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Questões Comentadas de Administração Geral

Auditor Fiscal da Receita Federal


Teoria e Questões Comentadas
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QUESTÕES COM OS COMENTÁRIOS

1. (ESAF - AUFC/TCU/2002) Leia atentamente os enunciados que se seguem:


- O conjunto de agências e de servidores profissionais, mantidos com recursos
públicos, cujas atividades devem ser realizadas em conformidade com aquilo que a
lei estabelece, e que são encarregados da decisão e implementação das normas
necessárias ao bem-estar social e das ações necessárias à gestão da coisa pública.
- A existência e o eficiente funcionamento de mecanismos de prestação de contas,
que vão além da simples prestação de contas de natureza contábil e atingem a
explicitação dos critérios pelos quais são tomadas as decisões no serviço público e
da qualidade dos resultados obtidos com as atividades e o uso dos recursos públicos.
- O conjunto de agentes cujo comportamento se caracteriza pela ética da obediência,
e cujas atividades, por definição, devem-se reger pelos critérios do conhecimento
técnico especializado, confiabilidade, confidencialidade, impessoalidade,
imparcialidade, moralidade, e que competem em arenas administrativas, excluindo o
envolvimento político e partidário.
- O conjunto de bens patrimoniais materiais e não materiais e de recursos financeiros
originados dos impostos e contribuições pagos pelos cidadãos sendo, por isso,
propriedade da coletividade.
- A estrutura organizacional dotada de ordenamento jurídico que se exerce sobre um
povo e em um dado território, caracterizada pelo poder extroverso e pelo monopólio
legítimo do uso da força no plano interno e pela soberania no plano externo.

Indique a seqüência conceitual que expressa mais precisamente os conceitos acima:


a) Estado, governo, accountability, burocracia, administração pública.
b) administração pública, accountability, burocracia, coisa pública, Estado.
c) governo, controle social, administração pública, patrimônio governamental, Nação.
d) burocracia, controle externo, administração pública, patrimônio estatal, governo.
e) classe política, accountability, burocracia, coisa pública, Estado Nacional.
Comentário: é uma questão bem conceitual e, portanto, não há muito o que
explicar.
 administração pública – compreende todo o aparato do Estado (estrutura,
recursos, agentes, órgãos, serviços, etc.) utilizado para decidir e implementar as
ações em busca do bem estar da coletividade. Assim, vamos ver a definição que
se encaixa nesse conceito: conjunto de agências e de servidores profissionais,
mantidos com recursos públicos, cujas atividades devem ser realizadas em
conformidade com aquilo que a lei estabelece, e que são encarregados da
decisão e implementação das normas necessárias ao bem-estar social e das
ações necessárias à gestão da coisa pública.

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 accountability – a accountability consiste, basicamente, na responsabilidade de


prestar contas, na transparência e na responsabilização dos gestores. O principal
aspecto, no entanto, é o dever de prestar contas dos recursos aos quais lhes são
confiados. Assim, analisando uma das definições acima, podemos encontrar o
item mais adequado: a existência e o eficiente funcionamento de mecanismos de
prestação de contas, que vão além da simples prestação de contas de natureza
contábil e atingem a explicitação dos critérios pelos quais são tomadas as
decisões no serviço público e da qualidade dos resultados obtidos com as
atividades e o uso dos recursos públicos.
- O conjunto de agentes cujo comportamento se caracteriza pela ética da obediência,
e cujas atividades, por definição, devem-se reger pelos critérios do conhecimento
técnico especializado, confiabilidade, confidencialidade, impessoalidade,
imparcialidade, moralidade, e que competem em arenas administrativas, excluindo o
envolvimento político e partidário.
- O conjunto de bens patrimoniais materiais e não materiais e de recursos financeiros
originados dos impostos e contribuições pagos pelos cidadãos sendo, por isso,
propriedade da coletividade.
- A estrutura organizacional dotada de ordenamento jurídico que se exerce sobre um
povo e em um dado território, caracterizada pelo poder extroverso e pelo monopólio
legítimo do uso da força no plano interno e pela soberania no plano externo.
Gabarito: alternativa B.

2. (ESAF – AFC/STN/2013) Considerando que o termo governança em sentido


amplo pode ser definido como um processo complexo de tomada de decisão que
antecipa e ultrapassa o governo, os aspectos comumente relacionados a este termo
são os seguintes, exceto:
a) legitimidade do espaço público em constituição.
b) estabelecimento de redes e mecanismos de coordenação.
c) gestão das interações e das interdependências que sempre produzem sistemas
alternativos de regulação.
d) repartição do poder entre aqueles que governam e os que são governados.
e) descentralização da autoridade e das funções ligadas ao ato de governar.
Comentário: esta questão teve como referência o livro "Democracia e
Governança Mundial: Que Regulações para o Século XXI?" de Carlos
Milani, Carlos Arturi e Germán Solinís (2002), vejamos:
Já a literatura acadêmica sobre a governança define-a grosso modo como
um processo complexo de tomada de decisão que antecipa e ultrapassa o
governo. Os aspectos freqüentemente evidenciados nessa literatura sobre a
governança (ver quadro) estão relacionados: à legitimidade do espaço
público em constituição; à repartição do poder entre aqueles que
governam e aqueles que são governados; aos processos de

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negociação entre os atores sociais (os procedimentos e as práticas, a
gestão das interações e das interdependências que desembocam ou não em
sistemas alternativos de regulação, o estabelecimento de redes e os
mecanismos de coordenação); e à descentralização da autoridade e das
funções ligadas ao ato de governar. (grifos nossos)

Vamos esquematizar para melhorar a compreensão, segundo o livro, os


aspectos frequentemente evidenciados na literatura sobre a governança estão
relacionados:
 à legitimidade do espaço público em constituição;
 à repartição do poder entre aqueles que governam e aqueles que são
governados;
 aos processos de negociação entre os atores sociais (os procedimentos
e as práticas, a gestão das interações e das interdependências que
desembocam ou não em sistemas alternativos de regulação, o
estabelecimento de redes e os mecanismos de coordenação); e
 à descentralização da autoridade e das funções ligadas ao ato de
governar.
Perceba que a gestão das interações e das interdependências, como processo
de negociação entre os atores sociais, nem sempre desemboca em sistemas
alternativos de regulação. Daí a incorreção do item, motivo pelo qual a letra C é
nosso gabarito.
Vou fazer uma observação importante, na maioria das vezes, a literatura associa
a legitimidade aos aspectos de governabilidade, mas isso deve ser encarado
com ressalva. A governabilidade é a capacidade política de governar derivada
da relação de legitimidade do Estado e do seu governo com a sociedade
(Bresser-Pereira, 1998). Todavia, os conceitos de governança e governabilidade
estão associados um ao outro, pois a falta de governança (capacidade para
implementar políticas públicas) pode acarretar na falta de governabilidade
(legitimidade para governar), uma vez que a insatisfação da população pode
fazer com que o governo perca o apoio da sociedade civil, com a consequente
quebra da governabilidade. O contrário também é verdadeiro, a legitimidade do
espaço público em constituição depende diretamente da capacidade de
implementar políticas públicas, ou seja, depende de uma boa governança, por
isso a alternativa A está correta, em consonância com a literatura predominante.
Gabarito: alternativa C.

3. (ESAF - AFT/2010) Assinale a opção correta.


a) As eleições e o voto são mecanismos de accountability horizontal.
b) Uma alta demanda social por accountability afeta, negativamente, a capacidade de
governança.

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c) Sem legitimidade, não há como se falar em governabilidade.


d) Instâncias responsáveis pela fiscalização das prestações de contas contribuem
para o desempenho da accountability vertical.
e) Uma boa governabilidade garante uma boa governança.
Comentário: vamos começar pela teoria. O’Donnell3 propõe uma classificação
da accountability de acordo com o lugar ocupado pelos atores que participam
do processo, sendo, nesse caso, as dimensões denominadas vertical e
horizontal. Além dessas duas, pode-se acrescentar a societal.
A accountability vertical é uma relação entre desiguais, uma vez que envolve o
controle dos políticos e governos realizado pelos cidadãos. Assim, pressupõe
a existência de mecanismos de avaliação e punição de governos,
proporcionado por eleições livres e justas, além da liberdade de opinião e de
associação, do oferecimento de ampla informação aos cidadãos, e da
possibilidade de articulação de reivindicações e denúncias dos atos dos
governos4.
Em síntese, a accountability vertical se refere ao controle dos políticos realizado
pelos cidadãos por meio do plebiscito, voto, referendo, ação popular ou outros
meios de controle social5. Assim, efetiva-se principalmente através do processo
eleitoral, quando o povo poderá punir os maus e recompensar os bons
políticos.
Deve-se lembrar que os burocratas ou gestores públicos são, em geral,
nomeados por agentes políticos. Assim, caso esses burocratas desempenhem
mal suas funções, acabam sendo atingidos, de forma indireta, pelo voto.
Percebam, o controle sobre as ações dos burocratas ocorre somente de forma
indireta, efetivada através da rejeição eleitoral dos políticos que os nomearam.
A accountability horizontal é definida como a possibilidade que têm agências
estatais de fiscalizar e punir atos delituosos de governos, através do direito e
do poder legal de fazê-los. Explicando melhor, a accountability horizontal é
exercida pelos próprios órgãos estatais, decorrendo do sistema de freios e
contrapesos existente entre os poderes ou das competências constitucionais e
legais dos órgãos de controle (TCU, MPU, CGU etc.). Dessa forma, pressupõe a
ação entre iguais.
Por fim, a accountability societal (ou social), não pressupõe a ação direta do
cidadão através do voto, mas as ações das diversas entidades sociais como
associações, sindicatos, organizações não governamentais, mídia, entre
outras, que realizam investigações e, eventualmente, denunciam os abusos
constatados6 e, através da pressão, exigem a responsabilização.

3
OD , 1998, 1991, apud Pinho e Sacramento, 2009.
4
O D nell, 1998, apud Amaral, 2007.
5
Paludo, 2013, p. 137.
6
Paludo, 2013, p. 137.

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accountability horizontal. Todavia, a questão menciona “contribuem”. De fato,


o exercício do controle estatal, por deixar mais transparente a forma como
ocorre a gestão dos recursos públicos, contribui para o controle social e auxilia
o cidadão a escolher melhor seus representantes. Assim, é evidente que eles
contribuem no desempenho da accountability vertical. De qualquer forma, há
um item “mais correto” que esse, que é a opção C.
Há uma forte relação entre a legitimidade e a governabilidade. Assim, não há
como se falar em governabilidade se não houver legitimidade.
Gabarito: alternativa C.

4. (ESAF - AFRFB/2009) Sobre o tema 'governabilidade, governança e


accountability', assinale a opção incorreta.
a) A accountability visa a fortalecer o controle social e político, em detrimento do
controle burocrático.
b) Governança pode ser entendida como um modelo horizontal de relação entre
atores públicos e privados no processo de elaboração de políticas públicas.
c) O conceito de governança possui um caráter mais amplo que o conceito de
governabilidade.
d) As parcerias público-privadas (PPPs) constituem um exemplo de coordenação de
atores estatais e não estatais, típico da governança.
e) A governabilidade refere-se mais à dimensão estatal do exercício do poder.
Comentário: a opção A está errada, pois a accountability visa a fortalecer o
controle social, sem prejuízo do controle burocrático. O conceito de
accountability envolve a transparência, a prestação de contas e a sanção.
Assim, indispensável é o controle burocrático, em particular o exercido pelos
órgãos de controle do estado, permitindo que os maus gestores sejam
responsabilizados pelos seus atos.
A alternativa B, que também é correta, foi retirada do artigo de Leonardo Secchi
– Modelos Organizacionais e Reformas da Administração Pública. Segundo o
autor, a interpretação de governança, derivada das ciências políticas e
administração pública, trata de um modelo horizontal de relação entre atores
público e privados no processo de elaboração de políticas públicas. Ou seja, o
governo e a sociedade deixam de ser analisados sob uma perspectiva vertical,
de superioridade do governo, para um modelo horizontal e participativo.
A letra C é uma “modinha” das bancas. A FCC (EPP/SEPLA DR SP/2009) e a
ESAF consideram que a governança é um conceito mais amplo que o de
governabilidade. Apesar de ser um tema controverso, é a forma adotada pelas
bancas. Nessa linha, vejamos o que dispõe Alcindo Gonçalves:
Já a governança tem um caráter mais amplo. Pode englobar dimensões
presentes na governabilidade, mas vai além. Veja-se, por exemplo, a

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definição de Melo (apud Santos, 1997, p. 341): “refere-se ao modus
operandi das políticas governamentais – que inclui, dentre outras, questões
ligadas ao formato político institucional do processo decisório, à definição do
mix apropriado de financiamento de políticas e ao alcance geral dos
programas”. Como bem salienta Santos (1997, p. 341) “o conceito (de
governança) não se restringe, contudo, aos aspectos gerenciais e
administrativos do Estado, tampouco ao funcionamento eficaz do aparelho
de Estado”. Dessa forma, a governança refere-se a “padrões de articulação
e cooperação entre atores sociais e políticos e arranjos institucionais que
coordenam e regulam transações dentro e através das fronteiras do sistema
econômico”, incluindo-se aí “não apenas os mecanismos tradicionais de
agregação e articulação de interesses, tais como os partidos políticos e
grupos de pressão, como também redes sociais informais (de fornecedores,
famílias, gerentes), hierarquias e associações de diversos tipos” (Santos,
1997, p. 342). Ou seja, enquanto a governabilidade tem uma
dimensão essencialmente estatal, vinculada ao sistema político-
institucional, a governança opera num plano mais amplo,
englobando a sociedade como um todo. (grifos nossos)

Na alternativa D, não há qualquer problema, pois sabemos que as Parcerias


Público-Privadas (PPPs), previstas na Lei 11.079/2004, representam uma forma
de coordenação de atores estatais e não estatais, típicas da governança.
Por fim, a alternativa E é correta, pois a governabilidade se relaciona com a
dimensão estatal do exercício do poder. Para Vinicius de Carvalho Araújo8, a
governabilidade “refere-se às próprias condições substantivas/materiais de
exercício do poder e de legitimidade do Estado e do seu governo derivadas da
sua postura diante da sociedade civil e do mercado”.
Assim, somente a opção A está incorreta.
Gabarito: alternativa A.

5. (ESAF - AFC/CGU/2008) Durante a crise do Estado dos anos 1980 e 1990,


palavras e expressões foram forjadas para possibilitar o entendimento de suas
diferentes dimensões e propiciar a busca de soluções. Neste contexto, quando um
governo está preocupado em legitimar decisões e ações se diz que ele está buscando
maior ...........
Complete a frase com a opção correta.
a) governabilidade.
b) efetividade.
c) governança.
d) accountability.
e) eficiência.

8
Araújo, 2002.

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Comentário: não dá para entender o motivo de as bancas insistirem nesse tipo


de questão. Os avaliadores tentam verificar se o candidato conhece o conceito
de governança de forma mais profunda. É uma pegadinha, pois, em geral, temos
a tendência de associar a legitimidade com a governabilidade. Essa é a regra
geral. Todavia, Bresser-Pereira9 também relaciona a legitimidade com a
governança, vejamos:
No conceito de governança pode-se incluir, como o faz Reis (1994), a
capacidade de agregar os diversos interesses, estabelecendo-se,
assim, mais uma ponte entre governança e governabilidade. Uma boa
governança, conforme observou Fritschtak (1994) aumenta a
legitimidade do governo e, portanto, a governabilidade do país.

Dessa forma, sob o ponto de vista político, de aceitação dos governantes ou do


sistema político, a legitimidade trata da governabilidade. Por outro lado, quando
se refere ao aspecto da gestão, das decisões e ações do governo, a legitimidade
trata da governança.
Nessa linha, em uma perspectiva mais moderna, a governança envolve as
relações do governo com a sociedade, permitindo que a população participe
ativamente do processo decisório. Nesse contexto, vejamos como leciona Eli
Diniz10:
Governança, na acepção aqui utilizada, diz respeito à capacidade de ação
estatal na implementação das políticas e na consecução das metas
coletivas. Implica expandir e aperfeiçoar os meios de interlocução e
de administração dos conflitos de interesses, fortalecendo os
mecanismos que garantam a responsabilização pública dos governantes.
Governança refere-se, enfim, à capacidade de inserção do Estado na
sociedade, rompendo com a tradição de governo fechado e
enclausurado na alta burocracia governamental.

Assim, vejam que não é tão simples assim separar os conceitos de governança
e governabilidade. As bancas estão tentando, sem sucesso, explorar esse
campo imbricado dos conceitos. Tanto que o gabarito preliminar foi opção C.
Porém, por causa dos recursos, a questão foi anulada.
Gabarito: anulado.

6. (ESAF - AFC/CGU/2004) O desafio do Estado brasileiro pressupõe uma tarefa


de transformação que exige a redefinição de seus papéis, funções e mecanismos de
funcionamento interno. Este processo impõe novas exigências à sociedade como um
todo.
Assinale a opção correta entre as seguintes afirmações sobre governança.

9
Bresser-Pereira, 1997.
10
Diniz, 2001.

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a) A governança consiste na própria autoridade política ou legitimidade possuída pelo


Estado para apresentar à sociedade civil e ao mercado um amplo projeto para
determinada nação.
b) A governança é composta das condições sistêmicas nas quais se edifica um projeto
de Estado e sociedade.
c) A governança visa não apenas superar a crise do Estado e do seu aparelho, mas
também cooperar na superação do atual quadro social persistente em nosso país.
d) As principais fontes e origens da governança são os cidadãos e a cidadania
organizada.
e) A governança é a capacidade que um determinado governo tem para formular e
implementar as suas políticas, ou seja, os aspectos adjetivos/ instrumentais da
governabilidade.
Comentário: para melhor fixação, vamos começar pela opção correta. Essa
questão foi retirada do texto “A conceituação de governabilidade e governança,
da sua relação entre si e com o conjunto da reforma do Estado e do seu
aparelho” de Vinícius de Carvalho Araújo11.
O autor argumenta que a governança pode ser entendida como a outra face de
um mesmo processo, ou seja, como os aspectos adjetivos/instrumentais da
governabilidade. Para ele, entende-se a governança como a capacidade que um
determinado governo tem para formular e implementar as suas políticas. Esta
capacidade pode ser decomposta analiticamente em financeira, gerencial e
técnica, todas importantes para a consecução das metas coletivas definidas
que compõem o programa de um determinado governo, legitimado pelas urnas.
Assim, nosso gabarito é alternativa E.
Vinicius de Araújo complementa, ainda, que, diferentemente da
governabilidade, a fonte da governança não são os cidadãos ou a cidadania
organizada em si mesma [letra D – errada], mas sim um prolongamento desta,
ou seja, são os próprios agentes públicos ou servidores do Estado que
possibilitam a formulação/implementação correta das políticas públicas e
representam a face do Estado diante da sociedade civil e do mercado, no setor
de prestação de serviços diretos ao público.
Por outro lado, o mesmo autor destaca que a governabilidade “refere-se às
próprias condições substantivas/materiais de exercício do poder e de
legitimidade do Estado e do seu governo derivadas da sua postura diante da
sociedade civil e do mercado”. Continuando, o autor destaca que a
governabilidade pode ser concebida como a “autoridade política do Estado em
si”, sendo entendida como a capacidade que o Estado tem para “agregar os

11
Araújo, 2002. Disponível em: ENAP - Caderno 45.

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múltiplos interesses dispersos pela sociedade e apresentar-lhes um objetivo


comum para os curto, médio e longo prazos”.
Desta forma, as alternativas A, B, C e D apresentaram textos relacionados com
a governabilidade (grifos nossos):
Para os três autores a governabilidade consiste na própria autoridade
política ou legitimidade possuída pelo Estado para apresentar à
sociedade civil e ao mercado um amplo projeto para aquela
determinada nação.

---

Eli Diniz, embora dê maior ênfase à governabilidade, entendida como as


condições sistêmicas nas quais se edifica um projeto de Estado e
sociedade, confere o devido valor à governança, dizendo ser esta
imperativa para a reforma e construção de um Estado sadio e sustentável.

---

É importante lembrar também, como mais um elemento distintivo com a


governança, que a fonte ou origem principal da governabilidade são
os cidadãos e a cidadania organizada, ou seja, é a partir deles (e da sua
capacidade de articulação em partidos, associações e demais instituições
representativas) que surgem e se desenvolvem as condições citadas acima
como imperativas para a governabilidade plena.

---

Caio Marini já enfatiza o papel da governabilidade vista como uma


premissa ou postulado fundamental para a implementação das reformas,
com o objetivo não apenas de superar a crise do Estado e do seu
aparelho, mas também de cooperar na sublevação do atual quadro
social persistente em nosso país.

Gabarito: alternativa E.

7. (ESAF - AFC/CGU/2004) Assinale como verdadeira (V) ou falsa (F) as definições


sobre a Governabilidade, relacionadas a seguir:
( ) A governabilidade refere-se às próprias condições substantivas / materiais de
exercício do poder e de legitimidade do Estado e do seu governo, derivadas da sua
postura diante da sociedade civil e do mercado.
( ) A governabilidade é a autoridade política do Estado em si, entendida como a
habilidade que este tem para agregar os múltiplos interesses dispersos pela
sociedade e apresentar-lhes um objetivo comum.
( ) A fonte e a origem da governabilidade são as leis e o poder legislativo, pois é ele
que garante a estabilidade política do Estado, por representar todas as unidades da
Federação e os diversos segmentos da sociedade.

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( ) A fonte da governabilidade são os agentes públicos ou servidores do Estado que


possibilitam a formulação / implementação correta das políticas públicas.
( ) A governabilidade é o apoio obtido pelo Estado às suas políticas e à sua
capacidade de articular alianças e coalizões para viabilizar o projeto de Estado e
sociedade a ser implementado.
Escolha a opção correta.
a) V, F, V, V, F
b) F, V, F, V, V
c) V, V, F, F, V
d) V, F, V, F, F
e) F, F, V, F, V
Comentário: essa questão utilizou o mesmo texto da questão anterior.
O primeiro item é correto:
Em uma definição genérica, podemos dizer que a governabilidade refere-se
às próprias condições substantivas/materiais de exercício do poder e de
legitimidade do Estado e do seu governo derivadas da sua postura diante da
sociedade civil e do mercado (em um regime democrático, claro).

O segundo item também está correto. A governabilidade:


Pode ser concebida como a autoridade política do Estado em si, entendida
como a capacidade que este tem para agregar os múltiplos interesses
dispersos pela sociedade e apresentar-lhes um objetivo comum para os
curto, médio e longo prazos.

A fonte ou a origem da governabilidade são os cidadãos e a cidadania


organizada, ou seja, é a partir deles (e da sua capacidade de articulação em
partidos, associações e demais instituições representativas) que surgem e se
desenvolvem as condições imperativas para a governabilidade plena. Assim, o
item III é errado.
Os agentes públicos ou servidores do Estado são a fonte da governança, pois
possibilitam a formulação/implementação correta das políticas públicas e
representam a face do Estado diante da sociedade civil e do mercado, no setor
de prestação de serviços diretos ao público. Logo, o item IV também está
errado.
Por fim, o item V está correto.
Já a governança pode ser entendida como a outra face de um mesmo
processo, ou seja, como os aspectos adjetivos/instrumentais da
governabilidade. Em geral, entende-se a governança como a capacidade que
um determinado governo tem para formular e implementar as suas políticas.
Esta capacidade pode ser decomposta analiticamente em financeira,
gerencial e técnica, todas importantes para a consecução das metas

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coletivas definidas que compõem o programa de um determinado governo,
legitimado pelas urnas.

Gabarito: alternativa C.

8. (ESAF - AFC/CGU/2006) Assinale se as frases a seguir são verdadeiras (V) ou


falsas (F).
( ) Os conceitos de governabilidade e governança estão intimamente relacionados
entre si e com a reforma do Estado.
( ) Os conceitos de governabilidade e governança não estão relacionados entre si e
nem com a reforma do Estado.
( ) Por governança se entende a capacidade de governar derivada da legitimidade do
Estado e do seu governo com a sociedade civil.
( ) Por governabilidade se entende a legitimidade de um determinado governo junto à
sociedade para empreender mudanças.
( ) Por governança se entende a capacidade técnica, financeira e gerencial de
implementar políticas públicas.
( ) Por accountability se entende a capacidade do Estado em formular e implementar
políticas públicas e atingir metas.
Escolha a opção correta.
a) F, V, V, V, F, F
b) V, F, V, F, F, V
c) F, V, F, F, V, V
d) V, F, F, V, V, F
e) F, V, F, V, V, V
Comentário: tecnicamente, a governabilidade se relaciona com a reforma do
Estado, enquanto a governança com a reforma do aparelho do Estado. Todavia,
como há uma forte relação entre os dois conceitos e uma boa governança ajuda
a manter uma boa governabilidade, assim como uma boa governabilidade ajuda
a alcançar uma boa governança, podemos considerar que os dois termos se
relacionam com a reforma do Estado. Logo, o item I é correto.
Consequentemente, o item II é errado.
O item III está errado, uma vez que a legitimidade do Estado e do seu governo
com a sociedade civil faz parte da governabilidade.
O item IV está correto. A governabilidade se relaciona com a legitimidade de um
determinado governo junto à sociedade. Isso pode envolver, inclusive, a
capacidade para esse governo empreender mudanças, em particular no sistema
política e na estrutura do Estado (reforma do Estado).

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Entende-se a governança como a capacidade que um determinado governo tem


para formular e implementar as suas políticas. Esta capacidade pode ser
decomposta analiticamente em financeira, gerencial e técnica. Logo, o item V
está correto.
O último item está errado, pois apresentou um conceito para governança.
Resumindo, temos o seguinte: V, F, F, V, V, F.
Gabarito: alternativa D.

9. (ESAF - AFC/STN/2005) A análise de questões relativas à governabilidade e à


governança passa, entre outras coisas, pela reflexão sobre os mecanismos de
intermediação de interesses. Indique quais das opções abaixo são Falsas (F) ou
Verdadeiras (V) e depois assinale a resposta correta.
( ) O corporativismo consiste em um modelo de intermediação de interesses múltiplos
e variados, não competitivos, organizados a partir do Estado segundo um padrão
orgânico, que visa estabelecer condições de governabilidade em sociedades
democráticas complexas.
( ) Tanto nas sociedades tradicionais como nas modernas, a construção da
governabilidade e de governança envolve a administração de redes de lealdades
pessoais marcadas pela assimetria e pela verticalidade, baseadas na troca de todo
tipo de recursos públicos por legitimação e apoio.
( ) O neocorporativismo, arranjo específico de formação das opções políticas pelo
Estado, tende a surgir nas sociedades onde as formas clássicas de intermediação de
interesses amadureceram o bastante para gerar soluções estáveis para o conflito
entre o capital e o trabalho.
( ) Embora os partidos políticos modernos tenham como referência da sua ação
vínculos horizontais de classe ou de interesses, também neles os políticos
profissionais envolvem-se em redes de clientelas que tendem a se integrar e a operar
em uma posição subordinada ao sistema político.
a) F, F, F, F
b) V, V, V, V
c) F, F, F, V
d) F, F, V, V
e) V, F, F, V
Comentário: o clientelismo, o corporativismo e o neocorporativismo são formas
de intermediação de interesse que buscam aumentar a governabilidade.
Segundo Edson de Oliveira Nunes, apresentando os ensinamentos de Philippe
Schmitter12,

12
Schimitter, 1979, apud Nunes, 2003.

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Em seu fecundo artigo, Schmitter afirma que o corporativismo é um sistema
de representação de interesses (ou intermediação de interesses, como
preferiu chamar em trabalho posterior), baseado em número limitado de
categorias compulsórias, não-competitivas, hierárquicas e funcionalmente
separadas, que são reconhecidas, permitidas e subsidiadas pelo Estado.

Nessa linha, o corporativismo se realiza por meio de entidades representantes


de classe, que recebem do Estado o monopólio da representação no interior de
suas respectivas categorias, em troca de controle, seleção de lideranças e
subsídios. Em algumas situações, o próprio Estado se encarrega de criar essas
entidades representativas, que podem, até mesmo, integrar a estrutura estatal.
O corporativismo é uma prática comum dos governos autoritários, sendo
fortemente utilizado durante o Governo Vargas.
Por fim, é importante destacarmos os ensinamentos de Alfred Stepan13.
Segundo o autor há dois tipos de políticas corporativistas: inclusivas e
exclusivas.
Nas políticas inclusivas, a elite estatal procura desenvolver um tipo de relação
do Estado com a sociedade através da incorporação política e econômica de
setores significativos da classe trabalhadora, utilizando algumas políticas
distributivas e de bem-estar. Esse é o corporativismo inclusivo, estando
associado principalmente aos regimes populistas, como o de Vargas, por
exemplo.
Por outro lado, nas políticas exclusivas, a elite estatal busca estabelecer um
equilíbrio entre o Estado e a sociedade através de uma política repressiva,
percebendo as reivindicações da classe subalterna como ameaças à ordem
política que devem ser contidas. Esse é o denominado corporativismo
exclusivo, estando associado aos regimes burocrático-autoritários, como a
ditadura militar pós-64 no Brasil.
Assim, no Brasil, o corporativismo costuma se relacionar com os governos
autoritários e não democráticos. Dessa forma, o item I é errado.
De acordo com José Murilo de Carvalho, o clientelismo “indica um tipo de
relação entre atores políticos que envolve concessão de benefícios públicos,
na forma de empregos, benefícios fiscais, isenções, em troca de apoio político,
sobretudo na forma de voto”.
Paulo D'Avila Filho, por sua vez, destaca que,
O clientelismo será caracterizado como um tipo de troca política
assimétrica, marcado por uma série de especificidades que precisam ser
observadas, se quisermos encontrar uma definição satisfatória de
clientelismo, ainda que necessariamente elástica. (...)

13
Stepan, 1980, apud Meira, 2005.

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O que se troca é apoio político e lealdade por benefícios patrimoniais,
máquina política por compromisso.

Nesse contexto, podemos definir o clientelismo como uma relação entre


desiguais (assimétrica) em que uma pessoa, o patrão, concede benefícios a
outra em troca de apoio político, principalmente na forma de voto. Para Surama
Conde Sá Pinto: “Neste tipo de relação políticos e/ou o governo trocam com
setores pobres da população votos por empregos e serviços sem a mediação
de terceiros”.
Percebam que o clientelismo tem como característica a desigualdade
(verticalidade, assimetria), pois um dos lados encontra-se na posição de
“patrão” e a outra na de “cliente”. O “patrão” fornece ao “cliente” algum tipo de
recurso público (isenções, empregos, facilidades, benefícios públicos etc.) com
o objetivo de formar uma rede de lealdade para obter legitimação e apoio.
Devemos destacar, porém, que não necessariamente o clientelismo é uma
prática entre ricos e pobres. Ele é uma forma de intermediação de interesses
que pode envolver políticos e burocratas, políticos e cidadãos, e por aí vai. Os
principais aspectos são a relação de desigualdade e a troca de benefícios por
apoio em uma forma de lealdade pessoal.
Assim, podemos perceber que o item II apresentou o conceito de clientelismo.
Ele está errado, pois o clientelismo busca aumentar a governabilidade.
O terceiro item também está errado. O neocorporativismo, também chamado de
corporativismo societal (ou social), representa um arranjo institucional
realizado por associações e entidades representativas que participam junto
com o Estado das decisões em políticas públicas. Enquanto no corporativismo
é o Estado que concede o direito de representação, no neocorporativismo são
as próprias entidades que conquistam essa prerrogativa.
Para Wilma Keller14:
Define-se o conceito de “corporativismo societal” – em contraposição ao de
“corporativismo estatal” – para caracterizar processos de articulação e
intermediação de interesses que emergem autonomamente da
sociedade em direção ao Estado, com a preservação da autonomia
relativa dos atores envolvidos. Na definição de “corporativismo estatal”,
ao contrário, ressalta-se o papel central do Estado enquanto agente
controlador das organizações de interesse, em particular daquelas
vinculadas ao capital e ao trabalho.

Assim, no neocorporativismo as entidades possuem autonomia em relação ao


Estado. Complementa a autora ensinando que “O conceito de
‘neocorporativismo’ expressa um modo particular de articulação entre o Estado
e grupos de interesse, combinando dois aspectos centrais: a intermediação de

14
Keller, 1995.

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interesses e uma modalidade específica de formulação/gestão de políticas


públicas”.
Segundo Philippe Schimitter15, “o neocorporativismo representa um arranjo
institucional ligando interesses organizados associativamente com as
estruturas decisionais do Estado”.
Assim, o item III inicia correto, mas conclui com erro. As relações entre o patrão
e o empregado serão sempre instáveis, uma vez que os interesses, em geral,
são conflitantes.
Por fim, o quarto item é o único correto. Os partidos políticos se inserem em um
contexto mais moderno de intermediação de interesses. As relações no partido
podem se revestir da horizontalidade, todavia a utilização da clientela
permanece, pois muitos partidos se utilizam de favorecimentos indevidos para
obter apoio político.
Gabarito: alternativa C.

10. (ESAF - AFC/CGU/2012) Segundo o Instituto Brasileiro de Governança


Corporativa − IBGC, governança corporativa é o sistema pelo qual as organizações
são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre
proprietários, Conselho de Administração, Diretoria e órgãos de controle. Nesse
contexto, também aponta o IBGC os seguintes princípios básicos de governança
corporativa, todos passíveis de aproveitamento no âmbito do setor público, exceto:
a) Equidade.
b) Responsabilidade Corporativa.
c) Legalidade e Legitimidade.
d) Transparência.
e) Prestação de Contas (accountability).
Comentário: os princípios básicos da governança corporativa segundo o
Instituto Brasileiro de Governança Corporativa são os seguintes:
 transparência (disclosure) – o desejo de disponibilizar para as partes
interessadas as informações que sejam de seu interesse e não apenas
aquelas impostas por disposições de leis ou regulamentos. A adequada
transparência resulta em um clima de confiança, tanto internamente quanto
nas relações da empresa com terceiros. Não deve restringir-se ao
desempenho econômico-financeiro, contemplando também os demais
fatores (inclusive intangíveis) que norteiam a ação gerencial e que conduzem
à criação de valor;
 equidade (fairness) – caracteriza-se pelo tratamento justo de todos os sócios
e demais partes interessadas (colaboradores, stakeholders). Atitudes ou

15
Schimitter, 1989, apud Paludo, 2013.

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políticas discriminatórias, sob qualquer pretexto, são totalmente


inaceitáveis;
 prestação de contas (accountability) - os agentes de governança devem
prestar contas de sua atuação, assumindo integralmente as consequências
de seus atos e omissões; e
 responsabilidade corporativa (compliance) – os agentes de governança
devem zelar pela sustentabilidade das organizações, visando à sua
longevidade, incorporando considerações de ordem social e ambiental na
definição dos negócios e operações.
Assim, somente a opção C não demonstrou um dos princípios da boa
governança corporativa.
Gabarito: alternativa C.

11. (ESAF - AFC/CGU/2012) O surgimento de um conceito como o de governança


supõe uma mudança na forma de atuar do poder público. Assinale abaixo com que
tipo de ações esta mudança está relacionada.
a) Ações que garantam, por parte do poder público, com amplo respaldo popular.
b) A definição de políticas públicas universais.
c) Modificar as relações entre o Estado e a Sociedade Civil para dividir as
responsabilidades na execução das políticas públicas.
d) Ações que permitam governar de forma cooperativa, com instituições públicas e
não públicas, participando e cooperando na definição e execução das políticas
públicas.
e) Ações que garantam o controle dos processos políticos, por parte do poder público,
com medidas periódicas de prestação de contas aos cidadãos.
Comentário: essa questão foi mal elaborada. Existem três itens que podem ser
considerados corretos. A técnica é marcar o “mais correto”.
A opção A não faz nenhum sentido. Todavia, a legitimidade das ações do
governo deve ser encarada com um aspecto relacionado com a gestão e,
portanto, trata do conceito de governança. Assim, ainda que a frase não tenha
sentido, ela ficou duvidoso, podendo ser considerada correta ou errada.
A opção B está errada. De forma geral, a governança trata da capacidade de
implementar as políticas públicas. Entretanto, a governança envolve tanto
políticas universais (todos os públicos) quanto às focalizadas (segmentos
específicos). Assim, dentro da ideia de marcar a “mais correta”, há uma questão
melhor que essa.
A responsabilidade pela execução das políticas públicas cabe ao Estado. Até
pode existir a transferência da execução de algumas políticas para a sociedade

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civil, mas o Estado não se exime dessa responsabilidade. Assim, a letra C é


errada.
Maria Helena Santos ensina que a discussão mais contemporânea do conceito
de governança ultrapassa o marco operacional para “incorporar questões
relativas a padrões de articulação e cooperação entre atores sociais e políticos
e arranjos institucionais que coordenam e regulam transações dentro e através
das fronteiras do sistema econômico”16. Assim, dentro do novo contexto da
governança, a opção está correta, pois a governança envolve a cooperação
entre instituições públicas e não públicas. No gabarito preliminar essa opção
foi considerada errada, mas, felizmente, a banca mudou o seu posicionamento.
Por fim, a letra E está errada, pois a governança, em sua nova vertente,
pressupõe o exercício do controle dos processos políticos por parte da
população.
Gabarito: alternativa D.

12. (ESAF - AFC/CGU/2008) A noção de accountability política pressupõe o exercício


do poder político e a necessidade de que este seja controlado.
Examine os enunciados abaixo, referentes ao debate contemporâneo sobre a
accountability política e assinale a resposta certa.
1- Os pressupostos da democracia liberal representativa dão ênfase à accountability
vertical, referente às relações entre o Estado e os cidadãos.
2- A accountability horizontal tem três dimensões, a saber: informação, sanção e
prestação de contas.
3- O exercício da accountability requer mecanismos de aplicação de sanções formais.
4- A accountability horizontal é exercida dentro do Estado, por diferentes agências ou
órgãos.

a) Todos os enunciados estão corretos.


b) Todos os enunciados estão incorretos.
c) Somente o enunciado de número 2 está incorreto.
d) Somente o enunciado de número 3 está incorreto.
e) Somente os enunciados 1 e 4 estão corretos.
Comentário: o primeiro item está correto, pois a accountability vertical trata das
relações entre desiguais, envolvendo os cidadãos, de um lado, e o Estado, por
meio dos representantes eleitos, de outro.

16
Santos, 1997.

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O item 2 está correto, já que a accountability envolve ao menos três


perspectivas: transparência (informação), prestação de contas (justificação) e
aplicação de sanções (responsabilização).
O item 3 causou problema. A accountability envolve a aplicação de sanção.
Todavia, qual é o conceito de sanção formal? Entendo que sanção formal são
os mecanismos de penalização previstos no ordenamento jurídico, a exemplo
das multas. Ocorre que, na accountability vertical, também ocorre a sanção,
porém não por meios formais. O povo apresenta o seu repúdio por meio do
voto, mas isso não necessariamente é uma sanção formal. Assim, como não há
uma definição do que é sanção formal, o item foi anulado.
O último item está correto, pois a accountability é realizada pelas agências e
órgãos estatais.
Gabarito: anulado.

13. (ESAF - AFC/CGU/2008) No debate sobre a accountability, diversos autores


reconhecem a existência, nas poliarquias contemporâneas, de mecanismos de
controle externos aos poderes Executivo, Legislativo ou Judiciário.
Examine os enunciados a seguir sobre a accountability societal e depois marque a
resposta correta.
1- A accountability societal é um mecanismo de controle não eleitoral que emprega
ferramentas institucionais e não institucionais.
2- A accountability societal se baseia na ação de múltiplas associações de cidadãos,
movimentos sociais ou mídia.
3- O objetivo da accountability societal é expor erros e falhas dos governos, trazer
novas questões para a agenda pública e influenciar decisões políticas a serem
implementadas por órgãos públicos.
4- Os agentes da accountability societal têm o direito e o poder legal, além da
capacidade institucional para aplicar sanções legais contra as transgressões dos
agentes públicos.
a) Todos os enunciados estão corretos.
b) Todos os enunciados estão incorretos.
c) Somente o enunciado de número 1 está incorreto.
d) Somente o enunciado de número 4 está incorreto.
e) Somente os enunciados 2 e 3 estão incorretos.
Comentário: de acordo com Augustinho Paludo17, utilizando os ensinamentos
de Smulovitz e Peruzzotti,

17
Smulovitz e Peruzzotti, 2000, apud Paludo, 2013, p. 137.

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[...] o accountability social é um mecanismo de controle não eleitoral, que
utiliza ferramentas institucionais e não institucionais, e envolve múltiplas
associações, movimentos ou mídia, com vistas a expor erros e falhas do
governo, incluir novas questões na agenda pública ou influenciar as decisões
políticas.

Logo, os itens 1 e 2 estão corretos.


O item 3 também está correto. Uma vez que as entidades que exercem a
accountability vertical não dispõem de mecanismos de aplicação de sanção,
elas buscam expor erros e falhas dos governos, trazer novas questões para a
agenda pública e influenciar decisões políticas a serem implementadas por
órgãos públicos.
O último item é errado, pois os agentes da accountability societal não possuem
capacidade institucional para aplicar sanções legais contra as transgressões
dos agentes públicos.
Gabarito: alternativa D.

14. (ESAF – Analista Técnico/SUSEP/2010) Entre as principais características da


boa governança, indique a opção que não faz parte deste contexto.
a) Participação e transparência.
b) Estado de direito e responsabilidade.
c) Orientação por consenso e prestação de contas (accountability).
d) Efetividade e eficiência.
e) Garantir de forma complementar as operações da seguradora.
Comentário: além dos princípios da boa governança, que já mencionamos
acima, podemos destacar oito características da governança corporativa: (a)
participação; (b) Estado de direito; (c) transparência; (d) responsabilidade; (e)
orientação por consenso; (f) igualdade e inclusão; (g) efetividade e eficiência;
(h) prestação de contas (accountability).
A participação trata do envolvimento das pessoas na gestão. A transparência
da divulgação das informações. O Estado de direito se refere à conduta baseada
em normas legais. A responsabilidade com a utilização de um negócio
socialmente responsável. Como as organizações se desenvolvem em um
ambiente de conflito e intermediação, as ações devem se basear no consenso.
A prestação de contas também é fundamental, pois permite que se dê aos
acionistas e demais colaboradores as informações sobre a gestão. Por fim, a
efetividade (impactos, resultados) e a eficiência (produtividade) também devem
nortear as ações.
Sobra a opção E, que não apresenta nenhuma das características da
governança corporativa.
Gabarito: alternativa E.

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15. (ESAF – EPPGG/MPOG/2008) Entre os pressupostos das novas abordagens


sobre governança no setor público, destacam-se:
I. o crescimento da complexidade nas relações entre governo e sociedade;
II. a expansão da influência dos organismos internacionais e das comunidades locais
nos processos de formação, implementação e avaliação de políticas públicas;
III. a possibilidade de existência de múltiplos modelos de governança no setor público,
ao invés de um sistema burocrático único e centralizado;
IV. a importância da teoria dos sistemas, especialmente a cibernética, como
fundamento conceitual para formulação de políticas públicas;
V. a crescente importância do papel das redes inter-organizacionais.

Estão corretas:
a) As afirmativas I, II, III, IV e V.
b) Apenas as afirmativas I, II, III e V.
c) Apenas as afirmativas I, II e III.
d) Apenas as afirmativas II, III e V.
e) Apenas as afirmativas I, II e IV.
Comentário: a governança trata das relações entre governo e sociedade. Assim,
o item I está correto.
A governança também se relaciona com a participação do controle realizado
pelos organismos internacionais, que se envolvem no financiamento de
programas públicos, além da crescente participação da sociedade nos
processos de formação, implementação e avaliação de políticas públicas. Logo,
o item II também está correto.
O item III também está correto. A governança pressupõe a existência de
múltiplos modelos de governança, que são obtidos através da discussão e
interação com a sociedade. Atualmente, os órgãos se utilizam de diversas
formas para fornecer os serviços, utilizando a sociedade civil organizada e o
mercado nesse processo.
O item IV está errado. A teoria dos sistemas é uma abordagem da administração
geral que considera as organizações como sistemas abertos, que interagem
com o sistema. A organização sobre influência do sistema, ao mesmo tempo
em que o modifica. A cibernética é uma das vertentes da teoria dos sistemas,
buscando demonstrar a utilização das informações e da informática na busca
da autorregulação desse sistema. É inegável a importância dessa teoria nas
organizações atuais. Porém, não há como dizer que isso faz parte das “novas
abordagens sobre governança”, uma vez que essa teoria remonta as décadas
de 1940-1950.

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Por fim, o item V está correto, pois a formação de redes interorganizacionais


(entre organizações) é uma das metodologias da nova governança público.
Como exemplo, podemos mencionar as PPPs.
Gabarito: alternativa B.

16. (FCC – Analista de Controle/TCE PR/2011) Considere as afirmativas:


I. A Accountability horizontal requer a institucionalização de poderes para aplicação
de sanções legais em atos verificados como nocivos à gestão pública.
II. A Accountability relaciona-se ao princípio da publicidade.
III. A Governança tem um sentido amplo, denotando articulação entre Estado e
sociedade.
IV. A Governabilidade denota um conjunto essencial de atributos de um governo a fim
de executar sua gestão.
V. Há relação direta e proporcional entre a percepção dos cidadãos na avaliação
positiva de governantes agirem em função do interesse coletivo e a maior
accountability do governo.

No âmbito da esfera pública, está correto o que se afirma em


a) I, II, III e V, apenas.
b) II, III, IV e V, apenas.
c) II, III e IV, apenas.
d) I, II, III, IV e V.
e) I, III, IV e V, apenas.
Comentário: vamos analisar cada alternativa?
I – a accountability horizontal é realizada pelos órgãos do Estado, pressupondo
uma ação entre iguais. Dessa forma, deve ocorrer a institucionalização de
poderes (transferência de poder aos órgãos instituídos pelo Estado) –
CORRETA;
II – isso mesmo. A accountability envolve três aspectos principais: informação,
justificação e sanção. A informação se dá pela transparência, que se manifesta,
entre outras formas, pela publicidade dos atos públicos – CORRETA;
III – em um conceito mais moderno, a governança trata da ampliação das formas
de debate, permitindo uma maior interação/articulação entre o Estado e a
sociedade – CORRETA;
IV – de acordo com Alcindo Gonçalves:
Se observadas as três dimensões envolvidas no conceito de governabilidade
apresentadas por Diniz (1995, p. 394): capacidade do governo para

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identificar problemas críticos e formular políticas adequadas ao seu
enfrentamento; capacidade governamental de mobilizar os meios e
recursos necessários à execução dessas políticas, bem como à sua
implementação; e capacidade liderança do Estado sem a qual as
decisões tornam-se inócuas, ficam claros dois aspectos: a) governabilidade
está situada no plano do Estado; b) representa um conjunto de
atributos essencial ao exercício do governo, sem os quais nenhum
poder será exercido; (grifos nossos)

Assim, percebe-se que a governabilidade denota um conjunto essencial de


atributos de um governo a fim de executar sua gestão – CORRETA;
V – um governo mais accountable permite que a população tenha um melhor
entendimento de suas ações e da forma como se dá a busca pelo interesse
público. Nessa linha, a accountability aumenta a percepção dos cidadãos na
avaliação positiva de que os governantes estão agindo em função do interesse
coletivo – CORRETA.
Gabarito: alternativa D.

17. (FCC - Analista do Ministério Público/MPE SE/2009) O conceito de


accountability liga-se a
a) prestação de contas da Administração e dos funcionários públicos perante a
sociedade.
b) mecanismos contemporâneos de elaboração das contas públicas.
c) formas de elaboração do orçamento público pautadas pela responsabilidade fiscal.
d) sistema gerencial de controle dos gastos públicos.
e) metodologia gerencial norteamericana que inspirou a Reforma Administrativa
implementada nos anos 90 pelo Ministério da Administração Federal e Reforma do
Estado (MARE).
Comentário: não se esqueçam: a accountability envolve a informação
(transparência), justificação (prestação de contas) e sanção
(responsabilização). Assim a opção A está correta.
Gabarito: alternativa A.

18. (FCC - Analista de Processos Organizacionais/BAHIAGAS/2010)


Accountability é
a) a relação de legitimidade e autoridade do Estado e do seu governo com a
sociedade.
b) o reconhecimento que tem uma ordem política, dependente das crenças e das
opiniões subjetivas, e seus princípios são justificações do direito de mandar.

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c) o conjunto de mecanismos e procedimentos que levam os decisores


governamentais a prestarem contas dos resultados de suas ações, garantindo-se
maior transparência e a exposição das políticas públicas.
d) a capacidade do governo de representar os interesses de suas próprias
instituições.
e) a aquisição e centralização de poder do setor público na administração das
agências, por meio dos princípios de governança corporativa do setor privado.
Comentário: a opção A trata da governabilidade. As letras B e D apresentam
dois conceitos de legitimidade. A alternativa E apresenta uma parte do conceito
de governança corporativa, que não é a mesma coisa que governança. A
governança corporativa no setor público trata da forma como são
administradas agências do setor público, utilizando os princípios da
governança corporativa do setor privado. Assim, sobrou apenas a opção C, que
é o nosso gabarito.
Gabarito: alternativa C.

19. (FCC – AFR/SEFAZ SP/2013) O conceito de Governança Pública


a) traz uma nova perspectiva para a administração pública, pois reafirma o papel do
Estado como condutor exclusivo e executor direto das políticas públicas.
b) representa uma continuidade dentro do paradigma dos modelos gerenciais de
administração pública, baseando-se nos preceitos de centralidade, hierarquia e
verticalização.
c) apresenta um novo modelo de administração pública que reduz a preocupação dos
gestores com os resultados das políticas públicas, uma vez que privilegia a sinergia
entre público e privado.
d) reflete um novo paradigma de administração pública, pois busca a ampliação da
participação de novos atores, como os agentes privados e o terceiro setor, na
formulação e gestão das políticas públicas.
e) representa uma nova abordagem para a administração pública, pois, por ser um
conceito importado do setor privado, privilegia a atuação privada na formulação e
condução das políticas públicas.
Comentário: antes de mais nada, vejamos uma boa definição de Governança
Pública segundo Eli Diniz:
Governança, na acepção aqui utilizada, diz respeito à capacidade de ação
estatal na implementação das políticas e na consecução das metas coletivas.
Implica expandir e aperfeiçoar os meios de interlocução e de administração
dos conflitos de interesses, fortalecendo os mecanismos que garantam a
responsabilização pública dos governantes. Governança refere-se, enfim, à
capacidade de inserção do Estado na sociedade, rompendo com a tradição

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de governo fechado e enclausurado na alta burocracia governamental.
(grifos nossos)

a) no novo cenário da administração pública o Estado ocupa o papel de


regulador, logo não é o condutor exclusivo, muito menos o executor direto das
políticas públicas – ERRADA;
b) veja só, para conseguir implementar as políticas públicas o Estado deve ter
uma boa capacidade gerencial. Nesse contexto, recomenda-se uma estrutura
descentralizada e mais horizontalizada (poucos níveis hierárquicos) com o
papel decisório descentralizado para as unidades administrativas próximas do
público – ERRADA;
c) resultado, nesse ambiente, quer dizer atender às demandas da população,
ou seja, as políticas públicas devem ser implementadas e produzir resultados
(efetividade) - mudar a realidade da população – ERRADA;
d) em complemento ao texto acima apresentado, a autora Eli Diniz escreve o
seguinte:
Neste contexto, ao longo das duas últimas décadas, experiências inovadoras de
governança urbana e regional revelaram um alto grau de eficiência na desprivatização
do poder público, na democratização do processo decisório ou ainda na reversão de
práticas clientelistas (grifos são nossos).

Perceba, então, que a governança está ligada à democratização do processo


decisório, à inserção do Estado na sociedade, à participação da sociedade civil
organizada na formulação e gestão de políticas públicas. Diante disso, correta
a alternativa – CORRETA;
e) embora o conceito de governança venha do setor privado e dissemine as
ideias de participação da sociedade na formulação e gestão de políticas
públicas, o Estado continua como o principal condutor desse processo –
ERRADA.
Gabarito: alternativa D.

20. (FCC – Agente Técnico Administrador/MPE-AM/2013) Governança, na


Administração pública, é um
a) conjunto de condições necessárias ao exercício do poder, compreendendo a forma
de governo, as relações entre os poderes e o sistema partidário.
b) modelo horizontal de relação entre atores públicos e privados no processo de
elaboração de políticas públicas.
c) pressuposto cujo detentor do poder público tem o dever de prestar contas, para
sua consequente responsabilização.
d) processo administrativo tipificado em planejamento, programação, orçamentação,
execução, controle e avaliação das políticas públicas, por uma entidade pública ou
privada.

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e) conjunto de ações do governo que irão produzir efeitos específicos.


Comentário: vamos analisar uma a uma?
a) a governabilidade envolve as condições necessárias ao exercício do poder,
a forma de governo, as relações entre os poderes e o sistema partidário –
ERRADA;
b) para Leonardo Secchi a interpretação de governança, derivada das ciências
políticas e administração pública, trata de um modelo horizontal de relação
entre atores público e privados no processo de elaboração de políticas
públicas. Assim, a governança denota um pluralismo, envolvendo os diversos
atores que têm, ou deveriam ter, o direito de influenciar a construção das
políticas públicas – CORRETA;
c) o conceito apresentado é o de accountability – ERRADA;
d) a gestão pública envolve o processo administrativo tipificado em
planejamento, programação, orçamentação, execução, controle e avaliação das
políticas públicas, visando à execução dessas políticas, podendo ser realizado,
direta ou indiretamente, por entidades públicas ou privadas – ERRADA;
e) podemos conceituar as políticas públicas como o conjunto de ações do
governo que irão produzir efeitos específicos – ERRADA.
Gabarito: alternativa B.

21. (FCC - AFTM SP/2012) Governança, no setor público,


I. é um fenômeno mais amplo que governo; abrange as instituições governamentais,
mas implica também em mecanismos informais, de caráter não governamental.
II. implica principalmente mecanismos formais, de caráter governamental, que fazem
com que as pessoas e as organizações dentro da sua área de atuação tenham uma
conduta determinada, satisfaçam suas necessidades e respondam às suas
demandas.
III. refere-se a padrões de articulação e cooperação entre atores sociais e políticos e
arranjos institucionais que coordenam e regulam transações dentro e através das
fronteiras do sistema econômico.
IV. diz respeito às condições sistêmicas e institucionais sob as quais se dá o exercício
do poder, tais como as características do sistema político, a forma de governo, as
relações entre os Poderes e o sistema de intermediação de interesses.
V. é a capacidade do governo para identificar problemas críticos e formular políticas
adequadas ao seu enfrentamento.

Está correto o que se afirma APENAS em


a) III e V.
b) I e III.

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c) II, III e IV.


d) I, IV e V.
e) II, IV e V.
Comentário: os itens I e II foram retirados do texto de Rosenau18. A governança
é mais ampla que o governo, pois se refere às condições do Estado de
implementar políticas públicas, assim, abrange as instituições governamentais
e também mecanismos informais, de caráter não governamental. Com isso, o
primeiro item está correto e o segundo errado.
O item III foi retirado do texto de Maria Helena de Castro Santos19
[...] a discussão mais recente do conceito de governance ultrapassa o marco
operacional para incorporar questões relativas a padrões de articulação e
cooperação entre atores sociais e políticos e arranjos institucionais que
coordenam e regulam transações dentro e através das fronteiras do sistema
econômico. (grifos nossos)

Numa nova perspectiva, a governança abrange as relações entre Estado e


sociedade, envolvendo diversos atores sociais que se articulam no processo
decisório do governo. A afirmativa está perfeita.
Os itens IV e V apresentaram conceitos relacionados à governabilidade.
Gabarito: alternativa B.

22. (FCC – EPP/SEPLA DR SP/2009) Governança e governabilidade são conceitos


imbricados, porém não coincidentes, a respeito dos quais é correto afirmar que
a) correspondem, ambos, à forma de atuação do Estado e da administração para a
consecução dos objetivos públicos, sendo governança, contudo, um conceito mais
restrito, na medida em não diz respeito ao denominado aparelho administrativo.
b) a crise de governabilidade está relacionada com a ideia de reforma do aparelho do
Estado, enquanto a crise de governança com a ideia de reforma do próprio Estado.
c) correspondem, ambos, às condições políticas para a atuação administrativa, porém
governança é um conceito mais amplo, que engloba também o papel do Estado de
regulação da atividade econômica.
d) governança diz respeito aos pré-requisitos institucionais para a otimização do
desempenho administrativo, enquanto governabilidade diz respeito às condições
políticas em que se efetivam as ações administrativas, tais como legitimidade e
credibilidade.
e) governabilidade é a forma como o aparelho estatal implementa as políticas públicas
definidas pelo Governo e governança, por seu turno, corresponde ao alinhamento
dessa atuação com as condições políticas vigentes.

18
Rosenau. Op. cit.
19
Santos, 1997.

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Comentário:
a) para as bancas de concurso a governança é um conceito mais amplo que a
governabilidade, envolvendo, é lógico, o aparelho administrativo do Estado.
Além disso, a forma de atuação do Estado e da administração se limita ao
conceito de governança – ERRADA;
b) como a governança trata da capacidade administrativa e financeira para
implementar as políticas públicas, ela envolve a reforma do aparelho do Estado
(órgãos, recursos humanos etc.). Enquanto isso, a governabilidade trata da
legitimidade do governo, das relações de poder e, portanto, a sua crise envolve
a reforma do próprio Estado (normalmente através de uma nova constituição) –
ERRADA;
c) as condições políticas são da governabilidade – ERRADA;
d) esse item mostra de onde a questão foi retirada. De acordo com Leonardo
Valles Bento20:
Embora se trate de duas dimensões mutuamente implicadas que se
interpenetram constantemente, costuma-se distingui-las a fim de
compreender a problemática própria de cada uma, vale dizer, a
institucional e a sistêmica, a técnico-organizacional e a política,
denominando-as respectivamente de “governança” e “governabilidade”.
Governança diz respeito aos pré-requisitos institucionais para a
otimização do desempenho administrativo, isto é, o conjunto dos
instrumentos técnicos de gestão que assegure a eficiência e a
democratização das políticas públicas. (...) Já a governabilidade
refere-se às condições do ambiente político em que se efetivam ou
devem efetivar-se as ações da administração, à base de legitimidade dos
governos, credibilidade e imagem públicas da burocracia. (grifos
nossos)

Assim, a governança trata dos pré-requisitos institucionais para otimização do


desempenho, enquanto que a governabilidade se refere às condições políticas,
à base da legitimidade, credibilidade e imagem. Item perfeito! – CORRETA;
e) o item fez a inversão:
 governança é a forma como o aparelho estatal implementa as políticas
públicas definidas pelo Governo; e

 governabilidade corresponde ao alinhamento dessa atuação com as


condições políticas vigentes.

Desse modo, incorreta a alternativa – ERRADA.

20
Bento, 2003, p. 85.

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Gabarito: alternativa D.

23. (FCC – AJ/TRE MS/2007) Considere as afirmativas abaixo.


I. É o conjunto de condições necessárias ao exercício do poder.
II. É a capacidade do governo de implementar as decisões tomadas.
III. Compreende a forma de governo, relações entre os poderes, sistema partidário e
equilíbrio entre as forças políticas de oposição e situação.
IV. Diz respeito à capacidade de decidir.
V. Envolve arranjos institucionais pelos quais a autoridade é exercida de modo a
viabilizar as condições financeiras e administrativas indispensáveis à execução das
decisões que o governo toma.

Correspondem ao conceito de governança APENAS:


a) I e II.
b) III e IV.
c) II e III.
d) II e V.
e) IV e V.
Comentário: os itens I e III tratam da governabilidade (condições para o
exercício do poder, forma de governo, relação entre os poderes, sistema
partidário etc.). O item IV limitou muito, pois a governança vai além, envolvendo
as condições financeiras e administrativas indispensáveis à execução das
decisões do governo. Ou seja, não se trata da capacidade de decidir e sim das
condições indispensáveis para a execução da decisão. Assim, o item IV está
errado e os itens II e V estão corretos.
Gabarito: alternativa D.

24. (FCC – AJ/TRT6/2012) O desenvolvimento da capacidade de governança


aplicada às organizações públicas foca, principalmente,
a) o desenvolvimento de estratégias de fortalecimento da burocracia profissional, por
meio da universalização dos concursos públicos, redução dos cargos comissionados
e eliminação da terceirização na administração pública.
b) as questões ligadas ao formato político-institucional dos processos decisórios, a
definição do mix apropriado do público/ privado nas políticas, a participação e a
descentralização, assim como o escopo global dos programas.
c) a reforma do regime político, reduzindo a necessidade de coalizões amplas de
sustentação do governo e aperfeiçoamento de técnicas de planejamento estratégico
na gestão dos programas ministeriais.

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d) a redução da máquina burocrática, especialmente nos níveis gerenciais,


introduzindo métodos de contratação de gestores semelhantes aos da iniciativa
privada.
e) a introdução da gestão por resultados, a redução dos níveis hierárquicos e maior
autonomia gerencial para os níveis operacionais, responsáveis pela implementação
dos programas governamentais.
Comentário:
a) a reforma gerencial teve a finalidade de reforçar a governança através da
transição programada de um tipo de administração pública burocrática, rígida
e ineficiente, voltada para si própria e para o controle interno, para uma
administração pública gerencial, flexível e eficiente, voltada para o atendimento
do cidadão. Nesse contexto, o desenvolvimento da governança envolve a
ampliação dos mecanismos de terceirização e não o contrário – ERRADA;
b) vejamos um pequeno trecho de um artigo de Maria Helena de Castro Santos:
A literatura recente incorpora o novo conceito, partindo da definição geral
do Banco Mundial que, como indicado, refere-se ao modo como a autoridade
é exercida no gerenciamento dos recursos do país em direção ao
desenvolvimento. Governance, conforme Melo, refere-se ao modus
operandi das políticas governamentais — quando se preocupa,
dentre outras, com questões ligadas ao formato político-
institucional dos processos decisórios, à definição do mix apropriado
do público/privado nas políticas, à questão da participação e
descentralização, aos mecanismos de financiamento das políticas e
ao escopo global dos programas. (grifos nossos)

Percebam que, por essa nova abordagem, a governança está intimamente


relacionada com o envolvimento entre o público e o privado no processo
decisório e no gerenciamento de programas governamentais – CORRETA;
c) o regime político e a formação de coalizações se referem à governabilidade –
ERRADA;
d) não podemos admitir métodos de contratação semelhantes à iniciativa
privada, pois o setor público é regido pelo princípio da impessoalidade. Além
disso, a redução da máquina burocrática (máquina pública) deve ocorre mais
nos níveis de execução, preservando-se o núcleo estratégico – ERRADA;
e) o item apresenta alguns princípios da reforma gerencial, não tratando
especificamente da governança pública – ERRADA.
Ficou um pouco confuso e duvidoso, mas, em concursos, devemos marcar a
opção “mais correta”, no caso, a opção B.
Gabarito: alternativa B.

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QUESTÕES DE VERDADEIRO OU FALSO

No que se refere aos fundamentos da administração pública no Brasil nos últimos 30


anos, julgue o seguinte item.
25. (Cespe - Analista Judiciário/TRE-ES/2011) No modelo gerencial, a governança
constitui importante ação governamental, visto que propõe a ampliação do papel da
sociedade civil organizada e a diminuição do tamanho do Estado.
Comentário: de acordo com o Caderno MARE nº 1, a governança será alcançada
e a reforma do Estado será bem sucedida quando o Estado se tornar mais forte
embora menor.
Além disso, Eli Diniz ensina que a governança refere-se à capacidade de
inserção do Estado na sociedade, rompendo com a tradição de governo
fechado e enclausurado na alta burocracia governamental. Por fim, a
governança envolve, também, a ampliação do papel da sociedade civil
organização tanto na produção de bens e serviços quanto na participação do
processo decisório.
Gabarito: correto.

26. (Cespe - AUFC/TCU/2008) A governabilidade diz respeito às condições


sistêmicas e institucionais sob as quais se dá o exercício do poder, tais como as
características do sistema político, a forma de governo, as relações entre os poderes
e o sistema de intermediação de interesses.
Comentário: segundo Melo e Diniz21, a governabilidade se refere às condições
sistêmicas e institucionais sob as quais se dá o exercício do poder, tais como
as características do sistema político, a forma de governo, as relações entre os
Poderes, o sistema de intermediação de interesses. Percebam que a questão
nada mais é do que cópia da definição dos autores.
Gabarito: correto.

É possível notar, entre muitos gestores públicos, preocupação crescente com a


sustentabilidade de suas ações e com a estrutura necessária para dar continuidade
e consolidar suas gestões. Elevar o nível de maturidade na gestão é garantir terreno
fértil para o desenvolvimento e a perenidade de práticas positivas.
Quanto ao conceito, aos modelos e aos componentes da maturidade, julgue o item.
27. (Cespe – Consultor/SEFAZ-ES/2008) Os princípios básicos que inspiram este
código das melhores práticas de governança corporativa são: transparência
(disclosure), equidade (fairness), prestação de contas (accountability) e
responsabilidade corporativa (compliance).

21
Melo e Diniz, apud Santos, 2001.

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Comentário: a governança corporativa é orientada por alguns princípios


básicos, são eles:
 transparência – desejo de informar;
 equidade – tratamento justo e sem discriminação;
 prestação de contas – os agentes devem prestar contas e assumir a
responsabilidade por seus atos;
 responsabilidade corporativa – a organização deve tomar medidas de
ordem social e ambiental sustentáveis.
Gabarito: correto.

28. (Cespe - AUFC/AGO/2011) Governança trata do aperfeiçoamento dos conflitos


de interesses presentes em determinada sociedade quando se trata de defender
interesses.
Comentário: essa questão gerou muita polêmica quando foi aplicada. Em geral,
a governabilidade é que está ligada à intermediação de interesses. Por isso, a
banca considerou a questão errada.
Devemos lembrar, contudo, que a governança também pode estar relacionada
à intermediação de interesses. Segundo Eli Diniz:
Governança, na acepção aqui utilizada, diz respeito à capacidade de ação
estatal na implementação das políticas e na consecução das metas coletivas.
Implica expandir e aperfeiçoar os meios de interlocução e de
administração dos conflitos de interesses, fortalecendo os mecanismos
que garantam a responsabilização pública dos governantes.

Na mesma linha seguem os ensinamentos de Bresser-Pereira:


No conceito de governança pode-se incluir, como o faz Reis (1994), a
capacidade de agregar os diversos interesses, estabelecendo-se,
assim, mais uma ponte entre governança e governabilidade. Uma boa
governança, conforme observou Fritschtak (1994) aumenta a legitimidade
do governo e, portanto, a governabilidade do país.

Nessa linha, creio que o item deveria ter sido anulado. De qualquer forma, o
gabarito foi mantido, e nosso gabarito permanece como errado.
Gabarito: errado.

29. (Cespe - AUFC/AGO/2011) Entre outros aspectos, a governança trata das


condições sistêmicas sob as quais se dá o exercício de poder em determinada
sociedade.
Comentário: sem problemas agora. Quem trata das condições sistêmicas sob
as quais se dá o exercício de poder é a governabilidade.
Gabarito: errado.

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30. (Cespe – ACE/TC-DF/2012) O fato de o governador de uma unidade federativa,


incluso o DF, perder sua legitimidade democrática lhe acarreta a perda da
governança.
Comentário: inicialmente, a banca considerou a questão correta, mas acabou
anulando a questão no gabarito definitivo. Segundo o Cespe: “Há divergência
na literatura em relação ao assunto tratado no item. Desse modo, opta-se por
sua anulação”.
A banca agiu corretamente. Em geral, a legitimidade é um aspecto da
governabilidade. Contudo, quando os governos aumentam a participação da
sociedade no processo decisório sobre as políticas públicas, eles aumentam a
legitimidade de suas decisões. Vejam, assim, que a governança também pode
se relacionar com a legitimidade.
Gabarito: anulado.

31. (Cespe – Técnico em Regulação/ANCINE/2012) Governança representa a


capacidade de um governo para formular e implementar suas decisões.
Comentário: este é o conceito clássico de governança. Segundo Vinicius de
Araújo, entende-se a governança como a capacidade que um determinado
governo tem para formular e implementar as suas políticas. O autor divide essa
capacidade em financeira, gerencial e técnica.
Gabarito: correto.

32. (Cespe - AUFC/AGO/2013) Resultante da relação de legitimidade do Estado e


do seu governo com a sociedade, a governança implica a capacidade governamental
de realizar políticas e a promoção da accountability.
Comentário: vejam que o conceito apresentado é o de governabilidade: a
capacidade política de governar, que deriva da relação de legitimidade do
Estado e do seu governo com a sociedade22. Ou seja, o primeiro trecho trata da
governabilidade.
A segunda parte, entretanto, realmente fala da governança – “implica a
capacidade governamental de realizar políticas e a promoção da
accountability”.
Gabarito: errado.

33. (Cespe – Analista/BACEN/2013) O governo que se orienta pelo consenso e que


busca a efetividade dos resultados com ações que contemplam a igualdade e a
inclusão adota um modelo de governança adequado, segundo os critérios clássicos
de uma boa governança.

22
Bresser-Pereira, 1998.

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Comentário: as características/critérios clássicos da boa governança são: (a)


participação; (b) Estado de direito; (c) transparência; (d) responsabilidade; (e)
orientação por consenso; (f) igualdade e inclusão; (g) efetividade e eficiência;
(h) prestação de contas (accountability).
Gabarito: correto.

34. (Cespe – Analista/BACEN/2013) Durante a definição de um modelo de


governança, decidem-se os processos, costumes, políticas, leis, regulamentos e
instituições que regulamentarão a atuação de um governo. Esse processo de decisão
pressupõe a análise de determinados aspectos, como nível de transparência a ser
adotado na gestão, nível de responsabilização dos envolvidos e prestação de contas.
Comentário: a governança envolve a transparência, responsabilização,
prestação de contas e equidade. A primeira parte é a definição do Instituto
Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC): “A Governança Corporativa é o
conjunto de políticas, leis, regulamentos, processos, costumes e instituições
que regem a maneira como uma empresa deve ser administrada ou controlada”.
Este é um conceito relacionado com a governança corporativa, mas, por
segurança, é importante saber para evitar surpresas na prova.
Gabarito: correto.

35. (Cespe – Auditor do Estado/Secont-ES/2009) Ao analisar o Estado brasileiro,


no que tange à sua administração pública, caso se verifique que não há condições
para governar em virtude da falta de legitimidade democrática, é correto afirmar que
há uma crise de governança.
Comentário: se não houver condições para governar em virtude da falta de
legitimidade democrática, significa que há uma crise de governabilidade. Nesse
sentido, dispõe o PDRAE:
O governo brasileiro não carece de “governabilidade”, ou seja, de poder para
governar, dada sua legitimidade democrática e o apoio com que conta
na sociedade civil. Enfrenta, entretanto, um problema de governança, na
medida em que sua capacidade de implementar as políticas públicas é
limitada pela rigidez e ineficiência da máquina administrativa.

Gabarito: errado.

36. (Cespe – Auditor do Estado/Secont-ES/2009) Caso o Estado brasileiro, com


relação à sua administração pública, possua rigidez e ineficiência da máquina
administrativa, então é correto afirmar que existem problemas com a governabilidade.
Comentário: a rigidez e a ineficiência da máquina administrativa decorrem da
falta de governança. Vamos dar outra olhada no Plano Diretor:

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Considerando esta tendência, pretende-se reforçar a governança - a
capacidade de governo do Estado - através da transição programada de
um tipo de administração pública burocrática, rígida e ineficiente, voltada
para si própria e para o controle interno, para uma administração pública
gerencial, flexível e eficiente, voltada para o atendimento do cidadão.

Vejam que um dos objetivos da reforma gerencial era diminuir a ineficiência da


máquina administrativa, reforçando a governança por meio da transição da
administração pública burocrática, rígida e ineficiente, para um modelo flexível
e eficiente, voltado para o atendimento do cidadão.
Gabarito: errado.

37. (Cespe – Auditor do Estado/Secont-ES/2009) Corporativismo é uma forma de


intermediação de interesses em que existe uma representação dos interesses
econômicos e profissionais em representações políticas que integram até mesmo a
própria estrutura estatal.
Comentário: o corporativismo é uma forma de intermediação de interesses em
que o Estado concede o monopólio de representação a uma entidade em troca
da submissão a algumas formas de controle. Dessa forma, o arranjo fica mais
facilitado, pois o governo elege quem será o interlocutor. Em alguns casos, o
próprio Estado criou a entidade, que poderá, ainda, integrar a estrutura estatal.
Gabarito: correto.

38. (Cespe – Auditor do Estado/Secont-ES/2009) O clientelismo configura-se pela


existência de relações comprometidas entre políticos de profissão e burocratas, que
possuem entre si lealdades pessoais e troca de vantagens na estrutura pública que
controlam, obtendo, desse modo, não só legitimação do voto, mas também apoio.
Comentário: o clientelismo é uma troca de vantagens, concedida a partir de
recursos públicos (em sentido amplo). Assim, uma parte concede os benefícios,
enquanto a outra dá o apoio, que se manifesta, principalmente, mas não
exclusivamente, na forma do voto.
Gabarito: correto.

Julgue os itens a seguir, relativos às características do arranjo corporativista


brasileiro.
39. (Cespe – Técnico/IPEA/2008) O padrão corporativista brasileiro caracterizou-se
pela exclusão dos trabalhadores das arenas decisórias governamentais, ao mesmo
tempo em que os interesses empresariais garantiram sua representação no aparelho
estatal.
Comentário: existem dois tipos de corporativismo: inclusivo e exclusivo. Um
deles é repressivo, sendo marcado pela exclusão da maioria dos trabalhadores

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do ambiente de discussão. Nesse caso, as classes representativas são


utilizadas para excluir grupos.
Já no corporativismo inclusivo há a incorporação política e econômica de
setores significativos da classe trabalhadora, utilizando algumas políticas
distributivas e de bem-estar.
O corporativismo exclusivo é típico dos governos autoritários, enquanto o
inclusivo é utilizado nos regimes populistas.
Há uma divergência doutrinária nesse ponto. Enquanto Ana Cláudia Hebling
Meira ensina que o Governo Vargas utilizou o corporativismo inclusivo;
Augustinho Paludo informa que, durante o Governo Vargas, ocorreu a exclusão
da grande maioria dos trabalhadores.
De qualquer forma, podemos dizer que, dependendo do momento histórico,
predominou o corporativismo inclusivo ou exclusivo. Por esse motivo, o Cespe
optou pela anulação da questão. Vejam a justificativa da banca:
Não há, no item, definição de período histórico, o que prejudica seu
julgamento objetivo. Dessa forma, o Cespe/UnB decide pela sua anulação.

Gabarito: anulado.

40. (Cespe – Técnico/IPEA/2008) O arranjo corporativista brasileiro configurou-se


como um conjunto articulado de estruturas institucionais, com duas características
centrais: a proibição da unicidade sindical e o pluralismo de representação imposto
pelo Estado.
Comentário: é justamente o contrário. No corporativismo brasileiro, ocorreu a
unicidade sindical (monopólio de representação) imposto pelo Estado.
Gabarito: errado.

41. (Cespe – Técnico/IPEA/2008) Características essenciais desse modelo são: o


monopólio da representação dentro de cada categoria ocupacional, assegurado pelo
Estado por meio do reconhecimento de um sindicato por base territorial; o poder de
intervenção do Ministério do Trabalho e Emprego; uma relação institucionalizada
entre empregados e empregadores, destinada a prevenir conflitos, pela
intermediação do Estado e julgamento pela justiça trabalhista, o que colocou
obstáculos à negociação coletiva.
Comentário: agora sim. No corporativismo, ocorreu o monopólio da
representação dentro de cada categoria ocupacional, assegurado pelo Estado
por meio do reconhecimento de um sindicato por base territorial. Devemos
perceber que o corporativismo ocorreu, principalmente, no âmbito das
entidades representativas das classes trabalhistas, os sindicatos.
Gabarito: correto.

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Segundo Nunes, existem quatro padrões institucionalizados de relações que


estruturam os laços entre sociedade e Estado no Brasil, desempenhando funções de
controle político, intermediação de interesses e alocação do fluxo de recursos
materiais disponíveis. Acerca dos temas governabilidade e governança e
intermediação de interesse, julgue os itens a seguir.
42. (Cespe – ACE/TCE-AC/2009) O clientelismo se manifesta pelos processos de
troca de favores, que determinam também uma forma de relação das lideranças
partidárias com suas bases. No entanto, o clientelismo não pode ser categorizado
como um instrumento de legitimação política.
Comentário: o clientelismo é uma forma de legitimação política, por isso o item
está errado. Vejam que, na primeira parte, a banca apresentou mais uma
situação em que o clientelismo pode se manifestar: “relação das lideranças
partidárias com suas bases”. Lembrem-se, o clientelismo é marcado pela troca
de favores entre desiguais. Um concede benefícios, enquanto o outro dá o
apoio.
Gabarito: errado.

43. (Cespe – ACE/TCE-AC/2009) O corporativismo estatal é um instrumento de


legitimação política embasado na representação de grupos funcionais produtivos e
pela adoção de uma estrutura de associações, diretamente vinculada ao Estado, no
entanto não depende dele para autorização e reconhecimento.
Comentário: no corporativismo estatal, ou simplesmente corporativismo, há a
dependência do Estado para autorização e reconhecimento.
Gabarito: errado.

44. (Cespe – ACE/TCE-AC/2009) O neocorporativismo significa a integração da


classe trabalhadora organizada ao Estado capitalista, buscando incrementar o
crescimento econômico e, ainda, assegurar a harmonia em face do conflito de classe,
combinado a um sistema de bem-estar social. Diferentemente do corporativismo
estatal, associações não possuem autonomia, não são capazes de penetrar no
Estado.
Comentário: no neocorporativismo, ou corporativismo societal, as associações
possuem autonomia e são capazes de penetrar no Estado para discutir a
formulação e implementação de políticas.
Gabarito: errado.

45. (Cespe – ACE/TCE-AC/2009) Os altos níveis de desigualdades sociais, a


economia informal e o grau de heterogeneidade do sistema econômico, entre outros
aspectos, minimizam a acumulação de poder pela via dos pactos sociais, de modo a
garantir a governabilidade.

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Comentário: essa é uma questão bem “pesada”. A governabilidade envolve a


legitimidade do governo perante a sociedade. Dessa forma, a intermediação de
interesses é um de seus componentes. Contudo, a formação de um pacto social
dependeria de certa homogeneidade entre os atores sociais.
Vou dar um exemplo, o Programa Bolsa Família é um tipo de política pública de
descentralização de renda que, por sua característica redistributiva (tira de um
para dar a outro) acaba sendo muito polêmico. Dessa forma, percebam como a
desigualdade social dificulta a formação de um pacto social.
Assim, a desigualdade social, a economia informal e o grau de heterogeneidade
do sistema econômico minimizam a acumulação de poder através dos pactos
sociais utilizados para garantir a governabilidade. Vejam, por mais que se
negocie, sempre teremos uma classe insatisfeita. Com isso, o poder do pacto
social fica prejudicado. Dessa forma, o item está correto.
Gabarito: correto.

46. (Cespe – Analista/SERPRO/2013) A governança corporativa acentua a


necessidade de eficácia e accountability na gestão dos bens públicos.
Comentário: simples não? Vamos relembrar as oito características clássicas da
boa governança: (a) participação; (b) Estado de direito; (c) transparência; (d)
responsabilidade; (e) orientação por consenso; (f) igualdade e inclusão; (g)
efetividade e eficiência; (h) prestação de contas (accountability).
A eficácia diz respeito ao alcance dos objetivos/metas estabelecidos. Apesar de
não constar expressamente, devemos entender que a boa governança
pressupõe o alcance dos objetivos organizacionais. Assim, o item está correto.
Gabarito: correto.

Por hoje é só.

Até breve! Bons estudos.

HERBERT ALMEIDA.
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QUESTÕES COMENTADAS NA AULA

1. (ESAF - AUFC/TCU/2002) Leia atentamente os enunciados que se seguem:


- O conjunto de agências e de servidores profissionais, mantidos com recursos
públicos, cujas atividades devem ser realizadas em conformidade com aquilo que a
lei estabelece, e que são encarregados da decisão e implementação das normas
necessárias ao bem-estar social e das ações necessárias à gestão da coisa pública.
- A existência e o eficiente funcionamento de mecanismos de prestação de contas,
que vão além da simples prestação de contas de natureza contábil e atingem a
explicitação dos critérios pelos quais são tomadas as decisões no serviço público e
da qualidade dos resultados obtidos com as atividades e o uso dos recursos públicos.
- O conjunto de agentes cujo comportamento se caracteriza pela ética da obediência,
e cujas atividades, por definição, devem-se reger pelos critérios do conhecimento
técnico especializado, confiabilidade, confidencialidade, impessoalidade,
imparcialidade, moralidade, e que competem em arenas administrativas, excluindo o
envolvimento político e partidário.
- O conjunto de bens patrimoniais materiais e não materiais e de recursos financeiros
originados dos impostos e contribuições pagos pelos cidadãos sendo, por isso,
propriedade da coletividade.
- A estrutura organizacional dotada de ordenamento jurídico que se exerce sobre um
povo e em um dado território, caracterizada pelo poder extroverso e pelo monopólio
legítimo do uso da força no plano interno e pela soberania no plano externo.

Indique a seqüência conceitual que expressa mais precisamente os conceitos acima:


a) Estado, governo, accountability, burocracia, administração pública.
b) administração pública, accountability, burocracia, coisa pública, Estado.
c) governo, controle social, administração pública, patrimônio governamental, Nação.
d) burocracia, controle externo, administração pública, patrimônio estatal, governo.
e) classe política, accountability, burocracia, coisa pública, Estado Nacional.
2. (ESAF – AFC/STN/2013) Considerando que o termo governança em sentido
amplo pode ser definido como um processo complexo de tomada de decisão que
antecipa e ultrapassa o governo, os aspectos comumente relacionados a este termo
são os seguintes, exceto:
a) legitimidade do espaço público em constituição.
b) estabelecimento de redes e mecanismos de coordenação.
c) gestão das interações e das interdependências que sempre produzem sistemas
alternativos de regulação.
d) repartição do poder entre aqueles que governam e os que são governados.
e) descentralização da autoridade e das funções ligadas ao ato de governar.

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3. (ESAF - AFT/2010) Assinale a opção correta.


a) As eleições e o voto são mecanismos de accountability horizontal.
b) Uma alta demanda social por accountability afeta, negativamente, a capacidade de
governança.
c) Sem legitimidade, não há como se falar em governabilidade.
d) Instâncias responsáveis pela fiscalização das prestações de contas contribuem
para o desempenho da accountability vertical.
e) Uma boa governabilidade garante uma boa governança.
4. (ESAF - AFRFB/2009) Sobre o tema 'governabilidade, governança e
accountability', assinale a opção incorreta.
a) A accountability visa a fortalecer o controle social e político, em detrimento do
controle burocrático.
b) Governança pode ser entendida como um modelo horizontal de relação entre
atores públicos e privados no processo de elaboração de políticas públicas.
c) O conceito de governança possui um caráter mais amplo que o conceito de
governabilidade.
d) As parcerias público-privadas (PPPs) constituem um exemplo de coordenação de
atores estatais e não estatais, típico da governança.
e) A governabilidade refere-se mais à dimensão estatal do exercício do poder.
5. (ESAF - AFC/CGU/2008) Durante a crise do Estado dos anos 1980 e 1990,
palavras e expressões foram forjadas para possibilitar o entendimento de suas
diferentes dimensões e propiciar a busca de soluções. Neste contexto, quando um
governo está preocupado em legitimar decisões e ações se diz que ele está buscando
maior ...........
Complete a frase com a opção correta.
a) governabilidade.
b) efetividade.
c) governança.
d) accountability.
e) eficiência.
6. (ESAF - AFC/CGU/2004) O desafio do Estado brasileiro pressupõe uma tarefa
de transformação que exige a redefinição de seus papéis, funções e mecanismos de
funcionamento interno. Este processo impõe novas exigências à sociedade como um
todo.
Assinale a opção correta entre as seguintes afirmações sobre governança.
a) A governança consiste na própria autoridade política ou legitimidade possuída pelo
Estado para apresentar à sociedade civil e ao mercado um amplo projeto para
determinada nação.

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b) A governança é composta das condições sistêmicas nas quais se edifica um projeto


de Estado e sociedade.
c) A governança visa não apenas superar a crise do Estado e do seu aparelho, mas
também cooperar na superação do atual quadro social persistente em nosso país.
d) As principais fontes e origens da governança são os cidadãos e a cidadania
organizada.
e) A governança é a capacidade que um determinado governo tem para formular e
implementar as suas políticas, ou seja, os aspectos adjetivos/ instrumentais da
governabilidade.
7. (ESAF - AFC/CGU/2004) Assinale como verdadeira (V) ou falsa (F) as definições
sobre a Governabilidade, relacionadas a seguir:
( ) A governabilidade refere-se às próprias condições substantivas / materiais de
exercício do poder e de legitimidade do Estado e do seu governo, derivadas da sua
postura diante da sociedade civil e do mercado.
( ) A governabilidade é a autoridade política do Estado em si, entendida como a
habilidade que este tem para agregar os múltiplos interesses dispersos pela
sociedade e apresentar-lhes um objetivo comum.
( ) A fonte e a origem da governabilidade são as leis e o poder legislativo, pois é ele
que garante a estabilidade política do Estado, por representar todas as unidades da
Federação e os diversos segmentos da sociedade.
( ) A fonte da governabilidade são os agentes públicos ou servidores do Estado que
possibilitam a formulação / implementação correta das políticas públicas.
( ) A governabilidade é o apoio obtido pelo Estado às suas políticas e à sua
capacidade de articular alianças e coalizões para viabilizar o projeto de Estado e
sociedade a ser implementado.
Escolha a opção correta.
a) V, F, V, V, F
b) F, V, F, V, V
c) V, V, F, F, V
d) V, F, V, F, F
e) F, F, V, F, V
8. (ESAF - AFC/CGU/2006) Assinale se as frases a seguir são verdadeiras (V) ou
falsas (F).
( ) Os conceitos de governabilidade e governança estão intimamente relacionados
entre si e com a reforma do Estado.
( ) Os conceitos de governabilidade e governança não estão relacionados entre si e
nem com a reforma do Estado.

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( ) Por governança se entende a capacidade de governar derivada da legitimidade do


Estado e do seu governo com a sociedade civil.
( ) Por governabilidade se entende a legitimidade de um determinado governo junto à
sociedade para empreender mudanças.
( ) Por governança se entende a capacidade técnica, financeira e gerencial de
implementar políticas públicas.
( ) Por accountability se entende a capacidade do Estado em formular e implementar
políticas públicas e atingir metas.
Escolha a opção correta.
a) F, V, V, V, F, F
b) V, F, V, F, F, V
c) F, V, F, F, V, V
d) V, F, F, V, V, F
e) F, V, F, V, V, V
9. (ESAF - AFC/STN/2005) A análise de questões relativas à governabilidade e à
governança passa, entre outras coisas, pela reflexão sobre os mecanismos de
intermediação de interesses. Indique quais das opções abaixo são Falsas (F) ou
Verdadeiras (V) e depois assinale a resposta correta.
( ) O corporativismo consiste em um modelo de intermediação de interesses múltiplos
e variados, não competitivos, organizados a partir do Estado segundo um padrão
orgânico, que visa estabelecer condições de governabilidade em sociedades
democráticas complexas.
( ) Tanto nas sociedades tradicionais como nas modernas, a construção da
governabilidade e de governança envolve a administração de redes de lealdades
pessoais marcadas pela assimetria e pela verticalidade, baseadas na troca de todo
tipo de recursos públicos por legitimação e apoio.
( ) O neocorporativismo, arranjo específico de formação das opções políticas pelo
Estado, tende a surgir nas sociedades onde as formas clássicas de intermediação de
interesses amadureceram o bastante para gerar soluções estáveis para o conflito
entre o capital e o trabalho.
( ) Embora os partidos políticos modernos tenham como referência da sua ação
vínculos horizontais de classe ou de interesses, também neles os políticos
profissionais envolvem-se em redes de clientelas que tendem a se integrar e a operar
em uma posição subordinada ao sistema político.
a) F, F, F, F
b) V, V, V, V
c) F, F, F, V
d) F, F, V, V

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e) V, F, F, V
10. (ESAF - AFC/CGU/2012) Segundo o Instituto Brasileiro de Governança
Corporativa − IBGC, governança corporativa é o sistema pelo qual as organizações
são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre
proprietários, Conselho de Administração, Diretoria e órgãos de controle. Nesse
contexto, também aponta o IBGC os seguintes princípios básicos de governança
corporativa, todos passíveis de aproveitamento no âmbito do setor público, exceto:
a) Equidade.
b) Responsabilidade Corporativa.
c) Legalidade e Legitimidade.
d) Transparência.
e) Prestação de Contas (accountability).
11. (ESAF - AFC/CGU/2012) O surgimento de um conceito como o de governança
supõe uma mudança na forma de atuar do poder público. Assinale abaixo com que
tipo de ações esta mudança está relacionada.
a) Ações que garantam, por parte do poder público, com amplo respaldo popular.
b) A definição de políticas públicas universais.
c) Modificar as relações entre o Estado e a Sociedade Civil para dividir as
responsabilidades na execução das políticas públicas.
d) Ações que permitam governar de forma cooperativa, com instituições públicas e
não públicas, participando e cooperando na definição e execução das políticas
públicas.
e) Ações que garantam o controle dos processos políticos, por parte do poder público,
com medidas periódicas de prestação de contas aos cidadãos.
12. (ESAF - AFC/CGU/2008) A noção de accountability política pressupõe o exercício
do poder político e a necessidade de que este seja controlado.
Examine os enunciados abaixo, referentes ao debate contemporâneo sobre a
accountability política e assinale a resposta certa.
1- Os pressupostos da democracia liberal representativa dão ênfase à accountability
vertical, referente às relações entre o Estado e os cidadãos.
2- A accountability horizontal tem três dimensões, a saber: informação, sanção e
prestação de contas.
3- O exercício da accountability requer mecanismos de aplicação de sanções formais.
4- A accountability horizontal é exercida dentro do Estado, por diferentes agências ou
órgãos.

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a) Todos os enunciados estão corretos.


b) Todos os enunciados estão incorretos.
c) Somente o enunciado de número 2 está incorreto.
d) Somente o enunciado de número 3 está incorreto.
e) Somente os enunciados 1 e 4 estão corretos.
13. (ESAF - AFC/CGU/2008) No debate sobre a accountability, diversos autores
reconhecem a existência, nas poliarquias contemporâneas, de mecanismos de
controle externos aos poderes Executivo, Legislativo ou Judiciário.
Examine os enunciados a seguir sobre a accountability societal e depois marque a
resposta correta.
1- A accountability societal é um mecanismo de controle não eleitoral que emprega
ferramentas institucionais e não institucionais.
2- A accountability societal se baseia na ação de múltiplas associações de cidadãos,
movimentos sociais ou mídia.
3- O objetivo da accountability societal é expor erros e falhas dos governos, trazer
novas questões para a agenda pública e influenciar decisões políticas a serem
implementadas por órgãos públicos.
4- Os agentes da accountability societal têm o direito e o poder legal, além da
capacidade institucional para aplicar sanções legais contra as transgressões dos
agentes públicos.
a) Todos os enunciados estão corretos.
b) Todos os enunciados estão incorretos.
c) Somente o enunciado de número 1 está incorreto.
d) Somente o enunciado de número 4 está incorreto.
e) Somente os enunciados 2 e 3 estão incorretos.
14. (ESAF – Analista Técnico/SUSEP/2010) Entre as principais características da
boa governança, indique a opção que não faz parte deste contexto.
a) Participação e transparência.
b) Estado de direito e responsabilidade.
c) Orientação por consenso e prestação de contas (accountability).
d) Efetividade e eficiência.
e) Garantir de forma complementar as operações da seguradora.
15. (ESAF – EPPGG/MPOG/2008) Entre os pressupostos das novas abordagens
sobre governança no setor público, destacam-se:
I. o crescimento da complexidade nas relações entre governo e sociedade;
II. a expansão da influência dos organismos internacionais e das comunidades locais
nos processos de formação, implementação e avaliação de políticas públicas;

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III. a possibilidade de existência de múltiplos modelos de governança no setor público,


ao invés de um sistema burocrático único e centralizado;
IV. a importância da teoria dos sistemas, especialmente a cibernética, como
fundamento conceitual para formulação de políticas públicas;
V. a crescente importância do papel das redes inter-organizacionais.

Estão corretas:
a) As afirmativas I, II, III, IV e V.
b) Apenas as afirmativas I, II, III e V.
c) Apenas as afirmativas I, II e III.
d) Apenas as afirmativas II, III e V.
e) Apenas as afirmativas I, II e IV.
16. (FCC – Analista de Controle/TCE PR/2011) Considere as afirmativas:
I. A Accountability horizontal requer a institucionalização de poderes para aplicação
de sanções legais em atos verificados como nocivos à gestão pública.
II. A Accountability relaciona-se ao princípio da publicidade.
III. A Governança tem um sentido amplo, denotando articulação entre Estado e
sociedade.
IV. A Governabilidade denota um conjunto essencial de atributos de um governo a fim
de executar sua gestão.
V. Há relação direta e proporcional entre a percepção dos cidadãos na avaliação
positiva de governantes agirem em função do interesse coletivo e a maior
accountability do governo.

No âmbito da esfera pública, está correto o que se afirma em


a) I, II, III e V, apenas.
b) II, III, IV e V, apenas.
c) II, III e IV, apenas.
d) I, II, III, IV e V.
e) I, III, IV e V, apenas.
17. (FCC - Analista do Ministério Público/MPE SE/2009) O conceito de
accountability liga-se a
a) prestação de contas da Administração e dos funcionários públicos perante a
sociedade.
b) mecanismos contemporâneos de elaboração das contas públicas.
c) formas de elaboração do orçamento público pautadas pela responsabilidade fiscal.

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d) sistema gerencial de controle dos gastos públicos.


e) metodologia gerencial norteamericana que inspirou a Reforma Administrativa
implementada nos anos 90 pelo Ministério da Administração Federal e Reforma do
Estado (MARE).
18. (FCC - Analista de Processos Organizacionais/BAHIAGAS/2010)
Accountability é
a) a relação de legitimidade e autoridade do Estado e do seu governo com a
sociedade.
b) o reconhecimento que tem uma ordem política, dependente das crenças e das
opiniões subjetivas, e seus princípios são justificações do direito de mandar.
c) o conjunto de mecanismos e procedimentos que levam os decisores
governamentais a prestarem contas dos resultados de suas ações, garantindo-se
maior transparência e a exposição das políticas públicas.
d) a capacidade do governo de representar os interesses de suas próprias
instituições.
e) a aquisição e centralização de poder do setor público na administração das
agências, por meio dos princípios de governança corporativa do setor privado.
19. (FCC – AFR/SEFAZ SP/2013) O conceito de Governança Pública
a) traz uma nova perspectiva para a administração pública, pois reafirma o papel do
Estado como condutor exclusivo e executor direto das políticas públicas.
b) representa uma continuidade dentro do paradigma dos modelos gerenciais de
administração pública, baseando-se nos preceitos de centralidade, hierarquia e
verticalização.
c) apresenta um novo modelo de administração pública que reduz a preocupação dos
gestores com os resultados das políticas públicas, uma vez que privilegia a sinergia
entre público e privado.
d) reflete um novo paradigma de administração pública, pois busca a ampliação da
participação de novos atores, como os agentes privados e o terceiro setor, na
formulação e gestão das políticas públicas.
e) representa uma nova abordagem para a administração pública, pois, por ser um
conceito importado do setor privado, privilegia a atuação privada na formulação e
condução das políticas públicas.
20. (FCC – Agente Técnico Administrador/MPE-AM/2013) Governança, na
Administração pública, é um
a) conjunto de condições necessárias ao exercício do poder, compreendendo a forma
de governo, as relações entre os poderes e o sistema partidário.

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b) modelo horizontal de relação entre atores públicos e privados no processo de


elaboração de políticas públicas.
c) pressuposto cujo detentor do poder público tem o dever de prestar contas, para
sua consequente responsabilização.
d) processo administrativo tipificado em planejamento, programação, orçamentação,
execução, controle e avaliação das políticas públicas, por uma entidade pública ou
privada.
e) conjunto de ações do governo que irão produzir efeitos específicos.
21. (FCC - AFTM SP/2012) Governança, no setor público,
I. é um fenômeno mais amplo que governo; abrange as instituições governamentais,
mas implica também em mecanismos informais, de caráter não governamental.
II. implica principalmente mecanismos formais, de caráter governamental, que fazem
com que as pessoas e as organizações dentro da sua área de atuação tenham uma
conduta determinada, satisfaçam suas necessidades e respondam às suas
demandas.
III. refere-se a padrões de articulação e cooperação entre atores sociais e políticos e
arranjos institucionais que coordenam e regulam transações dentro e através das
fronteiras do sistema econômico.
IV. diz respeito às condições sistêmicas e institucionais sob as quais se dá o exercício
do poder, tais como as características do sistema político, a forma de governo, as
relações entre os Poderes e o sistema de intermediação de interesses.
V. é a capacidade do governo para identificar problemas críticos e formular políticas
adequadas ao seu enfrentamento.

Está correto o que se afirma APENAS em


a) III e V.
b) I e III.
c) II, III e IV.
d) I, IV e V.
e) II, IV e V.
22. (FCC – EPP/SEPLA DR SP/2009) Governança e governabilidade são conceitos
imbricados, porém não coincidentes, a respeito dos quais é correto afirmar que
a) correspondem, ambos, à forma de atuação do Estado e da administração para a
consecução dos objetivos públicos, sendo governança, contudo, um conceito mais
restrito, na medida em não diz respeito ao denominado aparelho administrativo.
b) a crise de governabilidade está relacionada com a ideia de reforma do aparelho do
Estado, enquanto a crise de governança com a ideia de reforma do próprio Estado.

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c) correspondem, ambos, às condições políticas para a atuação administrativa, porém


governança é um conceito mais amplo, que engloba também o papel do Estado de
regulação da atividade econômica.
d) governança diz respeito aos pré-requisitos institucionais para a otimização do
desempenho administrativo, enquanto governabilidade diz respeito às condições
políticas em que se efetivam as ações administrativas, tais como legitimidade e
credibilidade.
e) governabilidade é a forma como o aparelho estatal implementa as políticas públicas
definidas pelo Governo e governança, por seu turno, corresponde ao alinhamento
dessa atuação com as condições políticas vigentes.
23. (FCC – AJ/TRE MS/2007) Considere as afirmativas abaixo.
I. É o conjunto de condições necessárias ao exercício do poder.
II. É a capacidade do governo de implementar as decisões tomadas.
III. Compreende a forma de governo, relações entre os poderes, sistema partidário e
equilíbrio entre as forças políticas de oposição e situação.
IV. Diz respeito à capacidade de decidir.
V. Envolve arranjos institucionais pelos quais a autoridade é exercida de modo a
viabilizar as condições financeiras e administrativas indispensáveis à execução das
decisões que o governo toma.

Correspondem ao conceito de governança APENAS:


a) I e II.
b) III e IV.
c) II e III.
d) II e V.
e) IV e V.
24. (FCC – AJ/TRT6/2012) O desenvolvimento da capacidade de governança
aplicada às organizações públicas foca, principalmente,
a) o desenvolvimento de estratégias de fortalecimento da burocracia profissional, por
meio da universalização dos concursos públicos, redução dos cargos comissionados
e eliminação da terceirização na administração pública.
b) as questões ligadas ao formato político-institucional dos processos decisórios, a
definição do mix apropriado do público/ privado nas políticas, a participação e a
descentralização, assim como o escopo global dos programas.
c) a reforma do regime político, reduzindo a necessidade de coalizões amplas de
sustentação do governo e aperfeiçoamento de técnicas de planejamento estratégico
na gestão dos programas ministeriais.

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d) a redução da máquina burocrática, especialmente nos níveis gerenciais,


introduzindo métodos de contratação de gestores semelhantes aos da iniciativa
privada.
e) a introdução da gestão por resultados, a redução dos níveis hierárquicos e maior
autonomia gerencial para os níveis operacionais, responsáveis pela implementação
dos programas governamentais.

No que se refere aos fundamentos da administração pública no Brasil nos últimos 30


anos, julgue o seguinte item.
25. (Cespe - Analista Judiciário/TRE-ES/2011) No modelo gerencial, a governança
constitui importante ação governamental, visto que propõe a ampliação do papel da
sociedade civil organizada e a diminuição do tamanho do Estado.
26. (Cespe - AUFC/TCU/2008) A governabilidade diz respeito às condições
sistêmicas e institucionais sob as quais se dá o exercício do poder, tais como as
características do sistema político, a forma de governo, as relações entre os poderes
e o sistema de intermediação de interesses.

É possível notar, entre muitos gestores públicos, preocupação crescente com a


sustentabilidade de suas ações e com a estrutura necessária para dar continuidade
e consolidar suas gestões. Elevar o nível de maturidade na gestão é garantir terreno
fértil para o desenvolvimento e a perenidade de práticas positivas.
Quanto ao conceito, aos modelos e aos componentes da maturidade, julgue o item.
27. (Cespe – Consultor/SEFAZ-ES/2008) Os princípios básicos que inspiram este
código das melhores práticas de governança corporativa são: transparência
(disclosure), equidade (fairness), prestação de contas (accountability) e
responsabilidade corporativa (compliance).
28. (Cespe - AUFC/AGO/2011) Governança trata do aperfeiçoamento dos conflitos
de interesses presentes em determinada sociedade quando se trata de defender
interesses.
29. (Cespe - AUFC/AGO/2011) Entre outros aspectos, a governança trata das
condições sistêmicas sob as quais se dá o exercício de poder em determinada
sociedade.
30. (Cespe – ACE/TC-DF/2012) O fato de o governador de uma unidade federativa,
incluso o DF, perder sua legitimidade democrática lhe acarreta a perda da
governança.
31. (Cespe – Técnico em Regulação/ANCINE/2012) Governança representa a
capacidade de um governo para formular e implementar suas decisões.

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32. (Cespe - AUFC/AGO/2013) Resultante da relação de legitimidade do Estado e


do seu governo com a sociedade, a governança implica a capacidade governamental
de realizar políticas e a promoção da accountability.
33. (Cespe – Analista/BACEN/2013) O governo que se orienta pelo consenso e que
busca a efetividade dos resultados com ações que contemplam a igualdade e a
inclusão adota um modelo de governança adequado, segundo os critérios clássicos
de uma boa governança.

Com relação às teorias das organizações, à administração pública e à gestão de


pessoas, julgue o item subsecutivo.
34. (Cespe – Analista/BACEN/2013) Durante a definição de um modelo de
governança, decidem-se os processos, costumes, políticas, leis, regulamentos e
instituições que regulamentarão a atuação de um governo. Esse processo de decisão
pressupõe a análise de determinados aspectos, como nível de transparência a ser
adotado na gestão, nível de responsabilização dos envolvidos e prestação de contas.

Julgue os itens a seguir, acerca de governabilidade e governança e intermediação de


interesses.
35. (Cespe – Auditor do Estado/Secont-ES/2009) Ao analisar o Estado brasileiro,
no que tange à sua administração pública, caso se verifique que não há condições
para governar em virtude da falta de legitimidade democrática, é correto afirmar que
há uma crise de governança.
36. (Cespe – Auditor do Estado/Secont-ES/2009) Caso o Estado brasileiro, com
relação à sua administração pública, possua rigidez e ineficiência da máquina
administrativa, então é correto afirmar que existem problemas com a governabilidade.
37. (Cespe – Auditor do Estado/Secont-ES/2009) Corporativismo é uma forma de
intermediação de interesses em que existe uma representação dos interesses
econômicos e profissionais em representações políticas que integram até mesmo a
própria estrutura estatal.
38. (Cespe – Auditor do Estado/Secont-ES/2009) O clientelismo configura-se pela
existência de relações comprometidas entre políticos de profissão e burocratas, que
possuem entre si lealdades pessoais e troca de vantagens na estrutura pública que
controlam, obtendo, desse modo, não só legitimação do voto, mas também apoio.

Julgue os itens a seguir, relativos às características do arranjo corporativista


brasileiro.
39. (Cespe – Técnico/IPEA/2008) O padrão corporativista brasileiro caracterizou-se
pela exclusão dos trabalhadores das arenas decisórias governamentais, ao mesmo

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tempo em que os interesses empresariais garantiram sua representação no aparelho


estatal.
40. (Cespe – Técnico/IPEA/2008) O arranjo corporativista brasileiro configurou-se
como um conjunto articulado de estruturas institucionais, com duas características
centrais: a proibição da unicidade sindical e o pluralismo de representação imposto
pelo Estado.
41. (Cespe – Técnico/IPEA/2008) Características essenciais desse modelo são: o
monopólio da representação dentro de cada categoria ocupacional, assegurado pelo
Estado por meio do reconhecimento de um sindicato por base territorial; o poder de
intervenção do Ministério do Trabalho e Emprego; uma relação institucionalizada
entre empregados e empregadores, destinada a prevenir conflitos, pela
intermediação do Estado e julgamento pela justiça trabalhista, o que colocou
obstáculos à negociação coletiva.

Segundo Nunes, existem quatro padrões institucionalizados de relações que


estruturam os laços entre sociedade e Estado no Brasil, desempenhando funções de
controle político, intermediação de interesses e alocação do fluxo de recursos
materiais disponíveis. Acerca dos temas governabilidade e governança e
intermediação de interesse, julgue os itens a seguir.
42. (Cespe – ACE/TCE-AC/2009) O clientelismo se manifesta pelos processos de
troca de favores, que determinam também uma forma de relação das lideranças
partidárias com suas bases. No entanto, o clientelismo não pode ser categorizado
como um instrumento de legitimação política.
43. (Cespe – ACE/TCE-AC/2009) O corporativismo estatal é um instrumento de
legitimação política embasado na representação de grupos funcionais produtivos e
pela adoção de uma estrutura de associações, diretamente vinculada ao Estado, no
entanto não depende dele para autorização e reconhecimento.
44. (Cespe – ACE/TCE-AC/2009) O neocorporativismo significa a integração da
classe trabalhadora organizada ao Estado capitalista, buscando incrementar o
crescimento econômico e, ainda, assegurar a harmonia em face do conflito de classe,
combinado a um sistema de bem-estar social. Diferentemente do corporativismo
estatal, associações não possuem autonomia, não são capazes de penetrar no
Estado.
45. (Cespe – ACE/TCE-AC/2009) Os altos níveis de desigualdades sociais, a
economia informal e o grau de heterogeneidade do sistema econômico, entre outros
aspectos, minimizam a acumulação de poder pela via dos pactos sociais, de modo a
garantir a governabilidade.

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Questões Comentadas de Administração Geral
Auditor Fiscal da Receita Federal
Teoria e Questões Comentadas
Prof. Herbert Almeida – Aula Extra

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