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Legislação | Material de Apoio

Professora Rodrigo Donin.

1 História do Estado do Tocantins

O Estado do Tocantins é o mais jovem entre os estados brasileiros. Foi


criado no ano de 1988, juntamente com a promulgação da Constituição
da República Federativa do Brasil. O território que hoje corresponde ao
Tocantins, anteriormente pertenciam ao território do estado de Goiás.

Antes da colonização do Brasil, o território do Tocantins era ocupado


por populações indígenas, das etnias Xingus e Txucarramães. No ano
de 1625, missionários católicos liderados por Frei Cristovão de Lisboa,
fundaram uma Missão religiosa no extremo norte de Goiás, o que teria
sido o embrião do Tocantins que conhecemos hoje.

1730 e 1740 foram décadas importantes ocorrendo as descobertas de


ouro no lado norte de Goiás, formando os primeiros arraiais no
território do hoje estado do Tocantins (Natividade e Almas 1734,
Arraias e Chapada 1736, Porto Real e Pontal 1738). Em 1740,
Conceição, Carmo, Taboca e mais tarde Príncipe este último em 1770.
Alguns como: Príncipe, Taboca e Pontal foram extintos. Outros
resistiram ao fim da mineração e no século XIX tornaram-se vilas e mais
tarde cidades.

No século XVIII, os bandeirantes chegaram à região pelo sul, em busca


de ouro. Assim, estabeleceram-se na região duas culturas: a dos que
vieram de São Paulo, ou sulistas, e a dos que vieram do norte e
nordeste, chamada de nordestina.

Com a descoberta de ouro, a região logo tornou-se foco de grandes


deslocamentos populacionais, num contingente enorme de pessoas em
busca do grande Eldorado. Bueno foi declarado Superintendente das
minas de Goiás que era jurisdicionada a São Paulo como intendência, a
ele cabia manter a ordem legal e instaurar a os tributos.
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A dificuldade de locomoção e acesso fez com que os habitantes do


norte da região estabelecessem mais vínculos comerciais com os
estados vizinhos (Pará e Maranhão) do que com os habitantes do sul. O
mesmo ocorreu com os habitantes do sul, que se aproximaram
comercialmente dos estados de Minas Gerais e São Paulo.

A partir de 1821, o movimento separatista se fortaleceu com a


proclamação, entretanto sem êxito. Em 1920, as ideias separatistas
afloraram novamente, e mais uma vez sem sucesso.

Com a criação do Distrito Federal e a construção de Brasília, a região


norte do então estado de Goiás começou a se desenvolver. Eventos
importantes como a construção da rodovia Belém-Brasília (BR153), a
mineração de ouro e calcário e o extrativismo da madeira
(principalmente do mogno) aceleraram o desenvolvimento da região,
expandindo a população, a agricultura e o comércio.

A proposta separatista, para a criação de um novo estado, foi


apresentada e aprovada no Congresso Nacional por duas vezes, mas os
presidentes João Figueiredo e seu sucessor José Sarney a vetaram.

Finalmente, com a promulgação da nova Constituição brasileira, em


1988, foi criado o estado do Tocantins. A cidade de Miracema do
Tocantins foi escolhida como capital provisória, até que a capital
Palmas fosse construída.

Em 1989 iniciou-se a construção da nova capital, e em 1990 a sede do


governo foi transferida para Palmas, que de então passou a ser a
capital do estado do Tocantins.

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Na década de 90, a nova capital atraiu milhares de migrantes de


diferentes estados. Palmas é uma cidade planejada, assim como a
capital do país, Brasília.

FONTE: TOCANTINS. Disponível em:


http://www.portaldotocantins.com/2015/11/15/historia-do-estado-
do-tocantins/
Acesso em: Novembro de 2017.
2 História do Estado do Tocantins: o separatismo e a criação do
Estado
Tocantins: História da Criação do Estado de Tocantins
A História do Tocantins é uma compilação acerca dos fatos históricos
que culminaram com a criação do Estado, em 05 de outubro de 1988.
Conhecer a História do Tocantins é muito mais do que só saber sobre a
sua criação. É também buscar entende-lo dentro do contexto da
história geral do Brasil e, principalmente, nas suas particularidades,
onde se configuram sua formação social, as formas de resistências e as
buscas de alternativas da população diante das adversidades. Esse
trabalho visa apontar caminhos para a compreensão desses fatos.
Nesse sentido apresenta a construção dessa história em dois
momentos: no primeiro, o leitor tem acesso a uma síntese da história
econômica e social do Antigo Norte de Goiás, até a segunda metade do
século XX. Num segundo momento, o texto trata especificamente dos
processos históricos que culminaram com a criação do Estado do
Tocantins, até a implantação da capital, Palmas.
Desbravamento da região de Tocantins
A colonização do Brasil se deu dentro do contexto da política
mercantilista do século XVI que via no comércio a principal forma de
acumulação de capital, garantido, principalmente, através da posse de
colônias e de metais preciosos.
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Além de desbravar, explorar e povoar novas terras os colonizadores


tinham também uma justificativa ideológica: a expansão da fé cristã.
"Explorava-se em nome de Deus e do lucro, como disse um mercador
italiano" (AMADO, GARCIA, 1989, p.09). A preocupação em catequizar
as populações encontradas foi constante.
A colônia brasileira, administrada política e economicamente pela
metrópole, tinha como função fornecer produtos tropicais e/ou metais
preciosos e consumir produtos metropolitanos. Portugal, então, iniciou
a colonização pela costa privilegiando a cana de açúcar como principal
produto de exportação.
Enquanto os colonizadores portugueses se concentravam no litoral, no
século XVII ingleses, franceses e holandeses conquistavam a região
norte brasileira estabelecendo colônias que servissem de base para
posterior exploração do interior do Brasil. Os franceses, depois de
devidamente instalados no forte de São Luís na costa maranhense,
iniciam a exploração dos sertões do Tocantins. Coube a eles a
descoberta do Rio Tocantins pela foz no ano de 1610 (RODRIGUES,
2001).
O rio Tocantins foi um dos caminhos para o conhecimento e exploração
da região onde hoje se localiza o Estado do Tocantins. Nasce no
Planalto Central de Goiás e corta, no sentido sul-norte, todo o
território do atual Estado do Tocantins.
Só mais de quinze anos depois dos franceses foi que os portugueses
iniciaram a colonização da região pela "decidida ação dos jesuítas". E
ainda no século XVII os padres da Companhia de Jesus fundaram as
aldeias missionárias da Palma (Paranã) e do Duro (Dianópolis) (SECOM,
1998).
Norte de Goiás
O norte de Goiás deu origem ao atual Estado do Tocantins. Segundo a
historiadora Parente ( 1999), esta região foi interpretada sob três
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versões. Inicialmente, norte de Goiás foi denominativo atribuído


somente à localização geográfica dentro da região das Minas dos
Goyazes na época dos descobrimentos auríferos no século XVIII. Com
referência ao aspecto geográfico, essa denominação perdurou por
mais de dois séculos, até a divisão do Estado de Goiás, quando a região
norte passa a ser o Estado do Tocantins.
Num segundo momento, com a descoberta de grandes minas na
região, o norte de Goiás passou a ser conhecido como uma das áreas
que mais produziam ouro na capitania. Esta constatação despertou o
temor ao contrabando que acabou fomentando um arrocho fiscal
maior que nas outras áreas mineradoras.
Por último, o norte de Goiás passou a ser visto, após a queda da
mineração, como sinônimo de atraso econômico e involução social,
gerador de um quadro de pobreza para a maior parte da população.
Essa região foi palco primeiramente de uma fase épica vivida pelos
seus exploradores, “que em quinze anos abriam caminhos e estradas,
vasculharam rios e montanhas, desviam correntes, desmatam regiões
inteiras, rechaçaram os índios, exploram, habitam e povoam uma área
imensa....” (PALACIM, Luis,1979, p.30).
Descoberto o ouro, a região passa, de acordo com a política
mercantilista do século XVIII, a ser incorporada ao Brasil. O período
aurífero foi brilhante, mas breve. E a decadência, quase sem transição,
sujeitou a região a um estado de abandono.
Foi na economia de subsistência que a população encontrou
mecanismos de resistência para se integrar economicamente ao
mercado nacional. Essa integração, embora lenta, foi se concretizando
baseada na produção agropecuária, que predomina até hoje e constitui
a base econômica do Estado do Tocantins (PARENTE, Temis Gomes,
1999, p.96).
Economia do ouro
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As descobertas de minas de ouro em Minas Gerais no ano 1690 e em


Cuiabá em 1718 despertaram a crença de que em Goiás, situado entre
Minas Gerais e Mato Grosso, também deveria existir ouro. Foi essa a
argumentação da bandeira de Bartolomeu Bueno da Silva, o
Anhanguera (filho do primeiro Anhanguera que esteve com o pai na
região anos antes), para conseguir a licença do rei de Portugal a fim de
explorar a região.
O rei cedia a particulares o direito de exploração de riquezas minerais
mediante o pagamento do quinto, que segundo ordenação do reino,
era uma decorrência do domínio real sobre todo o subsolo. O rei, não
querendo realizar a exploração diretamente, cedia a seus súditos este
direito exigindo em troca o quinto do metal fundido e apurado, a salvo
de todos os gastos.
Em julho de 1722 a bandeira do Anhanguera saiu de São Paulo. Em
1725 volta com a notícia da descoberta de córregos auríferos. A partir
desse momento, Goiás entra na história como as Minas dos Goyazes.
Dentro da divisão do trabalho no império português, este é o título de
existência e de identidade de Goiás durante quase um século.
Um grande contingente populacional deslocou-se para “a região do
Araés, como a princípio se chamou essa parte do Brasil, que diziam
possuir montanhas de ouro, lagos encantados e os martírios de Nosso
Senhor de Jesus Cristo gravados nas pedras das montanhas. Era um
novo Eldorado de histórias romanescas e contos fabulosos” (
ALENCASTRE, José Martins Pereira, 1979, p. 45).

Diante dessas expectativas reinou, nos primeiros tempos, a anarquia,


pois era a mineração “alvo de todos os desejos. O proprietário, o
industrialista, o aventureiro, todos convergiam seus esforços e seus
capitais para a mineração” ( ALENCASTRE, José Martins Pereira, 1979,
p. 18).
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Inicialmente, as minas de Goiás eram jurisdicionadas à capitania de São


Paulo na condição de intendência, com a capital em Vila Boa e sob a
administração de Bueno, a quem foi atribuído o cargo de
superintendente das minas com o objetivo de “representar e manter a
ordem legal e instaurar o arcabouço tributário”. ( PALACIN, Luís, 1979,
p. 33).
Formação dos arraiais
“Há ouro e água”. Isto basta. Depois da fundação solene do primeiro
arraial de Goiás, o arraial de Sant'Anna, esse foi o critério para o
surgimento dos demais arraiais. Para as margens dos rios ou riachos
auríferos deslocaram-se populações da metrópole e de todas as partes
da colônia, formando à proporção em que se descobria ouro, um novo
arraial “que podia progredir ou ser abandonado, dependendo da
quantidade de riquezas existentes”. (PARENTE, Temis Gomes, 1999,
p.58).
Nas décadas de 1730 e 1740 ocorreram as descobertas auríferas no
norte de Goiás e, por causa delas, a formação dos primeiros arraiais no
território onde hoje se situa o Estado do Tocantins. Natividade e Almas
(1734), Arraias e Chapada (1736), Pontal e Porto Real (1738). Nos anos
40, surgiram Conceição, Carmo e Taboca, e mais tarde Príncipe (1770).
Alguns foram extintos, como Pontal, Taboca e Príncipe. Os outros
resistiram à decadência da mineração e no século XIX se
transformaram em vilas e posteriormente em cidades.
O grande fluxo de pessoas de todas as partes e de todos os tipos
permitiu que a composição social da população dos arraiais de ouro se
tornasse bastante heterogênea. Trabalhar, enriquecer e regressar ao
lugar de origem eram os objetivos dos que se dirigiam para as minas.
Em sua maioria eram homens brancos, solteiros ou desacompanhados
da família, que contribuíram para a mistura de raças com índias e
negras escravas. No final do século XVIII, os mestiços já eram grande
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parte da população que posteriormente foram absorvidos no comércio


e no serviço militar.
A população branca era composta de mineiros e de pessoas pobres
que não tinham nenhuma ocupação e eram tratados, nos documentos
oficiais, como vadios.
Ser mineiro significava ser dono de lavras e escravos. Era o ideal de
todos os habitantes das minas, um título de honra e praticamente
acessível a quase todos os brancos. O escravo podia ser comprado a
crédito, sua posse dava o direito de requerer uma data - um lote no
terreno de mineração - e o ouro era de fácil exploração, do tipo
aluvional, acumulado no fundo e nas margens dos rios.
Todos, uns com mais e outros com menos ações, participavam da bolsa
do ouro. Grandes comerciantes e contratadores que residiam em
Lisboa ou Rio de Janeiro mantinham aqui seus administradores.
Escravos, mulatos e forros também praticavam a faiscagem - procura
de faíscas de ouro em terras já anteriormente lavradas. Alguns, pela
própria legislação, tinham muito mais vantagens.
O negro teve uma importância fundamental nas regiões mineiras. Além
de ser a mão-de-obra básica em todas as atividades, da extração do
ouro ao carregamento nos portos, era também uma mercadoria de
grande valor. Primeiro, a quantidade de negros cativos foi condição
determinante para se conseguir concessões de lavras e, portanto, para
um branco se tornar mineiro. Depois, com a instituição da capitação no
lugar do quinto, o escravo tornou-se referência de valor para o
pagamento do imposto. Neste, era a quantidade de escravos
matriculados que determinava o quanto o mineiro iria pagar em ouro
para a Coroa. Mas a situação do negro era desoladora. Os maus tratos
e a dureza do trabalho nas minas resultavam em constantes fugas. A
mão-de-obra indígena na produção para a exportação foi muito menor
que a negra. Isso é devido ao fato da não adaptação do índio ao rigor
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do trabalho exigido pelo branco, gerando uma produção de baixa


rentabilidade.
O controle das minas
Desde quando ficou conhecida a riqueza aurífera das Minas de
Goyazes, o governo português tomou uma série de medidas para
garantir para si o maior proveito da exploração das lavras. Foi proibida
a abertura de novas estradas em direção às minas. Os rios foram
trancados à navegação. As indústrias proibidas ou limitadas. A lavoura
e a criação inviabilizadas por pesados tributos: braços não podiam ser
desviados da mineração. O comércio foi fiscalizado. E o fisco, insaciável
na arrecadação.
“Só havia uma indústria livre: a mineração, mas esta mesma sujeita à
capitação e censo, à venalidade dos empregados de registros e
contagens, à falsificação na própria casa de fundição, ao quinto (....), ao
confisco por qualquer ligeira desconfiança de contrabando”
(ALENCASTRE, José Martins Pereira, 1979, p. 18). À época do
descobrimento das Minas dos Goyazes vigorava o método de
quintamento nas casas de fundição. A das minas de Goiás era em São
Paulo. Para lá que deveriam ir os mineiros para quintar seu ouro.
Recebiam de volta, depois de descontado o quinto, o ouro fundido e
selado com selo real.
O ouro em pó podia ser usado como moeda no território das minas,
mas se saísse da capitania, tinha que ser declarado ao passar pelo
registro e depois quintado, o que praticamente ficava como obrigação
dos comerciantes. Estes, vendendo todas as coisas a crédito, prazo e
preços altíssimos acabavam ficando com o ouro dos mineiros e eram os
que, na realidade, canalizavam o ouro das minas para o exterior e
deviam, por conseguinte, pagar o quinto correspondente. O método da
casa de fundição para a cobrança do quinto seria ideal se não fosse um
problema que tomava de sobressalto o governo português: o
contrabando do ouro, que oferecia alta rentabilidade: “os vinte por
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cento do imposto mais dez por cento de ágio”. Das minas para a costa
ou para o exterior era sempre um negócio lucrativo, que “nem o cipoal
de leis, alvarás, cartas régias e provisões, nem os sequestros, devassas
de registros, prêmios prometidos aos delatores e comissões aos
soldados puderam por freio (....)”.( PALACIN, 1979, p. 49).
O grande contrabando era dos comerciantes que controlavam o
comércio desde os portos, praticado (....) “por meio da conivência dos
guardas dos registros, ou de subornos de soldados, que custodiavam o
comboio dos quintos reais”. Contra si o governo tinha as dilatadas
fronteiras, o escasso policiamento, o costume inveterado e a
inflexibilidade das leis econômicas. ( PALACIN, 1979, p. 49). A seu favor
tinha o poder político, jurídico e econômico sobre toda a colônia.
Assim, decreta como primeira medida, em se tratando das minas, o
isolamento destas.
A partir de 1730 foram proibidas todas as outras vias de acesso a Goiás
ficando um único caminho, o iniciado pelas bandeiras paulistas que
ligavam as minas com as regiões do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro.
Com isso, ficava interditado o acesso pelas picadas vindas do Nordeste
- Bahia e Piauí. Foi proibida a navegação fluvial pelo Tocantins,
afastando a região de outras capitanias - Grão-Pará e Maranhão.
À proporção que crescia a importância das minas surgiram atritos com
os governadores das capitanias do Maranhão e Pará, “quando do
descobrimento das minas de Natividade e São Félix e dos boatos de
suas grandes riquezas (...). Os governadores tomaram para si a
incumbência de nomear autoridades para os ditos arraiais e outras
minas que pudessem surgir, a fim de tomarem posse e cobrarem os
quintos de ouro ali existentes”.( PARENTE , 1999, p. 59).O resultado foi
o afastamento dessa interferência seguido da proibição, através de
bandos, da entrada das populações das capitanias limítrofes na região
e a saída dos que estavam dentro sem autorização judicial.
Decadência da produção
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A produção do ouro goiano teve o seu apogeu nos primeiros dez anos
de estabelecimento das minas, entre 1726 e 1735. Foi o período em
que o ouro aluvional aflorava por toda a região, resultando numa
produtividade altíssima. Quando se iniciou a cobrança do imposto de
capitação em todas as regiões mineiras, a produção começou a cair,
possivelmente mascarada pelo incremento do contrabando na região,
impossível de se mensurar. De 1752 a 1778, a arrecadação chegou a
um nível mais alto por ser o período da volta da cobrança do quinto
nas casas de fundição. Mas a produtividade continuou decrescendo. O
motivo dessa contradição era a própria extensão das áreas mineiras,
que compensavam e excediam a redução de produtividade. A
distâncias das minas do norte, os custos para levar o ouro e o risco de
ataques indígenas aos mineiros justificaram a criação de uma casa de
fundição em São Félix em 1754. Mas, já em 1797, foi transferida para
Cavalcante, “por não arrecadar o suficiente para cobrir as despesas de
sua manutenção”.( PARENTE, 1999, p. 51).
A Coroa Portuguesa mandou investigar as razões da diminuição da
arrecadação da Casa de Fundição de São Félix. Foram tomadas algumas
providências como a instalação de um registro, posto fiscal, entre
Santa Maria (Taguatinga) e Vila do Duro (Dianópolis). Outra tentativa
para reverter o quadro da arrecadação foi organizar bandeiras para
tentar novos descobrimentos. Tem-se notícia do itinerário de apenas
duas. Uma dirigiu-se rumo ao Pontal (região de Porto Real), pela
margem esquerda do Tocantins e entrou em conflito com os Xerente,
resultando na morte de seu comandante. A outra saiu de Traíras (nas
proximidades de Niquelândia (GO) para as margens do rio Araguaia em
busca dos Martírios, serra onde se acreditava existir imensas riquezas
auríferas. Mas a expedição só chegou até a ilha do Bananal onde sofreu
ataques dos Xavante e Javaé, dali retornando. No período de 1779 a
1822, ocorreu a queda brusca da arrecadação do quinto com o fim das
descobertas do ouro de aluvião, predominando a faiscagem nas minas
antigas. Quase sem transição, chegou a súbita decadência.
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A crise econômica
O declínio da mineração foi irreversível e arrastou “consigo os outros
setores a uma ruína parcial: diminuição da importação e do comércio
externo, menor arrecadação de impostos, diminuição da mão-de-obra
pelo estancamento na importação de escravos, estreitamento do
comércio interno, com tendência à formação de zonas de economia
fechada e um consumo dirigido à pura subsistência, esvaziamento dos
centros de população, ruralização, empobrecimento e isolamento
cultural”( PALACIN, 1979, p. 133). Toda a capitania entrou em crise e
nada foi feito para a sua revitalização. Endividados com os
comerciantes, os mineiros estavam descapitalizados. A avidez pelo
lucro fácil, tanto das autoridades administrativas metropolitanas
quanto dos mineiros e comerciantes, não admitiu perseveranças. O
local onde não se encontrava mais ouro era abandonado. Os arraiais de
ouro, que surgiam e desapareciam no Tocantins, contribuíram apenas
para o expansionismo geográfico. Cada vez se adentrava mais o interior
em busca do ouro aluvional, mas em vão.
No norte da capitania a crise foi mais profunda. Isolada tanto
propositadamente quanto geograficamente, essa região sempre sofreu
medidas que frearam o seu desenvolvimento. A proibição da
navegação fluvial pelos rios Tocantins e Araguaia eliminou a maneira
mais fácil e econômica de a região atingir outros mercados
consumidores das capitanias do norte da colônia. O caminho aberto
que ligava Cuiabá a Goiás não contribuiu em quase nada para interligar
o comércio da região com outros centros abastecedores, visto que o
mercado interno estava voltado ao litoral nordestino. Esse isolamento,
junto com o fato de não se incentivar a produção agro-pecuária nas
regiões mineiras, tornava abusivo o preço de gêneros de consumo e
favorecia a especulação. A carência de transportes, a falta de estradas
e o risco frequente de ataques indígenas dificultavam o comércio. Além
destas dificuldades, o contrabando e a cobrança de pesados tributos
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contribuíram para drenagem do ouro para fora da região. Dos


impostos, somente o quinto era remetido para Lisboa. Todos os outros
(entradas, dízimos, contagens, etc.) eram destinados à manutenção da
colônia e da própria capitania.
Inviabilizadas as alternativas de desenvolvimento econômico devido à
falta de acumulação de capital e ao atrofiamento do mercado interno
após o fim do ciclo da mineração, a população se volta para a
economia de subsistência. Nas últimas décadas do século XVIII e início
do século XIX, toda a capitania estava mergulhada numa situação de
crise, o que levou os governantes goianos a voltarem suas atenções
para as atividades econômicas que antes sofreram proibições,
objetivando soerguer a região da crise em que mergulhara.
Subsistência da população e a integração econômica
Na segunda década do século XIX, com o fim da mineração, os
aglomerados urbanos estacionaram ou desapareceram e grande parte
da população abandonou a região. Os que permaneceram foram para
zona rural e dedicaram-se à criação de gado e agricultura, produzindo
apenas algum excedente para aquisição de gêneros essenciais.(
PALACIN, 1989, p. 46).
Toda a capitania entrou num processo de estagnação econômica. No
norte, o quadro de abandono, despovoamento, pobreza e miséria foi
descrito por muitos viajantes e autoridades que passaram pela região
nas primeiras décadas do século XIX. Saint-Hilaire, na divisa norte/sul
da capitania, revelou: "à exceção de uma casinha que me pareceu
abandonada, não encontrei durante todo o dia nenhuma propriedade,
nenhum viajante, não vi o menor trato de terra cultivada, nem mesmo
um único boi". Johann Emanuel Pohl, anos depois, passando pelo
povoado de Santa Rita constatou: "é um lugar muito pequeno, em
visível decadência (...). Por não haver negros, por falta de braços, as
lavras de ouro estão inteiramente descuradas e abandonadas".
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O desembargador Theotônio Segurado, que mais tarde se tornaria


ouvidor da Comarca do Norte, em relatório de 1806, deu conta das
penúrias em que vivia a região em função tanto do abandono como da
falta de meios para contrapor esse quadro: "A capitania nada
exportava; o seu comércio externo era absolutamente passivo: os
gêneros da Europa, vindos em bestas do Rio ou Bahia pelo espaço de
300 léguas, chegavam caríssimos; os negociantes vendiam tudo fiado:
daí a falta de pagamentos, daí as execuções, daí a total ruína da
Capitania".
Diante dessa situação, a Coroa Portuguesa tomou consciência de que
só através do povoamento, da agricultura, da pecuária e do comércio
com outras regiões que a capitania poderia retomar o fluxo comercial
de antes. Como saída para a crise voltaram-se as atenções para as
possibilidades de ligação comercial com o litoral, através da capitania
do Pará, pela navegação dos rios Tocantins e Araguaia.( CAVALCANTE,
1999,p.39).
As picadas, os caminhos e a navegação pelos rios Tocantins e Araguaia,
todos interditados na época da mineração para conter o contrabando,
foram liberados desde 1782. Como efeito imediato o norte começou a
se relacionar com o Pará, ainda que de forma precária e inexpressiva.
Nas primeiras décadas do século XIX, o desembargador Theotônio
Segurado já apontava a navegação dos rios Tocantins e Araguaia como
alternativa para o desenvolvimento da região através do estímulo à
produção para um comércio mais vantajoso tanto no norte como em
toda a Capitania, diferente do tradicionalmente realizado com a Bahia,
Minas Gerais e São Paulo. Com esse fim propôs a formação de
companhias de comércio, o estímulo à agricultura, o povoamento das
margens desses rios oferecendo isenção por dez anos do pagamento
de dízimos aos que ali se estabelecessem, e, aos comerciantes,
concessão de privilégios na exportação para o Pará ( CAVALCANTE,
1999).
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Com estas propostas chamou a atenção das autoridades


governamentais para a importância do comércio de Goiás com o Pará,
através dos rios Araguaia e Tocantins. Foi ele próprio realizador de
viagens para o Pará incentivando a navegação do Tocantins. Destacou-
se como um grande defensor dos interesses da região quando foi
ouvidor da Comarca do norte. A criação dessa comarca visava
promover o povoamento no extremo norte para fomentar o comércio
e a navegação dos rios Araguaia e Tocantins.
Criação da Comarca do Norte - 1809
Para facilitar a administração, a aplicação da justiça e, principalmente,
incentivar o povoamento e o desenvolvimento da navegação dos rios
Tocantins e Araguaia, o Alvará de 18 de março de 1809 dividiu a
Capitania de Goiás em duas comarcas (regiões): a Comarca do Sul e a
Comarca do Norte. Esta recebeu o nome de Comarca de São João das
Duas Barras, assim como chamaria a vila que, na confluência do
Araguaia no Tocantins se mandaria criar com este mesmo nome para
ser sua sede. Para nela servir foi nomeado o desembargador Joaquim
Theotônio Segurado como seu ouvidor.
A nova comarca compreendia os julgados de Porto Real, Natividade,
Conceição, Arraias, São Félix, Cavalcante, Traíras e Flores. O arraial do
Carmo, que já tinha sido cabeça de julgado, perde essa condição que
foi transferida para Porto Real, ponto que começava a prosperar com a
navegação do Tocantins. Enquanto não se fundava a vila de São João
das Duas Barras, Natividade seria a sede da ouvidoria. A função
primeira de Theotônio Segurado era designar o local onde deveria ser
fundada essa vila. Alegando a distância e a descentralização em relação
aos julgados mais povoados, o ouvidor e o povo do norte solicitaram a
D. João autorização para a construção da sede da comarca em outro
local. No lugar escolhido por Segurado, o alvará de 25 de janeiro de
1814 autorizava a construção da sede na confluência dos rios Palma e
Paranã, a vila de Palma, hoje a cidade de Paranã.
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A vila de São João das Duas Barras recebeu o título de vila, mas nunca
chegou a ser construída. Theotônio Segurado, administrador da
Comarca do Norte, muito trabalhou para o desenvolvimento da
navegação do Tocantins e o incremento do comércio com o Pará.
Assumiu posição de liderança como grande defensor dos interesses
regionais e, tão logo se mostrou oportuno, não hesitou em reivindicar
legalmente a autonomia político-administrativa da região. O 18 de
março foi, oficialmente, considerado o Dia da Autonomia pela lei 960
de 17 de março de 1998, por ser a data da criação da Comarca do
Norte, estabelecida como marco inicial da luta pela emancipação do
Estado.
Movimento Separatista do Norte de Goiás - 1821 a 1824
A Revolução do Porto no ano de 1820, em Portugal, exigindo a
recolonização do Brasil, mobilizou na colônia, especificamente no
litoral, a elite intelectualizada em prol da emancipação do país. Em
Goiás, essas ideias liberais refletiram na tentativa de derrubar a própria
personificação da dominação portuguesa: o capitão-general Manoel
Sampaio.
Houve uma primeira investida nesse sentido em 1821, sob a liderança
do capitão Felipe Antônio Cardoso e do pe. Luiz Bartolomeu Marques.
Coube ao primeiro mobilizar os quartéis e ao segundo conclamar o
povo e lideranças para a preparação de um golpe que iria depor
Sampaio. Contudo, houve uma denúncia sobre o golpe e, em seguida,
foi ordenada a prisão dos principais líderes rebeldes. O pe. Marques
conseguiu fugir e novamente articulou contra o capitão-general.
Sampaio impôs sua autoridade e os rebeldes foram expulsos da capital
Vila Boa. Alguns vieram para o norte, como o capitão Cardoso, que
teve ordem para se retirar para o distrito de Arraias, e o pe. José
Cardoso de Mendonça, enviado para a aldeia de Formiga e Duro.
Mas os acontecimentos que ocorreram na capital não ficaram isolados.
A ideia da nomeação de um governo provisório, depois de fracassada
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na capital, foi aclamada no norte onde já havia anseios separatistas. O


desejo do padre Luiz Bartolomeu Marques não era outro senão a
independência do Brasil. E a deposição de Sampaio seria apenas o
primeiro passo. Para este fim contavam com o vigário de Cavalcante,
Francisco Joaquim Coelho de Matos, que cedeu a direção das coisas ao
desembargador Joaquim Theotônio Segurado.
No dia 14 de setembro, um mês após a frustrada tentativa de
deposição de Sampaio, instalou-se o governo independencista do
norte, com capital provisória em Cavalcante. O ouvidor da Comarca do
Norte, Theotônio Segurado, presidiu e estabeleceu essa junta
provisória até janeiro de 1822. No dia seguinte, o governo provisório
da Comarca da Palma fez circular uma proclamação em que declarou-
se separado do governo.( ALENCASTRE, 1979). As justificativas para a
separação do norte em relação ao centro-sul de Goiás eram, para
Segurado, de natureza econômica, política, administrativa e geográfica.
A instalação de um governo independente - não necessariamente em
relação à Coroa Portuguesa, mas sim ao governo do capitão-general da
Comarca do Sul - parecia ser o único objetivo de Theotônio Segurado. A
sua posição não-independencista provocou a insatisfação de alguns
dos seus correligionários políticos e a retirada de apoio à causa
separatista. Em outubro de 1821, transfere a capital para Arraias
provocando oposição e animosidade dos representantes de
Cavalcante. Com o seu afastamento em janeiro de 1822, quando partiu
para Lisboa como deputado representante de Goiás na Corte, agravou
a crise interna.
“A partir dessa data uma série de atritos parecem denunciar que a
junta havia ficado acéfala. Na ausência de Segurado, nenhuma
liderança capaz de impor-se com a autoridade representativa da
maioria dos arraiais conseguiu se firmar. Pelo contrário, os interesses
particulares dos líderes de Cavalcante, Palmas, Arraias e Natividade se
sobrepuseram à causa separatista regional”.( CAVALCANTE, 1999,p.64).
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Trajetória de luta pela criação do Tocantins


No final do século XIX e no decorrer do século XX, a ideia de se criar o
Tocantins, estado ou território, esteve inserida no contexto das
discussões apresentadas em torno da redivisão territorial do país, no
plano nacional. Mas, a concretização desta ideia só veio com a
Constituição de 1988 que criou o Estado do Tocantins pelo
desmembramento do estado de Goiás. Ainda no Império, duas
tentativas: a defesa de Visconde de Taunay, na condição de deputado
pela Província de Goiás, propondo a separação do norte goiano para a
criação da Província da Boa Vista do Tocantins, com a vila capital em
Boa Vista (Tocantinópolis), em 1863; e, de modo mais concreto, em
1889, com o projeto de Fausto de Souza para a redivisão do Império
em 40 províncias, constando a do Tocantins na região que
compreendia o norte goiano. Nas primeiras décadas da República o
discurso separatista sobreviveu na imprensa regional, principalmente
de Porto Nacional - maior centro econômico e político da época - em
periódicos como "Folha do Norte" e "Norte de Goiás". A partir da
década de 1930 que o discurso retorna à esfera nacional.
Após a criação pela Constituição de 1937 dos territórios do Amapá, Rio
Branco, Guaporé - atual Rondônia - Itaguaçu e Ponta Porã (extintos
pela Constituição de 1946), houve também quem defendesse a criação
do território do Tocantins.
Criação do Estado do Tocantins - 1988
O ano era 1987. As lideranças souberam aproveitar o momento
oportuno para mobilizar a população em torno de um projeto de
existência quase secular e pelo qual lutaram muitas gerações: a
autonomia política do norte goiano, já batizado Tocantins. A Conorte
apresentou à Assembleia Constituinte uma emenda popular com cerca
de 80 mil assinaturas como reforço à proposta de criação do Estado.
Foi criada a União Tocantinense, organização supra-partidária com o
objetivo de conscientização política em toda a região norte para lutar
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pelo Tocantins também através de emenda popular. Com objetivo


similar, nasceu o Comitê Pró-Criação do Estado do Tocantins, que
conquistou importantes adesões para a causa separatista. "O povo
nortense quer o Estado do Tocantins. E o povo é o juiz supremo. Não
há como contestá-lo", reconhecia o governador de Goiás na época,
Henrique Santilo. ( SILVA, 1999,p.237).
Em junho, o deputado Siqueira Campos, relator da Subcomissão dos
Estados da Assembleia Nacional Constituinte, redige e entrega ao
presidente da Assembleia, o deputado Ulisses Guimarães, a fusão de
emendas criando o Estado do Tocantins que foi votada e aprovada no
mesmo dia. Pelo artigo 13 do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias da Constituição, em 05 de outubro de 1988, nascia o
Estado do Tocantins. A eleição dos primeiros representantes
tocantinenses foi realizada em 15 de novembro de 1988, pelo Tribunal
Regional Eleitoral de Goiás, junto com as eleições dos prefeitos
municipais. Além do governador e seu vice, foram escolhidos os
senadores e deputados federais e estaduais. A cidade de Miracema do
Norte, localizada na região central do novo Estado, foi escolhida como
capital provisória. No dia 1º de janeiro de 1989 foi instalado o Estado
do Tocantins e empossados o governador, José Wilson Siqueira
Campos; seu vice, Darci Martins Coelho; os senadores Moisés Abrão
Neto, Carlos Patrocínio e Antônio Luiz Maya; juntamente com oito
deputados federais e 24 deputados estaduais.
Ato contínuo, o governador assinou decretos criando as Secretarias de
Estado e viabilizando o funcionamento dos poderes Legislativo e
Judiciário e dos Tribunais de Justiça e de Contas. Foram nomeados o
primeiro secretariado e os primeiros desembargadores. Também foi
assinado decreto mudando o nome das cidades do novo Estado que
tinham a identificação "do Norte" e passaram para "do Tocantins".
Foram alterados, por exemplo, os nomes de Miracema do Norte,
Paraíso do Norte e Aurora do Norte para Miracema do Tocantins,
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Paraíso do Tocantins e Aurora do Tocantins. No dia 5 de outubro de


1989, foi promulgada a primeira Constituição do Estado, feita nos
moldes da Constituição Federal. Foram criados mais 44 municípios
além dos 79 já existentes. Atualmente, o Estado possui 139 municípios.
Foi construída, no centro geográfico do Estado, numa área de 1.024
Km2 desmembrada do município de Porto Nacional, a cidade de
Palmas, para ser a sede do governo estadual. Em 1º de janeiro de 1990,
foi instalada a capital.
Fonte: TOCANTINS, Governo do. Disponível em:
http://seden.to.gov.br/desenvolvimento-da-cultura/tocantins---
historia/. Acesso em: Novembro de 2017.
SIGNIFICADO DAS CORES E HISTORIA DA BANDEIRA
BANDEIRA DE TOCANTINS
As Azul escuro, Branco e Laranja pertence a Bandeira de Tocantins
Proteger as árvores, animais, rios e mares é um dever cívico. Faça sua
parte, todos seremos responsabilizados pelo que estamos fazendo de
mal a natureza.
Significado das cores
Na bandeira do Tocantins, a faixa azul representa os rios e a amarela,
as riquezas do estado. O Sol, sobre a faixa branca, significa que ele
nasce para todos os cidadãos tocantinenses.

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3 História Política do Estado de Tocantins: Governos Estaduais

Governador
Início
(Nasciment Fim do Vice- Cargo
Eleit do Partido
№o– mandat governad público
o mandat político
Faleciment o or anterior
o
o)
Partido
Siqueira 1º de 15 de Darci Deputado
Democrata
1 Campos 1988 janeiro março Martins federal
Cristão
(1928–) de 1989 de 1991 Coelho por Goiás
(PDC)
Partido do
Deputado
Moisés 15 de 1º de Movimento Paulo
federal
2 Avelino 1990 março janeiro Democrátic Sidnei
por
(1940–) de 1991 de 1995 o Brasileiro Antunes
Tocantins
(PMDB)
Partido
4 de Progressist
Siqueira 1º de Governad
abril de a Raimund
3 Campos 1994 janeiro or do
1998[not Reformado o Boi
(1928–) de 1995 a 1] Tocantins
r
(PPR)
Partido da Vice-
Raimundo 4 de 1º de
Frente governad
4 Boi 1994 abril de janeiro vago
Liberal or do
(1946–) 1998 de 1999
(PFL) Tocantins
Siqueira 1º de 1º de Partido da Governad
João da
5 Campos 1998 janeiro janeiro Frente or do
Cruz
(1928–) de 1999 de 2003 Liberal Tocantins
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(PFL)
Partido da
Frente Raimund
8 de Liberal o Boi
Deputado
Marcelo 1º de setemb (PFL)
2002 estadual
6 Miranda janeiro ro de Partido do
2006 do
(1961–) de 2003 2009[not Movimento Paulo
a 2] Tocantins
Democrátic Sidnei
o Brasileiro Antunes
(PMDB)
9 de Partido do
Carlos Deputado
setemb 1º de Movimento
Henrique Eduardo estadual
7 — ro de janeiro Democrátic
Gaguim Machado do
2009[not de 2011 o Brasileiro
(1961–) a 3] Tocantins
(PMDB)
Partido da
4 de
Siqueira 1º de Social Governad
abril de João
8 Campos 2010 janeiro [not Democraci or do
2014 Oliveira
(1928–) de 2011 a 4] a Brasileira Tocantins
(PSDB)
4 de Deputado
Sandoval 1º de Solidarieda
abril de estadual
9 Cardoso — [not janeiro de Tom Lyra
2014 do
(1977–) a 5] de 2015 (SD)
Tocantins

Marcelo 1º de em Partido do Governad


1 Claudia
Miranda 2014 janeiro exercíci Movimento or do
0 Democrátic Lelis
(1961–) de 2015 o Tocantins
o Brasileiro

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(PMDB)

Primeiro Governador de Tocantins

Siqueira Campos

José Wilson Siqueira Campos (Crato (CE), 1 de agosto de 1928), mais


conhecido apenas pelo seu sobrenome Siqueira Campos, é um político
brasileiro filiado ao Partido da Social Democracia Brasileira. É o
primeiro governador do estado do Tocantins, já tendo exercido o cargo
em três mandatos anteriores (de 1989 a 1991, de 1995 a 1998 e de
1999 a 2002). É pai do empresário, pedagogo e também político
Eduardo Siqueira Campos, primeiro prefeito eleito de Palmas (1993-
1997) e senador da república pelo Tocantins (1999-2007). Renunciou
ao cargo de governador do Tocantins em 5 de Abril de 2014,
juntamente com o vice João Oliveira (DEM). O presidente da
Assembleia, Sandoval Cardoso, assumiu o governo provisoriamente,
convocando eleição indireta, na qual foi eleito governador, tendo o
empresário Tom Lyra como vice.

Em 13 de outubro de 2016, foi alvo de condução coercitiva em uma


operação da Polícia Federal, batizada de Operação Ápia.

Biografia

José Wilson Siqueira Campos nasceu em Crato no Ceará, em 1928, filho


de mestre Pacífico Siqueira Campos - que tinha a profissão de seleiro e
sapateiro - e de dona Regina Siqueira Campos.

Ficou órfão de mãe aos 12 anos, falecida em trabalho de parto, e viajou


pelo país por quase 10 anos, em busca de oportunidade,chegando a
passar parte da adolescência na ruas, até se estabelecer. Nesse
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período, trabalhou em vários ofícios em diversas cidades, até chegar à


cidade de Colinas, no então Norte de Goiás, atual Colinas do Tocantins.
Antes, passou pelos estados do Amazonas (onde foi seringueiro), Minas
Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.
Em Colinas, Siqueira começou a trabalhar na área rural, o que
despertou nele a vocação política: fundou a Cooperativa Goiana de
Agricultores e deflagrou o movimento popular que pedia a criação do
Tocantins. Na eleição seguinte foi candidato a vereador, tendo sido
eleito com votação expressiva.

Elege-se vereador de Colinas com maior votação (1965) e escolhido


presidente da Câmara (1966). Era então filiado a Arena. Integraria
também ao longo de sua carreira ao PDS, PDC, PFL, PL e PSDB.

Diretas Já

Como deputado federal foi contra o movimento Diretas Já, pois como
deputado da base aliada se valia da sua condição de situação para
avançar com a causa separatista sem grandes retaliações, o que
também conferia maior peso e celeridade ao trâmite da emenda de
criação do Tocantins no Congresso de maioria governista. Nas votações
de maior repercussão votou contra a emenda Dante de Oliveira em
1984 e votou em Paulo Maluf no Colégio Eleitoral contra Tancredo
Neves em 1985. Como deputado governista chegou a presidência
nacional do PDS, um dos partidos com maior bancada no congresso
nacional, o que lhe possibilitou compor a mesa dos líderes que definia
a pauta de votação do parlamento, bem como os projetos e emendas a
serem aprovados pelas bancadas.

Desmembramento

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A defesa da criação do Tocantins causou reações violentas e Siqueira


foi vítima de várias tentativas de assassinato. Cercado por forças
federais armadas, foi preso por 21 dias, sendo libertado.
Após o episódio Siqueira foi eleito deputado federal, reeleito por mais
quatro mandatos, permanecendo no cargo entre 1971 e 1988,
enquanto representante do norte goiano. Chegou a fazer uma greve de
fome de 98 horas em favor da causa separatista. Siqueira foi, inclusive,
deputado federal Constituinte e relator da Subcomissão dos Estados da
Assembleia Nacional Constituinte, tendo redigido e entregado ao
presidente da Assembleia (deputado Ulisses Guimarães) a fusão de
emendas (conhecida como Emenda Siqueira Campos) que, aprovada,
deu origem ao Estado do Tocantins, com a promulgação da
Constituição Federal de 1988.

A criação do Tocantins, pelos deputados membros Assembléia


Constituinte, finalizou uma luta de quase 200 anos dos moradores do
então Norte de Goiás em prol da divisão do Estado, trazendo a
perspectiva de desenvolvimento para uma região que viveu séculos de
relativo isolamento. Com o Tocantins finalmente criado, Siqueira
Campos se elegeu o primeiro governador, para mandato de dois anos
(de 1º de janeiro de 1989 a 15 de março de 1991). Nessas eleições foi
eleito na oposição aos governos federal e estadual de Goiás, sendo que
este último ainda exercia grande influência sobre política do recém-
criado Tocantins.

Foi também responsável pela construção da capital Palmas que é em


tese a última cidade brasileira planejada do século 20. À época, a
decisão da construção de uma nova cidade para abrigar a capital foi
amplamente criticada, sobretudo pelos prefeitos das maiores cidades
do Tocantins e pelos maiores líderes que enxergavam na proposta um
desperdício de recursos.

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Governos

Siqueira Campos voltou a ocupar o cargo governador por mais dois


mandatos consecutivos (1995 a 1998 / 1999 a 2003), tendo sido eleito
com forte apoio popular novamente na oposição ao governo estadual
do PMDB. Siqueira somou após esses dois últimos mandatos, no total,
9 anos e 5 meses à frente do Executivo estadual.

Foi um período em que o Estado saiu da total precariedade até chegar


ao início de sua industrialização, com obras importantes como a
interligação das principais cidades do estado com pavimentação, os
Hospitais Regionais das maiores cidades, principais hospitais do estado
únicos construídos até os dias atuais.

No entanto, foi na cidade que fundou, Palmas, que Siqueira Campos


mais realizou. Além da construção da UHE Luís Eduardo Magalhães e
do Hospital Geral de Palmas, o governador Siqueira Campos idealizou e
executou um grande programa de obras que deram forma definitiva de
Palmas como a principal cidade do estado. Foi construído um amplo e
moderno aeroporto, o projeto orla, a ponte sobre o lago de Palmas (8
km de extensão), a praça dos girassóis, o memorial da coluna prestes,
dentre outras obras que são os principais cartões portais do estado.

Derrota de 2006 e vitória de 2010

Nas eleições de 2006, após uma campanha acirrada, foi derrotado pelo
seu ex-aliado político que elegera em 2002, o então governador e
candidato a reeleição Marcelo Miranda. Após os resultados, Siqueira
Campos anunciou por meio das rádios e canais de televisão ter
alcançado uma "uma vitória moral", pois alegava que o pleito havia
sido desequilibrado pelo abuso de poder político e econômico
praticado pelo governador Marcelo Miranda. Em dezembro de 2006,
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ingressou com ação para impugnação do pleito, o que resultou na


cassação unânime do governador Marcelo Miranda pelo Tribunal
Superior Eleitoral em 2009 por 7 votos a zero. No ano seguinte, nas
eleições de 2010 derrotou Carlos Henrique Gaguim, também do PMDB
e aliado de Marcelo Miranda, na disputa para o Governo do Estado por
uma margem apertada de votos (menos de um por cento de
diferença), todavia, com ampla margem de votos nos principais
municípios do estado, incluindo a capital.

Investigações

Foi levado coercitivamente para depor durante a Operação Ápia,


deflagrada em 13 de outubro de 2016 pela Polícia Federal. O objetivo
da operação foi desarticular uma organização criminosa que atuou no
Tocantins fraudando as licitações públicas e execuções de contratos
administrativos firmados para a terraplanagem e pavimentação em
diversas rodovias estaduais. A investigação apontou um esquema de
direcionamento de concorrências envolvendo órgãos públicos de
infraestrutura e agentes públicos e um total de 1,2 bilhões de reais em
contratos teriam sido fraudados no Tocantins. O prejuízo aos cofres
públicos seria em torno de 200 milhões de reais.

Governo e política

O Tocantins é um estado da federação, sendo governado por três


poderes, o executivo, representado pelo governador, o legislativo,
representado pela Assembleia Legislativa do Tocantins, e o judiciário,
representado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins e outros
tribunais e juízes. Também se permite, nas decisões do governo, a
participação popular, que dar-se-á sob a forma de referendos e
plebiscitos.
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O município de Palmas é quem detém o maior número de eleitores,


com 172 344 mil destes. Em seguida aparecem Araguaína, com 102,8
mil eleitores, Gurupi (55,2 mil eleitores), Porto Nacional (37,1 mil
eleitores) e Paraíso do Tocantins, Colinas do Tocantins e Araguatins,
com 31,5 mil, 21,6 mil e 21,1 mil eleitores, respectivamente. O
município com menor número de eleitores é São Félix do Tocantins,
com 1,3 mil.

Tratando-se sobre partidos políticos, 34 dos 35 partidos políticos


brasileiros possuem representação no estado. Conforme informações
divulgadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com base em dados
de outubro de 2016, o partido político com maior número de filiados
no Tocantins é o Partido do Movimento Democrático Brasileiro
(PMDB), com 32 824 membros, seguido do Partido Progressista (PP),
com 19 083 membros e do Democratas (DEM), com 18 304 filiados.
Completando a lista dos cinco maiores partidos políticos no estado, por
número de membros, estão o Partido da Social Democracia Brasileira
(PSDB), com 17 197 membros; e o Partido da República (PR), com 12
926 membros. Ainda de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, o
Partido Novo (NOVO) e o Partido Socialista dos Trabalhadores
Unificado (PSTU) são os partidos políticos com menor
representatividade na unidade federativa, com 4 e 9 filiados,
respectivamente. Não há membros do Partido da Causa Operária (PCO)
no Tocantins, na data de divulgação supracitada.

Oposição do Governo de Tocantins (antigo aliado de José Siqueira)


Marcelo Miranda

Marcelo de Carvalho Miranda (Goiânia, 10 de outubro de 1961) é um


político brasileiro filiado ao Partido do Movimento Democrático
Brasileiro (PMDB). Atualmente, é Governador do Estado Tocantins,
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cargo que ocupa pela terceira vez. É casado com a deputada federal
Dulce Miranda (PMDB) com quem tem dois filhos.

Em 2010 foi eleito senador de Tocantins, mas não pode assumir em


razão de estar impedido pela Lei da Ficha Limpa, por ter seu mandato
cassado em 2009.
Em 28 de novembro de 2016, foi alvo de condução coercitiva em uma
operação da Polícia Federal (PF), batizada de Reis do Gado. A PF diz
que já tem indícios de que os suspeitos movimentaram mais de R$ 200
milhões e que parte do dinheiro foi regularizada através da ocultação
em meio ao patrimônio de parentes do governador Marcelo Miranda.
O governador e seu pai tiveram os bens bloqueados pela Justiça.

Carreira política

Foi eleito deputado estadual pela primeira vez em 1990, sendo reeleito
em 1994 e 1998. Por duas vezes consecutivas chegou a presidir a
Assembleia Legislativa do Tocantins. Naquele período, integrou a União
Nacional dos Legislativos Estaduais (Unale), quando articulou a criação
do Parlamento Amazônico, do qual foi presidente de 2001 a 2002.

Em 2002 foi eleito pela primeira vez para o cargo de Governador do


Estado do Tocantins com 60% dos votos válidos e assumiu o mandato
de 2003 a 2006. Seu trabalho foi reconhecido pelos tocantinenses, que
o reelegeram para o seu segundo mandato à frente do Estado. Em
2014, Marcelo Miranda retornou ao cargo de chefe do Executivo
tocantinense em uma eleição na qual obteve 51,3% dos votos validos,
a frente de Sandoval Cardoso (SD).

Fonte: WIKIPEDIA. Lista de Governadores do Tocantins. Disponível em:


https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Lista_de_governadores_do_Tocantins.
Acesso em: Novembro de 2017.
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Fonte: WIKIPEDIA. Marcelo Miranda. Disponível em:


https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Marcelo_Miranda. Acesso em:
Novembro de 2017.

Fonte: WIKIPEDIA. Siqueira Campos. Disponível em:


https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Siqueira_Campos_(pol%C3%ADtico).
Acesso em: Novembro de 2017.

Governo e Administração Pública de Tocantins: economia, política e


desenvolvimento

Desenvolvimento

O veto de José Sarney


José Wilson Siqueira Campos, ex-governador e um dos líderes pela
emancipação do estado do Tocantins, na Assembleia Constituinte de
1988.

Em 1982, circulou um rumor segundo o qual o governo federal estaria


disposto a criar o "Território Federal do Tocantins" de modo a
contrabalançar a influência do Partido do Movimento Democrático
Brasileiro na Região Norte do país, visto que a legenda oposicionista
conquistou os governos do Amazonas, Pará e Acre, restando ao Partido
Democrático Social o controle, por nomeação presidencial, do estado
de Rondônia e dos territórios federais do Amapá e Roraima. Tal alarido
logo foi desmentido. Entretanto, o movimento autonomista já havia se
articulado e, em 1985, o Senador Benedito Ferreira(PFL-Goiás),
também conhecido por Benedito Boa Sorte em 1985 protocolou no
Senado Federal um projeto de lei para criar o Estado do Tocantins, este
sob o número Nº 201. Depois de ter seu projeto vetado pelo
presidente Sarney, o deputado federal José Wilson Siqueira Campos
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(Partido Democrático Social-Goiás) apresentou, ao Congresso Nacional,


um projeto de lei criando o estado do Tocantins. Aprovado pelos
parlamentares em março, foi encaminhado ao presidente José Sarney
que o vetou em 3 de abril de 1985. Sarney afirmou na época, que tal
matéria deveria ser submetida à Constituinte, que elaboraria a nova
Constituição nacional.

Constituição de 1988

Uma nova tentativa de emancipação foi durante a Assembleia Nacional


Constituinte, que estabeleceu, no Artigo 13 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias, as condições para a criação do novo
estado no bojo de uma reforma que extinguiu os territórios federais
existentes e concedeu plena autonomia política ao Distrito Federal.

Em 5 de outubro de 1988, o norte de Goiás finalmente foi emancipado,


passando a se chamar Tocantins, inserido na Região Norte. Em 1º de
janeiro de 1989, o novo estado foi oficialmente instalado. O girassol
tornou-se a planta-símbolo do estado. Sua flor amarela, aberta em
várias pétalas, simboliza o sol que nasce para todos. As cores oficiais do
estado são o amarelo, o azul e o branco.

Governo e política

O Tocantins é um estado da federação, sendo governado por três


poderes, o executivo, representado pelo governador, o legislativo,
representado pela Assembleia Legislativa do Tocantins, e o judiciário,
representado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins e outros
tribunais e juízes. Também se permite, nas decisões do governo, a
participação popular, que dar-se-á sob a forma de referendos e
plebiscitos.

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O município de Palmas é quem detém o maior número de eleitores,


com 172 344 mil destes. Em seguida aparecem Araguaína, com 102,8
mil eleitores, Gurupi (55,2 mil eleitores), Porto Nacional (37,1 mil
eleitores) e Paraíso do Tocantins, Colinas do Tocantins e Araguatins,
com 31,5 mil, 21,6 mil e 21,1 mil eleitores, respectivamente. O
município com menor número de eleitores é São Félix do Tocantins,
com 1,3 mil.

Tratando-se sobre partidos políticos, 34 dos 35 partidos políticos


brasileiros possuem representação no estado. Conforme informações
divulgadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com base em dados
de outubro de 2016, o partido político com maior número de filiados
no Tocantins é o Partido do Movimento Democrático Brasileiro
(PMDB), com 32 824 membros, seguido do Partido Progressista (PP),
com 19 083 membros e do Democratas (DEM), com 18 304 filiados.
Completando a lista dos cinco maiores partidos políticos no estado, por
número de membros, estão o Partido da Social Democracia Brasileira
(PSDB), com 17 197 membros; e o Partido da República (PR), com 12
926 membros. Ainda de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, o
Partido Novo (NOVO) e o Partido Socialista dos Trabalhadores
Unificado (PSTU) são os partidos políticos com menor
representatividade na unidade federativa, com 4 e 9 filiados,
respectivamente. Não há membros do Partido da Causa Operária (PCO)
no Tocantins, na data de divulgação supracitada.

Economia

O Tocantins é conhecido como uma terra nova, de novas possibilidades


e oportunidades, atrativa para migrantes e propícia ao aporte de novos
investimentos com uma série de incentivos fiscais: a economia
tocantinense está assentada em um agressivo modelo expansionista de
agroexportações e é marcada por seguidos records de hiper-superávits
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primários: cerca de 89% de sua pauta de exportação é soja em grão,


cerca de 10% é carne bovina e 1% outros, revelando sua forte
inclinação agropecuária.

Em 2005, Tocantins exportou 158,7 milhões de dólares e importou 14,3


milhões. Sua indústria é principalmente a agroindústria, centralizada
em seis distritos instalados em cinco cidades-polo: Palmas, Araguaína,
Gurupi, Porto Nacional e Paraíso do Tocantins. Sua indústria é ainda
pequena e voltada principalmente para consumo próprio. Observa-se
uma economia, que com sucesso consegue reter capitais com sua
pequena indústria (reduzindo a necessidade de importações), uma
população com renda per capita em posição mediana, uma potência
agrícola em expansão com um PIB cada vez maior e com deficiências
principalmente no setor secundário (indústrias).

O potencial exportador do estado vem aumentando


consideravelmente, tendo o Tocantins, em 2012, exportado
aproximadamente 644 milhões de dólares, divididos principalmente
em soja (69,37%), carne bovina congelada (20,29%), álcool etílico
(3,35%), carne bovina (2,58%) e miúdos comestíveis (1,34%).[19] Boa
parte de suas importações é de maquinário, material de construção,
ferro e aeronaves de pequeno porte, produtos que representam a base
de um expansionismo econômico. Não se observa a importação de
produtos produtíveis em solo estadual: o que representa uma
contenção de evasão econômica, garantindo um superávit na balança
comercial, retendo mais divisas dentro do estado.

A produção de borracha natural (látex in-natura) após anos de


incentivo dos órgãos agropecuários estaduais, estabilizou-se em três
regiões, norte (Araguaína), centro (Pium) e sul (Palmeirópolis), com a
região sul possuindo a maior área plantada do estado. Uma importante
ajuda à economia estadual, como ocorre com a maioria das prefeituras
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do país, consiste no recebimento de verbas federais, principalmente


através do FPM – Fundo de Participação dos Municípios.

No setor terciário (comércio e serviços) suas principais atividades estão


concentradas na capital Palmas e também nas cidades que estão
localizadas à beira da Rodovia Belém-Brasília (BR's 153 e 226). Faz-se
importante frisar a relevância dessa rodovia para o Tocantins, pois ela
corta o estado de norte a sul e possibilita um melhor desempenho no
crescimento econômico das cidades localizadas às suas margens,
servindo como entreposto de transportes rodoviários e de serviços a
viajantes. Além disso, a Rodovia Belém-Brasília também facilita o
escoamento da produção do Tocantins para outros estados e para
portos no litoral.

Fonte: WIKIPEDIA. Tocantins. Disponível em:


https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Lista_de_governadores_do_Tocantins.
Acesso em: Novembro de 2017.

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