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Imagem e representação gráfica

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Rosely Sampaio Archela '

RESUMO
O presente estudo procura enfocar a importância da imagem nas representações gráficas. Procura discutir a
semíologia gráfica como um importante recurso para a cartografia. A questão da informação e da percepção visual
são colocadas como recursos que requerem um aprendizado, pois a linguagem gráfica é um sistema de signos com
significados e significantes.

PAIAv'RAS-CIH\'ES: Semiologia Gráfica, Percepção Visual, Imagem Figurativa e Simbólica.

INTRODUÇÃO Em primeiro lugar, é importante lembrar que


na medida em que o usuário deixa de ser passivo
Pesquisadores de diversas áreas do diante de uma mensagem comunicada através de
conhecimento cientifico, movídos por preocupações uma imagem, na tentativa de compreendê-la,
diferentes e por diferentes caminhos, procuram estabelece-se um processo de decodificação.
analisar tanto as imagens com conotações abstratas, Assim, uma das formas de estudo das imagens
como concretas. Neste percurso, vários refere-se a análise de seus elementos e as relações
pesquisadores vêem a imagem como um meio de entre suas partes.
comunicação entre os homens, e é sob este aspecto
que vamos considerar a imagem.
Todos os documentos, cujo suporte é a 1. A SEMIOLOGIA GRÁFICA
utilização das duas dimensões do plano que se
apresentam diante de nosso olhos a um momento A teoria da informação mostra que, quando a
qualquer, seja em um texto como ilustração, ou quantidade de informação fornecida por unidade
como um instrumento para orientar o discurso de superfície perceptiva não é muito grande a
científico através do conteúdo da informação imagem é percebida num instante, como uma
apresentada, é considerado imagem. totalidade, num rápido lance de olho sobre os
A imagem gráfica, como uma imagem detalhes subjacentes. Se, pelo contrário, a
concreta, evoluiu muito nos últimos quarenta mensagem visual é muito densa, muito complexa,
anos. Segundo Bertin (1973), a imagem gráfica a visão é levada a explorar a imagem, isto é, a
é a forma visual significativamente percebida em fixar um certo número de pontos, memorizá-los,
um só golpe de vista, em um instante de tempo até ser capaz de efetuar a integração necessária.
através da percepção. Como toda ciência, a semiologia gráfica 1
A utilização de uma imagem pode variar no desenvolveu-se a partir das dificuldades
tempo, dependendo do contexto histórico, cultural, encontradas e de constantes fracassos. Porém, o
e geográfico. É preciso considerar também, o caráter desenvolvimento desta abordagem na cartografia
relativo em relação a um momento, um meio, um coloca alguns problemas para serem resolvidos.
dado espaço, leis e regras enunciadas. Por exemplo: aumentar a precisão do relevo, é

i, Docente do Departamento de Geociências - Universidade Estadual de Londrina E-mail: roarchela@uel.br

Geografia, Londrina, v. 8, n. 1, p. 5-11, jan. / jun. 1999 5


um problema técnico de medida que não "tamanho'~ Somente esta transcrição gráfica
apresenta um limite no nível da imagem. Para permite ao leitor do mapa uma percepção
representá-lo é suficiente ampliar a folha de significativa de conjunto, sem perda de
papel, isto é aumentar o número dos ((cortes)~ informação.
O processo contrário, ou seja, aumentar o Se evidentemente, não é possível negar a
número de caracteres representados num papel importância da comunicação da informação e de
é um problema maior porque há um limite: o sua eficácia na transmissão de uma mensagem,
das propriedades da percepção visual. Cada o controle dos elementos "estéticos" é muito
caractere é uma imagem. Assim como não é trabalhoso. Reduzir a polissemia da imagem é
possível superpor várias fotografias num mesmo um cuidado constante, se quisermos realmente
filme e ao mesmo tempo, separar cada imagem, atingir o usuário, e não somente impressioná-lo.
no mapa também é praticamente impossível. Se Para os estudos da semiologia gráfica, Jacques
tentássemos, quais seriam os resultados? Este é Bertin criou em 1954, o Laboratoire de
um dos problemas da cartografia temática e um Cartographic da École Pratique des Hautes
dos objetivos da semiologia gráfica. Études, onde teve a oportunidade de aplicar os
A percepção visual dispõe de três variáveis recursos da representação gráfica em diversas
sensíveis: a variação dos sinais e as duas áreas do conhecimento, verificando assim, vários
dimensões do espaço plano. Todo sistema de domínios da sua aplicação.
informação visual comunica ao mesmo tempo as Os trabalhos desenvolvidos baseiam-se na
relações entre estas três variáveis. A estrutura e qualidade da percepção visual e
representação gráfica não é diferente, também estabelecem o padrão e qualidade da percepção
possui este poder, trabalhando unicamente ao visual e de próprias da linguagem dos
nível monossêmico 2 e racional da percepção mapas. Nesta abordagem, a representação gráfica
humana. faz parte de um sistema de sinais que os homens
Em relação à imagem figurativa e simbólica, organizaram para armazenar, compreender e
onde o signo precede sempre a palavra, a imagem comunicar as observações mediante a construção
gráfica é monossémica, pois recusa da imagem.
antecipadamente a significação ligada a um
conjunto de signos percebidos por determinado
grupo. Assim toda a interpretação, toda a 2. A LINGUAGEM DA REPRESENTAÇÃO
discussão sobre a palavra, já está por definição GRÁFICA
determinada. Sob este ponto de vista, a U""F.'-<"
é tão objetiva quanto a matemática, porque é A informação visual, para ser realmente
dedutiva a partir das definições iniciais. É uma compreendida, requer uma aprendizagem. Ela
imagem abstrata a priorí e rigorosamente não é nem natural e nem espontânea porque
codificada. A representação gráfica ocupa um possui uma linguagem própria que precisa ser
lugar especial nos domínios mais variados, apreendida.
na administração, arquitetura, urbanismo, A linguagem gráfica como um sistema de
medicina, biologia, geografia entre outros. signos gráficos é formada pelo significado
A imagem visual aceita uma grande (conceito) e significante (imagem gráfica). As três
quantidade de informações, e vários níveis de relações (similaridade/diversidade, ordem e
leitura através do agrupamento dos elementos. proporcionalidade) consistem nos significados da
Uma representação gráfica permite memorizar representação gráfica e são expressas pelas
rapidamente um grande número de informações, variáveis visuais (tamanho, valor, textura, cor,
desde que transcritas de maneira conveniente e orientação e forma), que são significantes,
ordenadas visualmente. Na construção de uma conforme a figura 1.
matriz, por exemplo, os tipos de produto e os
países produtores ocupam as duas dimensões do
plano espacial. As quantidades produzidas
podem ser lidas de forma ordenada de acordo
com as variações do branco ao preto, com a
utilização de variáveis visuais 3 "valor" e

6 Geografia, Londrina, v. 8, n. 1, p. 5-11, jan. / 1999

I
Figura 1 - Variáveis Visuais

AS DUAS
DIMENSÕES
00 PLANO

VI
;;;: TAMANHO
::>
VI
:>
VALOR

VI

W
.~
ii: GRANULAÇÃo
~
lJl
« COR

ORIENTAÇÃo

fORMA

Fonte: Bertin (1967) in: Martinelli(1991)

Os significados da imagem são os seguintes: mapas de vegetação, que representam uma


• tamanho: variação do grande, médio e realidade inexistente, ou os de hidrografia onde
pequeno; os rios são azuis, utilizados geralmente como
• valor: variação de tonalidade do branco ao ilustração em muitos livros didáticos do ensino
preto; fundamental e médio.
• granulação: variação da repartição do preto no Além disso, atualmente verificamos que há
branco onde deve-se manter a mesma uma demanda de imagens significativas. Num
proporção de preto e de branco; momento em que os dados estatísticos se
• cor: variação das cores do arco-íris, sem renovam a cada instante, não há mais lugar para
variação de tonalidade, tendo as cores a uma imagem cartográfica defasada, que
mesma intensidade. Por exemplo: usar azul, transcreve apenas o nível elementar da
vermelho e verde é usar a variável visual "cor". informação, impossibilitando as análises
O uso do azul-claro, azul médio e azul escuro combinatórias que interessam ao aluno, ao
corresponde à variável "valor". pesquisador enfim, ao cidadão. É necessário
• orientação: são as variáveis de posição entre o portanto, buscar a ({utilidade do mapa'~
vertical, o oblíquo e o horizontal. Martínelli (1994), apresenta entre as
• forma: agrupa todas as variações geométricas especificidades da cartografia temática para a
ou não. geografia e para as ciências que têm como escopo
• Elas são múltiplas e diversas. principal o bem estar da humanidade, a
A linguagem da representação gráfica 4 toma­ relevância da comunicação visuaL Uma tarefa
se bastante simples a partir do momento em que que passa pela compreensão do significado da
se descobre que a imagem pode ser transformada realidade como totalidade que envolve sociedade
e colocada em ordem e que essas transformações e natureza.
representam a forma visual de toda a reflexão. Diante desta realidade, a cartografia deve
Apesar da imagem ser um tema de interesse constituir-se em um meio lógico capaz de revelar,
de profissionais de uma gama enorme de sem ambiguidades, o conteúdo embutido na
especialidades, a prática da cartografia temática, informação mobilizada e portanto, dirigir o
particularmente na geografia, ainda permanece discurso do trabalho científico de forma
muito aquém da teoria no que tange à elaboração abrangente, esclarecedora e crítica, socializando
da imagem gráfica. e desmistificando o mapa, enaltecendo assim, a
São exemplos típicos dessa distância, os especificidade social da ciência cartográfica.

Geografia, Londrina, v. 8, n. I, p. 5-11, jan.! jun. 1999 7


A elaboração de um mapa consiste em criar utilizamos variáveis visuais que possibilitam a
tantas imagens quanto forem os componentes visualização da relação de ordem e que servem
existentes, ou seja, procedemos de maneiras para representar este tipo de informação.
diferentes segundo a natureza das questões que Finalmente, para qua.nto~ utilizamos
o usuário possa colocar, ou em outras palavras, variáveis visuais que indicam as relações de
em função da "utí!ídade do mapa ': proporcionalidade.
Enquanto suporte de informação, o mapa
possui a tripla função da comunicação lingüística:
3. ETAPAS PARA A ELABORAÇÃO DE registra, trata e comunica. O mapa é também,
REPRESENTAÇÕES GRÁFICAS uma representação que pode ser ao
mesmo tempo, um instrumento de pesquisa e
Para fazer um mapa, temos que colocar no um instrumento de comunicação para se passar
plano do papel as correspondências entre todos uma mensagem. Segundo Bertin (1986), "la
os elementos de uma mesma componente graphique" é uma metodologia de pesquisa
especial da informação e as posições ou unidades porque permite analísar um problema através de
de observação, dadas pelas coordenadas questões pertinentes.
geográficas. As dimensões x, y corresponderão As etapas seguem um raciodnio específico para
ao "onde". Identificam a posição. Para cada tema. O ponto de partida é sempre a escolha
representar o "o que?" , utilízamos variáveis de um tema. Estas etapas sucessivas de decisão para
visuais que indicam relações de diversidade/
uma intervenção consistem em três
similaridade e representam este tipo de
diferentes formas, apresentadas na figura 2.
informação. Para representar "em que ordem~

Figura 2 ~ Etapas para a elaboração de uma representação gráfica


!
ETAPAS DA DECISÃO INTERVENÇÃO GRÁFICA

Definir o problema
Análise matricial do problema (definição de
• •
Construir o quadro de dados questões)

:. Adotar uma linguagem de tratamento
• Tratamento gráfico da informação (descobrir
Tratar os dados categorizando os dados as respostas)

exaustivos

Interpretar para decidir e para comunicar os


Representação gráfica de comunicação
• •
,1:C:. ,.l.
si ~
respost. encontradas)

Fonte: Bertin, 1986


Geralmente as informações precisam ser gráfica. é o momento em que se escolhe o
tratadas antes de serem utilizadas e o tratamento tipo de representação gráfica a partir da
pode ser simples como percentagem, simplificação e análise da matriz. Como vimos
agrupamento de classes ou classificação; ou anteriormente, o primeiro passo é a construção
complexo como tipologias, tratamento por da matriz. A simplificação dos dados tem por
computador, matriz de correlação, etc. objeto aparecer as relações, ou seja, a
Uma representação gráfica sempre começa informação pesquisada. Nos problemas com mais
por uma tabela de dados ou matriz. A matriz de três componentes, a simplificação é obtida
mostra os "grupos de objetos)) e os "grupos de pela transformação da imagem levando em conta
atributos" que as relações Z constróem. Assim, a informação interna, isto é, os agrupamentos
todo o problema cartográfico pode ser tratado formados, e a informação externa ou seja, da
como sendo a transcrição de uma matriz. natureza do problema e das relações que a
O tratamento gráfico da informação informação mantém com o resto das coisas, com
corresponde à segunda forma de intervenção o todo.

8 Geografia, "JUllULJJ1",v, 8, rr, 1, p. 5-11, jarr.! jun, 1999

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A representação gráfica pode ser construída gráfica ao transcrever a informação, não utiliza o
e utilizada para reduzir uma informação signo. Utiliza apenas a relação entre os signos.
complexa e torná-la simplificada para facilitar a Segundo Santos (1990), a leitura do signo
memorização. Esta simplificação não se resume corresponde ao que Bertin chama de leitura de
a uma parte da informação mas, ao tratamento identificação externa e interna das
dos dados. É aqui que aparece a originalidade representações gráficas. Essa leitura diz respeito
da representação gráfica: podermos ver do ao título, subtítulo, escala, orientação e legenda,
conjunto ao detalhe e do detalhe ao conjunto e que devem ser expressos de modo a favorecer a
dessa forma, descobrir as questões mais compreensão imediata do mapa, evitando
pertinentes e definir novas elaborações. qualquer ambigüidade.
Ao elaborar uma representação gráfica A representação gráfica é um instrumento de
devemos levar em conta, as questões que serão reflexão que permite analisar um problema
colocadas pelo usuário. Isto porque, tanto o através de questões pertinentes, descobrir
pesquisador que elabora a representação gráfica, informações e demanda dois tempos de
quanto o usuário do mapa, ficam numa mesma percepção: 1°) que coisas os signos simplificam?
situação perceptiva diante da matriz. 2°) quais são as relações entre as coisas?
A comunicação a partir de mensagens Uma representação gráfica não é apenas uma
cartográficas é um processo monossêmico de imagem. Ela é antes de tudo uma memória
transmissão de informação. Num sistema artificial poderosa, susceptível de classificações,
monossêmico, o emissor e o receptor da de categorizações, e de manuseios diversos. Por
mensagem são atores do processo de isso a representação gráfica deve ser construída
comunicação. Eles visam um objetivo comum quantas vezes forem necessárias, até que a
que é a compreensão das relações que se informação que ela transcreve tenha revelado
estabelecem entre os signos onde a definição do todas as relações nela contidas.
signo precede sua transcrição. A leitura se dá Tanto na linguagem verbal como na linguagem
entre significados. visual, o objetivo é a comunicação da informação.
A construção do mapa a partir do sistema Assim, da mesma forma que consideramos inútil
monossêrnico de signos se deve principalmente à falar e não ser compreendido, é inútil fazer um
aplicação correta dos mesmos a cada questão mapa para não ser «visto>~ Fazer um mapa útil
transcrita visualmente. É importante observar significa dar uma resposta rápida às questões que
cuidadosamente as propriedades significativas das o leitor coloca. A expressão da linguagem visual
variáveis visuais ao mostrar as noções de diversidade! dispõe de meios diferentes daqueles utilizados
similaridade, ordem e proporcionalidade. pela linguagem verbal, mas o encaminhamento
A leitura do mapa somente pode ser feita por do pensamento, para chegar a um resultado
meio de questões implicitas ou explícitas. Estas idêntico a comunicação é a mesma: um sistema
questões são em número limitado e estão lógico de raciocínio.
diretamente ligadas as relações que existem entre Da mesma maneira que é preciso esperar que
os componentes da tabela de dados, além os impulsos sejam sucedidos para compreender
serem questões de mesma natureza: o significada da frase verbal, é preciso aguardar
a realização definitiva da imagem para apreender
• Quais são os conjuntos diferenciados (=) o conteúdo da informação representada. Como
as ordens (O) que os dados em x, ye z da o conteúdo de uma construção gráfica é
tabela constróem, e quais são as relações freqüentemente mais vasta do que uma só frase,
que estes grupos estabelecem? leva-se algum tempo para reconhecer-se todos
os detalhes da operação de compreensão do
Entretanto, a comunicação cartográfica não conjunto da informação. O conhecimento dos
se encerra no momento em que o usuário atribui detalhes secundários devem ser possíveis a partir
significado aos significantes gráficos constantes da imagem global, que resulta da adição de
da imagem. Nesse momento, o usuário procura múltiplas imagens de detalhe.
e deve obter a resposta à questão: de que coisas Um dos objetivos da IL.'1guagem visual, é a
trata essa imagem? memorização da informação comunicada.
É importante destacar que a representação Sabemos que a capacidade de memorização

Geografia, Londrina, v. 8, n. 1, p. 5-11, jan./ jun. 1999 9

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humana imediata é limitada, por isso é Na realidade, a ocupação do espaço não ocorre
interessante criar meios que facilitem o processo sem a superposição das culturas, das reservas,
mental de memorização que permitam uma dos minerais, da organização social, etc., e é
assimilação rápida das informações, e a separação importante mostrar a organização do espaço.
entre o essencial e o detalhes. Entretanto, essas relações entre os atributos,
devem ser comunicadas através de
representações gráficas que possam
4. OS NÍVEIS LEITURA ser "vísualizadas" e compreendidas pelo leitor.
A reflexão sobre o conteúdo da informação
A leitura de representações gráficas depende possibilita a pesquisa de outros elementos
da mensagem veiculada e dos objetivos de cada exteriores à explicação tornando-se uma abertura
representação. Bertin diferencia os "mapas para para um conhecimento mais aprofundado do
ver" de percepção quase imediata dos "mapas problema estudado. Além disso, a imagem
para ler'~ que requerem mais atenção. Nestes gráfica, também pode constituir em um método
sempre existem vários níveis possíveis de leitura, de ensino que ajuda o aluno a construir um
cada um dos quais coloca um ponto de vista pensamento lógico a partir de uma forma visual
diferente a respeito da informação, como que ele mesmo elabora. Esta metodologia de
especifica Joly (1990) : ensino e pesquisa em geografia pode levar os
• O nível elementar diz respeito à observação alunos e professores a:
de cada sinal ou símbolo. É um nível de análise • descobrir as bases da semiologia gráfica;
ou de inventário que responde às questões • aplicá-la à cartografia, no estudo de diversos
simples: "onde?" e "que?" ou "como?)~ temas geográficos;
• O nível de conjunto diz respeito à observação • definir com rigor os elementos cartográficos
global de todo o mapa como se o terreno fosse de cada representação gráfica;
visto de um avião ou satélite. É um nível de • descobrir as diferentes utilidades do mapa;
síntese, uma mensagem que deve corresponder • apreender o significado da realidade como
à intenção contida no título do mapa. totalidade que envolve sociedade e natureza,
• O nível médio refere-se à observação dos através uma cartografia crítica que
agrupamentos intermediários. É um nível de considera todas as relações e contradições
subdivisão ou de regionalização isto é, de divisão entre elementos do quadro físico, humano e
do território em unidades geográfIcas distintas. econômico.
Dominar a informação nos seus caracteres
gerais, nas suas divisões e suas oposições (culturas
5. MAPA EXAUSTIVO E COLEÇÃO DE a oeste, reservas e parques ao norte, minas ao
MAPAS: UMA PROPOSTA centro e ao sul), eliminar os detalhes acumulados
METODOLÓGICA PARA ENSINOI é a meta a ser alcançada. A redução da
PESQUISA EM GEOGRAFIA informação ao essencial fica por conta da
simplificação do conteúdo. A capacidade de
Geralmente, segundo Martinelli (1991), os memorização visual será uma razão convincente
autores procuram esgotar toda a informação em para simplificar os contornos pois uma forma é
um único mapa. Para isto, superpõem várias muito mais fácil de ser assimilada.
informações, dificultando a leitura. Mapas deste Considerando que a cartografia pode ser
tipo não são memorizáveis: a clareza, devido ao considerada também, uma linguagem visual
acúmulo das indicações é complexa, os signos envolvida com as leis da percepção das imagens,
são muitos e diferentes e a legenda alcança é importante que ela seja mais utilizada na
freqüentemente proporções desmedidas. geografia; que procuremos utilizá-la na
As imagens obtidas pela coleção de mapas elaboração de representações gráficas que
apresentam a divisão de grupos de um fenômeno comuniquem informações verdadeiras; que seja
e é imediatamente memorizado. Cada divisão utilizada como um recurso no ensino de
pode ser interpretada isoladamente ou de forma geografia; que possibilite apreender o significado
conjunta, a partir da visualização de todos os da realidade como totalídade que envolve
mapas da coleção, colocados num único quadro. sociedade e natureza.

10 TPn<r/"al'ta Londrina, v. 8, n. 1, p. 5-11, jan.! jun. 1999

I
NOTAS BIBLIOGRAFIA

1A semiologia gráfica desenvolvida por Jacques ARCHELA, Rosely S. Mapa: Instrumento


Bertin, tem suas raízes no estruturalismo de Comunicação e Pesquisa. São Paulo, 1993.
Ferdinand Saussure, um linguista suiço que Dissertação (Mestrado) - USP.
desenvolveu estudos de Semiologia com base BERTIN, Jacques. A Neográfica e o Tratamento
Gráfico da Informação. Tradução de Célia Maria
na Teoria Geral dos Signos no final do século
Westphalen. Curitiba, Universidade Federal, 1986.
passado. Após sua morte, em 1913, por volta BERTIN, Jacques; GIMENO, Roberto. A lição de
da década de .50, pesquisadores de diferentes Cartografia na escola elementar. Boletim Goiano
países - franceses, búlgaros, italianos de GeografJa, v.2, n.l, p. 35-36, jan/jun, 1982.
iniciaram uma verdadeira corrida no sentido BERTIN, Jacques. Semiologia Graphique. Paris,
de transpor os esquemas e conceitos de Mouton, 1973.
linguistica para os demais sistemas de signos BERTIN, Jacques. La Graphique ef le ll:aitement
daí resultando em conceitos dualísticos ou GrapllÍque de l'wonnation. Paris, Flamarion, 1977.
dicotomizados tais como, significante! BONIN, Serge. Initiation a la graphique. Paris, EPI,
1975. cap.2.
significado, denotação/conotação, língua!
JOLY, Fernand. A Cartografia. TIadução de Tânia
palavra (fala) paradigma/sintagma. Pelegrini. Campinas, Papiros, 1990.
2 Palavras ou expressões que remetem a um
LAULAN -THIBAULT, Anne-Marie. Imagem e
mesmo sentido. O signo monossêmico é Comunicação. São Paulo, Melhoramentos, 1976,
fechado, impede uma leitura plural. Cada hoje e amanhã).
significado corresponde a um único MAKl1NELLI, Marcello. Cartografia Ambiental: Uma
significante. Caltografia Diferente? Revista do Departamento de
3 Ver fig.1 VARIÁVEIS VISUAIS Geografia da USp,V.7,p.61-80, 1994.
4 A linguagem da representação gráfica também - - - . Curso de Cartografia Temática. São Paulo,
Contexto, 1991.
pode ser designada pela expressão sistema
RIMBERT, S. Leçons de cartographie thématique.
gráfico de signos (Sfu~TOS, 1990); ou por Societé Déition D' ensignement Supérieur. 5,
neográfica, como sugerem alguns autores de Place de la Sorbone, Paris. 1968.
língua portuguesa. Adotamos a expressão SANCHEZ, Miguel C. Conteúdo e eficácia da
representação gráfica, tendo em vista que a Imagem Gráfica. Boletim de Geopgrafí'a Teorética.
maioria dos textos traduzidos para o português Rio Claro, v.ll,n.22, p.74-81, 1981.
utilizam esta tradução para a expressão "la SANTOS, Márcia M.D. dos. O Sistema Gráflco de
grafique'~ Signos e a Construção de Mapas Temáticos por
Escolares. Rio Claro, 1990. Dissertação
(Mestrado) - UNESP.
TEIXEIRA NETO, Antonio. Imagem ... e Imagens.
Boletim Goiano de Geografia. Goiânia, v.2, n. 1,
p.123-135,1982.

Geografia, Londrina, v. 8, n, 1, p. 5-11, jarr.1 jun. 1999 11

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