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16/01/2018 02h00
Após passar nove meses discutindo o que resultou no maior acordo da Operação Lava Jato, os advogados da Odebrecht vão ter de
enfrentar mais negociações: só em São Paulo a empresa terá de fazer 30 acordos para se livrar de processos por ter subornado
políticos e agentes públicos para obter contratos do Metrô, da Dersa e da Prefeitura de São Paulo, entre outros.
Isso ocorre porque promotores do Ministério Público de São Paulo se recusaram a endossar o acordo de leniência que a Odebrecht
assinou com a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, como a Folha revelou em setembro do ano passado. Acordo de leniência é uma
espécie de delação para empresas.
Sem endossar esse acordo, os promotores ficariam sem acesso às provas apresentados pela Odebrecht. A solução foi fazer acordos
para cada um dos temas que era investigado pelos promotores e sobre os quais a empresa havia revelado ilegalidades no acordo de
Curitiba.
Os promotores de São Paulo avaliam que o acordo da Odebrecht contém ilegalidades, como a falta de adesão da CGU (Controladoria-
Geral da União) e da AGU (Advocacia-Geral da União), prevista em lei. A empresa está negociando com esses órgãos.
O temor dos promotores era de que todo o material que eles recebessem da Lava Jato fosse considerado prova ilícita por conta desses
buracos no acordo.
Como a Odebrecht aceitou a proposta de discutir novos acordos em São Paulo e entregar as provas que apresentou aos procuradores
de Curitiba, o risco de tudo acabar em nulidade não existe mais, na visão dos promotores.
Devido ao risco de prescrição, o primeiro desses acordos foi assinado no final de dezembro. Nele, a Odebrecht diz ter pago R$ 21,2
milhões ao ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), via caixa dois, entre 2008 e 2014. O ex-prefeito nega que tenha recebido valores ilícitos.
Para não ser processada por improbidade, a Odebrecht aceitou pagar uma multa de R$ 35 milhões para encerrar quatro investigações.
Os promotores querem que Kassab, atualmente ministro de Ciência e Tecnologia, devolva R$ 85 milhões.
A Odebrecht diz que o dinheiro da multa saíra dos R$ 8,5 bilhões que a empresa acertou no acordo fechado com procuradores da Lava
Jato e homologado posteriormente pelo juiz Sergio Moro.
Os acordos que estão em discussão na Promotoria do Patrimônio Público envolvem o pagamento de suborno em obras como a do
Rodoanel, as linhas 2-verde, 5-lilás e 6-laranja do Metrô, o estádio do Corinthians e contribuições via caixa dois para as campanhas de
políticos como o senador "[José Serra]":http://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/01/1949154-delator-da-odebrecht-aponta-caixa-2-e-
propina-de-r-524-milhoes-a-serra.shtml(PSDB-SP), o ex-prefeito (PT) e o ex-deputado (PDT-SP).
ACORDO PARALELO
Odebrecht e Promotoria firmaram compromisso
RESISTÊNCIA
Os promotores de São Paulo decidiram não aderir ao compromisso firmado pela Odebrecht com a equipe da Lava Jato em Curitiba e
procuraram fechar acordos próprios com a empresa
SOLUÇÃO
Em dezembro, a Promotoria anunciou um acordo paralelo em que a Odebrecht se comprometeu a ressarcir o Estado por
irregularidades. A Justiça ainda precisaria homologar esses compromissos
RESULTADO
Foram protocoladas quatro ações de improbidade em São Paulo com base nesse acordo, em que a empresa se comprometeu a
devolver recursos. Os prazos para pagamento são de até 22 anos
PENAS
Se condenados, os réus podem perder função pública ou ser obrigados a ressarcir os cofres públicos
R$ 35 milhões
é o valor que a Odebrecht se comprometeu a devolver nas quatro ações protocoladas
Endereço da página:
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/01/1950735-odebrecht-negocia-mais-30-acordos-em-sao-paulo.shtml
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contratos
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2017/12/1944386-odebrecht-confessa-cartel-durante-governos-tucanos.shtml
recusaram
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2017/09/1921432-ministerio-publico-de-sao-paulo-rejeita-acordo-com-odebrecht.shtml
diz
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2017/12/1944517-odebrecht-fecha-acordo-para-ressarcir-prefeitura-de-sao-paulo.shtml
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