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ABNT/CB-002

PROJETO DE REVISÃO ABNT NBR 5629


AGO 2017

Tirantes ancorados no terreno — Projeto e execução

APRESENTAÇÃO
1) Este Projeto de Revisão foi elaborado pela Comissão de Estudo de Execução de Tirantes
Projeto em Consulta Nacional

(CE-002:152.010) do Comitê Brasileiro de Construção Civil (ABNT/CB-002), nas reuniões de:

18.04.2013 16.05.2013 20.06.2013

15.08.2013 19.09.2013 17.10.2013

21.11.2013 23.01.2014 20.02.2014

20.03.2014 24.04.2014 15.04.2014

26.06.2014 17.07.2014 05.09.2014

24.09.2014 01.10.2014 24.10.2014

30.10.2014 26.02.2015 19.03.2015

16.04.2014 07.05.2015 28.05.2015

18.06.2014 02.07.2015 23.07.2015

27.08.2015

a) É previsto para cancelar e substituir a edição anterior (ABNT NBR 5629:2006), quando
aprovado, sendo que nesse ínterim a referida norma continua em vigor;

b) Não tem valor normativo.

2) Aqueles que tiverem conhecimento de qualquer direito de patente devem apresentar esta
informação em seus comentários, com documentação comprobatória;

3) Tomaram parte na sua elaboração:

Participante Representante

ABEF Walter R. Iório


ABEG Jose Luiz de Paula Eduardo

© ABNT 2017
Todos os direitos reservados. Salvo disposição em contrário, nenhuma parte desta publicação pode ser modificada
ou utilizada de outra forma que altere seu conteúdo. Esta publicação não é um documento normativo e tem
apenas a incumbência de permitir uma consulta prévia ao assunto tratado. Não é autorizado postar na internet
ou intranet sem prévia permissão por escrito. A permissão pode ser solicitada aos meios de comunicação da ABNT.

NÃO TEM VALOR NORMATIVO


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PROJETO DE REVISÃO ABNT NBR 5629
AGO 2017

ABNT/CB-002 Paulo E. Fonseca Campos

Rose de Lima
ABMS Celso Orlando
ARTERIS Sergio Asakawa
Projeto em Consulta Nacional

AUTÔNOMO - AVALIADOR Bernardo Ronaldo


BRASFOND Antonio Soares Neto

Marcos Petracco
CONSULTRIX Marli dos Santos Godoy Pereira
CONSIST JRA Gabriel Ramos P de Lima

Raphael Ramos P de Lima

Ricardo Maluhy
DYWIDAG José Luiz Castro
GEOSONDA Luciano José Martins
INCOTEP Marcio Duarte

Sandra Feitosa
HEXAGRAMA João de Valentin
POLI-USP Marcos Massao Futai
PUC MINAS Thiago Bonjardim Porto
SAS PROTENÇÃO Otavio Pepe
SEEL Paulo Henrique Vieira Dias
SOLOTRAT Alberto Casati Zirlis
TECNUM Sussumo Niyama
TECNOGEO Diego Gazoli
THEMAG João Augusto de Mattos Pimenta
TORCISÃO Daniel Canova Renosto
WAGNER AGNELO PORFIRIO Wagner Agnelo Porfirio
UNICAMP Paulo Albuquerque
URBANO R. ALONSO Consultor
ZF SOLOS Frederico Falconi

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PROJETO DE REVISÃO ABNT NBR 5629
AGO 2017

Tirantes ancorados no terreno — Projeto e execução

Ties anchored in soil — Design and execution


Projeto em Consulta Nacional

Prefácio

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o Foro Nacional de Normalização. As Normas


Brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB), dos Organismos
de Normalização Setorial (ABNT/ONS) e das Comissões de Estudo Especiais (ABNT/CEE), são
elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas pelas partes interessadas no tema objeto
da normalização.

Os Documentos Técnicos ABNT são elaborados conforme as regras da ABNT Diretiva 2.

A ABNT chama a atenção para que, apesar de ter sido solicitada manifestação sobre eventuais direitos
de patentes durante a Consulta Nacional, estes podem ocorrer e devem ser comunicados à ABNT
a qualquer momento (Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996).

Ressalta-se que Normas Brasileiras podem ser objeto de citação em Regulamentos Técnicos. Nestes
casos, os órgãos responsáveis pelos Regulamentos Técnicos podem determinar outras datas para
exigência dos requisitos desta Norma.

A ABNT NBR 5629 foi elaborada no Comitê Brasileiro de Construção Civil (ABNT/CB-002), pela
Comissão de Estudo de Execução de Tirantes (CE-002:152.010). O Projeto circulou em Consulta
Nacional conforme Edital nº XX, de XX.XX.XXXX a XX.XX.XXXX.

Esta terceira edição cancela e substitui a edição anterior (ABNT NBR 5629:2006), a qual foi tecnica-
mente revisada.

O Escopo em inglês desta Norma Brasileira é o seguinte:

Scope
This Standard establishes the requirements that rules the design and construction of ground anchors.

NOTE The designation of ground is applied to soils and rocks.

This Standard is not applied to traction piles or to passives previous buried structures of anchorage.

NOTE Considering that Geotechnical Engineering is not an exact science and risks are part of any activity
involving phenomena or materials of Nature this Standard’s criteria and procedures are intended to balance
the technical, economical and security requirements usually accepted by society nowadays. Civil engineer
with notorious competence is able to give numerical treatment to problems concerning to the science of soil
and rock mechanics.

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Tirantes ancorados no terreno — Projeto e execução

1 Escopo
Projeto em Consulta Nacional

Esta Norma estabelece os requisitos para projeto e a execução de tirantes ancorados no terreno.

NOTA A designação de terreno aplica-se a solos e rochas.

Esta Norma se aplica para os requisitos para projeto para aplicações em sitiações especificas
estabelecidas no Anexo B.

Esta Norma não se aplica às estacas de tração ou às estruturas passivas de ancoragem previamente
enterradas.

NOTA Reconhecendo que a Engenharia Geotécnica não é uma ciência exata e que riscos são inerentes
a toda e qualquer atividade que envolva fenômenos ou materiais da Natureza, os critérios e procedimentos
constantes desta Norma procuram traduzir o equilíbrio entre condicionantes técnicos, econômicos e de
segurança usualmente aceitos pela sociedade na data de sua publicação, e que o engenheiro civil com
notória competência está capacitado a dar tratamento numérico a problemas relacionados à mecânica dos
solos e das rochas.

2 Referência normativa
O documento relacionado a seguir é indispensável à aplicação deste documento. Para referências
datadas, aplicam-se somente as edições citadas. Para referências não datadas, aplicam-se as edições
mais recentes do referido documento (incluindo emendas).

ABNT NBR 12131, Estacas Prova de carga estática – Método de ensaio

3 Termos e definições
Para os efeitos deste documento, aplicam-se os seguintes termos e definições.

3.1
bainha
espaço anelar entre o elemento de tração e a parede da perfuração

3.2
cabeça do tirante
dispositivo de transferência da carga do tirante

3.3
calda de injeção
aglutinante responsável pela aderência do tirante ao terreno

3.4
carga aplicada ao tirante
carga que, aplicada à cabeça do tirante, é transmitida ao terreno pelo trecho ancorado (bulbo)

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3.5
carga de trabalho
[Ft] carga do tirante prevista em projeto

3.6
carga de incorporação
Projeto em Consulta Nacional

[Fi] fração da carga de trabalho do tirante estabelecida em projeto na qual o tirante é fixado

3.7
comprimento do trecho livre (ou comprimento livre)
[Ll] distância (trecho) entre o ponto de aplicação da carga até o início do comprimento ancorado,
(Figura A.2)

3.8
comprimento ancorado efetivo
[Lae] comprimento do trecho de transferência de carga ao solo estimado por meio de ensaio

3.9
comprimento do trecho ancorado, comprimento ancorado ou do bulbo
[La] comprimento do trecho do tirante, projetado para transmitir a carga aplicada ao terreno (ver
Figuras A.1 e A.2)

3.10
comprimento livre efetivo
[Lle] comprimento do trecho de alongamento livre sob aplicação de carga estimado por meio de ensaio

3.11
ensaio de tirante
procedimento executado para verificação do comportamento e do desempenho de um tirante,
classificado em recebimento ou qualificação

3.11.1
ensaio de qualificação (ou ensaio de comportamento)
ensaio executado em tirante para verificação do seu comportamento em um determinado tipo de
terreno

3.11.2
ensaio de recebimento (ou ensaio de desempenho)
ensaio executado para controlar a carga definida em projeto e o desempenho dos tirantes de uma obra

3.12
tirante
dispositivo capaz de transmitir esforços ativos de tração distribuídos a uma região estável do terreno,
sendo constituído de cabeça, trecho livre e trecho ancorado ou bulbo

3.12.1
tirante provisório
tirante com prazo previsto de utilização inferior a dois anos, a partir de sua instalação

3.12.2
tirante permanente
tirante com prazo previsto de utilização superior a dois anos

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3.12.3
tirante reinjetável
tirante que permite injeções adicionais após a sua instalação

3.12.4
tirante não reinjetável
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tirante que não permite injeções adicionais após a sua instalação

3.12.5
tirante autoperfurante
tirante não reinjetável, constituído de elemento monobarra vazado, cuja perfuração é realizada com
sua própria barra e acessórios, ficando todos incorporados na perfuração, e injetado simultaneamente
com calda de cimento ou outro fluido aglutinante

4 Projeto do tirante
4.1 Generalidades

4.1.1 Antes do início do projeto devem-se ter dados suficientes indicados em 4.2 para permitir o
cálculo e a execução dos tirantes, e de mantê-los à disposição durante a execução propriamente dita.

4.1.2 O projeto do tirante deve possuir desenhos e relatório técnico.

4.1.3 O relatório técnico faz parte do projeto e deve estar disponível, quando solicitado. Este deve
abordar, as premissas adotadas, bem como indicar no projeto as informações descritas a seguir:

 a) seções mínimas e características dos materiais de todos os elementos de tração do tirante;

 b) comprimentos dos trechos livres e ancorados;

 c) ângulo de inclinação da perfuração destinada a receber os tirantes ancorados;

 d) tolerâncias das dimensões, da inclinação e da implantação dos tirantes ancorados;

 e) cargas de trabalho, de incorporação e máxima de ensaios, bem como seus planos de aplicação; e

 f) locação dos tirantes em vista, corte e planta.

4.1.4 Os seguintes aspectos do projeto influenciam no desempenho dos tirantes e devem constar
no relatório técnico:

 a) espaçamento;

 b) características geotécnicas do solo;

 c) sobrecargas;

 d) posição do nível d’água;

 e) sequência executiva da obra.

Toda alteração no projeto deve ser submetida ao responsável pelo projeto.

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4.2 Planejamento dos trabalhos

4.2.1 Dados para elaboração do projeto

Os seguintes dados devem estar disponíveis para a elaboração do projeto:


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 a) relatório de investigação geológico-geotécnica;

 b) levantamento planialtimétrico cadastral;

 c) informações relativas aos elementos interferentes (ver 4.2.2);

 d) interações entre as construções próximas (ver 4.2.3); e

 e) condições na época do projeto em relação à legislação vigente relativa à implantação e execução
devem ser fornecidas previamente ao projetista.

4.2.2 Informações relativas aos elementos interferentes

4.2.2.1 Deve ser feito o levantamento das tubulações subterrâneas, das fundações existentes e das
especificações relativas à implantação e ao funcionamento dos tirantes ancorados no terreno.

4.2.2.2 O levantamento das interferências à execução dos tirantes deve ser fornecida ao projetista,
antes da laboração do projeto.

4.2.3 Interações entre as edificações próximas

O projeto deve considerar:

 a) as sobrecargas nas áreas de influência;

 b) as escavações nas imediações;

 c) o estabelecimento dos prazos previstos para a utilização dos tirantes (ver B2.3.1 e B2.3.2); e

 d) a sequência executiva.

4.3 Cálculo dos esforços

O cálculo dos esforços nos tirantes deve levar em conta a carga máxima que pode ocorrer durante
sua utilização nas fases de execução e situação de trabalho.

4.4 Materiais

4.4.1 Elementos de tração

As especificações dos elementos de tração devem constar no projeto.

4.4.2 Aglutinante

O cimento empregado como aglutinante, na preparação da calda para injeção dos tirantes, deve
assegurar o desempenho estabelecido em D.4.1

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4.4.3 Calda de cimento

A calda para injeção deve apresentar resistência mínima à compressão de 15 MPa aos 28 dias.

A água utilizada na calda deve ser adequada ao cimento e isenta de matéria orgânica.
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Pode ser utilizado outro tipo de aglutinante desde que comprovada sua resistência e durabilidade.

Não é permitido o uso de aditivos que contenham quaisquer agentes agressivos ao elemento de tração.

4.5 Dimensionamento

4.5.1 Generalidades

O dimensionamento do tirante como elemento individual consta do estabelecimento dos seus elemen-
tos básicos (cabeça, trecho livre e trecho ancorado) para resistir aos esforços previstos em projeto.

4.5.2 Elementos de tração

4.5.2.1 Seção da armadura de aço

A seção de aço dos tirantes deve ser calculada a partir do esforço máximo a que são submetidos os
tirantes, tomando-se conforme o caso as seguintes tensões admissíveis:

 a) no caso de tirantes permanentes:


fyk
σadm = × 0, 9
1, 75
 b) no caso de tirantes provisórios:
fyk
σadm = × 0, 9
1, 50
 c) no caso de prova de carga ou cargas de curta duração:
fyk
σadm = × 0, 9
1, 20
onde

σadm é igual à tensão admissível no aço expresso em MPa;

fyk é igual à resistência característica do aço ao escoamento expresso em MPa;

4.5.2.2 Outros elementos de tração

Qualquer outro material utilizado como elemento de tração deve ter comprovada sua resistência
característica e obedecer ao disposto em 4.5.2.1.

4.5.3 Comprimento do trecho ancorado

4.5.3.1 O comprimento do trecho ancorado do tirante deve ser estabelecido em projeto, cujo desem-
penho deve ser verificado por meio de ensaios e ajustado conforme necessidade. Esse comprimento
deve ser calculado por método teórico ou semi-empírico constante em publicações técnicas que refle-
tem o estado da arte na Mecânica dos Solos.

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4.5.3.2 O recobrimento de terra sobre o trecho ancorado do tirante deve ser suficiente para asse-
gurar o processo de ancoragem previsto.

4.5.3.3 Devem ser justificados recobrimentos inferiores a 5 m sobre o centro do trecho ancorado.

4.5.4 Comprimento do trecho livre


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O comprimento do trecho livre do tirante deve ser estabelecido em projeto.

4.5.5 Cabeça do tirante

A cabeça do tirante deve ser dimensionada para permitir a aplicação dos esforços ao tirante e distribuir
as tensões aos elementos ancorados.

5 Execução
5.1 Requisitos de contorno

Antes do início da execução devem ser verificadas se os requisitos para projeto correspondem à
situação atual de campo, principalmente em relação à topografia, construções, interferências,
vizinhanças, nível d’água e sobrecargas.

Qualquer alteração deve ser comunicada ao projetista para os devidos ajustes.

5.2 Montagem

O comprimento dos tirantes deve atender às especificações do projeto, além de ter o comprimento
adicional necessário para a operação de protensão e seus ensaios.

Os tirantes devem ter dispositivos que assegurem o cobrimento mínimo de calda de cimento especi-
ficado em projeto.

Podem ser utilizadas emendas desde que assegurada a resistência destas às cargas máximas de
ensaios.

Os tirantes devem ter proteção anticorrosiva constantes em projeto e de acordo com Anexo C.

5.3 Perfuração

5.3.1 Sistema de perfuração

O sistema adotado para a perfuração dos tirantes deve ser estabelecido de modo a minimizar os efei-
tos no comportamento das estruturas vizinhas (ver 5.3.3).

5.3.1.1 Alinhamento da perfuração

O sistema de perfuração empregado deve assegurar o alinhamento previsto em projeto.

5.3.1.2 Estabilidade da perfuração

O sistema de perfuração, a ser verificado na execução, deve assegurar que o furo permaneça aberto
até que ocorra a injeção do aglutinante.

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Pode ser utilizado fluido estabilizante desde que:

 a) não altere a capacidade de carga do tirante prevista no projeto;

 b) não contenha produtos agressivos aos elementos do tirante; e


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 c) não interfira na cura e/ou pega do aglutinante.

5.3.2 Locação

A locação da perfuração deve atender à posição prevista em projeto, dentro das tolerâncias indicadas.

Qualquer alteração deve ser autorizada pelo projetista.

5.3.3 Recobrimento mínimo do terreno

Antes da execução, deve ser verificado se o recobrimento mínimo do terreno sobre o trecho ancorado
(bulbo) indicado no projeto se encontram asseguradas.

5.4 Diâmetro da perfuração

5.4.1 O diâmetro da perfuração deve assegurar o cobrimento mínimo do aglutinante sobre o elemento
resistente à tração no comprimento ancorado, de modo a atender a sua carga de trabalho, bem como
a proteção contra corrosão prevista no projeto.

5.4.2 Em qualquer elemento de aço, os aglutinantes compostos por argamassa ou nata de cimento,
devem garantir o cobrimento mínimo de 1,0 cm. Este recobrimento pode ser garantido pelo espaçador
adotado e verificado quando da sua montagem.

5.5 Instalação

5.5.1 Verificações prévias

Antes da instalação de cada tirante, deve ser verificado o seguinte:

 a) se o comprimento de perfuração indicado no projeto é atendido; entretanto, em nenhum caso,


o início do bulbo deve distar menos de 3,0 m da superfície do terreno de início de perfuração ou
da face interna do paramento;

 b) se os comprimentos livres e ancorados estão em conformidade com o especificado no projeto;

 c) se a proteção anticorrosiva não apresenta falhas no instante da instalação do tirante no furo, par-
ticularmente nos locais de emendas, que devem ser inspecionadas e corrigidas, se necessário;

 d) se os valores de locação indicados no projeto são atendidos; e

 e) se os dispositivos de fixação da cabeça correspondem às necessidades estruturais, além de


estarem de acordo com a inclinação do tirante em relação à estrutura a ser ancorada.

5.5.2 Colocação do tirante no furo

O tirante provisório pode ser instalado antes ou após o preenchimento do furo com calda de cimento
ou aglutinante.

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No caso de tirante permanente a remoção do revestimento deve ser posterior à instalação do tirante
e ao preenchimento total do furo com aglutinante.

5.5.3 Preenchimento do furo

O furo deve ser preenchido com aglutinante do fundo para a boca. Não ocorrendo o extravasamento
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pela boca, o fato deve ser registrado em boletim apropriado.

5.5.4 Uso de revestimento

As paredes das perfurações devem se apresentar estáveis, caso contrário, os furos devem ser prote-
gidos com revestimento ao longo do trecho instável ou pelo uso de fluido estabilizante.

No caso de tirantes permanentes a perfuração deve ser totalmente revestida, salvo disposição em
contrário, de comum acordo entre executor e contratante.

5.6 Injeção

5.6.1 Generalidades

A injeção da bainha fica a critério do executor, desde que seja assegurado o preenchimento ascen-
dente total do furo aberto no terreno e a capacidade de carga do tirante.

A injeção do tirante pode ser feita por calda de cimento ou outro aglutinante qualquer, podendo ser
em fase única ou em fases múltiplas.

O processo de injeção dos tirantes deve ser estabelecido de modo a minimizar os efeitos no compor-
tamento das estruturas vizinhas.

5.6.2 Tipos de injeção

Existem dois tipos de injeções, podendo ser em fase única ou em fases múltiplas:

 a) injeção em fase única: injeção executada pelo preenchimento ascendente do furo aberto no solo;

 b) injeção em fases múltiplas: injeção complementar à anterior, executada por meio de válvulas,
que permite reinjeção de calda ou de outro aglutinante em uma ou mais fases.

A injeção em fases múltiplas deve ser executada com controle individual, por meio da válvula da pres-
são de abertura, da pressão de injeção e do volume de aglutinante injetado.

5.6.3 Calda

Para injeção, deve ser utilizada calda de cimento, com as seguintes dosagens em massa, referidas
ao fator água/cimento (a/c):

 a) a/c igual a 0,5 para o preenchimento da execução da bainha;

 b) 0,5 ≤ a/c ≤ 0,7 para execução de reinjeção.

Outro produto aglutinante pode ser utilizado para a injeção desde que atenda às características
e condições especificadas em projeto.

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5.7 Registros dos dados


Os principais dados da perfuração e injeção executados devem ser registrados em boletins apropria-
dos com pelo menos as seguintes informações:

 a) tipo de equipamento e sistema de perfuração;


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 b) identificação, diâmetro e inclinação do furo;

 c) diâmetro e comprimento do revestimento (quando usado);

 d) tipo de fluido de estabilização (quando usado);

 e) espessura e tipo de solo das camadas atravessadas;

 f) datas de início e término do furo;

 g) volume de calda injetado na bainha;

 h) volume adicional de calda na boca do furo, para eventual complementação da bainha após a
pega desta;

 i) tipo de injeção, pressões de abertura e pressão estabilizada, bem como volumes injetados por
manchete (por fase e por manchete no caso de injeções múltiplas); e

 j) informações adicionais (perda de água e/ou ar, obstáculos encontrados etc.).

6 Ensaios de qualificação e recebimento


O Anexo D descreve as interpretações, os relatórios e os métodos de ensaios de qualificação (3.11.1)
e os de recebimento (3.11.2).

7 Incorporação de carga
7.1 A carga de incorporação deve ser definida no projeto, coerentemente com as fases de execução
e níveis de deslocamentos esperados e aceitos.

7.2 Incorporações provisórias podem ser feitas em qualquer tempo na obra.

7.3 A incorporação somente pode ser considerada definitiva depois de executado e aceito o tirante
por meio do ensaio de recebimento.

8 Serviços finais para tirantes permanentes


8.1 Preenchimento do trecho livre

Após o resultado do ensaio do tirante permanente, descrito em D.4.1, ser analisado e aceito, o seu
trecho livre deve ter a totalidade dos espaços vazios preenchidos.

Este preenchimento deve ser feito por meio de injeção de calda de cimento, ou outro material especi-
ficado em projeto, e que não seja agressivo ao elemento resistente à tração, de modo a não permitir
que infiltrações possam atingir o elemento resistente à tração.

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8.2 Proteção da cabeça do tirante permanente

Deve ser feita uma cabeça de revestimento em concreto, argamassa ou outro elemento especificado
em projeto, assegurando um recobrimento de 5,0 cm de todas as partes metálicas.

Convém instalar, previamente à execução da cabeça de proteção do tirante, um tubo de injeção


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e outro de respiro ou retorno que permita por meio de injeção de cimento ou outro material especificado
em projeto, o preenchimento adequado dos vazios da cabeça, evitando o surgimento ou percolação
de água.

9 Manutenção e inspeção periódica


No Anexo F, constam os requisitos para assegurar o desempenho dos tirantes ao longo do tempo (vida
útil de projeto).

10 Gráficos para interpretação dos resultados


No Anexo E, constam os modelos de gráficos para a interpretação dos resultados dos ensaios descri-
tos na seção 6.

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Anexo A
(normativo)

Figuras características dos tirantes


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estrutura
de contenção

cabeça do
tirante
Ll
(trec tubo de proteção
ho liv
Tubo de re) do trecho livre
proteção
da cabeça (trec La
bainha ho a
ncor
ado
ou b
ulbo
)
bulbo
trecho necessário
para protensão
perfuração
elemento
resistente à tração

Legenda

Ll comprimento do trecho livre ou comprimento livre


La comprimento do trecho ancorado ou comprimento ancorado ou do bulbo

Figura A.1 – Elementos básicos do tirante

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Lle <
Ll

1 Lle >
Ll
2 La <
e L
a
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Lle =
Ll La >
8 e L
a
7 4 La =
e L
5 a
1c
6
1b
3
1a

Legenda

1 cabeça do tirante
1a placa de apoio
1b cunha de grau
1c porca ou clavete
2 estrutura ancorada
3 perfuração do terreno
4 bainha
5 elemento resistente à tração
6 trecho ancorado ou bulbo
7 tubo de proteção do trecho livre
8 tubo de proteção da cabeça
La comprimento do techo ancorado, comprimento ancorado ou do bulbo, projetado
Lae comprimento ancorado efetivo, estimado em ensaio
Ll comprimento do techo livre ou comprimento livre, projetado
Lle comprimento livre efetivo, estimado em ensaio

Figura A.2 – Características do tirante

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Anexo B
(normativo)

Requisitos de projeto para aplicações de ancoragem em situações


específicas
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B.1 Introdução
Este Anexo aborda requisitos específicos para projeto nas situações de contenções, prova de carga,
lajes de subpressão e outras situações.

B.2 Situações de contenções


Os tirantes utilizados para assegurar a estabilibade de um talude natural ou escavado, tanto em solo
como em rocha devem atender as condicionantes mínimas de cálculos, descritos abaixo:

B.2.1 Modelo de cálculo

A modelo de cálculo deve abordar os aspectos de geometria da implantação e todos os condicionan-


tes e interferências conforme a Seção 4 desta Norma e qualquer alteração deve ser aprovada pelo
responsável do projeto.

Os condicionantes não considerados na memória de cálculo devem estar justificados.

B.2.2 Cálculo da estabilidade geral

A contenção ancorada deve ser estável para as superfícies potenciais de ruptura com fator de segu-
rança (FS) mínimo.

No caso de obras provisórias, o fator de segurança mínimo é de 1,2.

No caso de obras permanentes, o projeto deve definir o limite inferior do fator de segurança (FS) utili-
zado, dependendo dos riscos envolvidos.

Deve-se inicialmente enquadrar o projeto em uma das classificações de nível de segurança, definidas
a partir da possibilidade de perdas de vidas humanas, conforme a Tabela B.1, e de danos materiais
e ambientais, conforme a Tabela B.2.

O fator de segurança das superfícies calculadas no projeto para obras permanentes deve ser superior
aos valores apresentados na Tabela B.3.

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Tabela B.1 – Nível de segurança desejado contra a perda de vidas humanas


Nível de
Critérios
segurança
Áreas com intensa movimentação e permanência de pessoas, como edifica-
ções públicas, residenciais ou industriais, estádios, praças e demais locais,
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Alto urbanos ou não, com possibilidade de elevada concentração de pessoas


Ferrovias e rodovias de tráfego intenso
Áreas e edificações com movimentação e permanência restrita de pessoas
Médio
Ferrovias e rodovias de tráfego moderado
Áreas e edificações com movimentação e permanência eventual de pessoas
Baixo
Ferrovias e rodovias de tráfego reduzido

Tabela B.2 – Nível de segurança desejado contra danos materiais e ambientais


Nível de
Critérios
segurança
Danos materiais: locais próximos a propriedades de alto valor histórico,
social ou patrimonial, obras de grande porte e áreas que afetem serviços
essenciais
Alto
Danos ambientais: locais sujeitos a acidentes ambientais graves, como nas
proximidades de oleodutos, barragens de rejeito e fábricas de produtos
tóxicos
Danos materiais: locais próximos a propriedades de valor moderado
Médio
Danos ambientais: locais sujeitos a acidentes ambientais moderados
Danos materiais: locais próximos a propriedades de valor reduzido
Baixo
Danos ambientais: locais sujeitos a acidentes ambientais reduzidos

Tabela B.3 – Fatores de segurança mínimos para ruptura global de tirantes permanentes
Nível de segurança contra danos a vidas
Nível de segurança contra danos humanas
materiais e ambientais
Alto Médio Baixo
Alto 1,5 1,5 1,4
Médio 1,5 1,4 1,3
Baixo 1,4 1,3 1,2

O projeto, para o cálculo do fator de segurança das superfícies potenciais de ruptura, deve escolher
um método de cálculo, dentre os métodos consagrados em mecânica dos solos levando-se em conta
o estado da arte e os condicionantes geológicos e geotécnicos envolvidos.

A carga do tirante a ser considerada no cálculo do fator de segurança deve ser a carga de trabalho
do tirante como uma das parcelas do esforço atuante.

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B.2.3 Tempo de utilização

O tempo de utilização do tirante provisório ou permanente deve atender as seguintes condições:

B.2.3.1 Tirante com prazo previsto de utilização inferior a dois anos, a partir de sua instalação.

B.2.3.2
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O tirante com prazo previsto de utilização superior a dois anos.

B.2.4 Esforços

B.2.4.1 Carga de trabalho do tirante

Cada tirante deve ter seu comprimento ancorado (bulbo) dimensionado para resistir a uma carga
correspondente à carga de trabalho multiplicada por fator de segurança de:

 a) 1,75 para tirantes permanentes; ou

 b) 1,50 para tirantes provisórios.

B.2.4.2 Cargas de trabalho dos tirantes nas fases executivas

O projeto deve apresentar as cargas de incorporação previstas nos tirantes para cada fase de execução.

B.2.5 Dimensionamento do elemento resistente à tração

O dimensionamento deve atender a 4.5.2.

B.2.6 Interferência do comprimento do trecho ancorado (bulbo)

Deve ser considerada no projeto a interferência entre trechos ancorados (bulbos) no comportamento
e estabilidade no conjunto da obra.

B.2.7 Comprimento do trecho livre

O comprimento mínimo do trecho livre deve ser tal que permita que o alongamento assegure a fixação
da cabeça quando da aplicação da carga de protensão (ver 4.5.5).

O comprimento mínimo do trecho livre deve ser:

 a) no caso de fixação por rosca, de 3,0 m, ou

 b) no caso de fixação por clavetes, de 5,0 m.

B.3 Situação de prova de carga


Tirantes para aplicações em provas de carga devem permitir a aplicação das cargas estabelecidas no
projeto do ensaio conforme a ABNT NBR 12131, destinados a suportar um sistema de reação.

B.3.1 Modelo de cálculo

Deve-se dispor de um projeto que aborde a geometria da implantação dos tirantes e eventuais
interferências.

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A distância mínima entre o ponto mais próximo do bulbo e o eixo da estaca deve ser de no mínimo três
vezes o diâmetro (caso de seção circular) ou três vezes a dimensão do maior lado (caso de seção
quadrada ou retangular) e nunca inferior a 1,5 m.

Todos os tirantes de uma mesma prova de carga devem ser calculados de forma a assegurar o
mesmo deslocamento na cabeça. Caso isso não possa ser assegurado, devem ser utilizados macacos
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hidráulicos individuais nos tirantes, de modo a compensar as diferenças dos deslocamentos.

B.3.2 Dimensionamento estrutural

O dimensionamento estrutural deve atender a 4.5.2, e podendo ser adotado o mesmo critério de tiran-
tes provisórios.

B.3.3 Carga de ensaio – Verificação geotécnica do bulbo

Quando estes tirantes forem ensaiados antes da realização da prova de carga, o fator de segurança
deve ser no mínimo 1,2 vez a carga máxima atuante neles.

Na impossibilidade da execução de ensaio prévio, os tirantes devem ser projetados para suportar,
no mínimo, duas vezes a carga máxima prevista na execução da prova de carga.

B.4 Situação de laje de subpressão


Para lajes de subpressão os tirantes devem ser projetados para ancorar lajes submetidas ao empuxo
hidrostático, evitando sua flutuação.

B.4.1 Modelo de cálculo

B.4.1.1 Nível de água

O modelo de cálculo deve considerar no mínimo o nível de água mais alto observado ou conhecido
no local de interesse.

B.4.1.2 Comprimento do trecho ancorado ou bulbo

O comprimento do trecho ancorado ou bulbo deve ser calculado conforme 4.5.3.

B.4.1.3 Comprimento total do tirante (comprimento do trecho livre mais bulbo)

O comprimento deve ser calculado de forma que o peso do terreno solidário entre tirantes, calculado
espacialmente, somado ao peso da estrutura, assegure um FS ≥ 1,1 contra a flutuação, não podendo ser
considerados outros esforços favoráveis sem a devida justificativa, como o atrito nas paredes da cava.

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B.4.1.4 Peso do terreno solidário entre tirantes

Deve ser calculado como sendo correspondente ao peso submerso do volume de terreno limitado por:

 a) base da laje de fundo;


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 b) bordos da laje de fundo; e

 c) uma figura geométrica espacial, composta por cones com vértices partindo do centro de cada
bulbo, com semiângulo de abertura igual ao ângulo de atrito do terreno, e nunca superior a 45°.
A Figura B.3 apresenta o esquema para verificação da estabilidade em corte.

N.A. N.A.

estrutura
h

massa do terreno
considerada no cálculo
tirantes

La La
trecho ancorado 2
ou bulbo

Legenda

L dimensão da cava
h nível d’água máximo a partir do fundo da escavação
L a comprimento do bulbo
β semiângulo do vértice do cone
N.A. nível d’água

Figura B.1 – Esquema para verificação da estabilidade geral quanto à subpressão da


estrutura com laje atirantada

B.4.2 Requisitos de projeto

B.4.2.1 Os tirantes devem ser projetados consistentemente com o projeto do sistema de imperme-
abilização, sendo que este último não é objeto desta Norma.

B.4.2.2 O comprimento do trecho livre deve ser tal que permita um alongamento necessário para
a incorporação da carga de projeto.

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B.4.2.3 Os tirantes devem ser incorporados, com a carga de trabalho, antes da atuação dos esfor-
ços hidrostáticos.

NOTA 1 Este procedimento pode evitar o deslocamento da estrutura devido ao alongamento dos tirantes.

NOTA 2 Durante a fase do desligamento do rebaixamento as cargas, inicialmente aplicadas ao terreno,


pelas ancoragens dos tirantes, são transferidas hidrostaticamente para a laje de fundo.
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B.4.3 Tempo de utilização

Estes tirantes devem ser dimensionados e considerados permanentes.

B.5 Requisitos para outras situações


Para aquelas situações particulares, não contempladas neste Anexo, como esforços de tração em
fundações, estais, cais, barreiras de proteção, túneis e outras, devem ser adotados os conceitos e
critérios desta Norma. Caso o projetista utilize na elaboração do projeto outras normas que considere
relevante, estas devem ser devidamente mencionadas na memória de cálculo.

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Anexo C
(normativo)

Sistemas de proteção contra a corrosão


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C.1 Introdução
Os sistemas de proteção orientam a proteção contra a corrosão dos elementos de aço, a fim de assegu-
rar o desempenho da ancoragem ao longo de sua vida útil de projeto a partir da sua instalação, sendo:

—— até dois anos para tirantes provisórios;

—— mais do que dois anos para tirantes permanentes.

C.2 Sistema de proteções contra a corrosão


A caracterização dos sistemas de proteção contra a corrosão deve ser estabelecida no projeto. Os sis-
temas de proteções contra a corrosão a serem aplicados em todos os elementos dos tirantes devem
seguir a Tabela C.1:

Tabela C.1 – Sistema de Proteção em função do meio e local

Vida útil de Proteção


Meio a
projeto Cabeça Trecho livre Trecho ancorado

Não
Calda de cimento Calda de cimento Calda de cimento
agressivo
Provisório
Calda de cimento Calda de cimento
Agressivo Calda de cimento
+ 1 barreira + 1 barreira
Calda de cimento
Não Calda de cimento Calda de cimento
+ 2 barreiras
agressivo + 2 barreiras + 1 barreira
+ Tubo protetor
Permanente
Calda de cimento
Calda de cimento Calda de cimento
Agressivo + 3 barreiras
+ 3 barreiras + 1 barreira
+ Tubo protetor
a A referência de meio não agressivo é o critério pH > 6, podendo ser necessários outros critérios e ensaios,
devidamente a ser prescritos no projeto.

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C.3 Requisitos para sistemas de proteção contra a corrosão

C.3.1 Gerais

Os sistemas de proteção devem atender aos seguintes requisitos:


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 a) ter vida útil de projeto igual ou superior a do prescrita para o tirante;

 b) não reagir quimicamente com o solo;

 c) não restringir o movimento do trecho livre;

 d) ser composto de material com deformação compatível com o tirante; e

 e) ser resistente às operações de montagem, transporte, instalação e protensão do tirante.

C.3.2 Estanqueidade

O processo executivo deve assegurar a total estanqueidade da cabeça no tirante permanente.

A Figura C.1 indica esquematicamente uma forma de proteção para a cabeça do tirante.

O tubo protetor deve avançar no mínimo 30 cm para o terreno, além da parede de contenção.

Argamassa 1:3
(A/C)
Estrutura

Suspiro
Injeção da cabeça
Mínimo
5 cm
Injeção da bainha

Tubo para
injeção da
cabeça Mínimo
30 cm
Tubo protetor
(para tirantes definitivas)

Figura C.1 – Proteção da cabeça do tirante permanente

C.4 Tipos de barreiras anticorrosivas


Para efeitos da Tabela C.1, os seguintes produtos ou tratamentos são considerados barreiras:

 a) calda de cimento, que deve assegurar cobrimento mínimo de 10 mm por meio de centralizadores
espaçados a cada 2,0 m, no máximo; ou

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 b) tubo de polietileno, PVC, poliéster ou outro material não degradável; para encapsulamento do tre-
cho livre, devendo ter espessura mínima de 1 mm para proteção individual e 2 mm para proteção
coletiva; ou

 c) tubo metálico ou plástico corrugado; ou


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 d) galvanização a fogo; ou

 e) pintura específica para proteção anticorrosiva com deformação mínima igual ou superior à defor-
mação elástica do aço; ou

 f) graxa grafitada; ou

 g) a critério do projetista, podem ser utilizados outros tipos de barreira de proteção, desde que pre-
vistos em projeto e devidamente justificados.

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Anexo D
(normativo)

Métodos de ensaios de qualificação e de recebimento


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D.1 Princípio dos métodos


Os métodos de ensaio para qualificação (comportamento), bem como recebimento (desempenho),
avaliam as cargas nos tirantes, baseados na aplicação de carga axial de tração e medição dos deslo-
camentos na cabeça do tirante.

D.2 Aparelhagem
A aparelhagem necessária para a execução dos ensaios consiste em:

 a) conjunto macaco e manômetro, com respectiva curva de aferição, com resolução máxima de
2,0 MPa (20 kg/ cm2);

 b) bomba de óleo manual ou elétrica;

 c) célula de carga (opcional);

 d) dispositivo para medição de deslocamentos: régua graduada em milímetros; relógio comparador
(extensômetro) com leitura de 0,01 mm ou dispositivo equivalente elétrico/digital, conforme o tipo
do ensaio;

 e) grade de apoio para o macaco, no caso deste não se apoiar diretamente na placa de distribuição
de cargas da cabeça do tirante;

 f) outros acessórios para distribuição de cargas ou fixação de instrumentos e referência indeslocável.

O certificado de aferição da aparelhagem mencionada nas alíneas a, c e d deve ter data inferior a um
ano, contada do início da obra.

D.3 Procedimentos gerais

D.3.1 Segurança

Por ocasião dos ensaios e da protensão (incorporação de carga), o espaço na frente da cabeça
de ancoragem deve ser protegido e mantido livre de pessoas.

D.3.2 Prazo

Os ensaios devem ser executados após um tempo de cura coerente com as características do cimento
ou outro aglutinante injetado no bulbo.

Usualmente o prazo para ensaio após a injeção, para a maioria dos cimentos Portland comum, é de
sete dias e, para o tipo cimento Portland de alta de resistência Inicial, é de três dias.

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D.3.3 Reação

Os ensaios podem ser executados reagindo contra estruturas ou diretamente sobre o terreno.

Em qualquer caso devem ser acompanhados os deslocamentos da superfície de reação para que não
influenciem a interpretação do ensaio, nem comprometam a estrutura.
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D.3.4 Cargas

A carga máxima a ser aplicada em qualquer ensaio não pode ultrapassar 90 % da resistência ao
escoamento do elemento resistente à tração.

As forças aplicadas devem ser coincidentes com o eixo do tirante, ao longo de todo o ensaio.

As cargas máximas de ensaio, de trabalho e de incorporação devem constar no projeto.

D.3.5 Sistema de aplicação de cargas

As cargas devem ser aplicadas por meio do conjunto macaco, manômetro e bomba hidráulica,
conforme indicado em D.2.

D.3.6 Medição das cargas

A medição das cargas aplicadas é feita pela relação entre a pressão de óleo do manômetro e a carga
atuante no macaco ou por meio da célula de carga, atendendo à aparelhagem descrita em D.2.

D.3.7 Tolerâncias nos estágios de carga

Todos os valores para leitura das cargas indicadas nas Tabelas D.1 e D.2 podem sofrer ajustes de até
10 % dos valores indicados, com exceção da carga máxima do ensaio.

D.3.8 Carga inicial [F0]

Todos os ensaios indicados nesta Norma devem ser iniciados a partir de uma carga inicial da ordem
de 10 % da carga máxima prevista no ensaio.

D.3.9 Medições dos deslocamentos da cabeça do tirante

Devem sempre ser obtidos no alinhamento do eixo do tirante e seguir os procedimentos específicos
indicados em D.4.

Os deslocamentos que ocorrem em cargas menores que F0 não são medidos.

D.4 Procedimentos para a execução dos ensaios

D.4.1 Execução de ensaio de recebimento (desempenho)

D.4.1.1 Todos os ensaios devem partir da carga F0, ir até a carga máxima prevista para o ensaio,
retornar à carga F0 e recarregar até a carga de incorporação.

Outros procedimentos podem ser utilizados para incorporação, desde que indicados no projeto.

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D.4.1.2 Devem ser feitas medições de deslocamento da cabeça, tanto na fase de carga, como
de descarga em todos os valores indicados na Tabela D.1.

Os deslocamentos da cabeça do tirante devem ser medidos com régua graduada em milímetros
ou instrumento com menor unidade de medida, em relação a uma referência indeslocável no sentido
da tração aplicada.
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A medição pode ser feita no êmbolo do macaco, desde que também seja medido o deslocamento
da estrutura de reação do macaco.

D.4.1.3 Um estágio de carregamento somente pode ser iniciado após a estabilização dos desloca-
mentos da cabeça do tirante no estágio anterior, dentro da resolução de 1 mm.

D.4.1.4 Na carga máxima, os deslocamentos da cabeça devem ser menores que 1 mm, após 5 min.

D.4.1.5 A Tabela D.1 indica os estágios de carga para ensaios de recebimento ou desempenho,
onde devem ser efetuadas medições de deslocamento, na carga e na descarga.

Tabela D.1 – Cargas para leitura em ensaios de recebimento (desempenho)


Estágios de carga F0 0,3.Ft 0,6.Ft 0,8.Ft 1,0.Ft 1,2.Ft 1,4.Ft 1,5.Ft 1,6.Ft 1,75.Ft
Permanente
Em pelo
menos (tipo A)
10 % dos Provisório
tirantes
(tipo C)
Permanente
Nos (tipo B)
demais Provisório
(tipo D)

Legenda
Cargas para leitura

Ft = carga de trabalho prevista

F0 = carga inicial

D.4.2 Execução de ensaio de qualificação (comportamento)

D.4.2.1 Aplicado para investigação ou adequação de um determinado tirante em um determinado


terreno.

Deve ser executado em pelo menos 1 % da quantidade, arredondada para cima, dos tirantes perma-
nentes e em um dos primeiros tirantes da obra.

D.4.2.2 Neste ensaio, a partir dos deslocamentos observados, são medidos:

 a) a capacidade de carga;

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 b) os deslocamentos sob carga constante;

 c) o comprimento livre equivalente;

 d) o atrito ao longo do comprimento livre; e


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 e) o comportamento sob carga de longa duração (no caso de ensaio com medição de fluência).

D.4.2.3 O ensaio é realizado em ciclos de carga e descarga.

Todos os ensaios devem partir da carga F0, ir até a carga do primeiro estágio e voltar à carga F0.

Depois seguir até o estágio seguinte e voltar a carga F0, sucessivamente, em todos os estágios
indicados na Tabela D.2, até a carga máxima prevista.

D.4.2.4 Devem ser feitas medições de deslocamento da cabeça, tanto na fase de carga como na
de descarga, sempre que as cargas passarem pelos valores indicados na Tabela D.2.

D.4.2.5 Os deslocamentos da cabeça do tirante devem ser medidos a partir da carga inicial (F0),
com relógio comparador (extensômetro) ou outro instrumento com resolução de 0,01 mm, em relação
a uma referência indeslocável no sentido da tração aplicada. A medição pode ser feita no êmbolo
do macaco, desde que também seja medido o deslocamento na estrutura de reação do macaco.

D.4.2.6 Na carga máxima de cada estágio, antes do descarregamento, os deslocamentos da cabeça


do tirante, sob carga constante, devem ser medidos até a estabilização, de acordo com os seguintes
critérios:

 a) para cargas menores ou iguais a 0,75 Ft – menores que 0,1 mm em intervalo de 5 min

 b) para cargas de 0,75 Ft a 1,0 Ft – menores que 0,1 mm em intervalo de 15 min

 c) para cargas superiores a 1,0 Ft – menores que 0,1 mm para intervalo de 60 min em qualquer solo.

D.4.2.7 A Tabela D.2 indica os estágios de carga para ensaios de qualificação, onde devem ser
efetuadas medições de deslocamento, na carga e na descarga.

Tabela D.2 – Cargas para leitura em ensaios de qualificação (comportamento)


Estágio de carga F0 0,4.Ft 0,75.Ft 1,0. Ft 1,25.Ft 1,5. Ft 1,75.Ft
Tirantes permanentes
Observação da fluência a
a ver Anexo E

Legenda
Cargas para leitura

Ft = carga de trabalho prevista

F0 = carga inicial

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D.4.3 Execução de ensaio de qualificação (comportamento), com medição de fluência


D.4.3.1 Aplicação do ensaio
Este ensaio é aplicado para avaliação da perda de carga do tirante ao longo do tempo.
Deve ser executado em pelo menos 0,5 % da quantidade dos tirantes permanentes, em obras com
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mais de 100 tirantes, podendo também ser executado em obras com menor número de tirantes, desde
que indicado pelo projetista, em comum acordo com o executor e o contratante.
D.4.3.2 Procedimento executivo
Utilizar o procedimento de D.4.2, acrescido das seguintes etapas:
 a) os deslocamentos da cabeça devem ser medidos com dois extensômetros, instalados diametral-
mente opostos em relação ao eixo do tirante;
 b) manter a carga constante para os estágios indicados na Tabela D.2 e medir, no mínimo, os desloca-
mentos nos seguintes tempos, em cada estágio: 10 min, 20 min, 30 min, 40 min, 50 min e 60 min;
 c) a partir de 60 min, as medições podem ser consideradas concluída até que o deslocamento nos
últimos 30 min seja inferior a 5 % do deslocamento total do ensaio; caso contrário, devem ser
procedidas medições a cada 30 min; e
 d) as cargas devem ser mantidas as mais estáveis possíveis, pois a qualidade do ensaio e interpre-
tação são diretamente dependentes da estabilização da carga em cada estágio.

D.5 Apresentação dos resultados

D.5.1 Ensaios de recebimento ou desempenho

D.5.1.1 Forma de representação

Os resultados devem ser apresentados por meio da tabela de leituras e pelos gráficos indicados nas
Figuras E.1 a E.4 para cada tipo de ensaio indicado na Tabela D.1.

D.5.1.2 Traçado dos gráficos

Todos os gráficos devem ter como origem o ponto correspondente a F0.

Os Gráficos denominados “Grafico de cargas × deslocamentos totais” devem possuir o eixo horizontal
das forças (F), representando todos os ciclos de carga e descarga, conforme indicado nos Anexo E,
Figuras E.1 a E.4.

Os Gráficos denominados “Graficos de deslocamento elástico e permanentes”, correspondes à ava-


liação da repartição do comportamento dos deslocamentos elásticos e permanentes em função do
carregamento (F × de e F × dp), como representado no Anexo E, Figuras E.1, E.2, E.3 e E.4, deve
possuir as linhas conforme descrito a seguir:

 a) linha “a” ou linha limite superior, correspondente ao deslocamento elástico da cabeça para um
tirante com o comprimento livre (Ll) mais metade do bulbo (La), cuja equação é dada por:
(F − F0 )(Ll + La 2)
dea =
E.S

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 b) linha “b” ou limite inferior, correspondente ao deslocamento da cabeça para um tirante com
o comprimento livre (Ll) diminuído de 20 %, cuja equação é dada a seguir:
0, 8 (F − F0 ) Ll
deb =
E.S
 c) Linha “c” ou comportamento teórico, corresponde ao deslocamento da cabeça para um tirante
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com o comprimento livre (Ll) igual ao de projeto, cuja equação é dada a seguir:
(F − F0 ) Ll
dec =
E.S
onde

F0 é a carga inicial;

Ll é o comprimento do trecho livre;

La é o comprimento do trecho ancorado;

E é o módulo de elasticidade do material do elemento resistente à tração;

S é a área da seção do elemento resistente a tração.

D.5.1.3 Representação do comportamento do tirante

A representação do comportamento do tirante deve ser traçada a partir dos dados “de” e “dp” obtidos
no gráfico correspondente de “Cargas × Deslocamentos totais” para a carga máxima do ensaio.

A reta ligando F0 ao ponto representativo de de para a carga máxima é considerada como representativa
do comportamento elástico.

A partir desta reta são marcados os pontos representativos do comportamento plástico obtido a partir
da subtração do valor correspondente ao deslocamento total medido no ciclo de carga, para cada
estágio de leitura.

Na parte inferior do gráfico uma linha ligando estes pontos representa o comportamento permanente
do tirante ao longo do carregamento.

D.5.2 Ensaios de qualificação (comportamento)

D.5.2.1 Forma de representação

Os resultados devem ser apresentados por tabela de leituras e por dois gráficos de interpretação
indicados na Figura E.5, como descrito no item D.5.2.2:

D.5.2.2 Traçado dos gráficos

O gráfico denominado “Grafico de carga × deslocamento total” da Figura E.5.a deve possuir o eixo
horizontal das forças (F), representando todos os ciclos de carga e descarga, conforme indicado na
Figura E.5.

O gráfico denominado “Grafico de carga × deslocamento elástico e permanente” da Figura E.5.b,


corresponde à repartição do comportamento dos deslocamentos elásticos e permanentes em função
do carregamento (F × de e F × dp), como representado na Figura E.5.

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O gráfico deve possuir as linhas conforme descrito a seguir:

 a) linha “a” ou linha limite superior, correspondente ao deslocamento elástico da cabeça para um
tirante com o comprimento livre (Ll) mais metade do bulbo (La), cuja equação é dada por:
(F − F0 )(Ll + La 2)
dea =
E.S
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 b) linha “b” ou limite inferior, correspondente ao deslocamento da cabeça para um tirante com o
comprimento livre (Ll) diminuído de 20 %, cuja equação é dada a seguir, com um trecho inicial RS
defletido, onde os pontos R e S são definidos por coordenadas:
0, 8 (F − F0 ) Ll
deb =
E.S
 c) linha “c” ou comportamento teórico, corresponde entre deslocamento da cabeça para um tirante
com o comprimento livre (Ll) igual ao de projeto, cuja equação é dada a seguir:
(F − F0 ) Ll
dec =
E.S
 d) Linha “RS” com as seguintes coordenadas:

—— ponto R: d = 0; F = F0 + 0,15 Flim

—— ponto S: d = [0,5 Flim] Ll / E.S; F = F0 + 0,75 Flim

onde

Flim é a carga máxima de ensaio;

F é a carga;

F0 é a carga inicial;

Ll é o comprimento do trecho livre;

La é o comprimento do trecho ancorado;

E é o módulo de elasticidade do material do elemento resistente à tração;

S é a área da seção do elemento resistente à tração.

O traçado de 0R-RS considera a diminuição no alongamento devido à existência de maiores perdas


por atrito nos carregamentos iniciais.

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D.5.2.3 Representação do comportamento do tirante

A representação do comportamento do tirante é feita considerando os itens geométricos a seguir


indicados:

 a) o comprimento livre efetivo do tirante (Lle) resulta da inclinação do trecho aproximadamente reto
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da curva dos deslocamentos elásticos obtido no gráfico (F × de), cuja equação pode ser escrita
como:
∆de
Lle = E.S
∆F
onde

∆de é igual à variação de deslocamento em dois pontos quaisquer do trecho reto;

∆F é igual à variação de força correspondente a ∆de;

E é igual ao módulo de elasticidade do material do elemento resistente à tração;

S é igual à seção do elemento resistente à tração.

 b) a interseção do prolongamento da reta definida em a com o eixo das forças, determina aproxima-
damente a perda de carga por atrito (Pa), no trecho livre por ocasião da protensão.

D.5.3 Apresentação dos ensaios de qualificação (comportamento), com medição de


fluência

D.5.3.1 Forma de representação

Os resultados devem ser apresentados como no ensaio de qualificação (comportamento), acrescido


dos traçados dos gráficos indicados e representados na Figura E.6.c.

D.5.3.2 Traçado dos gráficos

O gráfico denominado “Tempo × deslocamento” da Figura E.6.a deve possuir o eixo horizontal dos
tempos em minutos, representando o deslocamento total em milimitro, dentro de cada estágio de carga,
conforme indicado na Figura E.5.

No gráfico denominado “Log (tempo) × deslocamento” da Figura E.6.b, são determinados os coeficien-
tes de fluência obtidos graficamente para cada estágio, assumindo como representativo do comporta-
mento do tirante uma reta interpolada pelos pontos medidos.

Por facilidade construtiva, considerar o coeficiente de fluência igual ao deslocamento verificado em


um ciclo logarítmico de tempo, entre 10 min e 100 min, por exemplo.

O coeficiente de fluência (CF) é definido por:


d2 − d1
CF =
log t 2 − log t1
onde

d1 e d2 são iguais aos deslocamentos em dois pontos quaisquer de reta;

t1 e t2 são iguais aos tempos correspondentes.

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 29/38


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No gráfico denominado “Carga (F) × coeficiente de fluência (CF)” da Figura E.6.c, são plotados os
coeficientes de fluências de cada estágio de carregamento e é traçada uma curva com base nestes
pontos, de forma a representar o comportamento da fluência do tirante com o aumento das cargas.

D.5.3.3 Representação do comportamento do tirante


Projeto em Consulta Nacional

A representação do comportamento do tirante é feita pelo traçado da curva no gráfico da Figura E.6c
conforme D.5.3.2.

D.6 Interpretação dos ensaios

D.6.1 Ensaio de recebimento (desempenho)

D.6.1.1 O ensaio de recebimento (desempenho) deve ser interpretado em relação à estabilização


da cabeça e atrito ao longo do trecho livre.

D.6.1.2 O tirante deve ser aceito plenamente, quando atender simultaneamente aos requisitos das
alíneas “a” e “b”:

 a) os deslocamentos da cabeça se estabilizarem com a aplicação da carga máxima de ensaio


prevista; e

 b) o deslocamento máximo da cabeça, representado nos gráficos da Figura E.1, se situar entre as
linhas “a” e “b “ destes gráficos.

D.6.1.3 Quando o tirante não resistir à carga máxima, deve-se consultar o projetista que, entre
outras, pode adotar as seguintes soluções:

 a) aceitar o tirante com carga inferior ou igual à carga estabilizada obtida no ensaio, dividida pelo
fator de segurança, desde que compatível com o projeto;

 b) indicar a execução de outro tirante para complementar a carga necessária para atender ao projeto;

 c) solicitar reinjeção no caso de tirante reinjetável e repetir o ensaio de recebimento (desempenho).

D.6.1.4 Quando o tirante não se situar entre as linhas “a” e “b” do gráfico da Figura E.1, deve-se
consultar o projetista que, entre outras, pode adotar as seguintes soluções:

 a) indicar a execução de ciclos de carga e descarga com a finalidade de “soltar” o trecho livre e
repetir o ensaio;

 b) reavaliar o projeto para verificar se o tirante pode ser aproveitado;

 c) aceitar o tirante com carga inferior.

D.6.2 Ensaio de qualificação (comportamento)

A interpretação deve ser feita pelos gráficos indicados na Figura E.5, onde devem ser avaliados
a capacidade de carga, o comprimento livre equivalente, as perdas por atrito e a carga máxima
estabilizada.

30/38 NÃO TEM VALOR NORMATIVO


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D.6.3 Ensaio de qualificação (comportamento), com medição de fluência

A interpretação deve ser feita pelos gráficos indicados na Figura E.5, acrescidos dos gráficos indicados
na Figura E.6.

São aceitos tirantes com coeficiente de fluência, obtidos no gráfico F × CF menores ou iguais a 2 mm
Projeto em Consulta Nacional

para uma carga de 1,75 F.

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 31/38


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Anexo E
(normativo)

Gráficos dos ensaios de qualificação (comportamento)


e de recebimento (desempenho)
Projeto em Consulta Nacional

F = 0,10 (1,75 Ft)


0,30 Ft

0,60 Ft

0,80 Ft

1,00 Ft

1,20 Ft

1,40 Ft

1,60 Ft

1,75 Ft
0
F
dp

d’’

d d’

de

a) Gráfico de carga × deslocamento total

de

a
ite
-lim
ha
Lin ha
c
al
Lin a re
i n h
L b de
ite
h a -lim
Lin
d’’

d’

0 F
dp

dp

b) Gráfico de deslocamento elástico e permanente

Figura E.1 – Ensaio de recebimento tipo A (ao menos 10% dos tirantes)

32/38 NÃO TEM VALOR NORMATIVO


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F = 0,10 (1,40 Ft)

0,60 Ft
0,30 Ft

0,80 Ft

1,00 Ft

1,20 Ft

1,40 Ft
0
Projeto em Consulta Nacional

F
dp

d’’

d’
d

de

a) Gráfico de carga × deslocamento total

de

a
ite
lim
h a- c
Lin ha re al
Lin ha
Lin
eb
limit
ha- de
Lin
d’’

d’

0 F

dp

dp

b) Gráfico de deslocamento elástico e permanente

Figura E.2 – Ensaio de recebimento tipo B (ao menos 10% dos tirantes)

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 33/38


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F = 0,10 (1,50 Ft)


0,30 Ft

0,60 Ft

0,80 Ft

1,00 Ft

1,20 Ft

1,50 Ft
0
Projeto em Consulta Nacional

F
dp

d’’

d’
d

de

a) Gráfico de carga × deslocamento total


de

a
ite
lim
h a-
Lin c
ha
Lin l
rea e b
ha t
Lin a-limi de
h
Lin
d’’

d’

0 F
dp

dp

b) Gráfico de deslocamento elástico e permanente

Figura E.3 – Ensaio de recebimento tipo C

34/38 NÃO TEM VALOR NORMATIVO


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F = 0,10 (1,20 Ft)

0,30 Ft

0,60 Ft

0,80 Ft

1,00 Ft

1,20 Ft
0
F
dp
Projeto em Consulta Nacional

d’’

d’
d
de

a) Gráfico de carga × deslocamento total

de

a
ite
lim
h a-
Lin c
ha
Lin l
rea
i n ha te b
L mi
a-li
L inh de
d’’

d’

0 F
dp

dp

b) Gráfico de deslocamento elástico e permanente

Figura E.4 – Ensaio de recebimento tipo D

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 35/38


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F = 0,10 (1,75 Ft)

0,40 Ft

0,75 Ft

1,00 Ft

1,25 Ft

1,50 Ft

1,75 Ft
0
Projeto em Consulta Nacional

dp

d
de

a) Gráfico de carga × deslocamento total

de

a
ite
m
a-li
nh
Li c
ha S
Lin rea
l
de
i n ha b
L ite
a -lim
h
Lin

0 F
R
dp
Pa
0,15 Flim
0,75 Flim
dp

b) Gráfico de deslocamento elástico e permanente

Figura E.5 – Ensaio de qualificação

36/38 NÃO TEM VALOR NORMATIVO


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Deslocamento (mm)
1,75 Ft
Projeto em Consulta Nacional

1,50 Ft
1,25 Ft
1,00 Ft
0,75 Ft

0
0 10 20 30 40 50 60
Tempo (min)

a) Tempo × deslocamento
Deslocamento (mm)

5Ft
2 1,7 Cf 1,75

Ft
1,50

1
1,25 F t
1,00 F t
0,75 F t
Cf 0,75

10 20 30 40 50 60 100 200
Log (t) (min)

b) Log (tempo) × deslocamento


Cf (mm)

Limite para solos argilosos ou duvidosos


2

Limite para solos arenosos


1

Cf 1,75
Cf 1,50
Cf 1,25
Cf 0,75 Cf 1,00
0
F0 0,75 Ft 1,00 Ft 1,25 Ft 1,50 Ft 1,75 Ft
(F)

c) Carga (F) × coeficiente de fluência (CF)

Figura E.6 – Ensaio de qualificação com medida de fluência

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 37/38


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Anexo F
(normativo)

Requisitos para assegurar o desempenho dos tirantes ao longo do tempo


(vida útil de projeto)
Projeto em Consulta Nacional

F.1 Objetivo
Este Anexo fornece requisitos para manutenção a fim de assegurar o desempenho durante a vida útil
de projeto dos tirantes permanentes.

F.2 Manutenção

F.2.1 Manual do proprietário

Ao término dos serviços de implantação de todos os tirantes permanentes, o executor deve encaminhar
ao contratante um “manual do proprietário”.

Neste manual devem constar as providências e recomendações básicas, em termos de inspeções


periódicas e de manutenção a serem seguidas.

F.2.2 Inspeções periódicas

Devem ser anuais feitas por meio de profissional habilitado, para verificação de eventuais anomalias
na estrutura e na cabeça dos tirantes permanentes, incluindo, entre outros, integridade da cabeça,
possíveis trincas, infiltrações, deslocamentos ou outras patologias.

F.2.3 Providências adicionais

Quando constatadas patologias, podem ser especificadas metodologias e procedimentos adicionais


de controle, instalação de instrumentação, verificação de carga, bem como redução da periodicidade
de acompanhamentos.

Os reparos necessários devem ser objetos de relatório ou projeto específico.

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