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• Como não se atraía imigrantes pelo dinamismo econômico brasileiro, era necessário atraí-los.
• A própria classe cafeeira começou a contratar diretamente na Europa:
o Conseguiu do Estado o financiamento de transporte
o O Estado financiava a operação, o colono hipotecava o seu futuro e o de sua família, e o
fazendeiro ficava com todas as vantagens.
o Abusos
o O fazendeiro: única fonte do poder político.
o Houve reação na Europa na década de 1960.
• Agrava-se o problema da mão de obra no Brasil
o Melhora o sistema de pagamento ao colono, que tinha um salário fixo e outro variável,
em função da colheita.
o Problema: O pagamento da viagem
1870: o governo imperial passou a encarregar-se dos gastos do transporte dos
imigrantes
Ao fazendeiro cabia cobrir os gastos do imigrante durante o seu primeiro ano de
atividade
• Essas medidas do fim do século XIX permitem o afluxo de mão de obra.
• Brasil conheceu no último quartel do século XIX e primeiro decênio do XX um outro grande
movimento de população: da região nordestina para a amazônica.
• Região Amazônica, durante o século XVIII: estado de letargia econômica
• Obstáculo: a quase inexistência de população e a dificuldade de organizar a produção com base
no escasso elemento indígena local.
• Borracha
o A evolução da economia mundial da borracha desdobrou se assim em duas etapas:
durante a primeira encontrou-se uma solução de emergência para o problema da oferta do
produto extrativo; a segunda se caracteriza pela produção organizada em bases racionais,
permitindo que a oferta adquira a elasticidade requerida pela rápida expansão da procura
mundial
o ao introduzir-se a borracha oriental de modo regular no mercado, depois da Primeira
Guerra Mundial, os preços do produto se reduziram de forma permanente
• Durante o crescimento da exportação de borracha pelo Brasil, a população do Pará e Amazonas
mais do que dobra entre 1872 e 1900.
• Essa enorme transumância indica claramente que em fins do século XIX já existia no Brasil um
reservatório substancial de mão-de-obra
• Contrastes da imigração à Amazônia, população de origem nordestina, e para o complexo
cafeeiro:
o Imigrante Europeu: ajudado por seu governo, chegava à plantação de café com todos os
gastos pagos, residência garantida, gastos de manutenção assegurados até a colheita.
o Imigrante Nordestino para a Amazônia: começava sempre a trabalhar endividado, pois
via de regra obrigavam-no a reembolsar os gastos com a totalidade ou parte da viagem,
com os instrumentos de trabalho e outras despesas de instalação. Para alimentar-se
dependia do suprimento que, em regime de estrito monopólio, realizava o mesmo
empresário com o qual estava endividado e que lhe comprava o produto. As grandes
distâncias e a precariedade de sua situação financeira reduziam-no a um regime de
servidão. Entre as longas caminhadas na floresta e a solidão das cabanas rudimentares
onde habitava, esgotava-se sua vida,
o O grande movimento de população nordestina para a Amazônia consistiu basicamente em
um enorme desgaste humano em uma etapa em que o problema fundamental da economia
brasileira era aumentar a oferta de mão-de-obra.
Capítulo XXV - Nível de renda e ritmo de crescimento na segunda metade do século XIX
• A economia brasileira em seu conjunto parece haver alcançado uma taxa relativamente alta de
crescimento na segunda metade do século XIX
o O comércio exterior é o setor dinâmico do sistema
o Entre 1840 e 1890 as exportações cresceram 214% em volume físico que foi acompanhado de
uma elevação nos preços médios dos produtos exportados de aproximadamente;
o Observa-se uma redução no índice de preços dos produtos importados, de modo que houve
melhora de 58% na relação entre os preços de troca.
o Essas melhoras nos termos de troca significaram um incremento de 396% na renda real
gerada pelo setor exportador.
o O setor mais dinâmico da economia quintuplicou no período considerado.
• O desenvolvimento da segunda metade do século XIX não se estendeu a todo o território do país
o A exportação de açúcar e de algodão cresceu pouco durante o período considerado, a renda
gerada por esses produtos aumentaram apenas 54% no período considerado.
• Convém dividir a economia brasileira em três setores principais e estados importantes
o A economia do açúcar e do algodão e pela vasta zona de economia de subsistência a ela
ligada
Faixa que se estende desde o Estado do Maranhão até Sergipe, exclui-se a Bahia por
conta do cacau.
1/3 da população do país + Bahia => metade da população => crescimento
populacional (1,2% a.a.) maior do que a renda gerada (80%)
Dividido em dois sistemas: o litorâneo principalmente exportador e o mediterrâneo
principalmente de subsistência
A renda per capita do sistema de subsistência haja permanecido estável, já a queda
da renda per capita do sistema exportador teria sido substancial
Transferência de população do sistema exportador para o de subsistência e que a
renda per capita no setor de subsistência tenha sido mantido => queda da
produtividade na região
o A economia principalmente de subsistência do sul do país.
Beneficiou-se indiretamente com a expansão das exportações
Conseguia vender parte do excedente para a o mercado interno, aumentando suas
transações monetárias.
Produção de erva mate; charque; vinho e banha de porco
População cresceu 3% a.a.
O aumento da renda per capita haja sido de alguma magnitude
o A economia cafeeira
Os estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.
População cresceu 2,2% a.a.
Grandes movimentos demográficos dentro da região. A taxa de crescimento
populacional no Espírito Santo e em São Paulo foi de 3,6% a.a.
Transferência da população dos setores de baixa produtividade para o de alta
produtividade.
Rápida expansão do mercado interno na região cafeeira teria de repercutir muito
favoravelmente na produtividade do setor de subsistência, o qual se concentrava
principalmente no Estado de Minas Gerais.
A renda cresceu 4,5% a.a.. Dado o crescimento da população a taxa de aumento
anual per capita seria de 2,3%.
o Bahia
13% da população do país
Produção de cacau
Uma alternativa para o uso dos recursos de terra e mão-de-obra de que não se
beneficiaram os demais estados nordestinos
Fumo
• Antes para escambo, encontra mercado crescente na Europa
Na Bahia o desenvolvimento foi entorpecido pela ação profunda de fatores similares
aos que atuaram no Nordeste.
A população cresceu mais do que a do nordeste 1,5% a.a., demonstrando que a renda
real evoluiu menos desfavoravelmente.
o Região amazônica
3% da população do país
A participação da borracha no valor total das exportações elevou-se de 0,4% nos
anos 1940 para 15% nos anos 1990
Grande parte dessa renda não revertesse à região e que parte substancial da que
revertia se liquidasse em importações
• A região nordestina parece ser a única cuja renda per capita diminuiu
• A renda real do Brasil teria sido multiplicada em 5,4, taxa de crescimento anual de 3,5% e taxa de
crescimento per capita de 1,5%.
• Brasil x EUA
o Renda nos EUA se multiplicou em 5,7, o cresc. da população foi maior, portanto a renda per
capita menor.
o Os EUA na segunda metade do século XIX mantiveram um ritmo de crescimento que vinha do
último quartel do século anterior, o Brasil iniciou uma etapa de crescimento após três quartos
de século de estagnação e provavelmente de retrocesso em sua renda per capita.
• Não conseguindo o Brasil integrar-se nas correntes em expansão do comércio mundial durante essa
etapa de rápida transformação das estruturas econômicas dos países mais avançados, criaram-se
profundas dessemelhanças entre seu sistema econômico e os daqueles países.
• A produção, que se encontrava em altos níveis, teria de seguir crescendo, pois os produtores
haviam continuado a expandir as plantações até aquele momento.
o a produção máxima seria alcançada em 1933, no ponto mais baixo da depressão, como
reflexo das grandes plantações de 1927-28
• era totalmente impossível obter crédito no exterior para financiar a retenção de novos estoques
• Problemas que se impunham:
o Colher o café ou deixá-lo apodrecer?
o Qual destino se daria ao café se ele fosse colhido?
o Como financiar a colheita/estocagem do produto?
• Colhendo ou não café, haveria perdas. No entanto, as perdas nunca recaíam totalmente sobre os
produtores. Deixar café apodrecer no pé, significava perda para os produtores.
• A grande acumulação de estoques de 1929, a rápida liquidação das reservas metálicas brasileiras
e as precárias perspectivas de financiamento das grandes safras previstas para o futuro aceleraram
a queda do preço internacional do café iniciada conjuntamente com a de todos os produtos
primários em fins de 1929.
• Só aconteceu essa queda principalmente devido a problemas do lado da oferta, uma vez que a
demanda por café é inelástica a renda
• A baixa brusca do preço internacional do café e as falências do sistema de conversibilidade
acarretaram depreciação do valor externo da moeda.
o A depreciação da moeda trouxe um grande alívio ao setor cafeeiro da economia.
o A desvalorização da moeda foi de 40% e a queda do café foi de 60%,
o O grosso das perdas poderia, portanto, ser transferido para o conjunto da coletividade
através da alta dos preços das importações.
o Outro problema: excesso de oferta => conseguiu-se entre 1929 – 1937 aumentar em 25%
o volume físico exportado (isso, no entanto, não era suficiente).
o A depreciação da moeda, ao atenuar o impacto da baixa do preço internacional sobre o
empresário brasileiro, induzia este a continuar colhendo o café e a manter a pressão sobre
o mercado
o o mecanismo do câmbio não podia constituir um instrumento de defesa efetivo da
economia cafeeira nas condições excepcionalmente graves criadas pela crise que estamos
considerando.
o Era necessário financiar os estoques, a expansão do crédito interno que forçava a
depreciação do câmbio, era um novo mecanismo de socialização das perdas.
o Mas a estocagem não era uma medida suficiente, pois era óbvio que esse excesso de café
não poderia ser vendido.
o A destruição do café se tornava uma consequência lógica do processo de defesa do café.
o Após ter atingido o piso de preço em 1933, o preço da café entre 1934 e 1937 passa ao
largo da recuperação dos países industrializados a partir de 1934. De modo que o preço
do café é totalmente determinado pela oferta.
• Funcionamento da política de retenção e destruição do café:
• Ao garantir preços mínimos de compra, estava-se mantendo o nível de emprego na economia
exportadora e, indiretamente, nos setores produtores ligados ao mercado interno.
• Ao evitar-se uma contração de grandes proporções na renda monetária do setor exportador,
reduziam-se proporcionalmente os efeitos do multiplicador de desemprego sobre os demais
setores da economia.
• Ao se permitir que se colhessem o café, estava inconscientemente evitando que a renda monetária
se contraísse.
•
• Ao se evitar a quebra do setor exportador, fomentou-se a renda nacional. Praticou-se no Brasil,
inconscientemente, uma política anticíclica de maior magnitude que a que se tenha sequer
preconizado em qualquer dos países industrializados.
• a recuperação da economia brasileira, que se manifesta a partir de 1933, não se deve a nenhum
fator externo, e sim à política de fomento seguida inconscientemente no país e que era um
subproduto da defesa dos interesses cafeeiros, uma vez que os EUA só se recuperam a partir de
1934.
A taxa de câmbio nesta economia passa a ter um papel desestabilizador. Pois ao recuperar as
exportações há pressão para valorizar o câmbio, o que aumenta a demanda por importados.
Esse aumento de demanda comprime o mercado interno e pressiona novamente para uma
desvalorização da moeda. => Perdia-se um dos mecanismos de ajustes mais amplos de que dispunha a
economia e ao mesmo tempo um dos instrumentos mais efetivos de defesa da velha estrutura
econômica com raízes na era colonial