incentivar
produzirem mais»
P- Uma vez que não tem uma maio-
ria, teme que a oposição possa vir a
inviabilizar algumas decisões? Pensa
fazer algum acordo?
R- Não temo. Eu estou de consciência
tranquila. Estamos aqui para dar o me-
lhor pelo concelho e aceitar as opiniões
e sugestões dos restantes vereadores. Se
todos estiverem de boa-fé, penso que as
coisas vão correr bem.
P- Sendo assim, não tem proble-
mas em a�irmar que vai levar o man-
dato até ao �im... Não teme que alguém
lhe venha criar oposição ao ponto de
não poder governar?
R- Estou convencido e determinado
em levar o mandato até ao fim. Da oposi-
ção espero também essa atitude.
P- Recordando que no mandato
anterior um vereador do PSD assumiu
pelouros e fez parte da gestão diária
do município, poderá haver, nos próxi-
mos tempos, essa solução com algum
vereador do PSD ou CDS?
R- Não tenho dúvida que seria mais
fácil a governação da Câmara se houvesse
um acordo com um dos vereadores da
oposição. Não tenho problema nenhum
em oferecer pelouros se os aceitarem, por
exemplo nas áreas do deposto, educação
ou turismo. Acho que seria uma hipótese
boa para o concelho.
P- Foi já falada a necessidade de
ampliar a zona industrial, pois atu-
almente não tem capacidade para
absorver mais empresas. É um projeto
que pode ir para a frente?
R- Estou convencido que há peque-
nas e médias empresas que é possível
atrair, bem como criar condições para
os empresários que já cá estão se pos-
sam expandir. São empresas da áreas de
construção civil, mecânica, etc.
P- Com que dinheiro pensa fazer
isso, vai candidatar a obra? Há essa
hipótese? Existe já algum projeto?
R- Temos um projeto mas julgo
que não se adapta bem àquilo que
pretendemos, pelo que estamos a re-
formulá-lo. Esperemos que haja algum
apoio a que nos possamos candidatar,
mas, com ou sem apoio, nós vamos
avançar com a obra, pois há disponibi-
lidade financeira para fazer esse inves-
timento. Ainda este ano vamos avançar.
P- Acha que pode aparecer algu-
ma grande empresa que possa gerar
emprego? Há algum contacto nesse
sentido?
R- Temos tido um contacto com um
investidor, mas neste momento ainda
não posso “levantar o véu”. Espero, no
entanto, que se possa concretizar, seria
uma mais-valia para a criação de alguns
empregos na Mêda.
P- Para além da questão do empre-
go, quais são atualmente as principais
carências da Mêda?
R- O emprego é sem dúvida a maior
carência. Aquilo que mais nos custa é
todos os dias virem aqui bater à nossa
porta, jovens e menos jovens, à procura
de emprego. Relativamente a infraestru-
turas estamos bem servidos, é um conce-
lho equipado a nível cultural e desportivo.
Temos apostado em atividades desporti-
vas a nível internacional como uma mais-
valia para a promoção do município da
Mêda, pois esses eventos poderão ser sem
dúvida alguma uma âncora para o desen-
volvimento e atrair pessoas, que vêm e
gostam das condições no nosso concelho.
Estamos a desenvolver uma atividade de
BTT, em que trazemos os maiores atletas
nacionais e alguns internacionais e ficam
encantados quando chegam e veem as
condições que a Mêda tem. Alguns vêm
num ano e no seguinte já trazem a família
e passam cá dois ou três dias e provam os
nossos produtos. O turismo de natureza
e patrimonial são também um ponto
forte. Queremos contribuir para o de-
senvolvimento da economia através de
alguns eventos e outra forma é através
dos nossos emigrantes espalhados pelo
mundo e que estão bem posicionados.
A nossa intenção é que já este ano seja
criado um fórum da diáspora, de caráter
anual, onde possamos reunir todas as
pessoas para que deem o seu contributo
para o desenvolvimento da Mêda.
P- Como está a situação �inanceira
da Câmara da Mêda?
R- Está controlada e está bem. Posso
dizer que não temos dívidas, somos uma
Câmara que paga a 10, 15 dias aos for-
necedores e empreiteiros. Consideramos
isso uma mais-valia. É importante para as
pessoas que trabalham connosco sabe-
rem que fornecem um produto à Câmara
e recebem poucos dias depois.
P- Também as avenças foi um
tema referido pela oposição, como
um gasto supér�luo… Podem vir a ser
repensadas?
R- Julgo que é uma falsa questão.
É evidente que a oposição tem que se
agarrar a alguma coisa. A Câmara tem
também uma vertente social, temos cerca
de 135 funcionários, e nalguns setores
senti necessidade de contratar avenças.
Ora, trata-se de avenças que são para
repensar. Algumas são necessárias para
os serviços, outras iremos ver. Por agora
estamos a fazer um organograma da Câ-
mara e é uma análise. Aquelas pessoas
que entendermos serem necessárias
serão para entrar para o quadro de pes-
soal. Não tenho dúvida nenhuma que
há áreas em que é necessário contratar
pessoas. Alguns avençados fazem falta
nos quadros da autarquia.
P- Uma das apostas nos últimos
anos foi um festival de música, é uma
aposta para continuar? É acreditando
nesse tipo de eventos que se pode le-
var a que os jovens tenham algum pra-
zer em ter uma relação com a Mêda?
R- O festival Mêda +, que já conhecido
a nível nacional, tem atraído todos os
anos milhares de jovens à Mêda, o que
permite que o concelho seja conhecido
noutros pontos do país. Tem sido uma
aposta ganha e é para continuar.
P - Vai manter-se no mesmo local?
R- Vamos ver. Estamos a ver se con-
seguimos um espaço mais central. Mas
consideramos que o local atual também
não é muito longe, e nós disponibilizamos
autocarros todas as noites e criamos
todas as condições aos jovens, que po-
dem também ficar no nosso parque de
campismo de forma gratuita.
P- Se o INFARMED vai para o Porto,
por essa ordem de razões, o que pode-
ria vir para a Mêda?
R- A descentralização dos serviços é
sempre importante. Embora a possibili-
dade da saída do INFARMED de Lisboa para
o Porto tenha sido um bocado contestada e
não aceite por todos, talvez seja uma forma
de nós, no interior, sobretudo nos conce-
lhos e vilas mais pequenas, usufruirmos
de alguma vantagem que se os serviços
estiverem em Lisboa o interior não pode ter.
P- Que tipo de serviço público
gostaria de ver na Mêda?
R- É muito importante a existência
de todos os serviços no interior, inde-
Quinta-feira • 11 de janeiro de 2018 • •3
P E R F I L
Anselmo Sousa
Presidente da Câmara da Mêda
pelo segundo mandato consecutivo,
depois de uma primeira experiência
como vereador, as lides autárquicas
não faziam parte dos planos de Anselmo
Sousa. Licenciado em Humanidades, foi
professor durante 23 anos e confessa
que «sempre gostei de contacto com
os jovens».
Na Escola Secundária da Mêda,
onde deu aulas, acredita que deixou
«saudades» e orgulha-se do trabalho
que desenvolveu com os seus alunos,
aos quais ainda hoje fala quando os
encontra. Com 56 anos, Anselmo
Sousa vê a política «não como uma
profissão, mas como uma passagem»
e admite que poderá «regressar» à vida
de professor se deixar de ser presidente
da Câmara. Uma recandidatura para um
terceiro mandato não está para já na sua
cabeça, por agora a sua preocupação
é «fazer do atual mandato o melhor
possível».
O edil da Mêda diz-se uma pessoa
«simples» que gosta da «proximidade
com as pessoas e de conviver com
elas». Também «dedicado às causas
sociais», é provedor da Misericórdia
local há quase 20 anos. Orgulha-se da
obra desenvolvida e destaca a criação
de lares no município, vai já no terceiro,
que contribuem para a economia local
e para a criação de emprego. É fã de
Fernando Pessoa, gosta de ler, «embora
agora não o faça tanto como gostaria»,
e de «alguma» atividade física. Com um
filho de 23 anos, é à família que dedica
«todo o tempo disponível, que agora
é pouco».
pendentemente de poderem vir novos
serviços. A partir do momento que fecha
um serviço público estamos a desmem-
brar cada vez mais essas pequenas vilas
e cidades do interior. O nosso tribunal
fechou, mas reabriu, embora não com
todas as valências, mas já foi um primeiro
passo. É bom que tenha reaberto e nota-
se já outro movimento. No caso do Centro
de Saúde, foi uma reivindicação nossa e
conseguimos manter as urgências aber-
tas até à meia-noite, pois inicialmente
queriam fechar entre as 20 horas e as 8
horas. Não vai ser fácil, mas agora a nossa
luta é que o SAP seja reaberto durante
toda a noite. Neste momento temos o
Espaço do Cidadão, mas queremos criar
a Loja do Cidadão, que, em princípio, vai
reabrir dentro de um mês nas instalações
do tribunal junto a outros serviços públi-
cos e poderá dar mais vida àquele espaço.
4• • Quinta-feira • 11 de janeiro de 2018
Tens alguma coisa contra
opinião
Fidélia Pissarra o meu egoísmo? Ah!
Há uns anos, bem no olho da crise, tocou à minha
porta um homem de uns trinta anos. Seriam bem umas
onze da noite, hora muito avançada para que alguém
ousasse informar-me sobre um serviço de telecomu-
nicações, sem levar com o respetivo raspanete e a
minha muito má cara.
“Arranja-me um pacote de leite”? Desconcerta-
da, gaguejei qualquer coisa e desatei a correr para
a despensa, à cata do solicitado e de tudo o que,
pensei, acalmaria o infantil estômago dos meus filhos
se, depois de bem jantados, não dormissem já nos
respetivos quartos. Ao ver-me de mãos enriçadas
com pacotes, nem todos de leite, pareceu oportuno
socorrer-me de um saco que, atabalhoadamente,
entreguei ao bom do homem. Fechei a porta muito
devagarinho, para não acordar as crianças, e desatei
a chorar. Não por aquele pai que acabara de me bater
à porta, não. O meu choro nasceu da possibilidade
de, numa noite, ser eu a viver aquela circunstância
e não ter a certeza de a conseguir ultrapassar com
a mesma sensatez e coragem. Mentiria ao escre-
ver que esse momento mudou a minha vida, mas
que me ajudou a consciencializar e a assumir o meu
egoísmo é verdade.
Foi a partir dessa noite que decidi agir, única
e simplesmente, em prol do meu interesse e, por
inerência de cargo, do interesse dos meus filhos.
Comecei, então, por fazer as compras da semana no
supermercado ao lado da minha escola. Para ajudar
a que este não fechasse e os pais dos meus alunos,
PUB
que lá trabalham, não tivessem de partir à procura
de outro trabalho, obrigando-me a partir com eles.
Também deixei de encomendar os manuais escolares
através da internet. Para evitar deprimir, ao dar de ca-
ras com mais uma papelaria encerrada. Depois dessa
noite, comecei até a achar parolo, além de cansativo,
o périplo dos fins-de-semana pelas cidades vizinhas,
onde ia comprar o par de sapatos que tinha visto na
montra da cigana da minha rua. Não fosse ela emigrar
e a zona ficar em modo de monocultura. É verdade,
também nunca mais me esquivei a contribuir para
as festas da Póvoa do Mileu. Apesar de detestar a
música com que me ensurdecem durante duas, ou
três, noites por verão, pode sempre apetecer-me ir lá
comprar umas farturas.
Mas nisto, de ser egoísta, convêm que não nos
atenhamos só no ter que comer, estudar, vestir e festas
por perto. Importa também lembrar que os ecos e
notícias de tudo o que fica, ou devia ficar, aqui mesmo
à mão, são fundamentais para podermos influenciar
a envolvente em proveito próprio! Exatamente por
essa razão, corro também para o e-banking ou para
o quiosque, cada vez que me deparo com uma janela
pop up a propor-me que contribua para a continuidade
da imprensa livre. Pago, pago sim senhor, para que
a tal da liberdade de imprensa me vá continuando a
proteger de trolls e fake news. Aliás, com o fim da neu-
tralidade da Internet nos EU e a “defesa” dos direitos
de autor na UE, um destes dias, egoisticamente, ainda
acabo é a ler jornais.
editorial Luís Baptista-Martins
baptista-martins@ointerior.pt
Ir e voltar
1
Muito para além do debate público sobre o estado da Na-
ção, sobre o sucesso das contas públicas, da redução do
défice ou do aplauso do Eurogrupo ao ministro Centeno há
a realidade. E a realidade é a de um país que vive entre o sonho
do sucesso prometido e o medo de chocar de frente com a reali-
dade; é o contraste entre o brilho dos discursos e um país onde
os jovens continuam a emigrar por falta de oportunidades; é a
diferença entre uma sociedade urbana, moderna e letrada com o
Portugal profundo, rural e pobre.
E é a distância entre o país do litoral e o do interior - até parece
que não há mais nada sobre o que escrever, mas quando (como
nestas primeiras edições de 2018) convidamos pessoas de diversas
sensibilidades para escreverem sobre as expetativas para 2018, as
assimetrias, o despovoamento e a falta de coesão territorial acabam
por ser transversais a todos as reflexões sobre o presente e o futuro
dos nossos territórios de baixa densidade.
Há mais assuntos? Há, muitos mais, mas refletir sobre o nosso
contexto, sobre os desígnios e desilusões, sobre a nossa própria
incapacidade de contribuirmos para a mudança, é em primeiro lugar
uma forma de participar no diagnóstico e contribuir para a mudan-
ça de paradigma. E é também um contributo para defender mais
mudanças, para um país a várias velocidades; um clamor contra o
Portugal atávico que foi sendo silenciado e esquecido.
Em 2017, o Portugal inebriado com o sucesso internacional e
com o crescimento extraordinário do turismo bateu de frente com a
realidade – em Pedrógão e no dia 15 de outubro – descobrindo um
país subdesenvolvido e incapaz de se defender da tragédia. O fogo
destruiu um terço do país. E mostrou da forma mais trágica que
não há futuro nas povoações rurais, no campo e longe de Lisboa. O
despovoamento cada vez mais intenso é mesmo acompanhado pela
desertificação: o território fica desabitado, abandonado, um ermo de
que todos vão fugindo.
2
Em contraste com tudo o que tem sido dito nos últimos anos,
sobre os jovens que emigram, há neste momento uma pequena
revolução em relação à emigração de jovens qualificados. No
final de 2017 houve diversas ações de sensibilização e debate sobre
o “ir” e o “voltar”, como as que foram promovidas no âmbito do
programa “Match Point Porto-2017”.
Entre 2012 e 1014, por causa da crise, abandonaram Portugal
mais de 40 mil profissionais altamente qualificados. “Cérebros”
que fazem falta às empresas nacionais e que o governo e as
universidades querem atrair e “recuperar”. São uma geração
preparada que pode regressar, com mais conhecimento e experi-
ência adquirida, e que, assumidamente, em condições similares,
preferem viver no seu país.
Às costas nomeadamente do programa Empreender 2020 há
cada vez mais jovens licenciados que querem regressar ao país. E
há cada vez mais grandes empresas e instituições na linha da frente
dessa dinâmica de regresso. O interior pode ser, a priori, aquele que
tem menos para oferecer mas é o que mais terá a ganhar se tiver
iniciativas, projetos e apoios para conquistar esses “cérebros”. As
universidades e politécnicos, as autarquias, as empresas e as asso-
ciações devem procurar promover plataformas de conhecimento e
empreendedorismo que possam atrair os que regressam e alavancar
novas dinâmicas. Muitos dos milhares de jovens qualificados que
emigraram durantes a crise são originários da região e atraí-los
e “recuperá-los” pode ser uma fonte de energia e conhecimento
extraordinários. Não percamos tempo.
EmFoco Quinta-feira • 11 de janeiro de 2018 • •5

Câmara da Guarda é a que

mais gasta com pessoal
na região
Das 15 autarquias das Beiras e Serra da Estrela, a da Guarda é a que tem a despesa com pessoal
mais elevada (9,7 milhões de euros), seguida da Covilhã (5,9 milhões) e do Fundão (5,6 milhões)
AR
e Manteigas foram os que arre-
cadaram menos receitas no ano
em apreço, com 5,4 milhões de
euros, 5,3 e 4,5, respetivamente.
No que respeita às receitas
de capital, rubrica que inclui
vendas de bens de investimento
e transferências de capital (fun-
dos municipais, participação co-
munitária em projetos cofinan-
ciados e outras), a Câmara do
Fundão foi a que mais encaixou
(2,7 milhões de euros), seguida
da Guarda (2,5), Sabugal (2),
Almeida (1,6) e Covilhã (1,6).
Em quase todos os municípios
da região o total de receitas em
2016 foi superior às despesas,
excetuando os casos do Sabugal,
Pinhel e Belmonte.

Despesas e Receitas das Câmaras

Concelhos Receitas Despesas
Guarda 31 565 26 451
Covilhã 26 008 21 174
Fundão 24 006 18 605
Seia 21 262 17 926
Sabugal 15 979 16 130
Gouveia 11 529 10 259
Almeida 11 304 10 297
Pinhel 10 757 10 997
Trancoso 9 759 8 435
Celorico da Beira 9 142 8 295
Figueira de Castelo Rodrigo 8 517 8 465
Mêda 7 524 7 087
Belmonte 6 345 6 841
Fornos de Algodres 5 798 4 335
Manteigas 5 446 4 767
A autarquia guardense regista cerca de 22 milhões de euros em despesas correntes e 4,4 milhões em despesas de capital Milhares de euros
Sara Guterres milhões de euros em 2016. A

A Câmara da Guarda é a que

tem mais despesas correntes na
região, de acordo com os dados
divulgados recentemente pelo
Instituto Nacional de Estatística
(INE) no Anuário Estatístico da
Região Centro de 2016.
Desde despesas com pes-
soal à aquisição de bens e ser-
viços, passando por juros e
transferências para freguesias,
a autarquia da cidade mais alta
perfaz um total de cerca de 22
milhões de euros, muito mais
que os municípios de Seia (15,8
milhões), Covilhã (15,3 milhões)
e Fundão (15,2 milhões). Ava-
liando apenas o parâmetro das
despesas com pessoal, o que se
verifica é que as “três grandes”
Câmaras da região – Guarda, Co-
vilhã e Fundão – são as que mais
desembolsam: 9,7 milhões de
euros, 5,9 e 5,6, respetivamente.
A essas despesas juntam-se as
de capital, das quais a aquisição
de bens de capital e transferên-
cias de capital, sendo que nesta
dimensão a Câmara que lidera
é a da Covilhã, com mais de 5,8
autarquia do Sabugal, com qua-
se 5 milhões de euros, surge a
seguir, à frente da Guarda (mais
Autarquia do Fundão
de 4,4 milhões) e do Fundão (3,3
milhões). Ainda assim, somando
os totais de despesas correntes
é a mais endividada
e de capital, o município que Das 15 Câmaras que integram a Comunidade eram, por esta ordem, Celorico da Beira (3,8
comanda o topo da tabela é a Intemunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIMBSE), milhões), Belmonte (3 milhões) e Covilhã
Guarda, que regista mais de 26,4 a do Fundão é aquela que tem a dívida mais elevada: (2,2). A Câmara de Pinhel foi a única que,
milhões de euros em despesas. mais de 66,1 milhões de euros. em relação a 2015, viu subir a sua dívida
A autarquia da Covilhã sur- Desse valor, a maior fatia (61,6 milhões) corres- - passou de 6,1 para 6,4 milhões de euros.
ge em segundo (21,1 milhões), ponde a dívida bancária e apenas 4,4 milhões são de
seguida do Fundão (18,6 mi-
lhões) e Seia (17,9 milhões).
dívida comercial (a fornecedores e outras dívidas a
terceiros não financeiras). Outras autarquias mais
Dívidas das Câmaras
No lado oposto da tabela, com endividadas em 2016 eram a Covilhã, com 54,6 mi- Concelhos Dívida (2016)
despesas abaixo do patamar dos lhões de euros, e Seia (46,8). O quarto lugar da lista Fundão 66 141
cinco milhões de euros, estão os de endividamento regional é ocupado pelo município Covilhã 54 680
municípios de Manteigas (4,7 de Fornos de Algodres (28,2 milhões), surgindo de- Seia 46 846
milhões) e Fornos de Algodres pois a da Guarda, com pouco mais de 26,1 milhões Fornos de Algodres 28 295
(4,3). Quanto às receitas cor- de euros. No fundo tabela – logo, os menos endivida- Guarda 26 173
rentes, decorrentes de impostos dos – estão as edilidades de Gouveia (4,6 milhões),
Celorico da Beira 18 612
como o IUC, IMT, IMI, IRS, derra- Figueira de Castelo Rodrigo (3,8) e Almeida (3,2).
Sabugal 6 685
ma, fundos municipais e venda Em linhas gerais, a dívida bancária é muito superior
Pinhel 6 378
de bens e serviços, a autarquia à comercial em todos os municípios da região, com
exceção de Belmonte, Celorico da Beira e Covilhã. Mêda 6 182
guardense foi a que mais fatu-
No caso da Guarda, a dívida comercial é de cerca de Trancoso 6 054
rou em 2016, registando uma
1,9 milhões de euros (387 mil euros a fornecedores, Manteigas 5 097
receita total de 28,9 milhões de
euros. As Câmaras da Covilhã 242 mil a outros devedores e credores e mais de 1,2 Belmonte 4 686
(24,3 milhões) e do Fundão milhões noutras dívidas a terceiros não financeiras), Gouveia 4 617
(21,2 milhões) são as seguin- que é largamente superada pela bancária – cerca de Figueira de Castelo Rodrigo 3 854
tes, enquanto os municípios de 24,2 milhões de euros. Um dado curioso é que os três Almeida 3 229
Belmonte, Fornos de Algodres municípios com maior dívida a fornecedores em 2016 Milhares de euros
6• • Quinta-feira • 11 de janeiro de 2018
S e equipas reforçadas
Sociedade
MONTANHISMO
Tiago Lages reeleito
no clube da Guarda
Tiago Lages foi reeleito
presidente do Clube de Mon-
tanhismo da Guarda (CMG)
na última Assembleia-Geral
da coletividade, realizada no
sábado.
O dirigente liderou a
única lista que foi a votos,
tendo sido sufragada por
unanimidade. Eleitos para
o biénio 2018-19, os novos
órgãos sociais do CMG pre-
tendem dar continuidade ao
trabalho da anterior direção.
Tiago Lages tem como vice-
presidente Carlos Costa, en-
quanto Ermesendo Santos é
tesoureiro e Sérgio Pissarra
secretário da direção. Na
presidência da Assembleia-
Geral foi também recon-
duzida Deolinda Pires, tendo
como vice Luísa Lourenço e
secretário Nelson Oliveira. O
Conselho Geral continua a ser
presidido por Maria Helena
Aires, sendo vice-presidente
Amílcar Monteiro da Silva e
secretário Manuel Oliveira.
JOGOS TRADICIONAIS
Lagarada da AJTG
acontece sábado
na Bendada
A Associação de Jogos
Tradicionais da Guarda
(AJTG) vai promover, no
sábado, mais uma edição
da “Tiborna – Lagarada da
AJTG”, que irá decorrer na
aldeia da Bendada (Sabugal).
Para além da mostra do
lagar a funcionar ainda um
pouco à moda antiga e da
gastronomia que lhe é subja-
cente, a atividade pretende
dinamizar os jogos tradi-
cionais que fazem parte da
cultura da região e dar a con-
hecer o património existente
nesta aldeia. À semelhança do
ano anterior, estará presente
a Asociación Cultural La Tan-
guilla, de Aranda de Duero,
bem como coletividades de
outras regiões de Espanha
que complementarão a jor-
nada com demonstrações dos
seus jogos tradicionais.
Camas suplementares
na ULS da Guarda
devido à gripe
Unidade hospitalar prevê grande afluência de doentes aos serviços «nas próximas
duas a três semanas»
DR
Luis Martins
A Unidade Local de Saúde
(ULS) da Guarda reforçou esta
semana o número de camas
suplementares para eventuais
internamentos e prevê aumentar
as equipas de profissionais no
âmbito da segunda fase do Plano
de Contingência da Gripe.
Assim, estão disponíveis 20
camas, das quais 12 no Serviço
de Medicina do Hospital Sou-
sa Martins, duas no Serviço de
Pneumologia do mesmo hospital
e seis camas no Hospital de Seia.
Foram ainda disponibilizadas
duas camas pela Associação de
Beneficência Popular de Gouveia
caso seja necessário recorrer a
instituições privadas, anunciou
Doentes de Cascais com pneumonia foram internados na Guarda no sábado
a administração hospitalar. Em
comunicado, a ULS guardense o horário do Centro de Saúde da episódios de urgência e houve mas negou que o internamento
adianta que para a abertura das Guarda, que passará a funcionar 1.160 internamentos. No entanto, se devesse ao surto de gripe. «O
camas e aumento da prestação de até meia-noite, enquanto se justi- prevê-se que haja uma grande aflu- serviço de Cuidados Intensivos
cuidados nas Urgências (Geral e ficar», refere a ULS. ência aos serviços de saúde, com integra uma rede nacional e sem-
Pediátrica do Sousa Martins, bem A segunda fase do Plano de sintomas associados à gripe, «nas pre que outra unidade de saúde
como nos SUB de Seia e Vila Nova Contingência da Gripe consistiu próximas duas a três semanas». necessita de apoio, naturalmente
de Foz Côa) «será necessário o re- na reorganização dos serviços, que estamos recetivos à prestação
forço de recursos humanos: novas nomeadamente na alocação de Doentes de Cascais dos cuidados necessários a esses
contratações de 20 enfermeiros nove camas no serviço de Gine- internados na Guarda utentes sempre que tenhamos ca-
e 14 assistentes operacionais». cologia, onde foram canceladas mas vagas. O mesmo é recíproco
Outra das medidas a adotar será algumas cirurgias não urgentes. A Dois doentes provenientes de quando a ULS necessita de camas
o alargamento do horário de ULS adianta que nos dois últimos Cascais deram entrada no sábado especializadas e solicita a outros
funcionamento dos Centros de meses de 2017 acorreram às Ur- no Hospital Sousa Martins, na Guar- hospitais nacionais», refere a
Saúde, sempre que se justifique, gências 16.772 utentes dos quais da, tendo sido internados nos Cui- mesma fonte. Posteriormente, um
e a continuação da divulgação das resultaram 1.118 internamentos, dados Intensivos com pneumonia. dos doentes acabou por falecer na
recomendações da Direção-Geral um número mais reduzido que Confrontada por O INTE- Guarda e o outro encontra-se em
de Saúde para o frio junto da co- em período homólogo de 2016, RIOR, fonte da administração quarto de isolamento nos Cuida-
munidade. «Para já, será alargado em que se registaram 17.338 da ULS confirmou a situação, dos Intensivos.
GUARDA
Enfermeiros estranham demora na contratação de mais profissionais na ULS
A carência de enfermeiros na um «elevado número de utentes Cuidados na Comunidade de Seia evidente a carência de meios e
Unidade Local de Saúde (ULS) da à responsabilidade de apenas um e Gouveia e da Unidade de Cui- também de recursos humanos». E
Guarda continua a ser motivo de enfermeiro, nomeadamente nos dados Continuados do Hospital questiona: «Para quando a figura
contestação por parte do Sindica- balcões do Serviço de Urgência Nossa Senhora da Assunção, em efetiva do papel do enfermeiro
to de Enfermeiros Portugueses Médico-Cirúrgica (SUMC) com 20 Seia, onde a realidade «contraria de família?». A estrutura sindical
(SEP), que enviou uma exposição a 30 utentes». Em comunicado, o as prioridades do Ministério da refere ainda que, perante a publi-
ao Ministério da Saúde sobre a sindicato fala em «mais de 4 mil Saúde no que diz respeito à falta cação do Orçamento de Estado de
«urgência de mais enfermeiros horas devidas só aos enfermeiros de enfermeiros». 2018 e a assinatura do contrato
e de mais investimento» nesta das especialidades cirúrgicas» e O SEP considera que se programa da ULS Guarda, «não
unidade de saúde. que um cenário semelhante acon- «mantém o desinvestimento nos percebemos as razões da não
O SEP fala em «sobrecarga de tece «na esmagadora maioria dos cuidados de saúde primários, contratação imediata dos en-
trabalho em diversos serviços», serviços». Numa missiva enviada agudizado desde a criação da Uni- fermeiros necessários, inclusive
consequência do plano de con- ao ministro da Saúde foram referi- dade Local de Saúde da Guarda, quando já está publicada a lista
tingência da gripe, o que obriga a dos os exemplos das Unidades de momento em que se tornou mais final da bolsa de recrutamento».

Câmaras de
Celorico da Beira
e Seia são as
únicas a baixar IMI
Maioria das autarquias da região mantém inalteradas as taxas
em vigor no ano transato, enquanto a Covilhã foi a única a
aumentar este imposto municipal
IMI passa de 0,35 para 0,38 por cento na Covilhã
Luis Martins
Quase todas as autarquias
da região vão manter em 2018
as reduções no Imposto Munici-
pal sobre Imóveis (IMI) para as
famílias com filhos. As exceções
são Celorico da Beira e Fornos
de Algodres, que continuam
em processo de saneamento
financeiro.
Na grande maioria dos
casos, um filho significa um
desconto de 20 euros, dois 40
euros e três ou mais filhos 70
euros. Esta redução do imposto
aplica-se a imóveis de habitação
própria e permanente e acon-
tece de forma automática. Por
cá, o município da Covilhã foi o
único que deliberou aumentar
o IMI, que antes era de 0,35 por
cento e passa para 0,38 este
ano, um agravamento que os
proprietários vão sentir já em
abril, na primeira nota de liqui-
dação deste imposto local. Nas
restantes Câmaras da região os
executivos deliberaram manter
inalteradas as taxas em vigor no
ano transato, mas em Celorico
da Beira e Seia a opção foi baixar
o IMI. Na edilidade celoricense
a taxa máxima de 0,5 por cento
que vigorou nos últimos anos
por força das medidas de sanea-
mento financeiro desce para 0,4
por cento este ano. Na prática,
Descontos no IMI
Treze Câmaras da região
vão continuar a aplicar
descontos na fatura do IMI às
famílias com filhos. Trata-se
de Aguiar da Beira, Almeida,
Belmonte,
Covilhã, Figueira de Cas-
telo Rodrigo, Fundão, Gou-
veia, Guarda, Pinhel, Sabugal,
Seia, Trancoso e Vila Nova de
Foz Côa.
Taxa mínima em
nove concelhos
0,3 por cento é a taxa
mínima de IMI prevista na
lei e em 2018 continua inal-
terada em Almeida, Aguiar da
Beira, Belmonte. Figueira de
Castelo Rodrigo, Manteigas,
Pinhel, Sabugal, Trancoso e
Vila Nova de Foz Côa.
DR
se o imóvel estiver avaliado em
85 mil euros, o proprietário vai
agora pagar 340 euros em vez de
425 euros. Ou seja, menos 85 eu-
ros. Também haverá poupança
no município senense, já que a
autarquia decidiu reduzir o IMI
de 0,48 para 0,45 por cento.
Em termos gerais, grande
parte das autarquias continuará
em 2018 a cobrar a taxa mínima
deste imposto, de 0,3 por cento.
São elas Almeida, Aguiar da Beira,
Belmonte. Figueira de Castelo Ro-
drigo, Manteigas, Pinhel, Sabugal,
Trancoso e Vila Nova de Foz Côa.
Ligeiramente acima desse limite
permanecem Gouveia (0,37 por
cento) e a Covilhã (0,38), en-
quanto Celorico da Beira, Fundão,
Guarda e Mêda vão cobrar 0,40
por cento de taxa. Este ano os val-
ores mais altos de IMI vigoram em
Fornos de Algodres e Seia, onde os
proprietários de imóveis urbanos
terão que fazer contas com uma
taxa de 0,45 por cento. Em Por-
tugal, 52 concelhos decidiram
baixar o IMI em 2018, enquanto
nove autarquias deliberaram
subir a taxa e 234 optaram por
mantê-la inalterada, segundo os
dados disponíveis no Portal das
Finanças.
Quinta-feira • 11 de janeiro de 2018 •
PARTIDO SOCIALISTA
Nuno Laginhas quer «novo ciclo»
na concelhia da Guarda
Nuno Laginhas é o segundo
candidato à concelhia do PS da
Guarda, cujas eleições decorrem
a 19 de janeiro.
O militante disse na sexta-
feira, em conferência de imp-
rensa, que quer «procurar no
interior do partido respostas
para um novo ciclo» e comprom-
ete-se a «valorizar» o militante.
«É preciso recuperar o orgulho
do PS na Guarda», disse Nuno
Laginhas, segundo o qual os
socialistas da cidade mais alta
precisam «de mudar e adaptar-
se aos novos desafios sociais e
políticos» surgidos nos últimos
anos. «É preciso construir uma
alternativa credível e vencedora
ao atual governo do concelho»,
afirmou o candidato, que, se
for eleito, promete iniciar «a
construção de uma Guarda so-
cialista e com futuro». Já o seu
mandatário, Abílio Curto, sub-
linhou que o partido precisa de
«voltar a ter coragem para des-
COVILHÃ
Concelhia social-democrata vai a votos
no sábado
Com o mote “Unir Para
Vencer”, Luís Santos candidata-
se à concelhia do PSD da Covil-
hã, que vai a votos no sábado.
A única lista na corrida
apresenta como vice-presi-
dentes Jorge Vaz e Hugo Lopes.
Na assembleia de militantes a
lista é encabeçada por Fran-
cisco Castelo Branco e integra
ainda Aida Fazendeiro e João
Tiago Matias. João Rosa de
Almeida é o mandatário da
candidatura. Transparência e
ELEIÇÕES
PSD escolhe novo líder no sábado
As eleições diretas para
escolher o novo presidente do
PSD decorrem este sábado. A
votos apresentam-se Rui Rio e
Pedro Santana Lopes e há mais
de dois mil militantes ativos
com quotas pagas na estrutura
distrital da Guarda.
Além do apoio «incondi-
cional» da comissão política
distrital, Rui Rio tem com ele
a grande maioria dos autarcas,
como Álvaro Amaro (Guarda),
Gustavo Duarte (Vila Nova
de Foz Côa), António Robalo
(Sabugal), que é o seu man-
datário distrital, ou Carlos
Ascensão, recém-eleito em
Celorico da Beira. Entre ou-
tros, o antigo autarca do Porto
conta também com o apoio de
Ricardo Morgado (presidente
distrital da JSD Guarda), José
Alberto Morgado (vice-presi-
dente da Câmara de Almeida),
Cidália Valbom (presidente
•7
LM
mascarar quem está no poder».
Segundo o histórico socialista, a
Guarda de Álvaro Amaro é «uma
estrela cadente, brilha durante
um ou dois dias e depois cai. É
isso que temos que denunciar».
O antigo autarca consid-
erou ainda que o PS perdeu nas
últimas autárquicas porque
«eles [PSD] não pararam e quem
perdeu descansou à sombra da
bananeira, por isso alguns presi-
dentes de Junta eleitos pelo PS
no Vale do Mondego acabaram
por ir para a outra candidatura».
Entre os apoiantes de Nuno
Laginhas está o presidente da
Federação da JS da Guarda,
Fábio Pinto.
consciência social, dinâmica
interna, formação cívica e
política, o relacionamento com
as restantes estruturas do par-
tido e a comunicação são os
cinco grandes eixos de actuação
deste projecto onde se destacam
medidas como a captação de
novos militantes e a refiliação
de antigos membros do PSD, a
criação de grupos internos de
trabalho e de um gabinete de
formação e ainda a criação de
um jornal online. 
da Assembleia Municipal da
Guarda), Carlos Condesso
(vice-presidente da distrital do
PSD Guarda), Carlos Monteiro
(vice-presidente da Câmara
da Guarda) e João Prata (Junta
de Freguesia da Guarda). Já
Pedro Santana Lopes é apoia-
do por Rui Ventura, que é o
seu mandarário distrital, e
Ângela Guerra (deputada na
Assembleia da República). O
ex-provedor da Misericórdia
de Lisboa conta ainda com
Fernando Andrade, um dos vice-
presidentes da Distrital; Ana
Manso, antiga dirigente social-
democrata e ex-deputada; de
António José Machado, recém-
eleito presidente da Câmara de
Almeida; Joaquim Lacerda, an-
tigo Governador Civil; António
Antunes, líder dos TSD/Guarda;
Fernando Lopes (Mêda), Tomás
Martins (Trancoso) e Luís Soa-
res (Manteigas).
8• • Quinta-feira • 11 de janeiro de 2018

2018, ano de todas as

Coesão Territorial: O ano do turismo para a Guarda
o grande desafio O ano de 2018 afigura-se como de cresci- atração de visitantes com eventos ou apoio aos

para 2018 mento a nível nacional, seguindo a linha de 2017. agentes. Câmaras como Guarda e Pinhel, por seu
Como representante de um clube que aposta no lado, já abriram, sobretudo no último mandato, a
turismo, devo salientar que também a este nível sua visão à importância de uma estratégia dinâ-
Iniciado que está o novo ano, partilho, em resposta ao de- Portugal teve uma evolução extraordinária, sendo mica e da sua divulgação, que acaba por ser ainda
safio lançado por O INTERIOR, a minha expectativa para 2018. reflexo disso o prémio de “Melhor Destino Turís- mais positiva por via da recomendação direta,
Na minha opinião, os desafios para 2018 nascem nas an- tico do Mundo”, recebido nos como já acontece nas aventuras
gústias e com os fracassos com que 2017 nos confrontou. Sem World Travel Awards (WTA), e do Escape Livre. Figueira de Cas-
dúvida, o ano de que há apenas alguns dias nos despedimos no qual também Lisboa mereceu telo Rodrigo foi percursor neste
proporcionou-nos um confronto chocante com a nossa realidade destaque. capítulo, com uma iniciativa que
remetendo-nos para aquele que, na minha opinião, é o maior Para este ano o meu de- há 20 anos é cartaz turístico de
desafio que o nosso país enfrenta, a coesão territorial. sejo é que este mérito chegue excelência.
O drama vivido com os incêndios florestais acordou um efetivamente à nossa região. Quanto a receios para 2018,
país adormecido e que frequentemente se reduz à faixa litoral Nos últimos anos muito foi o principal vai para a perda de
do seu território. Ver Portugal ser consumido pelas chamas feito, com o desenvolvimento oportunidades. Após o flagelo
sem que houvesse capacidade de resposta, sem que fossem de marcas, projectos de vária dos incêndios, não gostaria que
disponibilizados os meios humanos e técnicos necessários, sem ordem e dimensão, havendo se perdesse a oportunidade de
que existisse para os recursos marcas de excelência! Tam- trabalhar a sério a prevenção,
existentes a articulação que se bém o Escape Livre fez o seu na defesa e na reorganização
impunha, revelou à generali- trabalho, mobilizando milhares Luís Celínio Antunes* da floresta. Com o Parque Na-
dade dos portugueses a forma de pessoas em torno das suas atividades, do tural da Serra da Estrela (PNSE) à cabeça e um
desequilibrada como o país se todo-terreno ao desporto automóvel, projec- território diversificado em paisagens e espaços
encontra organizado e como é tando a região como um destino de inúmeras paradisíacos, há que apostar nesta área ao nível
confrangedora a incapacidade potencialidades, enchendo unidades hoteleiras da exploração sustentada e turismo.
do Governo em socorrer os e de restauração e envolvendo inúmeros par- Acredito que esta área geográfica que vai da
seus cidadãos. Mas quem viu ceiros locais. Serra da Estrela ao Douro, envolvendo as Aldeias
o fogo levar-lhe tudo teve a O nome da região já é levado muito mais longe Históricas, tem tudo para ser um dos destinos
dura prova de estar votado ao e pelos melhores motivos, inclusive pelo trabalho de maior crescimento, não apenas em 2018 mas
mais total abandono. do Turismo do Centro de Portugal, que tem hoje nos próximos anos. As sementes foram lançadas.
E é este o grande desafio uma plataforma de informação bastante completa Vamos agora apostar no seu crescimento, apos-
Daniela Capelo* do nosso país. Não é um de- para o turista, uma estratégia de promoção tam- tando num bom serviço. A Guarda e a região estão
safio apenas para o ano de 2018. É um compromisso complexo bém praticada pelo clube. Em 2018 faltará ainda no bom caminho. Não percamos oportunidades.
que cabe, em primeira instância, ao Governo, mas também a aos autarcas um pouco mais de iniciativa neste Votos de um bom 2018!
todos os Portugueses. Ao Governo, porque é ao Governo que sector, pois dos 14 concelhos poucos são, apesar
cabe a implementação de políticas que permitam a fixação de do que referem, os que apostam no turismo e na * Presidente do Clube Escape Livre
população nos territórios do interior e, não nos iludamos, o
equilíbrio demográfico do país é um pressuposto da coesão
territorial. É também ao Governo que compete aprovar as tão
reclamadas medidas de diferenciação fiscal a favor dos territó-
rios desertificados, ou como agora lhes chamam, de baixa den-
sidade, das empresas que aí criam emprego e das famílias que,
Que 2018 fique na memória pelas melhores
diariamente, assumem e suportam os custos da interioridade. E
é também ao Governo que compete implementar a tão aguardada
razões
descentralização de competências, mas também de serviços Quando nos debruçamos sobre um novo pelo denominado “Movimento pelo Interior”. Este
públicos. Não uma descentralização simbólica de competências ano e as nossas expetativas para ele continua a grupo de autarcas, professores universitários e
ou de serviços de pequena dimensão e de pouco significado na acontecer-nos ter uma visão ampla do ano, como empresários acompanhados de figuras do mais
Administração Pública. Em 2018, não há argumentos válidos que se fosse um espaço de tempo enorme. alto gabarito político em áreas setoriais deter-
justifiquem a perpetuidade dos serviços em Lisboa. O distrito 365 dias depois o ano findou e a imagem que minantes para o futuro do nosso território terão
da Guarda e todos os outros distritos do interior também são temos é a de que passou a correr. Mas logo de em mãos o desafio de apresentar um conjunto de
território português. seguida o ciclo se reinicia e cá propostas exequíveis mas revo-
Aos portugueses que por cá vivem cabe também a missão estamos a olhar para o ano de lucionárias que possam alterar a
de, com toda a resiliência que demonstram ter na superação dos 2018 que tão longo parece. trajetória que o país tem vindo a
desafios e dificuldades com que lidam diariamente, reivindicar Na Guarda o ano que ora se percorrer nas últimas décadas.
que se cumpra Portugal na totalidade do seu território. inicia será certamente marcan- Os resultados deste movi-
O que falta para cumprir este desígnio? Se todos os estu- te. Pela concretização de dois mento, bem como a capacidade
dos foram elaborados, se já estão elencadas todas as medidas, projetos industriais (SODECIA e para que as medidas propostas
nomeadamente ao longo das 144 páginas que constituem o COFICAB) que gerarão riqueza venham a ser colocadas em prá-
Programa Nacional para a Coesão Territorial. O que impede o e emprego, pela almejada deci- tica, poderão fazer de 2018 um
Governo de implementar as medidas propostas pela Unidade são relativa ao futuro do Hotel ano realmente marcante para um
de Missão, por si criada? A resposta foi dada, de forma clara, Turismo, pela possibilidade de futuro diferente e melhor.
pela ex- coordenadora da Unidade, prof. Helena Freitas, em finalmente reabrir a Pousada da A tragédia coletiva vivida em
declarações ao jornal “Público”, na edição de 24 de outubro de Juventude. 2017 foi de tal modo marcante
2017: falta «apoio político». Será ainda o ano da repro- Tiago Gonçalves* que demorará a desaparecer
O ano de 2018 não começa bem, no que ao cumprimento gramação do quadro comunitário 2020 com todas das nossas memórias. O ano que agora se inicia
deste desígnio diz respeito, com o aumento de preços das as oportunidades de investimento a espreitar. O é decisivo para os territórios afetados. Em 2018
portagens na A23. ano em que pode ficar decidido o financiamento é renascer ou definhar, ganhar alento e esperança
Termino desejando a toda redação do jornal O IINTERIOR, para os “Passadiços do Mondego” e para a des- ou esmorecer definitivamente.
seus colaboradores e leitores um ano novo marcado pelo su- poluição dos Rio Diz e Noéme. Será certamente o Oxalá venhamos a recordar 2018 pelas me-
cesso e pela realização pessoal e profissional. ano em que iniciarão as obras na Linha da Beira lhores razões!
Feliz ano novo! Baixa que abrem boas oportunidades à Guarda.
Mas, numa análise mais profunda, a importân- * Advogado e deputado do PSD na Assembleia
* Vice-presidente da Câmara de Pinhel cia deste ano está na janela de esperança aberta Municipal da Guarda
 Quinta-feira • 11 de janeiro de 2018 • •9

expetativas
Algumas personalidades da região, de diferentes quadrantes
políticos e profissões, responderam ao desafio de O INTERIOR
e revelam quais são as suas expetativas para 2018 e o que não
gostariam de ver acontecer na região no ano que agora começa.
Nesta edição publicamos os primeiros contributos, mas há mais
para ler nas próximas semanas.

Expetativas, sim... mas a curto prazo! As minhas expetativas

O ano de 2018 adivinha-se como um ano, com um Estado excessivo no tempo que demora a para 2018
de acordo com o Orçamento de Estado que nos decidir, com falhas na Segurança, Proteção Civil,
foi apresentado, populista, a pensar no momento Saúde... Um Estado que revela cada vez menos É assegurando desde já como desejos maiores saúde e paz
presente e esquecendo o futuro ou o passado recursos, quando se financia com os nossos para todos que elejo também para o ano 2018 o sentimento de
difícil, que vivemos há bem pouco tempo e que impostos, que são cada vez mais. solidariedade como um bem maior que gostaria de ver potenciado
ainda não esquecemos, nem esqueceremos tão A reorganização do território é urgente! na nossa sociedade.
cedo, ou seja é um Orçamento Há necessidade de simplificar, Dito isto, e correspondendo à proposta que me foi sugerida por
de Estado a pensar a curto prazo. diminuir a carga fiscal e criar este jornal, passo a enumerar o que não gostaria de ver acontecer na
Tivemos um ano de 2017 esquemas fiscais para que as região no ano que agora começa, sugerindo em alternativa aquelas
glorificado por breves alegrias, empresas se fixem no Interior que são algumas das minhas expetativas para 2018.
mas também perturbado por e criem emprego, evitando o Não gostaria que em 2018 o interior do nosso país continuasse
momentos de desolação e so- êxodo para o Litoral. no esquecimento das políticas nacionais com notório abandono
frimento. Vivemos momentos O grande desígnio para os do território e preocupante envelhecimento da população. Nesse
portentosos com a vinda do próximos tempos é a aposta no sentido, as minhas expetativas são a verdadeira valorização do
Papa a Portugal, com o triunfo equilíbrio do território, com uma interior através de medidas de descentralização dos serviços
da nossa música na Europa, das visão integrada deste para o seu públicos, abolição das porta-
artes, do desporto, da ciência e desenvolvimento global. gens, discriminação positiva
do turismo, grande motor da Também espero que este com incentivos fiscais, mais
economia nacional. Vimos a eco- ano vejamos a corrupção casti- emprego, reflorestação da área
nomia crescer, a confirmação do Ana Isabel Baptista* gada de forma exemplar, como o ardida com árvores autóctones,
fim do défice excessivo, a dívida pública a reduzir caso “Marquês”, porque sabemos que esta existe, valorização dos produtos endó-
e sentimos maior confiança com medidas mais embora acredite que a maioria dos políticos seja genos, potenciação do turismo
populares no combate à pobreza e desigualdades séria. Embora, o Ministério Público tenha tido a e do empreendedorismo e
sociais, tudo isto fruto de um trabalho já iniciado coragem de julgar os poderosos, exige-se um Mi- implementação de medidas de
no anterior Governo, continuado pelo atual, mas, nistério Público mais atuante e eficaz no combate incentivo à natalidade.
essencialmente, fruto da determinação e esforço à corrupção. Não gostaria que em 2018
que os portugueses sempre demonstraram ao Ainda, estou confiante, mas a longo prazo, se mantivesse o processo de
longo da história. que possamos entrar num caminho de engrande- deterioração dos serviços de
Nércio Marques* saúde com notórias e graves
Podemos afirmar que foi um ano repleto de cimento do país, acreditando na possibilidade de
sucessos e alegrias, não fossem as adversidades Portugal crescer, chegando ao nível dos países falhas de resposta às necessidades da população do distrito da
surgidas no Verão, como o fenómeno ocorrido mais desenvolvidos da Europa, através do equi- Guarda. Tenho, por isso, como expetativas uma melhor e mais
em Tancos, as tragédias verificadas no Funchal, a líbrio territorial e acreditando em nós próprios. capacitada gestão da Unidade Local de Saúde da Guarda, capaz de
seca e os trágicos incêndios, que além das perdas Num contexto mais próximo, a nível local, exigir e atrair os recursos humanos mínimos necessários, priorita-
materiais e ambientais nos ceifaram muitas vidas espero que o município da Guarda continue no riamente enfermeiros e médicos e capaz de melhorar a rentabilidade
humanas. No entanto, revelaram a solidariedade, bom caminho iniciado há quatro anos e do qual da capacidade estrutural hospitalar instalada da ULS – hospital da
união, humanismo e sentido de responsabilidade me orgulho de ter feito parte, como vereadora, no Guarda e hospital de Seia, potenciando uma maior produtividade
dos portugueses, com a reconstrução material e sentido da afirmação deste território, da promoção cirúrgica e melhorando a resposta em tempo útil às necessidades
espiritual levada a cabo por muitos anónimos e do emprego e empreendedorismo, valorização dos de saúde das populações. Mas, porque a saúde é um bem maior,
instituições. nossos produtos, quer materiais quer imateriais, gostaria também de assistir à otimização da rede de cuidados de
É nesta coragem e espírito de solidariedade do crescimento do turismo e na promoção de saúde primários, assegurando assim a boa continuidade dos cui-
dos portugueses que eu acredito e coloco as medidas que combatam as desigualdades sociais dados, da maior importância para uma população maioritariamente
minhas expetativas, estas sim, a longo prazo, e a desertificação. envelhecida.
porque este espírito dos portugueses ninguém Espero que a curto prazo consigamos evitar a Não gostaria que em 2018 fosse construído na minha cidade
nem nada destrói. Espero que estas tragédias não saída dos jovens e construir um concelho atrativo, mais um centro escolar, tendo como expetativas um processo de
sejam esquecidas e permitam ao Estado perceber dinâmico, captador de gente e de iniciativas, apro- remodelação das escolas do ensino básico existentes, dando-lhes
o valor do Portugal abandonado no Interior, não veitando os nossos recursos e cativando outros. mais conforto e as melhores condições estruturais e funcionais
se isentando de responsabilidades nos momentos Cabe-nos a nós este combate, a mesma von- possíveis. Tudo para proporcionar às crianças uma maior proximi-
críticos. Espero que estas tragédias não fiquem tade de vencer afirmando o que une as pessoas dade a casa e ao seu bairro, cultivando um ambiente mais familiar,
na nossa memória como uma lembrança de do nosso território, os nossos valores, a nossa de mais próxima relação com professores, auxiliares educativos e
fracasso, mas sim que sejam uma razão para a força... É por isso que acredito nas gentes do colegas, mais propício a “trabalhar” comportamentos e a formar
mudança, recusando um Interior condenado ao Interior e crio grandes expetativas, estas sim, a boas pessoas e bons cidadãos do futuro.
atraso, estagnação e resignação. É necessário um longo prazo. Não gostaria que em 2018 a minha cidade continue a ser
Estado mais próximo dos portugueses, disponível Aproveito para desejar a todos um ano com adulterada com obras de gosto dúbio que, em nome da “obra
a resolver os problemas do Interior, pois só assim muita Saúde, Paz e já agora com muitos momentos feita”, plantam estruturas de ferro e cimento em vez de árvores.
pode haver maior gestão, com mais competência e de Felicidade, sim, porque esta é feita de momen- As minhas expetativas são que as desproporcionadas e horrendas
exigência. A carga fiscal que nos impõe, o aumento tos e a curto prazo. colunas da entrada do parque da cidade possam adquirir alguma
das portagens nas SCUT e autoestradas, além de cor e utilidade, sendo transformadas em colunas de treino de es-
outras taxas, obriga-nos a exigir um Estado mais * Professora e vice-presidente da comissão calada, bem em consonância com uma cidade de montanha. E que
competente e exemplar. No entanto, deparamo-nos política distrital do CDS-PP da Guarda no mesmo parque, onde sempre existiu um recanto especial para
as crianças, estas não sejam apenas brindadas com a estátua a si
alusiva, que ali ainda resiste, mas sim, com um pequeno parque
infantil colorido e divertido.
Finalizando e lembrando que é para breve, gostaria que em
2018 os festejos carnavalescos na nossa cidade voltassem a ter
a identidade cultural que o “Julgamento do Galo” exige e que nos
últimos anos foi cruelmente adulterada. E proponho que os cul-
pados sejam também eles julgados e queimados no largo da Sé.
Terminando assim este desafio com algum humor, acabo rimando
e pedindo a todos: sejam felizes por favor.

* Enfermeiro e dirigente do Sindicato dos Enfermeiros

www.ointerior.pt Portugueses
10 • • Quinta-feira • 11 de janeiro de 2018

2018 - O ano da afirmação do INTERIOR

Mais um ano que se inicia e esperança uma oferta de eventos que permita prolongar Descargas
de entulho
renovada que “seja este ano” que as coisas de as estadias na região. Criar uma “Agenda de
facto mudam para melhor no Interior. Eventos Regional” que proporcionasse uma
Em termos regionais, espero que as pro- consulta fácil dos eventos da região.
messas que foram feitas por toda a classe Desejo que a tensão crescente entre a Coreia
política, depois dos trágicos acontecimentos do Norte e os EUA baixe consideravelmente sob

continuam
relacionados com os incêndios, pena de se caminhar para o
não caiam em saco roto. abismo com consequências ca-
Já se fizeram tantos pactos tastróficas para a humanidade.
neste país que chegou a hora Uma palavra para a Catalunha e

na Rasa
de se fazer um verdadeiro para Espanha, que deverão es-
pacto pela coesão territorial e gotar TODAS as possibilidades
pela defesa do Interior. O Mo- para se entenderem, seja por
vimento em Defesa do Interior mais autonomia, seja por uma
dará certamente um contributo via federalista; sendo certo que
importantíssimo para que ver- estes sinais são muito preo- Caso tinha sido relatado por O INTERIOR
dadeiramente se avance com cupantes e poderemos, com
propostas concretas e que se o caso da Catalunha, abrir na em junho de 2016, mas situação mantém-
possam implementar a curto Europa uma caixa de Pandora se naquele bairro da Guarda e o assunto
prazo. Só desta forma conse- Rodolfo Queirós* com consequências muito ne-
guiremos estancar esta fuga das pessoas do gativas para o projeto europeu que é – e isso foi abordado na última reunião de Câmara
interior. Sem verdadeiras políticas fiscais que deveria orgulhar TODOS os Europeus – o mais DR

tornem o interior verdadeiramente competitivo, extraordinário projeto de integração democrá-

iremos assistir ao definhar da nossa região. tica do mundo. Por muito que se diga, nunca
Gostava de ver, a nível regional, mais “con- tantos viveram com esta qualidade de vida, e
certação” na promoção dos eventos que existem em paz, durante tanto tempo.
nos concelhos da Beira Interior para que desta
forma a atratividade turística seja potenciada * Diretor técnico da Comissão Vitivinícola
e quem se desloque à Beira Interior possa ter Regional da Beira Interior

Precisamos de coragem política e investimento

público no interior
Para que 2018 não seja um ano só de esperança, Por tudo isso, é preciso fortalecer o caminho
não podemos esquecer 2017, tendo a coragem de que está a ser feito e aplicar de verdade medidas de
assumir que este ficou marcado pela tragédia dos in- combate ao Interiocídio, ou seja, colocar o cresci-
cêndios, mas também pela recuperação económica. mento económico ao serviço das populações que
No que diz respeito aos incêndios, é essencial resistem ao despovoamento e abandono das suas Um caso relatado por O IN- com o pelouro do Ambiente
perceber onde é que o Estado falhou. Com isto afir- regiões. TERIOR em junho de 2016 foi na autarquia, referiu então a
mar sem hipocrisia que o Estado Que 2018 traga para a Guar- abordado na última reunião do O INTERIOR que o município
falhou. É preciso retirar lições, não da o início das obras de moder- executivo guardense, realizada desconhecia a situação e iria
apenas pondo em prática aquelas nização do troço de ligação entre na segunda-feira. diligenciar o envio para o local
que foram as leis aprovadas para a Linha da Beira Alta e a Linha Trata-se das queixas dos de «pessoas competentes de
o ordenamento do território e da da Beira Baixa; que o processo moradores da Rua da Rasa, modo a avaliar o relatado e,
floresta, mas também investir a do Hotel Turismo fique resolvido; naquele bairro da cidade da caso seja necessário, contactar
sério no interior, investir a sério que a reabertura da Pousada da Guarda, por causa da poluição as autoridades». Como tudo
na proteção civil, investir a sério Juventude seja concretizada; provocada pelas sucessivas ficou na mesma, ano e meio
na agricultura. que se comece verdadeiramente descargas de entulho de obras depois o assunto foi levado à
Os erros pagaram-se caro, a despoluição do rio Noéme; que num terreno privado perto das sessão de Câmara pelo verea-
pois foram muitas as pessoas não haja nenhum aumento na suas casas. Na altura, um dos dor socialista Pedro Fonseca.
que perderam a vida, as suas água, pois já é cara o suficiente; residentes contou a O INTE- «Os moradores queixam-se
propriedades e os seus rendi- o fim das portagens na A23 e RIOR que a situação acontece da poeira constante e que os
mentos. Infelizmente os incêndios Marco Loureiro* A25; que venham incentivos há cerca de três anos e «as camiões têm danificado as
lembraram, da forma mais dolorosa e cruel, o que foi diretos para os agricultores e para as pequenas e autoridades não atuam», ten- ruas do bairro», disse o eleito,
o constante desmantelamento dos serviços públicos média empresas; que haja uma política cultural, do resultado no enchimento lembrando que os residentes
e a urgente necessidade de os reaver. social e desportiva que vá ao encontro das neces- de parte do referido lote de voltaram a reportar o assunto
Quanto à recuperação económica é preciso sidades das populações; que haja uma verdadeira terreno. Os vizinhos contaram à Câmara no último Verão e
agora, em 2018, a sua preservação, sendo obriga- descentralização de serviços do Estado; que o que as descargas eram feitas apresentaram um abaixo-as-
tório continuar este caminho económico e social Politécnico seja reconhecido como uma instituição durante o dia e a qualquer sinado. «Mas estes munícipes
que está a ser feito, mas que falta ainda chegar a imprescindível para o desenvolvimento e cresci- hora. «O monte não para de não tiveram mais notícias»,
muita população. mento económico da região. crescer e, de vez em quando, disse Pedro Fonseca. Por sua
Reconhecer que ainda vivemos num país de Em suma, que as gentes da Guarda tenham o vêm cá terraplanar o local», vez, Álvaro Amaro revelou que
salários baixos, de pensões baixas, em que é preciso que lhes é de direito! revelava outro morador. No visitou o local no Verão: «Se vi-
investir nos serviços públicos. Continuamos a ter local são visíveis restos de vesse ali também não gostaria
muita precariedade, muita pobreza, muita desigual- * Coordenador distrital do Bloco de Esquerda da obras, plásticos, postes de ci- daquilo», afirmou o presidente,
dade e muita discrepância territorial. Guarda mento, entre outros materiais. adiantando que a situação foi
Além do monte de entulho, transmitida ao SEPNA da GNR
os moradores da Rua da Rasa e posteriormente aos serviços
queixavam-se também que os de Ambiente da Comissão de
camiões e carrinhas de caixa Coordenação e Desenvolvi-
aberta que transportam os mento Regional do Centro. «A
detritos estavam a danificar o CCDRC tomou conta do caso
caminho asfaltado que serve e atuará em conformidade se
aquela zona. a atividade ali desenvolvida
Contacte-nos!
Confrontado com estas não estiver legal», garantiu o
Tel: 271212153 • Tlm: 964246491
queixas, Sérgio Costa, vereador autarca.

PROTEÇÃO CIVIL
Plano distrital para situações de neve
e gelo em consulta pública
O Centro Distrital de Op-
erações e Socorro (CDOS)
da Guarda informa que está
a decorrer até 18 de janeiro
a fase de consulta pública
das componentes não-reser-
vadas do Plano Especial de
Emergência de Proteção Civil
para Situações de Neve e
ENERGIA
Autarquias da Cova da Beira com novos
sistemas de climatização
A Associação de Municípios
da Cova da Beira (AMCB) vai in-
stalar nas autarquias associadas
novos sistemas de climatização
de classe energética A+ ou su-
perior para reduzir os custos
energéticos.
O custo total da intervenção
é de 403.952 euros, sendo que
já foi apresentada uma candi-
datura à medida tangível “BCEM
- Bombas de Calor em Edifí-
cios Municipais”, enquadrada no
Plano de Promoção da Eficiência
no Consumo 2017-2018. «Esta
candidatura tem por objetivo
a melhoria da eficiência en-
ergética através da substituição
dos obsoletos equipamentos
de climatização por bombas de
TURISMO
1,1 milhões de euros para valorizar
Aldeias Históricas
A rede de Aldeias Históricas
vai receber um financiamento
global de mais de 1,1 milhões de
euros, no âmbito do Programa
Valorizar, para a construção de
abrigos para os caminhantes,
valorização da gastronomia,
novos painéis interpretativos e
implementação de redes wi-fi
«de qualidade» em cada uma
das doze localidades com este
estatuto.
Esta candidatura, denomi-
nada “Aldeias Históricas de
Portugal - Smart Lands”, tem
um valor total de cerca de 743
mil euros e garantiu um apoio
de 650 mil euros, enquanto o
projeto “Experience Aldeias
Históricas de Portugal” teve um
montante aprovado de mais de
443 mil euros para valorizar os
produtos endógenos na área da
gastronomia e do agroalimentar
Quinta-feira • 11 de janeiro de 2018 • • 11
Aumento das
portagens «contraria»
Gelo no distrito da Guarda.
O documento está disponível
intenção de valorizar
em www.prociv.pt, sendo
que todas as observações ou
contributos considerados
pertinentes deverão ser en-
o interior
viados para cdos.guarda@
prociv.pt até ao último dia da
consulta pública.
Agravamento em 1,4 por cento das taxas de portagens nalguns
lanços da A23 e da A25 apanhou comissões de utentes de surpresa
AR
calor nos edifícios e infraestru-
turas municipais, contribuindo
para a melhoria das condições
de conforto dos utentes nos
locais das intervenções», aponta
a AMCB, acrescentando que esta
ação permitirá «a economia de
1.549.225 kWh/ano, equiva-
lentes a custos evitados de
fornecimento de energia elétrica
de 169.795 euros». Além disso,
a valorização económica das
emissões de CO2 evitadas é de
13.633 euros. A AMCB abrange
os municípios de Almeida, Bel-
monte, Celorico da Beira, Figue-
ira de Castelo Rodrigo, Fornos
de Algodres, Fundão, Guarda,
Manteigas, Mêda, Penamacor,
Pinhel, Sabugal e Trancoso.
Portagens nas ex-SCUT começaram em dezembro de 2011
Ana Eugénia Inácio ços Alcaria-Covilhã Sul e Covilhã outros serviços que implicam di-
Sul-Covilhã Norte o aumento foi
para a classe 4, mantendo-se as
retamente um aumento do custo
de vida e com um aumento das
DR
O ano começou com um au- restantes inalteradas. Nos troços portagens, investir no interior
mento em vários serviços, entre Covilhã Norte-Belmonte Sul e Bel- passa a ter uma dupla tributação»,
eles nas portagens da A23 e A25. monte Sul-Belmonte Norte houve considera o porta-voz do movi-
Uma medida que «surpreendeu» uma subida de 0,05 cêntimos nas mento. O responsável acredita
a comissão de utentes da A23, que classes 1 e 2. Já nos lanços Bel- que, perante esta medida, «alguns
tem exigido exatamente o contrá- monte Norte-Benespera, Benes- empresários começam a fazer
rio. Há cerca de ano e meio houve pera-Guarda e Guarda-Pinhel o contas à vida e a pensar se será
uma redução de 15 por cento no aumento é apenas para a classe 4. rentável aqui ficar». Apanhada de
valor a pagar nesta antiga SCUT, Numa altura em que tanto surpresa, a plataforma pelo fim
mas a medida foi considerada se fala na valorização do inte- das portagens na A23 ainda não
«insuficiente», no entanto per- rior, Marco Gabriel conclui que definiu quais serão os próximos
mitiu acreditar que seria possível com este aumento «assistimos passos a dar, mas Marco Gabriel
«uma redução gradual até à sua ao contrário do que tem vindo garante que «iremos continuar
abolição total», recorda o porta- a ser a propaganda». Além de na luta e iremos manifestar-nos
local. Pretende-se ainda atuar
voz do movimento. considerar a subida de preços contra». Para já, pede aos parti-
no domínio do desenvolvimento
Com a chegada de 2018 Mar- «lamentável», teme que possa dos na Assembleia da República
de trilhos cicláveis e pedestres
co Gabriel admite que espera- vir a ter consequências nega- «um entendimento global e não
entre as doze aldeias dispersas
va que o Orçamento de Estado tivas para algumas empresas. defraudem as pessoas da região
por dez concelhos do interior,
deste ano trouxesse «mais uma «Já assistimos ao aumento de que também os elegeram».
criando espaços de suporte
diminuição», pelo que se diz
aos turistas na modalidade de
“cycling & walking”. Os contra-
não só «desiludido» com a não
concretização desse anseio, como
Novas tarifas também na A25
tos foram assinados na passada
também está preocupado com
quinta-feira, em Monsanto, na Na auto-estrada que liga Aveiro a Vilar Formoso também se
um aumento de 1,4 por cento
presença da secretária de Es- registaram aumentos. Nos sublanços da região registou-se uma
das tarifas, que tem por base a
tado do Turismo, Ana Mendes subida de cinco e dez cêntimos. No caso de Fornos de Algodres-
aplicação do Índice de Preços no
Godinho. Estes apoios vão ser EN330 (Celorico) há uma subida para veículos de classe 2. Entre
Consumidor (IPC). Esta subida
aplicados em Almeida, Belmon- os nós do IP2/IP5 e a Guarda o aumento é de cinco cêntimos nas
afeta alguns sublanços na região,
te, Castelo Mendo, Castelo Novo, classes 3 e 4 e no sublanço Guarda-Guarda/ Pinhel a tarifa sobe
entre eles os de Alcaria-Covilhã
Castelo Rodrigo, Idanha-a-Velha, 10 cêntimos para a classe 2 e cinco para as classes 3 e 4. Já entre
Sul, Covilhã Sul-Covilhã Norte,
Linhares da Beira, Marialva, Pínzio e o Alto do Leomil a portagem vai custar mais cinco cên-
Covilhã Norte-Belmonte Sul,
Monsanto, Piódão, Sortelha e timos para a classe 1 e 3 e dez cêntimos para a classe 2.
Belmonte Sul-Belmonte Norte,
Trancoso. Com sede em Bel- O método de atualização das portagens inclui um mecanismo
Belmonte Norte-Benespera, Be-
monte, a Aldeias Históricas de de arredondamento das taxas para o múltiplo de cinco cêntimos
nespera-Guarda e Guarda-Pinhel,
Portugal é uma associação que mais próximo. Ou seja, se os aumentos forem inferiores a 2,5
de acordo com informação da
tem como objetivo promover o cêntimos, a portagem manter-se-á inalterada. No entanto, se o
Globalvia. Em todos estes troços
desenvolvimento turístico desta aumento for superior a 2,5 cêntimos, há um arredondamento
de auto-estrada a subida no preço
rede de localidades. automático para cinco cêntimos.
foi de 0,05 cêntimos: nos sublan-
12 • • Quinta-feira • 11 de janeiro de 2018
COVA DA BEIRA
Candidaturas ao galardão “Mulheres
Notáveis” até segunda-feira
Encerram na próxima se-
gunda-feira as candidaturas ao
galardão “Mulheres Notáveis”
da Cova da Beira.
Trata-se de uma iniciativa
que pretende tornar mais
visível o papel das mulhe-
res na vida da região, bem
como estimular uma maior
participação destas na esfera
pública. É promovido no âm-
bito do Plano Intermunicipal
para a Igualdade de Belmonte,
Covilhã e Fundão e organiza-
do pelas três autarquias em
parceria com a CooLabora. O
GUARDA
Criada Associação Hereditas para
estudar e promover património da cidade
A recém-criada Associa-
ção Hereditas, com sede na
Guarda, vai dedicar-se ao es-
tudo, promoção e defesa do
património local.
A entidade foi formada no
final de 2017 e adotou o mesmo
nome do grupo que criou as vi-
sitas guiadas ao centro histórico
da cidade nos últimos anos, uma
vez que foi criada com base nes-
se trabalho. Estão previstas ini-
ciativas de pesquisa, promoção,
recuperação e formação a rea-
lizar, sempre que possível, em
parceria com entidades locais e
CELORICO DA BEIRA
Concerto de Reis solidário rende 512 euros
DR
O concerto de Reis realizado no sábado no Centro Cultural de
Celorico da Beira rendeu 512 euros, montante angariado com o
valor dos bilhetes vendidos e que vai ser entregue à Casa D. João
de Oliveira Matos. Esta foi a IPSS do concelho sorteada durante o
espetáculo, que contou com a participação gratuita de nove gru-
pos musicais de Celorico da Beira e de alguns cantores amadores.
SEIA
Homem constituído arguido por
ameaçar divulgar vídeos de cariz sexual
de ex-companheira
A GNR de Seia apreendeu
na semana passada diverso ma-
terial informático «suscetível de
conter vídeos de cariz sexual» na
localidade de Quintela, no con-
celho de Seia, no âmbito de um
crime de violência doméstica.
Segundo o Comando Ter-
ritorial da Guarda, o inquérito
decorre desde setembro, após
a vítima, de 32 anos, ter apre-
sentado queixa por agressões
contra o ex-companheiro, de
46 anos. O suspeito, entretanto
galardão destina-se a mulheres
com idade superior a 16 anos,
residentes na Cova da Beira,
cuja actividade se distinga em
áreas como arte, cultura, ciên-
cia, cidadania, desporto, eco-
nomia, educação e política. As
candidaturas podem ser feitas
por iniciativa individual ou por
proposta de alguém que queira
nomear uma mulher notável.
O formulário está disponível
online em https://goo.gl/for-
ms/ 8T5ddppocSn7pOYg2   e o
regulamento em  http://www.
coolabora.pt/pt/evento/191.
nacionais, adianta a Hereditas
em comunicado. «Acreditamos
que a melhor forma de defen-
der o património é conhecê-lo
e promover a sua fruição pela
comunidade e visitantes, refor-
çando a identidade coletiva»,
sublinha a associação presidida
por Daniel Pereira Martins. A
apresentação pública da Here-
ditas está agendada para dia 17
(16h30), no claustro do Conven-
to de S. Francisco, onde funciona
o Arquivo Distrital da Guarda. O
momento incluirá uma pequena
figuração histórica.
constituído arguido, terá amea-
çado a mulher «com a divulga-
ção de vídeos de caráter sexual
que gravou enquanto viviam
juntos», refere a GNR. Na última
quinta-feira, as autoridades efe-
tuaram uma busca domiciliária,
tendo apreendido diverso ma-
terial informático que continha
as gravações utilizadas como
ameaça. O indivíduo, com ante-
cedentes criminais por violência
doméstica, ficou sujeito a termo
de identidade e residência.
COVILHÃ
180 mil euros para
requalificar Museu
de Arte e Cultura
DR
A secretária de Estado do
Turismo, Ana Mendes Godinho,
esteve na Covilhã, na passada
quinta-feira, na cerimónia de
assinatura do protocolo de fi-
nanciamento do Museu de Arte
e Cultura.
Apoiada pelo Programa
Valorizar, dinamizado pelo Tu-
rismo de Portugal, a candida-
tura vai permitir à autarquia
criar e melhorar as condições
de acessibilidade física e co-
municacional do equipamento,
atualmente encerrado, bem
como disponibilizar informação
sobre os recursos turísticos
e patrimoniais da cidade em
formatos acessíveis. O valor do
investimento ascende aos 200
mil euros, tendo sido aprovado
um apoio de 180 mil euros. Na
ocasião foi também apresentada
a rede “Covilhã Wi-Fi”, inserida
no mesmo programa e que re-
presenta um investimento de
cerca de 60 mil euros. Trata-se
de dotar o centro histórico e as
principais zonas de afluência de
turistas, como os jardins da cida-
de, as Penhas da Saúde, Unhais
da Serra e Sobral de S. Miguel,
de rede Wi-Fi gratuita. Segundo
revelou Ana Mendes Godinho, é
a primeira implementada e já a na última edição. «Temos um po- se e encerrou-se um museu,
funcionar em Portugal. tencial incomensurável e muito desconhece-se o paradeiro do
Para Vítor Pereira, a Covi- para explorar ou dinamizar», espólio retirado, não se abriu
lhã é «uma cidade vocacionada sublinhou o autarca. A ceri- inquérito, como era exigido,
para o turismo», que quer “in- mónia já mereceu críticas do para se apurarem responsa-
tensificar cada vez mais essa antigo presidente da Câmara, bilidades e agora um membro
atividade», tendo acrescentado que acusa o executivo de Vítor do Governo presta-se a cenas
que é «a quinta cidade da região Pereira de ter «destruído e de imbecilidade institucional
Centro com maior afluência tu- abandonado» um museu que, para “celebrar” a recuperação
rística», segundo dados do INE», até 2013, tinha «centenas de do que se destruiu», escreve
conforme noticiou O INTERIOR visitantes diários». «Destruiu- Carlos Pinto em comunicado.
INCÊNDIOS
Governo alarga medidas de apoio aos
municípios afetados em outubro
O Conselho de Ministros que esse direito pudesse ser para o apoio a estas vítimas». Mas
aprovou, na semana passada,
o alargamento das medidas de
exercido em matéria de apoio
à habitação, em matéria de
acrescentou que, «com certeza,
que os fundos aplicados serão
apoio às vítimas dos incêndios de prestação de apoios sociais de maiores do que aqueles que
Pedrógão Grande aos municípios caráter excecional, em matéria estavam previstos quando a
afetados pelos fogos de 15 e 16 de de reconstrução e recuperação zona se restringia às primeiras
outubro. Entre eles estão vários de habitações, de proteção e vítimas dos incêndios ocorridos
concelhos do distrito da Guarda, segurança das populações, era em Pedrógão». De acordo com
com destaque para Seia e Gouveia. preciso que fosse regulamentado, o comunicado do Conselho de
Em conferência de imprensa ou seja, que estes direitos e esta Ministros, «com a presente re-
no final da reunião do Governo, a capacidade de apoio à vítima solução, procede-se à extensão
ministra da Presidência explicou fossem estendidos». da regulamentação existente e
que «a própria lei já previa que De acordo com Maria Manuel concretiza-se a regulamentação
as medidas previstas pudessem Leitão Marques, o Governo não em falta, integrando-se num
ser estendidas a outros conce- está «a prever que haja necessi- instrumento único, agregador,
lhos afetados por incêndios flo- dade de reforço orçamental em as necessidades de intervenção
restais, mas naturalmente para relação àquilo que já está previsto legislativa ao nível do Governo».
 Quinta-feira • 11 de janeiro de 2018 • • 13

Hospitais da GUARDA
ULS aumenta capital estatutário
A Unidade Local de Saúde Direcção-Geral do Tesouro

Guarda, Covilhã
(ULS) da Guarda realizou no
passado dia 5 um aumento do
capital estatutário no valor de
13.642.764 euros.
e Finanças e vão permitir
«melhorar o prazo médio
de pagamentos aos fornece-
dores, com redução substan-

e Seia mantêm
Segundo a administração
hospitalar, a operação des-
tina-se, exclusivamente, ao
pagamento de dívida vencida,
por ordem de maturidade e
cial de stock de dívida», e
contribuirão também para a
sustentabilidade económico-
financeira da instituição.
Atualmente, a ULS possui

excelência clínica
acontece na sequência do re- um capital estatutário reali-
forço de financiamento «por zado de mais de 40,2 milhões
via contrato programa de de euros. «Face ao previsto
2017 das instituições EPE, no aquando da sua criação, em
valor de 8.903.648 euros». As 2008, faltam ainda 7.790.000
Hospitais Sousa Martins e Nª Sra. da Assunção obtiveram menos verbas serão disponibilizadas euros», adianta fonte da ad-
à ULS guardense através da ministração.
estrelas que a unidade do Fundão, que foi o único que falhou a
“Excelência Clínica” ULS GUARDA
DR
Projeto “Habilitar” leva enfermeiros
de reabilitação a casa dos doentes DR
A primeira visita domicili-
ária de reabilitação do serviço
de Ortopedia do Hospital Sousa
Martins, na Guarda, no âmbito
do projeto “Habilitar”, decorreu
na sexta-feira.
Trata-se de uma ação di-
namizada pela Enfermagem de
Reabilitação que foi implemen-
tada naquele serviço desde 1 de
janeiro de 2016, tendo já ben- tribui o “Manual de Acolhimento
eficiado até ao momento 262 do Doente ao Serviço”. São ainda
doentes. O projeto contempla prestadas informações e sug-
uma abordagem pré e pós-op- estões sobre alguns equipamen-
eratória dos doentes propostos tos e auxiliares de marcha que
para colocação de Prótese Total os doentes poderão necessitar.
Na região, só o Hospital Pêro da Covilhã conquistou as cinco estrelas do SINAS
do Joelho (PTJ) e Prótese Total «Acredita-se que esta
da Anca (PTA) em contexto de abordagem é efetivamente dif-
Sara Guterres covilhanense foi avaliado em 13, resultado tão bom como o da cirurgia programada. De acordo erenciadora, contribuindo para
tendo obtido nível de qualidade Covilhã, mas conseguiu quatro com a Unidade Local de Saúde uma recuperação funcional do
II nas áreas de Ortopedia (artro- estrelas, falhando a da “Excelência (ULS) da Guarda, esta fase do doente mais rápida, efetiva, com
Cinco estrelas em cinco pos- plastias da anca e joelho e fraturas Clínica”, pois esta «dimensão não “Habilitar” é «a primeira abord- maior segurança em contexto
síveis foi o resultado obtido pelo proximais do fémur), Ginecologia foi avaliada», justifica o SINAS. agem em contexto domiciliário, domiciliário, pretendendo-se
Hospital Pêro da Covilhã, do (histerectomias), Obstetrícia Resultados menos anima- permitindo a verificação in loco também a redução da demora
Centro Hospitalar Cova da Beira (partos e cuidados pré-natais), dores obteve o Sousa Martins, das condições físicas/barreiras média de internamento, asse-
(CHCB), na mais recente avaliação Pediatria (cuidados neonatais), que conseguiu apenas três existentes e novas adaptações gurando concomitantemente
do Sistema Nacional de Avaliação Cardiologia (enfarte agudo do estrelas, pois nas dimensões necessárias aquando do seu a redução de custos associa-
em Saúde (SINAS), efetuada pela miocárdio), Cuidados Intensivos e “Adequação e Conforto das regresso». Nestas visitas a eq- dos aos cuidados de saúde,
Entidade Reguladora da Saúde Cuidados Transversais (avaliação Instalações” e “Focalização no uipa de enfermagem pretende tendo sempre como premissa,
(ERS). O Hospital do Fundão foi da dor aguda e tromboembo- Utente” «não foi possível aferir também conhecer as condições a prestação de cuidados com
o segundo no ranking regional, lismo venoso no internamento). do cumprimento de todos os sociais do doente para eventual qualidade», refere a ULS em
com quatro estrelas, e ultrapas- Já a área de cirurgia geral, em parâmetros de qualidade ex- ligação ao Serviço Social e dis- comunicado.
sou o Hospital Sousa Martins, na específico a cirurgia do cólon, foi igidos». Das nove áreas que o
Guarda, e o Hospital de Nª Sra. avaliada com nível de qualidade hospital guardense submeteu
da Assunção, em Seia, ambos da I. Nas dimensões “Segurança do a avaliação na dimensão “Ex-
CELORICO DA BEIRA
Unidade Local de Saúde (ULS) da Doente” e “Focalização no Utente”, celência Clínica” obteve nível Fundação PSA apoia com 5 mil euros
Guarda, que obtiveram apenas
três estrelas.
o Hospital Pêro da Covilhã obteve
classificação máxima. Também
de qualidade II na Ginecologia
(histerectomias), Obstetrícia
projeto de IPSS de Vide-entre-Vinhas
Das 16 áreas da dimensão inserido no CHCB, o Hospital (partos e cuidados pré-natais), Num universo de mais de mais idosos e isolados» através da
“Excelência Clínica”, o hospital do Fundão não conseguiu um Pediatria (cuidados neonatais), 60 projetos da Europa, o “Télé- prestação de um serviço de teleas-
Cardiologia (enfarte agudo do Assistência Plus”, da Associação sistência ligado 24 horas por dia.
de Apoio Social e Desenvolvi- A iniciativa apresentada por esta
Adequação e conforto das instalações miocárdio), Neurologia (aci-
dente vascular cerebral) e Ciru- mento de Galisteu e Vide-entre- IPSS inclui também a aquisição
Vinhas, no concelho de Celorico de uma viatura «para permitir
continua em queda rgia de Ambulatório. Já nas áreas
de Pediatria (pneumonias) e da Beira, foi o único a nível na- que os idosos mais isolados sejam
Ortopedia (artroplastias da anca cional com estatuto de finalista prontamente atendidos», refere a
Apesar da melhoria dos valores de referência de alguns indi- no concurso da Fundação PSA, instituição. A associação, fundada
e joelho e fraturas proximais
cadores das diversas áreas avaliadas, a percentagem de unidades do gigante construtor de au- em 1997, «desenvolve atividades
do fémur) a «amostra não foi
que cumpriram todos os parâmetros de qualidade exigidos no tomóveis francês. de apoio social a pessoas idosas
significativa», alega o SINAS. O
primeiro nível de avaliação da dimensão “Adequação e Conforto Premiado com cinco mil e isoladas, numa região marcada
Hospital de Nª Sra. da Assunção,
das Instalações” voltou a descer, o que já tinha acontecido em euros, o projeto foi apadrinhado pela elevada taxa de envelheci-
que conquistou também três
2016, depois de ter atingido o máximo em 2015. Na região, o por um funcionário da fábrica de mento». A Fundação PSA premeia
estrelas, foi avaliado apenas na
Sousa Martins e o Nª Sra. da Assunção não obtiveram classificação Mangualde e natural de Vide- anualmente projetos solidários
área de cirurgia de ambulatório,
neste parâmetro por não ter sido possível «aferir do cumprimento entre-Vinhas, Hélder Martins, relacionados com a mobilidade,
na qual obteve nível de qualidade
de todos os parâmetros de qualidade exigidos». As outras duas e destina-se a «adequar, a partir submetidos pelos seus colabo-
III. Na dimensão “Segurança do
unidades hospitalares, do Fundão e da Covilhã, obtiveram nível da inovação, a resposta a dar às radores que sejam voluntários
Doente” conquistou o III nível, tal
de qualidade I e II, respetivamente. atuais necessidades dos utentes em associações locais.
como o Sousa Martins.
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Capicua, Raquel Tavares
e Tiago Bettencourt
no TMG
A Mostra Perfomance, agendada para este sábado, é
uma das novidades do primeiro trimestre de 2018
Fadista Raquel Tavares atua na Guarda a 3 de fevereiro
Já é conhecida a progra-
mação do Teatro Municipal da
Guarda (TMG) para o primeiro
trimestre de 2018. Das mais de 60
atividades agendadas destaque
para os concertos de Capicua
(19 de janeiro), que atua pela
primeira vez na Guarda, Raquel
Tavares (3 de fevereiro) e Tiago
Bettencourt (23 de março).
O espetáculo “Filho da Treta”
(9 de fevereiro), com José Pedro
Gomes e António Machado, bem
como a música de Mazgani (9 de
março) e a magia de Luís de Ma-
tos (23 de fevereiro) são outras
referências do cartaz do TMG.
Nos próximos meses realiza-se
também a 12ª edição do Síntese
– Ciclo de Música Contemporâ-
nea da Guarda (de 26 de janeiro
a 4 de março) e no teatro estão
programadas representações da
francesa Compagnie Acte2 Théa-
tre (27 de janeiro), e do grupo
Trigo Limpo Teatro ACERT, com
dois espetáculos a 15 de fevereiro
e 3 de março. No primeiro dia de
fevereiro haverá uma novidade
proveniente de Itália, com teatro
cómico dos The Beat Brothers.
Já a galeria de arte do TMG vai
acolher, entre 17 de fevereiro e 14
de abril, uma exposição do artista
plástico Pedro Calapez.
No cinema, continuam os
filmes de autor e destaque para
a extensão do Cine Eco 2017 –
Festival de Cinema Ambiental,
ANO NOVO
Banda da Covilhã dá concerto na Igreja
da Estação
A Banda da Covilhã vai dar
um concerto de Ano Novo no
domingo (17 horas) na Igreja da
Santíssima Trindade (Estação).
A filarmónica será dirigida
pelos maestros Simão Francisco e
Carlos Almeida e interpretará um
repertório que vai das tradicio-
nais melodias de ano novo, como
algumas marchas de J. Strauss
e Radetzky March, e obras de
Beethoven, Mozart, Grieg, Ravel,
Quinta-feira • 11 de janeiro de 2018 • • 15
MÚSICA
A eletrónica de Surma n’A Moagem
A música eletrónica está de seu alter-ego Surma revela uma experiências com os sintetiza-
regresso amanhã à noite (22h30) palete de sons colorida e envol- dores. O concerto está inserido
ao palco d´A Moagem, no Fundão, vente que conquista o ouvido e no ciclo “Sons à Sexta”, que se
ao som de Surma, um projeto de transporta o público para pai- dedica a divulgar as bandas e
Débora Umbelino, artista portu- sagens sónicas exóticas. A sua os projetos nacionais em desta-
guesa em ascensão no universo música explora o cruzamento que no atual panorama musical
DR da música independente. de múltiplos géneros e faz da português, numa organização
Por entre os loops e os sam- eletrónica a sua barca, mas não do município do Fundão em
ples das suas composições, o coloca de parte reinvenções e parceria com a rádio Antena 3.
DR
NOMEAÇÃO
Licenciado pela UBI vai dirigir
Teatro Nacional São João
Pedro Sobrado, licenciado Pedro Sobrado licenciou-se em
em Ciências da Comunicação Ciências da Comunicação na
pela Universidade da Beira In- UBI, tem uma pós-graduação
terior (UBI), deverá ser o novo em Cultura Contemporânea e
presidente do Teatro Nacional Novas Tecnologias e é mestre
São João (TNSJ), no Porto. em Estudos de Teatro. Atual-
O responsável dirigia até mente é também docente de
entre 20 e 24 de março. A Mostra agora o departamento editorial literatura dramática na Uni-
Perfomance, agendada para este do TNSJ, tendo sido escolhido versidade Lusófona do Porto,
sábado, é outra das novidades e pelo secretário de Estado da onde codirige a licenciatura
juntará «oito artistas de várias Cultura, Miguel Honrado, para em Artes Dramáticas – For-
áreas do espetáculo que vão atuar suceder a Francisca Carneiro mação de Atores. Chegou ao
em sítios inusitados» do teatro, Fernandes na presidência do TNSJ em 2000, como assessor
segundo Victor Afonso. Neste conselho de administração da de imprensa, função que de-
trimestre não haverá dança, mas instituição. A decisão deve ser sempenhou até 2006, ano em
o programador do Teatro Muni- oficialmente anunciada este que integrou o departamento
cipal garante que ela estará de mês. Natural do Porto (1976), de Edições.
regresso no seguinte. «Trata-se
de uma programação que não PUB
fica refém da massificação das
propostas comerciais para en-
grossar estatísticas», sublinhou
Victor Afonso, acrescentando que
o objetivo do TMG não é «fazer
uma programação apenas para
encher auditórios». De acordo
com o responsável, a aposta é
«estar atento às propostas menos
comerciais e mais vocacionadas
para um público residual» e o
resultado é uma «programação
que pretende ser divesificada e,
no nosso entender, de qualidade».
Também o vereador Victor
Amaral considera que o TMG
tem «procurado democratizar
as linguagens artísticas para a
diversidade dos públicos», refor-
çando que o espaço é hoje «uma
estrutura âncora» e pretende-se
«cada vez mais integrador, versá-
til e participado». Victor Amaral
acrescentou que, em 2017, o TMG
recebeu 22 mil espectadores e
teve uma receita de cerca de 75
mil euros.
Mussorgsky, Liszt, Tchaikovsky,
entre outros. A banda vai contar
com a participação dos solistas
Óscar Lucas (fliscorne), Pedro
Jacinto (clarinete), Márcio Vicente
(finalista “The Voice Portugal”),
Renato Folgado (piano), Susana
Saraiva (violino) e Carla Fernan-
des (soprano). Com entrada livre,
o concerto é promovido em par-
ceria com a União de Freguesias
de Covilhã e Canhoso.
16 • • Quinta-feira • 11 de janeiro de 2018 Publicidade

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Não hesite, fale com quem sabe. Tenha FÉ:
O Distrital da Iª Divisão da AF Guarda ganhou novo
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ID:1042 T3 Guarda Próximo do Forninho,3 quartos, roupeiros,2wc´s…...330€ Trancoso (na foto) e São Romão acertaram calendá-
ID:0386B T3 Centro Coz. c/ terraço,aquec.central,3 quartos, garagem…..380€ rio a 23 de dezembro e a vitória (2-0) pertenceu à for-
ID:0200 V3 Guarda C/aquec. central, totalmente remodelada,mobilada...400€
mação da “cidade de Bandarra”, que no último domingo
Predial da Guarda, VENDE, ARRENDA E ADMINISTRA IMÓVEIS voltou a ganhar 2-1 na receção ao Gouveia (4º). Estes
desde 1998 – IMOBILIÁRIA DE CONFIANÇA - resultados catapultaram os trancosenses para o segundo
lugar da classificação, a um ponto do líder Figueirense,

VENDE-SE
que empatou 2-2 em casa com o Aguiar da Beira (6º). Na
12ª jornada o Sp. Mêda (3º, em igualdade pontual com
o Gouveia) recebeu e derrotou o Estrela Almeida (13º e
antepenúltimo) por 2-1 e o Manteigas (5º) foi empatar
T3 duplex, usado, 3-3 ao Soito (8º), enquanto o Vila Franca das Naves (11º)
perdeu 2-1 no campo do Vilanovenses (10º). Destaque
sito nos Castelos Velhos, também para a vitória contundente (5-1) do Vila Cortês

VENDE-SE
do Mondego (7º) no dérbi do concelho da Guarda com
Guarda. Guarda Unida Desportiva (último). Por último, o São
Romão (12º) venceu em casa o Sp. Sabugal (9º) por 2-1.
Contacto: 935601979 TÁXI No domingo os dois primeiros têm sortes diferentes,
já que o Trancoso desloca-se a sede do distrito para de-
frontar o Guarda Unida e o Figueirense joga no Sabugal

VENDE-SE Licença/Alvará • Guarda • com o Sporting local. Gouveia-Sp. Mêda, Estrela Almeida-
Soito, Manteigas-São Romão, Aguiar Beira-Vilanovenses
Quinta com Casa e Pinhal, cerca de 12 ha Mercedes Benz C - 2009 • Isenção de cor - Preto e Vila Franca das Naves-Vila Cortês Mondego são as
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da A25 e IP2 • Lageosa do Mondego
Contactos: 966473371 • 271926638 Contacto: 966509363 Celoricense reforça liderança na IIª divisão
PUB PUB O Sp. Celoricense soma e segue do Distrital da IIª
Divisão e no domingo averbou nova vitória, a sexta con-
secutiva, ao ganhar 4-1 no campo do Casal de Cinza (8º e
último classificado). O líder do campeonato conta agora
sete pontos de vantagem sobre o Sp. Vilar Formoso (2º),
que empatou a zero em Foz Côa (3º). Nos outros jogos
Filipe Pinto da sexta jornada o Paços da Serra conseguiu a primeira
Fotojornalista
vitória da época no terreno da ADC Castelos (6º) e dei-
xou o último lugar da geral para o Casal de Cinza. Por
sua vez, Pala (5º) e Freixo de Numão (4º) empataram
Escadas do Quebra Costas, Nº 2 • 6200-170 COVILHÃ
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Data ___/___/______ Assinatura ________________________________________ Numerário

Igor Rodrigues garante
vitória do Sp. Covilhã
em Penafiel
Serranos começaram o ano novo da melhor forma com uma
vitória no difícil reduto do Penafiel, sexto classificado da IIª Liga
Igor Rodrigues esteve em grande na tarde de domingo
O Sp. Covilhã entrou em 2018
com uma vitória importante no
reduto do Penafiel. No domingo,
em jogo da 19ª jornada da IIª Liga,
os comandados de José Augusto
venceram a formação nortenha
por 1-0 num jogo em que Igor
Rodrigues foi determinante.
Os locais sentiram dificul-
dades iniciais para furar o bem
organizado esquema defensivo do
Covilhã, que apostou no contra-
ataque, numa primeira parte
equilibrada em que o primeiro
remate digno desse nome do
Penafiel surgiu, de livre, aos 39’
minutos, por Gleison. Nessa altura
já os serranos venciam graças ao
golo de Fatai aos 7’, que aprovei-
tou um mau alívio da defesa local
para ludibriar o guarda-redes
Identificação:
Nome: ____________________________________________________________________________________________________________________________
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Numerário
AR
Ivo Gonçalves e abrir o marcador.
Não se registaram mais jogadas
de interesse até ao intervalo e no
segundo tempo os penafidelen-
ses surgiram em campo com o
objetivo de marcar e de ganhar,
mas encontraram pela frente
um “grande” Igor Rodrigues.
E também um Covilhã com as
linhas baixas e próximas, muita
solidariedade e algum antijogo
para travar a pressão dos pena-
fidelenses.
Nesta fase foi Gleison que
se destacou nos locais. Aos 55’, o
avançado atirou em jeito de fora
da área para enorme defesa do
guardião visitante, a primeira
de várias até aos 61’, coincidindo
com o melhor período do Penafiel.
Os covilhanenses não conseguiam
Ficha de Jogo
Árbitro: Hélder Malheiro (AF Lisboa)
Árbitros assistentes: Bruno Jesus e
Tiago Rocha
E. 25 de Abril,
Penafiel
Penafiel........................ 0
Ivo Gonçalves, Kalindi, João Paulo, Luís
Pedro, Daniel Martins (Vasco Braga,
67’), Romeu Ribeiro (Caetano, 77’),
Rafa Sousa, Ludovic (Fábio Fortes, 58’),
Gustavo, Gleison e Fábio Abreu
Treinador: Armando Evangelista
Sp. Covilhã................. 1
Igor Rodrigues, João Dias, Zarabi,
Joel, Paulo Henrique, Renato Reis
(Índio, 63’), Diarra, Makouta, Reinildo
Mandava, Adul Seidi (Hudson, 75’) e
Fatai (Raul Almeida, 92’)
Treinador: José Augusto
Golos: Fatai (7’)
Ação disciplinar: Cartão amarelo para
Joel (38’), João Dias (49’), Fatai (49’),
Renato Reis (57’), Luís Pedro (89’) e
Índio (97’)
passar do meio campo e a sua
fortaleza defensiva ameaçava
ruir a qualquer momento, mas o
ferro, em cabeceamento de Fábio
Fortes, e o inevitável Igor Rodri-
gues, a negar sobre a linha de golo
uma nova tentativa do avançado,
conseguiram travar os locais,
que, com o passar dos minutos,
foram perdendo intensidade.
Altura para o Covilhã explorar
o contra-ataque com Reinildo e
Fatai, que podia ter sentenciado
a partida aos 80’, mas, isolado na
direita, o avançado rematou ao
lado. O Penafiel também podia
ter empatado já nos descontos,
mas Fábio Abreu desperdiçou a
oportunidade.
Ao cair do pano os serranos re-
clamaram penálti quando o recém-
entrado Raul Almeida caiu na área
do Penafiel, parecendo derrubado
por Ivo Gonçalves, num lance não
sancionado pelo árbitro.
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Quinta-feira • 11 de janeiro de 2018 •
CAMPEONATO DE PORTUGAL
Fornos de Algodres cada vez mais último
Está concluída a primeira
volta do Campeonato de Portugal
e o Fornos de Algodres somou
nova derrota no domingo.
O cada vez mais lanterna ver-
melha da série C, com 13 derrotas
e dois empates nos 15 jogos dis-
putados, perdeu no Municipal da
Serra da Esgalhada por 3-1 com
o Sertanense e inicia a derradeira
fase da prova a oito pontos de
distância do penúltimo classifi-
cado, o Ferreira de Aves. Na 15ª
jornada, o Fornos marcou cedo,
aos 9’, por Rodrigo, mas a forma-
ção do distrito de Castelo Branco
MARCHA
Boa prestação dos atletas da região no Nacional
Os atletas da região tiveram
uma boa prestação no Nacional
de Marcha que se realizou no
domingo em Porto de Mós.
O grande destaque vai para
o título conquistado pelo juvenil
João Bernardo (Penta Clube da
Covilhã) nos 5 quilómetros com
a marca de 24m20s. Já na prova
masculina dos 35 quilómetros
Rui Coelho e Pedro Martins,
ambos do CA Seia, terminaram
na quinta e sexta posição, res-
petivamente, com os tempos
de 2h57m15s e 3h02m26s. O
colega de equipa Luís Bidarra
foi 14º e contribuiu para o
segundo lugar coletivo do CA
Seia. A prova foi ganha por João
Vieira (Benfica) com o tempo
de 2h38m18s, a melhor marca
portuguesa de todos os tempos
na distância. Nos 50 quilóme-
tros Amaro Teixeira (CA Seia)
TODO-O-TERRENO
Apendicite impediu Mário Patrão de participar
no Rali Dakar
Uma intervenção cirúrgica
de urgência devido a uma apendi-
cite impediu Mário Patrão (KTM)
de participar pela sexta vez con-
secutiva no Rali Dakar 2018, que
está a decorrer na América do Sul.
O piloto de Paranhos da Beira
estava preparado para partir para
o Peru, onde começou, no sábado,
a mais exigente prova de todo-o-
terreno do mundo, mas na tarde
do último dia do ano deu entrada
no hospital de Seia com uma forte
Cupão de Assinatura
NACIONAL (Anual (25e)............ .
ESTRANGEIRO (Anual (30e).....
• 17
empatou no minuto seguinte. O
Sertanense, que ocupa o quarto
lugar da geral, sentenciou a par-
tida ainda antes do intervalo ao
marcar novamente aos 23’ e 40’,
tendo a segunda parte decorrido
sem grandes jogadas de interesse.
O Fornos alinhou com Mathew,
Paulinho, Miguel, Rui Lopes, Ma-
laine, Márcio (Ésio, 65’), Gustavo,
Bruno Costa, Francisco, Rodrigo
(Ruben, 45’) e Fábio Matos. No
domingo, a equipa do distrito da
Guarda recebe o Mortágua no
primeiro jogo da segunda volta
do campeonato.
e Pedro Santos (Maratona Vila
Chã, Seia) não terminaram. Nos
juniores femininos destaque
para o terceiro lugar de Joana
Matos (Leões da Fronteira, Vi-
lar Formoso) que terminou os
10 quilómetros em 1h01m52s,
mais de nove minutos que a ven-
cedora Joana Pontes (GA Casais
do Vento). Por sua vez, a covi-
lhanense Inês Reis, contratada
este ano pelo Sporting, desistiu.
Nos masculinos, Daniel
Gouveia (CA Seia) também
foi terceiro com a marca de
49m28s, a mais de quatro minu-
tos do campeão Paulo Martins
(Sporting). Na distância dos 15
quilómetros, o sub-23 Francisco
Serra (Leões da Floresta, Covi-
lhã) não terminou, enquanto
nos 5 quilómetros a colega de
equipa Margarida Sá (juvenil)
foi vice-campeã em 30m10s.
dor abdominal. Mário Patrão foi
transferido de imediato para o
Hospital de Viseu, onde lhe foi
diagnosticada uma perfuração no
intestino e teve que ser operado
de urgência. Na edição de 2017, o
pluricampeão nacional de todo-o-
terreno terminou na 20ª posição
após uma preparação bastante
condicionada pelas lesões. No ano
anterior, o piloto da KTM tinha
ganho a categoria Maratona e
terminado no 13º lugar da geral.
18 • • Quinta-feira • 11 de janeiro de 2018
crónicaPOLÍTICA
Jorge Noutel *
O carteiro já não
toca duas vezes
Tempos houve em que os carteiros eram uma espécie
de confidentes dos destinatários das cartas. Quantos deles
não liam a missiva que chegava da França, da Alemanha
ou da Suíça, com notícias que demoravam uma eternidade
a chegar! Também liam os aerogramas dos soldados das
campanhas ultramarinas, e muitos pedidos de casamento e
declarações de amor passaram primeiro pelos olhos do car-
teiro do que pelos ouvidos da noiva. Levavam as novidades
aos lugarejos mais distantes e isolados de um país triste e
amargurado, num tempo em que não havia televisão ou não
se liam jornais. Ou nem sequer se sabia ler…
De bicicleta ou a pé, calcorreavam caminhos e lavra-
vam as almas e os estados de espírito, desempenhando
um papel tão importante no equilíbrio social como o do
barbeiro, do endireita, do vedor, da parteira ou do padre.
Na volta, amanhavam-se à pressa umas letras, poucas,
pejadas de saudades, que eram assim devolvidas ao car-
teiro para serem levadas a quem mais se desejava. Mais
tarde, começaram a usar a moto. Era mais cómodo e rá-
pido, mas o carteiro já não chegava a todos os lugarejos.
E mais tarde ainda, porque tempo é dinheiro, o contacto
com as pessoas começou a perder-se. O correio passou a
ser deixado numa das tabernas da aldeia, e quem quisesse
ia depois por lá para ver se havia carta. Reduziram-se
assim as conversas e partilhas de sentimentos dos que
ficaram e dos que traziam as saudades.
Para baralhar tudo, os carteiros começaram a trazer,
uma vez por mês, a “cartita”, a tal que carreava o dinheiro
da reforma! Já não era só o destinatário a ficar em palpos-
de-aranha. Era essa carta que sustentava a mercearia, a
farmácia, o talho e outros pequenos comércios aonde tudo
se vendia fiado! O carteiro passou a simbolizar a angústia,
e se falhasse havia todo um mundo que desabava a direito.
Hoje, tudo mudou. Para começar, mudaram os cartei-
ros. Ou antes, mudam quase todos os meses. No espaço de
um ano já conheci uma meia dúzia na minha rua! Com eles,
mudou também o local de entrega das cartas. Eu recebo as
dos vizinhos na mesma proporção em que eles recebem
as minhas. O importante é cada um de nós saber quem é o
outro que lhe calha na rifa da troca…
Depois, mudou a própria correspondência. Fiquei a
saber que tenho familiares chamados Intermarché, Conti-
nente, Lidl, Pão-de Açúcar, etc. Uma infinidade de relações
que só serve para me atulhar a caixa do correio e acender
a lareira no inverno!
Mais tarde, o carteiro passou a ser eletrónico. Desde as
finanças ao meu banco, passando pelo meu patrão, não há
gato-pingado que não me entre pela casa adentro enquanto
escrevo esta crónica! E pior, sou sistemática e fatalmente
atraiçoado por um sinal de que a mensagem foi recebida.
Não há convenientes extravios possíveis!
Antigamente, se eu não gostasse do carteiro, soltava-
lhe o cão. O cão, agora, parece que somos nós. Ou, melhor
dito, com todas estas manias dos tempos modernos, pode
dizer-se que nos enfiaram o cão! Aquilo que era um serviço
público já mete vendas de livros foleiros, bijutarias pimba e
outras inutilidades a granel. Não me admirava nada que um
dia destes, os bancos, para se vingarem, também comecem
a vender envelopes e cola para selos e a transportar enco-
mendas dos seus clientes.
O carteiro, que antigamente era uma espécie de em-
pregado de todos nós, agora passou a ser subordinado de
uns tipos que se chamam acionistas. Se a moda pega, já
estou a ver o padre a fazer confissões pela net ou os noivos
a casarem sem sequer saírem de casa. E desenganem-se
aqueles que se babaram um dia a verem umas cenas da-
quele filme em que o Jack Nicholson e a Jessica Lange nos
mostravam de forma suada como é que se faz. Os carteiros
tornaram-se em improváveis personagens cinematográficas,
de tão dispensável que é já a sua existência. É caso para se
dizer que vale mais um SMS na mão do que dois carteiros
na minha rua. Ou três…
agoradigoEU
opinião
Albino Bárbara
1 – Nestas eleições autárquicas ficou provado que o
cheiro a poder, a promessa fácil e a predisposição para
seguir os pretensos vencedores foi a escolha (quase)
infalível para atingir os determinados fins de alguns dos
agora eleitos.
Foram instalados os órgãos autárquicos e logo na
primeira Assembleia Municipal, onde se discutiu o tal or-
çamento para 2018, houve quem desse o dito por não dito
e, claro está, qual ética, qual carapuça. É o virar pró lado
do poder, sem qualquer vergonha ou decoro, o assunto está
automaticamente resolvido, pelo menos por estes quatro
anos, parecendo mesmo que levavam estudada aquela lição
ministrada, nessa bíblia para políticos medíocres, seguindo
o exemplo daquele que foi o mais ordinário, oportunista e
deplorável de todos eles: José Fouché.
Neste exemplo típico de personagens menores, de uma
qualquer escola cínica, nessa espera calculada no tempo,
parece terem ficado à espera da primeira oportunidade para
serem comprados nesse escaparate onde a venda é feita
pelo mais baixo preço, residindo aí o único mérito eviden-
te, realçado de forma completamente hipócrita pelo mais
alto detentor do poder. E se antes do ato eleitoral alguns
assumiram o papel de travecas, os agora vendidos estarão
quatro anos na mó de cima, ficando, todos nós a aguardar
o salto (ideológico) nesse funcionamento obsceno de quem
já se encontra à venda para o próximo leilão.
2 – Noutro tabuleiro joga-se a eleição do líder laranja,
naquilo que será a pós austeridade coelhista. Os agora
candidatos estão cheios de pecados mortais.
Um, metido até às orelhas nos meandros do poder, pede
desculpa por tudo e por nada e por todos os golpes, ódios,
mentiras, traições, contradições, insultos e, claro está, por
todas as trapalhadas onde esteve metido.
opinião
José Carlos Lopes
Domingo, 7 de janeiro. Não cedo à tentação de ficar na
cama e levanto-me para ir pedalar. Está um frio de rachar
com um vento desagradável. Sei que o Sérgio vai tentar um
“trail” ao ponto mais alto de Portugal continental saindo
da Guarda. Pretendo ir dar força a este amigo e aproveitar
para queimar o resto das filhoses e rabanadas. À hora a
que me levanto já eles estão a correr há duas horas. Deixo
o carro no alto de Famalicão e inicio de bicicleta a subida
íngreme em terra que me levará à quinta do Fragusto. Não
se vê vivalma e no chão gelado não há marca da passagem
dos meus amigos. Espero que o vento abrande, pois o frio
já estou a ver que não. Chegado ao Fragusto vislumbro lá
no alto um todo-o-terreno e umas silhuetas a pé. Serão
eles? Tenho a resposta pouco depois do alto da Asinha, aos
1.200 m de altitude, quando o Pedro, fotógrafo oficial destas
maluquices, passa por mim. O “RealFeel” no Garmin indica
3,4 negativos. Grande festa no alto do Sameiro quando os
sete corredores aparecem da esquerda e se reúnem comigo
e com outros amigos nos veículos de apoio. Lá as bebidas
quentes e a comida energética renovam-lhes o ânimo.
A região da Guarda é privilegiada pela natureza. Ter a
serra aqui à mão, poder usufruir dela com a maior facilidade
e ser brindado com um espetáculo de neve, como aconteceu
hoje, é fantástico – para quem aprecia estas coisas, claro.
Para muita gente isto de puxar pelo corpo só porque sim é
coisa de gente insana. Mas desconhecem que todo o exer-
cício físico tem o objetivo de testar as capacidades físicas
e, acima de tudo, as capacidades de resistência psicológica,
mas também é fonte de bem-estar. Quando praticado em
comunhão com a natureza tem o efeito de religação com
ela, ou seja, é uma forma de religião saudável.
Cumprimentados todos e trocadas umas palavras de
ânimo resolvo tentar a subida ao vale do Rossim. A tem-
peratura continua negativa, mas o vento dá umas tréguas.
Aquela subida para a Pousada de S. Lourenço é uma parede
e tanto. Campo Romão, um planalto cultivado próximo da
E a saga continua…
O outro, depois de desafiado inúmeras vezes, sempre
optou por não dar a cara, por se esconder atrás de todos
os escondidos, surgindo neste momento (qual Fénix renas-
cida) como salvador de uma pátria em perfeita decadência,
parecendo mesmo o apanhador de todos os cacos.
O PSD não percebe que o mundo pula e avança e seja
qual for o líder, o laranjal fica extremamente mal servido.
A aposta em alguém que viesse das bases (sem pecados
venais) seria importantíssimo e os laranjinhas (com espaço
político extremamente reduzido por cá e na Europa) pode-
riam fazer outro e melhor tipo de aposta para o futuro, tendo
em conta que do outro lado está um político hábil, esperto
e inteligente. O PSD prepara-se assim para iniciar aquilo
que vai ser uma enorme travessia do deserto.
3 – Sou daqueles qua acham que não há democracia
sem partidos. Sou daqueles que acham que os partidos
devem ser financiados, essencialmente, pelo erário público.
Sou daqueles que acham que os partidos devem apresentar
todas as contas. Sou daqueles que acham que os partidos
devem transmitir princípios, valores, ideias, com toda a
transparência e integridade. Sou daqueles que acham que
os partidos são um pouco mais que o porto de abrigo para
“boy’s” e “girl’s”. Sou daqueles que acham que os partidos
devem apresentar as suas propostas legislativas, deixando de
lado a manhosice chica-esperta do tal gato escondido, onde
o rabo fica sempre de fora. Finalmente, sou daqueles que
acham que os partidos não devem ser promotores da imagem
popularíssima do atual habitante do palácio “pink”, o tal que só
aplica argumentos próximos de um tal Monsieur de La Palisse.
A democracia tem regras e tem riscos, mas ainda assim
é o melhor regime que se conhece. Neste cantinho à beira
mar plantado é bom, é salutar e extremamente importante
que os partidos políticos tenham tudo isto em conta.
Abaixo de zero
pousada, é um patamar de descanso com vista privilegiada
para o maciço central. Ponho o pé no betuminoso na curva
a 180 graus da pousada. Dali às Penhas Douradas ainda
se sobe mais de uma centena de metros até aos 1.400. O
sol faz uma graça e desponta por entre as nuvens o tempo
suficiente para me arrancar às garras do gelo. Já estou perto
do meu porto seguro, o comércio do Ti Branquinho junto
ao cruzamento para o vale do Rossim.
A paisagem mudou e agora o negro domina. As garras
do cataclísmico incêndio de 15 de outubro também chega-
ram ali. Por momentos questiono-me se não terão ardido
também os comércios que ali se encontram. Felizmente
não. Os meus amigos Roberto e Judite, lá estão mais uma
vez para me animar com a sua companhia, o calor da sua
salamandra a lenha e uma fantástica sandes de queijo e
presunto em pão do Sabugueiro acompanhada de um café.
É quase miraculoso ter um local assim nesta parte da serra
esquecida. Aos anos que lutam por lhes deixarem fazer umas
instalações mais condignas, mas esbarram sempre nos
burocratas de Lisboa e no espartilho das regras do Parque
Natural. Depois de secar a roupa, reanimado pelo calor e
pelas calorias, despeço-me deles e enceto o regresso sob
flocos de neve puxados pelo vento. Uma experiência mági-
ca. Eu, a máquina e um massajar gelado de flocos que me
envolvem e dissimulam na paisagem. Somos um só. Estão
4,2 graus negativos mas eu estou bem quente. Os jornais
dobrados que trago junto ao peito isolam-me de todo este
frio. Nos próximos 20 km vou estar só eu e a natureza, numa
paz que não consigo explicar, uma felicidade quase pueril.
Às vezes é preciso tão pouco.
Finalmente chego ao carro. Mudo urgentemente de
roupa. Arrumo a bicicleta e refastelo-me, no conforto do
ar condicionado, ao volante de outra máquina, esta sim, irá
puxar por mim e levar-me ao conforto dum banho quente
e do sofá lá de casa, nos antípodas das temperaturas da
minha jornada.

opinião
Comece o ano a cuidar de si!
Joana Dente*
Durante a minha estada
no Paquistão decidi trans-
formar-me numa eficiente
agente infiltrada e trazer na
mala alguns segredos de
saúde e beleza que gostava
de partilhar consigo.
Anteriormente tinha referido que o aspeto saudá-
vel da pele, dos cabelos e, no geral, a energia e boa
disposição das pessoas com quem me cruzei por lá
me deixou não só estupefacta, mas também curiosa
e até um pedacinho invejosa – confesso!
Como poderá comprovar de seguida, os trata-
mentos que muitas mulheres me foram relatando
repetidamente e que fazem mesmo milagres – que eu
não só vi, como experimentei alguns deles – têm um
custo muito reduzido e os ingredientes são naturais
e muito fáceis de conseguir, até mesmo sem ter de ir
ao supermercado, pois na sua essência apenas são
necessárias coisas que temos habitualmente em casa.
Para que a informação fosse pormenorizada e
fidedigna, conversei com Surriyya Wahid (na foto),
uma verdadeira sábia nestas matérias. Herbalista a
viver desde sempre em Islamabad, disse-me repeti-
damente que estes truques são tão úteis para homens
quanto para mulheres.
Estimular o bem-estar e a imunidade (ao mesmo
tempo que ajuda na perda de peso)
Ferva 500 ml de água e coloque uma saqueta
de chá verde (pode optar por uma saqueta de chá de
menta ou mesmo por misturar as duas); adicione duas
sementes de cardamomo, um pau de canela, uma pita-
da de feno-grego e mel a gosto. Vá bebendo ao longo
do dia e reforce em caso de ter dores de garganta.
Cabelo saudável, brilhante e longo
Misture 20 ml de óleo de coco, de óleo de amên-
doa, de óleo de abóbora, de azeite e de óleo de ovo
(opcional); aqueça ligeiramente o preparado e aplique
na raiz dos cabelos massajando suavemente com os
dedos; aguarde cerca de duas horas (para que a pene-
tração dos óleos seja mais eficiente, pode colocar uma
toca de banho); e, por fim, lave com água abundante
e com o champô que usa regularmente.
Diminuir a aparência de poros no rosto
Com uma colher remova a parte de dentro da
casca da banana, misture-lhe meia colher de café de
açafrão em pó e uma pitada de bicarbonato de sódio;
aguarde até que a mistura mude de cor e aplique-a na
zona em que os seus poros são mais proeminentes;
depois de secar, remova com água. A sua pele ficará
com um tom amarelado, mas que facilmente desa-
parece depois de lhe passar um disco de algodão
embebido em leite.
(Enquanto espera, aproveite para comer a banana,
que só faz bem!)
Combater linhas finas e rugas
Misturar uma colher de café de azeite, uma de
óleo de amêndoa e duas borrifadelas de água de rosas
(opcional); à noite, antes de se deitar, aplique à volta
dos olhos e onde tiver rugas.
Sérum rejuvenescedor
Garantiram-me que estes são os principais in-
gredientes usados por muitas marcas de renome nos
Diretor e Editor: Luís Baptista-Martins
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Quinta-feira • 11 de janeiro de 2018 • • 19
DR
ESPAÇO
PÚBLICO DO LEITOR
O mangas-de-alpaca
O PSD vai a votos em eleições diretas entre militantes. Finalmente! A
campanha longa não deu para muito. Mas deu para perceber que nenhum
do dois candidatos a liderar o maior partido português têm ideias novas
para Portugal. A suposta falta de credibilidade de Santana Lopes foi o
argumento mais forte contra o regresso do antigo primeiro-ministro.
(…) Santana Lopes deixou que sobre ele se abatesse o anátema da falta
de credibilidade e das trapalhadas, que de serem tão importantes para a
nação até Rui Rio já esqueceu.
(…) Rui Rio apareceu como um credível contabilista que vai pôr as
contas em dia do país de Centeno, o ministro que vai mandar no Euro.
(…) Mas se o antigo presidente do Sporting e ex-primeiro-ministro será
sempre recordado por ser noctívago e pela “má moeda” (…), o antigo
presidente da Câmara do Porto nunca será esquecido pela guerra que
moveu a Pinto da Costa e ao FCP. E também ficará para os anais do pro-
vincianismo torpe e a rigidez mental mais obtusa pela sua perseguição à
Cultura no Porto e pela tentativa de destruição das artes performativas.
No final dos pouco esclarecedores debates entre Santana e Rio (…)
os portugueses ficaram com dúvidas se o vencedor foi Costa ou Cristas.
Mas os militantes do PSD perceberam que Santana pode não aportar nada
de novo, mas tem uma auréola que atrai, enquanto Rui Rio, com toda a
sua credibilidade e seriedade, tem um atavismo e provincianismo pouco
entusiasmante. Os militantes do PSD querem regressar ao poder já em
2019 e para isso deverão preferir Santana mesmo que o país precise mais
de um mangas-de-alpaca para cumprir as regras do Euro.
Leitor devidamente identificado
seus séruns, mas com o benefício de não conterem
quaisquer aditivos. Triture um pepino descascado
juntamente com um cacho médio de uvas sem grainha; O INTERIOR errou
extraia o sumo e passe a aplicar diariamente três a Na última edição de O IN- PSD dois.
quatro borrifadelas no rosto de manhã e à noite. TERIOR, na notícia com o título Na verdade, os centristas
“Orçamento da Câmara da Mêda elegeram dois representantes
Tratamento completo de vitamina C para a pele aprovado com apenas dois votos no executivo medense e os
Descascar um pepino e triturá-lo juntamente com favoráveis”, foi erradamente sociais-democratas apenas um.
uma maçã e uma laranja (ambos os frutos com casca, mencionado que o CDS-PP tem Pelo erro, as nossas desculpas
retirando-lhes apenas os caroços); colocar a mistura apenas um vereador eleito e o aos visados e aos leitores.
numa cuvete de gelo e levar ao congelador.
De cada vez que pretender fazer o tratamento,
deve semidescongelar, ao natural, três cubos e mis-
turar-lhes algumas gotas de água de rosas. Com esta
mistura ainda bem fresca, deve massajar gentilmente
o rosto de baixo para cima de forma que a vitamina
C penetre na pele e que a suave massagem funcione
como um autêntico lifting.
Depois de lavar o rosto, deve adicionar ao
preparado que sobrou uma colher de farinha e,
com parte dele, esfoliar a pele removendo assim
células mortas; lave pela segunda vez o rosto; e,
como último passo, adicione ao que sobejou uma
colher de chá de mel e outra de água, e, depois de
tudo bem misturado, aplique essa pasta no rosto
até secar, funcionando assim como uma máscara
muito nutritiva. Lave a cara uma última vez, coloque
um creme hidratante e pode facilmente comprovar
ao espelho que a pele ganhou um ar mais fresco
e saudável.
Participe no espaço
Note que, na sua essência, estes tratamentos,
para que surtam efeito, devem ser repetidos pelo do leitor.
menos uma vez por semana e, atendendo a que se
usam exclusivamente produtos naturais, podem ser
protelados pelo tempo sem qualquer inconveniente, Diga de sua justiça.
antes pelo contrário.
Cuide-se muito!
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Jurista / Makeup Artist / Fashion Stylist

20 • • Quinta-feira • 11 de janeiro de 2018
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BEIRAS E SERRA DA ESTRELA
Quem será o próximo presidente?
A Comunidade Intermunici-
pal das Beiras e Serra da Estrela
(CIMBSE) inicia na terça-feira
um novo ciclo e um dos temas
em agenda é a escolha do novo
presidente da entidade que con-
grega 15 concelhos do distrito
da Guarda e Cova da Beira.
O PS está em maioria no
Conselho Intermunicipal, forma-
do pelos presidentes de Câmara,
com nove elementos, contra sete
do PSD – que tem vantagem na
Assembleia Intermunicipal gra-
ças ao número de votos obtido
nas últimas autárquicas –, pelo
que muitos autarcas veem com
bons olhos que a CIMBSE seja
presidida por um socialista.
O INTERIOR apurou que há
AAUBI
Nova direção já tomou posse
Foram empossados na se-
gunda-feira os novos órgãos
da Associação Académica da
Universidade da Beira Interior
(AAUBI), eleitos a 14 de de-
zembro.
Afonso Gomes, estudante
de Mestrado em Ciência Política,
assume a presidência e conta
com Joana Rodrigues (Mestrado
em Bioengenharia) na Assem-
bleia Geral de Estudantes e
Ricardo Mesquita (licenciatura
em Engenharia Eletrotécnica e
de Computadores) no Conselho
Fiscal. Na cerimónia, o novo
dirigente estudantil destacou
o facto do último ato eleitoral
ter sido «o mais concorrido de
FOTOLEGENDA
Crianças cantaram as janeiras
a O INTERIOR
Com coroas na cabeça, as
crianças da EB1 da Estação e do
jardim-de-infância da Guarda-
Gare visitaram O INTERIOR, na
segunda-feira, e encantaram
também cada vez mais adeptos
de que o próximo presidente
seja oriundo dos municípios
da antiga NUTIII Beira Interior
Norte, que está representada
em larga maioria. «Acho natural
que assim seja, isto sem querer
alimentar uma guerra entre a
Beira Alta e a Beira Baixa. Pa-
rece-me o ideal da rotatividade,
que chegou a altura deste lado
da CIM assumir funções depois
dos autarcas da Cova da Beira
[Covilhã e Fundão]. Mas tem que
haver uma concertação entre to-
dos», admite um dos eleitos, que
pediu para não ser identificado.
Contudo, caso não haja
acordo, o sucessor de Paulo
Fernandes na presidência da
sempre», com 2.256 estudantes
a votarem, no que considerou
um momento «ímpar na história
da Associação Académica e um
virar de página na aproximação
dos estudantes aos seus repre-
sentantes». O presidente da
Associação Académica acredita
que «fizemos com que os estu-
dantes voltassem a demonstrar
a sua força, que veio para ficar».
A situação de subfinanciamen-
to que a UBI enfrenta não foi
esquecida por Afonso Gomes,
para quem «lutar contra o subfi-
nanciamento é lutar contra a
desertificação e despovoamen-
to». Nesse sentido, anunciou
que irá «submeter uma moção
SG
ao cantar o tema “Natal dos
Simples”, de Zeca Afonso. O
INTERIOR agradece a visita e
retribui votos de sucesso para
estes pequenos reis magos.
opinião
CIMBSE poderá ser o presidente
de Câmara mais velho, de acordo
com a jurisprudência existente
nesta matéria e já aplicada numa
Comunidade Intermunicipal
próxima. Se isso acontecer, a
escolha recairá sobre António
Dias Rocha, que tem 66 anos.
Se o edil de Belmonte não acei-
tar o cargo, poderá ser Álvaro
Amaro, autarca da Guarda, que
conta 64 anos. De acordo com
este critério, a terceira opção é
António Robalo, presidente da
Câmara do Sabugal, de 60 anos.
Segundo apurou O INTERIOR, a
permanência da sede na Guarda
já estará ultrapassada porque a
cidade mais alta está no centro
da CIMBSE.
ao próximo Encontro Nacional
de Dirigentes Associativos, que
orgulhosamente recebemos na
Covilhã e terá centenas de estu-
dantes de todo o país».
bilhete postal
O David e a Silvana dcabrita@iol.pt
Diogo Cabrita
A canção que descrevo é um pedaço de sertão onde uma
mulher madura levou o marido ao médico. Foram a pé. Ele
coxeava, ela mal via, mas entre os olhos de um e as pernas
do outro chegaram lá, onde ela contou porque vieram sós.
Fizeram cinco amores mas o primeiro afogou-se em bebidas
com fantasia. O seguinte nunca gostou do trabalho e foi-se
arrastando aqui e ali. Sabia de peditórios. Exímio em trafulhices
subsídios e apoios sociais. Do terceiro não sabia se vivo ou
morto. A quarta estava operada e logo das duas mãos. Porque
se operam as duas mãos? Fica-se sem autonomia para limpar
o rabo ou conduzir ou levar o pai à consulta. O quinto era
mais doente que os pais. Silvina levou o David e assim são
sete dentro de dois. Sete pessoas que são afinal só dois olhos
e duas pernas boas. Silvina consegue pouco do muito que se
empertiga. Quer as certidões e os apoios. O David Rosa tem
uma reforma que reparte por sete mas conta para benefícios
dividida por dois. São oitenta e um anos de insatisfação. A
reforma é maior que a miséria de todos se fosse para um e
por isso não dá transportes nem subsídios, nem ajudas. Ela é
cega porque se operou no Hospital grande e perdeu o melhor
olho numa cirurgia inexperiente. Agora sobra-lhe o que via
pior. Sobra de menos. David esteve em França onde nunca
falou francês. Aleijou-se e veio com as dores, as feridas e uma
reforma para Pedrogão. Dista 70 quilómetros dos Covões, onde
se devia tratar e não pode porque os transportes levam-lhe
a comida. Não pode alimentar os outros cinco de gasolina.
Vieram os fogos que lhe comeram esturradas as galinhas.
Porra! “Pão de pobre cai sempre com a manteiga para baixo”.
Não choram. Os dois fazem um protesto azedo mas baixo, sem
erguer a voz, sem gestos exacerbados. Cansaram de acreditar
e não sabem que isto se chama desesperança.
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