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TECNOLOGIA DO CEARÁ
CURSO ENGENHARIA MECÂNICA
DISCIPLINA: RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS II
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
Maracanaú – Ceará
Janeiro / 2018
PROJETO DE FRASCO METÁLICO TIPO SPRAY PARA
ANTITRANSPIRANTES.
Trabalho acadêmico
apresentado ao curso de
Engenharia Mecânica do
Instituto Federal de Educação
Ciência e Tecnologia do
Ceará, como parte da
disciplina Resistência dos
Materiais II.
Maracanaú – Ceará
Janeiro / 2018
3
LATA:
Uso: Aerossol.
Diâmetro: 45mm.
Altura do corpo: 165mm.
Espessura da lata: 0.20mm.
Espessura para o tampo: 0,32mm.
Material: Timplate (Flandres: aço + camada de estanho); atendidas de acordo
com as seguintes normas técnicas especificadas: SAE 1006 - NBR 11888,
ASTM A568M, DIN 1016, EN 10051 e JIS G 3193.1
Pressão: pressão de deformação: ≥1. 2 Mpa.
pressão de ruptura: ≥1. 4 Mpa.
1
Catálogo de laminados à quente – CSN. Disponível em
< http://www.mzweb.com.br/csn2016inst/web/download_arquivos.asp?id_arquivo=2A11A63A-
8EDF-4001-B644-91FF41FC3276>. Acesso 30 DEZ 2017.
4
ATUADOR:
Spray Simples, de pulverização superficial.
VÁLVULA:
Spray continuo, tipo macho, lateral, anyway, para liquidos, de pulverização
superficial.
JUSTIFICATIVA2
A escolha do atuador, da válvula e das dimensões da lata determinam o
aprimoramento do desempenho do aerossol. É um elemento essencial pois
assegura o fechamento hermético possibilitando o desempenho para cada tipo
de produto a ser disperso. Existem diferentes tipos de válvulas para fins bem
definidos e devem ser analisadas previamente consoante as características e
finalidades do aerossol.
As válvulas são classificadas:
• Pelo seu funcionamento: de spray contínuo ou válvula dosadora.
• Pela sua forma: masculinas, femininas.
• Pelo seu acionamento: vertical, lateral.
• Pelo tipo de aplicação: vertical, anyway.
• Pelo tipo de produto a ser disperso: para líquidos, para espumas, para pós.
• Pelo tipo de pulverização: espacial, superfície.
• Pela sua adaptação ao recipiente: de 1 polegada, 20 mm, 13 mm, para
recipiente PET.
• Especiais: sem mola, alimentos, etc.
2
A Melhor Válvula Para Partículas Sólidas, em aerosollarevista. Disponível em <
http://aerosollarevista.com/2014/06/a-melhor-valvula-para-particulas-solidas/>. Acesso 30 DEZ
2017.
5
TECNOLOGIA DA VÁLVULA
Na válvula de pulverização, mais itens e materiais estão conectados, como no
resto da lata. O ponto de partida é um tubo de plástico curto aberto com um
orifício no lado (3). Um anel de borracha (4) ao redor do tubo junta o orifício
lateral. No lado inferior e fechado do tubo, está acoplada uma mola, que fica com
a parte inferior do tubo em uma caixa de plástico (5). O anel de borracha
repousa na borda da carcaça. Um suporte de metal, a placa de válvula (2),
pressiona este arranjo tão apertado que somente o tubo pode se mover. Quando
o tubo no qual a cabeça de pulverização (atuador - 1) está presa for
pressionado, o anel de borracha permanece em sua posição e o pequeno orifício
lateral desliza para dentro do interior da lata. Ao mesmo tempo, a mola é
comprimida na caixa. Devido à pressão na lata, a mistura do produto e do
propelente sai através do tubo, enquanto o atuador estiver comprimido. Cessada
a compressão, o tubo volta a posição inicial pela mola, e o anel de borracha
fecha novamente o orifício lateral.
PROPELENTE3 E PRODUTO.
A lata contém dois líquidos: o propelente e o produto. O propelente é quem se
expande quando a válvula é acionada. Sua função é carregar o produto para
fora do recipiente4
O produto é um composto liquido concentrado de ingredientes ativos que dá a
funcionalidade pratica final. Se for um aromatizador, fragrâncias; se for um
creme, terão os ingredientes ativos para formarem a espuma e assim por diante.
Propelente é definido como o fluido capaz de exercer uma pressão quando
contido em um recipiente fechado à temperatura ambiente. Os propelentes
fornecem energia capaz de expelir o conteúdo do recipiente, influenciando a
forma, seja: espuma, névoa, etc., pela qual o produto é descarregado. Os
propelentes utilizados na indústria dos aerossóis são os seguintes:
Ėteres: dimetil éter CH3—O—CH3;
Fluorcarbonos: clorofluorcarbonos, CFC’s (proibidos) e
hidroclorofluorocarbonos HFC134 a – CH2 F—CF3 y HFC 152 a..-..CHF2 —
CF3dr;
Gás comprimido: dióxido de carbono CO2, óxido nitroso N2O, nitrogênio N2 e
ar comprimido;
Hidrocarbonetos: butano C4H10, iso-butano C4H10 e propano C3H8.
3
Segurança No Uso De Propelentes, em aerosollarevista. Disponível em <
http://aerosollarevista.com/2014/04/seguranca-no-uso-de-propelentes/>. Acesso 30 DEZ
2017.
4
Como funciona o spray. Disponível em <https://mundoestranho.abril.com.br/ciencia/como-
funciona-um-spray/>. Acesso 27 NOV 2017.
7
Abaixo, uma visão geral dos propelentes mais comuns em frascos de pressão.
Pressão
Pressão
Designação de Ponto Ponto de de Pressão
massa molar de vapor
Propulsor acordo com DIN de fusão ebulição vapor a de vapor a
(g / mol) a 20 °C
8960 (° C) (° C) 30 ° C 50° C (bar)
(bar)
(bar)
PROCESSO DE FABRICAÇÃO
5
Tabela adaptada de Sprühdose. Disponível em <
https://de.wikipedia.org/wiki/Spr%C3%BChdose>. Acesso 01 JAN 2018.
6
Adaptado de Clinical fresh | Antitranspirantes para mujeres | Rexona. Disponível em <
http://www.rexona.com.pe/productos/variante/1130427/e-g-clinical-cleanfresh>. Acesso 01
JAN 2018.
7 Composição propelente de aerossol. Disponível em
Um fato interessante é que as latas, devido a sua fragilidade, não podem ser
transportadas por longos períodos quando estão vazias8. Já as tampas podem
ficar a quilômetros das fábricas de bebidas e costumam até ser exportadas para
outros países.
Fabricação do corpo
As etapas para o fabrico do corpo da lata são as seguintes: 1_As bobinas
são movimentadas por empilhadeiras até os tombadores de bobinas, que as leva
a 2_um carro transportador e em seguida para 3_o desbobinador. A chapa da
matéria prima é introduzida no 4_Minster, a primeira máquina de corte do
processo. A velocidade média da maquina é 232 cortes circulares na chapa, por
minuto. A próxima etapa é 5_a estampagem (estiramento) da lata: alongamento,
afilamento e formato do fundo. Esse procedimento é feito por meio de pressão,
na Body Maker. Na saída da prensa, 6_a aparadeira recorta as bordas
superiores para que todos os corpos fiquem da mesma altura.
Em seguida, a lata segue para 7_ a esteira de lavagem, onde é lavada por
dentro e por fora. A última etapa do processo é 8_o forno de secagem. As latas
que chegam tombadas voltam para o processo de lavagem.
Depois de lavadas e secas, as latas vão para 9_o processo de pintura dos
rótulos na Printer. As máquinas mais modernas conseguem imprimir acima de
duas mil latinhas por minuto.
10_Na envernizadeira, a lata recebe as camadas de verniz. Primeiramente,
acontece o revestimento interno para evitar o contato direto do produto
envasado com o alumínio. Depois, são envernizadas por fora e 11_seguem
novamente para o forno de secagem.
a última etapa de fabricação é 12_a moldagem do perfil da sua boca, para que a
tampa, após envase, possa ser encaixada e recravada. Por fim, as latas passam
pelo 13_controle de qualidade,
Depois de prontas, as latas seguem para 14_as máquinas de pallets, onde são
empilhadas em engradados para serem estocados nos galpões, até serem
levadas por caminhões apropriados para as fábricas de bebidas. Lá, as latas são
novamente 15_esterilizadas antes de serem utilizadas.
8
Abralatas.org em: O passo a passo na fabricação da lata de alumínio. Disponível em <
http://www.abralatas.org.br/o-passo-a-passo-na-fabricacao-da-lata-de-aluminio/>. Acesso 03
JAN 2018.
9
Fabricação da tampa
Formação da tampa básica
A primeira etapa do processo de fabricação da tampa é chamado de formação
da tampa básica. Na prensa, é cortado um disco que é moldado através de
várias etapas. Por fim, é formada a reborda, numa etapa em que são moldadas
as partes da tampa que irão garantir suas recravações: a da válvula na tampa e
a da tampa no corpo.
Aplicação do composto selante
A fora os anéis de vedação do conjunto tampa-válvula, as tampas básicas
recebem uma quantidade controlada de selante, sobre uma área específica da
reborda. O selante ajuda a garantir a perfeita vedação no momento da
recravação, evitando, assim, vazamentos ou perda de gás.
Conversão da tampa básica em tampa acabada
Agora, as tampas básicas se transformam em tampas acabadas. É um processo
que envolve minuciosas operações de conformação do metal para a formação
dos relevos e da linha de corte que permite a abertura da tampa. Trata-se de
uma etapa extremamente complexa e que exige rigoroso controle.
CALCULO DAS TENSÕES DE PROJETO
Apesar do tamanho, o frasco spray é considerado um vaso de pressão. O
projeto desses vasos é uma atividade de engenharia e para tal exige que o
projeto seja realizado por Profissional Habilitado a fim de evitar riscos de
acidentes. No Brasil, a NR-139, é a responsável por garantir a conformidade
destes projetos.
Segundo HIBBELER10, o projeto, ora idealizado, pode ser analisado de um modo
simples, uma vez que contem paredes finas (relação raio interno/espessura da
parede igual ou superior a 10, ou seja, R⁄t ≥ 10). Quando a parede do vaso é fina
pode-se considerar a distribuição de tensão pela sua espessura como uniforme
e constante para materiais isotrópicos. Um elemento da parede de um vaso de
pressão cilíndrico ou esférico está sempre sujeito a tensões nas direções σ1, σ2
e σ3 (circunferencial, longitudinal e radial, respectivamente) como mostrado na
Figura 4.
9
NORMA. NR-13, Caldeiras e Vasos de Pressão, 2014.
10
HIBBELER, R. C.; Resistência dos Materiais, 7ª ed. São Paulo, Pearson, 2010.
10
CÁLCULOS DE TENSÃO
Para o projeto, calculamos as seguintes tensões (apenas faixa de deformação):
𝑷𝒓 𝟏, 𝟐 𝑴𝑷𝒂 𝒙 𝟎, 𝟎𝟐𝟐𝟓
= = = 𝟏𝟑𝟓 𝑴𝑷𝒂
𝒕 𝟎, 𝟎𝟎𝟎𝟐
𝑷𝒓 𝟏, 𝟐 𝑴𝑷𝒂 𝒙 𝟎, 𝟎𝟐𝟐𝟓
= = = 𝟔𝟕, 𝟓 𝑴𝑷𝒂
𝟐𝒕 𝟐 𝒙 𝟎, 𝟎𝟎𝟎𝟐
PARECER TÉCNICO
De posse desse valor (46,35 MPa < 67,5MPa), podemos concluir que as
dimensões da lata projetada conseguem suster a pressão de trabalho sem
deformar ou romper e o projeto, no que depende disto, é totalmente viável.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Esse projeto foi um tanto trabalhoso por as fontes de pesquisas são escassas
e/ou supérfluas. Para dimensionar as pressões suportadas pela lata, a
princípio, pensou-se em desenvolver um dispositivo de captação da pressão
interna de varias latas de spray antitranspirantes e calcular sua média.
Depois, romper essas latas em testes hidrostáticos (e um novo dispositivo)
para calcular a pressão de ruptura. Com paciência, nos furtamos desses
ensaios após encontrar catálogos de fabricante com a descrição técnica das
latas e a faixa de trabalho das pressões dos propulsores.
O desafio foi tenso, mas elevou o nível do aprendizado. Pode-se perceber o
que se espera na rotina de engenheiro mecânico.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS