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Prevenção

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Controle de Riscos
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Riscos em Instalações e Serviços com Eletricidade

Responsável pelo Conteúdo:


Profa. Ms. Erika Gambeti Viana de Santana

Revisão Textual:
Profa. Ms. Fátima Furlan
Riscos em Instalações e Serviços com Eletricidade

Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:


• Introdução ao Tema
• Leitura Obrigatória
• Material Complementar

Fonte: Thinkstock/Getty Images


Objetivos
• A disciplina de Segurança em Serviços e Instalações Elétricas é desenvolvida e
direcionada às sistematizações de ações em SST, busca orientar os trabalhadores,
através da padronização de procedimentos e metodologias, potencializando a atuação
segura dos profissionais. Promove o conhecimento e divulgação das regulamentações
e normalizações a respeito do assunto, além de, promover a difusão dos princípios
básicos, das boas práticas na segurança e integridade física da Conservação da saúde
dos trabalhadores e de todos que interagem com a energia elétrica.
UNIDADE
Riscos em Instalações e Serviços com Eletricidade

Introdução ao Tema
A eletricidade proporciona conforto aos usuários e nas empresas é uma forma
de insumo, atuando em vários segmentos da economia, este fato explica o quanto
a eletricidade de tornou fundamental na vida moderna. Para utilizar a energia
elétrica, o consumidor deve manter muita precaução, pois apesar de muitos usuários
desconhecerem ou desconsideram a energia elétrica oferece um alto grau de risco. Os
acidentes envolvendo a eletricidade ocorrem com maior frequência nas residências e
nos postos de trabalhado, com as consequências mais graves. A norma de segurança
tem como objetivo informar os usuários sobre os riscos à exposição e proporcionar o
conhecimento e as medidas de seguranças aplicáveis às normas de segurança aplicáveis.
Os choques elétricos e danos econômicos (incêndios e explosões) são alguns riscos
oferecidos pelas atividades que envolvem a eletricidade.

Devido ao fato de os acidentes envolvendo choques elétricos ocorrerem com maior


frequência, é necessário maior atenção na utilização da energia elétrica na rotina
diária. Os incêndios e explosões, embora ocorram com menos frequência, podem
ter na sua origem a eletricidade. A maior parte das pessoas está exposta à baixa
tensão do que a altas tensões. Pessoas leigas normalmente não se expõem às altas
tensões, concluindo-se que as baixas tensões são mais perigosas devidas o alto grau de
exposição dos usuários. O risco que envolve a eletricidade no ambiente de trabalhado
se dá através do contato direto do trabalhador com uma parte energizada da instalação,
fazendo com que a corrente atravesse o corpo que se torna um condutor, fazendo com
que se tenha um curto-circuito entra a massa e a terra. A eletricidade se torna um risco
elevado quando comparada a outros riscos como calor, frio e ruído. A eletricidade só
pode ser sentida pelo organismo quando está sob sua ação. Verifica-se a seguir alguns
dados estatísticos que estimam os riscos e gravidade dos problemas com a eletricidade:

43% dos acidentes ocorrem nos ambientes residenciais;

30% dos acidentes são identificados nos ambientes de trabalho;

27% dos acidentes não foram possíveis de identificar os locais de ocorrência.

A Norma Regulamentadora 10 fornece diretrizes e procedimentos para evitar


acidentes e proteger os trabalhadores orientando sobre o treinamento dos colaboradores
na prevenção de qualquer tipo de acidente e incidente com eletricidade.

Para que possa ser cumprido o que está regulamentado na Norma Regulamentadora
10 são utilizados assuntos técnicos específicos e áreas distintas de caráter
multiprofissional que compreende assuntos específicos de Segurança no Trabalho
e outros assuntos próprios da área elétrica. Outros assuntos são direcionados aos
profissionais da área de saúde, desenvolvido por profissionais com a mesma formação
e legalmente habilitados para tais orientações nomeados como técnicos, engenheiros
médicos e enfermeiros de acordo com a habilitação de cada classe respectivamente.

No atual cenário de desenvolvimento socioeconômico é possível a aplicação das


técnicas de proteção à integridade física e de prevenção da saúde do trabalhador, para

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que possa ser desenvolvido as suas atividades laborais que direta ou indiretamente
venham a interagir com a energia elétrica. É aplicado um segundo princípio em
Engenharia de Segurança no Trabalho onde os riscos potenciais apresentados no
serviço e uso da eletricidade impossibilita a sua extinção ou substituição, devendo ser
continuamente controladas por meio de planejamento e implementação de medidas
de controle dos perigos.

Esta unidade tem como objetivo informar sobre a importância e o impacto da


energia elétrica no desenvolvimento da humanidade e na vida moderna, apresentando
princípios fundamentais para a segurança e saúde no trabalho, nas instalações e
serviços que utilizam a eletricidade, através do conhecimento, princípios e controle
dos agentes de riscos e adoção de medidas para regulamentações legais e normativas.

Logo após são apresentadas as principais normas e regulamentações sobre


o tema Segurança do Trabalho com Instalações Elétricas explorando as Normas
Regulamentadoras vigentes relacionadas ao assunto e as normas brasileiras registradas
na ABNT, responsáveis por abordar o tema Segurança com Instalações Elétricas
desenvolvendo os aspectos da norma principal e um estudo mais detalhado sobre o
texto. A Norma Regulamentadora 10 aborda os acidentes de trabalho em instalações
elétricas, analisando e identificando as prováveis causas e possibilitando ao aluno
conhecer o cenário, através dos indicadores de acidentes de trabalho nos setores
elétricos disponibilizando uma análise sistemática a respeito dos acidentes de trabalho.

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UNIDADE
Riscos em Instalações e Serviços com Eletricidade

Leitura Obrigatória
Os riscos na execução de serviços com eletricidade e instalações
A energia elétrica pode ser considerada como insumo fundamental e indispensável
na economia das nações, com o objetivo de atender as necessidades e a evolução da
espécie humana. Está presente na iluminação, comunicação, informação, aquecimento,
refrigeração, transportes, industrialização, entretenimento e em vários outros serviços e
aplicações que envolvem a rotina diária possibilitando o conforto e o bem-estar humano,
além do crescimento potencial, uma vez que, um terço da população não tem acesso a
esse tipo de recurso.

Entre todos os tipos de energia disponíveis a elétrica oferece maior diversidade entre
as fontes produtoras, pois podem ser criada a partir da energia hidráulica (quedas ou fluxo
d’água), de biomassa (matéria orgânica), de origem eólica (movimentação dos ventos),
combustíveis fósseis (petróleo), solar (radiação do sol) da radioatividade (substâncias
nucleares), de processos químicos etc.

Com sua variabilidade no transporte e aplicação, por possui maior facilidade no


controle aliada à facilidade de controle e diversidade de fontes, a vida nas cidades e até
mesmo no campo tornou-se indispensável o uso da energia elétrica.

A energia elétrica se tornou fundamental aos modelos industriais, mundiais e a vida


moderna, não podendo via de regra ser eliminada ou substituída por outro tipo de
energia, devido à praticidade, empregabilidade, limpeza, renovabilidade, multiplicidade
de fontes, baixo custo, ou seja, por sua eficácia evidentemente comprovada. É de
conhecimento que o uso da energia elétrica em função da sua origem, intensidade,
complexidade e utilização apresentam evidentes condições de risco severos e potenciais
os trabalhadores e usuários.

Devido à dependência causada pela eletricidade, o alto risco à integridade física


e a saúde do homem, causando doenças graves, acidentes e até mesmo a morte, se
faz necessário um protocolo com regras de convivência, atitudes comportamentos,
normas legais, de forma a orientar o homem na utilização correta e eficiente da energia
produzindo apenas benefícios, facilidades e evolução, evitando transtornos, danos,
perdas e principalmente a ocorrência de acidentes.

A Norma Regulamentadora 10 do Ministério de Trabalho e Emprego, recém-


atualizada através da Portaria 598 de 07/12/2004, orienta sobre o treinamento para os
riscos elétricos, essa Norma contém um anexo dedicado ao treinamento que consiste no
fio condutor desta disciplina em Segurança com Instalações e Serviços com Eletricidade.
Neste anexo consta a carga horária e conteúdo programático mínimo a ser ministrado,
de forma que os trabalhadores possam desempenhar as suas atividades nas zonas de
influência das instalações elétricas, ou seja, nos locais de risco e zona controlada. A
energia elétrica pode ser conceituada como um grupo composto de partes elétricas
e não elétricas agregadas com características relacionadas, fundamentais para que
determinadas partes de um sistema elétrico funcione.

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Este treinamento é dividido em dois cursos: o primeiro chamado básico tem 40 horas
aulas, destinado ao trabalhador que realiza intervenções diretas nas instalações elétricas,
ou seja, os envolvidos nas ações (eletricistas, montadores, instaladores) e também para
os trabalhadores e indiretos (multifunção, mecânicos) e usuários de equipamentos e
sistemas elétricos e outros usuários que não foram advertidos.

O segundo módulo com 40 horas aulas é um módulo complementar, para iniciá-lo


o primeiro módulo deve estar concluído, esse módulo se destina aos trabalhadores que
atuam com um Sistema Elétrico de Potência (SEP), onde o SEP é um conjunto das
instalações e equipamentos que fazem a geração, transmissão e distribuição de energia
elétrica até a medição.

Esse treinamento abrange o módulo básico e a absorção do conhecimento ministrado


é avaliada através de provas de conhecimento. É importante ressaltar que para os
prestadores de serviços e trabalhadores que atuam em clientes diferentes devem ser
atendidas as exigências de reciclagem para a ambientação e familiarização do panorama
de trabalho existente em cada estabelecimento, também aos procedimentos, rotinas de
trabalho, regras de comunicação, normas internas e cultura.

Legislação reguladora das instalações e serviços em eletricidade


No direito do trabalho, há uma dinâmica entre as modificações frequentes, para
atender as transformações organizacionais, quer sejam elas metodológicas, políticas,
permanentes, ao mundo do trabalho e das demandas sociais. Criam-se assim novas
legislações respeitando a hierarquia organizacional adequada ao ordenamento
jurídico nacional.

A seguir, temos um organograma possibilitando um melhor entendimento:

Constituição Federal

Lei Decreto Medida Provisória

Portaria Regulamento Resolução

Instrução Normativa Norma Regulamentadora

Notas Técnicas Ordem de Serviço ...

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Riscos em Instalações e Serviços com Eletricidade

Entende-se que as Normas Regulamentadoras são instrumentos legais, regulam e


garantem a saúde e a segurança no trabalho, base da organização social e direito humano
fundamental, preconizando que o trabalho seja realizado em condições que contribuam
para a melhoria da qualidade de vida, a realização pessoal e social dos trabalhadores e
sem prejuízo para sua saúde, integridade física e mental. Esse instrumento com força de
Lei, em contrapartida, desencadeia uma série de atos e consequências para as empresas,
empregados, governo e toda a sociedade, sendo que o não cumprimento das Normas
caracteriza as infrações, podendo ocorrer multas, interdições e embargos de empresas.

No Brasil, Com base no Art. 21 – XXIV da Constituição Federal - CF de 1988, é


o Ministério do Trabalho e Emprego o órgão federal competente pela regulação das
relações entre o capital e o trabalho e que em 1º de maio de1943 instituiu a CLT -
Consolidação das Leis do Trabalho, que se tornou o principal instrumento de regulação
das relações trabalhistas e de reconhecida importância social. Na CLT, foi introduzido
um capítulo específico à Segurança e Medicina do Trabalho, numerado como Capítulo
V, com redação alterada em 1977, por meio da Lei nº 6.514/77contendo os artigos
de nº 154 a 201 relativos à segurança e medicina do Trabalho. Tal alteração atribuiu
ao Ministério do Trabalho e Emprego a responsabilidade de estabelecer normas
complementares e adicionais à questão e, no ano seguinte, foram aprovadas e editadas
as Normas Regulamentadoras.

Normas Regulamentadoras
No ano de 1978, o Ministério do Trabalho, com competência dada pela 6.514/77,
em complementação ao Cap V da CLT, publicou a Portaria 3.214, contendo 28
Normas Regulamentadoras, as denominadas NRs, com o objetivo de estabelecendo
regulamentações adicionais e específicas para o planejamento de ações aplicáveis às
empresas. Logo após, foram publicadas mais 4 Normas Regulamentadoras, totalizando
atualmente, 32 Normas Regulamentadoras em vigência, com a força de Lei e de
cumprimento compulsório.

As Normas Brasileiras Registradas


Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, possui as Normas Brasileiras
Registradas – NBR, essas normas constituem em regulamentações que padronizam a
técnica orientativa específicatória. Não possuem força de lei com exceção quando possui
a denominação O “R” ao final do “NB”, que indica que são registradas no Sistema
Brasileiro de Normatização, constituindo-se em referência técnica fundamental para
as instalações elétricas no caso em serviços. Segue desde o planejamento, execução,
conservação e utilização. Essas normas são fundamentais para o atendimento da Norma
Regulamentadora 10.

Além das NBR’s referente às instalações elétricas, existem outras normas de


padronização os procedimentos. É importante seguir as normatizações do SINMETRO
- Sistema Nacional de Metrologia Normalização e Qualidade Industrial (lei 5966/72) –
INMETRO, que regulamenta a certificação dos componentes.

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A regulamentação legal contida na NR10, não seria utilizada se as Normas Técnicas
vigentes como extensão da Norma não fossem fonte de especificação, não seria possível
utilizar as Normas técnicas vigentes com algumas poucas páginas de texto. A proposta da
NR10 Instalações Elétricas devem necessariamente atender os requisitos que já constam
em outras normas técnicas aplicáveis.

Norma Regulamentadora 10: Instalações e Serviços em


Eletricidade
A Norma Regulamentadora 10 – Norma de Segurança em Instalações Elétricas e
Serviços em Eletricidade são uma das 36 Normas atualmente disponíveis. A NR-10 é a
principal Norma que estabelece os requisitos e condições para a implantação de medidas
de controle e sistemas preventivos, além do adequado treinamento. Essa norma tem
como objetivo garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que interajam de forma
direta ou indireta nas instalações elétricas e serviços nos seus usos e aplicações.

Essa Norma passou por recente atualização através da portaria do Ministério do


Trabalho e Emprego número 598 de 07/12/2004, alterando a redação anterior da
norma regulamentadora 10.

Nessa operação, houve a mudança de alguns itens adotando frases para o seu
atendimento.

Conteúdo:
·· Inspeção do trabalho;
·· Saúde e Segurança do Trabalhador;
·· Legislação;

·· Normas Regulamentadoras;
·· Norma Regulamentadora n° 10.

A norma é composta por um glossário, três anexos e 99 itens que foram aprovados
em consenso, com exceção de um deles que trata da proibição do trabalho individual
para os serviços que envolvam alta tensão e os serviços realizados no sistema elétrico de
potência. A portaria nº598/ 2004 foi a portaria responsável pela aprovação da norma
e também instituindo a Comissão Permanente Nacional, que trata sobre segurança
em energia elétrica CPNSEE, tripartite e paritária, tem como objetivo acompanhar
implementar, além de, assumir as demandas da sociedade e propor adequações para
que seja aperfeiçoada a Norma Regulamentadora 10.

Essa regulamentação impacta sobre a responsabilidade dos empresários, para


melhorar continuamente as condições de segurança existentes nos ambientes de
trabalho, nas atividades além de impor políticas de segurança e saúde, e a promoção de
ações que visam promover a vida e a saúde dos trabalhadores, organizando de forma
segura e implementando procedimentos integrados, instruções de segurança, promoção
da capacitação e treinamento dos operadores, do reconhecimento, da antecipação

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Riscos em Instalações e Serviços com Eletricidade

e controlando os riscos. Isso tudo faz com que seja promovido ambiente de trabalho
seguro e saudável, além da redução nos índices de acidentes, em contrapartida temos
um aumento da eficiência, qualidade e da competitividade, da empresa ou organização.

Os trabalhadores que foram instruídos e treinados realizam sua atividade conforme os


procedimentos seguros, praticando os conhecimentos que foram adquiridos obtendo os
produtos e serviços dentro dos níveis de segurança, eliminando as condições perigosas
e reduzindo a possibilidade de ocorrência de acidentes no trabalho.

A atualização da Norma iniciou em 2001 por meio de um grupo de Engenheiros de


Segurança do Trabalho, esses foram convocados pelo Ministério do Trabalho e Emprego
em várias partes do país em 2002 o texto criado foi levado à consulta pública com
aproximadamente 1000 sugestões de ajustes discutidos pelos GTT – 10, que é um
grupo técnico tripartite paritário, em 2003 foram discutidos esse texto e por consenso
92 itens e uma recomendação se tornou o produto final oferecido ao MTE para posterior
aprovação e publicação.

Tanto os contratantes quanto os contratados envolvidos são responsáveis pelo


cumprimento da NR, ou seja, a responsabilidade se torna solidária. Este conceito se
aplica as empresas individuais ou coletivas que tem uma personalidade jurídica, que estão
sob o comando e controle ou prestarem serviços através da administração ou contrato
com outra empresa. Equiparam-se às empresas profissionais liberais, trabalhadores
autônomos e avulsos.

A responsabilidade solidária “In eligendo”, surgiu devido a falta de cautela na seleção


dos profissionais ou empresas para a realização de um ato ou serviço, onde ambas as
empresas (Contratante e contratada), respondem por riscos ou acidentes causados por
um empregado ilegalmente habilitado, ou sem as devidas capacidades ou aptidões para
a execução de determinadas atividades.

O risco que ocorre da falta de diligência, atenção vigilância, fiscalização, é denominado


de culpa “In vigilando”.

Fica a cargo dos contratantes fazer com que os trabalhadores se mantenham


informados a respeito dos riscos elétricos aos quais estão expostos, tal como as medidas
a serem adotadas para o adequado controle.

Determina o dever de informar dos contratantes (tomador de mão de obra) e, em


contrapartida, garantir o direito de informação e do saber do trabalhador, sobre os riscos
e possíveis perigos à segurança e à saúde, elétricos e não elétricos, a que serão expostos
no desenvolvimento das atividades contratadas ou designadas. O direito de saber está
preconizado na Convenção 161 da OIT, ratificada com o Decreto 127 de 22/05/1991.

Por outro lado, cabe aos trabalhadores:


· Os autorizados a trabalhar com instalações elétricas devem ter atenção em suas
ações ou omissões que impliquem em negligência, imprudência ou imperícia,
zelando tanto pela sua segurança e saúde como pela de outras pessoas que
possam ser afetadas, podendo ter de responder civil e criminalmente.

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·· Os trabalhadores se tornam responsáveis tanto quanto à empresa no
cumprimento das disposições legais e regulamentares e nos procedimentos
internos de segurança e saúde.
·· Éum compromisso legalmente obrigatório que integra os trabalhadores e
os empregadores no sentido de se responsabilizarem solidariamente por
cumprir as normas e regulamentos estabelecidos, elaborar e manter os
procedimentos, planos e demais medidas internas de segurança e saúde.
·· O ato de comunicar de imediato ao responsável pelos serviços, além de
responsabilizar e envolver o superior promove a análise da realidade existente,
possibilitando orientações e esclarecimento de dúvidas e pontos controversos.
Devemos lembrar que esta alínea está intimamente ligada e consiste base
fundamental ao direito de recusa, subitem 10.14.1, desta Norma.

A Norma 10 apresenta grandes impactos e inovadoras melhorias, que muito


contribuirão para o trabalho seguro envolvendo as mais diversas atividades e ambientes
de trabalho. Esses impactos envolvem desde a construção civil, as atividades comerciais,
as industriais, rurais, serviços ou até mesmo as atividades domésticas, nas quais o
“trabalhador” tem envolvimento direto ou indireto em instalações ou serviços com
a energia elétrica e, até mesmo, com conceito ampliado de proteção aos trabalhos
realizados nas proximidades dessas, cujos principais itens passamos a destacar:
I. Objetivo e campo de aplicação da Norma: Garante a segurança dos
trabalhadores, que direta ou indiretamente interagem em instalações elétricas
e serviços com eletricidade, bem como todos e quaisquer serviços realizados
nas suas proximidades. Fica claro que o alcance da proposta atinge inclusive
os trabalhadores e ambientes nas áreas circunvizinhas sujeitas às influências
das instalações elétricas que lhes são próximas, tais como: trabalhadores nas
instalações telefônicas e TV a Cabo instaladas em postes de distribuição elétrica,
profissionais de manutenção em geral, etc.
II. Análise de risco: Estabelece que as intervenções em instalações elétricas, ou
seja, as ações que implicam em interferência física nas instalações elétricas,
representadas pelas tarefas de trabalho necessárias ao desenvolvimento dos
serviços, as medidas de controle adotadas sejam precedidas da aplicação de
técnicas de análise de risco.

O método sistemático utilizado para o exame e a avaliação de todas as etapas e


elementos de determinado trabalho é denominado como análise do risco, este método
desenvolve e racionaliza toda a sequência dentro de uma operação realizada pelo
trabalhador, possibilitando identificar os riscos potenciais de acidentes físicos e materiais,
identificando e corrigindo problemas operacionais e possibilitando adequar de forma
correta o modo de execução de todas as etapas do trabalho de forma segura. É, portanto,
uma ferramenta de exame crítico da atividade ou situação, com grande utilidade para a
identificação e antecipação dos eventos indesejáveis e acidentes possíveis de ocorrência,
possibilitando a adoção de medidas preventivas de segurança e de saúde do trabalhador,
do usuário e de terceiros, do meio ambiente e até mesmo evitar danos aos equipamentos
e interrupção dos processos produtivos.

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Riscos em Instalações e Serviços com Eletricidade

Ações que oferecem a possibilidade da ocorrência de lesões ou danos à saúde dos


trabalhadores são consideradas como risco.

A análise de risco não pode prescindir de metodologia científica de avaliação e


procedimentos conhecidos, divulgados e praticados na organização e, principalmente,
aceitos pelo poder público, órgãos e entidades técnicas.

As principais metodologias técnicas utilizadas no desenvolvimento de “análise de


risco” são:
· Análise Preliminar de Risco – APR;
· Análise de modos de falha e efeitos – FMEA (AMFE);
· Hazard and Operability Studies – HAZOP;
· Análise de Risco da Tarefa – ART;
· Análise Preliminar de Perigo – APP, dentre outras.
III. Documentação nos serviços e instalações elétricas: O diagrama unifilar é
o documento de importância capital para execução de uma instalação elétrica,
constituindo-se em memória para a sua organização e entendimento e, portanto,
tornou-se obrigatório na NR10 e deve compor o prontuário.

A documentação das instalações elétricas é habitualmente uma incógnita nos


estabelecimentos e edificações e as suas obrigações, especificações e limitações. O
trabalhador raramente tem acesso as documentações das instalações elétricas, essas
devem estar organizadas em um prontuário, devendo ser mantida pelo empregador ou
responsável formalmente designado pela empresa, ficando à disposição dos trabalhadores
que atuam com instalações e serviços em eletricidade. Esta documentação deve ser
revisada e atualizada periodicamente.

Ao regulamentar a obrigatoriedade de documentar a instalação elétrica promove-se a


oportunidade de, a qualquer tempo, ela ser avaliada tecnicamente e suas características
atestadas mediante a documentação que facilitará informações, estudo e pesquisas aos
trabalhadores, ações de gestão de segurança e a auditoria fiscalizadora com base em
documentação técnica responsável. O que se pretendeu com essa exigência foi a criação
de uma memória da organização e da gestão quanto a:
· Esquemas elétricos das instalações contendo a compatibilidade entre
componentes funcionais e de segurança e entre estes e as influências ambientais
a que estão sujeitos; os sistemas de aterramento como medida de proteção
contra contatos indiretos e ainda especificações dos demais dispositivos
de proteção, incluindo-se tanto as dos circuitos quanto as sobrecorrentes,
sobretensões, contatos diretos, contatos indiretos, queimaduras, incêndios;
· Inspeções periódicas nas instalações elétricas incluindo as medidas corretivas e
preventivas de controle de riscos e os respectivos cronogramas de adequação;
· Medição e verificação dos sistemas de proteção contra as descargas atmosféricas;
· Os equipamentos de proteção individual e coletiva, além do ferramental
devem seguir as orientações de especificações determinadas na NR;

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·· Imputaros equipamentos utilizados nas áreas classificadas (com a capacidade
de criar atmosferas inflamáveis e explosivas) e a certificação dos materiais;
IV. Projetos: É natural que as novas instalações elétricas sejam precedidas de um
planejamento ideal, “o projeto”, e nele sejam previstos, doravante, todos os
dispositivos de segurança necessários considerando também os procedimentos
de trabalho. Dentre estes, destacamos alguns.

Nas instalações devem, segundo a proposta da Norma, ser aplicados dispositivos


de seccionamento de ação simultânea a montante dos pontos de intervenção e que
permitam a aplicação de travamentos. Ação simultânea é a forma de garantir a abertura
de todos os condutores do circuito simultaneamente.

Aplicação de dispositivos de travamento, que significa estabelecer a obrigatoriedade


de que os dispositivos de seccionamento tenham previsão para a aplicação de travas
mecânicas ou de outra natureza, que impeçam a religação inadvertida do circuito.

É também prevista a obrigatoriedade de planejar e especificar o esquema de


aterramento elétrico escolhido.

O projeto deve ainda prever que todos os dispositivos de manobra possuam indicação
das posições de “ligado e desligado”; as precauções admissíveis em relação as ações
ambientais; os princípios funcionais dos elementos de proteção e a descrição de sua
compatibilidade com os demais elementos da instalação.

Assim sendo, os projetos deverão dispor doravante, de:


·· Previsão de dispositivos que permitam travamento;
·· Planejamento de espaçamento e distanciamento seguros;
·· Previsão da necessidade de “aterramento elétrico”;
·· Indicação da posição “liga - desliga” de dispositivos de manobra;
·· Planejamento de prevenção contra as influências ambientais;
·· Previsão de disposições contra incêndios e explosões;
V. Instalações elétricas desenergizadas: A Norma estabelece a obrigatoriedade
de se adotar “prioritariamente” a medida de segurança maior, ou seja,
desenergização da instalação. Isso implica em se estabelecer critérios bem
definidos para que uma instalação seja considerada desenergizada. Mediante
um procedimento padronizado, com a aplicação de sistemas de travamento das
fontes, de sinalização, de medição do ponto de intervenção, de aterramento e
equipotencialização elétrico, de isolamento das circunvizinhanças da operação.
O texto explicita a permanência do estado de desenergização da instalação
elétrica durante as intervenções, e com isso elimina-se o antigo entendimento
de que uma instalação pudesse vir a ser energizada acidentalmente. Com os
critérios estabelecidos, no texto, fica assegurada garantidamente a ausência
de energia elétrica no ponto de realização do serviço durante o tempo de
intervenção, procedimento de suma importância para todos os trabalhadores
com energia elétrica.

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Riscos em Instalações e Serviços com Eletricidade

O impedimento consiste no estabelecimento de condições que impeçam


garantidamente, a reversão indesejada do seccionamento efetuado, visando assegurar ao
trabalhador, e somente a ele, o controle sobre aquele seccionamento. Os travamentos
mecânicos são realizados utilizando fechaduras, cadeados e dispositivos auxiliares para o
travamento ou utilização dos sistemas informatizados equivalentes.
VI. Instalações elétricas energizadas: Estudada e definida a não possibilidade de
adoção da “desenergização”, então dever-se-á adotar outras medidas de controle
dos riscos para a segurança dos trabalhadores, tais como, a aplicação de tensão
de segurança, seccionamento automático de alimentação, etc.

Destacam-se, também, para a realização de serviços com instalações elétricas


energizadas, a exigência de “autorização” do trabalhador, de responsabilidade dos
contratantes, específica para realização desse tipo de trabalho e a habilitação dos
profissionais ou capacitação das pessoas que vierem a ser autorizadas para tais atividades.

NBR 5410 – Instalações de baixa tensão


A NBR tem destaque nesta disciplina e, desta forma será abordada em detalhes.

Esta norma tem como objetivo fixar condições para atender as instalações elétricas,
garantindo o correto funcionamento, segurança de pessoas e animais domésticos e a
preservação dos bens.

As instalações elétricas são alimentadas por uma tensão nominal, igual ou inferior a
1000 V considerando uma corrente alternada ou mesmo a frequência sendo inferior a
400 Hz, ou a 1500 V em considerando uma corrente contínua.

Esta NBR (Norma Brasileira Registrada da ABNT – Associação Brasileira de Normas


Técnicas) é a de maior interesse para esta disciplina e, portanto, será discutida com
detalhes. Sua aplicação é destinadas as seguintes instalações:
a) Edificações residenciais;
b) Edificações comerciais;
c) Estabelecimentos de uso público;
d) Estabelecimentos industriais;
e) Estabelecimentos agropecuários e hortigranjeiros;
f) Edificações pré-fabricadas;
g) Instalações temporárias, canteiros de obra e feiras;
h) Marinas, instalações análogas, reboques de acampamento (trailers) e locais de
acampamento.

Esta Norma é destinada a:


· Reparação em instalações nova e instalações existentes;
· Linhas elétricas fixas de sinal (circuitos de telecomunicação, comunicação de
dados, informática, controle, automação, etc.).

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·· Aterramento;

·· Componentes fixos, seleção e instalação de fios;


·· Distribuição e energia elétrica por redes públicas;
·· Instalações de minas;

Nessa norma, são considerados os efeitos dos fenômenos atmosféricos em relação


as instalações elétricas e a escolha dos dispositivos de proteção contra sobretensões.
·· Dispositivo de emergência: Em situação de perigo, onde é necessário
desenergizar um circuito é instalado o dispositivo de parada de emergência,
que possibilita de forma rápida a identificação e manobrado interrupção.
·· Dispositivos
de seccionamento: esses dispositivos possibilitam a execução
da manutenção, identificação e verificação de defeitos e reparos, pois realizam
o seccionamento da instalação elétrica e dos circuitos de equipamentos.
·· Independia da instalação elétrica: Para eliminar influência que cause
dano à instalação elétrica e não elétricas na edificação, deve-se organizar a
instalação elétrica.
·· Efetividade dos componentes: As instalações elétricas e seus componentes
devem ser organizados com o objetivo de permitir o acesso para a realização
de serviço, verificação reparos e manutenção e também a instalação inicial e
eventual substituição de componentes individuais dentro de espaço satisfatório.
·· Condições de Alimentação: A tensão nominal de um componente deve ser
igual ou superior à tensão na qual o componente é eliminado, desta forma os
componentes devem estar adequados às condições da alimentação da instalação
elétrica onde serão utilizados.
·· Estado de Instalação: Os componentes devem ser adequados ao local de
instalação, permitindo atender as solicitações as quais serão submetidas.
Caso um componente não tenha características para a sua utilização, pode
ser utilizado componente complementar que tenha proteção adequada na
execução da instalação. Esses projetos, desde sua execução até a instalação
devem ser confiados a profissionais habilitados para que os trabalhos possam
ser desenvolvidos de acordos com a Norma.
·· Definição das características Gerais: Considerando as medidas de
proteção, com o objetivo de manter a segurança na seleção e instalação dos
componentes, devem ser estabelecidas as características da instalação, como
indicados a seguir:
·· Alimentação e estrutura
·· Potência de alimentação
·· Elementos

A potência da alimentação é fundamental, pois, influência diretamente no fornecimento


seguro de uma instalação elétrica dentro dos limites apropriados, considerando a queda
de tensão. Devem estar previstos os equipamentos de instalações a serem utilizados, suas

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Riscos em Instalações e Serviços com Eletricidade

potencias e possibilidades de não simultaneidade quando for determinados a potência da


alimentação de determinada instalação.
· Previsão de Carga: As prescrições a seguir devem ser utilizadas na previsão
de carga de uma instalação:
· A aplicação da NBR ISSO/CE8995: Iluminação de ambientes de trabalho
determinam as cargas de iluminação a serem utilizadas;
· As tomadas de uso geral como as de banheiros, áreas de serviços, cozinhas
etc., devem possuir no mínimo 600 VA por tomada, até três tomadas e 100
VA para cada tomada excedente, nos demais cômodos 100 VA por tomada;
· Tomada para uso específico: devem conter uma potência igual à potencia
nominal do equipamento a ser alimentado.

Sistemas de alimentação reserva e alimentação elétrica


utilizadas nos serviços de segurança
Quando houver a necessidade de instalações de segurança, realizada pelas autoridades
responsáveis na proteção contra incêndio ou em relação à fuga dos locais em caso de
emergência ou pela indicação do projetista, alimentações de reserva as características das
alimentações para instalações de segurança ou de reserva são estipulados separadamente.

Essas alimentações por sua vez devem conter confiabilidade, disponibilidade e


capacidade ao funcionamento necessário.
· Divisão das instalações: para atender a necessidade de cada circuito, deve
ser feita a separação das instalações, desta forma cada circuito pode ser
seccionado sem que ocorra o risco de realimentação inesperada, decorrente
de outro circuito.

A instalação pode ser dividida conforme a necessidade de circuitos, com a finalidade


de propor facilidade de inspeção e ensaios e manutenção, evitando que devido a um
defeito em um circuito toda uma área fique sem a alimentação do circuito de distribuição.
Deve estar previstos para parte da instalação a necessidade de controle específico, sendo
que os recursos não sejam afetados pelas falhas existentes em outros circuitos.

Deve estar prevista a possibilidade de ampliação futura devido à ocupação de um


local ou a distribuição de circuitos através da utilização de circuitos terminais.

Essa necessidade influencia na taxa de ocupação dos condutores elétricos e quadros


de distribuição.

Para iluminação de tomadas de corrente devem ser utilizados circuitos terminais


diferentes.

Partindo da alimentação de vários sistemas (subestação, gerador etc.), cada conjunto


de circuitos alimentados por cada sistema constitui uma instalação. Esses circuitos devem
ser diferenciado dos demais observando as seguintes questões:
· Um quadro de distribuição só deve possuir componentes pertencentes a uma

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única instalação, com exceção de circuitos de sinalização e comando e de
conjuntos de manobra especialmente projetados para efetuar o intercâmbio
das fontes de alimentação;
·· Os condutos fechados só devem conter condutores de uma única instalação;
·· Nos condutos abertos, bem como nas linhas constituídas por cabos fixados
diretamente em paredes ou tetos, podem ser instalados condutores de
instalações diferentes, desde que adequadamente identificados.

Utilização do sistema de alimentação elétrica para os serviços de


segurança
São de competência das autoridades locais a definição da natureza e as necessidades
de sistema de alimentação elétrica para serviços de segurança, observando as prescrições
de utilização das seguintes fontes para os sistemas de alimentação elétrica para os
serviços de segurança:
a) Baterias;
b) Geradores independentes da alimentação normal;
c) Ramais separados da rede de distribuição, efetivamente independentes da
alimentação normal.
·· Instalações
Temporárias: As instalações de trabalhos, reparos ou
semipermanentes, devem ter protegidas a sua origem contra sobrecorrentes.

Na utilização de extensões devem ser tomadas as precauções evitando que tomadas


e plugues sejam separados inadvertidamente. As instalações temporárias não podem
impedir nem dificultar a circulação de pessoas.
·· Instalações semi-permanentes: Com a renovação das instalações
semipermanentes, deve-se desmontar entre cada período de utilização. Os
dispositivos de proteção e comando devem ser colocadas em quadros fixos.

Instalações elétricas e seus riscos existentes


·· Acidente do Trabalho: Os acidentes de trabalho ocorrem desde os tempos
imemoriais, quando as instalações e serviços que direta ou indiretamente
utilizam a energia, em função da natureza, complexidade e intensidade
apresentam os riscos mais significativos para os trabalhadores, usuários
e terceiros e como consequência potenciais causadores de acidentes no
trabalho.
·· Análisede acidentes: os acidentes são decorrentes de processos de produção
de trabalho que através de uma situação não habitual ocorrem mudanças
que levam a ruptura da confiabilidade do sistema produtivo. É recomendado
na ocorrência do acidente de trabalho que se realize uma análise criteriosa
considerando os fatores de naturezas diversas que se recomenda a utilização
dos métodos de análises capazes de elucidar maior número possível de fatores.

19
19
UNIDADE
Riscos em Instalações e Serviços com Eletricidade

São vários os métodos existentes, o método Árvores de Causa desperta particular


interesse, pois se trata de um método que não exige por parte dos analistas conhecimento
a priori do processo produtivo, cujo desenrolar está envolvido na ocorrência do acidente,
tendo interlocutores capazes de esclarecer as questões sociais durante processo de
análise.

São necessários que sejam adotados os procedimentos de análise do método de


Árvore de Causas, descrevendo como ocorreu o acidente.

Razões frequentes de Acidentes em Instalações e Serviços


com Eletricidade
a) Contatos acidentais em instalações elétricas (por falta de isolamento, de
invólucros, de barreiras etc.);
b) Despreparo ou incapacidade na execução de manutenções em instalações
energizadas;
c) Inexistência ou irregularidades no aterramento elétrico;
d) Falta ou irregularidade na comunicação ou orientação;
e) Ausência ou inadequação no travamento e/ou na constatação de inexistência
de energia e/ou na sinalização;
f) Instalações mal projetadas ou dimensionadas de forma inadequada;
g) Falta de EPI ou inadequação do EPI ou de seu uso;
h) Ligações erradas ou conexões elétricas irregulares;
i) Falta ou deficiência de isolamento de circuitos próximos, durante serviços em
instalações elétricas desenergizadas;
j) Incêndios ou explosões provocadas por faiscamento, curto-circuito ou má
conservação.

Riscos em Instalações e Serviços com Eletricidade


A matéria qualquer que seja orgânica ou inorgânica é composta por partes minúsculas,
que chamamos moléculas e que por sua vez são compostas por átomos, que se julgou
há certo tempo, serem indivisíveis. Sabemos também que esses átomos são constituídos
por vários elementos dos quais nos interessa ressaltar o núcleo e as camadas eletrônicas.

Se compararmos a estrutura do átomo com a do sistema solar, respeitadas as


proporções, a parte central, o núcleo, corresponderia ao Sol. Nele estão agrupadas as
partículas contendo massa, dotadas de carga elétrica unitária, definidas como positivas,
chamadas prótons, junto com outras partículas que só têm massa, mas que não têm
carga elétrica e são chamadas nêutrons.

“Girando” em altíssima velocidade a uma grande distância, em torno do núcleo, estão


os elétrons, com massa desprezível, de carga elétrica unitária definida como negativa, na

20
posição que comparativamente, no sistema solar corresponde à dos planetas.

O número de cargas elétricas positivas (prótons) existentes no núcleo de um átomo


identifica o elemento químico a que ele corresponde.

Os átomos têm carga elétrica nula, isto é, têm tantas cargas positivas (prótons) quanto
negativas (elétrons), de tal forma que são eletricamente neutros, estáveis e equilibrados.

Por uma série de razões, os elétrons se distribuem ao redor do núcleo, em camadas,


obedecendo a regras e determinando algumas características para as substâncias
compostas por esses elementos químicos, em função da quantidade de elétrons existentes
nas camadas mais externas.

Os elétrons “giram” em torno do núcleo, atraídos por forças de maior ou menor


intensidade, dependendo da camada em que estão e da quantidade de elétrons
nessa camada.

Deste modo, os átomos dos elementos químicos, cujas últimas camadas possuem
uma determinada quantidade de elétrons, apresentam uma fraca ligação entre estes
elétrons e o núcleo, de maneira que eles podem ser facilmente removidos de sua posição
original, indo orbitar em torno de outro núcleo e assim sucessivamente.

As substâncias que apresentam essa facilidade de permitir que um elétron “pule”


de um átomo para outro e assim sucessivamente, recebem o nome de condutoras,
pois podem conduzir um elétron, (carga elétrica elementar) através de si passando-o de
um átomo para seu vizinho e assim sucessivamente. Assim se comportam os metais,
que possuem os elétrons das últimas camadas de seus átomos, fracamente ligados aos
núcleos. Como exemplo tem o ferro, o cobre, o alumínio, o ouro, a prata etc.

Em oposição a esses materiais, ditos condutores, temos outros em que as últimas


camadas são “completas” ou que possuem os seus elétrons fortemente atraídos pelos
respectivos núcleos. Estes materiais não permitem que os elétrons de um de seus
átomos passem a circular em torno de um núcleo do átomo vizinho e assim por diante,
dificultando assim que um elétron (carga elétrica) se transporte através do material. Esses
materiais recebem o nome de isolantes. Como exemplo de isolantes tem o vidro sólido,
as resinas, as borrachas, os gases nobres etc.

Através do ganho ou da perca de um elétron, origina-se o “íon”. Se perder elétron(s),


ele fica positivo e então passa a se chamar cátion. Se por outro lado ganhar elétron(s),
ele fica negativo e passa a se chamar ânion.

Os íons são instáveis e estão permanentemente querendo voltar ao equilíbrio, por


meio do preenchimento da “vaga” deixada pelo elétron perdido ou cedendo o elétron
excedente recebido.

Se nós tomarmos um arame, que é um “encadeamento linear” de moléculas de


alguma substância composta por átomos, com elétrons facilmente removíveis, e nós
conseguirmos injetar um elétron adicional numa extremidade, poderemos retirar outro
elétron na extremidade oposta, mantendo o equilíbrio de cargas original do arame.
Se assim fizermos sucessivamente, vamos provocar um fluxo constante de elétrons

21
21
UNIDADE
Riscos em Instalações e Serviços com Eletricidade

entrando por uma extremidade do arame, ou fio, e saindo pela outra extremidade. A
esse movimento dos elétrons, damos o nome de corrente elétrica, que costumamos
medir em Ampéres (A), numa homenagem ao cientista francês André Marie Ampére.
A corrente é a quantidade de carga elétrica que atravessa a secção de um condutor na
unidade de tempo.

Ora para mantermos essa corrente, ou seja, esse fluxo de cargas de uma extremidade
para outra, precisamos manter certa “pressão” empurrando os elétrons, da mesma
forma que fazemos para conseguir que a água colocada numa extremidade de uma
mangueira, saia pela outra extremidade.

No caso da eletricidade, essa “pressão” se chama tensão elétrica ou diferença de


potencial, que em homenagem a um físico italiano chamado Conde Alessandro Volta,
medimos em unidades chamadas volts (V).

Naturalmente os elétrons, ao passar de um átomo para outro, no sentido de


percorrer o fio (condutor) de uma ponta até a outra, necessitam de certa energia, e
têm que vencer algumas dificuldades. Nesse trajeto, “esbarram ou chocam-se” com
outras estruturas dos átomos, provocando calor, aquecendo os condutores, numa
quantidade de energia que é proporcional ao grau de dificuldade dos obstáculos que a
carga (elétron) tem que superar, para atravessar o referido condutor.

A essa grandeza que dificulta a passagem da corrente elétrica damos o nome de


resistência elétrica e a medimos na unidade chamada: ohm (Ω), em homenagem a
George Ohm, que em 1827 formulou sua primeira lei, relacionando as grandezas
Tensão (U), Corrente (I) e Resistência (R). Esta relação, chamada de Lei de Ohm é dada
pela seguinte expressão: I = U/R.

Continuando o desenvolvimento de pesquisas e com os experimentos de James Joule,


foi estabelecida uma segunda lei, que relaciona uma quarta grandeza às três anteriores.

Esta grandeza é chamada de potência elétrica (P), que se entende como a capacidade
de realização de trabalho e é medida em watts (W), sendo o nome desta unidade uma
homenagem ao cientista inglês James Watt.

A relação matemática entre a potência e as demais grandezas, nos circuitos


monofásicos resistivos é dada pela seguinte expressão: P = U*I.

Assim, entende-se como uma potência de 1 watt, aquela liberada quando uma
corrente elétrica de 1 ampère circula num resistor, forçada por uma tensão de 1 volt.

Para nossas necessidades, são elementos fundamentais de um circuito elétrico,


uma fonte de tensão, os condutores e componentes de consumo, que determinam a
resistência e, consequentemente, a corrente que circulará quando todos esses elementos
estiverem apropriadamente interligados.

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Corrente alternada, Corrente Continua e Sistema Trifásico
Quando as cargas elétricas fluem em um condutor sempre num mesmo sentido, como
a água em uma mangueira, saindo da torneira e indo para o bico do esguicho, dizemos
que a corrente é contínua. Esse é o caso dos circuitos alimentados por geradores de
corrente contínua como as baterias, as pilhas etc. em que os elétrons saem por um dos
polos, percorrem todo o caminho condutor e chegam ao outro polo da pilha ou bateria,
completando o circuito elétrico.

Quando uma corrente de elétrons circula em um condutor, ela estabelece nas


proximidades desse condutor uma região de influências, onde são observadas forças de
atração e repulsão sobre materiais como o ferro. São chamados efeitos magnéticos da
corrente elétrica, e essa região de influência, se chama campo magnético.

Se ao invés de provocarmos o movimento das cargas sempre em um mesmo sentido,


fizermos com que as cargas avancem condutor adentro e imediatamente recuem para
depois avançarem novamente e tornarem a recuar, de uma maneira cíclica e repetitiva
estará provocando uma corrente alternada, em que os elétrons ora vão, ora voltam,
provocando efeitos magnéticos repetidamente inversos e alternados de repulsão e atração.

Como essas variações costumam ocorrer de uma maneira suave, isto é, as cargas
elétricas são aceleradas em um sentido até um valor máximo de velocidade e posteriormente
desaceleradas até pararem, sendo depois aceleradas no sentido oposto até atingirem
uma velocidade máxima nesse outro sentido. Depois são desaceleradas novamente, e
assim sucessivamente, a representação desse movimento ao longo do tempo é uma curva
trigonométrica chamada senóide, daí o nome de corrente alternada senoidal.

Cada vez que se completa um movimento de aceleração das cargas num sentido,
atingindo o valor máximo e decrescendo esse valor até parar em um valor mínimo,
acelerando-o de novo num outro sentido e, em seguida, voltando à sua situação inicial,
dizemos ter completado um ciclo.

As correntes e tensões alternadas são identificadas por seus valores nominais de


intensidade (10 ampères, 20 ampères, 110 volts, 220 volts, etc.), pela forma da onda
(senoidal, quadrada, etc.) e pela sua frequência (f), que é o número de vezes que a
corrente muda de sentido a cada segundo. A frequência de uma tensão ou corrente
é dada em Hertz (Hz). Apenas a título de informação, a energia elétrica de corrente
alternada, distribuída no Brasil possui uma frequência de 60 Hz. A mesma Figura 4.3
mostra um desenho esquemático de uma onda de corrente alternada, originada pela
aplicação de uma tensão elétrica, naturalmente de mesma frequência.

Da mesma maneira como a movimentação das cargas elétricas (elétrons dos átomos),
faz aparecer uma força magnética nas proximidades do condutor (campo magnético, se
nós fizermos um campo magnético variar em intensidade ou sentido, nas proximidades
de um condutor com as extremidades interligadas, (cheio de elétrons que podem ser
movimentados), vamos conseguir provocar o fluxo, a movimentação desses elétrons
(cargas elétricas) através do condutor, dando origem a uma corrente elétrica.

23
23
UNIDADE
Riscos em Instalações e Serviços com Eletricidade

A interação entre a movimentação das cargas elétricas e os campos de força magnéticos


que elas determinam, é estudada no eletromagnetismo. É a esse fenômeno que devemos
a possibilidade de poder modular facilmente as grandezas elétricas, produzir eletricidade
a partir de outras formas de energia, usar motores simples, de corrente alternada ou
contínua e transformadores, para citar apenas os que nos interessam.

Considerando que as grandezas fundamentais às quais vamos nos referir para o estudo
das medidas de proteção sejam tensão, corrente e resistência, vamos fixar os conceitos
relacionados à Lei de Ohm, cuja fórmula pode ser memorizada pela figura abaixo,
considerando apenas dois condutores, ida e volta da corrente elétrica, constituindo um
circuito simples.

U = R*I

R= U/I

I= U/R

Sistema Trifásico: Entendido o conceito de corrente elétrica alternada em dois


condutores, consideram-se agora três condutores com a mesma origem e cujos “elétrons
móveis” estão sujeitos às mesmas circunstâncias de variação de potencial, que os fazem
se deslocar para frente e para trás nos condutores. Porém, com uma ligeira diferença
no tempo, isto é, ligeira e igualmente defasados, de forma a constituir um conjunto
que chamamos de sistema trifásico. Esses circuitos com três ou quatro condutores,
que podem ser entendidos como umas composições de três circuitos monofásicos são,
portanto, três condutores vivos (energizados) interligados na origem e com as tensões
aplicadas convenientemente defasadas.

Esses três condutores (chamados de condutores fase ou vivos) poderão estar interligados
de formas diferentes na sua origem (ponto de geração ou transformação), o que configura
sistemas ditos em estrela (quando a configuração das bobinas se assemelha a um “Y” e em
triângulo, quando ela se assemelha esquematicamente a essa figura geométrica).

Naturalmente, quando se tem a conexão em forma de “Y“, a estrela, aparece um


quarto ponto, na interligação das extremidades dos braços da estrela. Esse ponto é
chamado ponto neutro (N) e dá origem ao condutor neutro dos sistemas trifásicos

Seguem as configurações usuais de sistemas trifásicos, com a indicação das tensões


entre fases (tensão de linha) e tensão entre fase e neutro (tensão de fase).

Onde: UF - TENSÃO DE FASE - (medida entre a fase e o neutro)

UL - TENSÃO DE LINHA - (medida entre uma fase e outra)

Em um sistema trifásico, UL = UF x (√3) (√3) =1,73.

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Riscos de Origem Elétrica
Choque Elétrico: Devido à circulação de uma corrente elétrica acima dos valores
determinados sobre o sistema nervoso há um estímulo rápido e acidental chamado de
choque elétrico.

Gravidade do choque elétrico: O nível de gravidade de um choque elétrico depende


de vários fatores, os mais importantes são destacados a seguir junto com medidas
preventivas. A seguir alguns fatores determinantes para a gravidade do Choque:
·· O caminho que a corrente elétrica percorre no organismo, ou seja, por onde
passa predominantemente e quais órgãos atravessam;
·· Quanto maior a intensidade da corrente elétrica mais graves são os efeitos
sentidos pelo corpo;
·· O período que dura essa descarga é que determina a gravidade do choque
mesmo que sejam tempos medidos em milésimos de segundos;
·· Áreas de contato entre o corpo e a parte condutora é que fornece a corrente
que atravessa o corpo;
·· A pressão estabelecida entre o corpo e a parte condutora é responsável por
estabelecer um pior, ou melhor, contato dificultando ou facilitando a passagem
das cargas elétricas;
·· A origem da corrente elétrica, pois, o corpo tem sensibilidade diferente para as
corrente e corrente elétrica;
·· O valor da tensão responsável por provocar a passagem da corrente elétrica
no corpo;
·· A forma de como ocorre à distribuição da corrente pelo corpo ao percorrê-lo;
·· As condições da pele em relação à unidade, este fator pode favorecer ou não o
contato e circulação da corrente elétrica;
·· Características individuais Como a Constituição física o porte físico o estado de
saúde e etc.
·· Os choques conforme o nível de gravidade provoca alguns efeitos diretos no
organismo:
·· Devido ao nível do choque há contrações musculares, onde a violência muitas
vezes faz com que exista a separação entre a vítima e a parte energizada;
·· Ao fim do choque a tetanização que é similar a uma câimbra que deixando o
músculo crispado;
·· Quando há a passagem da corrente elétrica ocorrem queimaduras, vermelhidão,
formação de bolhas até mesmo a carbonização do tecido. Fator mais relevante
nos choques com tensões elevadas é a deteriorização da epiderme por ser mais
sensíveis altas frequências;
·· Devido à circulação da corrente no diafragma o músculo responsável pelo
movimento respiratório indiretamente quando a corrente atua sobre o centro de

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25
UNIDADE
Riscos em Instalações e Serviços com Eletricidade

controle da respiração o que causa a parada respiratória. Fica comprometida a


capacidade do organismo de oxigenar o sangue o que compromete o funcionamento
dos órgãos e alguns minutos depois do cérebro com efeitos irreversíveis;
· A parada cardíaca decorrente da circulação das correntes que provoca o
tensionamento exaustivo das fibras do músculo cardíaco prendendo-o. Isso faz
com que fique impedido de pulsar deixando o coração de realizar a circulação do
sangue ficando os órgãos em alimentação de oxigênio entre eles o cérebro que
sofre com as mesmas consequências comentadas anteriormente;
· Eletrólise se manifesta no sangue como nos demais líquidos do corpo é um
fenômeno decorrente de caso de choque com corrente continua onde é
provocada aglutinação dos sais minerais formação de coágulos e surgimento de
tromboses, levando à morte. É verificado alteração do equilíbrio de potássio o
que provoca parada cardíaca;
· A fibrilação considerada como a perda de compasso do músculo cardíaco é a
circunstância onde o coração deixa de pulsar ordenadamente passando a lidar
com frequência de 170 300 vezes por minutos deixando de bombear o sangue
para oxigenação nos pulmões e de conduzir o oxigênio para os órgãos. Em
poucos minutos se verifica a condição de parada respiratória.

São considerados como outros agravantes os efeitos diretos da passagem de corrente


elétrica no corpo e efeitos indiretos representados pelas quedas e batidas. São grandes as
quantidades de acidentes de eletricidade, sendo esses apenas o gatilho para consequências
graves como fraturas, batidas e mortes devido à queda de alturas consideráveis.

O mecanismo do choque elétrico é mais facilmente entendido sob a luz de fenômeno


fisiológico, cuja explicação científica técnica e detalhada diz respeito ao profissional
da área de saúde. Para o melhor entendimento serão feitas algumas considerações de
ordem prática.

Quando o organismo sofre algum estímulo de ordem mecânica, como a (picada de


inseto ou um alfinete), de natureza térmica (aproximação de uma ponta de cigarro,
pedaço de gelo, contato com uma superfície molhada ou seca e assim por diante), são
reconhecidos imediatamente essa situação seguidas de reação por vezes imediata.

Como o estímulo ocorre em determinada parte do corpo, ou seja, como foi transmitido,
reconhecido, identificado e como reagimos por vezes sem pensar.

Uma picada de pernilongo no pescoço provoca um estímulo em determinado


ponto da pele, denominada “centro de controle”, responsável por identificar e decifrar
a mensagem recebida, avaliando se necessário às medidas a serem adotadas e as
consequências. No momento que esta ocorrência é identificada como indesejável logo
haverá a tentativa de matar o pernilongo.

Essa comunicação se iniciou através da picada responsável por provocar uma reação
química nas células da região atendida se transformando em uma corrente elétrica
extremamente pequena alguns milionésimos de ampéres, sendo conduzida por células
especiais até o centro de controle responsável pela identificação. Esse perfeito sistema

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de instrumentação diferencia temperatura, pressão e umidade de superfície funcionando
à base de estímulos elétricos.

Após a recepção dos estímulos o sistema nervoso reage providenciando os recursos


disponíveis no organismo, fazendo com que a defesa contra ação do pernilongo, situação
tida como desagradável ou prejudicial e fazendo com isso o movimento sequencial dos
músculos que são os motores do corpo de forma a dar um tapa no pernilongo.

Os músculos são partes do corpo extremamente sensíveis às correntes elétricas. Quando


somos atingidos por correntes elétricas de origem central de controle a CPU do sistema
nervoso, os músculos são contraídos devido à energia que nele já está armazenada.

Os músculos são uma espécie de motores do nosso corpo controlados por um sistema
de automação elétrica disparando, controlando e determinando a velocidade desses
motores. O músculo se contrai toda vez que é atravessado por uma corrente elétrica.

O corpo tem seu funcionamento à base do sistema nervoso controlado por circulação
de correntes elétricas extremamente pequenas tanto na identificação e reconhecimento
quanto na instrumentação do que ocorre na sua superfície e sensibilidade para o
comando automação e controle de movimentos ação.

Os músculos não são capazes de identificar se a corrente elétrica que o atravessou


teve origem pelo centro de controle do sistema nervoso ou se trata de uma corrente
estranha, força que se deve à diferença de potencial que se estabelecem entre dois
pontos do corpo. Por exemplo, entre os pés e as mãos por uma fonte externa, gerador,
bateria etc. Ao tocarmos uma peça ou superfície condutora sob tensão, parte do corpo
fica submetida a um potencial diferente do que está. As mãos oferecem um caminho
para as cargas elétricas estabelecendo a corrente através do corpo o que provoca a
contração dos músculos que irão atravessar. Este é o choque elétrico.

Diante do exposto consideraremos as variáveis e os efeitos da corrente elétrica ao


atravessar o corpo.

A → B.................. 9,7 %

C → D.................. 7,9 %

C → E.................. 2,9 %

A → E.................. 1,8 %

B → D.................. 0 %

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27
UNIDADE
Riscos em Instalações e Serviços com Eletricidade

Corrente de largar é entendida como o maior valor da corrente de choque, que


ainda não é capaz de impedir que a pessoa tenha controle sobre o movimento de seus
músculos, em outras palavras a corrente de choque provoca uma contração muscular
que o comando do sistema nervoso não é capaz de anular, não consegue fazer oposição.

Resistência elétrica do corpo humano: A resistência elétrica do corpo humano, em


condições normais é convencionalmente considerada como sendo um valor que varia
entre 1000 e 1500 ohms.

São valores que correspondem a uma resistência média para uma pessoa de 50 kg e
em condições normais de saúde.

É importante lembrar que a resistência do corpo humano varia também em função


do valor da tensão aplicada.

Para uma tensão alternada de 50 volts, em 99% dos casos a resistência é superior a
5000 ohms enquanto que em 1% dos casos podem ser verificados valores de 1000 ohms.

Se considerarmos uma tensão de 220 volts, veremos que em 98% dos casos a
resistência é superior a 2800 ohms e para 1% dos casos essa resistência pode baixar
para 800 ohms.

A NBR-5410, visando à facilidade de aplicação adotou um critério mais objetivo


para especificar o tempo máximo de atuação dos dispositivos de proteção em função
apenas da tensão elétrica existente, da condição seca, úmida ou imerso e do esquema
de aterramento das instalações.

São estabelecidos tempos máximos de seccionamento em função da tensão de


alimentação e da situação seco ou úmido.

Arcos Elétricos. Queimaduras e Quedas: O arco elétrico é, em resumo, a passagem de


corrente elétrica de um para outro ponto condutor, num meio gasoso e cuja intensidade
vai depender, entre outros fatores, da diferença de potencial, da capacidade da fonte e
da resistividade do meio onde ele ocorre.

A temperatura de um arco elétrico é extremamente elevada e o calor por ele gerado


se propaga tanto por condução, por convecção, como por irradiação.

Perigos do arco elétrico: O arco elétrico possui energia suficiente para queimar roupas
e provocar incêndios, emite materiais vaporizados, radiação infravermelha, luminosa e
ultravioleta, além de causar sobrepressões quando ocorrem dentro de invólucros como
os compartimentos dos painéis elétricos e nas imediações em áreas abertas.

A exposição ao calor produzido pelo arco elétrico provoca danos à pele e causa
queimaduras de segundo e terceiro graus. É de grande valia conhecermos a classificação
das queimaduras: as de primeiro grau deixam a pele avermelhada sem bolhas; as de
segundo grau causam bolhas, porém pode haver regeneração da pele; as de terceiro
grau causam a destruição total da pele, não havendo possibilidade de regeneração.

Além do grau da queimadura, existe outro fator muito importante a ser considerado
para a avaliação da vítima, que é sua extensão. Quanto maior a área queimada, mais

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grave é a situação. Existem também estudos que relacionam a extensão e o grau da
queimadura com a expectativa de sobrevivência da vítima.

A dinâmica do arco elétrico: Vamos abordar alguns conceitos físicos: excetuando-se


a água, os materiais ocupam menos espaço na forma sólida do que na forma líquida.
Também na passagem da forma líquida para a forma de vapor, observa-se que as
substâncias aumentam de volume.

Durante um defeito em que ocorre um arco, a alta temperatura causa primeiramente


a fusão do metal condutor, geralmente cobre sólido, e depois a vaporização do metal.
No primeiro estágio, o volume do cobre aumenta ligeiramente, porém ao vaporizar-se,
aumenta 67.000 (sessenta e sete mil) vezes. Apesar de apenas uma pequena quantidade
de cobre estar envolvida, o fato de ocorrer tão rápida expansão resulta em grande
energia liberada.

Adicionalmente, as fortes pressões desenvolvidas na mudança de estado do material,


temperaturas extremamente elevadas na ocasião aquecem o ar da mesma forma que
uma descarga atmosférica, como esta, acompanhada do som provocado pela rápida
expansão do ar quando aquecido pela corrente do raio, que não é senão um grande
arco elétrico.

Ocorrência de arcos elétricos: Dentre as atividades sujeitas à ocorrência de arcos


elétricos, registram-se como mais frequentes as seguintes:
a) Ocorrência de curto-circuito;
b) Operação de desligar chaves, seccionadores, interruptores e disjuntores;
c) Inserção e remoção componentes extraíveis com barramentos energizados;
d) Operação em teste;
e) Erros na tarefa de medição de tensão e em outros procedimentos.

Registram-se acidentes com ocorrência de queimaduras por arco tanto nas atividades
das concessionárias de energia elétrica como em instalações de consumo, principalmente
industriais, resultantes de procedimentos incorretos, nas intervenções em circuitos
energizados ou nas suas proximidades.

Muitos estudos e testes sobre arcos elétricos foram conduzidos em diversos laboratórios
com o objetivo de comprovar o comportamento da energia liberada pelo arco elétrico em
várias situações, tendo como premissa os estudos de curto-circuito e o comportamento
das correntes e tensões em regime transitório.

Resumidamente, esses testes criam arcos em duas situações distintas: a primeira


dentro de uma caixa metálica com um dos lados aberto, simulando um compartimento
de um quadro elétrico com porta aberta, onde todo o calor é liberado pela porta, e
a segunda situação com arco em ambiente aberto onde o calor é liberado em todas
as direções. Nas duas situações é criado um arco em curto trifásico e medido o calor
liberado, variando-se as distâncias do ponto ao arco, a distância entre os eletrodos, e as
correntes de curto entre 16 kA e 50 kA.

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UNIDADE
Riscos em Instalações e Serviços com Eletricidade

Uma vez estimada a energia do arco e conhecendo-se a máxima energia suportável


para ocorrer uma queimadura do segundo grau, é possível especificarmos os materiais
que poderão atuar como barreira, a título de proteção.

Campos Eletromagnéticos: Exposição a campos eletromagnéticos. Outro risco presente


nos trabalhos com eletricidade é a exposição à radiação eletromagnética (EMR). O agente
de risco “radiação eletromagnética não ionizante” está presente em inúmeras atividades
humanas, como a operação com soldas elétricas ou a “laser”, fornos de micro-ondas,
comunicações radiofônicas, por satélites, por telefonia celular, fornos RF (radiofrequência) de
indução, assim como em diversas outras operações e atividades incluindo-se os trabalhos nas
proximidades de linhas ou equipamentos energizados. Neste caso, a radiação eletromagnética
é originada a partir da passagem da corrente elétrica nos meios condutores, conforme
explicado no item referente a correntes alternadas e contínuas.

O campo eletromagnético existente nas proximidades de condutores e equipamentos


energizados em corrente alternada, tais como linhas de transmissão e distribuição de
energia elétrica, transformadores, motores, fornos de indução, e outros dispositivos, é
quase sempre classificado na faixa de extra baixa frequência (ELF - Extra Low Frequency),
quando a oscilação se dá na frequência de 60 Hertz, ou seja, 60 ciclos por segundo, que
é a frequência utilizada no Brasil para a distribuição e o consumo de energia elétrica.

A radiação eletromagnética associa dois campos distintos:


· O Campo Elétrico, simbolizado pela letra “E”;
· O Campo Magnético, simbolizado pela letra “H”.
· A unidade de medida do campo “E” é o volt por metro (V/m), e a unidade de
medida do campo “H” é o Ampére por metro (A/m). Também são utilizadas
as unidades “Gauss - G” ou “Tesla - T”. A associação desses campos cria a
densidade de potência eletromagnética “DP” dada pelo produto “E” x “H”
cuja unidade de medida é o watt por metro quadrado (W/m2).
· O corpo humano quando submetido à radiação eletromagnética funciona
como uma antena captando e absorvendo esta energia, transformando-a em
calor ou descarregando-a em outras partes de menor potencial elétrico. A
nocividade deste efeito no organismo humano é função da frequência de
oscilação, das intensidades da corrente e tensões elétricas aplicadas às linhas
ou equipamentos e consequentemente da densidade de potência existente no
ambiente de trabalho, da proximidade do trabalhador à fonte e do tempo de
exposição do trabalhador à radiação eletromagnética.
· Os efeitos mais prováveis no organismo são os seguintes:
· O Campo Elétrico “E” pode promover descargas elétricas entre o corpo isolado
e objetos ligados a terra, provocadas pela indução contínua da corrente elétrica
no corpo, tendo como consequências o choque e a queimadura;
· O Campo magnético “H” produz a circulação de cargas elétricas pelo entorno do
corpo, promovendo efeitos térmicos, endócrinos e suas patologias correlatas.

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O organismo humano pode compensar as interações fracas dos campos
eletromagnéticos, porém campos intensos causam estresses que podem conduzir a
danos irreversíveis à saúde, sob certas circunstâncias. Contudo nenhum estudo científico
reconhecido por entidades de crédito internacional conduz à certeza de que os campos
eletromagnéticos de baixa frequência levam a um aumento do número de casos de
câncer, leucemia e tumores cerebrais, dentre outras patologias.

As medidas de proteção do trabalhador frente aos campos eletromagnéticos baseiam-


se no trabalho à distância da fonte (termovisão, telecomando etc.), redução do tempo de
exposição e no uso de equipamento de proteção individual específico para esse agente
de risco (roupas condutivas e óculos).

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UNIDADE
Riscos em Instalações e Serviços com Eletricidade

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Sites
Dicas de segurança
https://goo.gl/u7nDMx

Guia de segurança mas instalações elétricas


http://goo.gl/fYI4Y0

Procedimentos de segurança em instalações elétricas


http://goo.gl/HRBMyw

Trabalho e Previdência Social


http://goo.gl/bvUoJL

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Referências
Apostila PECE – Lacasemim

Associação brasileira de normas técnicas NBR 5410 – Instalações Elétricas em


Baixa Tensão

Associação brasileira de normas técnicas NBR 14039 – Instalações Elétricas em


Média Tensão de 1,0kV a 36,2 kV.

Associação brasileira de normas técnicas NBR 5418 – Instalações Elétricas em


Atmosferas Explosivas.

Associação brasileira de normas técnicas NBR 5419 – Proteção de Estruturas Contra


Descargas Atmosféricas.

International Electrotecnical Commission ISO/CIE 8995 – Iluminação de ambientes


de trabalho / Parte 1: Interior.

International Electrotecnical Commission IEC 60269 – Dispositivos Fusíveis de


Baixa tensão.

International Electrotecnical Commission IEC 60898 – Disjuntores para proteção de


sobrecargas – Instalações Domésticas e Similares

Associação brasileira de normas técnicas NBR 8674 Para proteção contra Incêndios
em Transformadores;

Associação brasileira de normas técnicas NBR-8222 e NBR 12232 Também Sobre


proteção contra incêndio, e outras tantas.

IEC – International Electrotecnical Commission.

NEC – National Electrical Code

NFPA – National Fire Protection Association

EN – European Standards (EN-50110)

IEEE – Institute of Electrical and Electronics Engineers IEC – Internacional Eletrotecnic

Apostila PECE Lacasemim - 2011 Equipe Usp

Apostila PECE Lacasemim - 2014 Equipe Usp

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