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Mestranda do Programa de Pós Graduação em Antropologia Social – PPGAS/UFRN – e-mail: maycosta
_13@hotmail.com
tratava o negro – africano – colonizado é o plano de fundo principal da obra Pele negra,
máscaras brancas.
Pele Negra, Máscaras brancas foi elaborado com a proposta de ser a tese de
doutorado em psiquiatria, por esse motivo busca retratar o individuo como um ser
social, ao qual estar integrado na sociedade e de forma compulsória foi retirado de sua
gênese cultural. Todavia, este mesmo individuo pode intervir no seu contexto social de
acordo com a sua possibilidade de conseguir recursos matérias. Fanon nos traz a tona
também como os brancos aglutinaram na cabeça dos negros o sentimento de
inferioridade, que a estética, preceitos morais e religiosos corretos era o padrão europeu.
“Usar roupas europeias ou trapos da última moda, adotar coisas usadas pelos europeus,
suas formas exteriores de civilidade,florear a linguagem nativa com expressões
europeia, tudo calculado para obter um sentimento deigualdade com o europeu e seu
modo de existência” (FANON, 2008).
Para Fanon o homem enquanto homem negro foi levado a seguir uma lógica de
aberrações no que concerne as relações afetivo-sexuais, o negro diante da sociedade
assume um posto de passividade em suas atividades, e para existir nessa sociedade o
negro tende a ratificar esta ideia de superioridade branca em detrimento da inferioridade
negra. “O negro quer ser branco o branco incita-se a assumir a condição de ser humano”
(FANON, 2008, p. 27). Ou seja, dentro da sociedade o negro sofre um processo de
alienação da sua própria existência, sua personalidade é escondida atrás das cortinas do
racismo e do colonialismo, que acaba por construir sujeitos subordinados. Fanon tenta
veementemente no texto lardear a ideia de liberdade do negro, e para tanto esses
indivíduos devem tomar consciência da sua existência, e tomar as rédeas da sua própria
existência.
2
FERNANDES, Florestan. A integração do negro à sociedade de classes. Tese apresentada a concurso
da Cadeira de Sociologia I da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo
(USP), São Paulo, 1964.
3
NOGUEIRA, Oracy. Preconceito racial de marca e preconceito racial de origem.Tempo Social,
revista de sociologia da USP, v. 19, n.
Carvalho as cotas provocam reposicionamento das relações sociais, ou seja, o negro
passa a ser visto em pé de igualdade com o branco.