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I – As primeiras Bandeiras
II – Descobrimento de Goiás
O descobridor de Goiás foi Anhangüera. Isto não significa que ele fosse o primeiro a chegar a
Goiás, mas sim que ele foi o primeiro em vir a Goiás com intenção de se fixar aqui, (1690 1718).
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Bartolomeu Bueno da Silva, pai, experiente sertanista, era cego de um olho. Talvez deste
defeito físico venha o apelido “Anhagüera”, de origem e significado discutidos. Quase todos
os sertanistas eram apelidados pelos índios. Quanto ao fato de haver ateado fogo num pra-
to de aguardente para amedrontar os índios a fim de que lhes mostrassem as minas, não
se tratava de fato original. Era um ardil comum próprio dos exploradores. Segundo Pedro
Tanques, linhagista paulistanos, o primeiro bandeirante que usou este método foi Francisco
Pires Ribeirão, sobrinho do Caçador das Esmeraldas.
A bandeira era uma expedição organizada militarmente, e também uma espécie de sociedade
comercial. Cada um dos participantes entrava com uma parcela de capital, que consistia, ordi-
nariamente, em certo número de escravos. Os principais financiadores da bandeira foram João
Leite da Silva Ortiz, genro do próprio Anhanguera, proprietário de Lavras em Minas, e João de
Abreu, irmão de Ortiz.
A bandeira saiu de São Paulo a 3 de julho de 1722. O caminho já não era tão difícil como nos
primeiros tempos.
Mas a bandeira se descaminhou quase desde o início. Surgiram muitas inimizades entre os che-
fes paulistas e os componentes da bandeira, quase todos “emboabas”. O roteiro, se existia, não
ajudou para encontrar o caminho. Muitos foram morrendo de fome. Outros preferiam voltar
em pequenos grupos para São Paulo.
O Anhangüera era um homem obstinado: disse que preferia a morte a voltar fracassado. No fim
acabou tendo sorte. Numa das voltas da bandeira, quando já lhe restavam poucos companhei-
ros, descobriu outro nas cabeceiras do Rio Vermelho, na atual região da cidade de Goiás.
A 21 de outubro de 1725, após três anos, voltaram triunfantes a São Paulo, propalando que ti-
nham descoberto cinco córregos auríferos, umas minas tão ricas como as de Cuiabá, com ótimo
clima e fácil comunicação.
IV – Povoamento de Goiás
A primeira região ocupada foi a região do rio Vermelho. Fundou-se o arraial de Sant’Ana, que
depois seria chamado Vila Boa, e mais tarde, Cidade de Goiás, sendo durante 200 anos a capital
do território.
O povoamento determinado pela mineração de ouro é povoamento mais irregular e mais instá-
vel, sem nenhuma ordem. Quando o ouro se esgota, os mineiros mudam-se para outro lugar e
a povoação definha ou desaparece.
Três zonas povoaram-se assim durante o século XVIII com uma relativa densidade; uma zona no
centro-sul, na “região do Tocantins”.
E, por fim, o verdadeiro norte da Capitania, ficava ainda sem nenhuma povoação; o sul e o sudoeste,
todo o Araguaia e o norte desde Porto Nacional até o Estreito. A ocupação humana destas zonas
processar-se-ia com a extensão da pecuária e da lavoura, durante os séculos XIX e XX.
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Era o pacto colonial uma espécie de pacto implícito entre a metrópole e suas colônias em que
ambas as partes devam e recebiam numa troca de benefícios que se supunha vantajosa para
todos. A metrópole dava, em primeiro lugar, proteção; a ela correspondia o dever de manter a
ordem interna da colônia e defendê-la contra os inimigos exteriores.
A colônia, em troca, devia integrar-se como uma parte subordinada no sistema político-econô-
mico da metrópole. A colônia se especializava em produzir “matérias-primas” e os exportava
para a metrópole.
As capitanias de Minas foram durante o século XVIII Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.
Era interesse do governo, dentro da mentalidade mercantilista de especialização para a
exportação, concentrar todo esforço na produção do ouro; com essa finalidade proibia ou
dificultava outros ramos de produção. Poderíamos citar como exemplo a proibição de enge-
nhos de açúcar em Goiás.
Durante os cinqüenta primeiros anos; todos os esforços de capital em de mão de obra deve-
riam concentrar-se na mineração. Tal sistema não se devia exclusivamente aos desejos e à polí-
tica dos dirigentes era também decorrente da mentalidade do povo.
Aqui, em Goiás, traduziu na supervalorização do “mineiro” e na pouca estima das outras pro-
fissões, especialmente do “roceiro”. Mineiro naquele tempo significava, não como hoje, aquele
que trabalha na mina, mas o proprietário de lavras e escravos que as trabalhassem, assim como
roceiro não significava o que trabalhava na roça, mas o proprietário de terras e escravos dedica-
dos à lavoura, algo assim como o fazendeiro de hoje.
Ser mineiro, era a profissão mais honrosa, significava status social. Isto explica que fora da
mineração não se desenvolvessem outras formas importantes de economia durante o século
XVIII, e que só fossem ocupadas as áreas.
II – A mineração em Goiás
1.1. As jazidas sedimentares davam lugar ao que se chamava “mineração de cascalho”. O trabalho
do mineiro consiste em arrancar o cascalho e peneirá-lo, para que o ouro, mais pesado que
a areia, fique depositado no fundo. Para retirar o cascalho aurífero, às vezes recoberto por
outras camadas sedimentares, costumava-se cercar e secar uma parte do rio, ou desviar a
corrente, ou, em formas mais elementares, retirar o cascalho do fundo da água.
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2. A “mineração de morro”, como era chamada a mineração na rocha primitiva, era muito
mais cara, e tecnicamente mais difícil.
Praticava-se de duas formas: ou por meio de túneis e galerias, “mineração de mina”, ou cortan-
do a montanha perpendicularmente, “talho aberto”.
De duas formas foi cobrado o imposto do quinto em Goiás” a “capacitação” e o quinto, propria-
mente dito.
A capacitação foi uma forma de cobrar o quinto instituída precisamente por temor ao contra-
bando. As autoridades pensaram que era mais fácil ocultar o ouro que os escravos, e deter-
minaram que em vez de pagar-se pelo ouro extraído, se pagaria o imposto pelo número de
escravos.
Este sistema de cobrança do quinto esteve em vigor 16 anos, de 1736-51; depois foi abolido
pois os mineiros reclamavam que era injusto que todos pagassem o mesmo: o dono de uma
lavra muito rica, em que o rendimento do escravo era alto, e o que trabalhava uma data pobre
ou meio esgotada, que mal dava para pagar o custo do escravo.
Voltou-se, então, ao pagamento direto do quinto. O ouro em pó retirado das minas, corria
como moeda na Capitania. Tudo se comprava ou vendia não com moeda cunhada, mas com
ouro em pó pesado em pequenas balanças.
Quanto ouro produziram as minas de Goiás? Não é possível dizê-lo com certeza, pois não se
conservam registros das lavras nem de sua produção.
Tampouco são completos os registros do quinto; entre 1726 e 1751 faltam bastante anos. Mas
suprindo os anos que faltam pelos dados conhecidos, podemos afirmar que o quinto, nos cem
anos que vão até a independência, subiu aproximadamente a 20.000 Kg. Sendo, portanto, a
produção declarada de 100.000 Kg.
Mais grave era a decadência da produtividade, isto é, da produção de ouro por homem dedica-
do à mineração; a diminuição da produtividade iniciou-se já nos primeiros anos, mas começou
a tornar-se um problema grave depois de 1750; nos dez primeiros anos, um escravo podia pro-
duzir até perto de 400 gramas de ouro por ano; nos 15 anos seguintes (1736-1750) já produzia
menos de 300; a partir de 1750 não chegava a 200, e mais tarde, em plena decadência, a pro-
dução era semelhante à dos garimpeiros de hoje: pouco mais de 100 gramas.
Esta curva da produtividade nos explica que a mineração foi um negócio próspero até 1750, um
empreendimento arriscado, mas ainda rendoso entre 1750 e 1770, um negócio ruinoso depois
desta data.
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Não podemos comparar a produção das épocas antigas com a de hoje, pois a técnica tem mul-
tiplicado muitas vezes a produção e a produtividade.
Goiás foi o segundo produtor de ouro do Brasil, bastante inferior a Minas. Aproximadamente
1/6, e um pouco superior a Mato Grosso, talvez 10/7.
A produção e a renda “per capita” não foram muito elevadas durante o período da mineração.
O ouro parecia uma grande riqueza que enganou aos contemporâneos, mas tendo em conta a
população e os capitais empregados, os rendimentos não eram grandes.
Pouco deste ouro ficou no Brasil, nada ficou em Goiás. Em virtude do “pacto colonial”, como
antes explicamos, os produtos do Brasil iam para Portugal que os vendia para o exterior; Portu-
gal, em troca, enviava para o Brasil homens, administradores, exércitos, produtos comerciais,
sobretudo produtos manufaturados.
Em Goiás, em 1800, além dos antigos índios, havia mais de 50.000 habitantes, havia cidades
construídas, estradas e caminhos, fazendas em produção. O capital que pagou tudo isto foi o
couro, e isto é o que ficou para Goiás da época do ouro.
Goiás fora descoberto por paulistas e era um terreno teoricamente pertencente à Capitania de São
Paulo. Por isso, de início, foi considerado um território de minas dentro da Capitania de São Paulo.
Depois de vinte anos, Goiás tinha crescido tanto, em população e em importância, que não
podia continuar sendo governado à distância por São Paulo. A Corte portuguesa decidiu tornar
Goiás independente de São Paulo, elevando-o à categoria de Capitania. O território goiano pas-
sou então a ser denominado Capitania de Goiás, título que conservaria até a independência,
quando se tornou Província.
II – A população de Goiás
A primeira informação sobre a população de Goiás são os dados da capitação de 1736. Dez
anos, portanto, depois do início da mineração, havia em Goiás mais de 10.000 escravos adultos.
O total da população? Menos de 20.000, pois os escravos deviam constituir mais da metade
da população. Os dez primeiros anos de mineração instalaram em Goiás quase 20.000 pessoas
que, abriram caminhos, cidades, colocando em atividade grande parte do território.
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Em 1750, ao tornar-se Goiás capitania, os habitantes deviam ser pouco menos de 40.000. A po-
pulação continuou aumentando, embora já um rítmico inferior: em 1783 havia em Goiás quase
60.000 habitantes; um aumento de mais de 50%.
Entre esta data e 1804, parece que a decadência da mineração se traduziu numa diminuição da
população. Não se importavam mais escravos para suprir as mortes, bastantes brancos e livres
emigravam para outros territórios. O censo de 1804 deu 50.000 habitantes para Goiás. Uma
diminuição de quase 20%.
A que se devia esta tendência à diminuição do número relativo de escravos nos territórios de
mineração? A várias causas, decorrentes todas da própria decadência da mineração. Podemos
analisar como mais importantes.
Ao diminuir a produtividade, chegava um momento em que o trabalho escravo quase não pa-
gava os próprios custos e, resultava mais barato, e sobretudo mais seguro, o trabalho assalaria-
do ou semi-assalariado.
•• A compra da liberdade:
O regime de trabalho do escravo nas minas era realmente duro e desumano, mas tinha algu-
mas compensações com o respeito ao escravo destinado a outras ocupações. O escravo podia
trabalhar para si em dias feriados e em horas extras.
•• A miscigenação:
Pelos registros dos batizados, podemos constatar como esta situação era parecida em Goiás.
Estes filhos de escrava com branco às vezes recebiam a liberdade no momento do batizado,
outros ficavam escravos toda a vida.
•• O tipo de trabalho:
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IV – A vida do escravo:
A vida do escravo nas minas era extraordinariamente dura. Em primeiro lugar todos os males
do garimpo: trabalho esgotador, má alimentação, as graves doenças. A isto há que acrescentar
os males da falta de liberdade: arbitrariedades, castigos. Eram considerados mais como cousas
que como pessoas.
Em conseqüência do árduo trabalho e da escassez de vantagens que habitualmente lhes ca-
biam por sorte – escreve Boxer -, a vida de um escravo trabalhador era, quase sempre, sórdi-
da, brutal e curta. Um missionário capuchinho, italiano, que visitou a Bahia em 1682, ouviu
contar que “o trabalho deles é tão pesado e seu sustento tão pequeno que se pode dizer terem
vivido muito, quando agüentam sete anos”. Martinho de Mendonça, depois de fazer exaus-
tivas investigações em Minas Gerais, no ano de 1734, declarou que os senhores não espera-
vam, normalmente, conseguir mais de doze anos de trabalho dos escravos que compravam.
V – A sociedade mestiça
Ao mesmo tempo que diminuía o número de escravos, aumentava, como é lógico, o número de
pretos livres ou “forros”. Na capitação de 1745, os negros forros, que pagaram capitação, foram
120, o quando o número de escravos chegava quase a 11.000. No recenseamento de 1804, os
negros livres era em número de 7.936, 28% do total de pretos.
Maior era, ainda, a progressão dos mulatos. A ausência de mulheres brancas nas minas foi a
determinante de uma mestiçagem, em grande escala, entre branco e preto, até então desco-
nhecida no Brasil.
Em Goiás, pretos livres e mulatos só trabalhavam o indispensável para não morrerem de fome.
Os brancos, por costume inveterado, faziam o mesmo.
Depois de algum tempo, havia mulatos em todos os níveis da sociedade: no exército, no sacer-
dócio, entre os grandes proprietários. Mas nem o negror livre, nem o mulato eram socialmente
bem aceitos.
Escravos, negros e mulatos apareciam muitas vezes equipados nas expressões correntes e mes-
mo nos documentos oficiais, como formando a ralé da sociedade.
VI – Classes Dirigentes
Os brancos foram sempre uma minoria, mas com a decadência da mineração, esta minoria foi-
-se tornando cada vez mais exígua. Ao acentuar-se a decadência, muitas famílias brancas migra-
ram para outras regiões. Em 1804, os brancos constituíam pouco menos de 14% da população.
Os dias de apogeu da mineração foram breves. Então, ser rico, “mineiro poderoso” era possuir
250 escravos ou mais. Não faltaram mineiros que em Goiás possuíam este número de escravos.
Com a decadência, tornaram-se raros os que tinham 12 escravos.
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Mesmo entre os brancos a pobreza era geral, mas ser branco continuava sendo uma honra e
um privilégio. “O branco, mesmo quando pobre, escrevia Eschwege na época da independên-
cia, não move uma palha, pois até na vadiagem encontra com que viver.
VII – Os índios
Ao tempo de descoberta, eram numerosas as tribos de índios em Goiás, cobrindo todo o seu
território. Podemos citar entre as mais importantes: Caiapó, Xavante, Goiá, Crixá, Araés; Xeren-
te, Carajá, Acroa...
Durante a época da mineração as relações entre índios e mineiros foram exclusivamente guer-
reiras e de mútuo extermínio.
Aldear os índios consistia em reuni-los em povoações fixas, chamadas aldeias, onde, sob
supervisão da uma autoridade leiga ou religiosa, deviam cultivar o solo e aprender a reli-
gião cristã. Em 1754, deu D. Marcos regimento a estas aldeias, submetendo os índios a um
rigoroso regime militar, que gerou os piores resultados.
Ao se evidenciar a decadência do ouro, várias medidas administrativas foram tomadas por par-
te do governo, sem alcançar, no entanto, resultados satisfatórios.
A economia do ouro, sinônimo de lucro fácil, não encontrou, de imediato, um produto que a
substituísse em nível de vantagem econômica.
A decadência do ouro afetou a sociedade goiana, sobretudo na forma de ruralização e regres-
são a uma economia de subsistência.
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4º) dificuldade de exportação, pelo alto custo do transporte e ausência de sistema viário.
1º) Foi concedido isenção dos dízimos por espaço de tempo dez anos aos lavradores que nas
margens dos rios Tocantins, Araguaia e Maranhão fundassem estabelecimentos agrícolas;
2º) Deu-se especial ênfase à catequese e civilização do gentio com interesse em aproveitar a
mão de obra dos índios na agricultura;
3º) Criação de presídios à margem dos rios com os seguintes objetivos: proteger o comércio,
auxiliar a navegação e aproveitar dos naturais para o cultivo da terra;
4º) Incrementou-se a navegação do Araguaia e Tocantins.
5º) Tentou-se desenvolver a navegação dos rios do sul de Goiás como Paranaíba e alguns de
seus afluentes, a fim de se comunicar com o litoral, com mais facilidade.
6º) Revogou-se o alvará de 5 de janeiro de 1785 que proibia e extinguia fábricas e manufaturas
em toda a Colônia.
Por causa da enorme área geográfica de Goiás, vários capitães generais haviam a divisão da
capitania em duas Comarcas, a fim de facilitar a administração. No entanto, somente no ano
de 1809, quando o Brasil já vivia o processo de sua emancipação política, foi o nosso território
dividido em duas comarcas:
A do sul, compreendendo os julgados de: Goiás, (cabeça ou sede) de Meia Ponte, de Santa
Cruz, de Santa Luzia, de Pilar, de Crixás e Desemboque;
A do norte, compreendendo os julgados de: Vila de São João da Palma (cabeça ou sede), da
Conceição, da Natividade, de Porto Imperial, de São Félix, de Cavalcante e de Trahiras.
Outra medida administrativa de real valor foi a criação do cargo de juíz de fora de Vila Boa, tam-
bém no ano de 1809.
Antes a câmara da capital, a única da Capitania, portanto a única que administrava as rendas de
todos os julgados, era formada por vereadores indolentes e presidida por juízes leigos, que não
tinham consciência de seus deveres.
O estabelecimento de uma linha de correio da Corte para o Pará por via Goiás (1808) auxiliou o
desenvolvimento da navegação e favoreceu as comunicações.
Antes, com a alta produção do ouro, os habitantes de Goiás viam passar com freqüência os
tropeiros e mascates com suas mercadorias, trazendo notícias do que acontecia nas capi-
tanias, no Brasil e até na Europa. Com a queda da mineração deixaram de vir a Goiás, cuja
população ficou isolada durante muito tempo.
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Estas novas medidas administrativas não deixaram de auxiliar a Capitania que se encontrava
em condições difíceis, mas não resolveram seus grandes problemas, que eram de ordem eco-
nômica, social e cultural.
A economia mineradora não só trouxe a idéia como a realidade da riqueza fácil. Em menos de
20 anos, regiões desconhecidas estavam povoadas, cortadas por tripeiros, entrando e saindo
gêneros comerciais, desenvolvendo- se, em alguns aspectos, uma sociedade diferente da socie-
dade tradicional brasileira.
Mas, tão logo os veios auríferos escassearam, numa técnica rudimentar, dificultando novos
descobertos, a pobreza, com a mesma rapidez, substituiu a riqueza.
Esta evidente decadência trouxe para Goiás uma defasagem Sócio- Cultural. Registou-se queda
na importação e exportação, afetando muito o comércio; parte da população abandonou o solo
goiano e parte se dispersou para a zona rural, dedicando-se à criação de gado ou agricultura.
Goiás viveu um longo período de transição. Desaparecera uma economia mineradora de alto
teor comercial. Nascia uma economia agrária, fechada, de subsistência, produzindo apenas al-
gum excedente para aquisição de gêneros essenciais, como: sal, ferramentas, etc.
5. A INDEPENDÊNCIA EM GOIÁS
Após a volta de D. João VI para Portugal, o Brasil viveu um período de profunda crise política, pois
suas conquistas econômicas e administrativas estavam sendo ameaçadas pelas Cortes Portuguesas.
Em Goiás a população rural permaneceu alheia a essas crises. Mas, elementos ligados à ad-
ministração, ao exército, ao clero e a algumas famílias ricas e poderosas, insatisfeitos com a
administração, fizeram germinar no rincão goiano o reflexo das crises nacionais. A atuação dos
capitães generais, às vezes Prepotentes e Arbitrários, fez nascer na capitania Ogerisa pelos
administradores. A causa maior dos descontentamentos encontrava-se na Estrutura da admi-
nistração colonial. Os empregados públicos eram os mais descontentes: a receita não saldava
as despesas e os seus vencimentos estavam sempre em atraso. Encontravam-se também entre
estes elementos do clero, os mais intelectualizados da Capitania.
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Apesar da ação repressora do governador Sampaio, que se colocou contra a idéia de criação de uma
junta Governativa, foi esse mesmo Governador obrigado pelas pressões de grupos políticos locais a
ordenar à Câmara a eleição de uma junta Governativa, em cumprimento ao decreto de 18 de abril
de 1820. Nesta primeira eleição, Sampaio trabalhou para ser eleito presidente da junta, o que de
fato conseguiu: grupos políticos locais, insatisfeitos com a sua administração, desejavam, afastá-lo,
Surgiram desentendimentos, brigas, que culminaram com sua renúncia e retirada da Província.
Elegeu-se nova junta Governativa. Foram seus integrantes: Álvaro José Xavier, Presidente, José Ro-
drigues Jardim, Secretário, e os membros, Joaquim Alves de Oliveira, João José do Couto Guimarães
e Raimundo Nonato Hyacinto, Pe. Luiz Gonzaga de Camargo Fleury e Inácio Soares de Bulhões.
Processada a Independência do Brasil 1822, esta não trouxe transformações, quer sociais, quer
econômicas para Goiás. Operou-se teoricamente a descolonização. No dia 16 de dezembro, fez-
-se juramento solene à aclamação do Imperador Constitucional do Brasil, D. Pedro I.
O primeiro Presidente de Goiás, nomeado por D. Pedro, foi Dr. Caetano Maria Lopes Gama, que
assumiu o cargo a 14 de setembro de 1824.
O movimento separatista do Norte representou uma continuação do movimento revolucioná-
rio da capitania de Goiás sob a liderança do mesmo Padre Luis Bartolomeu Marquez, cogno-
minado O Apóstolo da Liberdade. Os grandes proprietários afirmavam que apesar de pagar os
impostos, os benefícios do governo lá não chegavam. O povo vivia em completa miséria.
V – Um movimento nacionalista
Após a independência política do Brasil, processou-se uma luta surda entre brasileiros e por-
tugueses pelo poder político e econômico do Brasil; D. Pedro I, como era português de nasci-
mento, começou a ser favorável aos portugueses, inclusive colocando-os nos melhores cargos
públicos e postos de confiança de seu governo.
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Em Goiás como vimos, não houve mudanças marcantes de Colônia para o Império.
No aspecto econômico continuou o mesmo marasmo já registrado com a decadência da mine-
ração, somente mais tarde vai a pecuária oferecer ligeiras modificações. No aspecto político,
as transformações foram pequenas. Os goianos os identificavam com os detestáveis Capitães
Generais de um passado próximo, que não se apagara.
O segundo presidente de Goiás, foi o português Miguel Lino de Moraes (1827-1831), homem
inteligente e que provocou fazer uma boa administração.
Impulsionou o ensino, lutou pelo renascimento da mineração, criou uma empresa de explora-
ção de minérios (Companhia dos Seis Amigos) na cidade de Goiás, fundou, também na mesma
cidade uma fábrica de tecelagem (1828), incentivou a agricultura e a pecuária. De seu governo
datam “as primeiras grandes exportações de rebanhos, sobretudo de gado vacum e cavalar”.
Com a abdicação de D. Pedro I, rebentou em Goiás um movimento de caráter nitidamente na-
cionalista, que alcançou vitória pelas condições da política geral do Brasil. Os líderes deste mo-
vimento foram o Bispo cego, D. Fernando Ferreira, Pe. Luís Bartolomeu Marquez e Coronel Fe-
lipe Antônio Cardoso.
Recebendo adesão e apoio das tropas, o movimento de 13 de agosto de 1831 alcançou seu ob-
jetivo, que era depor todos os portugueses que ocupavam cargos públicos em Goiás.
A conseqüência deste movimento de rebeldia foi a nomeação de três goianos para a presidên-
cia de Goiás, embora a Regência de início oficialmente o desaprovasse.
Foram estes os seguintes presidentes Goianos:
José Rodrigues Jardim, (1831-1837), Pe. Luiz Gonzaga de Camargo Fleury (1837-1839) e José de
Assis Mascarilhas (1839-1845).
Durante o século XIX a população de Goiás aumentou continuamente, não só pelo cresci-
mento vegetativo, como pelas migrações dos Estados vizinhos. Os índios diminuíram quan-
titativamente e a contribuição estrangeira foi inexistente.
A pecuária tornou-se o setor mais dinâmico da economia.
I – Correntes Migratórias
A maioria dos mineiros que aqui permaneceu, após o desaparecimento do ouro como empresa
pré- capitalista, vai dedicar-se a uma agricultura de subsistência e criação de gado.
A pecuária trouxe como conseqüência o desenvolvimento da população. Correntes migratórias che-
gavam a Goiás oriundas do Pará, do Maranhão, da Bahia, de Minas, povoando os inóspitos sertões.
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No sudoeste novos centros urbanos surgiram, sob o impulso da pecuária: Rio Verde, Jataí, Mi-
neiros, Caiapônia, Quirinópolis.
No norte a pecuária trouxe intensa mestiçagem com o índio, que foi aproveitado como mão
de obra na criação de gado. Em menor escala, também ocorreu a mestiçagem com o negro. Os
habitantes desta região dedicaram-se não só a criação de gado, mas também a exploração do
babaçu, de pequenos roçados, do comércio do sal (muito rendoso) e a faiscarão. Nasceram no-
vas cidades e outras já existentes tomaram novos impulsos sob o fluxo da pecuária: Imperatriz,
Palmas, São José do Duro, São Domingos, Carolina, Arraias.
II – Cronologia do povoamento
Pelo exposto, viu se que a economia minerada deu início ao processo de colonização de Goiás.
Coube à pecuária desenvolver e aumentar sua população.
A partir dos anos 30 do século XIX foi a população aumentando, sob os auspícios da pecuária :
IV – Imigração estrangeira
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Após a liberação do negro, grupos locais, identificados com interesse agrário, lutaram pela vida
do imigrante europeu. O governo Montandom (1886) adquiriu do Vice- Presidente da Provín-
cia, José Antônio Caiado, uma fazenda destinada a iniciar este tipo de colonização. Mas as ter-
ras eram muito ruins, e os imigrantes italianos não chegaram nem a vir para o território goiano.
Em 1896, o governo repuplicano de Goiás tentou mais uma vez impulsionar a imigração. Tam-
bém sem êxito.
Somente nas primeiras décadas do século XX se iniciou a imigração européia em Goiás, em
moldes muito modestos.
Em 1920, três núcleos coloniais mais importantes desenvolveram-se em Goiás: um de ita-
lianos em Inhumas; outro também de italianos no município de Anápolis ( Nova Veneza ); o
terceiro, de portugueses, na fazenda Capim Puba no atual município de Goiânia.
Em 1924, organizou-se a colônia de Uvá. 300 famílias, num total de 299 pessoas, instala-
ram-se no referido núcleo, as demais dispensaram-se.
Em Anápolis, no ano de 1929 formou-se um núcleo de 7 famílias japonesas. Nos anos se-
guintes juntaram-se outras famílias; estes pequenos grupos prosperaram pelo seu trabalho
sistemático e pelas semelhanças de clima e solo. Foram estas as primeiras levas de colonos
europeus que vieram para Goiás.
I – Panorama Administrativo
A primeira Constituição Brasileira foi promulgada a 25 de março de 1824. Esta carta política re-
geu todo o Brasil até a proclamação da República em 1889.
Em Goiás os presidentes exerciam grande influência na vida política. Eram eles de livre escolha
do poder central, sem vínculos familiais à terra, descontentando os políticos locais.
A Assembléia Provincial e a Câmara dos Vereadores funcionavam de acordo com as ordem e
interesse do Presidentes da Província.
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Condicionado por uma série de fatores, Goiás teve vida medíocre no transcorrer do séculos XIX.
Não participou do surto desenvolvimentista do Brasil, em brionário a partir da década de 50 e
me aceleramento depois dos anos 70.
Seus administradores quase nada conseguiram fazer. Lutaram para normalizar a navegação do
Araguaia – Tocantins, com pequenos êxitos; tentaram estender os trilhos de ferro aos sertões
goianos, mas não conseguiram.
II – Panorama Político
Nas últimas décadas do século XIX, grupos locais manifestaram-se com a administração e res-
ponsabilizaram os Presidentes “Estrangeiros” pelo grande atraso de Goiás e passaram a lutar
pelo nascimento de uma consciência política. Sob pretexto de afastar o “Oficialismo Político” e
assim enfeixar nas mãos o poder, fundaram os partidos políticos _ Liberal ( 1878 ) e Conserva-
dor ( 1882 ). Os jornais Tribuna Livre, Publicador Goiano, Comércio, Goyaz, foram propulsores
destas idéias e interesses.
Após esta tomada de consciência, verificou-se relativa mudanca no panorama político de Goiás
. Representantes próprios foram enviados á Câmara Alta: André Augusto de Pádua Fleury, José
Leopoldo de Bulhões Jasmim, Cônego Inácio Xavier da Silva e outros.
A consequência de tais movimentos foi a fortificacão de grupos políticos locais, lan;ando as ba-
ses das futuras oligarquias goianas.
A vida política de Goiás na última década do Império foi muito agitada, em decorrência das cri-
ses nacionais e dos choques de interesses dos grupos locais.
Pode-se afirmar que a educacão em Goiás no século XIX foi inexistente . A cultura era própria
do clero e inexpressiva.
Coube a Pombal instituir as chamadas aulas régias e criar o subsídio literário.
O primeiro professor oficial Bartolomeu Antônio Cordovil iniciou sua tarefa, muitos anos de-
pois, em 1787 .
No fim do século XVIII, existiam em Goiás oito professores. Praticamente não existiam escolas,
considerando o número de seus habitantes: 50.574.
O ensino secundário passou a dar os seus primeiros passos com a criacão do Liceu de Goiás em
1846 . No entanto, este estabelecimento não atendia aos jovens do interior da Província. Aque-
les de maiores posses iam para Minas concluir seus estudos, os outros, grande maioria, ficaram
como tinham nascido: analfabetos quando muito aprendiam as primeiras letras.
São Paulo era a cidade eleita para os estudos superiores, uma vez que o curso jurídico era, na
maioria das vezes, o preferido.
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Em1882, foi criada a primeira Escola Normal de Goiás. O currículo desta escola era voltado para
as matérias experimentais: física, química, zoologia, botânica, pedagogia, sociologia, língua
portuguesa, etc. Seu funcionamento encontrou vários obstáculos e pouco tempo duro.
No transcorrer da década de 80, o ensino em Goiás passou por reformas, sofrendo ingerência
de interesses políticos e da filosofia Comteana.
Quanto ao desenvolvimento cultural de Goiás, operou-se também em passos lentos, como re-
flexo de sua limitada vida Sócio-Econômica.
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Quando a escravidão deixou de ser o fulcro da produção e pela conjuntura nacional o preço do
escravo ficou muito alto, os fazendeiros perceberam que pagar um trabalhador por baixo preço
era mais lucrativo. Concomitantemente foram grassando na sociedade goiana os sentimentos
humanitários de libertação do negro.
Felix de Bulhões, foi um dos goianos que mais batalhou pela libertação dos escravos. Em 1885,
fundou o jornal O Libertador, que teve como principais, objetivos libertar, integrar e educar o
negro no contexto social. Promoveu festas, angariou dinheiro para alforriar escravos. Era poeta.
Compos o Hino Abolicionista Goiano. É chamado Castro Alves Goiano pela sua grande atuação
em benefício à liberdade do negro. Sua morte ,ocorrida em março de 1887,levou várias socie-
dades emancipadoras, já constituidas em goiás a se unirem,fudando a Confederação Abolicio-
nistas Felix de Bulhões.Seus frutos foram positivos.Libertou Muitos escravos.
A Lei libertou em toda província Goiana aproximadamente 4.000 escravos.Numero insiguinifi-
cante para uma populaçao gue já alcançava cifra superior a 200.000 homens.
O Movimento republicano no Brasil Somente tomou Alma e corpo a partir de 1870, justamen-
te na década em que processavam transformaçoes de ordem sócio econômica: Surto cafeeiro,
desenvolvimento do crédito bancario,impulsos a industrialização,decadência da mão de obra
escrava,incremento á imigração européia,urbanização, desenvolvimento do mercado interno,etc.
Em Goiás, graças à sua estrutura sócio-econômica e cultural, as manifestações republicanas
foram tardias e inexprecivas.
Em 1822, em decorrência do partido Liberal Goiano, Manuel Alves de Castro Sobrinho, fundou
o jornal, O Bocayuva que embora tenha circulado apenas sete vezes, trabalhou pelo ideal re-
publicano. No dia seguinte, um jovem, que se formara na escola de Direitode São Paulo, trouxe
para a província goiana a efervecência desta chama revolucionária.
Era de Joaguim Xavier Guimarães Natal. Fez renascer o Bocayuva e batalhou pela divulgação de
seus ideaís, na época denominados Subversivos.
Tendo como principal escopo-maior desenvolvimento de goiás, lutou pela federação, abolição
liberdade de ensino, liberdade de religião, eleições democraticas, etc.
Nas pugnas eleitorais, seus candidatos não ganhavam votos.
O Brasil federal(1887), foi outro jornal republicano fundado e dirigido pelo mesmo líder – Gui-
marães Natal.
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V – Implantação do Regime Republicano em Goiás
Como Goiás ainda não tinha telégrafo, a notícia da Proclamação da republica aqui chegou atra-
vés de uma carta vinda de franca,no dia 28 de novembro.
A nova proclamação colheu de surpresa todos os políticos da província. O povareu não partici-
pava da vida política, portanto o 15 de Novembro nada representou para ele.
Os efeitos do 15 de novembro em Goiás prenderam – se as questões administrativas e políticas.
Os fatores sócio- econômico e culturais não sofreram abalo: O liberto continuou flutuante, ca-
minhando para o marginalismo social; as elites dominantes continuaram as mesmas; não ocor-
reu a imigração européia; os latifúndios improdutivos, àreas imensas para povoar e explorar;
decadência sem se pensar em modificar a estrutura de produção; pecuária e agricultura defi-
citárias; educação em estado embrionário; povo esquecido em suas necessidades, mas usado
pelos hábeis políticos, que baixavam decretos em seu nome.
Pelo fato de ser Guimarães Natal cunhado dos Bulhões, a República em Goiás não trouxe modi-
ficação na liderança política.
Os Bulhões continuaram donos do poder como na fase na qual ascendiam os liberais na área
nacional. Agora ,com maior margem de mando, graças à autonomia do estado oferecida pelo
novo regime – Federação.
Os primeiros anos de Goiás República estão cobertos de lutas pelo poder político. São elas, em
parte, reflexo da conjuntura nacional.
O Governo provisório nomeou presidente do Estado Tenente Coronel Bernardo Vasques, que,
no entanto, nem chegou a tomar posse.
No dia 25 de Fevereiro de 1890, Gustavo Augusto da Paixão, assumiu a Presidência do novo
Estado.
Os Bulhões desejosos de galgar o Executivo, embora mantendo relações amistosas com Paixão,
conseguem, através de Campos Salles e Francisco Glicério, sua demissão, que se efetuou a 12
de Janeiro de 1891.
Na impossibilidade de assumir o governo o 1º Vice- Guimarães Natal, tomou posse Bernardo
Antônio de Farias Albernaz ( 2º Vice ).
O segundo ministério do governo de Deodoro (Ministério – Lucena) fez nova nomeação de Pre-
sidente e vice Presidente para Goiás Recaiu a escolha nos goianos João Bonifácio Gomes de
Siqueira e Constâncio Ribeiro da Maia (Grupo Fleury )
Empossado João Bonifácio a 30 de Março de 1891, procurou administrar imparcialmente, mas
velho e cansado, sofrendo pressões das diferentes facções, renunciou no dia 19 de maio de
1891. O novo Presidente foi Constâncio Ribeiro da Maia.
Com a renúncia de Deodoro (23 de novembro de 1891) o cenário político goiano se transforma.
Voltam ao poder os Bulhões.
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Uma das primeiras preocupações de Junta Governativa, aclamada a 1.º de Dezembro, foi a es-
colha dos representantes goiano à Constituinte Nacional.
Foram nossos representantes:
Senadores: José Joaquim da Sousa e Antônio Amaro da Silva Canedo.
Deputados: José Leopoldo de Bulhões, Sebastião Fluery Curado e Joaquim Xavier Guimarães
Natal.
Choques entre o legislativo e o executivos geraram a primeira grande crise política de Goiás
República – crise da Constituição. Goiás teve duas Constituições, a dos Bulhões e a dos Fleurys.
Após a renúncia de Deodoro, prevaleceu a Constituição de 1º de junho de 1891, também co-
nhecida pelo nome de Constituição dos Bulhões.
Com o Marechal de Ferro no poder Central, os Bulhões consolidaram seu domínio na política
de Goiás. O grande líder desta oligarquia foi José Leopoldo.
No ano de 1904, ocorreu fracionamento do grupo, sob a liderança de Xavier de Almeida, que
conseguiu afastar monentaneamente os Bulhões do poder.
No entanto, em 1908, em decorrência da sucessão senatorial, Goiás viveu clima de intranqüili-
dade política, desaguando numa revolução (1909).
Nesta luta saíram vitoriosos, mais uma vez, os Bulhões, a esta altura apoiados por Eugênio Jar-
dim e Antônio Ramos Caiado, que posteriormente, se tornaram fortes como políticos não só na
área regional como na nacional.
Maio de 1909 pode ser conhecido na história política de Goiás como o renascimento do man-
donismo bulhônico. Foi reconhecido presidente do Estado, para o quatriênio 1910-1913, Urba-
no de Gouvêa, cunhado de José Leopoldo; este se elegeu, mais uma vez, Senador da República
de Goiás.
Permaneceu nesta função até o ano de 1918, quando não mais conseguiu se reeleger.
Foram desentendimentos entre o grupo bulhônico e os Jardim- Caiado e o apoio da política de
Hermes Fonseca a estes, que levaram a oligarquia dos Bulhões à derrocada.
A partir de 1912, a elite dominante na política goiana, vai ser a dos Jardim-Caiado, popularmen-
te conhecida como Caiadismo. No se início os documentos registram “política Eugenista”.
Antônio Ramos Caiado fez presidente do Estado, fez deputados, se fez sempre senador da Re-
pública e fez aprovar leis de acordo com seu interesse político e pessoal.
Somente foi afastado do poder quando o movimento renovador de 1930 tornou-se vitorioso.
Em Goiás seu grande opositor foi o médico Pedro Ludovico Teixeira.
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9. GOIÁS ATÉ A REVOLUÇÃO DE 30
Em 1925, o capitão Cordolino de Azevedo, goiano, residente no Rio, empreendeu uma viagem
nostálgica a Goiás, depois de 30 anos de ausência. Para ele Goiás atravessava uma grande fase
de progresso, inaugurava-se uma nova era para a terra goiana.
As principais razões do progresso goiano enumeradas pelo capitão eram:
•• Comunicações – A chegada da estrada de ferro a Goiás tinham revolucionado as comunica-
ções.
•• Economia – A estrada de ferro estava produzindo uma extraordinária expansão da econo-
mia goiana.
•• Governo – O Estado de Goiás era um dos poucos estados da União com finanças saneadas,
com constantes superavit orçamentários.
Esta visão otimista do capitão não parece confirmada pela realidade: até 1930 o Estado de Goi-
ás continuava fora da corrente de progresso.
II – Comunicações
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III – População
A população do Estado aumentava rapidamente. O censo de 1900 deu a Goiás uma população
de 255.284 habitantes; e o de 1920, registrou 511.919.
A região mais povoada era o sudeste, pela maior proximidade do Triângulo Mineiro e presença da
Estrada de Ferro. Catalão com 35 mil habitantes era em 1920 o município com maior população.
A economia era uma economia quase exclusivamente de subsistência; a produção era local e
para o consumo, sendo muito pequeno o comércio interno e a circulação monetária.
A grande massa da população trabalhava na agricultura. A criação de gado era, contudo, o setor
mais dinâmico da economia, por ser o gado em pé o produto de mais fácil exportação e quase o
único exportado em quantidade apreciável.
Entre 1920-1929, o gado vivo significou quase a metade de todas as exportações e 27,69% da
arrecadação total do Estado.
Com a construção da Estrada de Ferro, a produção de arroz para a exportação aumentou ra-
pidamente; no período 1928-1932, a exportação de arroz já alcançava a metade do valor da
exportação de gado.
Também crescia a exportação de café.
A indústria e os serviços continuavam sendo atividades economicamente pouco significativas.
A economia em seu conjunto continuava, pois, sendo uma economia de subsistência. A escas-
sez de moeda e meios de pagamento, a inexistência de vida urbana, e a dificuldade de comuni-
cações impedia a produção para o exterior mediante a exportação. Goiás no período da Repú-
blica Velha, permaneceu estagnado.
VI – Governo: Administração
No aspecto político, o governo tinha sua autonomia bastante reduzida pela prepotência local
dos “coronéis” no interior. Quase poderíamos dizer que o governo só exercia sua jurisdição ple-
namente na capital; os coronéis, o vigário e o juiz eram mantenedores da ordem social.
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As distâncias, a pobreza de meios econômicos, a carência de um corpo de funcionários adequa-
do são as causas do enfraquecimento do poder central do Estado.
Outra característica, talvez ainda mais importante, do poder público nesta época é a limitação
dos objetivos do governo. Neste aspecto, os governos de Goiás até a revolução de 1930 estão
muita mais próximos do tipo de governo colonial que dos governos atuais.
Junto aos deveres fundamentais da ordem e da legalidade, pouco a pouco, ia-se desenvolvendo
em Goiás a consciência de que era uma obrigação do governo cooperar no ensino, preocupar-
-se das comunicações, velar pela saúde pública, etc.
Mas estas eram por parte do governo preocupações ainda remotas, e por parte do povo exi-
gências por muito poucos formuladas.
A transformação do conceito e do âmbito de ação do poder público, que é uma das revoluções
mais profundas operadas durante a história contemporânea, só começariam a manifestar-se
em Goiás em decorrência da revolução de 1930, que vitoriosa no âmbito nacional, lançou seus
frutos positivos em Goiás.
A revolução de 30, não se operou, imediatamente, no campo social, mas no campo político.
O governo passou a propor-se como objetivo primordial o desenvolvimento do Estado. A
construção de Goiânia, pelas energias que mobilizou, pela abertura de vias de comunicação
que a acompanhavam, e pela divulgação do estado no país, foi o ponto de partida desta
nova etapa histórica.
I – Revolução de 30 em Goiás
A revolução de 30 foi uma revolução importada em Goiás. Nem poderia ser outra maneira.
Ela não foi uma revolução popular, nem se quer uma revolução de minorias com objetivos so-
ciais. Foi portanto, uma revolução feita por grupos heterogêneos da classe dominante descon-
tente (Minas Rio Grande do Sul),de militares (Grupos tenentista) e das classes médias, sem
uma ideologia determinada.
Em Goiás a revolução teve como ponto de apoio parte da classe dominante descontente.
A falta de comunicações acentuava a impossibilidade do surgimento de uma oposição organizada.
Os pequenos núcleos de oposição, que se tinham formado durante á última década (em Rio
Verde e Inhumas e Anápolis), eram mais expressão de personalidades descontente que uma
verdadeira oposição.
As eleições eram totalmente controladas pelo Governo(o que tirava toda esperança de der-
rubar o governo por meios legais). E a ação da policia militar, tornando a vida difícil para os
oposicionistas mais recalcitrantes, completam a explicação da inexistência de uma oposição
consistente em Goiás.
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A crise do 29, que foi o catalizador de todos os descontentamentos para fazer eclodir a revo-
lução, não fez sentir efeitos aqui por falta de uma economia organizada e dependente de um
ativo comércio.
Por todas estas razões, a participação efetiva de Goiás na revolução limitou-se á ação pessoal
do Dr. Pedro Ludovico. Ao explodir a revolução a 4 de Outubro de 1930, reuniu um grupo de
120 Voluntários no triângulo Mineiro, com que intentou invadir a região do Sudoeste de Goiás.
Pedro Ludovico preso. Logo depois a revolução triunfava no resto do País. Uma coluna proce-
dente de Paracatu, comandada pelo coronel Quintino Vargas chegou até a cidade de Goiás e o
médico mineiro Carlos Pinheiro Chagas tomou o poder.
II – Governo revolucionário
A revolução colocou em Goiás um governo provisório composto de três membros: entre eles
estava, o Dr. Pedro Ludovico. Três semanas depois, foi nomeado interventor ,imaginou durante
15 anos Pedro Ludovico governaria pessoalmente Goiás.
A revolução não provocou nenhuma mudança social, no campo político um movimento mora-
lizador: a comissão. A comissão de sindicância devia apurar os crimes contra o patrimônio do
Estado, a coação contra os “elementos Liberais”, a violência e abuso de autoridade e fraude nas
eleições.
Com respeito a este objetivos, a revolução trouxe para Goiás uma revolução política. Muitos
jovens, politicamente novos, mais desinteressados e ansiosos em trabalhar pelo progresso do
Estado, passaram a ocupar os ,cargos de governo. Mas os longos anos de ditadura, haveriam de
seguir-se.
Há um aspecto, contudo, em que as transformações foram profundas e decisivas: o estilo de
governo. O governo passou a propor-se como objetivo primeiro de sua gestão, a solução dos
problemas do Estado em todas as ordens, dando especial ênfase ao problema do desenvolvi-
mento, exemplos: transporte, educação, saúde pública, exportação.
O grande empreendimento do Estado, foi a construção de Goiânia.
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Contudo, Goiás continuava sendo a capital.
As razões que se opunham à mudança da capital eram:
1. de parte do governo: o gasto público que isto suporia, todos os edifícios públicos teriam de
ser construídos de novo; haveria que empregar grandes somas na construção da nova capital
e o governo estadual era tão pobre que não podia pensar em gasto algum extraordinário.
2. de parte da população: a oposição composta tanto por motivos sentimentais, como pelo
prejuízo econômico que se teria da mudança. A “desvalorização” das casas, dos negócios e
das terras era temida por todos.
Por isso a mudança não poderia processar-se em tempos normais, a oposição era demasiado forte.
Só uma transformação violenta das estruturas políticas poderia reabrir o problema da mudança.
Foi o que aconteceu com a revolução de 30.
A situação do novo governo, nascido da revolução, era radicalmente diferente com respeito ao
problema da mudança da capital.
A cidade de Goiás era o centro de poder da oligarquia deposta pela revolução – trasladar a capi-
tal para outro lugar reforçava o novo governo do ponto de vista político e psicológico.
Não havia que temer a oposição, pois o governo revolucionário nem dependia dos votos dos
eleitores, nem devia favores aos governos passados.
Para criar uma nova era nenhum símbolo melhor que criar uma nova capital.
Em junho de 1932, Pedro Ludovico, declarou publicamente que o problema da transferência da
capital estava sendo estudado e seria resolvido em breve.
Em outubro, já viajava para o Rio buscando apoio político e financeiro do governo federal à
construção da nova capital.
A mudança da capital não era apenas um problema na vida de Goiás. Era também a chave, o
começo de solução de todos os demais problemas. Mudando a sede do governo para um local
que reunia todos os requisitos de cuja ausência absoluta se ressente a cidade de Goiás, tere-
mos andado meio caminho na direção da grandeza desta maravilhosa unidade central.
“O governo não considerava a construção de uma nova capital um gasto, mas um investi-
mento necessário para o desenvolvimento.”
Nenhum obstáculo foi capaz de impedir a construção: nem a forte oposição política, nem a
dificuldade de construir uma cidade num lugar tão afastado, com pouco dinheiro, e sem contar
com uma infra-estrutura industrial.
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O problema do desenvolvimento é muito mais complexo e de muito mais lenta solução do que
supunham os homens da Revolução de 30.
Em 1942, com efeito, Goiânia, “chave do desenvolvimento geral de todo o Estado”, era uma
cidade perfeitamente estabelecida, e o orçamento estadual subia já a 26.000 contos (mais de
cinco vezes o orçamento de 1930), mas o desenvolvimento do Estado estava longe de ser satis-
fatório. Para tomar um único índice: o censo de 1940 constatou que entre 563.262 pessoas de
mais de 10 anos, só 148.937 sabiam ler e escrever.
As comunicações, a saúde, a instrução, a carência de indústria, a baixa produtividade na agri-
cultura e na pecuária, a descapitalização da economia, a estrutura da propriedade etc., etc.,
eram problemas ainda intactos, trabalho para várias gerações.
A Revolução de 30, e sua obra principal em Goiás: a construção de Goiânia, podem considerar-se
começo de uma nova etapa pelos rumos que marcaram mais que pelas realizações imediatas.
A construção de Goiânia, uma das grandes obras do Brasil na época, devolveu aos goianos a
confiança em si mesmos. Em vez de pensar-se na grandeza do passado, começou a pensar-se
na grandeza do futuro.
Ao mesmo tempo, a construção de Goiânia significava um primeiro grande impulso para a
transformação da economia e da política econômica.
O governo, até então preocupado quase unicamente em manter a ordem, promoveu, pela pri-
meira vez em Goiás, uma obra de grande envergadura, que mobilizou as energias latentes.
A Construção de Goiânia, promoveu a abertura de novas estradas, tornando-se centro de liga-
ção dentro do Estado e com outros Estados: favoreceu a imigração, e consequentemente o po-
voamento, acelerando a colonização do Mato Grosso goiano, zona de grande riqueza agrícola;
criou o primeiro centro urbano, que se não chegou a constituir-se em centro industrial – como
esperava os construtores.
Por isso, a Revolução de 30 e construção de Goiânia, podem ser tomados como marco de uma
nova etapa histórica para Goiás.
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11. GOIÁS ATUALIDADE: 1940 – 1970
I – A População
A alta taxa de natalidade da população do Estado e o aumento da imigração determinaram,
neste período, que o crescimento da população se processasse num ritmo acelerado.
A imigração, durante esta década 1940-1950, também alcançou um elevado índice, que de-
terminou, somado ao aumento vegetativo, um crescimento global, um crescimento global da
população de 3,9% anual.
Mais rápido ainda foi o crescimento da população na década seguinte, alcançando a taxa de
4,9%. Os fatores que influíram fortemente foram: a construção de Brasília e a diminuição do
índice de natalidade.
Em 1970 a população de Goiás se aproximava já dos três milhões. Estes dados indicam que a
população de Goiás se multiplicou por seis nos últimos cinqüenta anos.
Este crescimento rápido da população, estimulado pela forte migração, embora a longo prazo
se traduza em maior desenvolvimento, a curto prazo pode conduzir a variados impasses. Se-
gundo Otávio Lage: “As emigrações trazem consigo boas e más conseqüências. Para a economia
da região, melhoram os índices de mão-de-obra, ampliam as fontes de riquezas, etc.: entretan-
to, contribuem para o aumento da demanda insatisfeita de serviços sociais, escolas, energia,
estradas, saneamento e habitação, sobrecarregando os governos.
II – Distribuição da População
Na realidade, a distribuição da população é muito desigual, quase a metade do Estado tem uma
densidade entre 1 e 2 hab./Km2.
As regiões homogêneas formadas de Norte e Sul. Pois bem, as oito primeiras micro- regiões
com 61% do território tem apenas 27% da população, enquanto o Mato Grosso Goiano, décima
região, concentra mais de um terço da população do Estado com 28,69hab./Km2.
Também apresentam uma forte concentração populacional as três regiões do extremo sul:
Meia Ponte (7,8hab/Km2, Sudoeste Goiano (6,4) e Paranaíba (8,79).
As vias de comunicação e a proximidade maior ou menor dos grandes centros econômicos tem
determinado uma distribuição da população totalmente diferente à causada pela mineração no
século XVIII, e pela pecuária no século XIX.
III – Urbanização
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Em Goiás o censo de 1940, que foi o primeiro em fazer a distinção entre população urbana e
rural, dava para o Estado 14,6% de população urbana e rural, dava para o Estado 14,6% de po-
pulação urbana
85,4% rural. Devemos notar, contudo, que o índice de ruralidade era ainda bastante mais eleva-
do, pois o critério adotado pelo IBGE de considerar população urbana a residente na sede dos
municípios computa como urbana a população de pequenas cidades e vilas. Apesar disto, havia
municípios, como Goiatuba, onde o índice de ruralidade subia até 97,12%. Só quatro cidades
passavam dos 7 mil habitantes (Goiânia, 15 mil, Anápolis, 9.500, Goiás, 8 mil e Ipameri 7 mil) e
outros quatro (Rio Verde, Silvânia, Catalão e Piracanjuba) excediam em poucos os três mil.
“Da população economicamente ativa, 83,69% estavam ocupados em 1950 no “setor primá-
rio”, em sistema de trabalho rudimentar: 4,17% no “setor secundário”, e ainda incipiente: e
12,14% no “setor terciário”.
A indústria continua sendo de pouca expressão em Goiás para a formação de riqueza e ofere-
cimento de empregos: sua participação na renda estadual é quatro vezes menor que a média
nacional.
A agricultura e a pecuária, representam, 57% e 40% respectivamente do setor primário. A agro-
-pecuária concentra 69% da mão- de-obra total.
A agricultura do Estado se baseia em três produtos principais: arroz, milho e feijão.
V – Governo: Administração
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Os serviços paraestatais são constituídos pelas empresas públicas e sociedades de economia
mista, nas quais o governo é acionista maioritário. Entre elas encontram-se a METAGO, CASE-
GO, IQUEGO, etc.
Outro empreendimento importante que nasceu do governo de Mauro Borges foi a tentativa de
reforma agrária.
Em primeiro lugar uma das razões da queda do governador foi porque ele tocou o ponto cru-
cial, ele criou a Metago. A Metago foi entregue ao Capitão Marcus Fleury, antigo chefe do SNI
em goiás e branço direito da Repressão no Estado.
O que fizeram os Governos da Revolução em Goiás?
Visando eleger o sucessor, Ribas Júnior fez um governo visando o empreguismo e aumento do
funcionalismo. Nomeuo praticamente todo mundo em Goiás.
Foi a última vez que o magistério recebeu verdadeiramente no Estado. Talvez reconhecendo as
suas limitações, não interferiu na estrutura deixada pelos governo anteriores.
Otávio Lage de Siqueira, construiu postos de saúde e escolas no interior. Na capital ele foi ofus-
cado pela brilhante Administração do então prefeito da capital o Sr. Iris Resende Machado, que
remodelou Goiânia.
Como o presidente gostava de estádios foi a época em que quase todos os governadores cons-
truiram seus estádios. Aqui foi construido o ESTÁDIO SERRA DOURADA e o AUTODROMO, di-
nheiro desviado da Educação e obras assistenciais. O professor passa a ganhar baixos salários,
os mais capazes vão evadindo da profissão.
Duas medidas importantes de seu governo: o Goiás rural e a Lei de Incentivos Fiscal, para as
indústrias pioneiras em Goiás; a construção do CEASA, que com seu sistema de intermediários,
constribuiu para elevar o custo de vida em Goiás .
Irapuan Costa Júnior (1975 – 1979 ).
Obras: Gínasio Rio Vermelho, Incentivo à ginástica e competições esportivas; ponte sobre o Rio
Tocantins, de vendo também ser mencionada a restauração do Teatro Goiânia.
Ary Ribeiro Valadão ( 1979 – 1983 ). Foi o último dos governos escolhidos indiretamente pelo
planalto.
Economicamente o governo procurou fazer obras de incentivo no setor primário atravéz dos
projetos Rio Formoso, Rio do Sono, Rio dos Bois e Alto Paraíso. No projeto Rio Formoso o capi-
tal monopolista atuou em detrimento do pequeno proprietário. Era um projeto ousado, objeti-
vando fazer de Goiás um celeiro do Brasil.
No setor educacional, a única obra foi a construção do faraônico “Colégio de Líderes” ou Co-
légio Hugo de Carvalho Ramos. Dado o seu caráter elitista e irreal no contexto goiano, o novo
governo modificou a orientação do colégio e o inseriu na realidade educacional do Estado.
Governo Iris Resende Machado (1982).
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Eleitor majoristariamente pelo voto direto, popular e universal, contando com o apoio de uma
“frente” de aposição ao oficialismo. É um governo de conciliação entre o capital e o trabalho.
Socialmente, tem se carecterizando pelo apoio às reivindicações populares, Destacam neste
sentindo a instituição do comodato, a integração do sudeste goiano atravéz da Rodovia JK e de
outras vias, desejo antigo dos produtores etc.
Projeto de peso no governo Iris é a tentativa de resolver o problema dos marginalizados sociais,
frutos do êxodo rural. Contado com o apoio das prefeituras edos proprietários.
Inicialmente, o governo baixa o chamado “Decretão” uma medida extrema. Com maoir critério,
o Estado volta a obsorver os funcionários, reforçando a função do “Estado de Obras”.
O Estado torna-se responsável pelo emprego, aínda que com altos e baixos salários.
No setor da Educação, está sendo providenciada a aprovação do Estatuto do Magistério, recon-
siderou sua situação salarial e criou cursos complementares para alunos carentes.
De maneira geral é um governo caráte reformista que tenta recolocar o Estado nas vias de cres-
cimento econômico. Melhorou a arrecadação fiscal e propriciou a regulamentação de folha de
pagamento do Estado.
No campo social, Goiânia hoje é uma metrópole com aproximadamente 1,000,000 de habi-
tantes, observa- se o fenômeno do êxodo Rural, que criado uma população marginalizada do
contexto sócio-econômico.
O menor abandonado tem feito proliferar as casas de “Caridade”, grandes construtoras, na
construção de apatamentos luxuosos com o dinheiro do F.G.T.S, no entanto é o fundo de garan-
tia deste trabalhador que está garantindo uma parte da construção civil.
A fórmula que o governo descobriu para absorver a mão-de-obra que emigra do campo para as
cidades. Este é raoidamente o quadro de Goiás hoje, o que não é diferente do restante do Brasil.
13. TURISMO
O turista proveniente de qualquer parte do Brasil, ou até mesmo do estrangeiro, encontra mag-
níficas atrações no Estado de Goiás.
A GOIASTUR ( Empresa do Estado ) é um departamento da CANTUR e está subordinada à Se-
cretaria de Comércio e Indústria. Os planos da GOIASTUR incluem, para início, Calda Novas, São
João (onde há água sulfurosas) e Pirenópolis (cidade histórica).
Uma das mais importante das atrações turística de Goiás é “Caldas Novas” a maior reserva
hidrotermal do mundo, localizada a 170 quilômetro de Goiânia. Apresenta 30 fontes de água
termais, além de uma lagoa (Pirapitinga ) de água quente.
No sopé da serra de Caldas, encontra- se a “Pousada do Rio Quente”
Anápolis – é, depois de Goiânia, a cidade mais importante do Estado. Está situada entre duas
importantes capitais: Brasília e Goiânia. É considerada a capital econômica do Estado devido à
grande qualidade de indústrias.
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Cachoeira Dourada – Além a Usina Hidrelétrica, a Cachoeira Dourada é também um dos pontos
turísticos mais visitados do Estado. Logo abaixo da Cachoeira Dourada (Itumbiara ) encontra- se
o Canal de São Simão, que também é atração turística.
Paraúna – A cidade apresenta belos monumentos erigidos pelo tempo e pelo vento, no dorso
da serra Paredão.
Trindade – É considerada como cidade religiosa de Goiás, porque no 1.º Domingo de julho de
todos as anos, se realiza uma festa em louvor ao Divino Padre Eterno.
Pirenópolis – A cidade apresenta uma série de atrações turísticas, destacado- se a Cavalhada,
que é realizada junto com a Festa do Espírito Santo. Há o estrondo da Roqueira, a serra dos
Pirineus, a famosa Pensão do Padre Rosa, além das arquitetura colonial de suas casas e igrejas.
Goiás – Essa antiga cidade oferece aos turistas: os muros de pedra feitos pelos escravos, os so-
brados coloniais, o Largo do Chafariz, a Casa da Fundição, o largo da Boa Morte, o Palácio Con-
de dos Arcos, a cruz do Anhangüera (um marco deixado pelas bandeiras ), o Chafariz da Carioca
e muitas outras atrações. A cidade de Goiás, foi a primeira capital do Estado do mesmo nome.
Goiás, antiga Vila Boa, foi fundada em 1725 por Bartolomeu Bueno da Silva, o filho.
Araguaia e Bananal – A quantidade de peixes que o rio Araguaia apresenta é imersa (é o rio
mais piscoso do mundo.)
Ilha do Bananal, apresenta o Paraíso das Lagoas, de águas claras com areal branco, depositado numa
série de praias imersas. A flora e a fauna dessa ilha são riquíssimas pela sua enorme variedade.
14. FOLCLORE
É uma festa que se realiza em quase todos as cidades do interior do Estado, sendo porém mais
expressiva, nos seguintes lugares: Pirenópolis, Santa Cruz de Goiás e Jaraguá.
É realizada também na cidade de Goiás, sendo apresentadas danças folclóricas, como a “Con-
gada” e a “Dança dos Tapuios”.
Esta festa também chamada de Nossa Senhora do Muquém, é realizada no mês de agosto. É
uma festa de caráter religioso- popular.
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IV – Danças e Musicas
No Estado de Goiás, a influência do elemento negro nas danças e ritmos, fica registrada na pre-
sença de três danças: Tambor, Suça e Samba.
O Tambor é considerado uma dança sagrada, pois “foi a única dança que Nossa Senhora dançou”.
O povo diz que essa dança deve ser executada com alegria, porém com respeito, pois ela acom-
panha a Rainha até a igreja nas festas do Rosário
A Suça é uma dança mais alegre que a do Tambor, sendo executada sob qualquer pretexto e
sem disciplina. Além do tambor, utilizam viola e pandeiro.
O Samba é danças em qualquer reunião.
Essas três danças são mais executadas ao norte de Goiás.
V – Lendas
Além das lendas populares comuns em todo o Brasil tais como: “mãe-d’água”, “saci-pererê”,
“mula-sem-cabeça”, “bicho-papão”, “anhangá”, temos também nossas lendas regionais como:
a lenda da “Fonte da Carioca” e a do “filão de Ouro”.
VI – Varões
Há algumas pessoas que se destacam mais, pelo seu trabalho, sua coragem, sua dedicação, sua
inteligência ou seu desprendimento.
O Estado de Goiás apresenta um número muito grande de homens que de destacaram ou se
destacaram ou se destacam nas variadas atividades.
Assim temos:
VII – Escritores
Goiás.
Zoroastro Artiaga – Escreveu vários volumes sobre Histórias de
Antônio Americano do Brasil – Foi jornalista, poeta, orador, historiado e médico.
Bernardo Elis – Um dos maiores escritores da literatura goiana. José Godoy Garcia – Escritor e
poeta.
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Basileu Toledo França – Historiador.
Hugo de Carvalho Ramos – Escreveu mais obras, sendo a principal
“Tropas e Boiadas”.
Eli Brasiliense – Grande escritor e poeta.
Cônego Luís Antônio da Silva de Sousa – Foi escritor, orador Jornalista e político. Não nasceu no
Estado de Goiás, porém considerava- se goiano, tendo escrito as “Memórias Goianas”.
VIII – Poetas
15. A ADMINISTRAÇÃO
A administração portuguesa no Brasil durante os três séculos que durou: a continuidade fun-
damentada na tradição e, muitas vezes, no direito costumeiro proveniente da época medieval;
a unidade, dentro da dispersão, pois embora, cada capitania constituísse administrativamente
uma quase ilha, todos seguiam, radicalmente, uma mesma orientação; o pragmatismo, que
levava a preferir a adaptação de velhos modelos administrativos a situações novas no tempo
ou no espaço, mediante correções ou adendos, à formulação racional de novas tipos para satis-
fazer às novas necessidades de governo; a complexidade legal, consequentemente, pois as dis-
posições dadas sobre um mesmo assunto, ao longo dos séculos e para uma geografia tão vasta
como a do império português, vão sobrepondo- se, num emaranhado.
O Governo Geral estava estruturado na divisão da autoridade em três seções: administrativo-militar,
justiça, fazenda. À sua frente estavam, o governador- capitão general, o ouvidor e o provendo- mor.
Os campos de autoridade nunca estiveram perfeitamente delimitados, não somente no nível supe-
rior, onde o governador acumulava certas atribuições na justiça e na fazenda, e o ouvidor e o prove-
dor intervinham na administração, mas também ao longo dos respectivos corpos administrativos.
A autoridade dos capitães generais, embora bastante lata não tinha contudo, limites bem de-
terminados; e à vontade da corte podiam ser repreendidos por terem feito de mais ou não
terem agido o bastante. Os ouvidores e Juizes de fora estavam investidos, a um tempo de pode-
res judiciários e administrativos. Os notário serão ao mesmo tempo escrivães e meirinhos, e os
militares exerciam funções aduaneiras e de preceptores de impostos.
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Os governadores, dentro da amplitude de sua atribuições, sentiam, quase como uma ofensa
pessoal, a independência dos “ministros”, em especial dos ouvidores no campo da justiça.
Há nesta inimizade de séculos, ao mesmo tempo, a polarização de um conflito de classes. O go-
vernador era, de ordinário, um membro da alta nobreza, daquela velha aristocracia que desde
o século XI ostentava, junto com as quinas de Portugal, o orgulho de seus brasões familiares nas
terras portuguesas das quatro partes do mundo. Os “ministros” eram, pelo contrário, burocra-
tas, homens que por seu conhecimento das leis e dos procedimentos, adquirido nas universi-
dades ou nas tradições familiares, se tornaram indispensáveis aos monarcas desde a criação do
estado moderno. As tensões aristocracia – burguesia tornavam-se mais carregadas de inviabili-
dade à medida que se aproximava o ponto da revolução francesa.
Ao chegar o Conde a Vila Boa, encontrou já em andamento a famosa disputa entre o vigário pe-
restelo e a Câmara: Excomunhão do ouvidor, prisão do vigário e declaração de sua insanidade
metal, sua fuga com as conseqüentes excomunhões, prisão do ouvidor e devassas do envia-
do do bispo, indiciamento dos 110 complicados no caso, multas. O governador, conhecendo
os graves conflitos a que davam origem as disputas com as autoridades eclesiásticas, preferiu
manter-se à margem com a autoridades eclesiásticas, preferiu manter-se à margem.
Também tinha ambições pessoais a que o governador, por ofício, devia opor-se. Queria, para melhor
desempenho de seu cargo,_ segundo dizia, pois competia lhe a vigilância contra o contrabando _
que o rei desse uma lei proibindo a entrada ou saída de qualquer pessoa nos arraiais da capitania,
sem um bilhete de sua mão. Pedia, também, que sua jurisdição no cível e no crime fosse aumentada
até igualar à do ouvidor. O governador informava ao monarca, que a primeira pretensão do inten-
dente, se aceita, suporia uma tirania intolerável sobre os povos, quanto á Segunda aconselhava não
aumentar, de forma alguma, a autoridade dos ministros, coisa perigosa em América.
I – Os Governadores
Desde os primeiros dias da colônia, até a chegada da Corte ao Rio de Janeiro, não h, provavel-
mente, queixa mais unânime que a levantada contra a prepotência dos governadores. Contra o
absoluto e ilimitado de seu poder. Gouveia escrevia, no século XVII, julgava seu poder simples-
mente monstruosa, e Saint Hilaire, falando de Goiás, dizia que os governadores, até a chegada
da família real, gozavam de um poder praticamente ilimitado.
O poder dos governadores, ao contrario, longe de ser ilimitado, estava submetido a toda classe
de limitações, legais umas, que restringiam seus poderes, outras de fato, impedindo o exercício
real de sua autoridade. Poderíamos citar entre estas últimas as enormes distâncias e a falta de
comunicações, a carência de um aparelho administrativo organizado, a inexistência de uma po-
lícia mesmo rudimentar, etc.
A existência e o reconhecimento de uma ordem legal significavam exatamente o contrário do
poder ilimitado e , neste ponto, a sobrevivência de muitos direitos pessoais e de classe, pró-
prios do direito estamentário, dificultavam, ainda mais, o exercício da autoridade.
Os governadores nos levaria a concluir quão longe se encontravam, não só do poder absolu-
to, mas mesmo de uma real autonomia: não nomeavam nem escolhiam seus colaboradores,
nem podiam destitui-los: não podiam criar novos ofícios nem prescindir dos existentes; deviam
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prestar contas, e esperar aprovação, até dos menores gastos extraordinários _ se, por exemplo,
houve que aumentar, em virtude de rumores de assalto, alguns soldados a escolta normal dos
quintos _ qualquer inovação na lei ou no costume devia ser submetida, de antemão, ao Conse-
lho Ultramarino, e não podia ser posta em prática sem sua expressa aprovação.
O conde de S. Miguel, cansado de esperar a moeda provincial de prata, necessária para as tran-
sações nos registros, mandou pôr em circulação _ em muito pequena quantidade _ pequenas
barras de ouro, com a função de moeda; o rei mandou retirá-las, por Ter sido esta medida to-
mada sem sua expressa licença e ser suficiente o ouro em pó permitido nos registros.
O primeiro governador a ser julgado e condenado foi Conde de S. Miguel. É difícil saber até que
ponta perseguição se inspirava num afã moralizador, como era propalado, ou se devia á coinci-
dência do Conde ser um membro da família Távora, exterminada pela ira vingativa de Pombal.
Esta Segunda hipótese parece bastante mais provável. O fato é que não só o governador e seus
próximos ajudantes foram enquadrados na devassa dos “perniciosos e abomináveis delitos e
estranhos procedimentos”, senão que esta atingiu a todo o funcionalismo da capitania: altos
funcionários foram declarados culpáveis de diversos tipos de corrupção – entre eles ouvidores,
intendentes, tesoureiros etc. – e não poucos menos qualificados.
Anos mais tarde, foi acusado de malversação do dinheiro público D. José de Almeida, um dos
mais íntegros e capazes administradores que passaram por Goiás. O governador ficou tão des-
gostoso que pediu e obteve a exoneração.
Poderia deduzir-se da enumeração passada que Goiás não teve muita sorte com seus governadores,
ou, o que seria pior, que os governantes da época colonial, além de incapazes, eram pelo geral cor-
ruptos. Nada mais falso. Se não faltam irregularidade – a verdade é que os governadores de Goiás,
em que sua totalidade, podem ser considerados funcionários de alta classe: inteligentes, conscien-
tes, honestos, dedicados a seu cargo e sinceramente desejosos de não poupar esforços para melho-
rar a situação da Capitania. Alguns podem ser tidos como homens eminentes pela sua inteligência
serena e a integridade de seu caráter; assim o Conde dos Arcos (1749-54), D. José de Almeida Vas-
concelos (1772-78), Francisco de Assis Mascarenhas (1804-8), Francisco Delgado (1808-19).
Mas ação nenhuma pessoal ou administrativa poderia modificar, sensivelmente, o curso da
evolução a que a geografia e a marco-história condenavam à Capitania de Goiás.
Introduzido o sistema de vender os cargos como um meio de ajudar a superar as dificuldades finan-
ceiras da Coroa depois da restauração, foi ampliando-se cada vez mais, em virtude da própria inércia
do princípio. No século XVIII, poucos eram os ofícios públicos não arrematáveis. Na América Portu-
guesa, unicamente os mais altos postos da administração eram de nomeação régia, mas aqui nunca
se chegou, como na América Espanhola, à venda dos ofícios a perpetuidade “juro de Heredad”.
À parte as vantagens financeiras que oferecia à Fazenda Real, havia nos sistema de arrenda-
mento de cargos uma concepção diferente do serviço público. Não sendo o funcionalismo um
serviço especializado, não era tanto a competência como a honestidade o que se buscava no
funcionário. O fato de serem os arrendatários dos cargos pessoas economicamente sólidas –
pois pagavam por adiantado e apresentavam avalistas – pareciam constituir uma garantia de
moderação: a “propina”, podia ser considerada como uma espécie de fiança reintegrável.
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III – A Justiça
Entre os vícios da justiça no Brasil, durante a época do muro, além da fama de venalidade já
mencionada, poderíamos enumerar: a complexidade legal, o fato de ser administrada, quase
em sua totalidade, por leigos, a dificuldade dos recursos, seu alto custo, a lentidão de seus pro-
cessos – segundo Saint Hilaire “talvez em país algum, a justiça seja tão lenta como no Brasil”.
Em Goiás, até a criação da comarca do norte em 1809, existia uma única comarca para todo o
território, e nesta comarca, até a criação de um juiz de fora para Vila Boa em 1803, não existia
um único juiz de carreira. Isto, por outra parte, não constituía uma especial anomalia, pois a
justiça em primeira instância era exercida pelos Juízes ordinários ou pelos Juízes de fora e só
estes eram homens de carreira com ordenado pago pelo rei.
Os Juízes ordinários, eram eleitos pelo povo, mas de modo indireto, através de eleitores desig-
nados para isso. Sua ignorância da lei – quase todos eram leigos, embora alguns contratassem
um letrado que os assessorasse – era tão perigosa como muitas vezes sua prepotência, verda-
deiros senhores feudais que eram no distrito de sua jurisdição.
Outro mal na designação de Juízes era a corrupção nas eleições. O Conde dos Arcos explicando
que resultara inútil separar o cargo de juiz dos órgãos dos Juízes ordinários, por causa de serem
estes leigos, enunciava para o governo de Lisboa o seguinte princípio, tão duro, sobre as elei-
ções: “igualmente leigo é o juiz dos órfãos atual e o serão todos os mais que se lhe seguirem,
porque semelhantes eleições no Brasil sempre recaem naquelas pessoas que melhor podem
subornar os votos dos oficiais da Câmara que os elegem”.
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Pior era a situação da justiça criminal. Numa época em que o enforcamento dos criminosos
com o “horror do espetáculo” parecia o único meio dissuasório para o crime, só o tribunal de
relação tinha autoridade para decretar a pena de morte. Isto eqüivale a dizer que em territórios
tão distantes da Bahia como Goiás, os criminosos ficavam impunes, pois resultava impossível,
na prática, o transporte dos acusados até a Capital.
As cadeias, por sua parte, frágeis e mal guardadas, pareciam de papel, tal a facilidade com que
os presos se evadiam sempre que o intentassem.
Seguiam-se desta situação assaltos freqüentes às cadeias para tomar- se a justiça por sua pró-
pria mão, sobretudo, quando se tratava de escravos, que tinham assassinado a seus senhores.
Há, contudo, que fazer uma ressalva: o assassinato prendia-se, quase exclusivamente, a motivos
passionais, – vinganças, ódios rixas, ciúmes – poucas vezes a assaltos com a finalidade de roubo. A
honestidade dos goianos, neste ponto mesmo na depressão da maior pobreza, era quase absoluta.
As representações dos governadores pedindo a instauração de uma junta que pudesse julgar,
sumariamente, em Vila Boa os crimes e proferir e executar sentenças de mortes – como já tinha
sido concedido a várias capitanias -, acabaram sendo atendidas por Lísboa.
IV – A Fazenda Real
A fazenda Real tinha como principal fonte de receita o quinto do ouro. Em 1741, em Goiás, o
quinto significava mais de dois terços de todos os impostos. Com a decadência posterior da mi-
neração, a importância absoluta e relativa, do quinto foi também criado.
O quinto era o único dos grandes impostos arrecadados pelo aparelho fiscal do Estado. Reco-
lhido na intendência e guardado no cofre de três chaves, sob custódia militar, era depois emba-
lado em borrachas e estas em caixotes cuidadosamente lacrados. Uma vez por ano, no campo
da seca, era remetido ao Rio de Janeiro para ser embarcado para Lisboa: durante três meses, a
caravana de muares guarnecidos de veludo vermelho com as armas em ouro do rei de Portugal
atravessava, solenemente, após o estandarte régio e com a escolta lateral de um capitão e doze
soldados, os desertos de Goiás e Minas. Símbolo e meio do poder político.
Nos primeiros anos, até a instauração da capitania de Goiás, não somente o quinto íntegro, mas
também substanciais excedente dos outros impostos eram remetidos para a Corte. Foi o tempo
áureo da arrecadação.
Além do quinto, os outros dois grandes impostos eram as entradas e o dízimo. As entradas consis-
tiam num imposto às mercadorias, que deviam ser pago nos registros, no momento de entrar na
capitania. Como imposto, as entradas tinham um grave defeito, que era taxar as mercadorias pelo
peso e não pelo valor, onerando gêneros de primeira necessidade, mais pesados, como o sal, e afe-
tando muito pouco os artigos de luxo, leves e de grande preço, como sedas e jóias.
O dízimo, como seu nome indica, devia-se pagar-se com um décimo da produção. Mas sendo
um imposto de tradição bíblica com destinação ao culto – a tribo de Levi devia ser sustentada
pela contribuição de outras tribos –, conservava as características agro-pastoris da sociedade
israelítica em que se originara: cobrava-se exclusivamente dos produtos do campo e dos ani-
mais.
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Ambos os impostos, juntamente com as passagens – imposto menor sobre o trânsito dos rios
que necessitassem canoa para ser atravessados
– eram arrematados por triênios em Lisboa. Os “contratadores” montavam seu próprio aparelho
fiscal para a cobrança – auxiliados, naturalmente, pelas autoridades locais – e eram proverbiais a
rudeza dos “administradores” do contratador, e, mais ainda, dos últimos cobradores fiscais.
Em Goiás, com a instauração do Governo autônomo em 1749, não somente cessaram os gran-
des excedentes, que se acrescentavam à remessa dos quintos, mas passou-se a um estado de
déficit permanente, ano após ano.
Com drásticas reduções na folha de pagamentos – levadas a cabo com sangrante energia – e
tendo conseguido da Corte por seu prestígio a doação permanente de três arrobas de ouro do
quinto, conseguia D. Francisco de Assis, por primeira vez em 30 anos, equilibrar o orçamento.
Ao deixar o goveno em 1809 deixava também até um pequeno saldo favorável, que dava para ir
amortizando a dívida da Capitania. Alivio momentâneo. Dois anos depois, o quinto não cobria
as três arrobas e continuava diminuindo.
Outros impostos menores foram aparecendo mais tarde, quase todos com fins específicos: o
das carnes verdes, aplicado aos presídios do norte; o subsídio literário, que deveria aplicar-se
à manuntenção de escolas, décimas – sobre a venda de prédios – selos e sizas, para a ajuda a
capitania de Mato Grosso, já de antigo, economicamente doente sem cura.
Para completar o quadro dos impostos ou contribuições, haveria que enumerar a Bula da Santa
Cruzada e os donativos “voluntários” com motivo de acontecimentos extraordinários, como,
por exemplo, o instituído para a reconstrução da cidade de Lisboa depois do terremoto.
A situação de Vila Boa era, privilegiada, única vila em toda a capitânia, não só dispunha de suas pró-
prias rendas, mas também da metade da arrecadação de todos os arraiais. Aqui também se cumpria o
dito “a quem tem dar-se-lhe-á mais, e quem não tem lhe será tirado ainda o pouco que tem”.
V – Exército
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Os dragões constituíam um corpo verdadeiramente exemplar. Fisicamente perfeitos, inteligen-
tes, educados, de uma honestidade sem exceção no correr de muitos anos.
Tendo em conta, seguramente, o princípio de que o meio mais rápido de aliviar uma profissão é
empobrecê-la, o governador recompensava largamente os dragões.
Ao lado dos dragões existia também, como corpo pago, a companhia dos pedestres, corpo auxi-
liar, armado somente de espada, que desempenhava missões de enlace, vigilância e proteção.
Menos de cem soldados constituíam, pois, toda a força militar e policial paga de uma capitania
extensa como uma nação, e em permanente pé de guerra. Se em relação à população, e em
permanente pé de guerra. Se em relação à população seu número podia não ser realmente
pequeno, com respeito às funções que devia cumprir era reduzidíssimo. Esta deficiência tratava
de compensar-se com o enquadramento militar da população civil: as ordenanças.
Nos primeiros anos da Capitania as ordenanças receberam variadas incumbências: combater
os contrabandistas entrincheirados nas terras diamantíferas, quando a tropa se demonstrou
insuficiente; montar guarda na cadeia para evitar a fuga dos presos; fazer a ronda nas popu-
lações, onde nos dias de festa proliferavam as brigas e as mortes; acompanhar, como guarda
pessoal, o ouvidor na visita de correição.
Tanta atividade pareceria ser indício de uma sólida organização estrutural, atualizada pelo exercício
constante. A realidade, porém, parece ter- se encontrado sempre bastante distante deste ideal.
A partir do governo de D. João Manuel houve uma preocupação constante do governo central,
urgindo aos governadores reforçar a organização militar das capitanias, dada a tensão bélica
na América do Sul. D. Manuel criou, em 1763, o regimento de cavalaria auxiliar com dez com-
panhias; não encontrando em Goiás ninguém capaz de organizar este corpo, seus dois chefes,
sargento-mor e ajudante, foram enviados de Minas.
Todos os governadores seguintes, sob a pressão constante de Lisboa, criaram novas compa-
nhias de ordenanças de homens brancos e negros, de cavalaria e infantaria. Em muitas povoa-
ções era o maior número de pretensos soldados que o dos homens de carne e osso.
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O governador de conde dos Arcos pedia ao governo português um pouco de paciência, pois a
imediata, mais á produção ameaçada, foi concedido o privilégio conhecido com o nome de ‘
privilégio de da trindade”: aos donos de mais trinta escravos dedicados á mineração, lhe seriam
poupados lavras e escravos, em casos de penhora por dividas. “este dispositivos, apenas incen-
tivou a desonestidade dos mineiros , que passaram a não pagar seus credores.
Os efeitos sobre o volume da mineração foram manifestando-se lentamente. Em 1754 a diminui-
ção do produto bruto, o declínio se processava lentamente : em 25 anos decaí de um terço a ar-
recadação do quinto. Mas decadência psicológica e social antecipava-se ao esgotamento do ouro.
Existem em Goiás estudos dos contemporâneos sobre as causa da decadência , embora nos diver-
sos escritos apareça a tentativas de explicação, mas sempre de uma forma fragmentária e isolada.
Em Goiás por sua menor riqueza mineral , e por não Ter se chegado aqui, a sua constituição de
uma sociedade estabilizada como em Minas , a decadência foi muito mais rápida e mais definiti-
va. A câmara de Mariana destacava em 1789 como motivos fundamentais da decadência: a má
educação dos colonos, que não casavam quando casados e com filhos procuravam dedica-los á
milícia ou á igreja, o próprio governo que nunca soube dirigir a mineração com uma legislação
adequada . “A falta de experiência a ambição do governo , em parte o desconhecimento do país ,
mal organizadas, e quase despovoado, deram lugar a muitas leis inadequadas, que provocavam á
ruína rápida desse notável ramo de atividade, importante fonte de renda para o estado.
Modificavam-se os velhos processos rotineiros de exploração , entendiam que nada haviam de
melhorar , embora a produção do ouro se tornasse menor de ano para ano. A causa do declínio
da mineração estava nos processos irregulares de extração o soerguimento da mineração – não
poderia ser realizado por meios simples incentivos aos particulares.
Necessitavam-se grandes investimentos infra-estruturais e uma programação a longo prazo,
em Goiás, fazia já tempo que se sentia a necessidade da associação dos mineiros como único
meio possível de reunir o capital indispensável para a exploração das jazidas ricas, encontrava-
-se no caráter individualista do mineiro, na sua inclinação para a suspeita, e, não último grau,
no imediatismo de suas de suas aspirações.
Maior importância teve a sociedade de mineração de Anicuns . A descoberta em 1809 em Ani-
cuns, lugar próximo á capital, da pedreira mais rica de ouro até então explorada na capitânia, os
rendimentos dos primeiros meses foram espetaculares.
I – Comunicações
O ouro possibilitou esta antecipação histórica, correndo com os gastos de instalação de popula-
ções inteiras e mantendo depois alta a tensão econômica para que ocorresse nos dois sentidos
o fluxo do comercio.
O caminho de Minas para Goiás fora aberto em 1733. A estrada nova de São Paulo em 1736.
Permitiam a passagem das tropas de animais carregados, único meio de transporte.
Dadas guias individualmente a cada um dos viajantes, que devia declarar nelas a quantidade
de ouro em pó que levava, e entrega-las no lugar de chegada. As guias se distribuíram assim
pelas comissárias: Tocantins e São José 700, Natividade e Carmo, 700, S. Félix e Cavalcante, 200,
Arraias, 100. Todas estas guias eram para apresentar-se em Salvador, donde podemos deduzir
que os mineiros do norte só comerciavam com esta cidade, e que as viagens eram bastante fre-
qüentes, dado o elevado número de guias. O prazo de entrega marcado – aproximadamente o
tempo calculado da viagem – era de três meses para o tempo de seca e quatro para as chuvas.
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Crixás e Pilar receberam 400 guias para o Rio de Janeiro e Salvador, e os arraias do sul unica-
mente para o Rio: Meia Ponte 400, Santa Luzia, 100, Santa Cruz, 300. O prazo era de noventa
dias.
Tais previsões tornavam-se inoperantes quando entravam as chuvas. A viagem para Capitania
mas “me representava tais dificuldades com os rios, e tal malignidade nas águas, que nos córre-
gos inundam, que me resolvo a suspender a minha marcha”.
Um dos fatores de encarecimento do transporte era a perda ou deterioração freqüente das
mercadorias. Conserva-se o regimento dado ao Cabo de Esquadra. O regimento insistia nas
preocupações que dvia tomar ao atravessar as correntes de água, para não pôr em perigo os
animais ou seu carregamento. O Conde dos Arcos, informando que os registros se tinham mu-
dado das fronteiras da Capitânia, para as vizinhanças dos arraiais, fazia notar que isto se devia à
comodidade dos encarregados dos registros e dos próprios comerciantes.
O preço e a carência dos animais de carga eram outra das ameaças ao transporte e às viagens.
Uma das causas primeiras, determinante da decadência de Goiás, imediatamente depois da
morte de muitos escravos, a morte das bestas por causa das epidemias, causadas, ou favoreci-
das, pela falta de sal. Em Goiás era difícil encontrar animais de carga, fora do tempo da seca, em
que chegavam de São Paulo, ou se encontravam de passagem para Mato Grosso.
A carga média por animal calculava-se em seis arrobas e algumas caravanas chegavam até cem
animais. Um volume, portanto, de carga bastante apreciável.
Goiás teve outro excedente e em grande quantidade, pode pagar com eles os artigos de impor-
tação de necessidade ou de luxo. Saint Hilaire sugeriu o cultivo e exportação de produtos agrí-
colas especializados e de alto valor comercial. No estado de prostração em que se encontrava
a Capitania, era pouco menos que impossível encontrar quem dirigisse a produção, em grande
escala, de tais produtos.
A solução radical teria sido modificar as condições de transporte. A primeira tentativa que fra-
cassou precisamente pela magnitude do projeto.
Fracassado esta projeto por falta de capitais, para Goiás, não se abria outra perspectiva, senão
a de substituir o transporte terrestre pelo fluvial, mais econômico e capaz de maior volume.
O espectro do contrabando do ouro que não deixava de escoasse ilegalmente, apesar das proi-
bições, tinha ainda ante a Corte maior realidade que as possíveis vantagens comerciais que se
pudessem derivar da navegação do Tocantins para as duas Capitanias. Em 1787 o rei insistia
ainda na proibição, justificando a medida com o fato de que muitos faziam comércio sem pagar
os direitos, e os rios serviam para a evasão de criminosos da justiça e por eles se praticava o de
caminho do ouro.; em conseqüência das ordens recebidas de Lisboa, para dar começo à nave-
gação regular do Tocantins.
Governador, tendo que enviar ajuda militar ao Pará, intentou um caminho fluvial novo pelo rio
Uru.D. João Manoel, eu chegou de Lisboa através de Belém remontando o Tocantins- Araguaia
até Santa Rita, procurou desenvolver também a navegação no Tocantins, criando para isso um
presídio.
No sul, buscou uma comunicação fluvial com São Paulo, para ativar o comércio; para isso en-
viou uma expedição exploratória, pouco afortunada, pelo Rio dos Bois.
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II – Vias de Comunicação
A comunicação de Goiás é feita por rodovias, ferrovias e aerovias. Dentre essas vias de comuni-
cação merecem especial destaque as rodovias, estaduais e federais.
O departamento que cuida da construção e da conservação das rodovias é o DER-GO (Departa-
mento de Estradas e Rodagem de Goiás).
Pelas vias férreas, Centro-Oeste e Rede Mineira, Goiás está ligado diretamente aos Estados de
Minas Gerais e São Paulo.
Três são as companhias aéreas que servem o nosso Estado: VARIG, VASP e PARAENSE. Aviões
da FAB e táxis aéreos resolvem, em parte, o problema da ausência de estradas de ferro e da
carência de estradas de rodagem no norte goiano.
A navegação fluvial, em pequena escala, é feita ao norte, nos rios Araguaia e Tocantins.
Em Goiás, a junta reunida com este fim determinou que o correio devia funcionar com Minas,
São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Cuiabá – Mato Grosso, a partir de 1799.
O correio Rio-Pará atravessava o norte goiano pelos julgados de Flores, Carmo, Natividade,
Conceição e Arraias. Em 1808, as pontes sobre os ribeirões em território goiano já estavam
prontas; no porto de Pontal, onde devia fazer-se o embarque, construindo-se um quartel e se
aprontavam as embarcações do correio.
Os produtos, que, Goiás poderia fornecer ao Pará como contrapartida do comércio, eram; algo-
dão, açúcar, café trigo, milho, toucinho, solas e couros.
Goiás, expunha o Governador com toda franqueza, só poderia oferecer ao Pará como elemento
de troca de um comércio ativo seu ouro, os outros não interessavam.
As 732 léguas de navegação do Araguaia, as cachoeiras do Tocantins, os índios inimigos, os tem-
pos de navegação – uma canoa de sal levava dois meses e meio ou três desde Belém a S. Pedro
de Alcântara no Maranhão.
IV – A Agricultura
O desenvolvimento da agricultura em Goiás tropeçava em dois graves obstáculos: um, com fun-
damento na psicologia social, era o desprezo dos mineiros pelo trabalho agrícola.
Começaram a escutar-se em Goiás os primeiros ecos da fisiocracia triunfante.
Atividade econômica, mas também “a nobreza de uma arte de que depende a sua conserva-
ção”.
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Mais apesar do interesse dos governantes, da necessidade, que forçava os mineiros a deixarem
as larvas e dedicarem-se à lavoura, esta nova atividade econômica quase não consistia noutra
coisa que na produção de alimentos para o consumo. Goiás regredia não só para uma econo-
mia local fechada, mas inclusive para uma economia de produção doméstica auto- suficiente.
V – Comércio
VI – A Decadência
Podemos representar a decadência de Goiás como uma transição brusca de uma situação bri-
lhante de prosperidade para uma ruína opaca.
O desenvolvimento atabalhoado de Goiás e a fugacidade de seu momento de prosperidade não de-
ram tempo à sedimentação de uma verdadeira cultura em nenhum dos campos. No campo específi-
co da mineração, fonte da riqueza e mesmo da existência de Goiás, as técnicas empregadas sempre
foram as mais rudimentares, sem nenhuma exploração racional em grade escala.
No governo do Conde dos Arcos, intentou-se a fabricação de salitre, produto essencial para a
Capitania. O salitre fabricado foi pior e muito mais caro que o importado.
Quando o Conde dos Arcos chegou a Goiás – constatou que não havia em toda a vila uma só
casa que pudesse servir de residência ao governador com certo decoro.
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Até 1788 não houve em Goiás escola alguma, de qualquer nível, verdadeiro atentado contra a
filosofia do século das luzes. Em 1774 começou a ser cobrado, também em Goiás, o subsídio
literário, criado por lei em 1772 para subvencionar as escolas.
Vieram para Goiás os primeiros professores: três de primeiras letras para Vila Boa, Meia Ponte
e Pilar, dois de latinidade e um de retórica. Foram criadas novas cadeiras até completar oito
professores de primeiras letras e latim.
A nova configuração que adquire a Capitania com a decadência é a ruralização da vida: de uma
população radicada, quase exclusivamente, em centros urbanos – por pequenas que estas po-
voações fossem – passa-se a uma dispersão autorizada da população pelos campos. Realizada a
transmutação, por toda a geografia de Goiás na Segunda década do século XIX, encontram- se
carcaças de antigas povoações mineiras. Casas abandonadas por seus habitantes se desman-
cham e até as Igrejas, a começar por suas torres, vão caindo aos pedaços: Ouro Fino, totalmen-
te abandonada, como cidade atacada pela peste; Crixás, onde os animais podem pastar nas
ruas; até com certos requintes. Durante várias décadas não houve Anta... e tantas outras. O
norte, sobretudo, foi o mais de século em recuperar-se.
No sul, algumas cidades, seja pelo funcionalismo, como a Capital, ou por gozar de uma posição
privilegiada no entroncamento das vias de comunicação, como Meia Ponte, e em todo caso
pela maior densidade populacional.
A criação da Carta da Reforma do Ensino, em 1972, apresentou o mais importante passo para o
desenvolvimento educacional, no Estado de Goiás. Preconizada pela Lei 5.692/71, que trouxe para
o Brasil um novo conceito em educação – apoiado nos princípios de integração, descentralização,
atualização, e profissionalização – a Carta Escolar do Estado de Goiás foi reivindicada pelo Ministério
de Educação e Cultura e serviu de modelo na reforma do ensino que está sendo implantado no País.
A Secretária de Educação e Cultura do Estado de Goiás aparelhou-se para acompanhar as profun-
das modificações do ensino, e criou novos meios para atender aos desafios do alto índice de flexi-
bilidade da capacidade humana, no campo da educação. Montou moderna estrutura de trabalho
e adotou soluções que acionaram o Sistema de Educacional do Estado. Na política integrada de
educação- ciência- tecnológica, o Estado de Goiás tem baseado sua ação, no campo educacional,
na busca de meios capazes de promover o desenvolvimento e o bem estar social do povo goiano.
I – Ensino de 1º Grau
Nos anos de 1975 e 1977, a matrícula foi aumentada em 26 por cento no 1º grau. De acordo
com o convênio PREMEN/Estado de Goiás, a Escola Polivalente Modelo de Goiânia, constituiu
um Projeto específico, tendo iniciado seu funcionamento em 1973.
Integrando recursos físicos, segurança e desenvolvimento, a rede escolar de 1º grau expandiu-
-se a ritmo ideal de atendimento da demanda escolar, na faixa de escolarização obrigatória.
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II – Ensino de 2º Grau
A matrícula no 2º grau, nos anos de 1975 a 1977 foi aumentada em 51 por cento.
A partir de 1974, obrigatoriamente, todos os estabelecimentos oficiais ou convencionados com
o Estado adotaram a filosofia geral da Reforma do Ensino.
Promovendo a qualificação profissional do estudante, para maior produtividade do Estado,
após sua integração harmônica no complexo educação-consumo, educação-produção, a rede
de ensino de 2º Grau também se expandiu nos últimos quatro anos.
A educação não formal tem merecido uma toda especial. São utilizadas novas técnicas que per-
mitiram alcançar o maior número de adolescentes e adultos e otimizar os resultados da edu-
cação supletiva, a aprtir de suas quatro funções básicas: suplência, suprimento, aprendizado e
qualificação.
A partir de 1973, o Departamento de Ensino Supletivo, criado pela Reforma, responsabilizou-se
pelo planejamento, coordenação e avaliação do ensino supletivo em todo o Estado.
IV – Aprendizagem e Qualificação
V – Educação Especial
Em outubro de 1971, a Secretária de Educação e Cultura firmou convênio com o Instituto Na-
cional de Previdência Social e, em conseqüência, foram ampliadas as oficinas pedagógicas –
sapataria, encadernação, carpintaria e marcenaria – do Instituto Pestalozzi, escola oficial do
Estado, e que atendia a 338 deficientes mentais e auditivos.
No campo da educação especial no Estado, o Governo atendeu ao artigo nº 9 da Lei 5692, ofe-
recendo oportunidade aos alunos excepcionais que não podem se beneficiar dos processos de
escolarização comum. Ainda, com a efetivação do convênio, foram adquiridos novos aparelhos
para a reeducação dos surdos.
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VI – Ensino Superior
O Estado de Goiás tem ampliado e muito, o ensino superior, quer em qualidade como em quan-
tidade.
18. SAÚDE
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ASPECTOS FÍSICOS DE GOIÁS
O Estado de Goiás possui grande variedade de aspectos naturais, dessa forma se torna necessá-
rio o estudo de tais componentes.
A seguir a apresentação, de modo simplificado, de algumas características.
Relevo
O relevo de Goiás não é homogêneo, isso significa que se apresenta em distintas formas e com-
posições rochosas. Diante disso, são percebidas áreas com formação de cristalino sedimentares
antigos e também planaltos moldados pelos processos erosivos intercalados com áreas de cha-
padas, todas se diferem em relação à composição química.
Goiás não apresenta grandes altitudes, os pontos mais elevados estão estabelecidos na Cha-
pada dos Veadeiros. Nesse local o relevo supera 1.200 metros de altitude, especialmente em
Pouso Alto (1.784 m.), Serra dos Cristais (1.250 m.) e na Serra dos Pirineus (1395 m).
O município de Cristalina possui a maior altitude da Região Centro-Oeste, cerca de 1.250 me-
tros, e a Serra dos Pireneus com 1.395 metros de altitude. Em contrapartida, as áreas mais pla-
nas, ou seja, com baixa elevação do relevo, estão localizadas a oeste do Estado.
Clima
O Estado de Goiás possui clima predominante tropical semi-úmido, suas características se apre-
sentam em duas estações distintas, uma de seca (maio a setembro) e outra chuvosa (outubro a
abril).
A temperatura média anual do Estado pode variar em 18º e 23ºC, dessa forma, as temperatu-
ras mais elevadas ocorrem nos meses de setembro e outubro e podem atingir até 39°C, e as
mais baixas temperaturas se apresentam entre os meses de maio e julho, nesse as temperatu-
ras chegam a atingir, em determinadas regiões, 4ºC.
Vegetação
A vegetação que caracteriza o Estado é o cerrado, essa composição vegetativa possui aspectos
particulares, as árvores são baixas com troncos retorcidos, folhas e cascas grossas, além de raí-
zes profundas para que nos período da seca (maio a setembro) as raízes possam atingir o lençol
freático e, dessa forma, obter água.
O cerrado sofre variações que dão origem à classificação do bioma, assim, o cerrado é dividido
em subsistemas: subsistema do cerrado comum, subsistema cerrado, subsistema de cerradão,
subsistema de matas, subsistema de campo e subsistema de veredas e ambientes alagadiços,
no entanto, existem outras classificações dos subsistemas ainda mais específicas.
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Além do cerrado que é predominante, é encontrado também no Estado uma restrita área de
floresta tropical, que abrange o mato-grosso goiano e vestígios de floresta atlântica nas proxi-
midades de Goiânia, Anápolis, além de outras cidades do sul de Goiás. Esse tipo de vegetação é
comum, principalmente, em áreas acidentadas e nas margens de mananciais.
Hidrografia
Goiás possui um grande potencial hídrico, existe uma imensa quantidade de córregos, rios e
enormes aqüíferos (águas subterrâneas).
O Estado é banhado por três importantes bacias hidrográficas, Bacia do Paraná, Bacia Araguaia-
-Tocantins e a Bacia do São Francisco.
A seguir os principais rios do Estado de Goiás:
Rio Aporé
Rio Araguaia
Rio Claro
Rio Corrente
Rio Corumbá
Rio Crixá Grande
Rio Crixá Pequeno
Rio das Almas
Rio dos Bois
Rio Jacaré
Rio Manoel Alves
Rio Maranhão
Rio Meia-Ponte
Rio Paraná
Rio Paranaíba
Rio dos Peixes
Rio Preto
Rio Santa Teresa
Rio São Marcos
Rio do Sono
Rio Tocantins
Rio Tocantinzinho
Rio Vermelho
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PRODUTO INTERNO BRUTO DO ESTADO DE GOIÁS – 2013
Em 2013 houve diversas medidas em prol do crescimento econômico, sendo que os avanços al-
cançados foram insuficientes para garantir um crescimento mais expressivo no ano. Se por um
lado houve expansão do investimento e redução de custos (energia e desoneração da folha de
pagamento), por outro, o aperto monetário, a deterioração da conta corrente e a redução da
confiança dos empresários impediram avanços mais significativos da economia.
Nesse cenário a economia goiana na passagem de 2012 para 2013 apresentou taxa de cresci-
mento de 3,0%, ante 4,5% registrada em 2012M, conforme tabela 3. O PIB de Goiás atingiu o
montante de R$ 151,010 bilhões, com incremento de R$ 12,465 bilhões em relação a 2012. A
participação de Goiás no PIB nacional passou de 2,9% em 2012 para 2,8% em 2013. Com essa
participação, Goiás manteve-se na 9ª posição no ranking nacional.
O gráfico 1 mostra a evolução do PIB de Goiás e do Brasil em termos nominais (ou seja, avaliado
aos preços correntes dos respectivos períodos utilizados na comparação). Nesse cálculo, Goiás
cresceu 9,0%, passando de R$ 138,5 bilhões em 2012 para R$ 151,0 bilhões em 2013.
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O crescimento econômico real refletiu o desempenho das três atividades que o compõem: Agro-
pecuária (1,3%), Indústria (4,0%) e Serviços (3,0%). Com relação à indústria, o setor havia registra-
do crescimento de 3,9% em 2012, expandindo para 4,0% em 2013. Contribuiu para a taxa global a
indústria de transformação (6,3%), puxada pela fabricação de produtos alimentícios e bebidas (in-
crementos na fabricação de condimentos e temperos, molhos de tomate, óleo de soja, maionese,
cervejas e chopes); fabricação de álcool e outros biocombustíveis, de produtos farmoquímicos e
farmacêuticos (aumento na produção de medicamentos) e de máquinas e equipamentos.
Nessa mesma comparação a atividade de construção cresceu 5,8%, motivada pelas obras pú-
blicas, tais como: saneamento, ferrovias, rodovias, viadutos e habitação. Outro ponto favorável
na construção foi o surgimento de novos empreendimentos imobiliários, impulsionados pelas
facilidades no acesso ao crédito para habitação.
Porém, a atividade de geração e distribuição de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza ur-
bana recuou 9,5%, devido à queda na geração, transmissão, distribuição e comercialização de
energia elétrica.
O desempenho do PIB apresentou taxa similar a do setor de serviços, por este ser o mais repre-
sentativo, com uma participação relativa de 61,8% na estrutura do VA. Na passagem de 2012
para 2013 ditaram o ritmo as atividades de Comércio, manutenção e reparação de veículos
automotores e motocicletas; Transporte, armazenagem e correios; Intermediação financeira,
de seguros e previdência complementar e serviços relacionados; Atividades profissionais, cien-
tíficas e técnicas, administrativas e serviços complementares.
A atividade agropecuária apresentou desempenho inferior em relação aos demais setores, principal-
mente pela presença de ciclos de crescimento atrelado a condições climáticas. Assim, os destaques
positivos ocorreram na pecuária em todos os componentes, registrando taxas positivas para aves
e bovinos. Embora menos relevante em termos de representatividade, Produção florestal e pesca
apresentou a maior taxa em volume (67,5%), entre os componentes da atividade da agropecuária.
Porém, na Agricultura houve recuo, tendo contribuído para isso a estiagem prolongada, que
afetou negativamente o desenvolvimento principalmente das lavouras de grãos. As quedas
mais acentuadas ocorreram nas atividades de cultivo de cereais; soja; lavouras temporárias
e serviços relacionados à agricultura. Em sentido contrário, uma importante atividade para o
Estado, apresentou taxa positiva, a cana-de-açúcar.
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No mercado internacional de commodities, os produtos da agropecuária apresentaram trajetó-
rias de queda. No caso da soja houve acomodação dos preços no ano de 2013, diferentemente
do ano de 2012, quando o preço foi de alta. O milho no ano de 2013 teve safra recorde nos
Estados Unidos, o que pressionou para baixo o preço do produto. Por outro lado, os preços da
carne bovina tiveram aumento em decorrência da maior demanda principalmente dos merca-
dos japonês e chinês.
Pelo lado do mercado externo, em 2013, as exportações goianas recuaram 3,7% em compara-
ção ao ano de 2012. No ano o valor atingiu US$ 7,043 bilhões. Os principais produtos expor-
tados em 2013 foram commodities do complexo de soja, carne (carne bovina) e de minério
(ferroligas), e ainda o milho e seus derivados tiveram destaques nas exportações naquele ano.
As importações totalizaram US$ 4,840 bilhões em 2013 apresentando decréscimo de 5,6% ante
2012. O saldo da balança comercial goiana foi de US$ 2,20 bilhões e a corrente de comércio
somou US$ 11,883 bilhões.
No mercado de trabalho, segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais-RAIS divul-
gados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), no ano de 2013 foram criadas 70.054
novas vagas no mercado formal em Goiás (1.439.341 em 2012, para 1.509.395 em 2013). No
confronto com o ano anterior, o estoque de empregados no Estado cresceu 4,9%, superior à
taxa do Centro-Oeste 4,5% e à brasileira de 3,1%.
A taxa média de desocupação (indicador que mede o desemprego), medida pela Pesquisa Na-
cional de Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, realizada pelo IBGE foi estimada em 5,40%
para Goiás em 2013, valor idêntico ao registrado no ano anterior, de 5,38%. Este foi um bom
resultado quando comparado com o Brasil cuja taxa de desocupação foi de 7,35% e 7,13%, em
2012 e 2013, respectivamente.
O gráfico 2 compara a variação anual do Produto Interno Bruto de Goiás com o Brasil no período
de 2010 a 2013, visualiza-se que a trajetória da economia goiana foi de crescimento acima da mé-
dia nacional nos anos de 2011 e 2012. Em 2013 a taxa goiana foi igual a do Brasil. Esse resultado
de Goiás foi sustentado pela dinâmica da agropecuária, em especialmente pela agricultura; na
indústria – com destaque para a atividade de construção e indústria de transformação, destaques
para fabricação de álcool e biocombustíveis, artigos do vestuário, produtos do metal e fabricação
de automóveis camionetes e utilitários. Enquanto que no setor de serviços o crescimento foi sus-
tentado, principalmente pelas atividades profissionais, intermediação financeira e transportes.
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O PIB pela ótica da renda é uma novidade para o ano referência 2010. É primeira vez que é pu-
blicada por essa ótica, contudo é um avanço significativo em termos de Contas Regionais. Neste
documento, a série é de 2010 a 2013.
Conceitualmente o Produto Interno Bruto (PIB) é o total dos bens e serviços produzidos pe-
las unidades produtoras residentes destinadas ao consumo final, sendo, portanto, a soma dos
valores adicionados pelas diversas atividades econômicas acrescida dos impostos, líquidos de
subsídios, sobre produtos. Ainda, o PIB também é equivalente à soma dos consumos finais de
bens e serviços valorados a preço de mercado, sendo, também, equivalente à soma das rendas
primárias. E pode ser expresso por três óticas:
a) da produção – o PIB é igual ao valor bruto da produção, a preços básicos, menos o consumo
intermediário, a preços de consumidor, mais os impostos, líquidos de subsídios, sobre produtos;
b) da despesa – o produto interno bruto é igual à despesa de consumo das famílias, mais o
consumo do governo, mais o consumo das instituições sem fins de lucro a serviço das fa-
mílias (consumo final), mais a formação bruta de capital fixo, mais a variação de estoques,
mais as exportações de bens e serviços, menos as importações de bens e serviços e;
c) da renda – o produto interno bruto é igual à remuneração dos empregados, mais o total
dos impostos, líquidos de subsídios, sobre a produção e a importação, mais o rendimento
misto bruto, mais o excedente operacional bruto.
O Produto Interno Bruto pela ótica da renda mostra os valores da remuneração dos fatores de
produção envolvidos no processo produtivo da economia em um determinado período, dado que
para a produção de bens e serviços além da utilização de insumo em bens e serviços, se usa tam-
bém outros fatores de produção como o fator trabalho e o fator capital, que são monetariamente
remunerados. As tabelas 4 e 5 exibem esses valores relativos ao Estado de Goiás.
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A tabela 5 mostra os resultados, em termos percentuais. No ano de 2013 cerca de 47,0% do PIB fo-
ram apropriados pelo capital, na forma de excedente operacional bruto e na forma de rendimento
misto obtido pelos empregadores e pelos trabalhadores por conta própria. Enquanto que a remune-
ração, em dinheiro ou em espécie, paga por uma empresa aos seus empregados em troca do traba-
lho realizado por estes durante um período contábil representou 40,5% do PIB. Com esse resultado
pode-se dizer que a atividade produtiva desenvolvida em Goiás tende a remunerar melhor o fator
capital. Já a apropriação do governo via impostos sobre a produção, representou 11,6% do PIB.
Contudo a remuneração ao longo da série de 2010 a 2013 ganhou 2,6 p.p. de participação,
saindo de 37,9% em 2010, para 40,5% em 2013. Na contramão, o excedente operacional bruto
e o rendimento misto perderam 1,4 p.p. de participação, era 48,4% no início da série e caiu
para 47,0% em 2013, sinalizando redução no lucro das empresas.
O PIB per capita goiano no ano de 2013 atingiu R$ 23.470,48, ante R$ 17.783,32 em 2010. No pe-
ríodo de 2010-2013 expandiu R$ 5.687,16, sendo que o maior incremento ocorreu na passagem
de 2011-2012, R$ 2.569,93, conforme tabela 8. O PIB per capita resulta do quociente entre o valor
do PIB de Goiás e a sua população residente. Para a população foi utilizada a estimativa que foi
encaminhada pelo IBGE ao Tribunal de Contas da União – TCU, em outubro de 2013, tendo 1º de
julho deste mesmo ano como a data de referência. Essa estimativa compõe um dos indicadores
de repasse do Fundo de Participação dos Municípios das capitais e do Distrito Federal.
Este resultado fez com que Goiás ficasse na 11ª colocação do PIB per capita em 2013, uma po-
sição abaixo em relação a 2012 (10ª posição). Este resultado é explicado, em parte, pelo arrefe-
cimento da atividade econômica do período.
Comparando-se o PIB per capita goiano em relação ao nacional, por meio do gráfico 3, visuali-
za-se que no ano de 2010 o PIB per capita de Goiás era inferior ao nacional em 12,7%, passando
para 11,3% em 2013.
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Atividades econômicas
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Agropecuária
Em 2013 o setor começou a perder fôlego, expandindo apenas 1,3%. A atividade da agricultura
apresentou queda de 0,6%, interrompendo uma sequência de acréscimos que vinha desde o
ano de 2011. Na pecuária houve aumento na taxa de 2,8%, puxada pelo crescimento do efetivo
de bovinos e aves. A atividade de Floresta e pesca, puxada pela atividade de silvicultura apre-
sentou crescimento de 67,5% em volume, embora represente apenas 0,1% na composição do
VA estadual, conforme descrito na tabela 6.
A Tabela 9 mostra que em 2013, comparado ao ano de 2012, a agropecuária goiana teve re-
dução na participação nacional, de 7,0% para 6,8%, em especial pela perda na atividade da
Agricultura, inclusive o apoio e a pós-colheita (passou de 6,9% para 6,6%); a Pecuária, inclusive
apoio à pecuária passou a representar 9,5% da atividade nacional, já a Produção Florestal e
Pesca 1,0% da atividade no Brasil.
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Cabe ressaltar que o setor agropecuário, formado pelas atividades de Agricultura, inclusive o
apoio e a pós-colheita; Pecuária inclusive apoio à pecuária e Produção florestal e pesca, está
sempre sujeito às oscilações advindas do cenário externo, de fatores climáticos e de variações
nos preços, tanto dos produtos, quanto dos insumos utilizados na produção.
No desempenho da agricultura em 2013, a Pesquisa Agrícola Municipal (PAM/IBGE) indicou
queda na produção de cereais, leguminosas e oleaginosas em Goiás (-1,0%), quando compara-
do ao ano anterior. Tiveram recuo: algodão herbáceo, arroz, feijão, milho e trigo. Por sua vez, a
quantidade produzida de cana-de-açúcar foi superior em 18,9% no confronto com 2012, esti-
mulada pela elevação nos preços do etanol no mercado interno, conforme tabela 8.
A queda nas principais culturas agrícolas está relacionada principalmente a intempéries climá-
ticas: na produção de feijão, devido ao excesso de chuva que atrasou o plantio, provocando
umidade no solo, com isso as lavouras sofreram ataques de pragas. Na produção de algodão,
além de pragas, também houve redução na área plantada. E no milho, a redução nos preços no
mercado internacional desestimulou o plantio em 2013.
Conforme resultados da Pesquisa Agrícola Municipal (PAM), para Goiás, os produtos da lavoura
temporária são os mais representativos, tanto em área plantada, como em valor de produção.
Nessa perspectiva, os produtos de maior relevância para agricultura de Goiás são: Soja, cana-
-de-açúcar, milho, tomate, feijão e algodão herbáceo.
No tocante à posição de Goiás entre os maiores produtores nacionais, o Estado lidera na produ-
ção de tomate e sorgo. Em termos de representatividade da agricultura goiana, o milho, cana-
-de-açúcar e a soja ocuparam a terceira e quarta posições no ranking nacional.
Na pecuária, o Estado ocupou em 2013 a terceira posição no rebanho bovino nacional, quarto
na produção de leite e a quinta posição em suínos, como demonstrado no Gráfico 5.
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Indústria
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A atividade de Geração e distribuição de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana teve
queda de 9,5% em 2013, ante 8,9% de aumento em 2012. A redução na atividade foi devido à
contração na geração de importantes hidrelétricas em Goiás. Em relação ao consumo, as classes
residencial e industrial foram as que mais cresceram na comparação com de 2013 com 2012.
Serviços
No ano de 2013, a atividade de serviços apresentou crescimento de 3,0% em volume, taxa me-
nor que a registrada no ano anterior (5,0%) e o valor adicionado foi de R$ 82,576 bilhões. Sua
participação da estrutura estadual passou de 62,6% (2012) para 61,8% (2013).
A participação da atividade de serviços de Goiás em relação aos dados do país foi de 2,6% em
2013. Em termos de valor adicionado por atividade econômica, as atividades mais relevantes
foram: Comércio, manutenção e reparação de veículos automotores e motocicletas, do comér-
cio nacional; Artes, cultura, esporte e recreação e outros serviços, representaram 3,3% e ativi-
dades imobiliárias, com 3,2%. (tabela 9).
Em termos de volume, em 2013 as atividades de Serviços domésticos; Transportes e armazenagem
e correios, e Atividades profissionais, científicas e técnicas, administrativas e serviços complementa-
res, foram os destaques em crescimento, com variações de, respectivamente, 14,5%, 7,5% e 7,1%.
Em 2013 as atividades de Administração e Comércio representaram 15,5% e 15,2% do VA esta-
dual, respectivamente. Dentro do segmento de Serviços foram estes dois segmentos que mais
contribuíram com o VA estadual.
Outro importante setor, o de transporte, cresceu 7,5% em 2013, puxado pelo crescimento do
modal rodoviário, mas sua participação no valor adicionado estadual reduziu em 0,3 p.p. em
relação a 2012.
Nesta mesma comparação, o setor de intermediação financeira apresentou crescimento de
5,7%, impulsionado pela política monetária que buscou promover reduções na taxa de juros e
ampliação no volume total das linhas de crédito. Isso vai ao encontro do que o gráfico 6 apre-
senta, onde é possível observar que a relação crédito/PIB em Goiás, vem crescendo desde
2010, atingindo o patamar de 64% em 2013.
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Por fim, é importante destacar que o crescimento do setor de serviços goiano em 2013 aconte-
ceu em um momento em que as políticas fiscais e monetárias buscavam sustentar a demanda
doméstica, principalmente, a partir do consumo das famílias. Nessa direção, merecem desta-
que os programas de transferência de renda e a manutenção do patamar da taxa de juros infe-
rior a dois dígitos em quase todo ano de 2013.
Unidades da Federação
Conforme o gráfico 7, a distribuição do PIB brasileiro ao longo da série revelou que a região
Norte ganhou participação, na comparação 2013-2010, puxada pelo Estado do Pará, (contri-
buíram para este resultado a pecuária, agricultura, produção florestal e pesca, construção e a
geração de energia).
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O ganho de participação da região Nordeste foi puxado pelos Estados do Maranhão (na indús-
tria de transformação) e Pernambuco (estimulado, pela indústria de transformação, constru-
ção, atividades imobiliárias, atividades profissionais e científicas e saúde e educação mercantil).
A região Sudeste perdeu participação, sendo a contribuição negativa vinda do Estado de São
Paulo. Os Estados do Paraná e Rio Grande do Sul contribuíram para o ganho de participação
da região Sul, puxados, principalmente pela agropecuária e comércio. Além disso, no Paraná
merece destaque também o crescimento do SIUP. A região Centro-Oeste manteve-se estável,
embora fosse percebido incremento na participação de todos Estados, exceto no Distrito Fede-
ral que perdeu.
A figura 1 mostra que a região Sudeste apresenta as três Unidades da Federação com os maio-
res PIBs nacionais: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Seguido pela região Sul, com Pa-
raná, Rio Grande do Sul, com as melhores colocações subsequentes. É importante destacar um
fato atípico que ocorreu no ano de 2013 quando houve modificação nas posições do PIB desses
Estados, tendo o Estado do Paraná (4º) ultrapassado o Rio Grande do Sul (5º). Esse conjunto de
Estados representou 65,6% do PIB brasileiro.
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Análise Regional – Centro-Oeste
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A tabela 12 mostra que o Distrito Federal representou 36,2% do PIB da região no ano de 2013,
ante 36,9% em 2012. Nessa mesma comparação, Goiás permaneceu com 31,2%, enquanto os
Estados do Mato Grosso saiu de 17,9% para 18,4%, Mato Grosso do Sul de 14,0% para 14,3%.
O PIB per capita do Centro-Oeste foi o segundo maior entre as regiões na passagem em 2013
(R$ 32.322,31), antecedido pela região Sudeste (R$34.789,79). No Centro-Oeste todos os Es-
tados tiveram avanço no ranking do PIB per capita, puxado pelo Distrito Federal que possui
o maior PIB per capita do Brasil. O acréscimo na região em relação ao ano anterior foi de R$
1.540,32.
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Brasil, grandes regiões e Unidades da Federação
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Índice de Desenvolvimento Humano – IDH
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) inicia uma nova medida de comparação entre os
países em que se leva em consideração, não apenas o crescimento econômico de uma nação,
mas também, as condições de vida e bem-estar das pessoas. Diante dessa nova medida de
análise do desenvolvimento humano, o Brasil, por meio da Fundação João Pinheiro, Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e PNUD Brasil, iniciou o cálculo desse índice em nível
municipal.
Em 2014, com a publicação do Atlas do Desenvolvimento Humano nas Regiões Metropolita-
nas, passou-se a calcular esse índice em nível intramunicipal – Unidades de Desenvolvimento
Humano (UDHs). Estas não se confundem com as áreas de ponderação do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística – IBGE, pois, buscam gerar áreas mais homogêneas das condições so-
cioeconômicas, a fim de captar a diversidade no interior dos espaços intrametropolitanos (Atlas
do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2014). Com isso, tem-se a possibilidade de acompa-
nhar e comparar (entre 2000 e 2010) o desenvolvimento, o mais próximo possível da realidade
atual nas UDHs dos municípios que compõem uma região metropolitana e revelar uma realida-
de escondida nas médias dos indicadores agregados.
Os indicadores, antes existentes em menor escala em nível municipal, passaram a ser dispo-
nibilizados para as principais regiões metropolitanas (RMs) do país: Baixada Santista, Belém,
Belo Horizonte, Campinas, Curitiba, Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal
e Entorno, Fortaleza, Goiânia, Grande São Luís, Grande Vitória, Maceió, Manaus, Natal, Porto
Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo, Vale do Paraíba e Litoral Norte, Vale do Rio
Cuiabá. A partir dessa possibilidade, o presente estudo tem o objetivo de avaliar as transfor-
mações e o desenvolvimento ocorrido na Região Metropolitana de Goiânia (RMG), por meio
do IDHM nas 256 UDHs que compõem essa região, e assim subsidiar o planejamento das ações
do governo. Através da identificação de grupos de UDHs que possuem deficiência em alguma
dimensão, pode-se pensar em políticas públicas voltadas para essas regiões a fim de resolver
situações específicas gerando externalidades positivas.
Regiões Metropolitanas
O aparecimento de regiões metropolitanas é reflexo da revolução urbana pela qual o mundo
passou. O homem, paulatinamente, deixou de viver no ambiente rural e solidificou a cidade
como seu habitat. Em alguns países, há mais de 10 pessoas vivendo em espaços urbanos para
cada residente do campo (SANTOS, 1997). No Brasil, esse processo é desencadeado a partir da
década de 1950 e sofre aceleração depois de 1970. Naquela década, 36% da população bra-
sileira viviam em cidades, em 1980 esse percentual sobe para 68% e atinge mais de 84% em
2010. Do total da população brasileira, mais de 40% viviam em regiões metropolitanas em 2010
(IBGE, 2010).
Para Goiás, os números são ainda mais marcantes: em 1950 apenas 22% dos goianos eram cita-
dinos, passados 30 anos os que residiam nas cidades já superava os 67% e, em 2010, eram mais
de 90%. Em 2010, do total da população goiana, 36,2% (2.173.141 habitantes) viviam na RMG
(Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2014). Por um lado, o processo de metropoliza-
ção, na estrutura urbana, deriva das vantagens que a concentração de pessoas, bens, riquezas e
trabalho, trazem para o sistema/modelo econômico. Nesse sentido, segundo Sandra Lencioni:
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Juntos esses 20 municípios detinham em 2010 mais de 36% de toda a população de Goiás,
numa área que representa 2% do território goiano, culminando numa densidade de quase
277,4 habitantes por Km2 . O Produto Interno Bruto (PIB) dessa região corresponde a quase
37% do total do Estado. Contudo, há forte concentração dessas variáveis no core da região,
Goiânia. A capital comporta em torno de 60% da população de sua região metropolitana e é
responsável por quase 66% do PIB, mostrando que, por mais que tenha se espraiado por novos
espaços, a RMG ainda é marcada pelo domínio e dependência de Goiânia.
O estudo do espaço urbano esbarra em complexidades inerentes à própria formação dessa
realidade territorial. A produção social da cidade, que se dá coletivamente, não esconde as
ambiguidades, heterogeneidades e desigualdades, mas também revela as imbricações e en-
trelaçamentos das relações entre os diferentes. Por vezes contrastante na paisagem, os lugares
citadinos se mostram interdependentes ao se descortinar na análise mais profunda. Para se
alcançar esse nível analítico faz-se necessário, num primeiro momento, aumentar, cartografi-
camente, a escala. Tentando alcançar os pormenores do espaço, agregando os iguais, isolando-
-os do seu contexto espacial (essencialmente impossível, mas aceito analiticamente), pode-se
encontrar padrões e refletir sobre a conformação de locais e lugares dentro da cidade. Quando
a perquirição é do espaço metropolitano, o aumento escalar é imprescindível para o bom de-
senvolvimento do estudo, uma vez que níveis de desenvolvimento humano são percebidos de
forma diferenciada internamente na metrópole.
Cada ponto.
Fontes:
http://www.filoczar.com.br/Conteudo%20educacional/Apostilas/Historia/Goias.pdf
Instituto Mauro Borges de dados Estatísticas e Estudos Socioeconomicos. http://www.imb.
go.gov.br/
Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento. http://www.segplan.go.gov.br/
http://brasilescola.uol.com.br/brasil/aspectos-naturais-goias.htm
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Questões
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4. Entre os séculos IV e VI, os povos germa- sobretudo dos ingleses anglicanos, que
nos, pressionados militarmente pelos hu- trabalhavam na exploração das minas
nos, invadiram gradativamente porções de de ouro em Goiás.
terras do Império Romano. Em relação aos
deslocamentos populacionais para onde 6. Durante o início da implantação da coloni-
atualmente se localiza o estado de Goiás, zação portuguesa em Goiás, foi proibida a
apresenta causa similar à migração dos ger- navegação dos rios Araguaia e Tocantins.
manos: Pode-se afirmar CORRETAMENTE que esta
medida
a) a vinda de africanos para trabalhar
como escravos nas minas do século a) visava impedir o contrabando de ouro
XVIII. produzido em Goiás.
b) a migração dos Tupi do litoral para o in- b) visava proteger os aldeamentos indíge-
terior, entrando em conflito com os Jê. nas localizados às margens desses rios
c) as bandeiras paulistas que adentraram das incursões dos bandeirantes paulis-
o interior para escravizar indígenas. tas.
d) a vinda de nordestinos para trabalhar c) visava impedir o acesso dos emboabas
na construção de Goiânia. às minas auríferas de Goiás.
d) foi responsável direto pela estagnação
5. O povoamento branco de Goiás, no século econômica de Goiás no século XIX.
XVIII, foi caracterizado pela prodigalidade
na construção de igrejas. Só em Vila Boa, 7. A sociedade colonial não se fundou no prin-
capital da capitania, foram construídas, no cípio da igualdade de seus membros. Tendo
espaço de 50 anos, oito igrejas. Esse grande por base o processo de ocupação do territó-
número de igrejas, no início do povoamento rio goiano, com a mineração do ouro, anali-
branco de Goiás, explica-se pelo fato de os se as alternativas abaixo sobre a situação do
templos servirem índio nessa sociedade:
a) aos propósitos fiscais do Estado portu- I – Durante a época da mineração as rela-
guês, sendo que os clérigos, encarrega- ções entre índios e mineiros foram exclusi-
dos de recolher os dízimos e o quinto vamente guerreiras e de mútuo extermínio.
real, reservavam partes substanciais
desses rendimentos para a construção II – Não havia qualquer tipo de legislação
e o embelezamento das igrejas. que defendesse os índios.
b) de principal instrumento da política in- III – Com o aldeamento, sempre ouve pes-
digenista pombalina, sendo que elas soas especializadas para cuidar e proteger
visavam impressionar os silvícolas, esti- os indígenas.
mulando-os a abandonarem suas práti-
cas religiosas e suas aldeias e virem tra- IV – Aldear os índios consistia em reuni-
balhar e congregar em Vila Boa. -los em povoações fixas, chamadas aldeias,
c) de locais de culto e de sepultamento de onde, sob a supervisão da autoridade leiga
membros da população que estivessem ou religiosa, deviam cultivar o solo e apren-
integrados nas inúmeras irmandades der a religião cristã.
existentes na época, sendo que os es-
V – Não eram os índios, e sim as minas de
cravos não cristianizados eram sepulta-
ouro, nas terras dos índios, que interessa-
dos num cemitério rudimentar.
vam ao governo.
d) no contexto histórico da Contrarrefor-
ma, de símbolos da supremacia da fé Está CORRETO o que se afirma apenas em:
católica sobre a fé dos protestantes,
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d) Durante o século XIX, pôde-se perceber 12. O fragmento do texto acima retrata a reali-
uma diversificação na economia goiana, dade da sociedade mineradora de Goiás du-
visando prioritariamente à exportação rante o século XVIII. Em relação às consequ-
dos produtos advindos das atividades ências geradas pela produção aurífera em
de mineração, pecuária e agricultura Goiás durante o período colonial, podemos
que se encontrava em plena expansão. destacar:
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Gabarito: 1. C 2. D 3. D 4. C 5. C 6. A 7. C 8. E 9. D 10. A 11. B 12. C 13. B 14. D
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Questões Aula 2 3. (AGEHAB – 2010) O século XVII representou
a etapa de investigação das possibilidades
econômicas das regiões goianas, durante a
1. “Nas últimas décadas do século XVIII e prin- qual o seu território tornou-se conhecido.
cípio do século XIX, a situação econômica No século seguinte, em função da expan-
da capitania era crítica. A palavra decadên- são da marcha do ouro, ele foi devassado
cia é a que mais se encontra entre os vários em todos os sentidos, estabelecendo-se a
apelos e lamentos daqueles que a habitam, sua efetiva ocupação através da mineração.
sejam provenientes das autoridades gover- Nesse sentido, pode-se afirmar que a eco-
namentais, sejam de elementos do povo”. nomia goiana no final do século XVIII se ca-
racteriza:
FUNES, E. A. Goiás 1800 – 1850: um período de tran-
sição da mineração à agropecuária. Goiânia: Editora a) Pelo aumento da arrecadação fiscal e
da UFG, 1986. p. 32. da imigração para a região.
b) Como um período de desenvolvimento
O texto citado aborda a crise da produção
através de um processo de industriali-
aurífera em Goiás. A consequência dessa
zação urbana.
crise foi o
c) Pelo declínio da mineração e empobre-
a) incremento da arrecadação tributária cimento da capitania que se volta para
como consequência do controle do con- as atividades agropecuárias.
trabando ser mais eficaz na atividade d) Como o período áureo, grande circula-
agropecuária. ção de riqueza, intenso povoamento,
b) aumento da ruralização pelo fato de apogeu da mineração.
parte da população abandonar as vilas e) Pelo crescimento comercial e desenvol-
e arraiais e mudar-se para o campo. vimento urbano.
c) crescimento da importação de escravos
para viabilizar a exploração de minas 4. (UFG – 2010) Com relação aos efeitos da
auríferas de maior profundidade. abolição da escravatura em Goiás, podemos
d) acréscimo da atividade comercial em afirmar que:
virtude do aproveitamento de capitais a) A abolição não afetou a vida econômica
antes empregados na mineração. da Província, uma vez que o número de
libertos era insignificante para o total
2. (PM – 2010) A formação do Estado de Goiás da população.
está associada a duas atividades econômi- b) A abolição afetou profundamente a
cas que atraíram portugueses e brasileiros vida econômica da Província, uma vez
de vários pontos para o interior. Por volta do que não se esperava a libertação da
final do século XVIII, essas atividades, des- mão-de-obra básica.
tacadas de uma das opções abaixo, eram a c) A abolição não afetou a vida política da
base da economia da antiga Vila Boa, mais província, mas causou sérios problemas
tarde Goiás. Estamos fazendo referência: para a economia, uma vez que o escra-
vo era a maioria da população.
a) Mineração e pecuária.
d) A abolição afetou seriamente a vida
b) Drogas do sertão e pau-brasil.
econômica da Província porque a escra-
c) Café e borracha.
vidão era o sustentáculo da exploração
d) Cana-de-açúcar e cacau.
aurífera em Goiás.
e) Algodão e pimenta do reino.
e) A abolição não afetou a vida econômica
da Província porque já havia em Goiás
um grande número de imigrantes para
substituir a mão de obra escrava.
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b) A forma intensiva possibilitando a for- 9. Estes textos abordam uma mesma temáti-
mação de um grande rebanho, que logo ca, referente ao século XIX goiano, e foram
de início transformou Goiás no principal produzidos, respectivamente, em 1824 e
criador do Brasil. 1997. Da comparação entre eles, destaca-se
c) O grande estímulo e investimentos ofe- a:
recidos pela administração da Província
na época. a) neutralidade dos autores para produzir
d) A grande importância social do fazen- os relatos sobre os acontecimentos.
deiro, muito conceituado mesmo na b) necessidade da distância temporal para
época do ouro. revelar o passado tal como ele ocorreu.
e) A produção voltada para o mercado c) característica memorialista do relato
consumidor interno, capaz de absorver sobre o passado, ao apreender a expe-
a produção devido ao enriquecimento riência vivida.
alcançado no período da mineração. d) equiparação entre os relatos em virtude
da concordância temática estabelecida
entre eles.
Texto I e) limitação interpretativa tanto do relato
sobre o tempo vivido quanto do relato
A agricultura, se é que tal nome se pode dar elaborado sobre o passado.
aos trabalhos rurais da província de Goiás,
acha-se no maior desprezo e abatimento 10. Com relação ao período da mineração do
[...]. Parece que muitos homens aborrecem século XVIII no
aquilo mesmo que é a origem de sua exis-
tência e principal base de sua sustentação. Estado de Goiás, é correto afirmar que:
Inventando pretextos frívolos com que en- a) a mineração foi um fracasso, pois não
cobrem sua preguiça, clamam que não po- conseguiu competir com as jazidas au-
dem dar saída aos gêneros e andam como ríferas do Rio de Janeiro.
múmias, mortos de fome. b) até 1750 a mineração foi lucrativa, já de
MATTOS, Raimundo José da Cunha. Agricultura. In: 1751 a 1770 se tornou arriscada e após
Chrographia histórica da Província de Goyaz. Goiâ- 1770 ruinosa.
nia: Secretaria de Planejamento, 1979. p. 75.[Adap-
c) a mineração foi muito lucrativa durante
tado].
todo o século XVIII.
Texto II d) a mineração não se desenvolveu devido
à escassez de mão de obra qualificada.
É que Goiás sobrevivera bem ao ocaso da e) jagunços e coronéis entravaram a mine-
mineração [...] já eminente desde fins do ração do estado de Goiás.
século XVIII. […] Plantava-se o que se ia co-
mer, beber e vestir. Se algo sobrasse, era 11. (UEG – 2008) A história de Goiás não come-
para gastar em festas e em coisas suntu- ça em 1722, com a Bandeira do Anhangue-
árias. […] Nada era urgente ou inadiável, a ra, como quer a versão tradicional, pois, há
não ser libertar o tempo para o ócio, para as milênios, a região já era habitada por indí-
inumeráveis festas do campo ou do arraial genas. Sobre esses grupos indígenas, é in-
[…], para pescarias e caçadas, enfim, numa correto afirmar:
palavra, para o exercício dos prazeres de
uma vida simples. a) Os grupos indígenas que habitavam a
BERTRAN, Paulo. Prefácio. In: CHAUL, Nasr Fayad.
região onde atualmente é Goiás perten-
Caminhos de Goiás: da construção da decadência ciam ao tronco Gê, que povoou a região
aos limites da modernidade. Goiânia: Editora da do Cerrado há cerca de 10.000 anos.
UFG, 1997. p. 15-16. [Adaptado].
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Gabarito: 1. B 2. A 3. C 4. A 5. B 6. I. C; II. C; III. E; IV. C; V. C 7. A 8. A 9. E 10. B 11. C 12. C 13. D
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Questões Aula 3 c) II e IV
d) III e IV
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O texto a seguir servirá de base para res- 4. Quanto às relações acerca do processo de
ponder às questões 03 e 04. construção de Goiânia e da transferência da
capital de Goiás com a Revolução de 1930,
O processo histórico que compreende a observa-se que
construção de Goiânia e a transferência da
capital de Goiás ainda constitui um insti- a) a Revolução de 1930, como um movi-
gante e desafiador campo de trabalho para mento político importado, carente de
a historiografia goiana, seja pelas lacunas um programa claro e definido, teve re-
e limites impostos pelas fontes tradicional- percussões insignificantes em Goiás e,
mente pesquisadas, seja pelas polêmicas portanto, no processo de fundação da
que o tema suscita no âmbito da história de nova capital;
Goiás. A nova capital significou e continua b) os ideais da oposição revolucionária
a significar, para muitos historiadores ou lí- eram, sobretudo, alimentados por um
deres políticos, um marco decisivo na evo- compromisso de ruptura total com as
lução histórica de nosso Estado. estruturas e práticas oligárquicas, que
se encarnavam simbolicamente na anti-
3. Valendo-se da análise dos discursos dos ga capital de Goiás.
principais idealizadores de Goiânia e com c) a nova capital representou um fato de
base na historiografia sobre o tema, con- envergadura que foi capaz de romper
clui-se que com o quadro de poucas realizações da
Revolução de 1930 em Goiás e de jus-
a) na comparação do processo de fun- tificar o caráter revolucionário do novo
dação da nova capital com a evolução governo goiano.
histórica de Goiás desde os seus pri- d) a Revolução de 1930 em Goiás foi procla-
mórdios – século XVIII –, tenderam a mada por uma coluna de Minas Gerais e a
prevalecer os elementos de continuida- inauguração da nova capital deste Estado,
de sobre os de ruptura. algumas décadas antes, serviu de inspira-
b) a nova capital decorreu de motivações ção para os revolucionários goianos.
tanto utópicas – ela foi previamente
desejada e idealizada antes de se tor- 5. O processo de expansão capitalista em Goi-
nar realidade – quanto ideológicas – foi ás, no começo do século XX, foi impulsiona-
sustentada pela ideologia do progresso do fortemente. Um dos fatores que pode
evocada por seus fundadores. ser apontado como o de maior dinamização
c) o processo de fundação da nova capi- para esse processo foi:
tal foi o resultado de um amplo acordo a) O início acelerado do processo de in-
entre as principais lideranças políticas e dustrialização.
econômicas do Sul e do Sudoeste do Es- b) A cidade de Brasília.
tado, de um lado, e da cidade de Goiás, c) A construção da rodovia Belém Brasília.
de outro. d) O desenvolvimento da navegação fluvial.
d) as justificativas apresentadas para a e) A Estrada de Ferro Goiás.
nova capital restringiram-se aos âmbi-
tos econômico e urbanístico, em razão 6. Entre 1920-1929, o gado vivo significou
do isolamento econômico da antiga ca- quase a metade de todas as exportações e
pital e de seus graves problemas de in- 27,69% da arrecadação total do Estado.
fraestrutura urbana. MORAES, Maria Augusta de Sant’Anna; PALACIN,
Luis. História de Goiás. Goiânia: Editora da UCG. p. 92.
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a) A grande importância da pecuária em cas ortodoxas pregadas pela Igreja Ca-
Goiás, na década de 1920, deve-se prin- tólica.
cipalmente à adoção da pecuária inten-
siva por parte dos criadores, aumentan- 8. (Bombeiro – 2010) A “Marcha para o Oes-
do, com isso, a produtividade. te” representava, na visão oficial, um mun-
b) O predomínio da pecuária na economia do em perspectiva, uma realidade geográfi-
goiana no século XIX e parte do XX foi ca a incorporar-se no quadro da civilização
acompanhado de relações de trabalho moderna. No período entre 1930 e 1945,
arcaicos no campo, com predomínio do Goiás conheceu um ativo expansionismo di-
clientelismo. rigido pelo Estado que incrementou o avan-
c) A pavimentação das rodovias na década ço da fronteira agrícola e ampliou a inserção
de 1920 contribuiu para incrementar as da economia no mercado, tendo como prin-
exportações goianas de carne bovina. cipal suporte:
d) Ainda hoje, o gado vivo, principalmente
do sudoeste, é o principal produto de I – o apoio dos grandes proprietários de ter-
exportação de Goiás. ra às medidas defendidas pelo governo, que
tinham como objetivo a alteração da estru-
7. (Bombeiro – 2010) Os historiadores aproxi- tura fundiária doEstado, bem como sua ex-
mam a história de Benedicta Cypriano Go- pansão.
mes (1905-1970) com a de Antonio Conse- II – a fundação da Colônia Agrícola Nacional
lheiro, líder de Canudos. Tida como santa de Goiás (CANG), implantada no vale do São
pelos moradores de Lagolândia, distrito de Patrício, no início dos anos 40, com o objeti-
Pirenópolis, Santa Dica, como passou à his- vo de promover a ocupação da fronteira do
tória, tornou-se uma figura lendária de for- Estado.
ça política e de fé sincrética, conquistou se-
guidores de diferentes regiões em torno de III – a transferência da capital para o centro
si, nos primeiros anos da década de 1920, e mais dinâmico da economia regional em
logo passou a ser vista como uma ameaça atendimento aos interesses das novas for-
pelo governo e pela Igreja. Esse movimento ças políticas e econômicas emergentes.
pode ser caracterizado como:
IV – o expansionismo preconizado pelos go-
a) um movimento causado pelo intenso vernos federal e estadual, centrado na ideia
processo de urbanização ocorrido em de industrialização do Estado, como forma
Goiás no início do século XX. de expandir as fronteiras.
b) um movimento de amplo apoio da Igre-
Estão CORRETOS apenas os itens:
ja Católica, que reconheceu seus mila-
gres e iniciou seu processo de canoniza- a) I e II.
ção junto ao Vaticano. b) III e IV.
c) um movimento de cunho meramente c) I e III.
político, apoiado pelos grandes proprie- d) II e III.
tários de terra como forma de controlar e) II e IV.
a população do campo.
d) um movimento de apoio à Coluna Pres- 9. A característica fundamental do Estado para
tes e seus ideais, resultando na oposi- o sociólogo alemão Max Weber é a mono-
ção ao poder das oligarquias da região e polização da violência, implicando que ape-
do Estado. nas o aparelho estatal tem legitimidade na
e) um movimento messiânico que expres- utilização dos meios de violência e coerção.
sa a religiosidade do homem do campo,
entrando em contradição com as práti-
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O fato de que parte considerável dos operá-
rios e técnicos que trabalharam na constru-
ção de Goiânia foi trazida de fora do estado
se explica porque
a) o projeto de construção de uma nova
capital era impopular para os muitos
entusiastas das tradições da antiga Vila
Boa de Goyaz.
b) o governo dos Caiado investia pouco na
qualificação de mão de obra, inexistin-
do instituições de Ensino Superior em
Goiás nos anos 1920.
c) o conflito gerado pela passagem da Co-
luna Prestes em Goiás provocou a de-
sarticulação das escolas de nível técnico
existentes no estado.
d) o maior contingente da população de
Goiás era de trabalhadores rurais, sem
a experiência e o conhecimento técnico
necessários para obras de maior vulto.
Gabarito: 1. B 2. B 3. B 4. C 5. E 6. B 7. E 8. D 9. A 10. C 11. B 12. D
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c) A formação de extensas áreas com pre- mercado interno, passou-se para uma agri-
domínio de minifúndios em decorrên- cultura destinada à exportação, na qual a
cia da concentração fundiária. soja e os derivados da cana-de-açúcar des-
d) O aumento do número de empregos no pontam como os principais produtos. Den-
campo, especialmente em atividades tre as consequências dessa transformação
menos qualificadas. destaca-se:
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d) Ancorado pelo apoio popular e pela De acordo com o trecho acima, são muitas
polícia militar de Goiás, Mauro Borges as semelhanças entre Brasília e Goiânia. So-
Teixeira organizou o movimento de re- bre esse assunto, analise as assertivas abai-
sistência à intervenção militar federal, xo:
que ficou conhecido como Movimento
da Legalidade. I – A construção das duas capitais foge à ló-
gica das decisões econômicas. Como visio-
12. O governo Mauro Borges se firmou em dire- nários, Pedro Ludovico e Juscelino Kubits-
trizes planejadas – foi o primeiro, em Goiás, chek, se lançaram à aventura visando mais
a adotar critérios científicos de planejamen- ao futuro do que ao presente ou ao passa-
to, com base no diagnóstico do potencial do do.
Estado e de suas carências, e com respaldo II – A construção tanto de Goiânia quanto de
de estudos encomendados à Fundação Ge- Brasília foi projeto acalentado no passado e
túlio Vargas. recebeu apoio inconteste das elites políticas
ROCHA, Hélio. Os inquilinos da Casa Verde. Goiânia: para a concretização do sonho mudancista.
Asa, 2004. p. 99.
III – A mudança da capital de Goiás para
O projeto de modernização administrativa Goiânia dinamizou a região do Mato Grosso
de Mauro Borges fomentou a criação Goiano, mas sua transformação em metró-
pole é o resultado de um amplo investimen-
a) do Plano Mauro Borges, que estabele-
to na região, em decorrência da construção
cia a necessidade de o estado fomentar
de Brasília.
a iniciativa privada, evitando a criação
de estatais que fossem onerosas para Assinale a alternativa CORRETA:
os cofres públicos.
b) de vultosos investimentos em obras de a) Apenas a assertiva I é verdadeira.
infraestrutura, como a construção do b) Apenas as assertivas I e II são verdadei-
Autódromo Internacional de Goiânia e ras.
do Estádio Serra Dourada. c) Apenas as assertivas II e III são verda-
c) de parcerias entre os governos federal e deiras.
estadual, facilitadas pelo fato de Mauro d) Apenas as assertivas I e III são verdadei-
Borges ter apoiado a candidatura de Jâ- ras.
nio Quadros à presidência nas eleições
de 1961. 14. O solo do território goiano sempre foi con-
d) do Plano de Desenvolvimento, conheci- siderado inadequado à agricultura porque
do como Plano MB, que previa a inter- possuía uma elevada concentração de alu-
ferência do Estado em atividades eco- mínio, elemento tóxico para muitas espé-
nômicas onde se sentia a ausência da cies agrícolas. O processo adotado para a
iniciativa privada. sua recuperação foi a:
a) utilização de sistema agrícola seme-
13. As duas capitais haviam sido criadas para lhante ao praticado no sul do país.
exercer o papel de “cidades administrati- b) adoção de rodízio de cultivo da soja
vas”. Todavia, a explosão urbana de ambas com a cana-deaçúcar e o café.
originou a necessidade de diversificação c) prática da técnica da calagem que reduz
das atividades econômicas para acomoda- a acidez do solo do cerrado.
ção e sustento da crescente população. d) substituição das florestas que ocupa-
ESTEVAM, Luís. O tempo da transformação. Estru- vam a área pelo plantio da soja.
tura e dinâmica da formação econômica de Goiás. e) implantação de sistemas de irrigação
Goiânia: UCG, 2004, p. permanente do solo inadequado.
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15. (...)
Pra minha mãezinha já telegrafei
E já me cansei de tanto sofrer
Nesta madrugada estarei de partida
Pra terra querida que me viu nascer
Já ouço sonhando o galo cantando
O nhambu piando no escurecer
A lua prateada clareando a estrada
A relva molhada desde o anoitecer
Eu preciso ir pra ver tudo ali
Foi lá que eu nasci lá quero morrer
(Goiá e Belmonte. “Saudades da minha terra”)
Gabarito: 1. C 2. A 3. A 4. B 5. D 6. A 7. B 8. A 9. B 10. C 11. B 12. D 13. D 14. C 15. D
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Questões Aula 5 próximas aos cursos d´água mais impor-
tantes, como o Tocantins e o Araguaia.
b) chapadas formadas em períodos geo-
lógicos recentes (pré-cambriano) e sob
1 A região Centro-Oeste é composta pelas se- condições climáticas similares às atuais.
guintes unidades federativas: c) planaltos antigos intensamente erodi-
a) Distrito Federal, Mato Grosso, Mato dos em decorrência do processo de in-
Grosso do Sul e Goiás temperismo físico-químico.
b) Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goi- d) bacias sedimentares localizadas espe-
ás e Tocantins cialmente nas regiões central e norte
c) Goiás, Tocantins, Distrito Federal e do estado.
Mato Grosso
d) Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso do 5. Conciliar a expansão da agroindústria e da
Sul e Tocantins pecuária com a preservação do cerrado,
uma das regiões mais ricas do mundo em
2. A exploração dos seguintes minérios foi ou biodiversidade, é um dos principais desafios
é destaque na economia goiana, EXCETO: de Goiás. O estado convive com graves da-
nos ambientais provocados pela ocupação
a) O amianto em Minaçu predatória do território como:
b) A prata em Pirenópolis
c) O ouro em Crixás a) matas ciliares são destruídas e as reser-
d) O níquel em Niquelândia vas permanentes, desmatadas, ceden-
do lugar às plantações de pinus e euca-
3. A produção agroindustrial goiana exige um liptos.
sistema de redes de transporte e comunica- b) próximo das nascentes dos rios goia-
ção para integrar as diversas regiões produ- nos há focos de erosão provocados pelo
toras aos mercados consumidores. Dentre desmatamento para a implantação de
os eixos de transporte mais importantes do pastagens.
estado de Goiás, é CORRETO citar: c) queimadas destroem os horizontes do
solo e boa parte da área agrícola dispo-
a) A Hidrovia Paranaíba-Tietê-Paraná, por nível já dá sinais de desertificação.
onde é escoada parte significativa da d) desenvolvimento de cultivos nas encos-
produção de grãos do sudoeste do esta- tas tem acelerado o processo de desli-
do. zamentos quando chegam as chuvas de
b) A BR-153, que corta o estado no sentido verão.
Leste-Oeste, por onde é escoada a pro- e) rios assoreados comprometem o abas-
dução de minérios. tecimento de água e a situação se agra-
c) A ferrovia Norte-Sul, responsável pelo va nos períodos de estiagem prolonga-
transporte da produção agrícola da re- da.
gião norte do estado até o porto de Pa-
ranaguá, no Paraná. 6. “Em menos de trinta anos desmatou-se
d) A BR-070, por onde é transportada a indiscriminadamente a cobertura vegetal
produção de grãos da região sudoeste original do cerrado para a monocultura da
de Goiás. soja. A paisagem retorcida das espécies do
cerrado deu lugar às formas geométricas
4. O relevo goiano é caracterizado por: homogêneas, a exemplo dos belts norte-
a) planícies aluviais localizadas nas regi- -americanos, comprometendo as nascentes
ões leste e nordeste do estado em áreas do Araguaia, um dos mais importantes rios
do território goiano, como se vê nas proxi-
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midades do Parque Nacional das Emas, no b) constitui importante divisor de água en-
município de Mineiros, Sudoeste Goiano”. tre as bacias Platina e Amazônica.
ARRAIS, T. A . Geografia contemporânea de Goiás. c) é a principal elevação topográfica do
Goiânia, Editora Vieira, 2004. p. 20. estado de Goiás cujo ponto culminante
situa-se a mais de 1300 metros de alti-
Em referência ao cerrado goiano e à agricul- tude.
tura, leia atentamente as questões abaixo e d) representa a principal reserva mineral
assinale a alternativa INCORRETA: do estado de Goiás, conservando gran-
a) A modernização da agricultura nos des jazidas de ouro, esmeralda e dia-
cerrados goianos foi favorecida pelos mante.
seguintes fatores: disponibilidade de
terras com implicação direta na concen- 8. Observe o gráfico a seguir
tração fundiária; relevo pouco aciden-
tado que favoreceu a mecanização; pro-
gramas de governo para a capitalização
da agricultura empresarial; disponibili-
dade no mercado de insumos agrícolas,
entre outros fatores.
b) A partir da década de 1980, progressi-
vamente, as culturas tradicionais como
o arroz e o feijão perderam espaço para
o cultivo da soja. Atualmente, a soja é MARA, SNI. Departamento Nacional de Meteorolo-
um dos produtos de maior peso na pau- gia. Normais Climatológicas (1961-1990), Brasília-
ta de exportação goiana. -DF, 1992. (Organizado).
c) A expressão “síndrome de ilha” é utiliza-
da para caracterizar o Parque Nacional Considerando-se que o gráfico seja a repre-
das Emas. A argumentação, entre ou- sentação das precipitações médias do esta-
tros motivos, decorre do fator preocu- do de Goiás, e relacionando o tipo climático
pante de o parque encontrar-se isolado com a ocupação agrícola do estado, tem-se
pelo cultivo da soja que, entre outros o seguinte:
impactos, polui os recursos hídricos e a) as lavouras permanentes demandam
acelera o processo de erosão na região. por irrigação durante o período de ve-
d) O desmatamento dos cerrados ocorreu rão.
primeiramente no sul goiano, nas regi- b) as características climáticas favorecem
ões de chapada, onde havia uma fertili- o desenvolvimento das lavouras de se-
dade natural dos solos, o que favoreceu queiro.
a expansão do cultivo da soja. c) o tipo climático favorece o cultivo das
lavouras permanentes em detrimento
7. A Serra Dourada no município de Goiás é das temporárias.
uma elevação do relevo resultante de pro- d) o cultivo de lavouras de sequeiro é rea-
cessos tectônicos diversos e representa im- lizado durante o período do inverno.
portância na história do estado por ser vista
pelas populações locais como um ponto de 9. O regime fluvial do Rio Araguaia [...] está
referência geográfica. A Serra Dourada condicionado às chuvas tropicais de verão,
a) é o limite geológico estrutural entre as época em que sua feição se modifica com-
rochas da bacia do Paraná e da Bacia do pletamente, porque ele transborda e inun-
São Francisco. da muitas léguas de praias, reabastecendo
lagos que secam no inverno, alimenta ca-
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nais, cria ilhas e muda constantemente de 11. Os elementos terras raras (ETR) são utiliza-
leito, numa procura constante para firmar- dos na produção do que há de mais moder-
-se em um canal definitivo. no na fabricação de produtos tecnologica-
BARBOSA, A. S.; TEIXEIRA NETTO, A.; GOMES, H. Ge- mente sofisticados, como computadores,
ografia: Goiás-Tocantins. Goiânia: Editora da UFG, celulares, tablets, painéis solares, telas de
2004. p. 158. led etc. Eles são 17 elementos químicos
O texto refere-se ao Rio Araguaia, que é ca- muito parecidos, agrupados em uma mes-
racterizado por ma família na tabela periódica. O Brasil
possui grandes reservas desses elementos,
a) apresentar difícil navegabilidade em apesar de pouco exploradas. O estado de
decorrência da redução no volume de Goiás pode tornar-se um dos estados mais
água em períodos de estiagem, fato beneficiados pela exploração desses mi-
que compromete a viabilidade da hi- nérios no Brasil, tendo em vista o fato de
drovia Araguaia-Tocantins. possuir também uma das maiores reservas
b) apresentar nascentes localizadas na de fosfato, que apresenta em seus rejeitos
fronteira entre Goiás, Mato Grosso e minérios terras raras. Um desses elementos
Mato Grosso do Sul, e percorrer cerca considerados como terras raras e o muni-
de 1.800 quilômetros no sentido Leste- cípio goiano, onde ocorre essa extração de
-Norte, tendo como exultório o Rio To- fosfato, são, respectivamente:
cantins.
c) ser denominado de “Rio Grande” pelos a) fósforo – Catalão.
indígenas Caiapó e ter sido explorado b) lantânio – Barro Alto.
no tempo das bandeiras para pesca e c) antimônio – Americano do Brasil.
navegação. d) lantânio – Catalão.
d) ser um rio de planície que não apre- e) tecnécio – Americano do Brasil.
senta nenhum tipo de barreira natural,
como por exemplo cachoeiras, corre- 12. Observe a imagem a seguir:
deiras ou bancos de areia.
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13. (SEMARH – 2010) O Estado de Goiás é o 15. (AGEHAB – 2010) A ONU declarou 2010 o
mais populoso da região centro-oeste, ano internacional da biodiversidade, com a
apresentando as seguintes peculiaridades: preocupação de preservar ambientes amea-
çados, como o cerrado. Esse bioma, um dos
I – Faz parte do grupo de estados maiores principais do país, ocupa 22% do território
produtores de medicamentos genéricos do nacional e 80% da sua biodiversidade já so-
país. freram alterações e ameaças de extinção.
II – Goiás era uma terra teoricamente per- Analise se as afirmações a seguir sobre esse
tencente à capitania de São Paulo. bioma em Goiás estão certas (C) ou erradas
(E):
III – Nele está localizado o parque nacional
das Emas. ( ) A partir de 1970, a intensa mecaniza-
ção e modernização do campo e a intro-
IV – Em seu território encontram-se distri- dução de culturas destinadas à exportação
buídos 256 municípios. provocaram uma modificação no espaço ge-
Analise as afirmativas, marcando a alterna- ográfico goiano.
tiva correta. ( ) Para a preservação e manutenção do
a) I e II apenas. bioma é necessário repensar o modelo de
b) I, II, IV apenas. desenvolvimento e criar políticas econômi-
c) I, II e III apenas. cas que conciliem prosperidade, crescimen-
d) IV apenas. to financeiro e preservação, ou seja, é ne-
e) II e III apenas. cessário um planejamento sustentável.
( ) Apesar da devastação ambiental no
14. (PM – 2010) O Parque Nacional da Chapa- cerrado, ainda não existe riscos de recom-
da dos Veadeiros, criado em 1961, protege posição irreversível.
uma área de 65.514ha do Cerrado de alti-
tude. São diversas formações vegetais, cen- ( ) Devido à grande ação dos orgãos de
tenas de nascentes e cursos d'água, rochas controle ambiental, a ocupação econômica
com mais de um bilhão de anos, além de do cerrado tem ocorrido com planejamento
paisagens de rara beleza, com feições que e com uso de técnicas modernas de contro-
se alteram ao longo do ano. A transforma- le e preservação.
ção do Parque em Patrimônio Natural, tam- ( ) O bioma cerrrado é também considera-
bém pode ser vista como uma maneira de: do um divisor de águas, possui uma grande
a) tentar preservar áreas que possam re- quantidade de água de superfície e subte-
presentar reservas naturais. rânea.
b) colocar o ecoturismo como alternativa Indique a sequência correta:
econômica à agropecuária.
c) impedir que a produção de soja chegue a) C, C, C, E, E
nas suas imediações. b) C, C, E, E, C
d) reservar o norte do estado para proje- c) C, E, E, C, E
tos de colonização agrícola. d) E, C, C, C, E
e) preservar o quadro natural goiano da e) E, E, C, C, C
especulação Imobiliária.
Gabarito: 1. A 2. B 3. A 4. C 5. E 6. D 7. B 8. B 9. A 10. D 11. D 12. D 13. C 14. A 15. B
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Questões Aula 6 talação de indústrias nacionais e inter-
nacionais, com a finalidade de geração
de novos empregos.
1. A partir do início do processo de moder- d) A mão-de-obra especializada, o desen-
nização da agricultura, o campo brasileiro volvimento do setor econômico terci-
passou a vivenciar uma nova organização ário e a criação de cidades tecnopólos
produtiva, em que os sistemas arcaicos de proporcionaram a implantação de in-
produção, sustentados pelo trabalho braçal, dústrias em Goiás, especialmente aque-
foram substituídos por máquinas e imple- las ligadas ao turismo e ao lazer.
mentos agrícolas, originando o modelo que
hoje é chamado de agronegócio. São carac- 3. “O Programa de Desenvolvimento Indus-
terísticas desse tipo de atividade: trial de Goiás (Produzir) foi criado para con-
tribuir com a expansão, modernização e
a) produção no sistema extensivo, com a diversificação do setor industrial de Goiás,
prática de monoculturas voltadas para estimulando a realização de investimentos,
o mercado interno. a renovação tecnológica e o aumento da
b) produção sustentada principalmente competitividade estatal. Propicia a redução
pelo cooperativismo e pela distribuição do custo de produção da empresa, através
paritária de terras. do financiamento de até 73% do ICMS de-
c) produção agrícola de precisão com em- vido pelo período de até 15 anos” GOIÁS
prego de capital nacional e estrangeiro. (2003, p. 808). Nos últimos anos, os gover-
d) produção de alimentos orgânicos pelos nos do Estado de Goiás estimularam, atra-
grandes latifúndios com vistas ao aten- vés de incentivos fiscais, a transferência de
dimento do mercado local. indústrias para diversas regiões goianas. So-
bre esse tema, é incorreto afirmar:
2. Assinale a proposição que justifique o cres-
cimento da industrialização no Estado de a) Esse processo ficou conhecido, espe-
Goiás: cialmente a partir dos debates sobre a
reforma tributária, como “guerra fiscal”.
a) A descentralização econômica e indus- b) A maior parte dos créditos de ICMS (Im-
trial brasileira e a implantação em Goiás posto sobre circulação de mercadorias
de infraestrutura (por exemplo: amplia- e serviços) foi destinada para as micro-
ção e pavimentação de rede viária e ex- empresas, fato que colaborou para a
pansão de rede de energia elétrica) são geração de milhares de empregos.
os principais fatores que proporciona- c) Entre as cidades goianas que mais se
ram o desenvolvimento da indústria em beneficiaram desses programas estão
Goiás. Anápolis, Rio Verde, Itumbiara, Catalão
b) Os projetos do governo federal que in- e Alexânia.
centivaram a implantação industrial e a d) O Produzir e o subprograma Micro-
transformação das indústrias de extrati- produzir atuam sob a forma de finan-
vismo mineral e vegetal em indústria de ciamento de parcela mensal de ICMS
produtos alimentícios, especialmente devido pe¬las empresas beneficiárias,
aquelas localizadas no norte do Estado, tornando o custo da produção mais ba-
são os fatores que promoveram o au- rato e seus produtos mais competitivos
mento da industrialização em Goiás. no mercado.
c) O alto índice de desemprego e a cri-
minalidade impulsionaram o governo 4. (UFG – 2012) A produção agrícola está fun-
do Estado de Goiás a criar, nos anos de damentada em três elementos básicos – a
1990, programas de incentivos para ins- terra, o capital e o trabalho. O emprego des-
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Analise as afirmativas, marcando a alterna- b) A modernização da economia goiana
tiva correta. está associada ao desenvolvimento da
agroindústria, cujo impacto reduziu o
a) I e II apenas. número de trabalhadores no campo.
b) I, II, IV apenas. c) Ao assumir funções de uma metrópole,
c) I, II e III apenas. concentrando serviços na área de saú-
d) IV apenas. de e educação, a sociedade goianiense
e) II e III apenas. rompeu com a identidade rural que de-
finia a cidade.
8. Falta justiça social no campo e na cidade, e d) A modernização da agricultura redefi-
a violência praticada pelo latifúndio e pelos niu o espaço urbano: o alargamento das
especuladores imobiliários tem como pano periferias sinaliza os limites do modelo
de fundo o modelo de desenvolvimento se- fundado na exclusão do trabalhador ru-
guido pelo Brasil... ARRAIS, Tadeu Alencar. ral.
Geo Contemporânea de Goiás, Goiânia, Ed.
Vieira. p. 87. De acordo com o texto acima 10. A região Centro-Oeste, com destaque para
e seus conhecimentos, marque a resposta o Estado de Goiás, passou por profundas
INCORRETA. transformações em sua dinâmica socioe-
a) O Movimento dos Trabalhadores Sem- conômica a partir de 1970, principalmente
-Terra (MST) tem presença marcante no que se refere à introdução da agricultura
em vários municípios goianos, com moderna, tendo a soja como principal pro-
ações concretas de invasão de terras. duto agrícola cultivado na região. Porém no
b) A luta pela moradia vem agregando um início do século XXI, em função de fatores
número cada vez maior de pessoas que de ordem interna e externa, vem se intensi-
ocupam áreas públicas e privadas, prin- ficando o plantio da cana-de-açúcar, volta-
cipalmente na capital do Estado. do principalmente para a produção de açú-
c) O modelo econômico seguido pelo Bra- car, álcool e outros derivados. Sobre esse
sil tem como característica a aceitação assunto é incorreto afirmar:
das regras definidas pelo Fundo Mo- a) A cana-de-açúcar apresenta uma estrei-
netário Internacional (FMI), que define ta ligação com o setor agroindustrial,
o pagamento da dívida externa como principalmente com as usinas de álco-
prioridade. ol e açúcar, contribuindo para o cresci-
d) A Constituição de 1988, ao definir o mento de instalações ligadas ao setor
significado social da propriedade da no Estado de Goiás.
terra, criou o instrumento legal que deu b) O cultivo da soja, bem como o da cana-
estabilidade política ao campo. -de-açúcar, vem contribuindo signifi-
cativamente para a melhoria das con-
9. Modernização como processo se vincula ao dições de alimentação da população
domínio tecnológico e se associa ao cresci- brasileira, sobretudo da parcela mais
mento das cidades, redefinindo as relações carente, tendo em vista o elevador va-
sociais e culturais com o campo. Acerca des- lor proteico que apresentam e a desti-
se processo em Goiás, é INCORRETO afir- nação de maior parte da produção ao
mar: mercado interno.
a) Em Pirenópolis e em Goiás, a cultura c) Em Goiás, a expansão sucroalcooleira
local foi transformada em atração turís- contribui para que haja uma supervalo-
tica. As festas tradicionais reinventaram rização do preço da terra e um aumen-
as tradições em novo contexto. to considerável nos preços de locação e
venda de equipamentos agrícolas.
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PM-GO (Soldado) – Geografia e História de Goiás – Prof. Moacir Cabral
Gabarito: 1. C 2. A 3. B 4. E 5. B 6. B 7. C 8. D 9. C 10. B 11. C 12. E 13. A
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Questões Aula 7 Goiânia, Trindade, Anápolis e Senador
Canedo.
b) caracteriza-se pelo processo de conur-
1. Nos últimos anos, Goiânia vem passando bação entre os municípios de Goiânia,
por um processo de intensificação do uso Aparecida de Goiânia, Trindade, Sena-
do solo de algumas de suas regiões. Sobre dor Canedo e Goianápolis.
esse processo, é incorreto afirmar: c) foi criada com o objetivo de integrar a
organização, o planejamento e a execu-
a) os investimento públicos, como o Cen- ção de funções públicas de interesse co-
tro Cultural Oscar Niemeyer e o Paço mum aos municípios dela integrantes.
Municipal, valorizam a região sul. d) foi uma das primeiras regiões metropo-
b) na região Mendanha e na região oeste litanas a serem instituídas no Brasil, ain-
está localizada a maior parte dos con- da na década de 1970.
domínios horizontais do município que
são destinados aos consumidores de 4. Além do rio Meia Ponte, o curso d’água
baixa renda. mais importante para o abastecimento de
c) proporcionalmente, a região de Campi- água potável da cidade de Goiânia é o:
nas concentra a maior parte dos esta-
belecimentos de comércio e de indús- a) córrego Botafogo.
tria do munícipio. b) ribeirão João Leite.
d) o Jardim Goiás, localizado na região sul, c) ribeirão Anicuns.
vem passando por intenso processo de d) córrego Macambira.
verticalização.
5. Na década de 1930, a capital de Goiás pas-
2. Segundo dados do Instituto Brasileiro de sou a ser Goiânia. A mudança da capital
Geografia e Estatística (IBGE), entre 1940 e ocorreu porque:
2000 a população brasileira deixou de ser
a) uma lei federal proibia os estados de te-
predominantemente rural passando a ser
rem o mesmo nome de suas capitais.
predominantemente urbana. No caso do
b) era necessária uma capital que estimu-
estado de Goiás, a população urbana que
lasse o crescimento econômico do esta-
era de 18%, na década de 1940, alcançou
do.
88% no ano 2000. Esse rápido processo de
c) era necessária uma capital mais próxi-
urbanização do estado de Goiás teve como
ma do Oceano Atlântico.
uma de suas consequências:
d) era necessário preservar o patrimônio
a) A concentração fundiária e a formação histórico da cidade de Goiás.
de latifúndios.
b) A mudança na estrutura econômica do 6. Goiânia, cidade planejada para 50 mil habi-
estado, que passou de agrícola a indus- tantes, encontra-se hoje com uma popula-
trial. ção acima de 1 milhão de habitantes e não
c) A concentração da população em pe- para de crescer. Vários fatores atuam na ex-
quenas cidades. pansão da sua área urbana.
d) O surgimento da região metropolitana
Com base em seus conhecimentos sobre o
de Goiânia.
crescimento urbano de Goiânia, julgue as
proposições abaixo:
3. A região metropolitana de Goiânia
I – Grandes áreas urbanas da cidade per-
a) é composta, entre outros, pelos seguin-
tencem a especuladores imobiliários que
tes municípios: Goiânia, Aparecida de
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c) o grande fluxo populacional derivado b) necessidade de proteger a natureza, já
do êxodo rural, com migração do ho- que o poder público subsidia esses lo-
mem do campo para a capital em busca cais, considerados área de preservação
de trabalho e moradia. ambiental permanente.
d) a existência de movimentos organiza- c) busca de um local de moradia próximo
dos de ocupação de áreas urbanas que ao trabalho na tentativa de diminuir o
conseguiram garantir a posse das terras tempo de percurso entre a residência e
públicas devolutas. o trabalho.
d) busca por espaços seguros e exclusivos
9. A região metropolitana de Goiânia foi cria- protegidos do contato com o mundo ex-
da em pela lei complementar n. 27, de 30 terior, caracterizando um novo modelo
de dezembro de 1999. Entre seus objetivos de relações comunitárias.
estão aqueles de pensar políticas governa-
mentais para os municípios que se encon- 11. O Cineteatro Goiânia, inaugurado em 1942,
tram integrados social e economicamente é um monumento representativo da histó-
a Goiânia. Sobre a Região Metropolitana de ria de Goiânia. Sobre essa edificação, é in-
Goiânia, é incorreto afirmar: correto afirmar:
a) O município de Ap. De Goiânia é aquele
que se encontra mais integrado ao mu-
nicípio de Goiânia, uma vez que as fron-
teiras dos dois municípios chegam a se
confundir, especialmente no limite sul
de Goiânia.
b) Os municípios de Senador Canedo e
Trindade estão integrados ao sistema
de transporte coletivo da RMG.
c) O terminal Padre Pelágio, no extremo
oeste da avenida Anhanguera, integra
Goiânia ao município de trindade, via
transporte coletivo.
d) As políticas de uso e regulação do solo
urbano na RMG são definidos e execu-
tados em comum acordo com todos os
Disponível em: <http://www.faquini.com.br/goi-
municípios.
ás250/9030056.jpg>Acesso em: 5 jun. 2006.
10. A construção de condomínios fechados (ho- a) Foi construído para servir de palco do
rizontais ou verticais) tornou-se muito co- chamado Batismo Cultural de Goiânia,
mum em Goiânia, que já é a terceira cidade quando a cidade foi oficialmente inau-
em condomínios horizontais no Brasil. A op- gurada.
ção por este tipo de moradia deve-se a uma b) Mesmo sendo uma construção moder-
série de fatores, dentre os quais se destaca na, incorporou as tradições históricas
a goianas, sendo, por isso, o seu formato
similar ao das igrejas coloniais de Goiás.
a) necessidade de evitar as diferenças ide-
c) Incorporou o imaginário marcial da
ológicas na convivência cotidiana, já
época, o que explica o seu formato de
que nesses ambientes há uma seleção
navio de guerra.
de moradores por preferência religiosa.
d) É representativo da art déco, estilo ar-
quitetônico que prioriza fachadas com
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rigor geométrico e estilo linear, produ- 14. O plano urbanístico de Goiânia, de maneira
zindo um efeito de monumentalidade geral, foi influenciado pelas condições to-
nas edificações. pográficas do sítio urbano. Sobre o traçado
original da cidade e seu zoneamento, é cor-
12. Em 1960, Goiânia já contava com mais de reto afirmar que:
150 mil habitantes. Um conjunto de fatos
marcou a arrancada definitiva de Goiânia a) As ruas e avenidas dispostas no sentido
em busca do seu espaço entre as maiores e leste-oeste foram projetadas e constru-
mais belas metrópoles brasileiras. Dos fatos ídas contrariando a topografia do terre-
abaixo, aquele que não pode ser considera- no.
do um dos responsáveis por esse desenvol- b) O centro comercial foi previsto original-
vimento foi: mente para a parte sul da cidade, jus-
tamente onde estão localizados os seto-
a) chegada da ferrovia res Sul e Marista.
b) início da construção de Brasília c) A zona industrial foi planejada para a
c) inauguração da usina do Rochedo parte mais baixa da cidade, onde mais
d) política de interiorização dos governos tarde chegaria os trilhos da estrada de
Vargas ferro.
e) desapropriação de terras para a refor- d) O fato de não terem sido previstas áre-
ma agrária. as de infiltração nos logradouros públi-
cos, somando ao reduzido espaço para
13. Nos últimos anos, Goiânia vem passando áreas verdes, demonstra pouca preocu-
por um processo de intensificação do uso pação ambiental.
do solo de algumas de suas regiões. Sobre
esse processo, é incorreto afirmar:
a) os investimento públicos, como o Cen-
tro Cultural Oscar Niemeyer e o Paço
Municipal, valorizam a região sul.
b) na região mendanha e na região oeste
está localizada a maior parte dos con-
domínios horizontais do município que
são destinados aos consumidores de
baixa renda.
c) proporcionalmente, a região de Campi-
nas concentra a maior parte dos esta-
belecimentos de comércio e de indús-
tria do munícipio.
d) o Jardim Goiás, localizado na região sul,
vem passando por intenso processo de
verticalização.
Gabarito: 1. B 2. A 3. C 4. B 5. B 6. C 7. A 8. A 9. D 10. D 11. B 12. E 13. B 14. C
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