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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA

COMARCA DE ENTRE RIOS


VARA CRIME

AUTOS Nº 0000030-97.2015.805.0065
AÇÃO: HOMICÍDIO QUALIFICADO
AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO
RÉU: SAULO RODRIGO DA SILVA MARANHÃO

SENTENÇA

O Ministério Público ofereceu denúncia contra o réu, já qualificado nos autos,


enquadrando-o nas sanções do artigo 121, §2°, II e IV do Código Penal, afirmando que o
denunciado, soldado da polícia militar, em horário de folga, matou a vítima, JOHN LENNON
SERRA AGUIAR, no dia 14/12/2014, por volta das 0l h l5 min, após a vítima ter se recusado a
comprar cerveja para o acusado, sendo que a vítima foi atingida de inopino, sem prévia discussão,
impedindo que esboçasse qualquer reação.

O réu foi preso preventivamente, após ser citado e instado a apresentar defesa
preliminar e se manifestar sobre o pedido de prisão preventiva feito pela autoridade policial.
Durante a instrução foram ouvidas cinco testemunhas da acusação (fls. 99 e ss.) e duas da defesa
(fls. 107 e ss.), sendo o Réu devidamente interrogado (fls. 110). Nas alegações finais (fls.115), a
acusação sustentou que ficou provada a materialidade, assim como os indícios da autoria,
acrescentando que os autos justificam o acolhimento das qualificadoras, concluindo pelo pedido
para que o réu seja pronunciado como incurso no artigo 121,§2°, II e IV do Código Penal, bem
como mantida a prisão cautelar.

A Assistente de acusação não apresentou memoriais. A defesa apresentou suas


alegações finais (folha 123), apontando que a legítima defesa, como "causa de exclusão da
antijuridicidade foi consolidada no dedilhar da instrução processual". Da mesma forma, ressaltou a
defesa que não ocorreu interferência nas investigações e na instrução processual, sendo que não
estão presentes nenhum dos requisitos da prisão preventiva. Foram acostados: fotos da vítima e do
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réu, auto de reconhecimento. Laudo de exame de necropsia da vítima e certidão da SSP sobre o
réu.

Sentença de pronúncia de fls. 140/142.

Interposto recurso estrito às fls. 145/162.

Contrarrazões adunadas às fls. 163/172.

Negado provimento ao recurso em julgamento de fls. 196/199.

Juntada de depoimentos colhidos em PAD às fls380/389.

Despacho designando a sessão do Júri às fls. 412.

Submetido o réu ao Julgamento Popular, decidiu o Conselho de Sentença, conforme


TERMO DE QUESITAÇÃO e por maioria de votos, no sentido afirmativo da materialidade do
crime, bem como a autoria do Réu, respondendo positivamente, ainda, no sentido da existência da
circunstância qualificadora da utilização do recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa
da vítima.

Isto posto, com base nos elementos constantes nos autos e no que dispõe o art. 492
do CPP, acolho parcialmente o pedido da denúncia, condenando o acusado SAULO RODRIGO
DA SILVA MARANHÃO nas penas do art. 121, § 2º, incisos II e IV, do Código Penal.

Passo a dosar a pena com supedâneo no princípio da individualização das sanções


criminais.

Atendendo aos ditames do art. 59, verifica-se que a culpabilidade, motivos,


circunstâncias e consequências do delito são normais à espécie. Não há comportamento da vítima a
ser valorado. Não há elementos nos autos aptos a valorar a personalidade e a conduta social do réu,
razão pela qual não podem pesar contra o mesmo. Por fim, não há registro de antecedentes.

Nestes termos, fixo a pena base em 12 (doze) anos de reclusão.


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De acordo com recente entendimento do STJ, mesmo restando configurada a confissão,


ainda que na modalidade qualificada ou parcial, é cabível o reconhecimento da incidência
da atenuante da confissão prevista no art. 65, III, "d", do Código Penal Cabível.
Por sua vez, cabível a aplicação da agravante prevista no art. 61, II, “a”, do Código
Penal, visto que, em havendo concurso de qualificadoras do crime, uma delas irá compor o tipo
mais grave, e a outra, havendo previsão legal, deverá migrar para segunda fase da dosimetria
como agravante.
Inexistem causas de aumento ou diminuição, motivo pelo qual torno definitiva a pena de
12 (doze) anos de reclusão.

Em face do novel comando encartado no art. 387, § 2º, do Código de Processo Penal, que
determina que o tempo de prisão provisória seja computado para fins de determinação do regime
inicial de pena privativa de liberdade, e tendo em vista que o réu permaneceu preso durante cerca
de 02 (dois) anos e meio, fixo o regime inicial fechado, em observância ao disposto no art. 33, §
2º, “a”, do Código Penal, tendo em vista que o total da pena, para efeitos do regime aplicável,
ultrapassa o patamar de 08 (oito) anos de reclusão.

Deixo de aplicar a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos,


tendo em vista que o crime envolveu violência, além de a pena a pena imposta exceder a quatro
anos, nos moldes do art. 44, I, do Código Penal.

Incabível também a suspensão condicional da pena, vez que não se fazem presentes dos
requisitos estampados no art. 77, do Código Penal.

Deixo de conceder o direito de recorrer em liberdade, em virtude de o réu ter permanecido


preso durante todo o processo, além de persistirem os fundamentos da preventiva.

Condeno, ainda, o Réu ao pagamento das custas processuais e ordeno que seja lançado, após o
trânsito em julgado, o seu nome no rol de culpados, comunicada a condenação à Justiça Eleitoral
(artigo 15, III, CF).

Oficie-se ainda o CEDEP.

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