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ELEIÇÕES 2010 E UMA VERDADE OCULTA (Parte 2):

Votamos em Partidos Políticos e não em Candidatos.

“Com o advento da Resolução nº 22.733/2008 do TSE – com a tese da chamada Fidelidade


Partidária – o sistema eleitoral brasileiro acabou por implementar o fenômeno meta-jurídico
da despersonalização do voto e sua consequente delineação ideológica.”

Na primeira parte deste ensaio, publicada na última sexta-feira, explicitamos e


demonstramos que: 1º) a partir desta Eleição, com a promulgação da Resolução nº
22.733/2008 do TSE, estabeleceu-se, pragmaticamente, como um dos efeitos decorrentes do
decisum do TSE que, agora mais do que nunca, não votamos mais em Candidatos, mas sim em
Partidos Políticos; 2º) Assim também, como consequência imediata disso, estabeleceu-se, de
modo peremptório, o que o jurista Luis Virgílio Afonso da Silva (In: Sistemas Eleitorais ..., São
Paulo, Malheiros, 1999, p. 138) chama de despersonalização do voto e sua consequente
delineação ideológica; 3º) Que, em assim sendo, tal sistematização jurídico-normativa
consecutada pelo TSE, implica numa obrigatória tomada de consciência do eleitor de que, se
o mandato eletivo pertence ao partido e coligação e não ao “seu” candidato preferido, isso
significa que, ao votar, ele deve tomar em consideração as ideologias programáticas do
partido e coligação a que o candidato está vinculado, sob pena, de se assim não o fizer,
correr o risco de perder a sua representação, legislativa ou executiva, caso o “seu”
candidato, por divergência ideológica, venha a ser expulso do seu partido e,
consequentemente, assim perder o seu mandato. Isso porque – insisto – com a nova
sistemática, o mandato é realmente do partido.

O exemplo que demos para essa preocupação essencial que o eleitor deve ter
para este próximo pleito eleitoral foi: “suponhamos que sou eleitor, com valores cristãos,
defendo a vida, sou contra o aborto, defendo a família, sou contra o ‘casamento’ homossexual,
sou a favor da liberdade de imprensa, da liberdade de expressão, da liberdade de culto (e etc.);
então, identifico um candidato que tem este mesmo perfil ideológico e resolvo, assim, votar
nele. Uma vez eleito, quando o ‘meu’ político preferido começa a exercer o seu mandato
eletivo, o partido ou coligação, ao qual ele está programaticamente vinculado, determina, que,
nos aludidos temas que citei (temas que dizem respeito aos valores da Vida, da Família e das
Liberdades Fundamentais do Cidadão), ele vote sempre de acordo com a determinação
partidária que, neste exemplo, é contrária aos valores cristãos e às liberdades civis. Se o
político eleito, assim, não votar de acordo com o partido, ele poderá vir a ser expulso da sigla
partidária por infidelidade, porque desrespeitou a determinação programática. E aí, nos termos
da Resolução do TSE, ocorre o grande efeito: ele é expulso e fica sem mandato, porque o
mandato é do partido e não dele. Destarte, eu, eleitor que votei nele, por afinidade de
caráter e pensamento, fico sem representação”. Isso pode acontecer tanto em cargos
majoritários, quanto cargos proporcionais, como estabeleceu a Resolução.

Neste sentido, embora parcela considerável da população não tenha tomado


conhecimento do fato, por exemplo, em 2009, dois deputados federais do PT (Henrique
Afonso, ex-PT/AC, e Luiz Bassuma, ex-PT/BA) – deputados de reconhecida reputação ilibada,
alta participação no Congresso Nacional, comprometimento acima da média com o próprio
partido, e etc. – simplesmente por serem cristãos e se oporem ideologicamente ao aborto,
foram PUNIDOS, com suspensão, pelo partido e, logo depois, pressionados a saírem, porque o
partido petista, comprovadamente, defende, não só a descriminalização, mas a liberação, em
qualquer momento da gestação, do aborto. No caso, eles não foram expulsos, por temor
político das consequências eleitorais que isso poderia causar a um ano das eleições
presidenciais. Mas esse, como assentimos acima, é um típico exemplo, onde poderiam os
deputados serem enquadrados na Resolução do TSE, porque o programa partidário e as
resoluções da executiva nacional da agremiação petista já eram conhecidos dos mesmos,
antes que fossem eleitos, assim, não era causa de justificativa de desfiliação partidária,
como explicamos no ensaio anterior.

Por esse conjunto de razões, assentimos e perguntamos, retoricamente, na última


sexta-feira: “Eu, por exemplo, sou cristão e só voto de acordo com as minhas convicções
ideológicas. A questão é: em que partidos, assim, posso votar? Que partidos, mesmo não
sendo de valores, eminentemente, cristãos, permitem ao meu candidato exercer o seu
mandato sem que ele incorra numa eventual expulsão, tendo em vista a sua defesa de
valores também cristãos, como os meus?”. Vejamos.

Analisando o programa partidário, os projetos de governos e as resoluções das


executivas nacionais dos principais partidos que disputam estas eleições, podemos, afirmar,
in claris, que: se sou cristão e democrata, contrário, então, a políticas públicas abortistas, pró-
cultura homossexual, de desvalorização da família natural, de cerceamento das liberdades civis
fundamentais (como liberdade de expressão, liberdade religiosa, liberdade de comunicação e
imprensa, e etc.), não posso votar em partidos de programas fechados – quanto à atuação
dos seus membros parlamentares e executivos – como é o caso do PT, do PCB e do PV. Por
qual razão? Volto a reafirmar: porque, além de serem agremiações partidárias que promovem
valores anticristãos, segundo estabelecido nos seus Estatutos, nos seus Programas de Governo
e nas Resoluções das suas respectivas Executivas Nacionais, sob pena de consequente
expulsão dos quadros partidários, todos os políticos membros desses partidos devem atuar,
apoiando, promovendo e votando as políticas e ideologias partidárias, não importando a
liberdade de consciência dos mandatários eleitos. E, assim, como o mandato é do partido,
segundo o TSE, num eventual embate ideológico, entre o político eleito e a agremiação
partidária, aquele pode vir a ser expulso e perder o seu mandato.

Fazendo esta mesma análise dos programas partidários, dos projetos de


governos e das resoluções das executivas nacionais do PSDB, DEM e PMDB, esses partidos,
independentemente da ideologia partidária, por terem programas políticos abertos, de cunho
liberal, permitem, sem reservas, que os seus membros, uma vez eleitos, na atuação
parlamentar, ou como chefe do poder executivo, possam promover políticas públicas,
defender posições de cunho moral e votar, nestes mesmos assuntos, segundo a liberdade de
suas consciências. Portanto, em questões de valores cristãos e de defesa das liberdades civis
fundamentais, podemos votar, sem receios, em candidatos de qualquer desses partidos.

Assim, em 03 de outubro, ao votar, lembre-se de que, por mais caráter e senso


cristão e democrático que tenha seu candidato, o que importa é saber se, no partido ao qual
ele está vinculado, ele poderá exercer o seu mandato e defender suas convicções morais e
de consciência plenamente. SE PERTENCEM AO PT, PCB ou PV, COM CERTEZA, NÃO. SE
PERTENCEM AO PSDB, DEM ou PMDB, possivelmente, sim.

Uziel Santana dos Santos


[Professor da UFS, Advogado, Mestre em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco e
Doutorando em Direito pela Universidad de Buenos Aires]
http://www.uzielsantana.pro.br
e-mail: ussant@ufs.br

Artigo publicado no Jornal Correio de Sergipe em 05 de setembro de 2010.

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