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I – 12 valores
Diga o que entende por:
1 – Desconcentração
2 – Entidade administrativa privada.
3 – Regulamentos especiais.
II – 4 valores
Pronuncie-se sobre a utilização do direito privado enquanto processo de ação das
pessoas coletivas de direito público.
III – 4 valores
“Toda a actividade administrativa foi condicionada por minuciosas prescrições
de contabilidade, transformando-se o Ministério das Finanças no centro e farol da vida
pública”.
Esta frase foi escrita em 1966 pelo Prof. Marcello Caetano. Quase meio século
depois, retrata, com rigor, o momento que vivemos, do Estado Administrativo em crise.
Diga, justificadamente, se concorda com a nossa conclusão, e refira-se ao impacto
da atual crise económico-financeira no sistema administrativo.
1 – Desconcentração
Desconcentração inclui duas figuras: interna e externa
– Desconcentração interna: solução ou arranjo essencialmente técnico, que se
traduz em deslocar uma determinada competência de um órgão para outro dentro da
mesma pessoa coletiva de direito público (“desconcentração interna”, por se realizar no
interior de uma entidade, entre os seus órgãos).
– Desconcentração vertical e desconcentração horizontal
– Desconcentração originária, promovida por lei, e desconcentração derivada,
promovida por decisão administrativa (delegação de poderes).
– Desconcentração geográfica, fazendo com que a competência administrativa
desça na escala hierárquica e também que se aproxime dos cidadãos. Neste sentido, a
desconcentração mantém alguma ligação com outro valor constitucional: a
“aproximação dos serviços às populações” (artigo 267.º, n.º 1). Com efeito, esta última
determinante constitucional da estrutura da Administração – em fase de aplicação
difícil, no atual Estado Administrativo em crise – não reclama apenas uma aproximação
da logística, mas também uma aproximação do poder de decisão dos designados
serviços periféricos.
Desconcentração externa
– Pressupõe a deslocação do poder pertencente a uma entidade (v.g., Estado)
para a esfera de uma outra entidade juridicamente diferente (v.g., instituto público).
Agora, estamos diante de uma “desconcentração intersubjetiva”, que envolve duas
entidades ou pessoas coletivas.
– Figura com recorte técnico, que não tem subjacente um qualquer
reconhecimento de interesses próprios da entidade que recebe as competências
desconcentradas (nisto se distingue da descentralização).
– Associa-se primacialmente ao fenómeno das administrações indiretas e, no
caso do Estado, à figura dos institutos públicos
– A desconcentração externa resulta, em regra, da lei, mas não está excluído que
a lei habilite um órgão da entidade principal a efetuar, pela via administrativa, uma
delegação de poderes num órgão da entidade desconcentrada (v.g., possibilidade legal
de delegação de competência do Ministro da Saúde no Conselho Diretivo de uma
Administração Regional de Saúde, I.P.).
2 – Entidade administrativa privada
– Entidade administrativa, “da Administração”, e privada, de direito privado.
– Administração Pública em forma privada.
– Critério da influência dominante pública
– Pertencem à Administração Pública
– Sujeitam-se, em certos termos, ao Direito Administrativo.
3 – Regulamentos especiais
– Distinguem-se dos regulamentos gerais, pelo critério do âmbito subjetivo de
aplicação; dirigem-se a pessoas que se encontram numa “relação especial de Direito
Administrativo” (v.g., a relação entre estudante e a universidade em que está inscrito; a
relação entre e o preso e o estabelecimento prisional; a relação entre o organismo
responsável por um serviço público e os utilizadores deste serviço).
– Articulação do conceito de regulamentos especiais com o de regulamentos
internos e externos: os regulamentos especiais contêm, ou podem conter, normas
internas (atinentes à relação funcional) que cumprem uma função no plano
organizativo, e normas externas (atinentes à relação fundamental ou de serviço), que
definem direitos, deveres e obrigações para os destinatários.
– A separação entre plano interno e plano externo pode não se apresentar de uma
forma taxativa, porquanto pode haver normas de organização que afetem direitos dos
destinatários.
III – 4 valores
“Toda a actividade administrativa foi condicionada por minuciosas prescrições
de contabilidade, transformando-se o Ministério das Finanças no centro e farol da vida
pública”.
Esta frase foi escrita em 1966 pelo Prof. Marcello Caetano. Quase meio século
depois, retrata, com rigor, o momento que vivemos, do Estado Administrativo em crise.
Diga, justificadamente, se concorda com a nossa conclusão, e refira-se ao impacto
da atual crise económico-financeira no sistema administrativo.
– Impacto da crise
i) Recuo e diminuição do Estado social;
ii) Recuo e diminuição da administração de infraestrutura;
iii) Redução da Administração Pública;
iv) Privatizações
v) Reforço da centralidade do Governo no sistema administrativo e sinais de
uma re-centralização administrativa (ligação com a frase do Prof. Marcello Caetano)
vi) Reforço do Estado regulador;
vii) Reforço dos instrumentos de colaboração público-privada e de partilha de
responsabilidades entre Estado e particulares.