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Lei 9.

099, de 26 de setembro de 1995

Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá outras pro-


vidências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso Nacio-
nal decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
Disposições Gerais

Art. 1º – Os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, órgãos da Justiça Or-


dinária, serão criados pela União, no Distrito Federal e nos Territórios,
e pelos Estados, para conciliação, processo, julgamento e execução,
nas causas de sua competência.

1. Regulamentação em razão de determinação constitucional: a Lei 9.099/95


regulamenta os Juizados Especiais Cíveis e Criminais no âmbito da Justiça
Estadual, tendo sido elaborada em decorrência do que estabelece o art.
98, I, CF.

2. Criação dos Juizados Especiais no âmbito da Justiça Federal: em razão


das dúvidas que surgiram à época, em relação a uma eventual interpreta-
ção extensiva para fins de aplicação à jurisdição federal, adveio a Emen-
da Constitucional nº 22/1999, acrescentando, ao referido art. 98, o pará-
grafo único (posteriormente modificado pela EC nº 45/2004, que inseriu
os §§ 1º e 2º) disciplinando que lei federal disporia sobre a criação dos
Juizados Especiais no âmbito da Justiça Federal. Editou-se, assim, a Lei
10.259/2001.

3. Coincidência: as leis de regência dos Juizados Especiais Estaduais e Fede-


rais consignam, no art. 3º, as matérias que são de sua competência.

4. Atenção – Norma de natureza processual: a Lei 9.099/95 é norma de na-


tureza processual (portanto, com aplicação subsidiária das normas pro-
cessuais inseridas no CPC) com origem constitucional, jamais podendo ser
tratada como uma mera norma procedimental.

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Maurício Ferreira Cunha

Art. 2º – O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simpli-


cidade, informalidade, economia processual e celeridade, buscando,
sempre que possível, a conciliação ou a transação.

1. Oralidade: princípio ligado a outros dois, quais sejam, o da concentração


(pressupondo que os atos processuais nas audiências sejam os mais con-
centrados possíveis) e o da imediatidade (preconiza que o juiz deve proce-
der diretamente à colheita das provas), e que visa assegurar a solução das
demandas de uma forma mais ágil e mais equitativa, sendo autorizado,
inclusive, que a postulação das partes se dê de modo direto e oral (redu-
zido a termo, de modo sucinto, porém, pelo serventuário da justiça – art.
14, da lei de regência). Sua adoção decorre de determinação constitucio-
nal (art. 98, I), sendo que nas fases conciliatória, instrutória e decisória, a
oralidade demonstra evidente repercussão, principalmente na sessão de
conciliação, oportunidade em que há contato direto entre os litigantes e o
conciliador, estabelecendo-se o debate sobre as questões controvertidas,
através da palavra oral pronunciada, tudo, evidentemente, para fins de se
chegar a um consenso. É da oralidade em seu aspecto maior que surge o
procedimento verdadeiramente sumaríssimo.

→ Aplicação em concursos
• Analista/TJRJ 2009 – CESPE
“Em relação aos JECs, o legislador reconheceu o princípio da oralidade como
norteador do procedimento e, para a verificação da competência, conside-
rou que o valor da causa deve corresponder ao benefício econômico que o
autor poderia experimentar, no caso de procedência do pedido.”
A afirmativa está correta.

2. Simplicidade: princípio diretamente relacionado aos demais e que preco-


niza a ideia de que o desenvolvimento do processo deve se dar de maneira
facilitada, liberto do formalismo.

3. Informalidade: princípio que busca tornar o procedimento especial menos


complicado, mais simples, decorrente do fato de a Lei Especializada ter insti-
tuído um sistema apartado dos elevados custos e da demora na solução dos
conflitos, obstáculos presentes no processo tradicional e que constituem
causa de agravamento da litigiosidade e da total falta de credibilidade na
atuação da Justiça. Exemplos: a simplificação do pedido inicial, sem as exi-
gências formais ditadas pelos arts. 282 e 283, CPC (art. 14); a prática de atos

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Lei 9.099, de 26 de setembro de 1995

processuais em outras comarcas (art. 13, § 2º); a facilitação dos modos de


comunicação processual (conforme indicam os arts.18 e 19), dentre outros.
→ Aplicação em concursos
• Juiz de Direito/PR 2008 – FAE
“Nos Juizados Especiais o processo orientar-se-á pelos critérios da oralida-
de, simplicidade, formalidade, economia processual e celeridade, buscando,
sempre que possível, a conciliação ou transação.”
A afirmativa está errada. O erro está na palavra “formalidade”.

4. Economia Processual: princípio que caracteriza-se pela obtenção, em ju-


ízo, do máximo resultado com o mínimo de esforço. Exemplos: as regras
que disciplinam a postulação do autor e a resposta do réu (arts. 14, 30 e
31); a previsão de utilização da liberdade das formas (art. 13); o ofereci-
mento da peça de resposta na audiência de instrução e julgamento (arts.
27 e 30), dentre outros.
→ Aplicação em concursos
• Juiz de Direito/MS 2008 – FGV
“À luz do princípio da economia processual, os atos processuais serão válidos
sempre que preencherem as finalidades a que se propõem.”
A afirmativa está errada. O princípio em questão é o da instrumentalidade
das formas

5. Celeridade: trata-se de princípio fundamental para que o objetivo de


proporcionar, aos jurisdicionados, principalmente aos hipossuficientes, a
pronta tutela jurisdicional, seja plenamente alcançado.
→ Aplicação em concursos
• Defensor Público/SP 2009 – FCC
“Conforme estabelece o artigo 2º da Lei dos Juizados Especiais (Lei nº 9.099/95),
os processos nela fundados devem ser orientados pelos critérios da oralidade,
simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade. Decorrem des-
ses princípios e da Lei nº 9.099/95, as seguintes assertivas, EXCETO:
a) é vedada a intervenção de terceiro nas modalidades de assistência simples,
oposição, nomeação à autoria, denunciação da lide ou chamamento ao pro-
cesso, mas é admitido o litisconsórcio e a assistência litisconsorcial.
b) os embargos de declaração e o recurso inominado são os únicos meios de
impugnação da sentença proferida nas ações de competência do juizado es-
pecial.

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Maurício Ferreira Cunha

c) o autor pode formular pedido genérico quando não for possível, no momen-
to da propositura, determinar a extensão da obrigação.
d) em sede de juizado especial, é possível a instrução da causa ser dirigida por
juiz leigo, mas sob a supervisão do juiz togado.
e) nas causas em que o Código de Processo Civil estabelece a obrigatoriedade
do procedimento sumário independentemente do valor, o autor pode fazer
opção entre esse procedimento sumário e o regulado pela Lei nº 9.099/95,
ainda que ultrapassem 40 salários mínimos.”
A alternativa correta é a letra “a”. O art. 10 deixa claro que qualquer for-
ma de intervenção de terceiro não será admitida, nem de assistência. As
demais alternativas estão corretas e decorrem, diretamente, dos princípios
mencionados no art. 2º.

CAPÍTULO II
DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS
Art. 3º – O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação,
processo e julgamento das causas cíveis de menor complexidade, as-
sim consideradas:
I – as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário míni-
mo;
II – as enumeradas no art. 275, inciso II, do Código de Processo Civil;
III – a ação de despejo para uso próprio;
IV – as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não excedente
ao fixado no inciso I deste artigo.
§ 1º Compete ao Juizado Especial promover a execução:
I – dos seus julgados;
II – dos títulos executivos extrajudiciais, no valor de até quarenta
vezes o salário mínimo, observado o disposto no § 1º do art. 8º desta
Lei.
§ 2º – Ficam excluídas da competência do Juizado Especial as causas
de natureza alimentar, falimentar, fiscal e de interesse da Fazenda
Pública, e também as relativas a acidentes de trabalho, a resíduos
e ao estado e capacidade das pessoas, ainda que de cunho patrimo-
nial.
§ 3º – A opção pelo procedimento previsto nesta Lei importará em re-
núncia ao crédito excedente ao limite estabelecido neste artigo, excetu-
ada a hipótese de conciliação.

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Lei 9.099, de 26 de setembro de 1995

1. Pequeno valor e menor complexidade: a Lei 9.099/95 prescreveu pro-


fundas e significativas inovações, levando para o conhecimento, na esfe-
ra cível, não apenas as causas de “pequeno valor”, mas as demandas de
“menor complexidade” que, segundo o art. 3º, são identificadas pelo valor
(inciso I) e pela matéria (incisos II a IV).
► STF
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. PULSOS ALÉM
DA FRANQUIA. JUIZADO ESPECIAL. COMPETÊNCIA. RELAÇÃO DE CON-
SUMO. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. O Supremo Tribunal Federal
fixou entendimento no sentido de que “em se tratando de demanda
que se resolve pela análise de matéria exclusivamente de direito, a
dispensar instrução complexa, cabível seu processamento no Juizado
Especial. Reveste-se de natureza infraconstitucional a matéria relacio-
nada à relação de consumo e ao equilíbrio econômico-financeiro do
contrato de concessão [RE n. 571.572]. Agravo regimental a que se nega
provimento (AI 668543 AgR/BA, rel. Min. Eros Grau, 2 T., j. 23.6.2009).

► FONAJE
Enunciado 54 – A menor complexidade da causa para a fixação da com-
petência é aferida pelo objeto da prova e não em face do direito mate-
rial.

Enunciado 69 – As ações envolvendo danos morais não constituem, por


si só, matéria complexa.

Enunciado 70 – As ações nas quais se discute a ilegalidade de juros não


são complexas para o fim de fixação da competência dos Juizados Espe-
ciais, exceto quando exigirem prova pericial contábil.

► Atenção: TEMA BASTANTE COBRADO EM CONCURSO !

2. Ampliação da competência cível: ampliou-se, ainda mais, a competência


cível dos Juizados Especiais quando autorizada, nos incisos I e II, do § 1º,
a promoção das execuções dos seus julgados e dos títulos executivos ex-
trajudiciais no valor de até 40 (quarenta) vezes o salário mínimo (arts. 52
e 53).
► STJ
PROCESSO CIVIL. COMPETÊNCIA CONCORRENTE. Nada importa que a
causa esteja na alçada do Juizado Especial Estadual Cível; o autor pode

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Maurício Ferreira Cunha

propô-la no Juízo Comum porque a competência é concorrente. Con-


flito conhecido para declarar competente o Juízo de Direito da 4ª Vara
Cível da Comarca de Uberaba, MG (CC 90218/MG, rel. Min. Ari Pargen-
dler, 2ª S. DJ 10.12.2007).

► FONAJE
Enunciado 1 – O exercício de ação no Juizado Especial é facultativo para
o autor.

Enunciado 9 – O condomínio residencial poderá propor ação no Juizado


Especial, nas hipóteses do art. 275, inciso II, item b, do Código de Pro-
cesso Civil.

Enunciado 30 – É taxativo o elenco das causas previstas no art. 3º da Lei


9.099/1995.

Enunciado 87 – A Lei 10.259/2001 não altera o limite da alçada previsto


no artigo 3º, inciso I, da Lei 9.099/1995.

→ Aplicação em concursos
• Analista/TJRJ 2009 – CESPE
“Compete ao JEC a liquidação e execução de seus próprios julgados, des-
de que o valor a ser liquidado ou executado não seja superior a 40 salários
mínimos. Nessa situação, o título executivo judicial deverá ser processado
perante o juízo cível a quem couber por distribuição aleatória.”
A afirmativa está errada, pois não é admissível a sentença condenatória
por quantia ilíquida, mesmo que genérico o pedido (art. 38), sem contar
que nenhuma exceção é feita em relação ao foro competente para a execu-
ção de seus próprios julgados.

• Analista/TJRJ 2009 – CESPE


“É da competência absoluta do JEC o julgamento de causa que não exceda
quarenta salários mínimos e cuja prova não dependa de conhecimentos téc-
nicos que exijam perícia.”
A afirmativa está errada, vez que é facultado ao autor demandar nos Jui-
zados ou em Vara Comum, diferentemente do que ocorre com os Juizados
Especiais Federais.

• Juiz de Direito/MS 2008 – FGV


“Incluem-se na competência dos Juizados Especiais Cíveis:
a) causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo e ações pos-
sessórias sobre bens imóveis sem qualquer limitação de valor da causa.

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Lei 9.099, de 26 de setembro de 1995

b) ação de despejo para uso próprio e causas enumeradas no art. 275, I, do CPC.
c) causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo e ação de
despejo para uso próprio.
d) causas enumeradas no art. 275, II, do CPC e ações possessórias sobre bens
imóveis de valor excedente a quarenta salários mínimos.
e) causas enumeradas no art. 275, I, do CPC e ações possessórias sobre bens
imóveis de valor não excedente a vinte salários mínimos.”
A alternativa correta é a letra “c”.

• Juiz de Direito/PR 2008 – FAE


“O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo e jul-
gamento das causas cíveis de menor complexidade, assim consideradas as
causas cujo valor não a sessenta vezes o salário mínimo.”
A afirmativa está errada. Como se sabe, na Justiça Estadual, o valor de
alçada não pode superar quarenta vezes o salário mínimo.

3. Competência em razão da matéria do art. 275, II, CPC: diz respeito às


causas de menor complexidade que envolvam o arrendamento rural e a
parceria agrícola; a cobrança em face do condômino; o ressarcimento por
danos em prédio urbano ou rústico e por danos causados em veículos; a
cobrança de seguro, advindos de acidente de veículos; a cobrança de ho-
norários de profissionais liberais.

4. Ação de despejo para uso próprio: compreende aquela ajuizada pelo


proprietário (abrange o promissário comprador ou cessionário) do imóvel
locado, para seu uso ou de seu cônjuge ou companheiro, ou para uso resi-
dencial de ascendente ou descente.

► STF
Súmula 175 – Admite-se a retomada de imóvel alugado para uso de filho
que vai contrair matrimônio.

► FONAJE
Enunciado 4 – Nos Juizados Especiais só se admite a ação de despejo
prevista no art. 47, inciso III, da Lei 8.245/1991.

Enunciado 58 – As causas cíveis enumeradas no art. 275, II, do CPC ad-


mitem condenação superior a 40 salários mínimos e sua respectiva exe-
cução, no próprio Juizado.

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Maurício Ferreira Cunha

→ Aplicação em concursos
• Defensor Público/RS 2011 – FCC
“O Juizado Especial Cível não tem competência para as ações de despejo para
uso próprio.”
A afirmativa está errada. A competência para a apreciação das ações de
despejo para uso próprio tem previsão legal (art. 3º, III).

• Juiz de Direito/SC 2010 – TJSC


“Sobre os Juizados Especiais Cíveis, assinale a alternativa correta: I. Podem
processar-se, dentre outras, ações de despejo para uso próprio, de indeniza-
ção por acidentes de veículos de via terrestre, de cobrança ao condômino de
quaisquer quantias devidas ao condômino.”
A afirmativa está correta.

• Juiz de Direito/SP 2007 – VUNESP


“O Juizado Especial Cível possui competência para processamento das causas
cíveis de menor complexidade, cujo valor não exceda a 40 salários mínimos,
abrangendo aquelas enumeradas no art. 275, inc. I, do Código de Processo
Civil, também a ação de despejo para uso próprio e de seu companheiro.”
A afirmativa está errada. As causas abrangidas no artigo 275, do CPC, es-
tão no inciso “II”, e não no inciso “I”.

5. Sanção penal para o caso de imóvel reclamado e não utilizado dentro do


prazo legal: a Lei 8.245/91 (locações de imóveis urbanos e os procedimen-
tos e elas pertinentes) prevê, conforme reza o inciso II, do art. 44, pena
de três meses a um ano de detenção, caso o imóvel reclamado nos fins
do pedido de despejo não seja utilizado dentro de 180 (cento e oitenta)
dias, a contar da entrega do imóvel, ou utilizando-o, não o faça pelo tempo
mínimo de 1 (um) ano, a contar da data da ocupação.
6. Aplicabilidade de multa para o caso de imóvel reclamado e não utilizado
dentro do prazo legal: através de ação de cobrança, o ex-locatário poderá
pleitear, a teor do que prevê o parágrafo único, do art. 44, “multa equiva-
lente a um mínimo de doze e máximo de vinte e quatro meses do valor do
último aluguel atualizado ou do que esteja sendo cobrado do novo locatá-
rio, se realugado o imóvel”.
7. Atenção – Retomada para uso próprio e valor da causa: o manejo da ação
de retomada para uso próprio, em sede de Juizados Especiais, não se res-
tringe ao valor da causa, vez que o pedido pode ser superior ao valor de al-
çada (quarenta salários mínimos), até porque a pretensão tem por objeto

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Lei 9.099, de 26 de setembro de 1995

a retomada de imóvel e não a condenação em dinheiro (pleiteia-se coisa/


objeto e não crédito).
→ Aplicação em concursos
• Analista/TJRJ 2009 – CESPE
“Uma ação de despejo por falta de pagamento de aluguéis pode ser propos-
ta perante o JEC, desde que o valor da causa não seja superior a quarenta
salários mínimos.”
A afirmativa está errada. Na ação de despejo para uso próprio, os Juizados
Especiais terão competência para o seu julgamento, independentemente
do valor.

8. Demandas regidas por procedimentos especiais: a rigor, não podem ser


processadas nos Juizados Especiais, exceto as possessórias sobre imóveis,
observando-se o valor de alçada.
► FONAJE
Enunciado 8 – As ações cíveis sujeitas aos procedimentos especiais não
são admissíveis nos Juizados Especiais.

→ Aplicação em concursos
• Juiz de Direito/MS 2010 – FCC
• “As causas cíveis de menor complexidade cuja competência para conciliação,
processo e julgamento estão afetas aos Juizados Especiais Cíveis são, entre
outras, as ações
a) cujo valor não exceda a sessenta vezes o salário mínimo.
b) de despejo em geral.
c) de natureza alimentar.
d) relativas ao estado e à capacidade das pessoas, desde que de cunho
patrimonial.
e) possessórias sobre bens imóveis de valor não excedente a quarenta vezes o
salário mínimo.”
A alternativa correta é a letra “e”.

9. Valor da causa nas demandas possessórias: o entendimento mais razoá-


vel é o de que o valor da causa deve ser fixado levando em consideração
o real conteúdo econômico perseguido pela parte autora, computando o
preço da posse, bem como os eventuais prejuízos decorrentes do esbulho,
da turbação ou da ameaça.

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Maurício Ferreira Cunha

→ Aplicação em concursos
• Defensor Público/CE 2007 – CESPE
“Nos JECs, o valor da causa, para verificação da competência, corresponderá
ao valor do objeto do pedido.”
A afirmativa está correta.

10. Causas excluídas da competência dos Juizados Especiais: conforme dis-


põe o § 2º, as justificativas para tanto se assentam: a) na necessidade de
certas provas, logicamente além da oral e documental, nas causas alimen-
tares; b) na complexidade do processo falimentar; c) nos interesses da
Fazenda Pública, especialmente em matéria fiscal; d) na imprescindibilida-
de da prova pericial nas ações acidentárias; e) no julgamento consciente,
quando versem sobre resíduos ou estado e capacidade das pessoas, nota-
damente diante da necessidade de real amadurecimento das causas.
→ Aplicação em concursos
• Defensor Público/SE 2005 – CESPE
“Os direitos indisponíveis não podem ser discutidos no Juizado Especial Cível,
uma vez que o interesse público exige a discussão deles por meio de procedi-
mentos em que é possível produzir provas de maior complexidade.”
A afirmativa está correta.

• Juiz de Direito/PR 2010 – PUC/PR


“Incluem-se na competência dos Juizados Especiais Cíveis as causas de natu-
reza alimentar não excedentes a 40 (quarenta) salários mínimos.”
A afirmativa está errada. As causas de natureza alimentar são expressa-
mente excluídas da competência dos Juizados Especiais Cíveis.

• Promotor de Justiça/PE 2008 – FCC


“Nos Juizados Especiais Cíveis: b) podem ser ajuizadas causas relativas ao
estado e capacidade das pessoas, desde que de cunho patrimonial.”
A afirmativa está errada, pois as causas relativas ao estado e capacidade
das pessoas, ainda que de cunho patrimonial, são legalmente vedadas.

11. Renúncia ao crédito excedente: em casos cujo valor auferido à causa seja
superior a 40 (quarenta) salários mínimos, entende-se que estará o au-
tor, tacitamente, renunciando ao crédito excedente. Todavia, se houver
concordância da parte adversa, através da conciliação, em pagar-lhe valor
superior, este restará homologado e servirá de parâmetro em eventual
cumprimento de sentença.

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Lei 9.099, de 26 de setembro de 1995

→ Aplicação em concursos
• Defensor Público/CE 2007 – CESPE
“Se o autor atribuir à causa valor superior ao de alçada, o juiz deverá, liminar-
mente, indeferir a petição inicial, reconhecendo a incompetência absoluta
do JEC, e declarar extinto o processo sem resolução de mérito.”
A afirmativa está errada, pois a opção pelos Juizados Especiais implica em
renúncia ao crédito excedente ao limite estabelecido no art. 3º, p. 3º.

• Juiz de Direito/PR 2008 – FAE


“A opção pelo procedimento dos Juizados Especiais importará em renúncia
ao crédito excedente ao limite legal estabelecido, excetuada a hipótese de
conciliação.”
A afirmativa está correta.

• Juiz de Direito/SP 2007 – VUNESP


“Na hipótese de conciliação, a opção pelo procedimento previsto nesta lei
importará em renúncia ao crédito excedente a 40 vezes o salário mínimo.”
A afirmativa está errada. A legislação dispõe que a opção pelo procedimen-
to previsto na Lei 9.099/95 importa em renúncia ao crédito excedente ao
limite estabelecido neste artigo, excetuada a hipótese de conciliação.

12. Atenção – Conflito de competência entre Juízo de Direito Comum e Jui-


zado Especial: o posicionamento do STF é no sentido de que compete
ao Tribunal de Justiça ou ao Tribunal Regional Federal dirimir o referido
conflito, pois ambos os Juízes (Comum e Juizado) estão vinculados ao res-
pectivo tribunal. Assim, ao STJ, nos termos do art. 105, I, letra “d”, CF, fica
reservada a competência para análise dos litígios que envolvam tribunais
distintos ou juízes vinculados a tribunais diversos. Já na hipótese do con-
flito de competência entre Juízes do próprio Juizado Especial, a compe-
tência para dirimir o conflito será da Turma Recursal.

► FONAJE
Enunciado 91 – O conflito de competência entre juízes de Juizados Es-
peciais vinculados à mesma Turma Recursal será decidido por esta. Ine-
xistindo tal vinculação, será decidido pela Turma Recursal para a qual
for distribuído.

13. Atenção – STF e a “inadmissibilidade” do mandado de segurança con-


tra decisões interlocutórias – STJ e a “admissibilidade” do mandado de
segurança:

21
Maurício Ferreira Cunha

O STF entendeu, no RE 576847/BA, cujo relator foi o Min. Eros Grau,


pela inadmissibilidade da impetração do mandado de segurança das
decisões interlocutórias, em virtude de atentar contra o princípio da
celeridade. O fundamento é o de que, pelo fato de não haver preclusão,
as decisões interlocutórias possam ser impugnadas quando da interpo-
sição do “recurso inominado” em face das sentenças então prolatadas.
Decidiu, ainda, no HC 99010/SP, que a competência originária do STJ
para julgar mandado de segurança está definida “numerus clausus” em
sede constitucional.

O STJ, por sua vez, entendeu de forma diversa e, através da Súmula 376,
assentou o entendimento de que compete às Turmas Recursais proces-
sar e julgar o mandado de segurança impetrado contra ato do magis-
trado em exercício no Juizado Especial, assim como do Juiz da própria
Turma Recursal.

► STF
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSO CIVIL. REPERCUSSÃO GERAL RE-
CONHECIDA. MANDADO DE SEGURANÇA. CABIMENTO. DECISÃO LIMINAR
NOS JUIZADOS ESPECIAIS. LEI N. 9.099/95. art. 5º, lv da constituição
do Brasil. PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA AMPLA DEFESA. AUSÊNCIA
DE VIOLAÇÃO. 1. Não cabe mandado de segurança das decisões interlo-
cutórias exaradas em processos submetidos ao rito da Lei n. 9.099/95.
2. A Lei n. 9.099/95 está voltada à promoção de celeridade no proces-
samento e julgamento de causas cíveis de complexidade menor. Daí
ter consagrado a regra da irrecorribilidade das decisões interlocutórias,
inarredável. 3. Não cabe, nos casos por ela abrangidos, aplicação subsidi-
ária do Código de Processo Civil, sob a forma do agravo de instrumento,
ou o uso do instituto do mandado de segurança. 4. Não há afronta ao
princípio constitucional da ampla defesa (art. 5º, LV da CB), vez que deci-
sões interlocutórias podem ser impugnadas quando da interposição de
recurso inominado. Recurso extraordinário a que se nega provimento (RE
576847/BA, rel. Min. Eros Grau, j. 20.5.2009).

A competência originária do STJ para julgar mandado de segurança está


definida, numerus clausus, no art. 105, I, b, da Constituição do Brasil.
O STJ não é competente para julgar mandado de segurança impetra-
do contra atos de outros tribunais ou dos seus respectivos órgãos (HC
99010/SP, rel. Min. Eros Grau, j. 15.9.2009).

► STJ
Súmula 376 – Compete à Turma Recursal processar e julgar o mandado
de segurança contra ato de Juizado Especial.

22
Lei 9.099, de 26 de setembro de 1995

► FONAJE
Enunciado 62 – Cabe exclusivamente às Turmas Recursais conhecer e
julgar o mandado de segurança e o habeas corpus impetrados em face
de atos judiciais oriundos dos Juizados Especiais.

Art. 4º – É competente, para as causas previstas nesta Lei, o Juizado


do foro:
I – do domicílio do réu ou a critério do autor, do local onde aquele
exercer atividades profissionais ou econômicas ou mantenha estabele-
cimento, filial, agência, sucursal ou escritório;
II – do lugar onde a obrigação deva ser satisfeita;
III – do domicílio do autor ou do local do ato ou fato, nas ações para
reparação de dano de qualquer natureza.
Parágrafo único – Em qualquer hipótese, poderá a ação ser proposta
no foro previsto no inciso I deste artigo.

1. Regras gerais: estabeleceu-se um foro comum (domicílio do réu, tal qual


estabelece o caput do art. 94, CPC) seguido de regras instituidoras de foros
especiais, oferecendo mais opções ao autor.

2. Foro competente para as ações de reparação de dano de qualquer natu-


reza: em relação ao inciso III, a competência dos Juizados Especiais para
as ações indenizatórias de dano de qualquer natureza apresenta uma du-
alidade de foros concorrentes, uma vez que se faculta ao autor a opção de
ajuizar a demanda no foro de seu domicílio, ou no local do ato ou do fato.
Nada impede, porém, a propositura da demanda no foro do domicílio do
réu, conforme inciso I.

► TJDFT
PROCESSUAL CIVIL. REPARAÇÃO DE DANOS. COMPETÊNCIA. DOMICÍLIO
DO AUTOR. Na forma do art. 4º, III, da Lei 9.099/95 é competente o
foro do domicílio do autor ou do local do fato para a propositura de
ação de reparação de danos (TJDFT – 2ª Turma Recursal dos Juizados
Especiais Cíveis e Criminais – ACJ nº 2007.01.1.154251-9 – j. 13.5.2008).

► FONAJE
Enunciado 89 – A incompetência territorial pode ser reconhecida de ofí-
cio no sistema de juizados especiais cíveis.

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Maurício Ferreira Cunha

→ Aplicação em concursos
• Juiz de Direito/PR 2008 – FAE
“Segundo a Lei 9.099/95, é competente o Juizado do foro do domicílio do
autor nas ações para reparação de dano de qualquer natureza”
A afirmativa está correta.

• Defensor Público/RS 2011 – FCC


“Nas ações para reparação de dano de qualquer natureza, é competente tan-
to o foro do domicílio do autor quanto o do local do ato ou fato.”
A afirmativa está correta.

SEÇÃO II
Do Juiz, dos Conciliadores e dos Juízes Leigos
Art. 5º – O Juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as
provas a serem produzidas, para apreciá-las e para dar especial valor às
regras de experiência comum ou técnica.

1. Atuação do Juiz na direção do processo: além das regras gerais insertas no


direito processual comum, que determinam os poderes e deveres do Juiz (arts.
125 e seguintes, CPC), a lei especial fixou outras que vão ao encontro dos obje-
tivos primordiais do microssistema, capazes de emprestar efetividade às suas
características de oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual
e celeridade, bem como ao encontro da busca constante da conciliação e tran-
sação.
2. Poderes instrutórios: os poderes instrutórios concedidos ao juiz devem ser
interpretados no sentido de não poder haver qualquer atitude solipsista de
sua parte em relação aos litigantes, mas apenas de colaboração entre todos,
a fim de que possa melhor formar seu convencimento e motivar o ato deci-
sório.

Art. 6º – O Juiz adotará em cada caso a decisão que reputar mais justa e
equânime, atendendo aos fins sociais e às exigências do bem comum.

1. Complementação da atuação do Juiz na direção do processo: este artigo


se estende ao anterior, mormente quando se verifica a ampla liberdade
dado ao Juiz para apreciar a prova, destacando-se o valor especial atribu-
ído às máximas de experiência comum e técnica, bem como ao princípio

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