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Aula 03

Direito Empresarial p/ Polícia Civil-DF (Delegado)


Professor: Gabriel Rabelo

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Direito Empresarial para Delegado - PCDF
Teoria e exercícios comentados
Prof. Gabriel Rabelo – Aula 03

AULA 03: 13 TEORIA GERAL DO DIREITO SOCIETÁRIO. 13.1 CONCEITO DE


SOCIEDADE; PERSONALIZAÇÃO DA SOCIEDADE. 13.2 CLASSIFICAÇÃO DAS
SOCIEDADES: SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS; SOCIEDADES
PERSONIFICADAS; SOCIEDADE SIMPLES; SOCIEDADE EM NOME COLETIVO;
SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES; SOCIEDADE EM COMANDITA POR
AÇÕES; SOCIEDADE COOPERADA; SOCIEDADES COLIGADAS. 13.3
LIQUIDAÇÃO; TRANSFORMAÇÃO; INCORPORAÇÃO; FUSÃO; CISÃO;
SOCIEDADES DEPENDENTES DE AUTORIZAÇÃO. 13.4 SOCIEDADE LIMITADA;
SOCIEDADE ANÔNIMA. 13.5 ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL. 12 ESPÉCIES
DE EMPRESA. 12.1 RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS. 12.2 DISTRIBUIÇÃO DE
LUCROS. 12.3 SÓCIO OCULTO. 12.4 SEGREDO COMERCIAL. 13.7 INSTITUTOS
COMPLEMENTARES DO DIREITO EMPRESARIAL: REGISTRO; NOME;
PREPOSTOS; ESCRITURAÇÃO; PROPRIEDADE INDUSTRIAL.

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ............................................................................................................... 2
SOCIEDADES POR AÇÕES ................................................................................................... 3
SOCIEDADES ANÔNIMAS .................................................................................................... 3
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS ........................................................................................... 3
SOCIEDADE DE CAPITAL .................................................................................................... 3
OBJETO E FORMAÇÃO POR ESTATUTO SOCIAL ....................................................................... 3
RESPONSABILIDADE DOS ACIONISTAS .................................................................................. 4
TIPOS DE SOCIEDADES ANÔNIMAS ....................................................................................... 4
MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS .................................................................................. 5
NOME EMPRESARIAL ........................................................................................................ 6
CONSTITUIÇÃO DE UMA SA ................................................................................................ 6
CAPITAL SOCIAL DA SA ..................................................................................................... 9
AÇÕES ......................................................................................................................... 11
CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES ............................................................................................. 14
CLASSIFICAÇÃO QUANTO À ESPÉCIE .................................................................................. 14
CLASSIFICAÇÃO QUANTO À CLASSE ................................................................................... 15
CLASSIFICAÇÃO QUANTO À FORMA ................................................................................... 16
DIREITOS ESSENCIAIS DOS ACIONISTAS .............................................................................. 17
DIREITO DE VOTO ........................................................................................................... 18
ACIONISTA CONTROLADOR .............................................................................................. 19
ACORDO DE ACIONISTAS OU CONTRATO PARASSOCIAL ......................................................... 20
VALORES MOBILIÁRIOS ................................................................................................... 21
ADMINISTRADORES DA SOCIEDADE ANÔNIMA ..................................................................... 23
ÓRGÃOS DA SOCIEDADE ANÔNIMA .................................................................................... 25
ASSEMBLÉIA GERAL ....................................................................................................... 26
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO ....................................................................................... 29
DIRETORIA.................................................................................................................... 31
CONSELHO FISCAL ......................................................................................................... 32
OPERAÇÕES SOCIETÁRIAS ................................................................................................ 34
TRANSFORMAÇÃO .......................................................................................................... 34
FUSÃO ......................................................................................................................... 35
CISÃO .......................................................................................................................... 36
INCORPORAÇÃO ............................................................................................................. 36
COLIGAÇÃO DE SOCIEDADES ............................................................................................ 36
GRUPOS SOCIETÁRIOS ..................................................................................................... 38
CONSÓRCIOS ................................................................................................................. 38
SOCIEDADE SUBSIDIÁRIA INTEGRAL .................................................................................. 38

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SOCIEDADE DE PROPÓSITO ESPECÍFICO .............................................................................. 39


SOCIEDADE EM COMANDITA POR AÇÕES ............................................................................ 39
DISSOLUÇÃO, LIQUIDAÇÃO E EXTINÇÃO DAS SOCIEDADES ..................................................... 40
DISSOLUÇÃO, LIQUIDAÇÃO E EXTINÇÃO DAS SOCIEDADES DE ACORDO COM O CÓDIGO CIVIL ...... 40
DISSOLUÇÃO, LIQUIDAÇÃO E EXTINÇÃO DE ACORDO COM A LEI DAS SOCIEDADES POR AÇÕES ..... 44
TEORIA DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA .............................................. 47
TEORIA MAIOR E TEORIA MENOR ...................................................................................... 49
IMPUTAÇÃO DA TEORIA A SÓCIOS QUOTISTAS ..................................................................... 49
TEORIA DA DESCONSIDERAÇÃO X IMPUTAÇÃO PELA RESPONSABILIDADE DOS ADMINISTRADORES 50
TEORIA DA DESCONSIDERAÇÃO INDIRETA .......................................................................... 50
TEORIA DA DESCONSIDERAÇÃO INVERSA ........................................................................... 51
TEORIA DA DESCONSIDERAÇÃO X DESPERSONIFICAÇÃO DA SOCIEDADE .................................. 52
APLICAÇÃO DA DESCONSIDERAÇÃO SEGUNDO FÁBIO ULHOA COELHO ..................................... 52
QUESTÕES COMENTADAS ................................................................................................ 53
QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA .............................................................................. 84
GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA ......................................................... 93

APRESENTAÇÃO

Olá, meus amigos. Como estão?! É com um imenso prazer que estamos aqui,
no Estratégia Concursos, para ministrar para vocês mais uma aula da
disciplina de Direito Empresarial para o concurso de Delegado de Polícia
Civil, integrante do quadro de pessoal da Polícia Civil do Distrito Federal.

Hoje, continuaremos a falar sobre os tópicos seguintes:

CRONOGRAMA
Aula 03 – Disponível. 13 Teoria geral do direito societário. 13.1 Conceito de
sociedade; personalização da sociedade. 13.2 Classificação das sociedades:
sociedades não personificadas; sociedades personificadas; sociedade simples;
sociedade em nome coletivo; sociedade em comandita simples; sociedade em
comandita por ações; sociedade cooperada; sociedades coligadas. 13.3
Liquidação; transformação; incorporação; fusão; cisão; sociedades dependentes
de autorização. 13.4 Sociedade limitada; sociedade anônima. 13.5
Estabelecimento empresarial. 12 Espécies de empresa. 12.1 Responsabilidade
dos sócios. 12.2 Distribuição de lucros. 12.3 Sócio oculto. 12.4 Segredo
comercial. 13.7 Institutos complementares do direito empresarial: registro;
nome; prepostos; escrituração; propriedade industrial.

Meu e-mail, para dúvidas: gabrielrabelo@estrategiaconcursos.com.br.

Tá ok?! É isso! Vamos começar a nossa batalha?!

Forte abraço!

GABRIEL RABELO

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SOCIEDADES POR AÇÕES

As sociedades por ações se subdividem basicamente em sociedades anônimas e


sociedade em comandita por ações.

A sociedade anônima se sujeita à Lei 6.404/76, e, em suas omissões, reger-se-


á pelo Código Civil de 2002. As sociedades em comanditas por ações, por seu
turno, regem-se pelo disposto nos artigos 1.090 a 1.092 do Código e, em caso
de omissão, pela Lei das sociedades por ações.

Lembre-se, ainda, de que, de acordo com o Código Civil:

Art. 2º. Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se


empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa.

Trataremos inicialmente das sociedades anônimas. Para efeitos didáticos,


chamaremos a Lei das Sociedades por Ações simplesmente de LSA.

SOCIEDADES ANÔNIMAS

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

SOCIEDADE DE CAPITAL

O primeiro aspecto ressaltado pelo nosso ilustre doutrinador Fábio Ulhoa Coelho
é que a sociedade anônima é uma sociedade de capital. Isto é, os seus títulos
de participação societária (ações) são livremente negociáveis. Assim, não se
pode impedir o ingresso de acionista no quadro societário da SA.

OBJETO E FORMAÇÃO POR ESTATUTO SOCIAL

A sociedade anônima é formada através de um estatuto social, e não por


contrato social, conforme prescreve o artigo 2º, §2º da LSA.

Art. 2º. § 2º O estatuto social definirá o objeto de modo preciso e completo.

Dada a sua feição, as sociedades anônimas são tipos societários que são
utilizadas para a exploração de atividades que exijam maior volume de
recursos. Segundo a própria lei:

Art. 2º Pode ser objeto da companhia qualquer empresa de fim lucrativo, não
contrário à lei, à ordem pública e aos bons costumes.

§ 1º Qualquer que seja o objeto, a companhia é mercantil e se rege pelas leis e


usos do comércio.

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Ademais, a própria lei prevê que o objeto de uma sociedade anônima poderá
ser a simples participação em outras sociedades.

Art. 2º. § 3º A companhia pode ter por objeto participar de outras sociedades;
ainda que não prevista no estatuto, a participação é facultada como meio de
realizar o objeto social, ou para beneficiar-se de incentivos fiscais.

RESPONSABILIDADE DOS ACIONISTAS

Nas sociedades anônimas, a responsabilidade do acionista é limitada ao


preço de emissão das ações que subscrever ou adquirir, enquanto não
integralizadas (LSA, art. 1.º).

Eis a transcrição do artigo 1º da LSA, indubitavelmente, um dos mais


importantes para o certame:

Art. 1º A companhia ou sociedade anônima terá o capital dividido em ações, e a


responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao preço de emissão das
ações subscritas ou adquiridas.

Completando-se a realização de suas ações, não terá o sócio mais nenhuma


responsabilidade “extra” pelas dívidas sociais. Não há que se falar, portanto, na
responsabilidade solidária dos sócios pela parcela do capital não integralizada,
tal como estudada nas sociedades limitadas.

Vejamos como, por exemplo, o CESPE abordou este assunto (item incorreto):

(CESPE/Analista de Controle Externo/TCE TO/2009) Um grupo de


pessoas físicas e jurídicas decidiu constituir uma sociedade anônima, a
Distribuidora Céu Azul Veículos S/A. Acerca dessa situação hipotética e das
características das sociedades anônimas, é correto afirmar que a
responsabilidade dos acionistas da Distribuidora Céu Azul Veículos S/A. é
solidária e ilimitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas.

TIPOS DE SOCIEDADES ANÔNIMAS

Há, basicamente, duas espécies de sociedades anônimas no ordenamento


pátrio:

a) Companhia aberta (também chamada de empresa de capital aberto), que


capta recursos junto ao público (mercado de valores mobiliários) e é fiscalizada,
no Brasil, pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários);

b) Companhia fechada (também chamada de empresa de capital fechado),


que obtém seus recursos dos próprios acionistas.

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Portanto, é esta a diferença essencial entre um e outro tipo de sociedade


anônima: a negociação de seus valores mobiliários no mercado de valores
mobiliários, possível apenas para a companhia aberta.

A Lei 6.404 dispõe neste sentido que:

Art. 4o Para os efeitos desta Lei, a companhia é aberta ou fechada conforme os


valores mobiliários de sua emissão estejam ou não admitidos à negociação no
mercado de valores mobiliários.

Mas o que é valor mobiliário?

É um título emitido pelas empresas que confere a seu proprietário (do título)
direitos patrimoniais ou creditícios sobre as mesmas. São, principalmente, os
seguintes os valores mobiliários emitidos pelas sociedades anônimas: ações,
partes beneficiárias, debêntures, bônus de subscrição e nota promissória.

Vejam que a classificação se dá com a mera admissão para serem negociados


no mercado de valores mobiliários. A negociação efetiva, neste caso, é
irrelevante.

Atenção: não se pode confundir a expressão Mercado de valores


mobiliários com a Bolsa de valores.

MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS

Dissemos que uma companhia é aberta ou fechada conforme emita títulos no


mercado de valores mobiliários. Para negociar esses títulos no mercado de
valores mobiliários, existe um órgão competente para proceder à respectiva
autorização, qual seja, a Comissão de Valores Mobiliários (autarquia
federal). A CVM fiscaliza e supervisiona o mercado de capitais.

Segundo a LSA:

Art. 4º. § 1o Somente os valores mobiliários de emissão de companhia


registrada na Comissão de Valores Mobiliários podem ser negociados no
mercado de valores mobiliários.

Esse mercado de valores é dividido basicamente em:

1. Bolsa de valores: segundo Fábio Ulhoa, é uma entidade privada, resultante


ou da formação de uma sociedade anônima – tal como a BM&FBovespa) ou da
associação de sociedades corretoras, que exerce um serviço público, com
monopólio territorial. A bolsa só opera com o mercado secundário, isto é, para a
venda e aquisição de valores mobiliários já existentes.

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2. Mercado de balcão: É toda a operação relativa a valores mobiliários que


não seja realizada na bolsa de valores. Opera tanto no mercado secundário
como no primário. Ou seja, podemos nele ter a compra e venda de títulos já
emitidos anteriormente, como a subscrição de valores mobiliários.

NOME EMPRESARIAL

Segundo a LSA:

Art. 3º A sociedade será designada por denominação acompanhada das


expressões "companhia" ou "sociedade anônima", expressas por extenso ou
abreviadamente mas vedada a utilização da primeira ao final.

§ 1º O nome do fundador, acionista, ou pessoa que por qualquer outro modo


tenha concorrido para o êxito da empresa, poderá figurar na denominação.

Vejam que é utilizado um denominação, seguido das expressões sociedade


anônima (ou S.A.) ou companhia (somente no começo).

Então, exemplificando, o nome da sociedade anônima é assim constituído:

- Petróleo Brasileiro S.A.


- Banco do Brasil S.A.
- Companhia Vale do Rio Doce.
- Companhia Siderúrgica de Tubarão.

CONSTITUIÇÃO DE UMA SA

Segundo Fábio Ulhoa, três são os níveis para constituição de uma S.A., a saber:

1) Requisitos preliminares;
2) Modalidades de constituição;
3) Providências complementares.

1 – Requisitos preliminares

Art. 80. A constituição da companhia depende do cumprimento dos seguintes


requisitos preliminares:

I - subscrição, pelo menos por 2 (duas) pessoas, de todas as ações em que se


divide o capital social fixado no estatuto;
II - realização, como entrada, de 10% (dez por cento), no mínimo, do preço de
emissão das ações subscritas em dinheiro;
III - depósito, no Banco do Brasil S/A., ou em outro estabelecimento bancário
autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários, da parte do capital realizado
em dinheiro.

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Do inciso I extrai-se que o número mínimo de sócios para a formação de uma


sociedade anônima é dois (e não sete, como era previsto à legislação anterior).

O CESPE abordou este conceito no concurso para Analista de Controle Externo


do TCE TO, com a seguinte redação (item incorreto):

(CESPE/Analista de Controle Externo/TCE TO/2009) Um grupo de


pessoas físicas e jurídicas decidiu constituir uma sociedade anônima, a
Distribuidora Céu Azul Veículos S/A. Acerca dessa situação hipotética e das
características das sociedades anônimas, é correto afirmar que a Distribuidora
Céu Azul Veículos S/A. deve ter, no mínimo, sete acionistas.

E até mesmo a FGV andou perfilhando desta tese no concurso para Auditor
Fiscal do ICMS RJ, em 2010 (item incorreto):

(FGV/ICMS RJ/2010) Para a validade da constituição da sociedade anônima,


são necessários, no mínimo, sete subscritores iniciais de todas as ações em que
se divide o capital social fixado no estatuto.

Todas as ações devem ser subscritas. Das ações subscritas, devemos dar
entrada de 10% do valor das que forem subscritas em dinheiro, salvo se lei
exigir percentual maior.

Esse depósito de entrada deve ser feito em um prazo de 05 dias contado do


recebimento da quantia, pelo subscritor. Até adquirir personalidade jurídica, a
sociedade ainda não terá a disposição desse dinheiro (a lei utiliza o termo
levantar). Se a sociedade não se constituir em 6 meses, o depósito deve ser
devolvido aos seus subscritores.

Art. 81. O depósito referido no número III do artigo 80 deverá ser feito pelo
fundador, no prazo de 5 (cinco) dias contados do recebimento das quantias, em
nome do subscritor e a favor da sociedade em organização, que só poderá
levantá-lo após haver adquirido personalidade jurídica.

Parágrafo único. Caso a companhia não se constitua dentro de 6 (seis) meses


da data do depósito, o banco restituirá as quantias depositadas diretamente aos
subscritores.

2 – Modalidades de constituição

As modalidades de constituição podem ser de dois tipos, dependendo ou não do


apelo feito ao investidor para a consecução de recursos. São elas:

A) Constituição por subscrição pública (ou constituição sucessiva).

Há a busca de recursos junto a investidores. Para a subscrição pública há que


se fazer prévio registro na CVM.

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Art. 82. A constituição de companhia por subscrição pública depende do prévio


registro da emissão na Comissão de Valores Mobiliários, e a subscrição somente
poderá ser efetuada com a intermediação de instituição financeira.

§ 1º O pedido de registro de emissão obedecerá às normas expedidas pela


Comissão de Valores Mobiliários e será instruído com:

a) o estudo de viabilidade econômica e financeira do empreendimento;


b) o projeto do estatuto social;
c) o prospecto, organizado e assinado pelos fundadores e pela instituição
financeira intermediária.

Vejam, outrossim, que há necessariamente a intermediação de instituição


financeira no processo, para que se coloque as ações no mercado.

B) Constituição por subscrição particular (ou subscrição simultânea)

A subscrição particular é significativamente mais simplória, posto que não há


apelo junto aos investidores para a consecução de capital social.

Art. 88. A constituição da companhia por subscrição particular do capital pode


fazer-se por deliberação dos subscritores em assembléia-geral ou por escritura
pública, considerando-se fundadores todos os subscritores.

3 – Providências complementares

Por fim, a última etapa na constituição de uma sociedade anônima é o que


chamamos de providências complementares.

A principal providência a ser tomada nesta etapa é o registro junto ao órgão


competente, que já sabemos ser a Junta Comercial.

Art. 94. Nenhuma companhia poderá funcionar sem que sejam arquivados e
publicados seus atos constitutivos.

Ainda, de acordo com a LSA:

Art. 98. Arquivados os documentos relativos à constituição da companhia, os


seus administradores providenciarão, nos 30 (trinta) dias subseqüentes, a
publicação deles, bem como a de certidão do arquivamento, em órgão oficial do
local de sua sede.

E, também, havendo incorporação de bens ao capital social, deve-se


providenciar a transferência da titularidade para a companhia, competência
atribuída aos primeiros administradores da SA. Os bens imóveis devem ser
transferidos no Registro de Imóveis. As marcas, no INPI.

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Os primeiros administradores são solidariamente responsáveis perante a


companhia pelos prejuízos causados pela demora no cumprimento das
formalidades complementares à sua constituição (LSA, art. 99).

CAPITAL SOCIAL DA SA

Capital social é o montante financeiro de propriedade da companhia, relativo à


soma das contribuições dos acionistas. Não se confunde com patrimônio social
(este abrange outros recursos, como reservas de lucros, reservas de capital,
entre outros). A sua principal função (do capital social) é constituir o fundo
inicial, com o qual se tornará viável o início da vida econômica da sociedade.

Segundo a LSA:

Art. 5º O estatuto da companhia fixará o valor do capital social, expresso em


moeda nacional.

A expressão monetária do valor do capital social realizado será corrigida


anualmente (LSA, artigo 167).

O capital social somente pode ser alterado se houver obediência aos preceitos
da Lei 6.404/76 e do estatuto social.

Art. 7º O capital social poderá ser formado com contribuições em dinheiro ou


em qualquer espécie de bens suscetíveis de avaliação em dinheiro.

Esse artigo é clássico em provas. Vejamos, novamente, uma questão cobrada


pelo CESPE, no concurso para Analista de Controle Externo do TCE TO (item
correto):

(CESPE/Analista de Controle Externo/TCE TO/2009) Um grupo de


pessoas físicas e jurídicas decidiu constituir uma sociedade anônima, a
Distribuidora Céu Azul Veículos S/A. Acerca dessa situação hipotética e das
características das sociedades anônimas, é correto afirmar que o capital social
da Distribuidora Céu Azul Veículos S/A. poderá ser formado com contribuições
em dinheiro ou em qualquer espécie de bens suscetíveis de avaliação em
dinheiro.

Se a entrega para o capital social for feita em bens, estes bens precisam passar
por uma avaliação. De acordo com o artigo 8º da LSA:

Art. 8º A avaliação dos bens será feita por 3 peritos ou por empresa
especializada, nomeados em assembléia-geral dos subscritores, convocada
pela imprensa e presidida por um dos fundadores, instalando-se em primeira
convocação com a presença de subscritores que representem metade, pelo
menos, do capital social, e em segunda convocação com qualquer número.

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§ 1º Os peritos ou a empresa avaliadora deverão apresentar laudo


fundamentado, com a indicação dos critérios de avaliação e dos elementos de
comparação adotados e instruído com os documentos relativos aos bens
avaliados, e estarão presentes à assembléia que conhecer do laudo, a fim de
prestarem as informações que lhes forem solicitadas.
§ 2º Se o subscritor aceitar o valor aprovado pela assembléia, os bens
incorporar-se-ão ao patrimônio da companhia, competindo aos primeiros
diretores cumprir as formalidades necessárias à respectiva transmissão.
§ 3º Se a assembléia não aprovar a avaliação, ou o subscritor não aceitar a
avaliação aprovada, ficará sem efeito o projeto de constituição da companhia.
§ 4º Os bens não poderão ser incorporados ao patrimônio da companhia por
valor acima do que lhes tiver dado o subscritor.

Ok? Até aqui tudo certo? Sim! Integralizou em bem? Avaliação por 3 peritos,
aprovando o laudo pela assembléia-geral dos subscritores.

Cabe lembrar que, tal como nas sociedades limitadas, não é possível a
integralização de capital social nas SA´s através da prestação de serviços.

Não é possível integralizar capital nas SAs  Prestação de serviço.

Analisemos, a seguir, uma questão interessante do ICMS RJ sobre o assunto:

(FGV/Fiscal de Rendas FGV/2009) Antônio herdou imóvel bem localizado


em Vila Isabel e deseja concretizar seu sonho de abrir uma livraria. Para levar o
seu projeto adiante, Antônio fez um plano de negócios e constatou a
necessidade de R$ 700.000,00 (setecentos mil reais) para iniciar as atividades.
Considerando que o valor do seu imóvel é estimado em aproximadamente R$
500.000,00 (quinhentos mil reais), convida Bernardo para entrar na sociedade
uma vez que ele já tem grande expertise no ramo e interesse em investir no
setor. Para a integralização do capital social, caso a sociedade seja constituída
como sociedade por ações, o imóvel herdado deverá ser avaliado por três
peritos ou por empresa especializada e o valor deve ser aprovado em
Assembleia Geral. Bernardo poderá integralizar a sua parte em dinheiro e em
serviços avaliados de acordo com o seu know-how.

A questão está incorreta, posto que Bernardo não poderá integralizar sua parte
através de know-how. Trata-se de interpretação a contrario senso do artigo 7º
apresentado acima.

Ademais, entregando-se um bem à sociedade, se não houver qualquer


declaração em sentido contrário, os bens são transferidos a título de
propriedade. É o que manda o artigo 9º da LSA:

Art. 9º Na falta de declaração expressa em contrário, os bens transferem-se à


companhia a título de propriedade.

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Há, por fim, que se frisar que, transferindo créditos à sociedade, o subscritor é
responsável pela existência do crédito e pela solvência do devedor.

O capital social é dividido, como já falamos, em ações.

Estudemos amiúdes este tipo de valor mobiliário.

AÇÕES

Uma pessoa se torna acionista de uma sociedade anônima através de duas


formas. A primeira é pela subscrição de capital, no momento da criação da
sociedade. O segundo é a aquisição de ações no mercado de valores
mobiliários.

As ações representam uma unidade do capital social da sociedade anônima.

O acionista é obrigado a realizar, nas condições previstas no estatuto ou no


boletim de subscrição, a prestação correspondente às ações subscritas ou
adquiridas (LSA, art. 106).

Não o fazendo, será o acionista considerado remisso.

Art. 107. Verificada a mora do acionista, a companhia pode, à sua escolha:

I - promover contra o acionista, e os que com ele forem solidariamente


responsáveis (artigo 108), processo de execução para cobrar as importâncias
devidas, servindo o boletim de subscrição e o aviso de chamada como título
extrajudicial nos termos do Código de Processo Civil; ou
II - mandar vender as ações em bolsa de valores, por conta e risco do
acionista.

Se houver alienação de ações, os alienantes continuam responsáveis pelas


prestações que faltarem para adimplir sua obrigação, pelo prazo de dois anos
(LSA, art. 108, caput e parágrafo único).

Lembre-se, igualmente, de que a responsabilidade dos acionistas está limitada


ao valor de emissão das ações.

Art. 1º A companhia ou sociedade anônima terá o capital dividido em ações, e a


responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao preço de emissão das
ações subscritas ou adquiridas.

Temos, então, de discernir o conceito de valor de emissão de outros valores


congêneres.

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- Valor nominal: O valor nominal de uma ação é o valor que é mencionado no


estatuto social da empresa e que determina o valor de uma ação representativa
de seu capital. É importante lembrar que o valor nominal é uma medida
puramente contábil e, portanto, nada tem a ver com o valor de mercado de
uma ação, ou seja, o preço que os investidores pagam para comprá-la na bolsa
de valores. Assim, se uma S.A tem capital social de R$ 10 milhões, dividido em
5 milhões de ações, cada uma terá valor nominal de R$ 2,00.

O artigo 11 da LSA dispõe que o estatuto fixará o número das ações em


que se divide o capital social e estabelecerá se as ações terão, ou não,
valor nominal. Veja que é facultado atribuir-se valor nominal às ações.

Art. 13. É vedada a emissão de ações por preço inferior ao seu valor nominal.

Havendo emissão de ações por valor superior ao valor nominal, temos a


conhecida reserva de capital por ágio na subscrição de ações, estudada na
Contabilidade Geral. É o que propugna o artigo 13, parágrafo segundo da LSA:

Art. 13. § 2º A contribuição do subscritor que ultrapassar o valor nominal


constituirá reserva de capital (artigo 182, § 1º).

- Valor patrimonial: É a divisão do patrimônio líquido pelo número de ações


que compõem o capital social. Por exemplo, suponha que a Petrobrás S.A.
tenha um PL de 1 milhão, dividido em 1 milhão de ações. O valor patrimonial da
ação será de R$ 1,00.

- Valor de mercado: É o valor pelo qual as ações são avaliadas no mercado.

- Valor de emissão: É aquele estabelecido pela S.A., no momento em que a


ação é constituída. A ação pode ser emitida pelo seu valor nominal (se houver)
ou por um valor maior. Segundo a Lei:

Art. 13. É vedada a emissão de ações por preço inferior ao seu valor nominal.

Com efeito, imagine-se que as ações do Banco Bradesco possuam um valor


nominal de R$ 10,00. Todavia, imagine-se que os investidores estejam
dispostos a pagar R$ 15,00 por esse investimento. Ora, a sociedade pode
perfeitamente emitir suas ações por este valor, sendo que os R$ 10,00 irão
para a subscrição do capital social e o excesso, de R$ 5,00, comporão o
chamado ágio na emissão de ações (reserva de capital).

Ainda, temos de saber que as ações são indivisíveis em relação à companhia.

Art. 28. A ação é indivisível em relação à companhia.

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Todavia, em relação aos acionistas ela pode ser divisível. Quando a ação
pertencer a mais de uma pessoa, os direitos por ela conferidos serão exercidos
pelo representante do condomínio.

O CESPE, por exemplo, indagou este conhecimento no concurso para Juiz


Federal da 5ª região, com a seguinte assertiva:

(CESPE/Juiz Federal Substituto/TRF 5ª/2009) Em relação à sociedade


anônima, a ação é sempre divisível.

Vimos que o item se encontra incorreto.

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CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES

As ações classificam-se conforme espécie, classe e forma.

CLASSIFICAÇÃO QUANTO À ESPÉCIE

Quanto à espécie, as ações podem ser:

a) Ordinárias: São as que conferem os direitos comuns de sócio sem


restrições ou privilégios, em que normalmente se divide o capital social. Toda e
qualquer sociedade anônima conterá ações desta espécie, já que dela
decorrem apenas direitos comuns, ordinários, a seus acionistas. O
direito a voto é inerente às ações ordinárias.

b) Preferenciais: São aquelas que dão aos seus titulares algum privilégio ou
preferência, como, por exemplo, a prioridade da distribuição dos dividendos em
montante superior ao que foi atribuído às ordinárias, fixação de dividendos
mínimos ou cumulativos, prioridade de reembolso em caso de liquidação, com
prêmio ou sem ele, etc. mas podem ser privadas de alguns direitos, tais
como o voto. Observe-se, porém, que as ações preferenciais podem ou
não ter direito a voto.

Entre os benefícios que os preferencialistas podem obter, a LSA arrola:

Art. 17. As preferências ou vantagens das ações preferenciais podem consistir:

I - em prioridade na distribuição de dividendo, fixo ou mínimo;


II - em prioridade no reembolso do capital, com prêmio ou sem ele; ou
III - na acumulação das preferências e vantagens de que tratam os incisos I e
II.

Ressalte-se que a LSA salienta que o número de ações preferenciais sem


direito a voto, ou sujeitas a restrição no exercício desse direito, não
pode ultrapassar 50% do total das ações emitidas (LSA, art. 15, §2º).

Em essência, as ações preferenciais podem ser divididas de acordo com o


conjunto de direitos e obrigações que conferem a seus titulares.

As ações ordinárias não poderiam, em princípio, ser divididas, já que conferem


tão-somente direitos comuns aos seus proprietários. Contudo, a LSA prevê que:

Art. 16. As ações ordinárias de companhia fechada poderão ser de classes


diversas, em função de:

I - conversibilidade em ações preferenciais;


II - exigência de nacionalidade brasileira do acionista; ou

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III - direito de voto em separado para o preenchimento de determinados cargos


de órgãos administrativos.

Vejam que esta possibilidade está presente apenas nas companhias


fechadas. Para as companhias abertas é proibida a divisão das ações
ordinárias em classes. Este é o teor do artigo 15, §1 da LSA.

Art. 15. § 1º As ações ordinárias da companhia fechada e as ações preferenciais


da companhia aberta e fechada poderão ser de uma ou mais classes.

c) Fruição: Segundo a doutrina de Rubens Requião, as ações de fruição


resultam da amortização das ações comuns ou preferenciais. O artigo 44,
parágrafo 5º, da Lei das S/A, estabelece que as ações integralmente
amortizadas poderão ser substituídas por ações de fruição, com as restrições
fixadas no estatuto da sociedade ou pela assembléia geral que poderá deliberar
sobre a amortização.

Segundo a LSA:

Art. 15. As ações, conforme a natureza dos direitos ou vantagens que confiram
a seus titulares, são ordinárias, preferenciais, ou de fruição.

O CESPE cobrou este conceito no concurso para Juiz Federal Substituto da 5ª


região, através do seguinte enunciado (item incorreto):

(CESPE/Juiz Federal Substituto/TRF 5ª/2009) As ações de uma sociedade


anônima são classificadas, de acordo com a espécie, em extraordinárias,
ordinárias, preferenciais e de fruição.

CLASSIFICAÇÃO QUANTO À CLASSE

Quanto à classe de ações, faz-se necessário saber o seguinte.

As ações ordinárias da companhia fechada e as ações preferenciais da


companhia aberta e fechada poderão ser de uma ou mais classes (LSA, art. 15,
§1º).

Vejam, alunos, que as ações ordinárias, em regra, não poderiam ser divididas
em classes, posto que a ações ordinárias caracterizam-se, justamente, por
fornecer aos acionistas os mesmos direitos e obrigações. Contudo, a lei
excepciona a companhia fechada e permite que suas ações ordinárias sejam
divididas em classe. Tal fato não vale para as ordinárias das companhias
abertas.

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Aceita divisão em classes?


Sociedade anônima Aberta Fechada
Ação ordinária Não Sim
Ação preferencial Sim Sim

CLASSIFICAÇÃO QUANTO À FORMA

Por fim, quanto à forma de transferência, as ações devem ser nominativas ou


escriturais. Nas SAs abertas é vedada qualquer restrição à livre circulação das
ações. Nas SAs fechadas as restrições são válidas, contanto que não impeçam a
negociação das ações (LSA, art. 36).

a) Ação nominativa é aquela representada sob forma de cautela ou


certificado, apresentando o nome do acionista ou titular da ação no documento.
A transferência de titularidade deste documento é executada com a entrega da
cautela e a averbação de termo, em livro próprio da sociedade emitente,
identificando novo acionista.

Segundo a LSA:

Art. 31. A propriedade das ações nominativas presume-se pela inscrição do


nome do acionista no livro de "Registro de Ações Nominativas" ou pelo extrato
que seja fornecido pela instituição custodiante, na qualidade de proprietária
fiduciária das ações.

§ 1º A transferência das ações nominativas opera-se por termo lavrado no livro


de "Transferência de Ações Nominativas", datado e assinado pelo cedente e
pelo cessionário, ou seus legítimos representantes.

Por fim, sobre as ações nominativas, cabe dizer que segundo a lei:

Art. 36. O estatuto da companhia fechada pode impor limitações à circulação


das ações nominativas, contanto que regule minuciosamente tais limitações e
não impeça a negociação, nem sujeite o acionista ao arbítrio dos órgãos de
administração da companhia ou da maioria dos acionistas.

Um exemplo clássico dessas limitações estabelecidas é o direito de preferência


da compra de ações aos acionistas anteriores.

b) Ações escriturais: As ações escriturais, por seu turno, são mantidas em


contas de depósito em nome do titular, com a devida autorização do estatuto
ou sua determinação. A sua circulação se dá por lançamento no registro da
instituição financeira depositária.

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Art. 34. O estatuto da companhia pode autorizar ou estabelecer que todas as


ações da companhia, ou uma ou mais classes delas, sejam mantidas em contas
de depósito, em nome de seus titulares, na instituição que designar, sem
emissão de certificados.

§ 2o Somente as instituições financeiras autorizadas pela Comissão de Valores


Mobiliários podem manter serviços de escrituração de ações e de outros valores
mobiliários. (Redação dada pela Lei nº 12.810, de 2013).

Art. 35. A propriedade da ação escritural presume-se pelo registro na conta de


depósito das ações, aberta em nome do acionista nos livros da instituição
depositária.

§ 1º A transferência da ação escritural opera-se pelo lançamento efetuado pela


instituição depositária em seus livros, a débito da conta de ações do alienante e
a crédito da conta de ações do adquirente, à vista de ordem escrita do
alienante, ou de autorização ou ordem judicial, em documento hábil que ficará
em poder da instituição.

DIREITOS ESSENCIAIS DOS ACIONISTAS

Existe na Lei das sociedades por ações um capítulo que denominamos de


direitos essenciais dos acionistas. Arrolemo-los:

Art. 109. Nem o estatuto social nem a assembléia-geral poderão privar o


acionista dos direitos de:

I - participar dos lucros sociais;


II - participar do acervo da companhia, em caso de liquidação;
III - fiscalizar, na forma prevista nesta Lei, a gestão dos negócios sociais;
IV - preferência para a subscrição de ações, partes beneficiárias conversíveis
em ações, debêntures conversíveis em ações e bônus de subscrição, observado
o disposto nos artigos 171 e 172;
V - retirar-se da sociedade nos casos previstos nesta Lei.

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DIREITO DE VOTO

Pois bem, pergunto: o voto consta entre os direitos essenciais supracitados?


Não! Logo, grave-se: o voto não faz parte desses direitos garantidos
amplamente aos acionistas. Este é um primeiro ponto que pode ser cobrado
em prova.

Assim, nem todas as ações dão direito a voto. As ações ordinárias conferem aos
titulares o direito a voto. As ações preferenciais podem não conferir direito a
voto.

Segundo a LSA:

Art. 110. A cada ação ordinária corresponde 1 (um) voto nas deliberações da
assembléia-geral.

Contudo, pode o estatuto estabelecer limite ao número de votos de cada um


dos acionistas.

Art. 111. O estatuto poderá deixar de conferir às ações preferenciais algum ou


alguns dos direitos reconhecidos às ações ordinárias, inclusive o de voto, ou
conferi-lo com restrições, observado o disposto no artigo 109.

Indo mais além, a LSA, art. 110, §2º, estabelece que é vedado atribuir voto
plural a qualquer classe de ações. Por voto plural, entenda-se atribuir mais de
um voto a uma mesma ação. Assim, haveria voto plural se eu, Gabriel Rabelo,
acionista ordinário da Petrobrás, com uma única ação ordinária da sociedade,
tivesse a possibilidade de votar duas ou mais vezes matéria em pauta.

Distinga-se, entretanto, o voto plural do voto múltiplo.

O voto múltiplo verifica-se na eleição de membros do denominado Conselho de


Administração, que cuida da gestão dos negócios da Sociedade Anônima.

Adota-se o voto múltiplo para a eleição dos membros deste conselho um dos
seguintes tipos de votação:

a) majoritária: onde existem votações separadas para cada cargo do


Conselho. Assim, se houver votação para eleição de 3 membros, o titular de
uma ação votará três vezes;
b) proporcional: é feita uma única eleição para todos os cargos.

Fábio Ulhoa Coelho ilustra brilhantemente a situação com um exemplo prático.


Vejamos:

“Considere-se que o capital votante de uma SA é distribuído entre dois


acionista, Antonio, com 60% e Benedito, com 40%, e que o conselho, composto

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por cinco membros, está sendo totalmente renovado. Se adotada a votação


majoritária, Antonio deposita todos os seus votos nas cinco pessoas de sua
confiança (na chapa ou nas candidaturas isoladas), e ganha a eleição porque
tem mais votos que Benedito. Por outro lado, adotada a votação proporcional, a
tendência será a Antonio eleger três, e Benedito dois membros do Conselho”.

O voto múltiplo está previsto no artigo 141 da Lei das Sociedades por Ações –
LSA, cuja redação se segue:

Art. 141. Na eleição dos conselheiros, é facultado aos acionistas que


representem, no mínimo, 0,1 (um décimo) do capital social com direito a voto,
esteja ou não previsto no estatuto, requerer a adoção do processo de voto
múltiplo, atribuindo-se a cada ação tantos votos quantos sejam os membros
do conselho, e reconhecido ao acionista o direito de cumular os votos num só
candidato ou distribuí-los entre vários.

Assim, no voto múltiplo cada ação com direito a voto corresponde a tantos
votos quantos forem os membros a serem eleitos para o conselho de
administração.

No processo, ainda é facultado ao acionista votante o direito de cumular os


votos num só candidato ou distribuí-los entre vários, como bem frisou o excerto
final da questão. Entenderam?

GRAVEM: Voto plural  proibido.


Voto múltiplo  válido.

ACIONISTA CONTROLADOR

Segundo a LSA:

Art. 116. Entende-se por acionista controlador a pessoa, natural ou jurídica, ou


o grupo de pessoas vinculadas por acordo de voto, ou sob controle comum,
que:

a) é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, a


maioria dos votos nas deliberações da assembléia-geral e o poder de eleger a
maioria dos administradores da companhia; e
b) usa efetivamente seu poder para dirigir as atividades sociais e orientar o
funcionamento dos órgãos da companhia.

Vejam que a lei em momento algum fala que o controle se materializa pela
aquisição de 50% + 1 ação das existentes. Essa questão é recorrente em
concursos e deve ser tida como incorreta.

O acionista controlador deve usar o poder com o fim de fazer a companhia


realizar o seu objeto e cumprir sua função social, e tem deveres e

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responsabilidades para com os demais acionistas da empresa, os que nela


trabalham e para com a comunidade em que atua, cujos direitos e interesses
deve lealmente respeitar e atender (LSA, art. 116, parágrafo único).

E mais. Não podendo agir a seu bel-prazer, o acionista controlador responde


pelos danos causados por atos praticados com abuso de poder (LSA, art. 117).

ACORDO DE ACIONISTAS OU CONTRATO PARASSOCIAL

O acordo de acionistas ou contrato parassocial está previsto no artigo 118 da


LSA, que prescreve:

Art. 118. Os acordos de acionistas, sobre a compra e venda de suas ações,


preferência para adquiri-las, exercício do direito a voto, ou do poder de controle
deverão ser observados pela companhia quando arquivados na sua sede.

Assim, vê-se que, com fulcro no texto legal supracitado, o acordo de acionistas
pode versar sobre:

- Compra e venda de ações;


- Preferência para aquisição de ações;
- Exercício do direito a voto;
- Poder de controle.

Assinale-se que o artigo acima impõe que o acordo entre os acionistas, se


houver celebrado conforme os ritos legais e arquivado na sede da sociedade,
é de observância obrigatória para a sociedade.

Perante terceiros, eles também poderão ter caráter obrigatório, desde que haja
registro, averbação, no órgão público competente (LSA, art. 118, parágrafo
primeiro).

Sobre outros assuntos também podem versar os acordos de acionistas desde


que não sejam contrários à lei, à ordem pública e aos bons costumes, nem
prejudiquem os direitos essenciais dos demais acionistas.

O presidente da assembléia ou do órgão colegiado de deliberação da companhia


não computará o voto proferido com infração de acordo de acionistas
devidamente arquivado (LSA, art. 118, §8º).

Vamos ver essa situação, na prática, com um tópico cobrado em certame pela
FCC, como se vê a seguir:

(FCC/Procurador RR/2006) Alberto, Bartolomeu e César são acionistas da


ABC S.A., detendo respectivamente 40%, 40% e 20% das ações, todas
ordinárias. Alberto e Bartolomeu celebraram acordo de acionistas, pelo qual se
comprometeram a eleger Alberto Diretor-Presidente da companhia, na próxima

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assembléia geral ordinária. O acordo foi arquivado na sede da companhia.


Durante a assembléia, Bartolomeu mudou de idéia e resolveu apoiar César para
o cargo, contra Alberto. A solução que atende aos imediatos interesses de
Alberto, para ser eleito Diretor-Presidente na própria assembléia, é pedir à
mesa da assembléia geral que desconsidere o voto de Bartolomeu, por estar em
desconformidade com o acordo de acionistas.

O item acima está correto. O que ocorreu no exemplo acima foi o denominado
acordo para voto em bloco, certamente lícito entre os acionistas. Ocorre que,
com o arquivamento (vejam a distinção), este passa a ser vinculante para a
companhia.

No mesmo sentido, o diretor presidente não poderá computar o voto proferido


com infração de acordo de acionistas devidamente arquivado.

Existem outros tipos de acordos de acionistas.

Se os acionistas da S.A X, senhores João, José e Jayme celebrarem avença cujo


teor proíba a alienação de ações de qualquer desse três a terceiros sem que
haja oferta inicialmente aos participantes do acordo, há o acordo de acionista
denominado acordo de bloqueio. Também é perfeitamente válido!

Para encerrar, os acionistas prejudicados pelo eventual descumprimento do


acordo podem também promover a execução judicial específica das obrigações
assumidas, nas condições previstas no próprio acordo (art. 118, § 3.º).

VALORES MOBILIÁRIOS

Os valores mobiliários são títulos de investimento que a sociedade


anônima emite para obtenção de recursos de que necessita.

A ação é o principal tipo de valor mobiliário. Além dela, temos essencialmente:

- Debêntures;
- Partes beneficiárias;
- Bônus de subscrição.

As partes beneficiárias são emitidas por sociedades anônimas fechadas. São


emitidas apenas se autorizadas pela Assembléia Geral. São, também,
negociáveis, mas sem valor nominal e estranhas ao capital social.

Art. 46. A companhia pode criar, a qualquer tempo, títulos negociáveis, sem
valor nominal e estranhos ao capital social, denominados "partes beneficiárias".

Conferem um direito de crédito eventual, desde que a sociedade apresente


lucro (LSA, art. 46, §1º).

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É vedada a sua emissão pelas cias abertas – art. 47, par. único da Lei das SA.

Art. 46, § 3º É vedado conferir às partes beneficiárias qualquer direito privativo


de acionista, salvo o de fiscalizar, nos termos desta Lei, os atos dos
administradores.

Bônus de subscrição são títulos negociáveis que conferem ao titular o direito


de preferência para comprar novas ações da empresa que os emitiu dentro de
um prazo estabelecido, por um preço predeterminado.

Ou seja, o bônus garante ao seu titular justamente o direito de subscrever


ações em detrimento dos acionistas, já que, conforme dissemos anteriormente,
os acionistas têm preferência para subscrever novas ações:

Art. 109. Nem o estatuto social nem a assembléia-geral poderão privar o


acionista dos direitos de:

IV - preferência para a subscrição de ações, partes beneficiárias


conversíveis em ações, debêntures conversíveis em ações e bônus de
subscrição, observado o disposto nos artigos 171 e 172;

Os titulares do bônus não são acionistas, pois, como o próprio nome sugere,
eles terão preferência na aquisição de novas ações eventualmente subscritas.
Somente pagando o preço de emissão posteriormente é que se tornarão
acionistas.

Caso o titular não efetue a compra da ação no período estipulado, perderá seu
direito e não terá restituição do valor pago pelo bônus. O bônus, portanto, é um
direito, com prazo de expiração, como uma opção.

Art. 75. A companhia poderá emitir, dentro do limite de aumento de capital


autorizado no estatuto (artigo 168), títulos negociáveis denominados "Bônus de
Subscrição".

Parágrafo único. Os bônus de subscrição conferirão aos seus titulares, nas


condições constantes do certificado, direito de subscrever ações do capital
social, que será exercido mediante apresentação do título à companhia e
pagamento do preço de emissão das ações.

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Ainda, de acordo com a LSA:

Art. 77. Os bônus de subscrição serão alienados pela companhia ou por ela
atribuídos, como vantagem adicional, aos subscritos de emissões de suas ações
ou debêntures.

Parágrafo único. Os acionistas da companhia gozarão, nos termos dos artigos


171 e 172, de preferência para subscrever a emissão de bônus.

Debênture é um título de crédito representativo de “empréstimo” que uma


companhia faz junto a terceiros e que assegura a seus detentores direito contra
a emissora, nas condições constantes da escritura de emissão.

Art. 52. A companhia poderá emitir debêntures que conferirão aos seus titulares
direito de crédito contra ela, nas condições constantes da escritura de emissão
e, se houver, do certificado.

São estranhas ao capital social. A debênture poderá assegurar ao seu titular


juros, fixos ou variáveis, participação no lucro da companhia e prêmio de
reembolso (LSA, art. 56).

Art. 53. A companhia poderá efetuar mais de uma emissão de debêntures, e


cada emissão pode ser dividida em séries.

Parágrafo único. As debêntures da mesma série terão igual valor nominal e


conferirão a seus titulares os mesmos direitos.

A debênture poderá ser conversível em ações nas condições constantes da


escritura de emissão (LSA, art. 57).

A deliberação sobre emissão de debêntures é da competência privativa da


assembléia-geral (LSA, art. 59). Contudo, na companhia aberta, o conselho de
administração pode deliberar sobre a emissão de debêntures não conversíveis
em ações, salvo disposição estatutária em contrário (LSA, art. 59, parágrafo
primeiro).

ADMINISTRADORES DA SOCIEDADE ANÔNIMA

São administradores da companhia os diretores e os conselheiros de


administração (os últimos, se houver CA).

Art. 153. O administrador da companhia deve empregar, no exercício de suas


funções, o cuidado e diligência que todo homem ativo e probo costuma
empregar na administração dos seus próprios negócios.

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Art. 154. O administrador deve exercer as atribuições que a lei e o estatuto lhe
conferem para lograr os fins e no interesse da companhia, satisfeitas as
exigências do bem público e da função social da empresa.

Art. 155. O administrador deve servir com lealdade à companhia e manter


reserva sobre os seus negócios.

Os administradores nas sociedades anônimas somente podem ser


pessoas físicas.

Art. 152. A assembléia-geral fixará o montante global ou individual da


remuneração dos administradores, inclusive benefícios de qualquer natureza e
verbas de representação, tendo em conta suas responsabilidades, o tempo
dedicado às suas funções, sua competência e reputação profissional e o valor
dos seus serviços no mercado.

Falemos agora sobre a responsabilidade destes administradores.

Como é de se concluir, o administrador não é pessoalmente responsável pelas


obrigações que contrair em nome da sociedade e em virtude de ato regular de
gestão (LSA, art. 158).

Todavia, os administradores respondem civilmente pelos prejuízos que


causarem quando procederem:

I – Dentro de suas atribuições ou poderes, com culpa ou dolo;


II – Com violação da lei ou estatuto.

Também, em regra, o administrador não é responsável por atos ilícitos de


outros administradores, salvo se com eles for conivente, se negligenciar em
descobri-los ou se, deles tendo conhecimento, deixar de agir para impedir a sua
prática (LSA, art. 158, §1º).

Todavia, quando estivermos falando sobre decisões colegiadas, mesmo que


determinado administrador tenha votado contra ato ilícito poderá ser
responsabilizado. Para que tal prejuízo seja evitado, dispõe a LSA que “Exime-
se de responsabilidade o administrador dissidente que faça consignar sua
divergência em ata de reunião do órgão de administração ou, não sendo
possível, dela dê ciência imediata e por escrito ao órgão da administração, no
conselho fiscal, se em funcionamento, ou à assembléia-geral.” (LSA, art. 158,
§1º).

Os administradores são solidariamente responsáveis pelos prejuízos causados


em virtude do não cumprimento dos deveres impostos por lei para assegurar o
funcionamento normal da companhia, ainda que, pelo estatuto, tais deveres
não caibam a todos eles.

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A própria lei (art. 158, §3º e 4º), contudo, restringe essa responsabilidade às
companhias fechadas.

Nas cias abertas a responsabilidade solidária ficará restrita aos administradores


que, por disposição do estatuto, tenham atribuição específica de dar
cumprimento àqueles deveres, salvo se administrador tiver conhecimento do
descumprimento desses deveres por seu antecessor (a lei usa o termo
predecessor), ou pelo administrador que tenha a atribuição específica de dar-
lhes cumprimento, e deixe de comunicar o fato à Assembléia Geral.

Compete à companhia, mediante prévia deliberação da assembléia-geral,


a ação de responsabilidade civil contra o administrador, pelos prejuízos
causados ao seu patrimônio (LSA, art. 159). Se a Assembléia deliberar não
propor a ação, poderá fazê-lo os acionistas que representem 5% do capital
social.

Contudo, qualquer acionista poderá promover a ação, se não for proposta no


prazo de 3 (três) meses da deliberação da assembléia-geral (LSA, art. 159,
§3º).

ÓRGÃOS DA SOCIEDADE ANÔNIMA

Falaremos um poucos sobre os órgãos que integram as SAs.

São órgãos da companhia previstos na Lei 6.404/1976: a Assembleia Geral, o


Conselho de Administração, a Diretoria e o Conselho Fiscal.

ÓRGÃOS DAS SOCIEDADES ANÔNIMAS


- Assembléia-Geral;
- Conselho de Administração;
- Diretoria;
- Conselho Fiscal.

Inicialmente, vale ressaltar que a LSA não trouxe um rol taxativo de órgãos
a serem instituídos, conforme se depreende da leitura do art. 160, que
transcrevemos:

Art. 160. As normas desta Seção aplicam-se aos membros de quaisquer órgãos,
criados pelo estatuto, com funções técnicas ou destinados a aconselhar os
administradores.

Esse assunto já foi explorado pela FGV – Fiscal de Rendas/RJ com o seguinte
aspecto (item incorreto): é vedada a criação de qualquer outro órgão da
sociedade ou comitê, ainda que com funções meramente consultivas, diferente
dos órgãos previstos em lei, isto é, Conselho de Administração e Diretoria.

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ASSEMBLÉIA GERAL

A assembléia geral é o órgão máximo de deliberação dentro da sociedade


anônima. O CESPE assim perguntou em um concurso pela banca realizado:

(CESPE/OAB SP/2009) Entre os órgãos da sociedade anônima, detém o


maior poder político a assembleia geral.

O item está correto. A assembléia geral é o órgão máximo da SA. Contém


caráter deliberativo, exclusivamente. Reúne todos os acionistas, com ou sem
direito a voto.

A assembléia-geral, convocada e instalada de acordo com a lei e o estatuto,


tem poderes para decidir todos os negócios relativos ao objeto da companhia e
tomar as resoluções que julgar convenientes à sua defesa e desenvolvimento.

Art. 121. A assembléia-geral, convocada e instalada de acordo com a lei e o


estatuto, tem poderes para decidir todos os negócios relativos ao objeto da
companhia e tomar as resoluções que julgar convenientes à sua defesa e
desenvolvimento.

Parágrafo único. Nas companhias abertas, o acionista poderá participar e


votar a distância em assembleia geral, nos termos da regulamentação da
Comissão de Valores Mobiliários. (Incluído pela Lei nº 12.431, de 2011).

A LSA exige a realização de assembléia geral nos quatro meses seguintes ao


término do exercício social, para que nela sejam discutidos alguns assuntos,
quais sejam:

Art. 132. Anualmente, nos 4 (quatro) primeiros meses seguintes ao término do


exercício social, deverá haver 1 (uma) assembléia-geral para:

I - tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar as


demonstrações financeiras;
II - deliberar sobre a destinação do lucro líquido do exercício e a distribuição de
dividendos;
III - eleger os administradores e os membros do conselho fiscal, quando for o
caso;
IV - aprovar a correção da expressão monetária do capital social (artigo 167).

Esta é a assembléia a que chamamos de assembléia geral ordinária.

Cuidado para a prova! Somente estes temas nela poderão ser tratados.
Outros assuntos (como cisão, fusão, mudança de objeto da companhia, redução
de dividendos, criação de partes beneficiária, e outros previstos no artigo 136)
devem ser discutidos em assembléia geral extraordinária, convocada para
este fim.

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A Assembleia Geral Extraordinária ocorre nos demais casos em que se faça


necessária a deliberação por Assembléia, como os do artigo 122, uma vez que
as competências da Assembléia são indelegáveis.

Essa história de ficar decorando artigos para a prova é triste, mas temos de dar
uma olhada neste rol:

Art. 122. Compete privativamente à assembléia-geral:

I - reformar o estatuto social;


II - eleger ou destituir, a qualquer tempo, os administradores e fiscais da
companhia, ressalvado o disposto no inciso II do art. 142;
III - tomar, anualmente, as contas dos administradores e deliberar sobre as
demonstrações financeiras por eles apresentadas;
IV - autorizar a emissão de debêntures, ressalvado o disposto no § 1o do art.
59;
V - suspender o exercício dos direitos do acionista;
VI - deliberar sobre a avaliação de bens com que o acionista concorrer para a
formação do capital social;
VII - autorizar a emissão de partes beneficiárias;
VIII - deliberar sobre transformação, fusão, incorporação e cisão da companhia,
sua dissolução e liquidação, eleger e destituir liquidantes e julgar-lhes as
contas; e
IX - autorizar os administradores a confessar falência e pedir concordata.

A Assembléia Geral em regra é convocada pelo Conselho de Administração ou


pela diretoria, se não houver CA, conforme preleciona o artigo 123 da LSA.

Art. 123. Compete ao conselho de administração, se houver, ou aos diretores,


observado o disposto no estatuto, convocar a assembléia-geral.

Contudo, a própria lei estabelece outros legitimados para a convocação da


Assembléia-Geral, senão vejamos:

Legitimados excepcionais para convocação da assembléia-geral

1) Conselho Fiscal: se os administradores retardarem por mais de um mês a


convocação da Assembléia Geral Ordinária, ou, também, nos casos graves e
urgentes, a convocação da Assembléia Geral Extraordinária;
2) Qualquer acionista: Se os administradores retardarem, por mais de 60
dias, a convocação da Assembléia Geral nos casos previstos em lei ou no
estatuto;
3) Acionistas que representem 5%, no mínimo, do capital social: quando
os administradores não atenderem, em oito dias, a pedido de convocação que
apresentarem, devidamente fundamentado, com indicação das matérias a
serem tratadas;

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4) Acionistas que representem 5%, no mínimo, do capital votante, ou


5%, no mínimo, dos acionistas sem direito a voto: Se os administradores
não atenderem, no prazo de oito dias, a pedido de convocação de Assembléia
para instalação do Conselho Fiscal.

Em suma, devemos levar essencialmente o seguinte: a assembléia geral é,


em regra, convocada pelo conselho de administração. Se não existir CA,
far-se-á a convocação pela diretoria, sem prejuízo de outros legitimados para a
convocação em hipóteses especiais previstas no art. 123, parágrafo único da
LSA.

A convocação far-se-á mediante anúncio publicado por 3 vezes, no mínimo,


contendo, além do local, data e hora da assembléia, a ordem do dia, e, no caso
de reforma do estatuto, a indicação da matéria (LSA, art. 124).

A primeira convocação da assembléia-geral deverá ser feita:

I - na companhia fechada, com 8 (oito) dias de antecedência, no mínimo,


contado o prazo da publicação do primeiro anúncio; não se realizando a
assembléia, será publicado novo anúncio, de segunda convocação, com
antecedência mínima de 5 (cinco) dias;
II - na companhia aberta, o prazo de antecedência da primeira convocação será
de 15 (quinze) dias e o da segunda convocação de 8 (oito) dias.

Salvo motivo de força maior, a assembléia-geral realizar-se-á no edifício onde a


companhia tiver a sede; quando houver de efetuar-se em outro, os anúncios
indicarão, com clareza, o lugar da reunião, que em nenhum caso poderá
realizar-se fora da localidade da sede.

E, independentemente de qualquer formalidade, será considerada regular a


assembléia-geral a que comparecerem todos os acionistas.

Ressalvadas as exceções previstas em lei, a assembléia-geral instalar-se-á, em


primeira convocação, com a presença de acionistas que representem, no
mínimo, 1/4 (um quarto) do capital social com direito de voto; em segunda
convocação instalar-se-á com qualquer número (LSA, art. 125).

Pessoal, dissemos que a assembléia pode ser composto por acionistas com ou
sem direito a voto, certo? Certo! Mas por que motivo acionistas sem direito a
voto poderiam a assembléia? Pois bem, segunda a LSA:

Art. 125. Parágrafo único. Os acionistas sem direito de voto podem comparecer
à assembléia-geral e discutir a matéria submetida à deliberação.

Outra questão importante é o quórum para deliberação: Em regra, tomam-se


as decisões por maioria simples de votos (entenda-se como a maioria do

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capital votante que se fizer presente à Assembléia), deixando de se computar


os votos em branco (LSA, art. 129).

O acionista pode ser representado na assembléia-geral por procurador


constituído há menos de 1 (um) ano, que seja acionista, administrador da
companhia ou advogado; na companhia aberta, o procurador pode, ainda, ser
instituição financeira, cabendo ao administrador de fundos de investimento
representar os condôminos (LSA, art. 126, §1º).

E adivinhem se isso já foi cobrado em prova? É claro que já. A FCC assim o fez:

(FCC/OAB SP/2005) A representação do acionista em Assembléia Geral de


uma sociedade por ações somente será possível por procurador constituído há
menos de 01 (um) ano, que seja acionista, administrador da companhia ou
advogado.

O item está claramente incorreto, uma vez que pode ser também instituição
financeira.

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Segundo a LSA:

Art. 138. A administração da companhia competirá, conforme dispuser o


estatuto, ao conselho de administração e à diretoria, ou somente à diretoria.

Falemos, inicialmente, sobre o Conselho de Administração.

O conselho de administração é órgão de deliberação colegiada e cuida da


gestão dos negócios da sociedade anônima.

O conselho de administração é órgão colegiado de existência facultativa


nas sociedades anônimas fechadas, conforme se deflui da interpretação a
contrario sensu do artigo 138, §2º, da LSA.

Art. 138. § 2º As companhias abertas e as de capital autorizado terão,


obrigatoriamente, conselho de administração.

Portanto, o conselho de administração é obrigatório para companhias abertas,


sociedades de economia mista e sociedades de capital autorizado. Por sua vez,
é facultativo para companhias fechadas.

A FGV cobrou o tema na prova para Fiscal de Rendas do Estado do RJ, em


2009, como se segue: o Conselho de Administração é obrigatório apenas em
sociedade por ações de capital aberto, em sociedades de economia mista e de
capital autorizado. O item está perfeito!

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O conselho de administração será composto por, no mínimo, 3 membros,


eleitos pela assembléia-geral e por ela destituíveis a qualquer tempo (LSA, art.
140). O prazo de gestão não poderá ser superior a 3 (três) anos, permitida a
reeleição.

Art. 147. § 3o O conselheiro deve ter reputação ilibada, não podendo ser eleito,
salvo dispensa da assembléia-geral, aquele que:

I - ocupar cargos em sociedades que possam ser consideradas concorrentes no


mercado, em especial, em conselhos consultivos, de administração ou fiscal; e
II - tiver interesse conflitante com a sociedade.

O estatuto poderá prever a participação no conselho de administração de


representantes dos empregados, escolhidos pelo voto destes, em eleição direta,
organizada pela empresa, em conjunto com as entidades sindicais que os
representem (LSA, art. 140, parágrafo único). Frise-se que esses empregados
podem não ser acionistas da sociedade.

Segundo a LSA:

Art. 146. Poderão ser eleitas para membros dos órgãos de administração
pessoas naturais, devendo os diretores ser residentes no País. (Redação dada
pela Lei nº 12.431, de 2011).

Este artigo é importante. Agora, os membros de órgãos da administração


devem ser pessoas naturais, não havendo mais a necessidade de que os
conselheiros sejam acionistas (modificação com a Lei 12.431/2011).

São inelegíveis para os cargos de administração da companhia as pessoas


impedidas por lei especial, ou condenadas por crime falimentar, de
prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato, contra a economia
popular, a fé pública ou a propriedade, ou a pena criminal que vede, ainda que
temporariamente, o acesso a cargos públicos. São ainda inelegíveis para os
cargos de administração de companhia aberta as pessoas declaradas
inabilitadas por ato da Comissão de Valores Mobiliários. Essas disposições são
constantes do artigo 147, §1º e §2º da LSA.

A assembléia-geral fixará o montante global ou individual da remuneração dos


administradores, inclusive benefícios de qualquer natureza e verbas de
representação, tendo em conta suas responsabilidades, o tempo dedicado às
suas funções, sua competência e reputação profissional e o valor dos seus
serviços no mercado (LSA, art. 152).

Art. 142. Compete ao conselho de administração:

I - fixar a orientação geral dos negócios da companhia;

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II - eleger e destituir os diretores da companhia e fixar-lhes as atribuições,


observado o que a respeito dispuser o estatuto;
III - fiscalizar a gestão dos diretores, examinar, a qualquer tempo, os livros e
papéis da companhia, solicitar informações sobre contratos celebrados ou em
via de celebração, e quaisquer outros atos;
IV - convocar a assembléia-geral quando julgar conveniente, ou no caso do
artigo 132;
V - manifestar-se sobre o relatório da administração e as contas da diretoria;
VI - manifestar-se previamente sobre atos ou contratos, quando o estatuto
assim o exigir;
VII - deliberar, quando autorizado pelo estatuto, sobre a emissão de ações ou
de bônus de subscrição;
VIII – autorizar, se o estatuto não dispuser em contrário, a alienação de bens
do ativo não circulante, a constituição de ônus reais e a prestação de garantias
a obrigações de terceiros; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
IX - escolher e destituir os auditores independentes, se houver.

DIRETORIA

A diretoria é de existência obrigatória, tanto nas companhias abertas, como


nas fechadas, uma vez que a ela incumbe a verdadeira gestão dos negócios
sociais (LSA, art. 138).

Um outro cuidado que devemos tomar são com as questões que afirmar ser a
diretoria orgão colegiado. Não é, companheiros. A diretoria é órgão de
representação da companhia, não se configurando como órgão colegiado de
deliberação (ao contrário do conselho de administração, que possui este
status).

À diretoria incumbe a representação legal da companhia e a execução das


deliberações da assembléia geral e conselho de administração (quando
existente).

Art. 138. A administração da companhia competirá, conforme dispuser o


estatuto, ao conselho de administração e à diretoria, ou somente à diretoria.

§ 1º O conselho de administração é órgão de deliberação colegiada, sendo a


representação da companhia privativa dos diretores.

Sua composição assim se dá:

DIRETORIA

Membros  2 ou mais, acionistas ou não.


Eleição  Eleitos pelo conselho de administração ou, se não houver, pela
assembléia geral.
Duração mandato  < 3 anos, permitida reeleição.

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Art. 143. A Diretoria será composta por 2 (dois) ou mais diretores, eleitos e
destituíveis a qualquer tempo pelo conselho de administração, ou, se
inexistente, pela assembléia-geral, devendo o estatuto estabelecer:

I - o número de diretores, ou o máximo e o mínimo permitidos;


II - o modo de sua substituição;
III - o prazo de gestão, que não será superior a 3 (três) anos, permitida a
reeleição;
IV - as atribuições e poderes de cada diretor.

No silêncio do estatuto e inexistindo deliberação do conselho de administração


(artigo 142, II e parágrafo único), competirão a qualquer diretor a
representação da companhia e a prática dos atos necessários ao seu
funcionamento regular (LSA, art. 144). Entretanto, o estatuto pode estabelecer
que determinadas decisões, de competência dos diretores, sejam tomadas em
reunião da diretoria (LSA, art. 143, §2º).

Nos limites de suas atribuições e poderes, é lícito aos diretores constituir


mandatários da companhia, devendo ser especificados no instrumento os atos
ou operações que poderão praticar e a duração do mandato, que, no caso de
mandato judicial, poderá ser por prazo indeterminado (LSA, art. 144, parágrafo
único).

Os membros do conselho de administração, até o máximo de 1/3 (um terço),


poderão ser eleitos para cargos de diretores (LSA, art. 143, §1º).

CONSELHO FISCAL

Ao conselho fiscal incumbe a fiscalização dos órgãos de administração, no


interesse da companhia e dos acionistas. O. conselho fiscal é de existência
obrigatória, seja nas sociedades anônimas fechadas, seja nas sociedades
anônimas abertas, porém, seu funcionamento permanente é facultativo

Apenas um detalhe: lembrem-se de que dissemos que nas limitadas a


existência de conselho fiscal é facultativo.

A companhia terá um conselho fiscal e o estatuto disporá sobre seu


funcionamento, de modo permanente ou nos exercícios sociais em que
for instalado a pedido de acionistas (LSA, art. 161).

A composição do Conselho Fiscal se dá da seguinte maneira: será composto de,


no mínimo, 3 (três) e, no máximo, 5 (cinco) membros, e suplentes em igual
número, acionistas ou não, eleitos pela assembléia-geral (LSA, art. 161, §1º).

Essa composição foi cobrada em concurso pela FCC, da seguinte forma:

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(FCC/2005) A composição do Conselho Fiscal de sociedade por ações não será


inferior a três, nem superior a cinco membros efetivos e suplentes em igual
número, eleitos dentre aqueles que compõem os órgãos da administração.

A composição do Conselho Fiscal de sociedade por ações não será inferior a


três, nem superior a cinco membros efetivos e suplentes em igual número,
eleitos pela Assembleia-Geral.

Não podem ser eleitos para o Conselho Fiscal pessoas impedidas por lei
especial, condenadas por crimes, membros dos órgãos da administração, e
empregados da companhia ou de sociedade controlada ou do mesmo grupo, e o
cônjuge ou parente, até terceiro grau, de administrador da companhia (LSA,
art. 162).

Não podem compor o conselho fiscal membros de órgãos de administração e


empregados da companhia ou de sociedade controlada ou do mesmo grupo
(LSA, art. 162, §2º).

Esse assunto foi cobrado no concurso para magistratura do TRT 3ª região, em


2008, com a seguinte redação (item incorreto): Os empregados de sociedade
controlada ou do mesmo grupo podem ser eleitos para o Conselho Fiscal.

Além disso, somente podem ser eleitos para o conselho fiscal pessoas naturais,
residentes no País, diplomadas em curso de nível universitário, ou que tenham
exercido por prazo mínimo de 3 (três) anos, cargo de administrador de empresa
ou de conselheiro fiscal.

A competência do Conselho Fiscal está prescrita no artigo 163 da LSA, como se


segue:

Art. 163. Compete ao conselho fiscal:

I - fiscalizar, por qualquer de seus membros, os atos dos administradores e


verificar o cumprimento dos seus deveres legais e estatutários; (Redação dada
pela Lei nº 10.303, de 2001)
II - opinar sobre o relatório anual da administração, fazendo constar do seu
parecer as informações complementares que julgar necessárias ou úteis à
deliberação da assembléia-geral;
III - opinar sobre as propostas dos órgãos da administração, a serem
submetidas à assembléia-geral, relativas a modificação do capital social,
emissão de debêntures ou bônus de subscrição, planos de investimento ou
orçamentos de capital, distribuição de dividendos, transformação, incorporação,
fusão ou cisão;
IV - denunciar, por qualquer de seus membros, aos órgãos de administração e,
se estes não tomarem as providências necessárias para a proteção dos
interesses da companhia, à assembléia-geral, os erros, fraudes ou crimes que

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descobrirem, e sugerir providências úteis à companhia; (Redação dada pela Lei


nº 10.303, de 2001)
V - convocar a assembléia-geral ordinária, se os órgãos da administração
retardarem por mais de 1 (um) mês essa convocação, e a extraordinária,
sempre que ocorrerem motivos graves ou urgentes, incluindo na agenda das
assembléias as matérias que considerarem necessárias;
VI - analisar, ao menos trimestralmente, o balancete e demais demonstrações
financeiras elaboradas periodicamente pela companhia;
VII - examinar as demonstrações financeiras do exercício social e sobre elas
opinar;
VIII - exercer essas atribuições, durante a liquidação, tendo em vista as
disposições especiais que a regulam.

OPERAÇÕES SOCIETÁRIAS

O concurseiro deve saber discernir os tipos existentes de operações societárias,


são eles: transformação, incorporação, fusão e cisão.

Essas operações societárias serão propostas pelos órgãos da Administração


(Conselho de Administração, ou diretoria, se não houver CA), aprovadas pela
Assembléia Geral, ouvindo-se a opinião do Conselho Fiscal sobre as propostas,
antes de sua submissão à AG, para a aprovação.

Art. 163. Compete ao conselho fiscal:

III - opinar sobre as propostas dos órgãos da administração, a serem


submetidas à assembléia-geral, relativas a modificação do capital social,
emissão de debêntures ou bônus de subscrição, planos de investimento ou
orçamentos de capital, distribuição de dividendos, transformação, incorporação,
fusão ou cisão;

Art. 122. Compete privativamente à assembléia-geral:

VIII - deliberar sobre transformação, fusão, incorporação e cisão da companhia,


sua dissolução e liquidação, eleger e destituir liquidantes e julgar-lhes as
contas; e

TRANSFORMAÇÃO

A transformação está prevista no artigo 220 da Lei 6.404/76, cujo teor é o


seguinte:

Art. 220. Transformação é a operação pela qual a sociedade passa,


independentemente de liquidação ou dissolução, de um tipo para outro.

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É o caso, por exemplo, de uma sociedade em comandita simples ou em nome


coletivo que transmuda para uma sociedade anônima. Pronto! Você já sabe
quase tudo sobre transformação.

A transformação é plenamente possível para os outros tipos societários, embora


a operação de LTDA para SA seja, disparadamente, a mais utilizada na prática.

A LSA exige que a transformação se dê por consentimento unânime dos


acionistas, salvo se prevista em estatuto ou no contrato social, caso em que o
sócio dissidente terá o direito de retirar-se da sociedade (LSA, art. 221).

Entretanto, a própria lei prescreve que os sócios podem renunciar, no contrato


social, ao direito de retirada no caso de transformação da companhia.

Portanto, temos:

TRANSFORMAÇÃO

Regra: Consentimento unânime.


Exceção: Sócio dissidente tem direito de retirada.

A lei das sociedades por ações dispõe que:

Art. 222. A transformação não prejudicará, em caso algum, os direitos dos


credores, que continuarão, até o pagamento integral dos seus créditos, com as
mesmas garantias que o tipo anterior de sociedade lhes oferecia.

Esse é o tópico campeão de cobranças quando o assunto é transformação,


senão vejamos:

(FCC/Procurador do BACEN/2006) Após a transformação da sociedade de um


tipo societário em outro os credores da sociedade transformada perdem as
garantias próprias do tipo societário anterior.

Repita-se: a transformação não prejudicará, em casos algum, os direitos dos


credores, que continuarão, até o pagamento integral de seus créditos, com as
mesmas garantias que o tipo anterior de sociedade lhes oferecia. Item
incorreto.

FUSÃO

Art. 228. A fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para
formar sociedade nova, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações.

§ 1º A assembléia-geral de cada companhia, se aprovar o protocolo de fusão,


deverá nomear os peritos que avaliarão os patrimônios líquidos das demais
sociedades.

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§ 2º Apresentados os laudos, os administradores convocarão os sócios ou


acionistas das sociedades para uma assembléia-geral, que deles tomará
conhecimento e resolverá sobre a constituição definitiva da nova sociedade,
vedado aos sócios ou acionistas votar o laudo de avaliação do patrimônio
líquido da sociedade de que fazem parte.
§ 3º Constituída a nova companhia, incumbirá aos primeiros administradores
promover o arquivamento e a publicação dos atos da fusão.

Assim, há a extinção de duas sociedades para a formação de uma única, nova.

CISÃO

A cisão é a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu


patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já
existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de todo o seu
patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão (LSA, art. 229).

Art. 229. § 1º Sem prejuízo do disposto no artigo 233, a sociedade que


absorver parcela do patrimônio da companhia cindida sucede a esta nos direitos
e obrigações relacionados no ato da cisão; no caso de cisão com extinção, as
sociedades que absorverem parcelas do patrimônio da companhia cindida
sucederão a esta, na proporção dos patrimônios líquidos transferidos, nos
direitos e obrigações não relacionados.

INCORPORAÇÃO

A incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas


por outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações (LSA, art. 227).
Há extinção da sociedade incorporada. Entretanto, a incorporadora continua no
mundo jurídico.

Veremos agora um segundo tipo de sociedade por ações existente, qual seja, a
sociedade em comandita por ações.

COLIGAÇÃO DE SOCIEDADES

De acordo com a Lei das SA´s: são coligadas as sociedades nas quais a
investidora tenha influência significativa (art. 243, §1º).

Ainda, de acordo com o Pronunciamento Contábil n. 18 do Comitê de


Pronunciamentos Contábeis:

Coligada é uma entidade, incluindo aquela não constituída sob a forma de


sociedade tal como uma parceria, sobre a qual o investidor tem influência
significativa e que não se configura como controlada ou participação em
empreendimento sob controle conjunto (joint venture).

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Art. 243, § 4º Considera-se que há influência significativa quando a investidora


detém ou exerce o poder de participar nas decisões das políticas financeira ou
operacional da investida, sem controlá-la.

Art. 243, §5º É presumida influência significativa quando a investidora for


titular de 20% (vinte por cento) ou mais do capital votante da investida, sem
controlá-la.

Para definir se uma empresa é ou não coligada precisamos verificar a existência


da “INFLUÊNCIA SIGNIFICATIVA”.

HÁ INFLUÊNCIA SIGNIFICATIVA: trata-se de coligada e deve ser usado o


método da equivalência patrimonial (estudado na disciplina de contabilidade).

NÃO HÁ INFLUÊNCIA SIGNIFICATIVA e se trata de investimento


permanente: deve ser avaliado pelo método de custo (também estudado em
contabilidade).

Devemos notar que o §5º apresenta uma presunção relativa, que admite prova
em contrário. Sobre a questão da influência nas coligadas, confira o texto do
pronunciamento CPC 18:

INFLUÊNCIA SIGNIFICATIVA

6. Se o investidor mantém direta ou indiretamente (por exemplo, por meio de


controladas), vinte por cento ou mais do poder de voto da investida, presume-
se que ele tenha influência significativa, a menos que possa ser
claramente demonstrado o contrário. Por outro lado, se o investidor detém,
direta ou indiretamente (por meio de controladas, por exemplo), menos de
vinte por cento do poder de voto da investida, presume-se que ele não
tenha influência significativa, a menos que essa influência possa ser
claramente demonstrada. A propriedade substancial ou majoritária da
investida por outro investidor não necessariamente impede que o investidor
minoritário tenha influência significativa.

7. A existência de influência significativa por investidor geralmente é


evidenciada por um ou mais das seguintes formas:

(a) representação no conselho de administração ou na diretoria da investida;


(b) participação nos processos de elaboração de políticas, inclusive em decisões
sobre dividendos e outras distribuições;
(c) operações materiais entre o investidor e a investida;
(d) intercâmbio de diretores ou gerentes; ou
(e) fornecimento de informação técnica essencial.

Considera-se controlada a sociedade na qual a controladora, diretamente ou


através de outras controladas, é titular de direitos de sócio que lhe assegurem,

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de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e o poder de


eleger a maioria dos administradores (LSA, art. 243, §5º).

Veja-se, assim, que o controle não está ligando a uma quantidade de ações que
determinada empresa possui sobre outra, mas sim ao direito de obter
preponderância nas deliberações sociais de modo permanente, elegendo,
inclusive, a maioria dos administradores.

GRUPOS SOCIETÁRIOS

A sociedade controladora e suas controladas podem constituir grupo de


sociedades, mediante convenção pela qual se obriguem a combinar recursos
ou esforços para a realização dos respectivos objetos, ou a participar de
atividades ou empreendimentos comuns (LSA, art. 265).

A sociedade controladora, ou de comando do grupo, deve ser brasileira, e


exercer, direta ou indiretamente, e de modo permanente, o controle das
sociedades filiadas, como titular de direitos de sócio ou acionista, ou mediante
acordo com outros sócios ou acionistas (LSA, art. 265, §1º).

CONSÓRCIOS

As companhias e quaisquer outras sociedades, sob o mesmo controle ou não,


podem constituir consórcio para executar determinado empreendimento (LSA,
art. 278).

O consórcio não tem personalidade jurídica e as consorciadas somente se


obrigam nas condições previstas no respectivo contrato, respondendo cada uma
por suas obrigações, sem presunção de solidariedade (LSA, art. 278, §1º).

SOCIEDADE SUBSIDIÁRIA INTEGRAL

A companhia pode ser constituída, mediante escritura pública, tendo como


único acionista sociedade brasileira (LSA, art. 251).

Trata-se, pois, a subsidiária integral de espécie de sociedade unipessoal, isto é,


que possui um único acionista.

Ainda, segundo a Lei das Sociedades por Ações:

Art. 251, § 2º A companhia pode ser convertida em subsidiária integral


mediante aquisição, por sociedade brasileira, de todas as suas ações, ou nos
termos do artigo 252.
Art. 252. A incorporação de todas as ações do capital social ao patrimônio de
outra companhia brasileira, para convertê-la em subsidiária integral, será
submetida à deliberação da assembléia-geral das duas companhias mediante
protocolo e justificação, nos termos dos artigos 224 e 225.

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SOCIEDADE DE PROPÓSITO ESPECÍFICO

A sociedade de proposito específico é uma sociedade cuja atividade é


geralmente restrita.

A sociedade de propósito específico não possui personalidade jurídica, devendo


adotar um tipo societário existente, geralmente uma S/A.

Após a Lei 11.079/2004 é comum a utilização das sociedades de propósito


específico no âmbito das parcerias público-privadas.

SOCIEDADE EM COMANDITA POR AÇÕES

Segundo a LSA:

Art. 280. A sociedade em comandita por ações terá o CAPITAL DIVIDIDO EM


AÇÕES e reger-se-á pelas normas relativas às companhias ou sociedades
anônimas, sem prejuízo das modificações constantes deste Capítulo.

As regras que se lhes aplica estão traçadas nos artigos 1.090 a 1.092 do Código
Civil, bem como nos artigos 280 a 284 da LSA, bem como as normas cabíveis
relativas às sociedades anônimas.

Sobre o nome empresarial...

Art. 1.161. A sociedade em comandita por ações pode, em lugar de firma,


adotar denominação designativa do objeto social, aditada da expressão
"comandita por ações".

Com efeito, conclui-se que a sociedade em comandita por ações pode utilizar
tanto a firma social como a denominação.

No mesmo sentido dispõe a LSA:

Art. 281. A sociedade poderá comerciar sob firma ou razão social, da qual só
farão parte os nomes dos sócios-diretores ou gerentes. Ficam ilimitada e
solidariamente responsáveis, nos termos desta Lei, pelas obrigações sociais, os
que, por seus nomes, figurarem na firma ou razão social.

Parágrafo único. A denominação ou a firma deve ser seguida das palavras


"Comandita por Ações", por extenso ou abreviadamente.

Vê-se também que só pode constar da firma, caso essa seja a opção, o nome
dos sócios diretores. E quem são os sócios diretores?

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Existem dois tipos de sócios nas sociedades em comanditas por ações: - os


sócios diretores, administradores ou gerentes; e, - não diretores.

Tal como na sociedade em comandita simples, podemos dizer que uns são
comanditados (os diretores). Os segundos, comanditários.

Se vocês se lembram, os sócios comanditados possuem responsabilidade


ilimitada pelas obrigações sociais.

Art. 282. Apenas o sócio ou acionista tem qualidade para administrar ou gerir a
sociedade, e, como diretor ou gerente, responde, subsidiária mas ilimitada e
solidariamente, pelas obrigações da sociedade.

De acordo com o CC:

Art. 1.091. Somente o acionista tem qualidade para administrar a sociedade e,


como diretor, responde subsidiária e ilimitadamente pelas obrigações da
sociedade.

§ 1o Se houver mais de um diretor, serão solidariamente responsáveis, depois


de esgotados os bens sociais.

Note-se que a responsabilidade dos sócios é subsidiária, isto é, haverá apenas


após esgotados o patrimônio da sociedade. Mas, existindo, será solidária entre
eles e ilimitada.

Os diretores ou gerentes serão nomeados, sem limitação de tempo, no estatuto


da sociedade, e somente poderão ser destituídos por deliberação de acionistas
que representem 2/3 (dois terços), no mínimo, do capital social (LSA, art. 282,
parágrafo primeiro).

O diretor ou gerente que for destituído ou se exonerar continuará responsável


pelas obrigações sociais contraídas sob sua administração (LSA, art. 282, §2º).

DISSOLUÇÃO, LIQUIDAÇÃO E EXTINÇÃO DAS SOCIEDADES

Segundo a doutrina, dois são os ritos que podem ser aplicados à dissolução das
sociedades. O primeiro é aquele utlizado para as sociedades contratuais, cujo
regramento está no Código Civil. Outro é aquele utilizado para as sociedades
estatutárias, regrado pela Lei das Sociedades por Ações.

Estudemos primeiro os dispositivos do Código Civil.

DISSOLUÇÃO, LIQUIDAÇÃO E EXTINÇÃO DAS SOCIEDADES DE ACORDO


COM O CÓDIGO CIVIL

Com fulcro no Código Civil:

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Art. 1.033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer:

I - o vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e sem oposição de


sócio, não entrar a sociedade em liquidação, caso em que se prorrogará por
tempo indeterminado;
II - o consenso unânime dos sócios;
III - a deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade de prazo
indeterminado;
IV - a falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de cento e
oitenta dias;
V - a extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar.

Caso ocorra a hipótese do inciso IV, falta de pluralidade dos sócios, pode o
sócio remanescente requerer a transformação do tipo societário para
empresário individual ou empresário individual de responsabilidade limitada,
conforme propõe o artigo 1.033, parágrafo único.

A dissolução pode se dar de modo judicial ou extrajudicial. Será judicial quando


feita através de sentenças proferida por juiz. Será extrajudicial quando
realizada através de consenso entre os sócios, fora do Poder Judiciário.

Além das hipóteses citadas acima, no artigo 1.033, a dissolução pode se dar
também de modo judicial, prevista no artigo 1.034 do Código Civil, transcrito:

Art. 1.034. A sociedade pode ser dissolvida judicialmente, a requerimento de


qualquer dos sócios, quando:

I - anulada a sua constituição;


II - exaurido o fim social, ou verificada a sua inexeqüibilidade.

Outra causa de dissolução não prevista no Código Civil é a falência da


sociedade.

Além destas, o contrato pode prever outras causas de dissolução, a serem


verificadas judicialmente quando contestadas (CC, art. 1.035).

Uma vez que tenha ocorrido qualquer das causas previstas nos artigos
precendentes, não é extinta de plano a sociedade. Nos termos do Código Civil:
Art. 1.036 Ocorrida a dissolução, cumpre aos administradores providenciar
imediatamente a investidura do liquidante, e restringir a gestão própria aos
negócios inadiáveis, vedadas novas operações, pelas quais responderão
solidária e ilimitadamente.

Assim, será nomeado um liquidante. Este liquidante dará origem ao processo de


liquidação da sociedade contratual, a fim de tornar regular a extinção.

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Se não estiver designado no contrato social, o liquidante será eleito por


deliberação dos sócios, podendo a escolha recair em pessoa estranha à
sociedade (CC, art. 1.038).

O liquidante, que não seja administrador da sociedade, investir-se-á nas


funções, averbada a sua nomeação no registro próprio (CC, art. 1.102,
parágrafo único).

A liquidação está prevista nos artigos 1.102 a 1.112 do Código.

Art. 1.103. Constituem deveres do liquidante:

I - averbar e publicar a ata, sentença ou instrumento de dissolução da


sociedade;
II - arrecadar os bens, livros e documentos da sociedade, onde quer que
estejam;
III - proceder, nos quinze dias seguintes ao da sua investidura e com a
assistência, sempre que possível, dos administradores, à elaboração do
inventário e do balanço geral do ativo e do passivo;
IV - ultimar os negócios da sociedade, realizar o ativo, pagar o passivo e
partilhar o remanescente entre os sócios ou acionistas;
V - exigir dos quotistas, quando insuficiente o ativo à solução do passivo, a
integralização de suas quotas e, se for o caso, as quantias necessárias, nos
limites da responsabilidade de cada um e proporcionalmente à respectiva
participação nas perdas, repartindo-se, entre os sócios solventes e na mesma
proporção, o devido pelo insolvente;
VI - convocar assembléia dos quotistas, cada seis meses, para apresentar
relatório e balanço do estado da liquidação, prestando conta dos atos praticados
durante o semestre, ou sempre que necessário;
VII - confessar a falência da sociedade e pedir concordata, de acordo com as
formalidades prescritas para o tipo de sociedade liquidanda;
VIII - finda a liquidação, apresentar aos sócios o relatório da liquidação e as
suas contas finais;
IX - averbar a ata da reunião ou da assembléia, ou o instrumento firmado pelos
sócios, que considerar encerrada a liquidação.

E mais. Dissolvendo-se a sociedade, deve-se averbar ao seu nome empresarial


o temor “em liquidação”, como prescreve o art. 1.103, parágrafo único do
Código Civil: Em todos os atos, documentos ou publicações, o liquidante
empregará a firma ou denominação social sempre seguida da cláusula "em
liquidação" e de sua assinatura individual, com a declaração de sua qualidade.

Compete ao liquidante representar a sociedade e praticar todos os atos


necessários à sua liquidação, inclusive alienar bens móveis ou imóveis,
transigir, receber e dar quitação (CC, art. 1.105).

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Sem estar expressamente autorizado pelo contrato social, ou pelo voto da


maioria dos sócios, não pode o liquidante gravar de ônus reais os móveis e
imóveis, contrair empréstimos, salvo quando indispensáveis ao pagamento de
obrigações inadiáveis, nem prosseguir, embora para facilitar a liquidação, na
atividade social (CC, art. 1.105, parágrafo único).

Respeitados os direitos dos credores preferenciais, pagará o liquidante as


dívidas sociais proporcionalmente, sem distinção entre vencidas e vincendas,
mas, em relação a estas, com desconto (CC, art. 1.106).

Trata-se do processo de realização do ativo e subsequente pagamento do


passivo.

Se o ativo for superior ao passivo, pode o liquidante, sob sua responsabilidade


pessoal, pagar integralmente as dívidas vencidas (CC. Art. 1.106, parágrafo
único).

Agora, restam três saídas:

1) se o ativo for superior ao passivo, há o rateio entre os sócios dos valores da


sobra;
2) se o ativo for igual ao passivo, nenhuma distribuição há que ser feita;
3) se o passivo for maior do o ativo, há que se requerer a falência da
sociedade.

Pago o passivo e partilhado o remanescente, convocará o liquidante assembléia


dos sócios para a prestação final de contas (CC, art. 1.108).

O dissidente tem o prazo de trinta dias, a contar da publicação da ata,


devidamente averbada, para promover a ação que couber (CC, art. 1109,
parágrafo único).

Aprovadas as contas, encerra-se a liquidação, e a sociedade se extingue, ao ser


averbada no registro próprio a ata da assembléia (CC, art. 1.109).

Encerrada a liquidação, o credor não satisfeito só terá direito a exigir dos


sócios, individualmente, o pagamento do seu crédito, até o limite da soma por
eles recebida em partilha, e a propor contra o liquidante ação de perdas e
danos (CC, art. 1.110).

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DISSOLUÇÃO, LIQUIDAÇÃO E EXTINÇÃO DE ACORDO COM A LEI DAS


SOCIEDADES POR AÇÕES

Segundo a Lei 6.404/76:

Art. 206. Dissolve-se a companhia:

I - de pleno direito:

a) pelo término do prazo de duração;


b) nos casos previstos no estatuto;
c) por deliberação da assembléia-geral (art. 136, X); (Redação dada pela Lei
nº 9.457, de 1997)
d) pela existência de 1 (um) único acionista, verificada em assembléia-geral
ordinária, se o mínimo de 2 (dois) não for reconstituído até à do ano seguinte,
ressalvado o disposto no artigo 251;
e) pela extinção, na forma da lei, da autorização para funcionar.

II - por decisão judicial:

a) quando anulada a sua constituição, em ação proposta por qualquer acionista;


b) quando provado que não pode preencher o seu fim, em ação proposta por
acionistas que representem 5% (cinco por cento) ou mais do capital social;
c) em caso de falência, na forma prevista na respectiva lei;

III - por decisão de autoridade administrativa competente, nos casos e na


forma previstos em lei especial.

A companhia dissolvida conserva a personalidade jurídica, até a extinção, com o


fim de proceder à liquidação (LSA, art. 207).

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No restante, o procedimento é parecido com aquele estabelecido pelo Código


Civil. Segundo a Lei:

Art. 208. Silenciando o estatuto, compete à assembléia-geral, nos casos do


número I do artigo 206, determinar o modo de liquidação e nomear o liquidante
e o conselho fiscal que devam funcionar durante o período de liquidação.

§ 1º A companhia que tiver conselho de administração poderá mantê-lo,


competindo-lhe nomear o liquidante; o funcionamento do conselho fiscal será
permanente ou a pedido de acionistas, conforme dispuser o estatuto.
§ 2º O liquidante poderá ser destituído, a qualquer tempo, pelo órgão que o
tiver nomeado.

Essa hipótese se dá quando a liquidação é extrajudicial. Todavia, se a


dissolução se der judicialmente, a liquidação também o será. Como prescreve a
LSA:

Art. 209. Além dos casos previstos no número II do artigo 206, a liquidação
será processada judicialmente:

I - a pedido de qualquer acionista, se os administradores ou a maioria de


acionistas deixarem de promover a liquidação, ou a ela se opuserem, nos casos
do número I do artigo 206;
II - a requerimento do Ministério Público, à vista de comunicação da autoridade
competente, se a companhia, nos 30 (trinta) dias subseqüentes à dissolução,
não iniciar a liquidação ou, se após iniciá-la, a interromper por mais de 15
(quinze) dias, no caso da alínea e do número I do artigo 301.

Parágrafo único. Na liquidação judicial será observado o disposto na lei


processual, devendo o liquidante ser nomeado pelo Juiz.

Ainda, conforme a LSA, artigo 210:

São deveres do liquidante:

I - arquivar e publicar a ata da assembléia-geral, ou certidão de sentença, que


tiver deliberado ou decidido a liquidação;
II - arrecadar os bens, livros e documentos da companhia, onde quer que
estejam;
III - fazer levantar de imediato, em prazo não superior ao fixado pela
assembléia-geral ou pelo juiz, o balanço patrimonial da companhia;
IV - ultimar os negócios da companhia, realizar o ativo, pagar o passivo, e
partilhar o remanescente entre os acionistas;
V - exigir dos acionistas, quando o ativo não bastar para a solução do passivo, a
integralização de suas ações;
VI - convocar a assembléia-geral, nos casos previstos em lei ou quando julgar
necessário;

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VII - confessar a falência da companhia e pedir concordata, nos casos previstos


em lei;
VIII - finda a liquidação, submeter à assembléia-geral relatório dos atos e
operações da liquidação e suas contas finais;
IX - arquivar e publicar a ata da assembléia-geral que houver encerrado a
liquidação.

Compete ao liquidante representar a companhia e praticar todos os atos


necessários à liquidação, inclusive alienar bens móveis ou imóveis, transigir,
receber e dar quitação (LSA, art. 211).

Sem expressa autorização da assembléia-geral o liquidante não poderá gravar


bens e contrair empréstimos, salvo quando indispensáveis ao pagamento de
obrigações inadiáveis, nem prosseguir, ainda que para facilitar a liquidação, na
atividade social (LSA, art. 211, parágrafo único).

Tal como no regime de dissolução e liquidação das sociedades contratuais, em


todos os atos ou operações, o liquidante deverá usar a denominação social
seguida das palavras "em liquidação" (LSA, art. 212).

Ato contínuo, deve o liquidante proceder à realização do ativo e, depois, o


pagamento do passivo. Com espeque na lei:

Art. 214. Respeitados os direitos dos credores preferenciais, o liquidante pagará


as dívidas sociais proporcionalmente e sem distinção entre vencidas e
vincendas, mas, em relação a estas, com desconto às taxas bancárias.

Parágrafo único. Se o ativo for superior ao passivo, o liquidante poderá, sob sua
responsabilidade pessoal, pagar integralmente as dívidas vencidas.

A assembléia-geral pode deliberar que antes de ultimada a liquidação, e depois


de pagos todos os credores, se façam rateios entre os acionistas, à proporção
que se forem apurando os haveres sociais (LSA, art. 215).

Pago o passivo e rateado o ativo remanescente, o liquidante convocará a


assembléia-geral para a prestação final das contas (LSA, art. 216).

Aprovadas as contas, encerra-se a liquidação e a companhia se extingue.

O acionista dissidente terá o prazo de 30 (trinta) dias, a contar da publicação da


ata, para promover a ação que lhe couber.

Encerrada a liquidação, o credor não-satisfeito só terá direito de exigir dos


acionistas, individualmente, o pagamento de seu crédito, até o limite da soma,
por eles recebida, e de propor contra o liquidante, se for o caso, ação de perdas
e danos. O acionista executado terá direito de haver dos demais a parcela que
lhes couber no crédito pago (LSA, art. 218).

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Findando, estabelece a lei que:

Art. 219. Extingue-se a companhia:

I - pelo encerramento da liquidação;


II - pela incorporação ou fusão, e pela cisão com versão de todo o patrimônio
em outras sociedades.

TEORIA DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA

Vige no direito empresarial o princípio “societas distat a singulis”, traduzindo-


se, “a sociedade tem, existência distinta de seus sócios”, tendo por
conseguinte, patrimônio, direitos e obrigações próprios, os quais não podemos
confundir com os de seus sócios.

Embora sua concepção se dê para satisfazer legítimas necessidades humanas, a


figura da pessoa jurídica fora, gradualmente, sendo desviada de sua finalidade,
possibilitando que, por detrás de sua estrutura, se escondessem pessoas e
patrimônios para fins abusivos e fraudulentos.

Com efeito, passaram os magistrados a se deparar com situações em que


considerar a autonomia da pessoa jurídica como algo inatingível significaria
prestigiar interesses ilegítimos, consagrando a fraude e o abuso de direito.

Assim, surge a desconsideração da personalidade jurídica como remédio para


evitar o uso desvirtuado das pessoas jurídicas.

Também conhecida por teoria da penetração ou teoria da superação, a


teoria, portanto, relativiza o conceito, que antes era tido como absoluto, da
pessoa jurídica e da separação patrimonial, permitindo ao juiz, e somente a
ele, penetrar o manto da personalidade para coibir os abusos ou condenar a
fraude, através de seu uso.

A desconsideração da personalidade jurídica não ataca o instituto da pessoa


jurídica, mas o mau uso que dela se faz. Não se anula, portanto, a
personalidade jurídica, mas, apenas, episodicamente, no caso concreto,
suspende-se o véu societário para, atingir os responsáveis por atos
abusivos ou fraudulentos.

A personalidade jurídica da sociedade atingida permanece intacta. Não se


anulam os efeitos de seus atos constitutivos que, apenas, perdem eficácia
temporária, episódica, no caso concreto específico.

Assim, a desconsideração da personalidade jurídica pode ser definida


como a suspensão excepcional da autonomia patrimonial da pessoa
jurídica, quando verificado o desvio da função para o qual foi criada,

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mediante fraude ou abuso de direito, penetrando-lhe a estrutura


formal, de maneira a estender os efeitos de suas obrigações à pessoa
de seus sócios ou administradores.

Não configura abuso de personalidade os atos praticados pelos administradores


fora de seus respectivos poderes, mas coesos com os fins sociais da entidade.
Neste caso, a sociedade terá de responder, mas poderá se voltar contra os seus
agentes em ação de regresso. Incabível, pois, falar-se em desconsideração da
personalidade jurídica.

A primeira manifestação legislativa expressa do direito brasileiro sobre a


desconsideração da personalidade jurídica, encontra-se no artigo. 28 do Código
de Defesa do Consumidor, que é de 1990. Dois outros diplomas específicos que
se seguiram e que também trataram do assunto, foram a lei 8884/94, que
dispõe sobre a preservação e a repressão às infrações contra a ordem
econômica, e a Lei 9.605/98, que disciplina a responsabilidade por lesões ao
meio ambiente, se inspirando no primeiro diploma.

Em 2002, o Novo Código Civil positivou a teoria da desconsideração, em seu


artigo 50, com a seguinte redação:

Art. 50 Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio


de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento
da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que
os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos
aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.

Com a positivação do tema no Código Civil, não houve revogação das demais
disposições infraconstitucionais concernentes à desconsideração da
personalidade jurídica, como o CDC.

A decisão pela desconsideração da personalidade jurídica é faculdade do juiz


nos termos do Código Civil, e mediante requerimento da parte ou do Ministério
Público quando lhe couber intervir, não sendo possível a concessão de ofício.

Repito. A desconsideração não pode ser tomada de ofício, deve haver


requerimento do Ministério Público ou da parte.

Quanto aos aspectos procedimentais, o STJ entende que é desnecessária para a


aplicação da teoria da desconsideração da personalidade jurídica a propositura
de ação autônoma.

Verificados os pressupostos de sua incidência, poderá o Juiz, incidentemente no


próprio processo de execução (singular ou coletiva), levantar o véu da
personalidade jurídica para que o ato de expropriação atinja os bens
particulares de seus sócios, de forma a impedir a concretização de fraude à lei

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ou contra terceiros (STJ, Rec. Ordinário MS n. 16.274, em 19 de agosto de


2003).

A teoria da desconsideração consiste em desconsiderar a personalidade jurídica


de uma sociedade. A FGV cobrou uma questão interessante sobre o assunto.
Senão vejamos.

(Juiz Substituto/TJ PA/FGV/2007) A teoria da desconsideração da


personalidade jurídica não pode ser invocada pelo credor de sociedades em
comum.

Poderíamos falar em desconsideração para a sociedade em comum se ela


sequer tem personalidade jurídica? Assim, o item está correto. Não se pode
invocar a desconsideração da personalidade jurídica frente à sociedade
em comum.

TEORIA MAIOR E TEORIA MENOR

Existem duas correntes para o estudo da teoria da desconsideração da


personalidade jurídica: a teoria maior e a teoria menor.

De acordo com a teoria menor a desconsideração pode existir com a


existência de mero prejuízo a credor.

Por outro lado, a teoria maior da desconsideração da personalidade jurídica,


só é cabível quando demonstrado o abuso de personalidade jurídica (através do
desvio de finalidade ou confusão patrimonial).

TEORIAS DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA!!!

Teoria menor  Mera ocorrência de prejuízo a credor! Simples insolvência.


Teoria maior (regra!)  Apenas nos casos de abuso de personalidade jurídica!

O STJ reconhece que a teoria maior é a regra em nosso ordenamento


jurídico. Repita-se: A teoria maior da desconsideração, regra geral no sistema
jurídico brasileiro, não pode ser aplicada com a mera demonstração de estar a
pessoa jurídica insolvente para o cumprimento de suas obrigações.

IMPUTAÇÃO DA TEORIA A SÓCIOS QUOTISTAS

A orientação jurisprudencial dominante em nosso país é no sentido de que os


sócios que sejam meros prestadores de capital, alheios à administração
cotidiana da empresa, não podem ser responsabilizados pelos atos que
resultem em desconsideração da personalidade jurídica.

Em lição do STF: O simples ingresso formal de alguém em determinada


sociedade civil ou mercantil, sem exercer função gerencial nem participar de

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forma efetiva na regência das atividades empresariais, não basta só por si,
especialmente quando ostente a condição de cotista minoritário, para
fundamentar qualquer juízo de culpabilidade penal, afirmou o ministro Celso de
Mello no julgamento do Habeas Corpus (HC) nº 844436-7 em 05 set. 2006.

TEORIA DA DESCONSIDERAÇÃO X IMPUTAÇÃO PELA


RESPONSABILIDADE DOS ADMINISTRADORES

É errado dizer que a desconsideração da personalidade jurídica pode ser


intentada diretamente contra os sócios/administradores que causaram prejuízo
à pessoa jurídica.

Quando os sócios ou administradores extrapolam seus poderes violando a lei ou


o contrato social, a lei lhes impõe a responsabilidade por tais atos. Entretanto,
não se cogita da desconsideração, mas de responsabilidade pessoal e direta dos
sócios. Em tal caso, há simplesmente uma questão de imputação. Quando o
diretor ou o gerente agiu com desobediência a determinadas normas legais ou
estatutárias, pode seu ato, em determinadas circunstâncias, ser inimputável à
pessoa jurídica, pois não agiu como órgão, a responsabilidade será sua, por ato
seu. Da mesma forma, quando pratique ato ilícito, doloso ou culposo,
responderá por ilícito seu, por fato próprio.

Nestes casos, a autoria do ato é imputada diretamente ao sócio ou


administrador que o executou, não havendo que se suspender, nem
momentaneamente a eficácia da autonomia patrimonial, vale dizer, a pessoa
jurídica não é obstáculo ao ressarcimento.

Aprendam! A teoria dos atos ultra vires importa na responsabilização pessoal e


direta dos sócios e administradores que agirem com excesso de poder (excesso
de mandato ou violação de lei). Difere a teoria dos atos ultra vires da
desconsideração da personalidade jurídica.

A desconsideração é a responsabilização por atos que tenha aparência de serem


atos praticados de acordo com o estatuto/contrato social, mas não são.

A teoria dos atos ultra vires é a responsabilização direta de sócio que agiu com
excesso de poder.

Desconsideração  Os atos são praticados com aparência de atos regulares.


Teoria ultra vires  Os atos são praticados com excesso de mandato ou
contra lei, extrapolando a competência de sócio/administrador.

TEORIA DA DESCONSIDERAÇÃO INDIRETA

De acordo com o Código de Defesa do Consumidor:

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Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade


quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de
poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato
social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência,
estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica
provocados por má administração.

§ 2° As sociedades integrantes dos grupos societários e as sociedades


controladas, são subsidiariamente responsáveis pelas obrigações
decorrentes deste código.

A desconsideração indireta da personalidade jurídica é aquela que ocorre


quando, diante da criação de constelações de sociedades coligadas,
controladoras e controladas, uma delas se vale dessa condição para fraudar
seus credores. A desconsideração se aplica então a toda e qualquer das
sociedades que se encontre dentro do mesmo grupo econômico, para alcançar a
efetiva fraudadora que está sendo encoberta pelas coligadas.

Vejam que os dispositivos supra não se referem à confusão patrimonial para


que a teoria da desconsideração da personalidade jurídica seja aplicada.

O Código Civil, por seu turno, propõe que “em caso de abuso de personalidade,
caracterizado, pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode
o juiz...”. Assim, o CC versa sobre a confusão patrimonial, os outros diplomas
normativos não!

Preste atenção agora! A doutrina majoritária entende que a confusão


patrimonial é algo inerente à administração de controlodoras e controladas.
Grandes autores dissertam no sentido de que tal situação é (embora
embaraçosa) inevitável.

Com efeito, para se adentrar na teoria da desconsideração da personalidade


jurídica em grupos de sociedades deve-se olhar pelo prisma do abuso de
direito. Entenderam?

Assim, por exemplo, se uma controladora conceder aval à controlada não houve
também abuso de direito, de personalidade, sendo incabível a desconsideração
da personalidade jurídica no caso.

TEORIA DA DESCONSIDERAÇÃO INVERSA

A desconsideração inversa, segundo o ilustre professor Fábio Ulhoa Coelho, é


nada mais do que o afastamento do princípio da autonomia patrimonial da
pessoa jurídica para responsabilizar a sociedade por obrigação do sócio.

Portanto:

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Desconsideração “normal”  O patrimônio do sócio é alcançado pelos “atos


da sociedade”.

Desconsideração inversa  O patrimônio da sociedade é alcançado pelos


atos do sócio.

A desconsideração inversa é utilizada, por exemplo, pela Lei 8.429/92, que


proíbe de contratar com o Poder Público as sociedades cujos sócios tenham
incidido em ato de improbidade adminsitrativa.

TEORIA DA DESCONSIDERAÇÃO X DESPERSONIFICAÇÃO DA


SOCIEDADE

Dissemos que, na desconsideração, a personalidade jurídica da sociedade


atingida permanece intacta. Não se anula os efeitos de seus atos constitutivos
que, apenas, perdem eficácia temporária, episódica, no caso concreto. Não
confundamos a desconsideração da personalidade com a despersonificação. A
despersonificação é a anulação definitiva da personalidade jurídica. Já a
desconsideração é apenas a retirada momentânea da eficácia da personalidade
jurídica.

APLICAÇÃO DA DESCONSIDERAÇÃO SEGUNDO FÁBIO ULHOA COELHO

A desconsideração da personalidade jurídica, para Fábio Ulhoa Coelho,


prescinde de previsão legal para poder ser determinada. Entende o
doutrinador que a aplicação da Teoria da Desconsideração da Personalidade
Jurídica, a bem da verdade, independe de previsão legal.

Em qualquer hipótese, mesmo naquelas não abrangidas pelos dispositivos de


leis que se reportam ao tema, está o juiz autorizado a ignorar a autonomia
patrimonial da pessoa jurídica sempre que ela for fraudulentamente manipulada
para frustar interesse legítimo do credor.

Por outro lado, não pode o juiz afastar-se dos requisitos indispensáveis para a
desconsideração, desprezando a pessoa jurídica apenas em função do
desatendimento de um ou mais credores da sociedade. A melhor interpretação
dos artigos de lei que dispõem acerca da desconsideração é a que prestigia a
contribuição doutrinária, respeita o instituto da pessoa jurídica, reconhece a sua
importância para o desenvolvimento das atividades econômicas e apenas
admite a superação do princípio da autonomia patrimonial quando necessário à
repressão de fraudes e à coibição do mau uso da forma da pessoa jurídica.

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QUESTÕES COMENTADAS

1. (FUNIVERSA/Analista/Área Jurídica/APEX/2006) A superação ou


desconsideração da personalidade jurídica:

(A) não é aceita em nosso Direito.


(B) é aceita e aplicável nos casos de responsabilidade penal, e não nos de
responsabilidade civil dos dirigentes.
(C) tem aplicação restrita às relações de consumo.
(D) não tem aplicação em sociedades anônimas.
(E) foi desenvolvida pela jurisprudência e já se encontra incorporada em nosso
Direito, tendo como pressuposto a fraude e o abuso de direito.

Comentários

A desconsideração da personalidade jurídica pode ser definida como a


suspensão excepcional da autonomia patrimonial da pessoa jurídica,
quando verificado o desvio da função para o qual foi criada, mediante
fraude ou abuso de direito, penetrando-lhe a estrutura formal, de
maneira a estender os efeitos de suas obrigações à pessoa de seus
sócios ou administradores.

A primeira manifestação legislativa expressa do direito brasileiro sobre a


desconsideração da personalidade jurídica, encontra-se no artigo. 28 do Código
de Defesa do Consumidor, que é de 1990. Dois outros diplomas específicos que
se seguiram e que também trataram do assunto, foram a lei 8884/94, que
dispõe sobre a preservação e a repressão às infrações contra a ordem
econômica, e a Lei 9.605/98, que disciplina a responsabilidade por lesões ao
meio ambiente, se inspirando no primeiro diploma.

Em 2002, o Novo Código Civil positivou a teoria da desconsideração, em seu


artigo 50, com a seguinte redação:

Art. 50 Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio


de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento
da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que
os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos
aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.

Com a positivação do tema no Código Civil, não houve revogação das demais
disposições infraconstitucionais concernentes à desconsideração da
personalidade jurídica, como o CDC.

Portanto, o gabarito é a letra e. A desconsideração foi inicialmente concebida


pela jurisprudência, sendo, posteriormente, absorvida pela legislação pátria.

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Gabarito  E.

2. (FUNIVERSA/Perito Criminal/PC DF/2008) A Lei nº. 10.406 dispõe


sobre as diversas formas jurídicas das sociedades. Analise as afirmativas
relacionadas às principais características de sociedades empresariais e assinale
alternativa correta.

I - Na sociedade em comandita simples, a responsabilidade dos sócios é


ilimitada para todos os sócios, e o nome da sociedade poderá ser definido por
razão social ou denominação social.
II - Na sociedade em nome coletivo, a responsabilidade dos sócios é ilimitada
para todos os sócios, e o nome dá sociedade deverá ser definido por razão
social.
III - Na sociedade em comandita por ações, responsabilidade dos sócios é
ilimitada para todos os sócios e o nome da sociedade poderá ser definido por
razão social ou denominação social.
IV - Na sociedade limitada, a responsabilidade dos sócios limitada ao capital
subscrito, e o nome da sociedade poder ser definido por razão social ou
denominação social.

a) Todas as afirmativas estão erradas.


b) Há apenas uma afirmativa certa.
c) Há apenas duas afirmativas certas.
d) Há apenas três afirmativas certas.
e) Todas as afirmativas estão certas.

Comentários

Comentemos item a item...

I - Na sociedade em comandita simples, a responsabilidade dos sócios é


ilimitada para todos os sócios, e o nome da sociedade poderá ser
definido por razão social ou denominação social.

Segundo o Código Civil:

Art. 1.045. Na sociedade em comandita simples tomam parte sócios de duas


categorias: os comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e
ilimitadamente pelas obrigações sociais; e os comanditários, obrigados
somente pelo valor de sua quota.

Ademais, o nome somente pode ser razão social e a firma ou razão social da
sociedade somente pode conter nomes de sócios comanditados, sendo que a
presença do nome de sócio comanditário faz presumi-lo comanditado, passando
a responder de forma ilimitada. É essa a conclusão à luz do art. 1.157 do CC:

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Art. 1.157. A sociedade em que houver sócios de responsabilidade ilimitada


operará sob firma, na qual somente os nomes daqueles poderão figurar,
bastando para formá-la aditar ao nome de um deles a expressão "e companhia"
ou sua abreviatura.

Item incorreto.

II - Na sociedade em nome coletivo, a responsabilidade dos sócios é


ilimitada para todos os sócios, e o nome dá sociedade deverá ser
definido por razão social.

A principal característica da sociedade em nome coletivo é a responsabilidade


ilimitada dos sócios que a compõem. Explique-se melhor este ponto.

Primeiro, a responsabilidade sobre os sócios recai, obviamente, somente depois


de esgotados os meios de cobrança do capital social, isto é, do patrimônio
social.

Segundo, o contrato social pode (segundo o artigo 1.039, parágrafo único)


limitar a responsabilidade de cada um. Essa limitação, contudo, só será válida
para a relação entre os sócios.

Os sócios continuarão a responder ilimitadamente perante terceiros, sendo que


a limitação da responsabilidade será apurada em eventual ação de regresso.

Essa é a inteligência do artigo 1.039 do Código Civil, que passamos:

Art. 1.039. Somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em nome
coletivo, respondendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas
obrigações sociais.

Parágrafo único. Sem prejuízo da responsabilidade perante terceiros, podem os


sócios, no ato constitutivo, ou por unânime convenção posterior, limitar entre si
a responsabilidade de cada um.

O nome empresarial da sociedade em nome coletivo deverá ser a firma ou


razão social, contendo o nome de ao menos um dos sócios, seguido da
expressão “& Companhia” ao final.

Item correto.

III - Na sociedade em comandita por ações, responsabilidade dos


sócios é ilimitada para todos os sócios e o nome da sociedade poderá
ser definido por razão social ou denominação social.

Na sociedade em comandita por ações o capital social é dividido em ações, e os


acionistas respondem apenas pelo valor delas subscritas ou adquiridas.

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Contudo, os administradores (diretores) possuem responsabilidade subsidiária,


ilimitada e solidária, em razão das obrigações sociais.

Sobre o nome empresarial...

Art. 1.161. A sociedade em comandita por ações pode, em lugar de firma,


adotar denominação designativa do objeto social, aditada da expressão
"comandita por ações".

Com efeito, conclui-se que a sociedade em comandita por ações pode utilizar
tanto a firma social como a denominação.

Item incorreto.

IV - Na sociedade limitada, a responsabilidade dos sócios limitada ao


capital subscrito, e o nome da sociedade poder ser definido por razão
social ou denominação social.

Segundo o Código Civil...

Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao


valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização
do capital social.

Portanto, a responsabilidade se limita ao valor das quotas, mas há


responsabilidade solidária pela integralização.

Item incorreto.

Gabarito  B.

3. (FGV/Auditor Fiscal/ICMS RJ/2010) Com relação à constituição das


sociedades anônimas, analise as afirmativas a seguir.

I. Para a validade da constituição da sociedade anônima, são necessários, no


mínimo, sete subscritores iniciais de todas as ações em que se divide o capital
social fixado no estatuto.
II. Para a constituição por subscrição pública, é necessário o prévio pedido de
registro da emissão de ações na Comissão de Valores Mobiliários, assinado pelo
fundador e por uma instituição financeira intermediária.
III. É possível a constituição de uma companhia fechada por meio de escritura
pública lavrada em cartório de notas.

Assinale:

(A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

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(B) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.


(C) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(D) se somente a afirmativa II estiver correta.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Comentários:

Comentemos item a item...

I. Para a validade da constituição da sociedade anônima, são


necessários, no mínimo, sete subscritores iniciais de todas as ações em
que se divide o capital social fixado no estatuto.

Conforme dissemos, segundo a LSA:

Art. 80. A constituição da companhia depende do cumprimento dos seguintes


requisitos preliminares:

I - subscrição, pelo menos por 2 (duas) pessoas, de todas as ações em que se


divide o capital social fixado no estatuto;

Item, portanto, incorreto.

II. Para a constituição por subscrição pública, é necessário o prévio


pedido de registro da emissão de ações na Comissão de Valores
Mobiliários, assinado pelo fundador e por uma instituição financeira
intermediária.

O item está correto. Segundo o artigo 82 da LSA:

Art. 82. A constituição de companhia por subscrição pública depende do prévio


registro da emissão na Comissão de Valores Mobiliários, e a subscrição somente
poderá ser efetuada com a intermediação de instituição financeira.

Passemos, por fim, ao item III.

III. É possível a constituição de uma companhia fechada por meio de


escritura pública lavrada em cartório de notas.

O item está correto. Vimos que a companhia pode ser constituída por escritura
particular ou pública. Segunda a Lei 6.404/76:

Art. 88. A constituição da companhia por subscrição particular do capital pode


fazer-se por deliberação dos subscritores em assembléia-geral ou por escritura
pública, considerando-se fundadores todos os subscritores.

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§ 2º Preferida a escritura pública, será ela assinada por todos os subscritores, e


conterá:

a) a qualificação dos subscritores, nos termos do artigo 85;


b) o estatuto da companhia;
c) a relação das ações tomadas pelos subscritores e a importância das entradas
pagas;
d) a transcrição do recibo do depósito referido no número III do artigo 80;
e) a transcrição do laudo de avaliação dos peritos, caso tenha havido subscrição
do capital social em bens (artigo 8°);
f) a nomeação dos primeiros administradores e, quando for o caso, dos fiscais.

Gabarito  C.

4. (FGV/Auditor Fiscal/ICMS RJ/2009) A respeito das operações de


reestruturação societária, assinale a afirmativa incorreta.

(A) Na operação de incorporação, uma sociedade é absorvida por outra, que lhe
sucede em todos os seus direitos e obrigações.
(B) Na operação de incorporação de ações, uma sociedade incorpora todas as
ações do capital social de outra sociedade transformando-a em sociedade
unipessoal, denominada no direito brasileiro de subsidiária integral.
(C) Na operação de fusão, duas companhias fundem os seus patrimônios,
formando uma nova sociedade que lhes sucederá em todos os direitos e
obrigações.
(D) Na operação de cisão parcial, a companhia transfere parcela do seu
patrimônio para outra sociedade, constituída ou já existente, dividindo-se o seu
capital social.
(E) Na operação de aquisição do poder de controle acionário, uma pessoa, física
ou jurídica, adquire ações representativas de 50% ou mais do capital votante
de uma companhia.

Comentários

Analisemos item a item...

(A) Na operação de incorporação, uma sociedade é absorvida por outra,


que lhe sucede em todos os seus direitos e obrigações.

O item está correto. A incorporação é a operação pela qual uma ou mais


sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e
obrigações (LSA, art. 227). Há extinção da sociedade incorporada. Entretanto, a
incorporadora continua no mundo jurídico.

(B) Na operação de incorporação de ações, uma sociedade incorpora


todas as ações do capital social de outra sociedade transformando-a em

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sociedade unipessoal, denominada no direito brasileiro de subsidiária


integral.

Dissemos que a subsidiária integral é aquela constituída, mediante escritura


pública, tendo como único acionista sociedade brasileira (LSA, art. 251).

Ainda, segundo a Lei das Sociedades por Ações:

Art. 251, § 2º A companhia pode ser convertida em subsidiária integral


mediante aquisição, por sociedade brasileira, de todas as suas ações, ou nos
termos do artigo 252.
Art. 252. A incorporação de todas as ações do capital social ao patrimônio de
outra companhia brasileira, para convertê-la em subsidiária integral, será
submetida à deliberação da assembléia-geral das duas companhias mediante
protocolo e justificação, nos termos dos artigos 224 e 225.

Item, pois, correto.

(C) Na operação de fusão, duas companhias fundem os seus


patrimônios, formando uma nova sociedade que lhes sucederá em
todos os direitos e obrigações.

Art. 228. A fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para
formar sociedade nova, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações.

Gabarito, portanto, correto.

(D) Na operação de cisão parcial, a companhia transfere parcela do seu


patrimônio para outra sociedade, constituída ou já existente, dividindo-
se o seu capital social.

A cisão é a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu


patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já
existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de todo o seu
patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão (LSA, art. 229).

Item correto.

(E) Na operação de aquisição do poder de controle acionário, uma


pessoa, física ou jurídica, adquire ações representativas de 50% ou
mais do capital votante de uma companhia.

O item está incorreto.

Considera-se controlada a sociedade na qual a controladora, diretamente ou


através de outras controladas, é titular de direitos de sócio que lhe assegurem,

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de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e o poder de


eleger a maioria dos administradores (LSA, art. 243, §5º).

Veja-se, assim, que o controle não está ligando a uma quantidade de ações que
determinada empresa possui sobre outra, mas sim ao direito de obter
preponderância nas deliberações sociais de modo permanente, elegendo,
inclusive, a maioria dos administradores.

Gabarito  E.

5. (FGV/Auditor Fiscal/ICMS RJ/2009) Com relação à desconsideração da


personalidade jurídica, assinale a alternativa correta.

(A) Implica a extinção da pessoa jurídica.


(B) Constitui uma construção jurisprudencial que nunca encontrou positivação
na legislação nacional.
(C) Implica que obrigações da sociedade sejam estendidas aos bens
particulares dos administradores e sócios e está prevista apenas no Código
Civil.
(D) Implica que obrigações da sociedade sejam estendidas aos bens
particulares dos administradores e sócios e está prevista, no sistema jurídico
brasileiro, apenas no Código Civil e no Código de Defesa do Consumidor.
(E) Implica que obrigações da sociedade sejam estendidas aos bens particulares
dos administradores e sócios e está prevista, no sistema jurídico brasileiro, no
Código Civil, no Código de Defesa do Consumidor e na Lei 8.884/94 (Lei de
Defesa da Concorrência).

Comentários

A letra a está incorreta, haja vista que a desconsideração não implica a extinção
da pessoa jurídica.

A letra b está incorreta, posto que tem sua normatização prevista no Código
civil e em diversas leis esparsas no ordenamento brasileiro.

A letra c está incorreta, pois está prevista também em outros instrumentos


legais, como o Código de Defesa do Consumidor e a Lei 8.884/94, que dispõe
sobre o CADE e sobre os crimes de infração à ordem econômica.

A letra d está incorreta, pelo mesmo motivo citado na letra c.

A letra e é o gabarito.

Gabarito  E.

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6. (FGV/Auditor Fiscal/ICMS RJ/2009) A respeito da estrutura de


administração das sociedades por ações, é correto afirmar que:

(A) é obrigatório que as sociedades por ações sempre tenham administração


dual, isto é, tenham um Conselho de Administração e uma diretoria.
(B) o Conselho de Administração é obrigatório apenas em sociedade por ações
de capital aberto, em sociedades de economia mista e de capital autorizado.
(C) é vedada a criação de qualquer outro órgão da sociedade ou comitê, ainda
que com funções meramente consultivas, diferente dos órgãos previstos em lei,
isto é, Conselho de Administração e Diretoria.
(D) os membros do Conselho de Administração podem, eventualmente,
representar a companhia perante terceiros.
(E) quando a sociedade por ações possuir Conselho de Administração, os
membros da Diretoria, antes de realizar qualquer negócio relevante para a
companhia, devem ter o aval do órgão colegiado.

Comentários

(A) Incorreta. A legislação acionária permite que o empresário estruture a sua


administração da forma que melhor lhe convenha, estabelecendo se haverá
Conselho de Administração e Diretoria ou apenas Diretoria, nos termos do art.
138 da Lei 6.404/76. Somente nas sociedades abertas, de economia mista e de
capital autorizado é obrigatória a administração dual, nos termos dos artigos
138, §2º. e 239 da Lei das S.A.

(B) Correta. Esta alternativa espelha exatamente o previsto nos artigos 138, §
2º. e 239 da Lei 6.404/76.

O conselho de administração é órgão colegiado de existência facultativa


nas sociedades anônimas fechadas, conforme se deflui da interpretação a
contrario sensu do artigo 138, §2º, da LSA.

Obrigatório: cias abertas, sem, capital


Conselho de autorizado
Administraçã
Facultativo: cias fechadas
o

(C) Incorreta. É possível a criação de outros órgãos pelo estatuto social, que
terão função técnica ou destinados a aconselhar os administradores, conforme o
disposto no artigo 160 da Lei 6.404/76, cuja transcrição se segue:

Art. 160. As normas desta Seção aplicam-se aos membros de quaisquer órgãos,
criados pelo estatuto, com funções técnicas ou destinados a aconselhar os
administradores.

(D) Incorreta. O Conselho de Administração é órgão colegiado e deliberativo,


não podendo ter atividade de representar a companhia. A representação da

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sociedade compete privativamente aos diretores, nos termos do artigo 138, § 1


da Lei 6.404/76.

Representação da Diretores (COMP. PRIVATIVA)

(E) Incorreta. A competência do Conselho de Administração está fixada no


artigo 142 da Lei das S.A. Esse artigo tem caído em prova. O estatuto social
pode, entretanto, exigir que este órgão colegiado manifeste-se previamente
sobre alguns atos ou contratos da companhia.

Vamos dar uma olhada no artigo 142:

Art. 142. Compete ao conselho de administração:


I - fixar a orientação geral dos negócios da companhia;
II - eleger e destituir os diretores da companhia e fixar-lhes as atribuições,
observado o que a respeito dispuser o estatuto;
III - fiscalizar a gestão dos diretores, examinar, a qualquer tempo, os livros e
papéis da companhia, solicitar informações sobre contratos celebrados ou em
via de celebração, e quaisquer outros atos;
IV - convocar a assembléia-geral quando julgar conveniente, ou no caso do
artigo 132;
V - manifestar-se sobre o relatório da administração e as contas da diretoria;
VI - manifestar-se previamente sobre atos ou contratos, quando o estatuto
assim o exigir;
VII - deliberar, quando autorizado pelo estatuto, sobre a emissão de ações ou
de bônus de subscrição;
VIII – autorizar, se o estatuto não dispuser em contrário, a alienação de bens
do ativo não circulante, a constituição de ônus reais e a prestação de garantias
a obrigações de terceiros; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
IX - escolher e destituir os auditores independentes, se houver.

Gabarito  B.

7. (FCC/Juiz de Direito/TJ/PE/2013) Nas sociedades por ações,

a) qualquer que seja o objeto, a companhia é mercantil e se rege pelas leis e


usos do comércio; poderá ter por objeto participar de outras sociedades,
mesmo que a participação não seja prevista estatutariamente, como meio de
realizar o objeto social ou para beneficiar-se de incentivos fiscais.
b) o administrador é objetivamente responsável pelas obrigações que contrair
em nome da sociedade, ainda que em virtude de ato regular de gestão, em
razão do risco decorrente de sua atividade.

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c) o prazo de gestão é livre, podendo o estatuto limitá-lo a cinco anos, e


vedado aos membros do Conselho de Administração serem eleitos para cargos
de direção da companhia.
d) o estatuto da companhia fixará o valor do capital social, expresso em moeda
nacional e formado exclusivamente com contribuições em dinheiro.
e) a administração da companhia caberá exclusivamente à diretoria, cabendo
ao Conselho de Administração, de existência obrigatória, poderes consultivos e
fiscalizatórios.

Comentários

Vejamos item a item...

a) qualquer que seja o objeto, a companhia é mercantil e se rege pelas


leis e usos do comércio; poderá ter por objeto participar de outras
sociedades, mesmo que a participação não seja prevista
estatutariamente, como meio de realizar o objeto social ou para
beneficiar-se de incentivos fiscais.

A resposta para este item está no artigo 2º da Lei das Sociedades por Ações:

Art. 2º Pode ser objeto da companhia qualquer empresa de fim lucrativo, não
contrário à lei, à ordem pública e aos bons costumes.

§ 1º Qualquer que seja o objeto, a companhia é mercantil e se rege


pelas leis e usos do comércio.
§ 2º O estatuto social definirá o objeto de modo preciso e completo.
§ 3º A companhia pode ter por objeto participar de outras sociedades;
ainda que não prevista no estatuto, a participação é facultada como
meio de realizar o objeto social, ou para beneficiar-se de incentivos
fiscais.

Este é, pois, o nosso gabarito.

b) o administrador é objetivamente responsável pelas obrigações que


contrair em nome da sociedade, ainda que em virtude de ato regular de
gestão, em razão do risco decorrente de sua atividade.

Este item está incorreto. Vejam o que prega a Lei 6.404/76:

Art. 158. O administrador não é pessoalmente responsável pelas


obrigações que contrair em nome da sociedade e em virtude de ato
regular de gestão; responde, porém, civilmente, pelos prejuízos que causar,
quando proceder:

I - dentro de suas atribuições ou poderes, com culpa ou dolo;


II - com violação da lei ou do estatuto.

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c) o prazo de gestão é livre, podendo o estatuto limitá-lo a cinco anos, e


vedado aos membros do Conselho de Administração serem eleitos para
cargos de direção da companhia.

Segundo a Lei 6.404/76:

Art. 140. O conselho de administração será composto por, no mínimo, 3 (três)


membros, eleitos pela assembléia-geral e por ela destituíveis a qualquer tempo,
devendo o estatuto estabelecer:

I - o número de conselheiros, ou o máximo e mínimo permitidos, e o processo


de escolha e substituição do presidente do conselho pela assembléia ou pelo
próprio conselho; (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
II - o modo de substituição dos conselheiros;
III - o prazo de gestão, que não poderá ser superior a 3 (três) anos,
permitida a reeleição;

Item, portanto, incorreto.

d) o estatuto da companhia fixará o valor do capital social, expresso em


moeda nacional e formado exclusivamente com contribuições em
dinheiro.

O item está incorreto. Segundo a Lei das Sociedades por Ações:

Art. 7º O capital social poderá ser formado com contribuições em dinheiro ou


em qualquer espécie de bens suscetíveis de avaliação em dinheiro.
e) a administração da companhia caberá exclusivamente à diretoria,
cabendo ao Conselho de Administração, de existência obrigatória,
poderes consultivos e fiscalizatórios.

Item incorreto. Conforme dissemos:

Art. 138. A administração da companhia competirá, conforme dispuser o


estatuto, ao conselho de administração e à diretoria, ou somente à diretoria.

§ 2º As companhias abertas e as de capital autorizado terão, obrigatoriamente,


conselho de administração.

Gabarito  A.

8. (FCC/Agente Fiscal de Rendas/ICMS SP/2006) A sociedade


denominada "Companhia Paulistana de Açúcar" foi constituída tendo como
acionistas Caio, Simplício e Túlio, com capital todo dividido em ações ordinárias.
Apesar de Túlio ter subscrito ações representativas de 10% (dez por cento) do

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capital, nunca as integralizou. Caio e Simplício integravam o bloco de controle


da sociedade e Caio, na qualidade de Diretor-Presidente, praticou atos
fraudulentos que ensejaram a desconsideração da personalidade jurídica da
sociedade, no curso de execução singular de duplicata mercantil. Nesta
execução, Túlio:

a) poderá ser responsabilizado pelos débitos sociais, porque não integralizou


suas ações.
b) poderá ser responsabilizado pelos débitos sociais, pela aplicação da teoria da
desconsideração da personalidade jurídica.
c) poderá ser responsabilizado pelos débitos sociais, por força da
responsabilidade do acionista decorrente da disciplina própria das sociedades
anônimas.
d) poderá ser responsabilizado pelos débitos sociais, porque é titular de ações
ordinárias.
e) não poderá ser responsabilizado pelos débitos sociais.

Comentários

Na sociedade anônima ou companhia, o capital divide-se em ações, obrigando-


se cada sócio ou acionista somente pelo preço de emissão das ações que
subscrever ou adquirir (LSA, art. 1º).

O acionista controlador responde pelos danos causados por atos praticados com
abuso de poder (LSA, art. 117).

Portanto, essa responsabilidade é pessoal, não podendo ser Túlio chamado ao


feito para responder juntamente daqueles que agiram de má-fé.

Gabarito  E.

9. (FCC/Analista de Controle Externo/TCE/PR/2011) As companhias de


economia mista

a) terão personalidade de direito público ou de direito privado, consoante a lei


que as instituir.
b) não necessitam de Conselho Fiscal permanente, uma vez que se encontram
sob fiscalização dos Tribunais de Contas.
c) não se sujeitam a quaisquer normas expedidas pela Comissão de Valores
Mobiliários.
d) terão obrigatoriamente Conselho de Administração, assegurado à minoria o
direito de eleger pelo menos um dos conselheiros.
e) não precisam ter Conselho de Administração, mas é obrigatório o Conselho
Fiscal.

Comentários

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A letra a erra, já que a sociedade de economia mista tem personalidade jurídica


de direito privado e, conforme os estudos de direito administrativo, não são
instituídas por lei, mas apenas tema sua instituição autorizada por lei.

A letra b está incorreta. Segundo a Lei 6.404/76:

Art. 240. O funcionamento do conselho fiscal será permanente nas companhias


de economia mista; um dos seus membros, e respectivo suplente, será eleito
pelas ações ordinárias minoritárias e outro pelas ações preferenciais, se houver.

A letra c também é errônea. Nos termos da LSA:

Art. 240. § 1º As companhias abertas de economia mista estão também


sujeitas às normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários.

A letra d, por fim, é o nosso gabarito. Com fulcro no artigo 239 da LSA:

Art. 239. As companhias de economia mista terão obrigatoriamente Conselho


de Administração, assegurado à minoria o direito de eleger um dos
conselheiros, se maior número não lhes couber pelo processo de voto múltiplo.

A letra e está incorreta, pois vai na contramão do que propõe a letra d.

Gabarito  D.

10. (FCC/Auditor Fiscal de Tributos Estaduais Rondônia/2010) Não se


inclui na competência do Conselho de Administração, dentre outras atribuições:

a) Convocar a Assembleia Geral


b) Fixar a orientação geral para negócios sociais.
c) Suspensão de direitos dos acionistas.
d) Escolher e destituir os auditores independentes, se houver.
e) Eleger e destituir os membros da diretoria.

Comentários

Essa é a típica questão maldosa. Cobrar questões que exijam que o candidato
decore artigo com 10 incisos é nivelar extremamente por baixo. Não temos o
que fazer, vamos lá...

A) Incorreto. É competência do Conselho de Administração convocar a


assembléia-geral quando julgar conveniente, ou para os casos do artigo 132,
quais sejam, tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar as
demonstrações financeiras; deliberar sobre a destinação do lucro líquido do
exercício e a distribuição de dividendos; eleger os administradores e os

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membros do conselho fiscal, quando for o caso; aprovar a correção da


expressão monetária do capital social (artigo 167).

B) Incorreto. É competência do Conselho de Administração fixar a orientação


geral dos negócios da companhia.

C) Correto. É esse, portanto, o gabarito da questão. A suspensão de direito dos


acionistas é deliberada pela assembléia-geral, como se extrai da leitura do
seguinte artigo:

Art. 120. A assembléia-geral poderá suspender o exercício dos direitos do


acionista que deixar de cumprir obrigação imposta pela lei ou pelo estatuto,
cessando a suspensão logo que cumprida a obrigação.

D) Incorreto. É competência do Conselho de Administração escolher e destituir


os auditores independentes, se houver.

E) Incorreto. É competência do Conselho de Administração eleger e destituir os


diretores da companhia e fixar-lhes as atribuições, observado o que a respeito
dispuser o estatuto.

Gabarito  C.

11. (FCC/Procurador/Banco Central/2006) O capital da Companhia


Brasileira de Tecidos (CBT) é dividido igualmente em ações ordinárias e ações
preferenciais sem direito de voto. O estatuto prevê a existência de Conselho
Fiscal, mas seu funcionamento não é permanente. Por sua vez, Caio é acionista,
titular de ações representativas de 5% (cinco por cento) do capital da CBT,
todas elas ordinárias, e deseja que a companhia instale o Conselho Fiscal. Para
atingir esse intento, Caio poderá:

a) convocar a Assembléia Geral para a instalação do Conselho Fiscal, em nome


próprio e sem formalidades prévias, quando então será feita a eleição dos
membros desse órgão.
b) propor a instalação do Conselho Fiscal em qualquer Assembléia Geral da qual
participe, ainda que o assunto não conste da ordem do dia.
c) requerer aos administradores, necessariamente em conjunto com outros
acionistas que representem ao menos 5% (cinco por cento) do capital, a
convocação de Assembléia Geral para deliberar sobre o assunto.
d) requerer aos administradores que convoquem a Assembléia Geral para tanto,
a qual, se instalada, ensejará a imediata tomada dessa providência, sem
necessidade de requerimento dos acionistas presentes.
e) requerer aos administradores a instalação do Conselho Fiscal, competindo a
estes deliberar pela instalação, ouvido o Conselho de Administração, se
existente.

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Comentários

Questão interessante. Sua resposta pode ser encontrada na Lei das Sociedades
por Ações, que propõe:

Art. 161 § 2º. O Conselho Fiscal, quando o funcionamento não for permanente,
será instalado pela assembléia geral a pedido de acionistas que representem,
no mínimo, um décimo das ações com direito a voto, ou 5% (cinco por cento)
das ações sem direito a voto, e cada período de seu funcionamento terminará
na primeira assembléia geral ordinária após a sua instalação.

(...)

§ 3º. O pedido de funcionamento do Conselho Fiscal, ainda que a matéria não


conste do anúncio de convocação, poderá ser formulado em qualquer
assembléia geral que elegerá os seus membros.

Gabarito, portanto, letra b.

Gabarito  B.

12. (FCC/Titular de Serviços Notariais/AP/2011) Nas sociedades


anônimas, é considerado controlador aquele que:

a) faz o poder de voto de suas ações prevalecer, de maneira permanente, nas


deliberações sociais e nas eleições de administradores, orientando os negócios
da companhia.
b) possui mais de 75% das ações com direito a voto.
c) é titular de mais de 50% do capital social da companhia e tenha integralizado
sua participação tempestivamente, nos termos do quanto definido no estatuto
social.
d) tem o poder de assinar contratos e celebrar negócios em nome da
companhia, individualmente.
e) o estatuto social nomeie como controlador, a partir do momento em que
tiver sido assinado o termo de compromisso respectivo.

Comentários

Segundo a Lei 6.404/76:

Art. 116. Entende-se por acionista controlador a pessoa, natural ou jurídica, ou


o grupo de pessoas vinculadas por acordo de voto, ou sob controle comum,
que:

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a) é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, a


maioria dos votos nas deliberações da assembléia-geral e o poder de eleger a
maioria dos administradores da companhia; e
b) usa efetivamente seu poder para dirigir as atividades sociais e orientar o
funcionamento dos órgãos da companhia.

Gabarito  A.

13. (ESAF/Analista de Finanças e Controle/AFC/CGU/2012) A propósito


de diretores, conselheiros e administradores das sociedades anônimas, marque
a assertiva incorreta.

a) É vedado ao administrador praticar ato de liberalidade à custa da companhia.


b) A assembleia geral fixará o montante global ou individual da remuneração
dos administradores.
c) Poderão ser eleitos membros dos órgãos de administração pessoas naturais,
devendo os membros do conselho de administração ser acionistas.
d) São inelegíveis para os cargos de administração da companhia pessoas
condenadas por crime falimentar.
e) Os membros do conselho de administração, até o máximo de um terço,
poderão ser eleitos para cargos de diretores.

Comentários

O item a está correto. Segundo a LSA:

Art. 154. § 2° É vedado ao administrador:


a) praticar ato de liberalidade à custa da companhia;

O item b também está correto. Com fulcro na Lei 6.404:

Art. 152. A assembléia-geral fixará o montante global ou individual da


remuneração dos administradores, inclusive benefícios de qualquer natureza e
verbas de representação, tendo em conta suas responsabilidades, o tempo
dedicado às suas funções, sua competência e reputação profissional e o valor
dos seus serviços no mercado. (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997).

A letra c é nosso gabarito e está incorreta.

Poderão ser eleitos para membros dos órgãos de administração pessoas


naturais, devendo os membros do conselho de administração ser acionistas e os
diretores residentes no País, acionistas ou não (LSA, art. 146).

O estatuto poderá prever a participação no conselho de administração de


representantes dos empregados, escolhidos pelo voto destes, em eleição direta,
organizada pela empresa, em conjunto com as entidades sindicais que os

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representem (LSA, art. 140, parágrafo único). Frise-se que esses empregados
podem não ser acionistas da sociedade. Questão difícil!

A letra d está correta.

São inelegíveis para os cargos de administração da companhia as pessoas


impedidas por lei especial, ou condenadas por crime falimentar, de
prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato, contra a economia
popular, a fé pública ou a propriedade, ou a pena criminal que vede, ainda que
temporariamente, o acesso a cargos públicos. São ainda inelegíveis para os
cargos de administração de companhia aberta as pessoas declaradas
inabilitadas por ato da Comissão de Valores Mobiliários. Essas disposições são
constantes do artigo 147, §1º e §2º da LSA.

A letra e, por fim, está correta.

Os membros do conselho de administração, até o máximo de 1/3 (um terço),


poderão ser eleitos para cargos de diretores (LSA, art. 143, §1º).

Gabarito  C.

14. (FCC/Procurador/PGE/SP/2009) São características da sociedade


anônima:

a) limitação da responsabilidade pessoal dos acionistas, igualdade de


tratamento entre os acionistas, e gestão profissional.
b) capital dividido em ações circuláveis, limitação da responsabilidade pessoal
dos acionistas, e pagamento de dividendo mínimo por conta dos lucros
apurados no exercício social.
c) impossibilidade de integralização do capital em bens ou serviços, dissociação
entre propriedade acionária e gestão, e possibilidade de emissão de debêntures.
d) arquivamento dos atos constitutivos no Registro Público de Empresas,
exigência de capital mínimo, e existência obrigatória do conselho de
administração com poderes para eleger e destituir os diretores.
e) direito de voto na assembleia geral proporcional à participação no capital
social, publicação das demonstrações financeiras na imprensa oficial, e garantia
de participação dos acionistas minoritários na gestão da companhia.

Comentários

Cometemos item a item...

a) limitação da responsabilidade pessoal dos acionistas, igualdade de


tratamento entre os acionistas, e gestão profissional.

Não há igualdade de tratamento entre os acionistas.

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Por exemplo, segundo a LSA:

Art. 111. O estatuto poderá deixar de conferir às ações preferenciais algum ou


alguns dos direitos reconhecidos às ações ordinárias, inclusive o de voto, ou
conferi-lo com restrições, observado o disposto no artigo 109.

b) capital dividido em ações circuláveis, limitação da responsabilidade


pessoal dos acionistas, e pagamento de dividendo mínimo por conta
dos lucros apurados no exercício social.

Este é o nosso gabarito, arrolando-se, pois, algumas das características das


sociedades anônimas.

c) impossibilidade de integralização do capital em bens ou serviços,


dissociação entre propriedade acionária e gestão, e possibilidade de
emissão de debêntures.

O item está incorreto, haja vista que é permitida a integralização em bens, mas
não em serviços.

d) arquivamento dos atos constitutivos no Registro Público de


Empresas, exigência de capital mínimo, e existência obrigatória do
conselho de administração com poderes para eleger e destituir os
diretores.

Não há exigência de capital mínimo, embora as sociedades por ações sejam


eminentemente destinadas a grandes negócios.

e) direito de voto na assembleia geral proporcional à participação no


capital social, publicação das demonstrações financeiras na imprensa
oficial, e garantia de participação dos acionistas minoritários na gestão
da companhia.

O direito de voto não é característica inerente a todos os acionistas.

Gabarito  B.

15. (ESAF/Analista de Finanças e Controle/AFC/CGU/2012) A respeito


da estrutura orgânica das sociedades, assinale a opção correta.

a) Os atos constitutivos das sociedades limitadas e das sociedades anônimas


devem prever a existência do conselho fiscal.
b) As sociedades de economia mista terão obrigatoriamente conselho de
administração.

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c) São órgãos deliberativos das sociedades anônimas e das sociedades limitadas


as assembleias ou as reuniões.
d) Nas sociedades anônimas, o funcionamento do conselho fiscal será
permanente.
e) As companhias abertas podem ou não ter conselho de administração.

Comentários

O item a está incorreto. O conselho fiscal é facultativo nas sociedades limitadas.

Ao conselho fiscal incumbe a fiscalização dos órgãos de administração, no


interesse da companhia e dos acionistas. O. conselho fiscal é de existência
obrigatória, seja nas sociedades anônimas fechadas, seja nas sociedades
anônimas abertas, porém, seu funcionamento permanente é facultativo.

A letra b é o nosso gabarito.

O conselho de administração é ÓRGÃO DE DELIBERAÇÃO COLEGIADA e cuida


da gestão dos negócios da sociedade anônima. Segundo a 6.404/76 a
administração da companhia competirá, conforme dispuser o estatuto, ao
conselho de administração e à diretoria, ou somente à diretoria (LSA, Art. 138).

O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO É ÓRGÃO COLEGIADO DE EXISTÊNCIA


FACULTATIVA NAS SOCIEDADES ANÔNIMAS FECHADAS, conforme se deflui da
interpretação a contrario sensu do artigo 138, §2º, da LSA.

O Conselho de Administração é obrigatório apenas em sociedade por ações


de capital aberto, em sociedades de economia mista e de capital
autorizado.

A letra c está incorreta.

As reuniões estão previstas somente para as sociedades limitadas e não para as


sociedades anônimas.

A letra d está incorreta. Ver comentários ao item a.

A letra e, por fim, está incorreta. O Conselho de Administração é obrigatório em


sociedade por ações de capital aberto, em sociedades de economia
mista e de capital autorizado.

Gabarito  B.

16. (FGV/Auditor Fiscal/ICMS AP/2010) A respeito da administração das


sociedades limitadas e das sociedades por ações, é correto afirmar que:

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a) nas sociedades por ações é obrigatória a existência de Conselho de


Administração.
b) nas sociedades limitadas os administradores devem ser necessariamente
sócios.
c) nas sociedades limitadas os administradores não sócios deverão ser eleitos
pela unanimidade dos sócios, se o capital social não estiver integralizado; e por
dois terços, no mínimo, se ele estiver integralizado
d) nas sociedades por ações sempre os membros da Diretoria são eleitos pela
Assembléia Geral de Acionistas, mesmo se existir Conselho de Administração.
e) nas sociedades limitadas a administração deve ser exercida pelo sócio
majoritário.

Comentários

Alternativa a. Item incorreto.

Segundo o artigo 138 da Lei das Sociedades por Ações: A administração da


companhia competirá, conforme dispuser o estatuto, ao conselho de
administração e à diretoria, ou somente à diretoria. Somente nas companhias
abertas, de capital autorizado e sociedade de economia mista se torna
obrigatória a existência de conselho de administração.

Alternativa b.

Incorreto. A administração da sociedade limitada pode competir a sócios ou não


sócios, nomeados no contrato social ou em ato separado (CC, art. 1.061).

Alternativa c.

O item está correto. A designação de administradores não sócios dependerá de


aprovação da unanimidade dos sócios, enquanto o capital não estiver
integralizado, e de 2/3 (dois terços), no mínimo, após a integralização (CC, art.
1.061).

Alternativa d.

A diretoria é órgão de existência obrigatória, tanto nas companhias abertas,


como nas fechadas, uma vez que a ela incumbe a verdadeira gestão dos
negócios sociais (LSA, art. 138). À diretoria incumbe a representação legal da
companhia e a execução das deliberações da assembléia geral e conselho de
administração (quando existente).

Membros: Mais de 2, acionistas ou não.


Eleição: Eleitos pelo conselho de administração ou, se não houver, pela
assembléia geral.
Duração mandato: Menos de 3 anos, permitida reeleição.

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Item, portanto, incorreto.

Alternativa e. Incorreta. A administração pode ser exercida por sócios


majoritários ou minoritários e não sócios, eleitos no contrato social ou em ato
separado.

Gabarito  C.

17. (FGV/Auditor Fiscal/ICMS RJ/2011) A Companhia CBA Tintas,


sociedade anônima cujo capital social fixado no projeto do estatuto, no valor de
R$ 100.000,00 (cem mil reais), foi dividido em oitenta ações ordinárias no valor
total de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) a serem subscritas pelos sócios João e
José, em partes iguais, e vinte ações preferenciais no valor total de R$
20.000,00 (vinte mil reais) a serem subscritas pelo sócio Joaquim, é
considerada regularmente constituída somente a partir

a) do arquivamento dos documentos relativos à constituição no Registro Público


de Empresas Mercantis e a sua subsequente publicação, em até trinta dias, em
órgão oficial do local de sua sede.
b) da assembleia geral de constituição, desde que aprovada a proposta por
votos de acionistas que representem, ao menos, metade do capital social.
c) do depósito realizado em estabelecimento bancário autorizado pela Comissão
de Valores Mobiliários, da parte do capital realizado em dinheiro.
d) do arquivamento da ata da assembleia de constituição da companhia perante
o Registro Público de Empresas Mercantis.
e) da realização, como entrada, de dez por cento, no mínimo, do preço de
emissão das ações subscritas em dinheiro.

Comentários

Esta questão, à época do certame, gerou certa confusão. Senão vejamos.

Dissemos, no decorrer da aula que, segundo Fábio Ulhoa, três são os níveis
para constituição de uma S.A., a saber:

1) Requisitos preliminares;
2) Modalidades de constituição;
3) Providências complementares.

São requisitos preliminares:

Art. 80. A constituição da companhia depende do cumprimento dos seguintes


requisitos preliminares:

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I - subscrição, pelo menos por 2 (duas) pessoas, de todas as ações em que se


divide o capital social fixado no estatuto;
II - realização, como entrada, de 10% (dez por cento), no mínimo, do preço de
emissão das ações subscritas em dinheiro;
III - depósito, no Banco do Brasil S/A., ou em outro estabelecimento bancário
autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários, da parte do capital realizado
em dinheiro.

Falamos, ainda, que a modalidade de constituição pode se dar de duas


maneiras, dependendo ou não do apelo feito ao investidor para a consecução de
recursos. São elas:

A) Constituição por subscrição pública (ou constituição sucessiva).

Há a busca de recursos junto a investidores. Para a subscrição pública há que


se fazer prévio registro na CVM. Há necessariamente a intermediação de
instituição financeira no processo, para que se coloque as ações no mercado.

B) Constituição por subscrição particular (ou subscrição simultânea)

A subscrição particular é significativamente mais simplória, posto que não há


apelo junto aos investidores para a consecução de capital social.

Art. 88. A constituição da companhia por subscrição particular do capital pode


fazer-se por deliberação dos subscritores em assembléia-geral ou por escritura
pública, considerando-se fundadores todos os subscritores.

Por último, e finalmente, temos as chamadas providências complementares.

A principal providência a ser tomada nesta etapa é o registro junto ao órgão


competente, que já sabemos ser a Junta Comercial.

Art. 94. Nenhuma companhia poderá funcionar sem que sejam arquivados e
publicados seus atos constitutivos.

Ainda, de acordo com a LSA:

Art. 98. Arquivados os documentos relativos à constituição da companhia, os


seus administradores providenciarão, nos 30 (trinta) dias subseqüentes, a
publicação deles, bem como a de certidão do arquivamento, em órgão oficial do
local de sua sede.

Portanto, a regular constituição somente se dará quando findo os


procedimentos estatuídos no artigo 94 da LSA, que manda arquivar e publicar
os atos constitutivos.

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A companhia se torna detentora de personalidade jurídica a partir do


arquivamento dos seus documentos de constituição no órgão competente.

Analisemos, pois, as assertivas (A Companhia CBA Tintas é considerada


regularmente constituída somente a partir)

a) do arquivamento dos documentos relativos à constituição no


Registro Público de Empresas Mercantis e a sua subsequente
publicação, em até trinta dias, em órgão oficial do local de sua sede.

Este é o nosso gabarito, conforme explicado acima.

b) da assembleia geral de constituição, desde que aprovada a proposta


por votos de acionistas que representem, ao menos, metade do capital
social.

Incorreto, a companhia pode ser instituída por assembleia ou por escritura


pública.

c) do depósito realizado em estabelecimento bancário autorizado pela


Comissão de Valores Mobiliários, da parte do capital realizado em
dinheiro.

Incorreto, visto que o depósito é um requisito preliminar.

d) do arquivamento da ata da assembleia de constituição da companhia


perante o Registro Público de Empresas Mercantis.

Incorreto, a companhia pode ser instituída por assembleia ou por escritura


pública.

e) da realização, como entrada, de dez por cento, no mínimo, do preço


de emissão das ações subscritas em dinheiro.

Incorreto, visto que a entrada é um requisito preliminar.

Gabarito  A.

18. (FGV/Auditor Fiscal/ICMS RJ/2010) Com relação aos órgãos sociais


das sociedades anônimas, analise as afirmativas a seguir.

I. A assembleia geral ordinária poderá deliberar sobre qualquer assunto de


interesse da companhia.
II. O estatuto da companhia poderá prever a existência de órgãos técnicos de
assessoramento, não previstos na lei das sociedades por ações.

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III. O conselho de administração é, em princípio, órgão facultativo, sendo


obrigatório somente nas sociedades anônimas abertas, nas de capital
autorizado e nas de economia mista.

Assinale:

(A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.


(B) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
(C) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(D) se somente a afirmativa I estiver correta.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Comentários

Analisemos item a item...

I. A assembleia geral ordinária poderá deliberar sobre qualquer assunto


de interesse da companhia.

Dissemos à aula que, segundo a Lei 6.404/76:

Art. 132. Anualmente, nos 4 (quatro) primeiros meses seguintes ao término do


exercício social, deverá haver 1 (uma) assembléia-geral para:

I - tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar as


demonstrações financeiras;
II - deliberar sobre a destinação do lucro líquido do exercício e a distribuição de
dividendos;
III - eleger os administradores e os membros do conselho fiscal, quando for o
caso;
IV - aprovar a correção da expressão monetária do capital social (artigo 167).

Esta é a assembléia a que chamamos de assembléia geral ordinária.

Cuidado para a prova! Somente estes temas nela poderão ser tratados.
Outros assuntos (como cisão, fusão, mudança de objeto da companhia, redução
de dividendos, criação de partes beneficiária, e outros previstos no artigo 136)
devem ser discutidos em assembléia geral extraordinária, convocada para
este fim.

A Assembleia Geral Extraordinária ocorre nos demais casos em que se faça


necessária a deliberação por Assembleia, como os do artigo 122, uma vez que
as competências da Assembleia são indelegáveis.

Temos de dar uma olhada neste rol:

Art. 122. Compete privativamente à assembléia-geral:

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I - reformar o estatuto social;


II - eleger ou destituir, a qualquer tempo, os administradores e fiscais da
companhia, ressalvado o disposto no inciso II do art. 142;
III - tomar, anualmente, as contas dos administradores e deliberar sobre as
demonstrações financeiras por eles apresentadas;
IV - autorizar a emissão de debêntures, ressalvado o disposto no § 1o do art.
59;
V - suspender o exercício dos direitos do acionista;
VI - deliberar sobre a avaliação de bens com que o acionista concorrer para a
formação do capital social;
VII - autorizar a emissão de partes beneficiárias;
VIII - deliberar sobre transformação, fusão, incorporação e cisão da companhia,
sua dissolução e liquidação, eleger e destituir liquidantes e julgar-lhes as
contas; e
IX - autorizar os administradores a confessar falência e pedir concordata.

Item I, portanto, incorreto: a competência da assembleia geral ordinária está


restrita aos temas elencados no artigo 132 da lei das sociedades por ações,
sendo que, para qualquer outro tema, é necessária a convocação de uma
assembleia geral extraordinária, conforme o artigo 131 da mesma lei.

II. O estatuto da companhia poderá prever a existência de órgãos


técnicos de assessoramento, não previstos na lei das sociedades por
ações.

A afirmação II está correta, nos termos do artigo 160 da lei das sociedades por
ações.

Art. 160. As normas desta Seção aplicam-se aos membros de quaisquer órgãos,
criados pelo estatuto, com funções técnicas ou destinados a aconselhar os
administradores.

Por fim, vejamos a alternativa III.

III. O conselho de administração é, em princípio, órgão facultativo,


sendo obrigatório somente nas sociedades anônimas abertas, nas de
capital autorizado e nas de economia mista.

A afirmação III está correta, nos termos do artigo 138, caput e § 2.°, da lei das
sociedades por ações.

O conselho de administração é órgão de deliberação colegiada e cuida da


gestão dos negócios da sociedade anônima. Segundo a 6.404/76 a
administração da companhia competirá, conforme dispuser o estatuto, ao
conselho de administração e à diretoria, ou somente à diretoria (LSA, Art. 138).

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O conselho de administração é órgão colegiado de existência facultativa


nas sociedades anônimas fechadas, conforme se deflui da interpretação a
contrario sensu do artigo 138, §2º, da LSA.

Art. 138. § 2º As companhias abertas e as de capital autorizado terão,


obrigatoriamente, conselho de administração.

Gabarito  C.

19. (FCC/Juiz de Direito/TJ/PE/2013) Na liquidação e na transformação da


sociedade:

a) o ato de transformação da sociedade depende de suas prévias dissolução ou


liquidação, obedecendo aos preceitos próprios da constituição e inscrição do
tipo em que se vai converter.
b) a transformação independe do consentimento de todos os sócios, salvo se
houver tal exigência no ato constitutivo da sociedade.
c) pode o liquidante gravar de ônus reais os móveis e imóveis, bem como
contrair empréstimos para pagamento das obrigações correntes da sociedade,
salvo se expressamente proibido por seu contrato social.
d) compete ao liquidante representar a sociedade e praticar todos os atos
necessários à sua liquidação, inclusive alienar bens móveis ou imóveis,
transigir, receber e dar quitação.
e) respeitados os direitos dos credores preferenciais, cabe ao liquidante saldar
as dívidas sociais vencidas, cancelando-se as vincendas, por inexigíveis.

Comentários

Comentemos item a item...

a) o ato de transformação da sociedade depende de suas prévias


dissolução ou liquidação, obedecendo aos preceitos próprios da
constituição e inscrição do tipo em que se vai converter.

A letra a está incorreta. Nos termos do Código Civil:

Art. 1.113. O ato de transformação independe de dissolução ou liquidação da


sociedade, e obedecerá aos preceitos reguladores da constituição e inscrição
próprios do tipo em que vai converter-se.

b) a transformação independe do consentimento de todos os sócios,


salvo se houver tal exigência no ato constitutivo da sociedade.

Segundo o Código Civil:

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Art. 1.114. A transformação depende do consentimento de todos os sócios,


salvo se prevista no ato constitutivo, caso em que o dissidente poderá retirar-se
da sociedade, aplicando-se, no silêncio do estatuto ou do contrato social, o
disposto no art. 1.031.

Item, portanto, incorreto.

c) pode o liquidante gravar de ônus reais os móveis e imóveis, bem


como contrair empréstimos para pagamento das obrigações correntes
da sociedade, salvo se expressamente proibido por seu contrato social.

Com fulcro no Código Civil:

Art. 1.105. Compete ao liquidante representar a sociedade e praticar todos os


atos necessários à sua liquidação, inclusive alienar bens móveis ou imóveis,
transigir, receber e dar quitação.

Parágrafo único. Sem estar expressamente autorizado pelo contrato social, ou


pelo voto da maioria dos sócios, não pode o liquidante gravar de ônus reais
os móveis e imóveis, contrair empréstimos, salvo quando indispensáveis
ao pagamento de obrigações inadiáveis, nem prosseguir, embora para facilitar a
liquidação, na atividade social.

Item, assim, incorreto.

d) compete ao liquidante representar a sociedade e praticar todos os


atos necessários à sua liquidação, inclusive alienar bens móveis ou
imóveis, transigir, receber e dar quitação.

Nos termos do Código Civil:

Art. 1.105. Compete ao liquidante representar a sociedade e praticar todos os


atos necessários à sua liquidação, inclusive alienar bens móveis ou imóveis,
transigir, receber e dar quitação.

e) respeitados os direitos dos credores preferenciais, cabe ao liquidante


saldar as dívidas sociais vencidas, cancelando-se as vincendas, por
inexigíveis.

Nos termos do CC:

Art. 1.106. Respeitados os direitos dos credores preferenciais, pagará o


liquidante as dívidas sociais proporcionalmente, sem distinção entre vencidas e
vincendas, mas, em relação a estas, com desconto.

Gabarito  D.

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20. (FCC/Juiz do Trabalho/TRT/20ª/2012) O administrador de uma


companhia

a) sempre responde subsidiariamente pelas obrigações que contraiu em nome


da sociedade em virtude de atos de gestão, independentemente de culpa ou
dolo.
b) somente será responsável pelas obrigações que contrair em nome da
sociedade, em virtude de ato regular de gestão, se agiu com violação de lei ou
do estatuto.
c) responde civilmente pelo prejuízos que causar, quando proceder, dentro de
suas atribuições ou poderes, com dolo, mas não responderá se obrar apenas
com culpa.
d) é solidariamente responsável pelos atos ilícitos cometidos por outros
administradores, mesmo que dissidente, eximindo-se, apenas, se convocar
assembleia geral para dar ciência do que souber.
e) não é pessoalmente responsável pelas obrigações que contrair em nome da
sociedade e em virtude de ato regular de gestão.

Comentários

Segundo a LSA:

Art. 158. O administrador não é pessoalmente responsável pelas obrigações


que contrair em nome da sociedade e em virtude de ato regular de gestão;
responde, porém, civilmente, pelos prejuízos que causar, quando proceder:

I - dentro de suas atribuições ou poderes, com culpa ou dolo;


II - com violação da lei ou do estatuto.

Gabarito  E.

21. (FCC/Juiz do Trabalho/TRT/4ª/2012) Na cisão, com a extinção da


companhia cindida, as sociedades que absorverem parcelas do seu patrimônio
responderão

a) individualmente apenas na proporção dos patrimônios líquidos transferidos,


nas obrigações não relacionadas.
b) solidariamente pelas obrigações que foram constituídas após a cisão.
c) em regra, individualmente apenas pelas obrigações expressamente
relacionadas no ato da cisão.
d) solidariamente pelas obrigações da companhia extinta.
e) subsidiariamente pelas obrigações da companhia extinta.

Comentários

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Nos termos da LSA:

Art. 233. Na cisão com extinção da companhia cindida, as sociedades que


absorverem parcelas do seu patrimônio responderão solidariamente pelas
obrigações da companhia extinta. A companhia cindida que subsistir e as que
absorverem parcelas do seu patrimônio responderão solidariamente pelas
obrigações da primeira anteriores à cisão.

Gabarito  D.

22. (FCC/Auditor Fiscal/ICMS RJ/2014) Em caso de abuso da


personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão
patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério
Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e
determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares
dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.

Este enunciado refere-se ao seguinte instituto:

(A) confusão.
(B) abuso do direito.
(C) fraude contra credores.
(D) fraude à execução.
(E) desconsideração da personalidade jurídica.

Comentários

A questão trata da desconsideração da personalidade jurídica, nos termo do


artigo 50 do Código Civil.

Gabarito  E.

23. (FCC/Auditor Fiscal/ICMS RJ/2014) Nas sociedades anônimas,

(A) a redução do capital social da companhia só será possível se a assembleia


geral definir a necessidade de se pleitear sua recuperação judicial, em face de
sucessivos prejuízos financeiros havidos e comprovados.
(B) a constituição da companhia depende de subscrição, pelo menos por duas
pessoas, de todas as ações em que se divide o capital social fixado no estatuto;
em regra, de realização, como entrada, de dez por cento, no mínimo, do preço
de emissão das ações subscritas em dinheiro; e de depósito, no Banco do
Brasil, ou em outro estabelecimento bancário autorizado pela Comissão de
Valores Mobiliários, da parte do capital realizado em dinheiro.

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(C) a constituição da companhia por subscrição pública não depende de prévio


registro da emissão na Comissão de Valores Mobiliários, mas a subscrição
somente poderá ser efetuada com a intermediação de instituição financeira.
(D) o administrador é pessoalmente responsável, no âmbito civil, pelas
obrigações que contrair em nome da sociedade anônima, ainda que em virtude
de ato regular de gestão, não tendo porém responsabilidade criminal senão em
casos de dolo ou culpa.
(E) o capital social da companhia só poderá ser aumentado por deliberação de
assembleia geral, ordinária ou extraordinária, convocada especialmente para
esta finalidade, visando à correção da expressão monetária do seu valor.

Comentários

A letra a está incorreta.

A assembléia-geral poderá deliberar a redução do capital social se houver


perda, até o montante dos prejuízos acumulados, ou se julgá-lo excessivo (LSA,
art. 173).

A letra b é o nosso gabarito.

Segundo a Lei 6.404/76:

Art. 80. A constituição da companhia depende do cumprimento dos seguintes


requisitos preliminares:

I - subscrição, pelo menos por 2 (duas) pessoas, de todas as ações em que se


divide o capital social fixado no estatuto;
II - realização, como entrada, de 10% (dez por cento), no mínimo, do preço de
emissão das ações subscritas em dinheiro;
III - depósito, no Banco do Brasil S/A., ou em outro estabelecimento bancário
autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários, da parte do capital realizado
em dinheiro.

Parágrafo único. O disposto no número II não se aplica às companhias para as


quais a lei exige realização inicial de parte maior do capital social.

A letra c está incorreta. Nos termos da Lei 6.404:

Art. 82. A constituição de companhia por subscrição pública depende do prévio


registro da emissão na Comissão de Valores Mobiliários, e a subscrição somente
poderá ser efetuada com a intermediação de instituição financeira.

A letra d também erra.

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Art. 158. O administrador não é pessoalmente responsável pelas obrigações


que contrair em nome da sociedade e em virtude de ato regular de gestão;
responde, porém, civilmente, pelos prejuízos que causar, quando proceder:

I - dentro de suas atribuições ou poderes, com culpa ou dolo;


II - com violação da lei ou do estatuto.

Por fim, a letra e está incorreta, pois:

Art. 166. O capital social pode ser aumentado:

I - por deliberação da assembléia-geral ordinária, para correção da expressão


monetária do seu valor (artigo 167);
II - por deliberação da assembléia-geral ou do conselho de administração,
observado o que a respeito dispuser o estatuto, nos casos de emissão de ações
dentro do limite autorizado no estatuto (artigo 168);
III - por conversão, em ações, de debêntures ou parte beneficiárias e pelo
exercício de direitos conferidos por bônus de subscrição, ou de opção de
compra de ações; (Vide Lei nº 12.838, de 2013)
IV - por deliberação da assembléia-geral extraordinária convocada para decidir
sobre reforma do estatuto social, no caso de inexistir autorização de aumento,
ou de estar a mesma esgotada.

Gabarito  B.

QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA

1. (FUNIVERSA/Analista/Área Jurídica/APEX/2006) A superação ou


desconsideração da personalidade jurídica:

(A) não é aceita em nosso Direito.


(B) é aceita e aplicável nos casos de responsabilidade penal, e não nos de
responsabilidade civil dos dirigentes.
(C) tem aplicação restrita às relações de consumo.
(D) não tem aplicação em sociedades anônimas.
(E) foi desenvolvida pela jurisprudência e já se encontra incorporada em nosso
Direito, tendo como pressuposto a fraude e o abuso de direito.

2. (FUNIVERSA/Perito Criminal/PC DF/2008) A Lei nº. 10.406 dispõe


sobre as diversas formas jurídicas das sociedades. Analise as afirmativas
relacionadas às principais características de sociedades empresariais e assinale
alternativa correta.

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I - Na sociedade em comandita simples, a responsabilidade dos sócios é


ilimitada para todos os sócios, e o nome da sociedade poderá ser definido por
razão social ou denominação social.
II - Na sociedade em nome coletivo, a responsabilidade dos sócios é ilimitada
para todos os sócios, e o nome dá sociedade deverá ser definido por razão
social.
III - Na sociedade em comandita por ações, responsabilidade dos sócios é
ilimitada para todos os sócios e o nome da sociedade poderá ser definido por
razão social ou denominação social.
IV - Na sociedade limitada, a responsabilidade dos sócios limitada ao capital
subscrito, e o nome da sociedade poder ser definido por razão social ou
denominação social.

a) Todas as afirmativas estão erradas.


b) Há apenas uma afirmativa certa.
c) Há apenas duas afirmativas certas.
d) Há apenas três afirmativas certas.
e) Todas as afirmativas estão certas.

3. (FGV/Auditor Fiscal/ICMS RJ/2010) Com relação à constituição das


sociedades anônimas, analise as afirmativas a seguir.

I. Para a validade da constituição da sociedade anônima, são necessários, no


mínimo, sete subscritores iniciais de todas as ações em que se divide o capital
social fixado no estatuto.
II. Para a constituição por subscrição pública, é necessário o prévio pedido de
registro da emissão de ações na Comissão de Valores Mobiliários, assinado pelo
fundador e por uma instituição financeira intermediária.
III. É possível a constituição de uma companhia fechada por meio de escritura
pública lavrada em cartório de notas.

Assinale:

(A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.


(B) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
(C) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(D) se somente a afirmativa II estiver correta.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

4. (FGV/Auditor Fiscal/ICMS RJ/2009) A respeito das operações de


reestruturação societária, assinale a afirmativa incorreta.

(A) Na operação de incorporação, uma sociedade é absorvida por outra, que lhe
sucede em todos os seus direitos e obrigações.
(B) Na operação de incorporação de ações, uma sociedade incorpora todas as
ações do capital social de outra sociedade transformando-a em sociedade
unipessoal, denominada no direito brasileiro de subsidiária integral.

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(C) Na operação de fusão, duas companhias fundem os seus patrimônios,


formando uma nova sociedade que lhes sucederá em todos os direitos e
obrigações.
(D) Na operação de cisão parcial, a companhia transfere parcela do seu
patrimônio para outra sociedade, constituída ou já existente, dividindo-se o seu
capital social.
(E) Na operação de aquisição do poder de controle acionário, uma pessoa, física
ou jurídica, adquire ações representativas de 50% ou mais do capital votante
de uma companhia.

5. (FGV/Auditor Fiscal/ICMS RJ/2009) Com relação à desconsideração da


personalidade jurídica, assinale a alternativa correta.

(A) Implica a extinção da pessoa jurídica.


(B) Constitui uma construção jurisprudencial que nunca encontrou positivação
na legislação nacional.
(C) Implica que obrigações da sociedade sejam estendidas aos bens
particulares dos administradores e sócios e está prevista apenas no Código
Civil.
(D) Implica que obrigações da sociedade sejam estendidas aos bens
particulares dos administradores e sócios e está prevista, no sistema jurídico
brasileiro, apenas no Código Civil e no Código de Defesa do Consumidor.
(E) Implica que obrigações da sociedade sejam estendidas aos bens particulares
dos administradores e sócios e está prevista, no sistema jurídico brasileiro, no
Código Civil, no Código de Defesa do Consumidor e na Lei 8.884/94 (Lei de
Defesa da Concorrência).

6. (FGV/Auditor Fiscal/ICMS RJ/2009) A respeito da estrutura de


administração das sociedades por ações, é correto afirmar que:

(A) é obrigatório que as sociedades por ações sempre tenham administração


dual, isto é, tenham um Conselho de Administração e uma diretoria.
(B) o Conselho de Administração é obrigatório apenas em sociedade por ações
de capital aberto, em sociedades de economia mista e de capital autorizado.
(C) é vedada a criação de qualquer outro órgão da sociedade ou comitê, ainda
que com funções meramente consultivas, diferente dos órgãos previstos em lei,
isto é, Conselho de Administração e Diretoria.
(D) os membros do Conselho de Administração podem, eventualmente,
representar a companhia perante terceiros.
(E) quando a sociedade por ações possuir Conselho de Administração, os
membros da Diretoria, antes de realizar qualquer negócio relevante para a
companhia, devem ter o aval do órgão colegiado.

7. (FCC/Juiz de Direito/TJ/PE/2013) Nas sociedades por ações,

a) qualquer que seja o objeto, a companhia é mercantil e se rege pelas leis e


usos do comércio; poderá ter por objeto participar de outras sociedades,

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mesmo que a participação não seja prevista estatutariamente, como meio de


realizar o objeto social ou para beneficiar-se de incentivos fiscais.
b) o administrador é objetivamente responsável pelas obrigações que contrair
em nome da sociedade, ainda que em virtude de ato regular de gestão, em
razão do risco decorrente de sua atividade.
c) o prazo de gestão é livre, podendo o estatuto limitá-lo a cinco anos, e
vedado aos membros do Conselho de Administração serem eleitos para cargos
de direção da companhia.
d) o estatuto da companhia fixará o valor do capital social, expresso em moeda
nacional e formado exclusivamente com contribuições em dinheiro.
e) a administração da companhia caberá exclusivamente à diretoria, cabendo
ao Conselho de Administração, de existência obrigatória, poderes consultivos e
fiscalizatórios.

8. (FCC/Agente Fiscal de Rendas/ICMS SP/2006) A sociedade


denominada "Companhia Paulistana de Açúcar" foi constituída tendo como
acionistas Caio, Simplício e Túlio, com capital todo dividido em ações ordinárias.
Apesar de Túlio ter subscrito ações representativas de 10% (dez por cento) do
capital, nunca as integralizou. Caio e Simplício integravam o bloco de controle
da sociedade e Caio, na qualidade de Diretor-Presidente, praticou atos
fraudulentos que ensejaram a desconsideração da personalidade jurídica da
sociedade, no curso de execução singular de duplicata mercantil. Nesta
execução, Túlio:

a) poderá ser responsabilizado pelos débitos sociais, porque não integralizou


suas ações.
b) poderá ser responsabilizado pelos débitos sociais, pela aplicação da teoria da
desconsideração da personalidade jurídica.
c) poderá ser responsabilizado pelos débitos sociais, por força da
responsabilidade do acionista decorrente da disciplina própria das sociedades
anônimas.
d) poderá ser responsabilizado pelos débitos sociais, porque é titular de ações
ordinárias.
e) não poderá ser responsabilizado pelos débitos sociais.

9. (FCC/Analista de Controle Externo/TCE/PR/2011) As companhias de


economia mista

a) terão personalidade de direito público ou de direito privado, consoante a lei


que as instituir.
b) não necessitam de Conselho Fiscal permanente, uma vez que se encontram
sob fiscalização dos Tribunais de Contas.
c) não se sujeitam a quaisquer normas expedidas pela Comissão de Valores
Mobiliários.
d) terão obrigatoriamente Conselho de Administração, assegurado à minoria o
direito de eleger pelo menos um dos conselheiros.

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e) não precisam ter Conselho de Administração, mas é obrigatório o Conselho


Fiscal.

10. (FCC/Auditor Fiscal de Tributos Estaduais Rondônia/2010) Não se


inclui na competência do Conselho de Administração, dentre outras atribuições:

a) Convocar a Assembleia Geral


b) Fixar a orientação geral para negócios sociais.
c) Suspensão de direitos dos acionistas.
d) Escolher e destituir os auditores independentes, se houver.
e) Eleger e destituir os membros da diretoria.

11. (FCC/Procurador/Banco Central/2006) O capital da Companhia


Brasileira de Tecidos (CBT) é dividido igualmente em ações ordinárias e ações
preferenciais sem direito de voto. O estatuto prevê a existência de Conselho
Fiscal, mas seu funcionamento não é permanente. Por sua vez, Caio é acionista,
titular de ações representativas de 5% (cinco por cento) do capital da CBT,
todas elas ordinárias, e deseja que a companhia instale o Conselho Fiscal. Para
atingir esse intento, Caio poderá:

a) convocar a Assembléia Geral para a instalação do Conselho Fiscal, em nome


próprio e sem formalidades prévias, quando então será feita a eleição dos
membros desse órgão.
b) propor a instalação do Conselho Fiscal em qualquer Assembléia Geral da qual
participe, ainda que o assunto não conste da ordem do dia.
c) requerer aos administradores, necessariamente em conjunto com outros
acionistas que representem ao menos 5% (cinco por cento) do capital, a
convocação de Assembléia Geral para deliberar sobre o assunto.
d) requerer aos administradores que convoquem a Assembléia Geral para tanto,
a qual, se instalada, ensejará a imediata tomada dessa providência, sem
necessidade de requerimento dos acionistas presentes.
e) requerer aos administradores a instalação do Conselho Fiscal, competindo a
estes deliberar pela instalação, ouvido o Conselho de Administração, se
existente.

12. (FCC/Titular de Serviços Notariais/AP/2011) Nas sociedades


anônimas, é considerado controlador aquele que:

a) faz o poder de voto de suas ações prevalecer, de maneira permanente, nas


deliberações sociais e nas eleições de administradores, orientando os negócios
da companhia.
b) possui mais de 75% das ações com direito a voto.
c) é titular de mais de 50% do capital social da companhia e tenha integralizado
sua participação tempestivamente, nos termos do quanto definido no estatuto
social.
d) tem o poder de assinar contratos e celebrar negócios em nome da
companhia, individualmente.

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e) o estatuto social nomeie como controlador, a partir do momento em que


tiver sido assinado o termo de compromisso respectivo.

13. (ESAF/Analista de Finanças e Controle/AFC/CGU/2012) A propósito


de diretores, conselheiros e administradores das sociedades anônimas, marque
a assertiva incorreta.

a) É vedado ao administrador praticar ato de liberalidade à custa da companhia.


b) A assembleia geral fixará o montante global ou individual da remuneração
dos administradores.
c) Poderão ser eleitos membros dos órgãos de administração pessoas naturais,
devendo os membros do conselho de administração ser acionistas.
d) São inelegíveis para os cargos de administração da companhia pessoas
condenadas por crime falimentar.
e) Os membros do conselho de administração, até o máximo de um terço,
poderão ser eleitos para cargos de diretores.

14. (FCC/Procurador/PGE/SP/2009) São características da sociedade


anônima:

a) limitação da responsabilidade pessoal dos acionistas, igualdade de


tratamento entre os acionistas, e gestão profissional.
b) capital dividido em ações circuláveis, limitação da responsabilidade pessoal
dos acionistas, e pagamento de dividendo mínimo por conta dos lucros
apurados no exercício social.
c) impossibilidade de integralização do capital em bens ou serviços, dissociação
entre propriedade acionária e gestão, e possibilidade de emissão de debêntures.
d) arquivamento dos atos constitutivos no Registro Público de Empresas,
exigência de capital mínimo, e existência obrigatória do conselho de
administração com poderes para eleger e destituir os diretores.
e) direito de voto na assembleia geral proporcional à participação no capital
social, publicação das demonstrações financeiras na imprensa oficial, e garantia
de participação dos acionistas minoritários na gestão da companhia.

15. (ESAF/Analista de Finanças e Controle/AFC/CGU/2012) A respeito


da estrutura orgânica das sociedades, assinale a opção correta.

a) Os atos constitutivos das sociedades limitadas e das sociedades anônimas


devem prever a existência do conselho fiscal.
b) As sociedades de economia mista terão obrigatoriamente conselho de
administração.
c) São órgãos deliberativos das sociedades anônimas e das sociedades limitadas
as assembleias ou as reuniões.
d) Nas sociedades anônimas, o funcionamento do conselho fiscal será
permanente.
e) As companhias abertas podem ou não ter conselho de administração.

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16. (FGV/Auditor Fiscal/ICMS AP/2010) A respeito da administração das


sociedades limitadas e das sociedades por ações, é correto afirmar que:

a) nas sociedades por ações é obrigatória a existência de Conselho de


Administração.
b) nas sociedades limitadas os administradores devem ser necessariamente
sócios.
c) nas sociedades limitadas os administradores não sócios deverão ser eleitos
pela unanimidade dos sócios, se o capital social não estiver integralizado; e por
dois terços, no mínimo, se ele estiver integralizado
d) nas sociedades por ações sempre os membros da Diretoria são eleitos pela
Assembléia Geral de Acionistas, mesmo se existir Conselho de Administração.
e) nas sociedades limitadas a administração deve ser exercida pelo sócio
majoritário.

17. (FGV/Auditor Fiscal/ICMS RJ/2011) A Companhia CBA Tintas,


sociedade anônima cujo capital social fixado no projeto do estatuto, no valor de
R$ 100.000,00 (cem mil reais), foi dividido em oitenta ações ordinárias no valor
total de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) a serem subscritas pelos sócios João e
José, em partes iguais, e vinte ações preferenciais no valor total de R$
20.000,00 (vinte mil reais) a serem subscritas pelo sócio Joaquim, é
considerada regularmente constituída somente a partir

a) do arquivamento dos documentos relativos à constituição no Registro Público


de Empresas Mercantis e a sua subsequente publicação, em até trinta dias, em
órgão oficial do local de sua sede.
b) da assembleia geral de constituição, desde que aprovada a proposta por
votos de acionistas que representem, ao menos, metade do capital social.
c) do depósito realizado em estabelecimento bancário autorizado pela Comissão
de Valores Mobiliários, da parte do capital realizado em dinheiro.
d) do arquivamento da ata da assembleia de constituição da companhia perante
o Registro Público de Empresas Mercantis.
e) da realização, como entrada, de dez por cento, no mínimo, do preço de
emissão das ações subscritas em dinheiro.

18. (FGV/Auditor Fiscal/ICMS RJ/2010) Com relação aos órgãos sociais


das sociedades anônimas, analise as afirmativas a seguir.

I. A assembleia geral ordinária poderá deliberar sobre qualquer assunto de


interesse da companhia.
II. O estatuto da companhia poderá prever a existência de órgãos técnicos de
assessoramento, não previstos na lei das sociedades por ações.
III. O conselho de administração é, em princípio, órgão facultativo, sendo
obrigatório somente nas sociedades anônimas abertas, nas de capital
autorizado e nas de economia mista.

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Assinale:

(A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.


(B) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
(C) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(D) se somente a afirmativa I estiver correta.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

19. (FCC/Juiz de Direito/TJ/PE/2013) Na liquidação e na transformação da


sociedade:

a) o ato de transformação da sociedade depende de suas prévias dissolução ou


liquidação, obedecendo aos preceitos próprios da constituição e inscrição do
tipo em que se vai converter.
b) a transformação independe do consentimento de todos os sócios, salvo se
houver tal exigência no ato constitutivo da sociedade.
c) pode o liquidante gravar de ônus reais os móveis e imóveis, bem como
contrair empréstimos para pagamento das obrigações correntes da sociedade,
salvo se expressamente proibido por seu contrato social.
d) compete ao liquidante representar a sociedade e praticar todos os atos
necessários à sua liquidação, inclusive alienar bens móveis ou imóveis,
transigir, receber e dar quitação.
e) respeitados os direitos dos credores preferenciais, cabe ao liquidante saldar
as dívidas sociais vencidas, cancelando-se as vincendas, por inexigíveis.

20. (FCC/Juiz do Trabalho/TRT/20ª/2012) O administrador de uma


companhia

a) sempre responde subsidiariamente pelas obrigações que contraiu em nome


da sociedade em virtude de atos de gestão, independentemente de culpa ou
dolo.
b) somente será responsável pelas obrigações que contrair em nome da
sociedade, em virtude de ato regular de gestão, se agiu com violação de lei ou
do estatuto.
c) responde civilmente pelo prejuízos que causar, quando proceder, dentro de
suas atribuições ou poderes, com dolo, mas não responderá se obrar apenas
com culpa.
d) é solidariamente responsável pelos atos ilícitos cometidos por outros
administradores, mesmo que dissidente, eximindo-se, apenas, se convocar
assembleia geral para dar ciência do que souber.
e) não é pessoalmente responsável pelas obrigações que contrair em nome da
sociedade e em virtude de ato regular de gestão.

21. (FCC/Juiz do Trabalho/TRT/4ª/2012) Na cisão, com a extinção da


companhia cindida, as sociedades que absorverem parcelas do seu patrimônio
responderão

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a) individualmente apenas na proporção dos patrimônios líquidos transferidos,


nas obrigações não relacionadas.
b) solidariamente pelas obrigações que foram constituídas após a cisão.
c) em regra, individualmente apenas pelas obrigações expressamente
relacionadas no ato da cisão.
d) solidariamente pelas obrigações da companhia extinta.
e) subsidiariamente pelas obrigações da companhia extinta.

22. (FCC/Auditor Fiscal/ICMS RJ/2014) Em caso de abuso da


personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão
patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério
Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e
determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares
dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.

Este enunciado refere-se ao seguinte instituto:

(A) confusão.
(B) abuso do direito.
(C) fraude contra credores.
(D) fraude à execução.
(E) desconsideração da personalidade jurídica.

23. (FCC/Auditor Fiscal/ICMS RJ/2014) Nas sociedades anônimas,

(A) a redução do capital social da companhia só será possível se a assembleia


geral definir a necessidade de se pleitear sua recuperação judicial, em face de
sucessivos prejuízos financeiros havidos e comprovados.
(B) a constituição da companhia depende de subscrição, pelo menos por duas
pessoas, de todas as ações em que se divide o capital social fixado no estatuto;
em regra, de realização, como entrada, de dez por cento, no mínimo, do preço
de emissão das ações subscritas em dinheiro; e de depósito, no Banco do
Brasil, ou em outro estabelecimento bancário autorizado pela Comissão de
Valores Mobiliários, da parte do capital realizado em dinheiro.
(C) a constituição da companhia por subscrição pública não depende de prévio
registro da emissão na Comissão de Valores Mobiliários, mas a subscrição
somente poderá ser efetuada com a intermediação de instituição financeira.
(D) o administrador é pessoalmente responsável, no âmbito civil, pelas
obrigações que contrair em nome da sociedade anônima, ainda que em virtude
de ato regular de gestão, não tendo porém responsabilidade criminal senão em
casos de dolo ou culpa.
(E) o capital social da companhia só poderá ser aumentado por deliberação de
assembleia geral, ordinária ou extraordinária, convocada especialmente para
esta finalidade, visando à correção da expressão monetária do seu valor.

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GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA

QUESTÃO GABARITO
1 E
2 B
3 C
4 E
5 E
6 B
7 A
8 E
9 D
10 C
11 B
12 A
13 C
14 B
15 B
16 C
17 A
18 C
19 D
20 E
21 D
22 E
23 B

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