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Neste módulo serão descritas as estratégias mais comuns e eficazes para cumprir o
grande objectivo que é permitir às pessoas com autismo melhorarem a sua
comunicação, em geral e compreensão do mundo, relação com os outros e
expressão da sua sensibilidade e necessidades.
Este tipo de estratégias tem, no entanto, vantagens claras para todos os alunos com
autismo, uma vez que lhes permite sempre contextualizar e visualizar melhor a
mensagem que lhes está a ser transmitida, facilitando a sua compreensão.
Além disso, a introdução de gestos claros e bem contextualizados, na comunicação
da pessoa com autismo, aumenta um canal sensorial à recepção da informação: para
além da palavra (auditivo), juntamos também um gesto (visual).
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Para que a eficácia destas estratégias não seja comprometida, é necessário respeitar
também algumas regras de ouro: definir correctamente os gestos a utilizar, referi-los
a um contexto, escreve-los num papel e partilhar com os adultos principais, do
quotidiano da criança (ex: o gesto “vamos” = mover o antebraço na direcção do
adulto - deve ser utilizado cada vez que a criança vai sair de uma divisão da casa ou
da escola).
PROGRAMA MAKATON
O Programa MAKATON foi desenvolvido por Margaret Walker e Keith Park, em
Inglaterra, em 1987.
O programa propõe à criança a introdução de um núcleo de vocabulário básico,
introduzido em situações estruturadas de ensino. O vocabulário é ensinado falando e
usando gestos em simultâneo. Em Portugal, os gestos utilizados foram retirados da
linguagem gestual portuguesa (LPG). Ao falar, são respeitadas as regras gramaticais
da língua oral (e não gestual) do país.
Nos estádios iniciais são introduzidos os vocábulos necessários para exprimir ideias
básicas, sendo os conceitos mais elaborados e a combinação dos vocábulos em
frases introduzidos nos estádios subsequentes.
O vocabulário MAKATON é, então introduzido em 8 níveis de complexidade,
trabalhados individualmente com a criança. Enquanto se introduz o vocábulo, o gesto
é trabalhado com a criança, bem como o seu olhar, compreensão e produção do
gesto. Desta forma, ela tem a oportunidade de aprender a respeitar também as
regras de um diálogo.
Foram criados símbolos correspondentes ao vocabulário incluído nos diferentes
níveis, de forma a eliminar dificuldades na produção e articulação do discurso.
Os símbolos MAKATON são extremamente simples, de forma a poderem ser
facilmente desenhados pelo adulto. Mais tarde. Esses símbolos são combinados em
pequenas frases, de forma graduada e poderão permitir a associação da palavra
escrita e ser utilizados na aquisição da leitura.
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2 – UTILIZAR FOTOGRAFIAS / IMAGENS / SÍMBOLOS PARA ACOMPANHAR A
LINGUAGEM FUNCIONAL
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3 – UTILIZAR UM CADERNO
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PROGRAMA PECS
A avaliação inicial é entendida como uma procura para entender quais as preferências da
criança. Chama-se a isto reforços. Os reforços podem ser alimentação ou outro tipo de itens.
O uso de reforços positivos que a criança realmente valoriza é vital nas primeiras fases do
programa.
Os reforços podem ser apresentados através de símbolos em papel plastificado organizados
de maneira a poderem ser utilizados frequentemente.
O principio de pegar – alcançar – largar é fundamental na utilização do PECS.
È preciso nas duas primeiras fases do programa um parceiro comunicativo e vários tipos de
induções físicas.
O uso de induções e ajudas físicas é feito de acordo com o estágio em que a criança se
encontra. Vão diminuindo ao longo do tempo para incrementar uma comunicação mais
espontânea.
A habilidade da criança discriminar imagens irá ser um factor muito importante no
desenvolvimento deste programa.
A introdução de fases é feita à medida que a criança vai progredindo no seu
desenvolvimento.
Ao longo das 5 fases, o adulto começa por colocar a criança perante objectos preferidos e só
lhos dá quando ela lhe entregar o símbolo que o designa. O adulto questiona a criança
acerca de “O que é que tu queres” e vai esticando a mão ,para que ela compreenda que tem
que lhe dar algo. Um outro adulto (parceiro comunicativo) molda os gestos iniciais da criança,
de forma a ela ter sucesso na resposta e aprender como é que obtém o reforço desejado.
No final do programa, fase 5, a criança deve ser capaz de responder a perguntas como “O
que é que estás a ver?” ou ”O que ouves?”, sem qualquer ajuda, ou mesmo fazer esses
comentários espontaneamente.
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