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Administracao eM Ceri til Poa Rd eT ©2010 — IESDE Brasil S.A. E proibida s reproduiio. mesmo parcial, por qualquer processo, som autorizagio por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorsis. M859 Morini, Cristiano; Simdes, Regina Célia Faria; lusif Dainez, Valdit. Adm nistraco de mercado exterior. Cristiano Morini: Regina Célia Faria Simoes; Valdir Tusif Dainez. — Curitiba: IESDE Brasil S.A, 2012, 238 p. ISBN: 978-85.387-3193-1 1. Economia internacional. 2. Estratégias mercadol6gicas intemacionais. 3. BlocoseconOmicos. 4. Defess comercial. 5. Acordoy multilaterais de comeér- cio. 6. Despacho aduaneiro. I. Titulo, Dp 330.7 Capa: IESDE Brasil S.A. Imagem da capa: Inmagine Todos os direitos reservados, Qe IESDE Brasil S.A. A.Dr.Cavlos de Carvalho, 82, CEP: 80720-200 Inteligéncia tatel~ Curitiba -PR Educacional 0800 708 &8 88 - wiwwiesde.com br Para assistir as videoaulas deste livro, assine o site www.planoeducacao.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informacées www.iesde.com.br 13 Introdugao ao comércio internacional Ml 130 papel do comércioimemacional no atual estigio de desenvolvimento clo pal 18 | Beneficios do comércio internacional 20 | Principais caracteristicas e evolugdo do comércio internacional 23 | Dependéncia e interdependéncia 25 | Forgas que dirigem a globalizacso. 26 | Apoll .a politica comercial 33 Teorias do comércio internacional il 33 | Mercantilismoe doutrina da balanga comercial 36 Ate ‘ 38 | Os clissicos e a teoria das vantagens comparativas 42 | Modemas contribuigoes a teoria do comércio internacional oTeorema Heckscher-Ohlin 45 | Comércio intemacional e a economia nacional 53 Balango de pagamentos Mill 1 do equilibrio aut balanca come 53 | Informagées gerais sobre o balanco de pagamentos 56 | Estrutura do balanco de pagamentos 59 | Balanco de pagamentos e renda nacional 60 | Omercado decambio 64 | Desequilibrios reajuste do balanco de pagamentos 75 Politica comercial Ml 76 | Aintervencao do goveino na economia no comércio exterior 87 | Caracteristicas do comércio internacional Presde.com, Instituigdes internacionais promotoras 97 e reguladoras do comércio internacional 97 | O Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT) ¢ a Organizagao Mundial do Comércio (OMC) 104 | Objetivos dos acordos GATT-OMC 105 | As funcées da OMC 105 | Estrutura da OMC e seu proceso detomada de deciso 107 [eras vaconoswrONe 119 Integracao econdmica regional Mill 120 | Niveis de integracao econémica regional 123 | Itegracao na Europa 128 | Integracdo nas Américas 136 | Integracao na Asia 136 | Intearacdo no Oriente Médio e Africa 137 | Aposicdodo Brasil frente aos acordos de integra¢ao econémica 145 Estratégias globais Mill 148 | Promacao 151 | Dstrbuigéo 155 | Produto 157 | Preco 169 Formas de internacionalizacio 172| Apesquiea de mercado 178 | As formas de internacionalizacao mais usuais Para assistir as videoaulas deste livro, assine o site www.planoeducacao.com.br iaterial é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informagdes www.iesde.com.br Aorganizacao da 191 empresa para o comércio exterior [il 192 | Estruturainterna 198 | Estrutura externa 203 | Oras de apoio Habilitacao para 213 exportacdo edespacho aduaneiro Ml 216 | Habilitando a empresa como exportadora 216 | Passo a passo do despacho aduaneiro 223 | Documentos mais usvais Para assistir as videoaulas deste livro, assine o site www.planoeducacao.com.br iaterial é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informagdes www.iesde.com.br _assine o site www.planoeducacao.com.br BRASIL S.A,, mais informacdes www.iesde.com.br Apresentacao © livro Administragao de Mercado Exterior apresenta aspectos ligados 4 gestao de ne- gécios internacionais, cujas caracteristicas sao fundamentais para a anélise de prospec- cao de um mercado estrangeiro, bem como o acompanhamento de tendéncias econdmicas internacionais. Alguns aspectos com queo leitorteré conta- to neste livro; a) Acordos internacionais: os acordos inter- nacionais sao determinantes de oportunidades @ ameagas para os negocios, porque estimulam exportagdes ou podem estimular a concorrén- cia a entrar no mesmo negécio que o do ramo deatuacao de uma empresa. Conhecer também como 0 acordos intemnacionais podem propor- cionar litigios comerciais internacionais e como se defender, também poderao ser visualizados no livro. b) Planejamento de marketing: o marketing internacional é desafiador em termos de analise e tomada de decisao, bem como definicao em termos de segmentacao de mercado, posiciona- mento e outras estratégias. ©) Despacho aduaneiro ¢ demais tramites: definida a forma de entrada no mercado estran- geiro, hd anecessidade de propriamente proce- dera saida da mercadoria do pais, dai a necessi- dade do conhecimento desse ritual. d) Economia internacional e balanco de pa- gamentos:entender como o governoestabelece politicas publicas na area monetaria e cambial é importante para determinar condicionantes de um negécio. Conhecer como 0 governo fecha suas contas em termos de transagdes com 0 ex- terior também é valido para entender o motivo do estabelecimento de determinadas linhas de politica econémica. 1481Xq Opediay, ep OeSeJISIUIWPY my Para assistir as videoaulas deste livro, assine o site www. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais Para assistir as videoaulas deste livro, assine o site www.planoeducacao.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informagdes www.iesde.com.br BB introdugao ao comércio internacional Cristiano Morini O papel do comércio internacional no atual estagio de desenvolvimento do pais Para o estudo deste tema, seré utilizado o periodo de 1990 a 2008. Nesse periodo a economia brasileira passou por varios choques de competitivida- de, gragas ao comércio internacional. Este capitulo se propde a mostrar que a relacdo do estagio de desenvol- vimento econdémico de um pais com o comércio internacional é direta. Um pals pode oferecer maiores oportunidades de emprego e melhores condi- ges de renda, conforme o posicionamento da politica comercial do pais. A politica comercial refere-se & postura de um pais frente aos agentes econémicos estrangelros, podendo assumir uma caracteristica de maior permissividade no controle a entrada de produtos, ou o contrario. A politica comercial também é orientada pelos interesses dos agentes econdmicos do préprio pais, que se organizam na forma de grupos de pressao ao governoe defesa de interesses setoriais. A politica externa brasileira ao longo da histéria oscilou em termos de maior alinhamento aos interesses dos Estados Unidos, como nagdo que re- presenta o maior grau de desenvolvimento econémico, ¢ ao nao alinhamen- to ou uma politica externa independente e auténoma. Outra caracteristica da politica externa brasileira é que, tradicionalmente, o Brasil é urn dos paises em desenvolvimento de maior presenca em foros internacionais, de tradicao pacifica, ndo ideolégica, nao excludente e de politica externa multilateral ou universal, com vistas 4 cooperacao e ao desenvolvimento. Até 1990, a economia brasileira importava pouco, seja por causa da moeda brasileira ser bastante desvalorizada, seja por causa das barreiras ta- rifarias na entrada de produtos na economia brasileira. A moeda desvaloriza- Para assistir as videoaulas deste livro, assine o site www.planoeducacao.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informacées www.iesde.com.br Introdugio ao comérclo internacional da faz com que hajaa necessidade de maior quantidade de moeda nacional para adquirir um produto ou servico estrangeiro. Como 0 Brasil teve varias desvalorizages da moeda nos anos 1980, a moedana a aquisicéo de produtos do exterior, porque tinha pouco valor. Essa desva lorizacao provocou surtos hiperinflacionarios que levaram os ministros da nal nao estimulava Fazenda a colocarem em circulagao varias moedas, como 0 cruzado, cruzado novo, cruzeiro e cruzeiro real Assim que uma moeda nova entrava em circulacao, cortavam-se trés zeros da moeda antiga, tamanho era o periodo de inflacao que o Brasil pas- sava, a ponto da moeda valer cada vez menos. A inflagao corroia a moeda e levava a um aumento interno de precos insustentavel para o planejamento econémico de longo prazo. Quando a moeda ¢ desvalorizada e perde valor com rapidez, nao hd estimulo para a importacao de produtos. A importacao se torna, nesse cenério, cada vez mais cara e desestimulada. Agregadoa esse elemento monetério e cambial, até o final dos anos 1980 © pais possuia altas taxas de importacao, que marcavam ainda os resquicios de uma economia fechadae protecionista praticada durante o periodo mili- tar no pais. Isso significa dizer que, para estimular 0 crescimento econémico interno, dificultavam-se as importacées, via taxa¢ao elevada do imposto de importacao. 0 imposto de importacao (Il] é principal elemento de controle de entrada de mercadorias em um pais. Quanto mais alto ele for, mais dificil a entrada de mercadoria estrangeira. Além do imposto de importacao eleva- do, 0 pais pode adotar também barreiras nao tarifarias, como exigéncia de licengas de importacao e cotas (restri¢ses quantitativas), por exemplo. Alids, a maioria dos paises praticava, desde o final da Segunda Guerra Mundial, a politica de altos impostos de importacao como forma de esti- mular a economia interna a se desenvolver; afinal a entrada de produtos estrangeifos gera emptego e renda no exterior, e nao no pais importador. Para estimular 0 comércio mundial, desde o final da Segunda Grande Guerra (1939-1945), houve um momento de concerta¢ao (acordo, pacto) interna- cional denominado de Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT, em inglés), justamente com o objetivo principal de derrubar barreiras tariférias ao co- meércio internacional, estimulando o desenvolvimento, conforme confirma- vam os defensores do GATT. 14 para assistir as videoaulas deste livro, assine o site www.planoeducacao.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informacées www.iesde.com.br Introducio ac comércio internacional O Brasil, embora membro do GATT desde o seu inicio (1946), somente no final dos anos 1980 ¢ inicio dos anos 1990, comecou efetivamente a praticar uma politica de rebaixa tariféria, estimulando: a entrada de produtos estran- geiros no pais; aconcorréncia; a inovagao tecnolégica;e o barateamento dos pregos internos, via politica comercial de abertura da economia. Quando 0 entao presidente Fernando Collor assumiu o poder, em 1990, a postura da politica externa e comercial brasileira foi favorecer a entrada de produtos na economia brasileira, como tentativa de provocar um choque de competitividade e modernizacao. A politica externa brasileira, com Fernando Collor, foi de maior alinha- mento aos Estados Unidos, o quese concretizou em uma politica econémica rumo a liberalizacao da economia e estimulo a privatizacao. Se as importagées eram poucas até o inicio dos anos 1990, as exporta- ¢6es predominavam no resultado da balanga comercial brasileira. Em uma situacéo de economia fechada, as exportages tendem a ser maiores que as importacées. A balanca comercial registra 0 valor da movimentacao de mercadorias que entram limportagées) e saem (exportacées) do pais. O movimento das mercadorias € inverso ao movimento de capital a ele relacionado, Ao serem exportadas mercadorias, contabiliza-se a entrada de capital no pais, e vice- -versa. Se o resultado das exportacées for maior que as importacées (ou seja, se 0 pais “vende” mais do que “compra’), 0 resultado € superavitario (posi tivo); caso 0 contrario, se importamos mais que exportamos, o resultado é deficitario (sai mais dinheiro do que entra). Ao analisar 2 balanca comercial dos anos 1990 até 2008 (figura 1), po- demos perceber que, de 1990 a 1994, 0 resultado da balanca comercial é superavitario, gracas principalmente a moeda brasileira desvalorizada', além de altas tarifas de importacao em alguns casos. No periodo de 1995 a 1999, o resultado se mostra deficitario, gracas a valorizacao da moeda brasileira (0 real), que entrou em vigor justamente em 1994, aliada a rebaixa tarifaria de varios produtos. Para assistir as videoaulas deste livro, assine o site www. planoeducacao.com.br!5 Tp denvlreno os Sita avends 0 eer Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informacées www. iesde.com.br Introdugio ao comérclo internacional 160 140 120 (SEDEXIMOIG 2008) "1 aa : 1990 1992 1994 1996-1998 2000» 2002-2004» 2006--2008 Ti xvonacie Hi importagae Figura 1 - Exportagdes e importagdes brasileiras, em USS bilhdes (1990 a 2008). ‘A valorizacao do real permitiu as industrias brasileiras investirem na mo- dernizagao do parque tecnolégico nacional, adquirindo maquinas e equi- pamentos do exterior, tendo em vista a busca por melhores condigdes de competitividade em um mercado de concorréncia aumentada. E importante destacar também que, com 0 aumento da concorréncia intema e aumento da oferta de produtos, a inflacio ficou sob controle. Este efeito do controle da inflacao esta associado diretamente ao cambio (real valorizado frente 20 délar) e diminuigao das barreiras de entrada de produtos estrangeiros no pais. Moeda forte commenos barreira faz com que aumentem as importagdes, contendo a inflacao interna. Este pode ser ob- servado como um claro exemple do papel do comeércio internacional para o desenvolvimento do pais. No periodo de 1995 a 1999, embora tenha sido registrado deficit, aecono- mia brasileira estava se modernizando para os novos anos que chegavam. De 2000 a 2008, novamente pode-se observar 0 resultado como sendo superavitario, com forte influencia da desvalorizacao do real, ocorrida no inicio do segundo mandato do governo Fernando Henrique (1999), e com influéncia da modemizacao fabril brasileira, que possibilitou a producao de produtos manufaturados com maior competitividade internacional. A diplo- 16 para assistir as videoaulas deste livro, assine o site www.planoeducacao.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informacées www. iesde.com.br Introducio ac comércio internacional macia, que conduz a politica externa do pais, passou a privilegiar o econdmi- co e passou a ser denominada de diplomacia econémica. A desvalorizagao do real foi uma medida adotada pelo governo Fernando Henrique para fazer frente a crise internacional da época, que havia afetado varios paises da Asia, a Russia e o México. Desde o final dos anos 1990, politicas ptiblicas estimularam a sensibili- zacao do empresariado para a pratica da exportagio. 0 resultado disso foi o macico crescimento das exportacOes brasileiras, principalmente no periodo de 2003 a 2008, quando o comércio mundial passou por uma das fases mais prosperas. © Brasil soube aproveitar esta fase, alcancando uma expanséo de 21,9% a0 ano no periodo (RIBEIRO, 2008). As exportagdes brasileiras foram respon- saveis pela geracao de empregos e por importante fracao do crescimento da economia, além de contribuirem para melhor avaliacao do risco pafs. Risco pais € um dos instrumentos de avaliagéo dos investidores internacionais, que possui uma base de andlise que considera o total exportado por um Pais, o tamanho da economia (0 valor do Produto Interno Bruto, PIB) e outros indicadores econdmicos e financeiros. Com o crescimento das exportacées brasileiras, 0 risco pais diminuiucon- sideravelmente, o que, aliado a politica monetaria de reducao de taxa de juros, estoque elevado de reservas internacionais (superior a divida externa publica), elevouo pafs, em 2008, a posicéo de credor internacional’, um fator de establlidade econémica e fiscal. Essa posicao credora internacional co- laborou para que o pais pudesse passar fortalecido pela crise internacional de 2009, sendo um dos principais destinos de investidores internacionais no periodo da crise. Em sintese, pode-se afirmar que os resultados econémicos do pals e 0 indice de precos praticados relacionam-se diretamente com as politicas ado- tadas pelo governo, comoa politica comercial. O indice de precos tem relacao direta com a abertura ou 0 fechamento da economia, Umaeconomia em que o imposto de importagao é baixo ou zero, faré com que o produto tenha um menor preso para o consumidor final (sem © énus do imposto), e também fard com o que o produto tenha menor preso por conta do aumento da concorréncia. Quanto mais ampla a concorréncia, mais livre o mercado, o que provoca a rebaixa do indice de precos ¢ a disputa por diferenciais competitivos. Para assistir as videoaulas deste livro, assine o site www. planoeducacao.com.br!7 2 Quando um pais ou Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informacées www.iesde.com.br Introdugio ao comérclo internacional A influéncia de uma concorréncia ampla pode ser visualizada com trans- paréncia em paises como Estados Unidos, México e Chile, Nos Estados Unidos, em que a maioria dos produtos industrializados goza de isengao do imposto de importacao, a concorréncia é acirrada e o nivel de precos é reduzido para estes produtos, mesmo considerando a renda eleva- da da populacao que, em tese, poderia pagar mais. México e Chile também. possuem forte concorréncia e variedade de produtos ofertados, mesmo com a renda per capita da populacao reduzida. Gracas aos acordos internacionais que estes paises possuem, o imposto de importacao nao € praticado corren- temente, e sim, isento. O nivel de precos dos produtos manufaturados nestes paises é consideravelmente menor que no Brasil, por exemplo, que possui uma politica comercial mais protecionista que a dos paises mencionados. Se observarmos, por outro lado, Bolivia e Cuba, paises que adotam a pro- te¢do da economia interna com a pratica de elevadas tarifas de importacao, pode-se perceber que o indice de pregos ¢ alto (para produtos manufatura- dos) ea concorréncia ¢ restrita, deixando 0 consumidor com poucas op¢des de escolha e altos precos. No Brasil, a realidade do indice geral de precos nao se compara a nenhum dos paises identificados acima. Apesar da renda da populacéo brasileira se assemelhar a do México, por exemplo, a pratica de impostos de importa- 40 mais altos que o México faz com que os produtos cheguem mais caros para 0 consumidor brasileiro, embora o governo vislumbre este indicador como um potencial gerador de emprego no mercado interno, © imposto de importacdo também é utilizado pelo governo como forma de atracao de investidores para o mercado intemo. Se um mercado for atra- ente para um determinado negécio ¢ o imposto de importacao for alto, essa combinacao pode provocar atracao de Investimento Direto Estrangeiro (IDE) para aquele pais, Como a barreira tarifaria é grande, as empresas optam por instalar uma planta no pais para alavancar vendas. Beneficios do comércio internacional Entre os argumentos a favor do comércio internacional, destacam-se os seguintes: ™ Diversidade de produtos — 0 comércio internacional proporciona uma imensa variabilidade de fontes e produtos, inclusive 0 acesso a 18 para assistir as videoaulas deste livro, assine o site www. planoeducacao.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informacées www.iesde.com.br Introducio ac comércio internacional produtos que, pelas condig5es geograficas, naturais ou humanas, nao podem ser obtidos em determinadas regides ou épocas do ano. Diversificagao de riscos — uma empresa que tem parte das receitas de faturamento geradas com as exportacées, fica menos suscetivel a um problema de caixa. 1 Concorréncia ilimitada — a situacao de um mercado global propor- ciona um cenério hipotético de concorréncia infinita. A alta concorrén- ciaestimula a inovacao e o advento de novas tecnologias. ™ Superagao da sazonalidade - produtos que sao sazonals e depen- dentes de clima, por exemplo, podem ser comprados ou vendidos para outro hemisfério, O hemisfério norte alterna com o hemisfério sul 0 periodos de temperaturas altas e baixas, além das estages do ano, Um fabricante de biquinis ou roupas de banho pode continuar sua produsao no inverno, considerando que podera atender a demanda do verao em outro hemisfério. ™ Um mercado maior e mais exigente - 0 mercado globalizado pro- voca ganhos de escala para os fabricantes. Um fabricante de relégios pode divulgar seus produtos em todo o mundo, com a mesma campa- nha publicitaria, considerando taticas de marketing internacional. ™ Aumento da riqueza mundial - 0 comércio proporciona o aumen- to do PIB de cada pais, de modo que é gerador de riqueza. A grande questo esta na distribuicao da riqueza gerada, que é polémica. 1m Estimulo a um ambiente pacifico - 0 comércio € preticado quando ha um ambiente de paz entre os parceiros. Além disso, a pritica do comércio também estimula a paz. Ao longo de toda a histéria da hu- manidade, as relacdes intemacionais so marcadas por guerras. 0 pe- riodo recente é uma exce¢ao, um periodo caracterizado pelo comércio € pelas relacées pacificas entre grande parte dos paises. ™ Aumento da cooperagao internacional e da formagao de regimes econémicos internacionais - 0 comércio estimula a formacao de acordos entre os paises, com o intuito de facilitar o fluxo comercial entre os signatarios. Esta condiga0 desestimula a hostilidade no meio internacional e se configura em uma janela de oportunidades. Para assistir as videoaulas deste livro, assine o site www.planoeducacao.com.br!? Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informacées www.iesde.com.br Introdugio ao comérclo internacional Principais caracteristicas e evolucao do comércio internacional © comeércio internacional é caracterizado principalmente pelo comércio de mercadorias. © comeércio de servicos ainda nao representa uma grande parcela do total mundial. Os grandes fluxos comerciais internacionais ocor- rem no hemisfério norte, no sentido leste-ceste, entre paises de mais alto PIB. Os maiores paises exportadores so, pela ordem de valor exportado: Ale- manha, China, Estados Unidos, Japao, Pafses Baixos, Franca, Italia, Bélgica, Russia, Reino Unido, Canada e Coreia do Sul, conforme pode ser observado natabela 1. Esses paises conseguem um elevado grau de poupanca externa, assim denominada pelo nivel de recursos gerado pelo ingresso de divisas oriundas principalmente das receitas de exportacdes, Também ha paises que, embora nao exportem muito em valor absoluto, tém significativos resultados gera- dos pelas exportacées, como é 0 caso de Coreia do Sul, Taiwan, Filipinas e México. Tabela 1- Ranking dos principais paises exportadores e importado- resem 2008 ane Pas Ranking dos pai- | portado | 4, | posicao | Ranking dos pai- | portado Peete ed CAI cee Decca CT tod Lett) COVES) China 142889 z ‘Alemanha Japao 762 Franca 609 Reino Unido 632 Belgica 477 halla 556 Reino Unido 458 Coreia do Sul 435 10 a ee 402 2 Coreia do Sul Espanha 20 __ Para assistir as videoaulas deste livro, assine o site www. planoeducacao.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informacées www.iesde.com.br México Espanha Brasil Introdugdo ao comércio internacional Was eet ia cd 2 18 16 268 Ww 7 198 12 22 323° 292 18 183 WwW Os paises que apresentam elevado percentual de relacao entre valor ex- portado ¢ PIB sao paises mais internacionalizados e mais dependentes do comércio internacional. A demanda global esti codesses paises, assim como, em épocas de crise internacional, si0 os paises mais atingidos. wula 0 crescimento econémi- © Brasil nao esté entre os paises mais internacionalizados, porque aden- trou no comércio internacional de maneira protecionista (alto grau de prote- 40 aos interesses nacionais). Apesar disso, o Brasil apresenta uma importan- te caracteristica, a de ser um global trader. Essa expressao refere-se a um pais que participa do comércio internacional com uma ampla pauta de produtos importados e exportados, além de realizar comércio com grande numero de paises, de forma a nao ser dependente de um Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informacées www.iesde.com.br Introdugio ao comérclo internacional A politica econdmica e a politica comercial ‘As decisées econdmicas que um pais toma esto ou deveriam estar orien- tadas por um instrumento denominado de politica econémica. A politica econémica também exoressa a orientacio politica e ideolégica de um de- terminado governo. Essa orientacao norteard as decisGes em termos de taxa de juros, fechamento ou abertura da economia, emisséo de papel moeda, intervengao ou nao no cambio, entre outras. A politica econémica pode ser subdividida em quatro outres politicas: monetaria, fiscal, cambial e comercial. Grosso modo, a politica monetiria esta ligada a emisso de moedas pelo Banco Central, & definicéo da taxa de juros referencial da economia, ao de- pésito compullsério e outras. A politica fiscal refere-se principalmente aos gastos puiblicos e a arrecadacéo, a carga tributaria interna praticada por um pais, nada tendo a ver com impostos de importacao ou exportacao. A politica cambial refere-se a taxa de cambio praticada, que pode ser con- trolada, livre ou mista. O cambio influencia diretamente na capacidade do pais de fazer comércio exterior. Com uma moeda muito desvalorizada, as im- portacdes nao so incentivadas, porque o produto a ser importado é muito caro para ser adquitido, o que se constitui em uma barreira de entrada. Por outro lado, uma moeda relativamente desvalorizada é importante para a competitividade exportadora do pais. Pode-se entao perceber que a politica cambial é vital para a politica comercial. frente a acordos internacio- A politica comercial orienta a postura do p nais de comércio e frente a maior ou menor abertura da economia (impostos de importa¢ao praticados). Uma politica econémica mais liberal, pratica uma politica comercial favo- ravel a internacionalizacao do pais e a entrada de mercadorias estrangeiras. A teoria do liberalismo econémico defende a livre concorréncia, em um mer- cado amplo e sem entraves, o que provoca um alto nivel de competicao. Esse nivel de competicao elevado pode provocar perda de empregos e desnacio- nalizagao da economia, com a venda de empresas nacionais a investidores estrangeitos. 26 ara assistir as videoaulas deste livro, assine o site www.planoeducacao.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informacées www. iesde.com.br aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. Introdugio ao comérclo internacional detrimento dos consumidores. Os japoneses pagavam mais caro pelos produ- tos made in Japan do que as pessoas dos outros paises. Mesmo assim, 0 consumo interno no Japao, em cerca de 55% do PIB, & muito maior do queo da China, de anormalmente baixos 33%, segundo afirma Yasheng Huang, professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Em comparacao, o consumo doméstico dos EUA subiu para 67% do PIB no auge da farra insustentavel de gastos dos americanos. Por que o consumo doméstico chinés é tao baixo e o que pode ser feito para mudar isso? Krugman disse em um seminério da cidade de Ho Chi Minh, no Vietna, que grande parte da culpa é de uma rede de seguranca social ja gasta, que encolheu mesmo com a China ficando mais rica. Como as pessoas precisam “parar no banco a caminho do hospital’, elas vao formar uma pou- panca preventiva as custas do consumo, dizele. O remédio, algo para 0 qual o governo chinés acordou tardiamente, é res- tabelecer uma rede de seguranca de credibilidade. Pequim anunciou planos para gastar 850 bilhdes de yuans (US$124 bilhdes) em planos basicos de satide e atendimento hospitalar essencial No entanto, criar uma rede de seguranca poder ter um efeito apenas marginal sobre os gastos, afirma Huang. Ele culpa nao os niveis elevados de poupanga - a taxa de poupanca doméstica da China énormal, diz ele -,e sim a queda da renda, especialmente nas areas rurais, onde 700 milhdes de chine- ses ainda vivem. Huang diz que os bancos estatais dirigem dinheiro para grandes empreen- dimentos e projetos de infraestrutura, mas negligenciam os empreendimen- tos rurais que tanto fizeram para melhorar os padrdes de vida no campo na década de 1980. Ele defende um esforco para aumentar a renda nas areas rurais com a legalizacao das microfinangas, abolindo o sistema de registro das cidades que impede que os trabalhadores migrantes recebam beneficios so- ciais. Defende também uma aceleracao da reforma agraria. Andy Rothman, economista da CLSA em Xangai, diz que a enorme econo- mia chinesa é facilmente capaz de gerar uma demanda interna imensa. Ele aponta para as vendas no varejo, que continuam crescendo cerca de 16% ao 28 para assistir as videoaulas deste livro, assine o site www. planoeducacao.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informagées www.iesde.com.br aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. Teorias do comércio internacional mento liberal defendia o fim da intervengdo do Estado na vida da nacdo, argumentando que a liberdade era condigéo suficiente para o desenvolvi- mento econémico. Muito embora o movimento liberal tenha, aos poucos, minado as doutri- nas mercantilistas, 0 conceito de riqueza bem como as recomendacdes de politica econdmica que dela derivavam, continuaram dominando a politica econémica das nacées. A superacao da teoria mercantilista passava por uma refutacao de seu conceito de riqueza e de suas recomendacées de politica econdémica. Coube a David Hume fazé-lo. A teoria do equilibrio automatico da balanca comercial Partindo da suposicao de que o poder de compra da moeda é inversa- mente proporcional a sua quantidade, premissa essa aceita pelos proprios mercantilistas, Hume mostrou que a quantidade de metais preciosos é indi- ferente para a riqueza do Estado nacional. Comonaquela época a moedaque circulava dentro dos paises era de ouro e/ou prata, cada vez que aumentava ‘© estoque de metais preciosos (ouro e/ou prata), aumentava a quantidade de moeda em circulacao. O contrario ocorria, quando o estoque de metais preciosos diminuia. Se a quantidade de metais preciosos aumenta dentro de um pais, em virtude de uma balanca de comércio favoravel, aumentara a quantidade de moeda em circulacao e portanto, haverd inflacao. A conse- quente queda do poder de compra da moeda determinara um aumento da quantidade de dinheiro necessarla para adquirir os produtos - 0 que implica dizer que se instala um proceso inflacionério. Se a quantidade de metais preciosos se reduz, em virtude de um deficitna balanga comercial, a quanti- dade de moeda em circulacdo também diminuird, 0 que leva a um aumento do poder de compra da moeda, implicando que uma menor quantidade de moeda seré necesséria para se adquirir a mesma quantidade de produtos ~ e, portanto, que ha um proceso deflaciondrio em curso (HUME, 1988), Se nao fosse suficiente ter mostrado que o estoque de metais preciosos ¢ indiferente a um pais, Hume ainda confronta a teoria mercantilista, ao mos- trar que os esforcos para perseguir uma balanga de comércio favoravel eram infrutiferos e efemeros. 36 Para assistir as videoaulas deste livro, assine o site www.planoeducacao.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informacées www.iesde.com.br Jeorias de comércio internacional Teoria do equilibrio automatico da balanca comercial de Hume Existiam mecanismos automaticos que tratavam de compensar os esforcos para ter uma balanca comercial superavitéria, garantindo uma tendéncia ao equilibrio na balanga comercial (HUME, 1988). Hume, para expor sua teoria, parte de pressupostos simplificadores: con- siderava um mundo onde s6 circulavam moedas de ouro e onde o papel dos bancos era desprezivel. Pressupunha ademais, que toda vez que uma mercadoria era exportada, 0 exportador levava a quantidade de ouro que recebia como pagamento a casa da moeda para ser cunhado. Assim, a quan- tidade de moeda aumentava toda vez que o estoque de ouro aumentava dentro do pafs. Da mesma forma, toda vez que se importavam mercadorias, 0s pagamentos eram feitos em ouro e, assim, a diminuicdo da quantidade de ouro se refletia numa queda da quantidade de moedas em circulacdo. (EICHENGREEN, 2000). Para entendermos o modelo de Hume vamos supor que nosso pais obte- nha um superdvit em sua balanca comercial com o resto do mundo. Como consequéncia do superavit, um fluxo de metais preciosos saira do resto do mundo e entrar no nosso pais. A entrada de ouro em nosso pais causara um aumento da quantidade de moeda em circulacao e, como consequéncia, — j4 que para Hume o poder de compra da moeda ¢ inversamente proporcional a sua quantidade - haverd um aumento dos precos internamente, No resto do mundo, jé que a quantidade de ouro diminuiu, ocorre o contrério: diminui a quantidade de moeda em circulacio e, por consequéncia, se reduzem os precos (HUME, 1988). No nosso pais, 0 aumento dos precos domésticos fara com que o resto do mundo compre menos de nossas mercadorias, 0 que levard a uma queda das nossas exportacées. O aumento dos precos também fara com que com- premos mais mercadorias estrangeiras que agora estéo mais baratas que as nacionais, o que levard, portanto, a um aumento das importacées. No resto do mundo, devido a queda dos precos, ocorrerd exatamente 0 contrario. Aumentarao as exportagdes e se reduzirao as importacdes. Para assistir as videoaulas deste livro, assine o site www. planoeducacao.com.br?7 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informacées www. iesde.com.br Teorias do comércio internacional Esse processo tanto na economia nacional, como no resto do mundo, prosseguird até que o superdvit comercial de nosso pais desapareca. Caso nesse processo a redugao das exportagdes de nosso pais € 0 au- mento das importagdes levem a um deficit na balanca comercial, o contra- rio ocorrera. Como consequéncia da saida de ouro, a quantidade de moeda em circulagao diminuira e 0 nivel de precos também. O inverso ocorre no resto do mundo: aumento da quantidade de moeda e dos pregos. A queda dos precos dentro de nosso pais estimulard a exportacdo e inibira as impor- tages, No resto do mundo o inverso: © aumento dos precos estimulara a importasao e inibira as exportacées, Novamente, o processo em curso sé terd fim quando o deficit desaparecer e 0 equilibrio se estabelecerna balanca comercial. Dessa forma, Hume mostrou que nao ha razdes para se tentar manter uma balanca comercial favoravel, j4 que o superdvit desencadeia mecanis- mos que 0 eliminarao. Adicionalmente, nao ha razao para se temer os deficits na balanga comercial, porque eles também tendem a ser corrigidos automa- ticamente (HUME, 1988). Os classicos e a teoria das vantagens comparativas Ateoria das vantagens comparativas absolutas Adam Smith (1723-1790), assim como os Mercantilistas, tinha como objeto de sua analise a riqueza nacional, como ja denuncia o titulo de seu mais famoso livro sobre economia, publicado em 1776: Investigacdo Sobre a Natureza e as Causas da Riqueza das Na¢ées (SMITH, 1988). A teoria de Smith sobre o comércio exterior foi, assim, decorréncia de sua andlise da riqueza. Teoria da riqueza de Adam Smith ase cao A riqueza de um pais depende de sua renda per capita’. Quanto maior é a meets seins renda ou produto per capita mais rico € 0 peis. A renda per capita, por sua vez ssn dds eee depende da produtividade do trabalho e esta da divisio do trabalho. 38 ara assistir as videoaulas deste livro, assine o site www.planoeducacao.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informacées www.iesde.com.br aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. Teorias do comércio internacional = Vantagens adquiridas - essas vantagens, contrariamente as naturais, so aquelas que nao decorrem da dotago natural, mas so desenvol- vidas. S40 aquelas, portanto, que advém da especializacao. Os EUA, por exemplo, adquiriram vantagem na producao de automéveis em relacdo ao Brasil. A argumentacao de Smith sobre as vantagens do livre comércio, basean- do-se nas vantagens absolutas, comporta certos problemas percebidos por seu sucessor, David Ricardo. Ateoria das vantagens comparativas relativas A versao de David Ricardo (1772-1823) a teoria das vantagens comparati- vas encontra-se no Capitulo VI, intitulado “Sobre o Comércio Internacional” da sua obra maxima Principios de Economia Polltica e Tributacdo, publicada em 1817. Na verdade, a contribuigao de Ricardo para a Teoria das Vantagens Comparativas é uma espécie de complemento a posigao de Smith. Nos termos em que Smith coloca a questao do comércio internacional ele s6 seria vantajoso para um pais para se adquirir mercadorias que nao se produz internamente com um custo menor que as importadas. Assim sendo, caso um pais produza tudo o que ele necessita a um preco menor que as mercadorias importadas, nao haveria razées para participar do comércio internacional. Por essa ldgica também, caso um pais ndo produza internamente nenhu- ma mercadoria com um custo mais baixo que as importadas, ele deveria im- portar tudo o que consome, nao produzindo nada internamente. Teoria das vantagens comparativas relativas de David Ricardo Mesmo que um pais produza tudo 0 que necessita com um custo mais baixo que o das mercadorias importadas, seria vantajoso para © pais em questio participar do comércio internacional. Basta que ele se especialize na producao da mercadoria em que ele possui maior vantagem relativa, ou seja, aquelas mercadorias em que ele tem maior vantagem (custo mais baixo) entre todas que o pais produz, 40 Para assistir as videoaulas deste livro, assine 0 site www.planoeducacao.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informacées www.iesde.com.br aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. Teorias do comércio internacional duas economias produzem tecidos ¢ alimentos e que, em ambas, tecido um produto trabalho-intensivo e alimentos ¢ terra-intensivo, Os consumi- dores dessas duas economias (a doméstica e a estrangeira), por suposicao, possuem os mesmos gostos e, portanto, a mesma demanda relativa quando se defrontam com os mesmos precos relativos de dois bens. As duas eco- nomias também possuem a mesma tecnologia, de tal forma que uma dada quantidade de terras e mao de obra gera a mesma producao de tecidos e alimentos nos dois paises. A nica diferenga entre essas economias é na dotacao de fatores de pro- dugdo: a economia doméstica é abundante em mao de obra e a economia estrangeira é abundante em terras. Em consequéncia da diferenca na dotacio relativa de fatores de produ- 40, as duas economias produzem tecidos e alimentos em quantidades e com pre¢os diferentes. Vejamos. Na economia doméstica, que é abundante em mio de obra, 0 prego do tecido, que é trabalho-intensivo, sera menor que 0 preco dos alimentos que é tetra-intensivo. Devido a diferenga entre 05 precosrelativos, a producao de tecidos também sera relativamente maior que a de alimentos. J4 na economia estrangeira, que é abundante em terra, 0 preco dos alimentos sera menor que o preco dos tecidos ese produziré mais alimentos que tecidos. Quando as duas economias comecarem a comercializar entre si, cada uma acabard exportando o produto em que ela possui mais vantagem na produco, ou seja, aquele produto que utiliza de forma intensiva o fator de produgdo que é internamente mais abundante. Na economia doméstica, como 0 prego dos tecidos é menor, ela exporta- 14 tecidos e importara alimentos, Na economia estrangeira ocorreré 0 con- trario: ela exportard alimentos e importard tecido. Os dois paises ao se inserirem no comeércio internacional dessa forma, estarao assegurando a sua populacao 0 acesso aos produtos com o menor preco possivel (OHLIN; HECKSCHER, 1991; KRUGMAN; OBSTFELD, 2001). Mas 0 comércio internacional tera também outro efeito sobre as duas economias: quando a economia doméstica e a estrangeira comercializam, ha uma converséo de precos relativos, que acaba beneficiando os consumi- dores das duas economias. Na economia doméstica, a exportacao de tecidos, 4+ Para assistir as videoaulas deste livro, assine 0 site www.planoeducacao.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informagées www.iesde.com.br aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. Teorias do comércio internacional Liberdade econdmica O livro Uma investigagdo sobre a Natureza e Causas da Riqueza das Nacées foi o que Ihe trouxe fama e pode ser sintetizado como uma andlise sobre as consequéncias extraordinariamente benéficas da liberdade econémica. Essa obra langou as bases para a compreensao sobre a economia de mercado, sendo que muitas de suas conclusées permanecem até hoje vilidas. Pode-se destacar, por exemplo, a anilise que ele faz sobre a importancia da divisio do trabalho: ‘o maior desenvalvimento nos poderes produtivos do trabalho, e a crescente habilidade, destreza e conhecimento com 0 qual € dirigido, ou aplicado, parecem ter sido os efeitos da divisao do trabalho’: Essa obra traz im- portantes contribuicées sobre educacao, servico publico, escravidao, defesa e finangas piblicas. Sua abordagem também foi inovadora, pois se sustenta numa perspectiva evolucionista. Aliés, 0 Prémio Nobel de Economia Friedrich Hayek € um dos que defen- dem a ideia de que Charles Darwin inspirou-se em Adam Smith e a nogio de evolucao econémica para engendrar a teoria sobre a evolucao biolégica das espécies edo homem. Adam Smith se beneficlou com 0 ambiente de progresso econémico exis- tente na costa ocidental da Escécia, onde ficava Glasgow, podendo perceber © contraste que havia com Edimburgo e Kirkcaldy, cidades estagnadas ou em declinio. Em grande parte, esse progresso era impulsionado pelo comeércio através do Atlantico. As cidades escocesas localizadas no litoral do Mar do Norte nao gozavam dessa mesma vantagem. Ocirculo intelectual de Adam Smith Além de David Hume, Adam Smith travou conhecimento com quase todos (0s grandes intelectuais escoceses e ingleses de seu tempo, especialmente apés 1776, quando morou uma temporada em Londres. Conheceu desde o famoso Dr. Johnson (maior figura literdria inglesa do século XVIII, quase da estatura de Shakespeare), passando evidentemente por James Boswell, Sir Joshua Reynolds, Edward Gibbon e Edmund Burke. Em 1778 Adam Smith foi nomeado fiscal de Alfandega em Edimburgo (o que nao deixa de ser uma ironia para quem era um defensor do livre comércio). Ele morreu em 17 de julho de 1790, sem deixar descendentes. 48 Para assistir as videoaulas deste livro, assine o site www.planoeducacao.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informagées www.iesde.com.br aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. aa You have either reached a page that is unavailable for viewing or reached your viewing limit for this book. Para assistir as videoaulas deste livro, assine o site www.planoeducacao.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informagdes www.iesde.com.br

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