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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE

DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO.

JOSÉ CLEMENTE DA SILVA, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da


Cédula de Identidade número ______, expedida pela ______, inscrito no CPF nº
______, residente e domiciliado no (endereço completo), inconformado com a v.
acórdão, já transitado em julgado, que o condenou à pena de 9 (nove anos, de reclusão,
em regime fechado, pela prática dos delitos previstos no art. 217-A, proferida nos autos
do Processo-Crime n. .... por seu advogado que esta subscreve, conforme procuração
anexa a este instrumento, oferecer a presente

REVISÃO CRIMINAL COM PEDIDO DE LIMINAR

Com fundamento no artigo 621, inciso I do Código de Processo Penal, não conformado
com o acórdão condenatório já transitado em julgado conforme certidão em anexo,
pelas razões de fatos e direito a seguir expostas.

I-DOS FATOS

José Clemente foi denunciado pelo Ministério Público Estadual por supostamente ter
praticado o delito de estupro de vulnerável art. 217-A do CP, no entanto após instrução
criminal foi absolvido da imputação a este feita pelo Juiz Singular o qual fundamentou
sua decisão pelo fato de inexistir prova suficiente para condenação (artigo 386, inciso
VII do CPP).
Inconformado com a Decisão de primeiro grau o Ministério Público Estadual apelou da
mesma e conseguiu na segunda instância a condenação de José Clemente, o qual foi
condenado a 09 nove anos e 02 meses de reclusão.
O respeitável Acórdão merece ser rescindido pelos motivos de fato e direito a seguir
aduzidos

II-DO DIREITO

Em que pese a brilhante atuação deste respeitável tribunal há de se ater a questão de que
o juiz de primeiro grau havia absolvido José Clemente pelo contido no artigo 386 inciso
VII do Código de Processo Penal que trata da situação na qual não é possível condenar
o acusado pela insuficiência das provas contidas nos autos.
Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que
reconheça:
(...)
VII - não existir prova suficiente para a condenação.
Assim leciona Guilherme Nucci:
[...] princípio da presunção da inocência: também conhecido como princípio do estado
de inocência ou da não-culpabilidade, significa que todo acusado é presumido inocente,
até que seja declarado culpado por sentença condenatória, com trânsito em julgado.
Encontra-se previsto no art.5º, LVII, da Constituição [...]
Integra-se a este princípio da prevalência do interesse do réu (in dúbio pro reo),
garantindo que, em caso de dúvida, deve sempre prevalecer o estado de inocência,
absolvendo-se o acusado.
Desta feita, "o processo pode ter muitas provas, mas desde que estas provas não sejam
suficientes para gerar certeza no espírito do julgador, o réu deverá ser absolvido. Não é
preciso que haja uma prova plena da inocência. É preciso. isto sim, que haja uma prova
plena total, cabal, da culpa". (Antônio José Miguel Feu Rosa. Processo Penal, p.529)
Na lição do professor Paulo Rangel, descobrir a verdade real (ou material) é colher
elementos probatórios necessários e lícitos para se comprovar, com certeza absoluta
(dentro dos autos), quem realmente enfrentou o comando normativo penal e a maneira
pela qual o fez.
Diante disso, corretamente o Magistrado a quo acolheu a versão que lhe pareceu a mais
consentânea com a realidade processual apresentada,cabendo a aplicação do princípio
do in dubio pro reo, diante da perspectiva de uma condenação que se julgaria injusta.
Para a legalidade da Ação Penal, torna-se necessário que venha ser caracterizada a Justa
Causa, a qual é evidenciada pela presença nos autos da prova da materialidade do delito
e dos indícios de autoria, sem as quais a ação penal torna-se fragilizada, sem elementos
para seu recebimento e/ou julgamento condenatório pelo Juiz Singular.
No caso em concreto, a falta de provas que evidencie o cometimento do crime é tão
escassa a ponto do magistrado ter convertido o processo em diligência a fim de ouvir
mais testemunhas e mesmo depois de feito isto o mesmo absolveu José Clemente como
já apresentado.

Na doutrina, Fernando da Costa Tourinho Filho, ao discorrer sobre o instituto da


revisão criminal escudada esta em sentença (o que vale também para acórdão)
contrária à evidência dos autos, ensina que a condenação não pode ser arrimada “em
nenhuma prova” (Código de Processo PenalComentado, vols. 1 e 2, 13. ed., São
Paulo: Saraiva, p. 621).
Guilherme de Souza Nucci, em sua obra: “Código de Processo Penal Comentado”,
reportando-se à matéria, escreve: “Contrariando à evidência dos autos: entenda-se por
evidência dos autos o conjunto probatório colhido. Para ser admissível a revisão
criminal, torna-se indispensável que a decisão condenatória proferida ofenda
frontalmente as provas constantes dos autos” (9. ed., São Paulo: Ed. RT, p. 1007).

Neste mesmo entendimento foi que o Tribunal de Justiça do Paraná apresentou o


seguinte parecer.

REVISÃO CRIMINAL DE ACÓRDÃO - REQUERENTE


ABSOLVIDO EM PRIMEIRO GRAU - CONDENAÇÃO EM
SEGUNDO GRAU - CRIMES PREVISTOS NOS ARTS. 12,
14 DA LEI 6368/76 - ACÓRDÃO CONTRÁRIO À
EVIDÊNCIA DOS AUTOS - PROCEDÊNCIA - AÇÃO DE
REVISÃO CRIMINAL PROCEDENTE POR MAIORIA.

(TJ-PR - RVCR: 6796390 PR 0679639-0, Relator: Tito Campos de Paula, Data de


Julgamento: 10/03/2011, 4ª Câmara Criminal em Composição Integral, Data de
Publicação: DJ: 655)

III-DA LIMINAR

Primeiramente, frise-se a possibilidade jurídica de concessão de liminar em sede


de revisão criminal – mesmo que em sede excepcional – desde que presentes os
requisitos ensejadores . A doutrina e a jurisprudência acatam a possibilidade de
concessão de tutela antecipada em ação rescisória, que tem o mesmo escopo da
revisão criminal: desconstituir uma sentença já coberta pelo manto da coisa
julgada.

Em razão da segurança jurídica tutela pelo instituto da coisa julgada, mister se faz
que a ponderação com os outros valores em jogo. No caso, se fazem presentes os
requisitos, sendo o caso de concessão de liminar para que seja expedido Alvará de
Soltura, a fim de que o revisionando permaneça em liberdade até o final
julgamento do presente pedido de revisão criminal.

O revisionando está em cumprimento de pena em razão do presente processo,


condenado a pena de 09 nove) anos e 02 (dois) meses, em regime fechado. A prisão
do réu, em regime fechado, bem demonstra o periculum in mora de aguardar-se o
julgamento do arresto para a concessão de sua liberdade
Observado a excelente fundamentação da r. Sentença absolutória de primeiro grau,
que bem analisou toda a prova dos autos e, ao final, absolveu o revisionando. O
douto Magistrado a quo, em sentença irrepreensível, chegou à mesma conclusão
que se espera de Vossas Excelências ao final do julgamento desta revisão criminal,
de maneira que não se mostra justo mantê-lo encarcerado diante de tamanha
fragilidade probatória, detectada pelo julgador singular.

“Cabe ressaltar, neste ponto, que a Convenção Americana sobre Direitos Humanos
também não assegura, de modo irrestrito, ao condenado, o direito de (sempre)
recorrer em liberdade, pois o Pacto de São José da Costa Rica, em tema de proteção
ao "status libertatis" do réu, estabelece, em seu Artigo 7º, nº 2, que "Ninguém pode
ser privado de sua liberdade física, salvo pelas causas e nas condições previamente
fixadas pelas Constituições políticas dos Estados-Partes ou pelas leis de acordo
com elas promulgadas", admitindo, desse modo, a possibilidade de cada sistema
jurídico nacional instituir - como o faz o ordenamento estatal brasileiro - os casos
em que se legitimará, ou não, a privação cautelar da liberdade de locomoção física
do réu ou do condenado (RTJ 168/526- -527 - RTJ 171/857 - RTJ 186/576-577,
v.g.).”

Veja-se, portanto, que a Convenção Americana sobre Direitos Humanos, ao


remeter, ao plano do direito positivo interno, a definição normativa das situações
legitimadoras de prisão, reconhece que o tratamento dessa matéria deve efetivar-
se de acordo com o ordenamento de cada Estado nacional, cuja Constituição e leis
qualificam-se, nesse contexto, como estatutos de regência dos pressupostos de
admissibilidade de privação da liberdade de locomoção física do cidadão, inclusive
das medidas cautelares de constrição de seu "jus libertatis", de tal modo que, em
última análise, o exame da legitimidade jurídica da prisão processual do indiciado,
do réu ou do sentenciado referir-se-á, invariavelmente, à análise das próprias
prescrições fundadas na legislação nacional, como sucede, p. ex., com a necessária
e concreta verificação, em cada caso ocorrente, das hipóteses previstas no art. 312
do CPP, mesmo que se trate de prisão cautelar motivada por condenação penal
meramente recorrível.

É por tal razão que a jurisprudência desta Suprema Corte - embora admitindo a
convivência entre os diversos instrumentos de tutela cautelar penal postos à
disposição do Poder Público, de um lado, e a presunção constitucional de não-
culpabilidade (CF, art. 5º, LVII) e o Pacto de São José da Costa Rica (Artigo 7º, nº 2),
de outro - tem advertido sobre a necessidade de estrita observância, pelos órgãos
judiciários

Para esses casos, excepcionais, de suspensão da sentença condenatória pelo


ajuizamento da revisão, parece oportuno que a liberdade do condenado venha
acompanhada de medida coercitiva de contra-cautela.
Desta forma, estão presentes os requisitos legais para o deferimento de medida liminar
para suspender os efeitos da condenação até o final julgamento do presente pedido
revisional, devendo ser expedido alvará de soltura.

IV-DOS PEDIDOS

I- Diante do exposto, requerer à Vossa Excelência, preliminarmente ,sejam suspensas de


imediato os efeitos da sentença rescindenda para suspender o cumprimento da pena
privativa de liberdade, diante do fumus boni iuris e o periculum in mora,
considerando os riscos que sofre o requerente de dano irreparável ao seu direito
material ora postulado , até o julgamento da presente revisão criminal, expedindo-se
competente alvará de soltura e, ao final,
II- Que seja julgada procedente a presente ação revisional, para que se absolva o
Revisionando, com fulcro nos artigos 386, inciso VII e art. 626, ambos do Código de
Processo Penal,

Termos em que,
Pede deferimento.

Local, Data
Advogado OAB

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