Critérios de correção da 1:ª prova de avaliação repartida de 31.03.2016
Além dos conhecimentos relativos à matéria lecionada, constituem critérios a valorar em
todas as respostas a expressão escrita, a coerência discursiva, a retórica argumentativa, o rigor conceitual, a apresentação de exemplos pertinentes, a referência e a exposição de posições doutrinais e jurisprudenciais.
1. Em todas as respostas a este grupo constitui critério de apreciação específico a
capacidade de síntese. a) Parecer obrigatório e parecer vinculativo: noção de parecer, tipos de parecer (facultativo e obrigatório; vinculativo não vinculativo); regra supletiva b) Concessão e autorização: atos favoráveis; distinção de base das concessões e das autorizações; tipos de concessões e tipos de autorização (2 x 2,5 valores)
2. Comente a seguinte afirmação
A distinção entre regulamentos internos e externos só tem relevo doutrinário. (6 valores) Regulamento interno vs regulamento externos; referência ao problema de qualificação nos regulamentos especiais; diferenças de regime: o CPA só se aplica aos externos; fundamento; tipo de impugnabilidade; Iderrogabilidade singular vs derrogabildiade singular
3. Resolva, justificando sempre:
A 2 de dezembro de 2015, Ana pediu à Câmara Municipal de Coimbra que lhe fosse atribuído o direito de, durante 2 anos, usar em exclusivo uma parcela dessa praça, para aí realizar, todos os dias, um espetáculo de artes circenses. Até hoje, Ana não obteve qualquer resposta. a) Foi concedido a Ana o direito requerido? Justifique, considerando apenas o regime atualmente vigente. (4 valores) Princípio da decisão; Prazo geral: 90 dias –128.º CPA; relevo do silêncio: se a lei ou regulamento determinar o deferimento tácito: considera-se existir um verdadeiro ato administrativo, favorável ao particular (artigo 130.º, n.º 1; se não houver previsão legal expressa do deferimento tácito: incumprimento do dever de decisão (129.º CPA) – o particular fica constituído no direito de utilizar os meios de tutela administrativa e jurisdicional adequados, designadamente a ação de condenação à prática de ato administrativo devido. b) Admita agora, independentemente da resposta que deu à questão anterior, que o pedido de Ana tinha sido deferido no dia 2 de janeiro de 2016. Hoje, a Câmara Municipal entende que a decisão que tomou já não é a melhor para o interesse público, pois em fevereiro de 2016 vieram a público estudos que mostram de forma incontestável que os produtos utilizados por Ana nos seus espetáculos são altamente nocivos para a saúde. Em que termos pode a Câmara Municipal fazer cessar o direito concedido a Ana invocando aquela razão? (5 valores) O ato próprio é a revogação; ato administrativo de segundo grau, que faz cessar os efeitos de um outro ato, para o futuro, com fundamento na inconveniência atual deste para o interesse público; o ato principal é uma concessão que é um ato constitutivo de direitos, por isso a possibilidade de revogação mais limitada, para proteção da posição dos particulares, sujeito a um regime mais exigente para a sua revogação: fundamento mais limitado (artigo 167.º, n.º 2 do CPA; enquadramento do caso na alínea c) do n.º 2 do artigo 167.º; prazo: 1 ano a contar da superveniência do conhecimento em contraposição à inexistência de prazo geral; indemnização (artigo 167.º, n.º 2 do CPA)