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PROGRAMA DE
GERENCIAMENTO DE
RESÍDUOS QUÍMICOS
Coordenação: Prof. Dr. José Albertino Bendassolli
Piracicaba - SP
APOSTILA II – NORMAS E PROCEDIMENTOS PARA IMPLEMENTAÇÃO
DE UM PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS QUÍMICOS
INTRODUÇÃO
Fase Preparatória
Analisar e discutir o interesse da Instituição e a forma com que este interesse esta
manifestado, procurando quando possível elaborar um documento oficial. Procurar
estabelecer as necessidades do programa, entre os quais: Pessoal técnico e
científico; recursos financeiros necessários e infra-estrutura.
Fase Preliminar:
Quando da sua implantação, um programa de gerenciamento de resíduos
deve abranger dois tipos de resíduos: o ativo, que é fruto das atividades rotineiras
da unidade geradora e principal alvo de um programa de gerenciamento, e o
passivo, que compreende todo aquele resíduo estocado, geralmente não
caracterizado, aguardando a destinação final (Ashbrook & Reinhardt, 1985;
Schneider & Wiskamp, 1994; Jardim, 1998). Ressalta-se, no entanto, que a
grande maioria das unidades geradoras no Brasil não dispõe do passivo, o que
facilita o estabelecimento de um programa de gerenciamento, mas, por outro lado,
mostra o descaso com que o assunto vem sendo tratado até os dias atuais.
As ações preliminares devem contemplar estes dois tipos de resíduos. O
primeiro procedimento é a caracterização (qualitativa e quantitativa) do passivo
existente (inventário do passivo). A Figura 1 apresenta detalhes do depósito de
resíduos químicos do CENA, antes da implementação do programa de
gerenciamento de resíduos químicos da Instituição. No referido depósito cerca de
85 % dos resíduos não apresentavam rótulos de identificação, sendo
considerados como resíduos com composição desconhecida. Mesmo os frascos
com reagentes que não foram nem mesmo utilizados, mas encontram-se sem
rótulos devem ser considerados como resíduos. Na Figura 2 pode-se observar as
condições atuais de armazenagem dos resíduos gerados nos laboratórios do
CENA/USP.
Para os passivos identificados os seguintes procedimentos podem ser
adotados: a) Procurar esgotar as possibilidades de aplicação dos 3 Rs (Reciclar,
Reutilizar ou Recuperar); b) Colocar a disposição para outros laboratórios, dentro
e fora da Instituição; c) colocar a disposição em bolsas de resíduos para doação,
troca, entre outros; d) submeter a tratamento químico para eliminação da
periculosidade, se existir, ou encaminhar para descarte (incineração, aterro
industrial, etc). Para os passivos não identificados, tentar identificá-los de acordo
com sugestões apresentadas nesta apostila e na literatura citada. Após
identificação, seguir as recomendações fornecidas aos passivos identificados.
Para os passivos misturados/contaminados, separar em dois grupos e aplicar
ações adequadas: 1) misturas passíveis de separação e reaproveitamento –
ácidos e bases inorgânicos (neutralização); solventes que podem ser separados
por destilação; 2) misturas inviáveis para separação ou aplicação dos 3 Rs –
Material pode ser considerado como rejeito químico e deverá ser encaminhado
para incineração (resíduos diversos) ou para disposição final num aterro químico
industrial.
Procurar sempre identificar os resíduos gerados, rotulando-os corretamente,
fazendo inspeções periódicas do estoque e seguindo as boas práticas de Higiene
Química para evitar os “RESÍDUOS DESCONHECIDOS”.
Material
Métodos
Verificação Procedimento
Reatividade com água Adicionar 3 gota de água em igual volume de resíduo (vidro de
relógio) e observar se forma chama, geração de gás, ou qualquer
outra reação violenta.
Resíduo oxidante A oxidação de sal de Mn2+ (rosa claro) para coloração escura
indica resíduo oxidante. Adicionar 1 gota da amostra à 3 gotas de
uma solução 0,5 mol L-1 de MnCl2.
Reatividade em ar
Solubilidade em água
Presença de sulfetos
Acidificar uma pequena fração da amostra com ácido clorídrico. Papel embebido
em solução de acetato de chumbo e exposto aos vapores dessa solução
acidificada deverá ficar enegrecido.
Presença de Cianetos
Ações Permanentes
B) PREVENIR A GERAÇÃO
C) REAPROVEITAR
E) DISPOR
- Reciclar – Matérias-Primas
REAPROVEITAR
- Recuperar – Substâncias
- Reutilizar – Materiais, Produtos
- Processos Físicos
- Processos Químicos
TRATAR - Processos Físico-Químicos
- Processos Biológicos
- Processos Térmicos
- Aterros
- Minas
DISPOR - Poços
- Armazéns
f) ordem de serviço - cada usuário pode, com essa ordem de serviço, solicitar ao
LTR a retirada de um ou mais volumes de resíduos de seus laboratórios, ou ainda
obter qualquer outra informação pertinente ao PGRQ, tais como: envio de material
em geral, informação adicional de algum produto químico; MSDS não constante
da lista inicial, sugestões, entre outros (Figura 26). A equipe de trabalho do LTR
tem a possibilidade de verificar (Figura 27) ou mesmo gerenciar (Figura 28) as
ordens de serviço enviadas via rede.
REFERÊNCIAS
15
BURESH, R.J.; AUSTIN, E.R.; CRASWELL, E.T. Analytical methods in N
research. Fertilizer Research, The Hague, v.3, p.37-62, 1982.
Felisberto, R.; Vieira, L.O.; Couto, A.; Schuh, R.; Albino, C.T.; Liba. De resíduo a
insumo: A construção do caminho para uma química mais limpa através de
um projeto de ensino. Química Nova, v.31, n.1, p. 174-177, 2008.
Inbroisi, D.; Guaritá-Santos, A.J.M.; Barbosa, S.S.; Shintaku, S.F.; Monteiro, H.J.;
Ponce, G.A.E.; Furtado, J.G.; Tinoco, C.J.; Mello, D.C. Gestão de resíduos
Químicos em Universidades: Universidade de Brasília em foco. Química
Nova, v.29, n.2, p.404-409, 2006.
LACERDA, L.D. Minamata, livre de mercúrio. Ciência Hoje, v. 23, n. 133, p.24-
31, 1997.