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O Depósito da Fé

Categoria: Teologia Dogmática


Escrito por Dr. Pe. Maurílio Texeira-Leite Penido

As verdades que devemos crer, onde as encontramos de fato? Acham-se nas duas
chamadas “fontes da Revelação”, a saber: a Escritura (Revelação escrita) e a Tradição
(Revelação oral), consoante a doutrina definida pelo Concílio Tridentino: fontes de toda
verdade salutar e da disciplina dos costumes, são os livros escritos e as tradições não
escritas que, recebidas pelos Apóstolos dos próprios lábios de Cristo ou a eles ditados
pelo Espírito Santo, até nós chegaram como que transmitidas pelas mãos dos mesmos
(cf. Denzinger 783).

Quem discute com protestantes, ouvirá, muito em breve, a objeção: os católicos


admitem como verdade de fé tanta coisa que não está nas Escrituras; por exemplo: a
perpétua virgindade de Maria; logo acrescentam eles opiniões humanas à Revelação
divina.

Quando não é maliciosa, a objeção é ingênua, pois deveriam saber os protestantes que,
segundo a doutrina católica, a Bíblia não é a única fonte da Revelação. Na feliz
expressão de S. Tomás More: “A palavra de Deus é tão forte não escrita quanto escrita”.

De fato, Jesus nada escreveu e jamais disse a seus Apóstolos que escrevessem, mas
antes ordenou-lhes que pregassem. S. Paulo não se farta de apresentar como fonte
precípua da fé, a pregação da Palavra pelos Apóstolos (Rom 10, 14; l Cor 15, 11; Gál l,
8, etc.). Estabeleceu-se e prosperou a Igreja primitiva por obra do magistério oral; só
uns dois decênios após a morte do Senhor começaram a surgir os escritos apostólicos.
Estes, como é sabido, são muito incompletos. Os evangelhos conservaram parte
reduzida dos ensinamentos e milagres de Jesus, como atesta o mesmo S. João (21, 25).
Tampouco foi guardado tudo quanto escreveram os Apóstolos (S. Paulo alude a
epístolas suas perdidas). Ora, as verdades que eles de viva voz ensinaram, conservaram-
nas seus discípulos e os sucessores destes, segundo a Timóteo recomendava S. Paulo:
“O que de mim diante de muitas testemunhas ouviste, confia-o a homens l fiéis que
sejam idôneos para também a outros ensinar” (2 Tim 2, 2). O Apóstolo considerou os
seus ensinamentos como “depósito” a guardar fielmente (l Tim 6, 20), fugindo as
novidades, conservando com firmeza as verdades aprendidas dele (l Tim 4, 6-15; 2 Tim
l, 13; 3, 14). E assim formou-se a cadeia da Tradição dogmática.

Por certo, em tantos séculos que nos separam da idade apostólica, qualquer tradição
humana já se teria desde muito deturpado; mas nesse caso privilegiado garante-lhe a
fidelidade a perpétua assistência prometida por Cristo à sua Igreja (Mt 28, 20).

Dessa Tradição, encontramos expressão fidelíssima nos escritos dos Santos Padres e
Doutores, nos símbolos de fé, nos decretos dos Concílios, nas definições dos Papas.

Teremos ocasião de voltar sobre o magistério da Igreja. Quanto aos Padres, não se
cansam os teólogos de revolver-lhes as obras para encontrar nelas os monumentos da
Tradição. Os Padres são autênticos testemunhos da fé. Observemos, todavia, que uma
doutrina patrística só terá valor decisivo como porta-voz da Tradição dogmática, quando
refletir o consenso moralmente unânime dos Padres; não bastam, portanto, textos
isolados deste ou daquele, nem mesmo de um pequeno grupo. Neste caso só lhes
caberia a autoridade de teólogos particulares. Ademais indispensável é que os Padres
dêem tal doutrina como revelada por Deus e não apenas como simples opinião
teológica. Existindo essas condições, cessa qualquer dúvida: estamos positivamente em
presença de um enunciado que pertence à fé. Com efeito, se o conjunto dos Padres se
enganasse, ter-se-ia por força enganado a Igreja, pois eles eram os mestres em ortodoxia
e os fiéis apenas seguiam-nos. É contra a palavra de Cristo que a Igreja, na sua
totalidade, em qualquer época, estivesse no erro.

Também os fiéis — a Igreja discente — podem ser órgão da Tradição, por exemplo,
quando os teólogos ensinam em conjunto que tal doutrina é de fé, ou quando a
totalidade dos católicos professa uma crença (por exemplo, na Assunção de Maria). É
claro que nesses casos a Igreja discente reflete apenas o ensinamento que recebeu da
Igreja docente; o povo católico crê o que lhe ensinam seus pastores; logo um erro desta
sorte, em que incidisse o povo, revelaria um erro na Igreja docente, o que é impossível.

Escritura e Tradição constituem ambas o “depósito da fé” (l Tim 6, 20) que se acha, e
para sempre, completo com a morte do último Apóstolo. Motivo pelo qual as revelações
privadas que se produziram no decurso da história do catolicismo, ainda que feitas a
santos eminentes (por exemplo: do Sagrado Coração a S. Margarida Maria; de Nossa
Senhora de Lourdes a S. Bernadette) não podem exigir de nós um assentimento de fé
divina. Será simples crença humana, embora piedosa.

Seria errôneo considerar o “depósito” como um esboço ou mesmo um germe que se iria
desenvolvendo. Na realidade ele é uma plenitude; uma plenitude tal, que são necessários
séculos aos homens para aprofundarem a verdade das palavras de Cristo e dos
Apóstolos. O que se evolve e progride não é pois o depósito, mas nosso conhecimento
das riquezas nele entesouradas. Esse conhecimento se vai completando e determinando,
de geração em geração, por obra do Magistério da Igreja.

Função da Igreja é “guardar santamente e expor com fidelidade” o depósito a ela


confiado (cf. Concílio do Vaticano, Denzinger 1836. – Ao tratar do Magistério da Igreja
explanaremos mais detidamente estas noções).

Guardar: conserva o que foi revelado, protege-o contra deturpações, jamais ensina
dogmas não contidos no depósito.

Expor: discerne infalivelmente o sentido exato da Revelação a fim de propô-lo à crença


dos fiéis; explica-o sem erro possível. Os dogmas aparentemente “novos”, definidos no
decorrer do tempo, não são frutos de novas revelações feitas à Igreja, muito menos
invenções da Igreja. O que de “novo” tem é muito relativo. São apenas formulações de
verdades reveladas l9 que já se encontravam explicitamente expressas na Escritura ou
na Tradição (ou em ambas) mas cuja impugnação pelos heresiarcas exigiu solene
definição (por exemplo: a divindade do Verbo); 2′ não tão claras ou expressas, estavam
implicitamente contidas no depósito, como exigidas inelutavelmente por uma verdade já
explicitamente revelada. Bastou uma simples explicação do Magistério infalível, para
trazê-Ias à luz (por exemplo: a Imaculada Conceição).

Há, pois, que distinguir entre o evolver da Revelação e o progresso dogmático. O


primeiro estendeu-se, por diversas fases, desde Adão até a morte do derradeiro
Apóstolo; completou-se e encerrou-se então definitivamente (cf. Pio X, decreto
Lamentabili, n. 21; Denzinger, n. 2021).

Os que sonham com revelações novas, superiores ao cristianismo — joaquimitas na


Idade Média, teósofos e espíritas hoje em dia — olvidam as palavras cominatórias de S.
Paulo: “Ainda que nós mesmos ou um anjo do céu anuncie outro evangelho além do que
já vos tenho anunciado, seja anátema!” (Gál l, 8).

Severidade bem merecida; crer, ou mesmo esperar, em novas revelações, é fazer sumo
agravo a Deus, como se o Pai não nos tivesse dado o próprio Filho, pelo qual nos disse
tudo o que precisamos saber para realizar nosso fim sobrenatural. O mesmo Pai
solenemente declarou: “Este é o meu amado Filho, em que me hei comprazido, escutai-
o!” (Mt 17, 5). Donde: “Quem não crê no Filho, por mentiroso tem a Deus, porquanto
não crê no testemunho que Deus de seu Filho deu” (l Jo 5, 10).

Se a Revelação está definitivamente encerrada, em compensação nosso conhecimento


dela progride, dentro da fé. Aumenta-se-lhe a riqueza e a nitidez à medida que a Igreja,
assistida infalivelmente pelo Espírito Santo, vai explicando e propondo com maior
clareza e de maneira definitiva, o que já foi revelado por Cristo a seus Apóstolos. Por
conseqüência, não há no século XX verdades reveladas mais numerosas do que no fim
do I século; há tão só conhecimento mais explícito, porque houve proposição mais
determinada pela Igreja; formulações novas, de antigas verdades.

Fonte: PENIDO, Pe. Dr. Maurílio Teixeira-Leite. Iniciação Teológica I: O Mistério


da Igreja. Petrópolis: Ed. Vozes, 1956. Pg 34-37.

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Fonte: http://www.veritatis.com.br/teologia/teologia-dogmatica/1357-o-deposito-da-fe

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