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FUNDAÇÃO E CRIAÇÃO
Nos idos de 1672, freis franciscanos de nomes Paulo e Jacques
fundaram em terras de Cachoeiro, na margem direita do Rio Muriaé,
o primeiro agrupamento indígena.
Nessa região habitavam os índios Puris, remanescentes da nação
Goytacá que havia sido perseguida pelos portugueses e índios
Tamoios e teriam escapado em migrações sucessivas através do Rio
Muriaé.
Mais mesmo com todo o empenho de seus fundadores a aldeia não
foi á frente. Por causa de uma epidemia de febre o aldeamento foi
praticamente dizimado e os seus habitantes se espalharam pelo
leste dessa mesma região.
Registra-se em um segundo momento, em fins de 1700, mais de 20
engenhos já haviam se instalado em Cachoeiras do Muriaé (nome
pelo qual era denominado o atual município de Cardoso Moreira
naquela época). Estes engenhos realizavam moagem de cana de
açúcar, beneficiamento de açúcar e aguardente.
As fazendas mais importantes foram: Outeiro, da família Peixoto;
Santana, da família Saturnino Braga; Santa Rosa, de Paulo Viana;
Pau Brasil, de Ribeiro Rocha; São José, do Barão da lagoa Dourada,
Santa Helena, do Comendador José Cardoso Moreira e Cachoeiras
do Muriaé, do Comendador Antônio José Ferreira Martins. O apogeu
destas terras foi por volta de 1870. Na época foram construídos
ricamente vários solares nas propriedades citadas.
Estes fazendeiros precisavam de um meio de escoar sua produção.
Desde modo se organizaram para a construção de um ramal da
estrada de ferro Campos/Carangola, que na realidade seu trajeto ia
até Porciúncula..
Antes este escoamento era realizado através de barcas pelos rios
Paraíba e Muriaé.
Existiam trapiches localizados ao longo das margens dos rios, onde
tropas de animais de carga traziam produtos de Minas Gerais.
Houve também a Companhia União Campista Fidelense que
construiu embarcações a vapor para serem transportadas
mercadorias. Estas embarcações foram denominadas: Muriaé,
Cachoeiro e União.
O Comendador José Cardoso Moreira, além de ter feito grandes
investimentos em suas terras, fez também como era de costume na
época, diversas contribuições para beneficiar a localidade, tornando-
se grande acionista da estrada de ferro. Devido, provavelmente, ao
volume de seus investimentos, a estação local acabou recebendo
seu nome e mais tarde se transformou no nome da cidade.
INAUGURAÇÃO DA ESTRADA FÉRREA
A estação foi inaugurada no dia 24 de novembro do ano de 1878, e
teve a presença ilustre do então Imperador D.PedroII e sua filha a
Princesa Isabel.
Consta que o Imperador teria se deslocado com sua comitiva, após a
solenidade de inauguração, até a margem do Rio Muriaé e teria
ficado a contemplar o panorama das águas do Cachoeiro.
TRANSFORMAÇÃO VILA A DISTRITO
Em 31/12/1943 passou a Vila ser Distrito. Enquanto Vila, sua sede
ficava em um povoamento chamado Taquarassu, depois
denominado Trapiche. (Freguesia de Cachoeiro de Muriaé – Lei
Provincial 06/11/1873).
Cardoso Moreira, como o 15° Distrito de Campos dos Goytacazes,
foi criado pela lei provincial n°561 de 24 de novembro de 1902.
O POVOAMENTO DA VILA POR JOVENS EMPREENDEDORES
Em 1920 chegou a Cardoso Moreira o Jovem Antônio Salgueiro
Júnior, através dele teve início o povoamento do Distrito, através do
loteamento da fazenda da família Perlingeiro. A família Perlingeiro
autorizou o empreendedor retalhar suas terras e vendê-las sob
comissão. Salgueiro assim o fez, vendendo as terras e dando prazo
aos seus compradores. Para organizar o loteamento o Coronel
trouxe do Rio de Janeiro um engenheiro por este motivo até os dias
atuais pode constatar que as ruas de Cardoso Moreira foram
cuidadosamente projetadas.
Do outro lado do rio, onde é atualmente o bairro denominado
Cachoeiro, o senhor Vicente Maiolino foi o responsável pelo
desenvolvimento do povoado.
Outro nome que merece destaque na fundação de Cardoso Moreira
foi Joel Reis, homem que realizou diversos benefícios para a Vila.
Chegando a colocar água encanada por sua conta nas residências,
cobrando uma pequena taxa. Este importante serviço serviu para
que anos mais tarde o Poder público encapasse o serviço de água.
Em 1931, no dia 12 de junho, chegou a Cardoso Moreira o senhor
Antônio Pinto, nomeado escrivão de Paz, do então 15° Distrito de
Campos dos Goytacazes, que tinha sede em Cardoso Moreira.
A primeira ponte começou a ser construída sobre o Rio Muriaé em
25 de outubro de 1945, idealizado pelo jovem engenheiro carioca
Haroldo Joppert. O engenheiro começou a construção com seus
próprios recursos. Edificando seus pilares e as cabeceiras.
A ponte só foi concluída e inaugurada pelo Prefeito de Campos dos
Goytacazes, Dr.Salo Brand, em 24 de agosto de 1947. Na época
Cardoso Moreira já era o 14°Distrito de Campos dos Goytacazes.
Em 1949 já contando com 1450 propriedades rurais, produzia-se
uma grande quantidade de café, arroz e milho.
Emancipação
Em 1951 foi criada a primeira Comissão de Emancipação que
contava com o apoio de diversos fazendeiros e comerciantes. Entre
eles destacamos: Cel. Francisco Augusto Dantas Carneiro, Antônio
Pinto, Joel Reis, da família Assed os senhores Salim; Badia; Ibrahim;
Nacib e José, e o grande incentivador do movimento Antônio Ferreira
de Medeiros, o Carneiro Gordo.
Em 1986 um novo Movimento Emancipacionista teve início,
novamente, já que o sonho de liberdade ficou aguçado após
presenciar as mudanças realizadas no já criado município vizinho de
Italva.
Uma comissão Pró-Emancipacionista constituída por Orlando
Machado, Juarez Gomes Figueiredo, Jomar Suisso Antunes, Manoel
Ferreira Coutinho, Joel Flores Fiúza(Joel Brasileiro),Aílton Nunes
Guimarães, João José Privatti, Walter Weber Nunes, Irineu Dias da
Silva e a professora Joanilce Antunes Almeida, que corrigia e
auxiliava na elaboração dos manifestos e folhetos a serem
distribuídos relativos à emancipação.
Outros nomes devem ser citados e reconhecidos como importantes
na contribuição que deram cada um em sua área em prol da
Emancipação. Estes homens e mulheres são: Eliel Almeida Ribeiro,
Renato Jacinto da Silva, Norma e Marcelo Ribeiro Duarte, Arecildes
Marques, Edvar Araújo, José Augusto Guimarães, José Jorge Brito,
Josely da Silva Alves, Domingos Espanhol, Jaime Papaléus, Porfírio,
Oswaldo Fernandes Genásio, Vera e José Tardivo.
No dia 31 de julho do ano de 1988, enfim ocorreu o tão sonhado
Plebiscito de Cardoso Moreira, mais lembrado como o “Dia do Sim”.
A Emancipação Política e Administrativa veio através da assinatura
do então Governador do Estado do Rio de Janeiro Antônio
Wellington Moreira Franco, que assinou a Lei n°1577 no Coreto da
Praça Ibrahim Assed, em um domingo, dia 30 de novembro de 1989.
Após a tão sonhada liberdade toda a comunidade do novo Município
de Cardoso Moreira se confraternizou em um churrasco servido
pelos funcionários do Colégio Estadual Baltazar Carneiro,
patrocinado por vários comerciantes, fazendeiros e amigos de
Cardoso Moreira.
Também pertencente ao município de Campos dos Goytacazes, o
vizinho distrito de Italva se transforma em município. Tendo
presenciado o desenvolvimento propiciado pela autonomia de seu
antigo distrito limítrofe surge, em Cardoso Moreira, um movimento
emancipacionista, oficializado em 1986.
No dia 31 de julho do ano de 1988, enfim ocorreu o plebiscito de
consulta a população de Cardoso Moreira, a época chamada como o
“Dia do Sim”. O resultado final do pleito foi de maioria favorável a
emancipação, esta foi oficializada em 30 de novembro de 1989 com
a assinatura da Lei n°1577 pelo então Governador do Estado do Rio
de Janeiro Antônio Wellington Moreira Franco Somente em
dezembro do ano de 1995, Cardoso Moreira conseguiu, finalmente a
sua liberdade com o encerramento do processo contra a sua
emancipação.
A - LIMITES INTERMUNICIPAIS:
1 - Com o Município de Italva:
Começa no Pico do Sapateiro, na serra do mesmo nome, seguindo
em reta até o marco de número III, situado em frente a antiga caixa
d’água, há 2 km, aproximadamente, da ponte sobre o Rio Muriaé;
daí, também em reta, segue até o marco número II, situado na
Estrada de Cardoso Moreira a Maribondo; deste marco segue em
reta até o marco de número I, localizado na Estrada de Ferro
Leopoldina (Ramal Murundú - Porciúncula), situado em um ponto 2
km aquém de Cardoso Moreira; daí, segue pelo leito da referida
Estrada de Ferro, até o marco de km 380, onde convergem os limites
dos Municípios de Italva, de Campos e de Cardoso Moreira, ora
criado.
B - LIMITES INTERDISTRITAIS:
1 - Entre os distritos de Cardoso Moreira e São Joaquim:
Começa no córrego do Baú, em um ponto no limite com o Município
de Campos, descendo por este córrego até sua confluência com o
córrego Pau Brasil, prosseguindo pelo curso deste córrego até sua
confluência com o Rio Muriaé; atravessa o curso deste rio e segue
pela Rodovia Campos - Italva até a ponte Santana, sobre o Rio
Muriaé; daí desce o curso deste rio até a confluência do Valão da
Onça.