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12 e 13 de agosto de 2011

ISSN 1984-9354

GESTÃO DE RESÍDUOS NA INDÚSTRIA


DE ROCHAS ORNAMENTAIS, COM
ENFOQUE PARA A LAMA ABRASIVA

André Araujo Alves da Silva


(LATEC/UFF)

Resumo
Este artigo trata da Gestão dos Resíduos da Indústria de
Beneficiamento de Rochas Ornamentais no Estado do Espírito Santo,
com enfoque principal na Lama Abrasiva gerada a partir do processo
de serragem dos blocos de rochas e polimento das cchapas, buscando
sua reintrodução como insumo em outra cadeia produtiva,
apresentando o caso da Associação Ambiental Monte Líbano -
AAMOL, a primeira central de tratamento de resíduos de rochas
ornamentais do estado do Espírito Santo.

Palavras-chaves: Resíduo; lama abrasiva; rochas ornamentais; gestão.


VII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO
12 e 13 de agosto de 2011

1. Introdução

O Estado do Espírito tem como grande impulsionador de sua economia a Indústria de Rochas
Ornamentais, sendo considerado hoje o maior pólo de beneficiamento da América Latina.

Como rochas ornamentais, temos o mármore, o granito, ardósias, arenitos, basaltos, gnaisses e
quartzitos que são beneficiados em indústrias próprias instaladas em todo o estado do Espírito
Santo, principalmente em Cachoeiro de Itapemirim, maior pólo beneficiador do estado.
(PREZOTTI, et all, 2006)

A produção de rochas ornamentais se divide em quatro etapas distintas. A extração, realizada


nas pedreiras, onde o maciço ou matacão é cortado em blocos de rocha, o desdobramento,
onde os mesmos são serrados em chapas, o polimento responsável por dar o acabamento ao
material, e por fim, as chapas são vendidas para as marmorarias que executam os mais
diversos trabalhos, com aplicação direta na construção civil, confeccionando pisos, ladrihos,
bancadas, etc.

A atividade de desdobramento consiste em serrar os blocos de rocha no equipamento


denominado Tear. Este utiliza lâminas de aço que por atrito vão serrando a rocha e
produzindo as chapas brutas.

Para aumentar o atrito no processo de serragem e lubrificar as lâminas, é utilizada uma


mistura de água, granalha e cal. Esta mistura fica em um circuito fechado que periodicamente
é expurgada juntamente com o pó da rocha serrada e do resíduo da lâmina de aço formando o
resíduo conhecido como lama abrasiva.

O processo de polimento também é realizado sob via úmida, onde é inserido grandes volumes
de água sobre a área que está sendo polida com abrasivos das mais diversas granulometrias,
dependendo da fase do acabamento. O equipamento que realiza este trabalho é a politriz, que
pode ter inúmeras “cabeças” de polimento.

No processo final já nas marmorarias, também há emprego de água durante o corte da chapa
de rocha, com isso, também verificamos a geração da lama abrasiva, porém em menor
quantidade.

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Com o desenvolvimento do setor de rochas ornamentais, outros setores passam por uma fase
de grande crescimento também, principalmente os prestadores de serviços e fornecedores de
insumos, gerando assim, inúmeros empregos e renda.

Todavia, junto com o desenvolvimento proporcionado pelo crescimento industrial, há também


a problemática ambiental, que não deve e nem pode ser esquecida.

Cada vez mais a questão ambiental vem sendo incorporada na vida de todas as pessoas. O ser
humano passou, em sua maioria, a perceber que a preservação do meio ambiente é preservar a
própria espécie humana, pois fazemos parte do meio em que vivemos.

No decorrer do tempo percebemos esta mudança de cultura. O desenvolvimento não pode vir
em detrimento do meio ambiente. Eles têm que se conjugados.

Durante e após a Revolução Industrial, a imagem que conferia status era a de grandes
chaminés gerando aquela gigantesca nuvem de fumaça preta. Quanto mais fumaça se produzia
significava aumento na produção e que o país estava próspero e gerando divisas. O meio
ambiente era um fator considerado secundário e os recursos naturais inesgotáveis.

Hoje todos estão pagando o elevado custo para o desenvolvimento dos países considerados de
“Primeiro Mundo”. Eles se desenvolveram, a custa de muita degradação ambiental, utilizando
boa parte dos recursos naturais até quase sua exaustão e todos pagam à conta, inclusive os
subdesenvolvidos.

Percebe-se então que a questão ambiental é muito mais ampla, por isso as nações se uniram
para fomentar atividades, pesquisas e estudos que pudessem neutralizar os efeitos que estamos
sendo submetidos, por conta da degradação ambiental praticada.

Como o estado do Espírito Santo responde por cerca de 75% da produção de rochas
ornamentais no Brasil, há que se ter uma grande preocupação com a lama abrasiva gerada,
pois a quantidade é extremamente significativa e na realidade ainda não se tem um estudo
detalhado de sua composição e de todos os impactos que a mesma pode causar quando
lançada diretamente no meio ambiente.

Outro ponto que merece destaque é que não adianta apenas fomentar a criação de aterros
adequados para serem lançados os resíduos de lama abrasiva, pois como a quantidade gerada
é expressiva, a proliferação de aterros pelo estado acabará por esgotar as áreas aptas para este
tipo de empreendimento, ou o estado se tornará um grande aterro de lama.

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Já existem algumas iniciativas para que este resíduo se torne insumo em outra cadeia
produtiva, mas ainda tem alguns entraves que acabam por demorar o desenvolvimento destas
iniciativas.

O aprofundamento do conhecimento dos constituintes da lama e seus potenciais impactos


ambientais sofrem com outra questão de grande relevância, quer seja, normatização e
laboratórios adequados e acreditados que possam fazer as análises necessárias de forma
satisfatória. Esta questão será tratada em outro artigo com mais profundidade.

Portanto, neste artigo, pretendemos traçar um panorama da gestão de resíduo da lama


abrasiva, apresentando um caso concreto da implantação de uma Central de Tratamento de
Resíduos, que provocará uma mudança de paradigma, proporcionando a inserção da lama
abrasiva como insumo em outra cadeia produtiva.

2. Resíduos Gerados nas atividades de produção de rochas ornamentais,


seus impactos e conseqüências.

Apesar de todo o incremento gerado pela indústria de rochas ornamentais na economia


estadual, vários são os impactos negativos que o gerenciamento inadequado dos resíduos
gerados durante a fase produtiva pode causar.

A atividade minerária é causadora de impactos ambientais irreversíveis desde o início da


cadeia, pois a extração de rochas, mesmo que realizada com todas as cautelas ambientais
disponíveis, trata-se da retirada do meio ambiente de um mineral, causando inclusive
impactos visuais negativos, pois para se atingir a rocha a ser extraída, necessário se faz a
retirada da vegetação e do solo.

Nesta atividade extrativa a geração de resíduos é em grande escala proporcionada pelos restos
de rochas, que não tem periculosidade acentuada desde que dispostos de maneira adequada,
evitando desmoronamentos e assoreamento de rios e córregos, não trará maiores transtornos
além da alteração do apecto visual.

Na etapa de desdobramento, os resíduos comumente gerados são, os restos e fragmentos de


rochas, conhecido como casqueiros, o plástico, papel e papelão, oriundo das embalagens dos
insumos utilizados, óleo e graxa decorrente da manutenção dos teares, metálico, oriundo das
lâminas gastas e peças substituídas, e o mais volumoso de todos, a lama abrasiva, objeto de

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nosso presente estudo.

Na etapa de polimento de chapas, vemos como resíduos comumente gerados os fragmentos de


rocha, papel, plástico e papelão, também decorrente da embalagem dos insumos utilizados, os
restos de abrasivos gastos no polimento e a exemplo da etapa de desdobramento, a lama
abrasiva, porém, esta é gerada a partir da decantação da água utilizada no polimento, quando
da limpeza dos tanques de decantação.

É nesta fase de beneficiamento rochas, que observamos a inserção de novos produtos como
insumos na cadeia produtiva, sendo estes os principais contribuintes para tornar a lama
abrasiva objeto de maior preocupação.

Os principais insumos utilizados durante a etapa de beneficiamento que acaba por alterar as
características da lama abrasiva gerada, chegando a transformá-la em alguns casos em resíduo
classe I, é a cal e a granalha na fase de desdobramento e o pó do abrasivo na fase de
polimento.

Vale ressaltar que em alguns tipos de rocha utiliza-se resina e por vezes corante, para
melhorar o aspecto da chapa polida. Estes constituintes também acabam por alterar
significativamente as características da lama gerada.

Outro problema observado nas empresas é durante os serviços de manutenção dos


equipamentos, pois não há uma preocupação por parte dos funcionários em evitar que graxas
e lubrificantes respinguem na área de trabalho, sendo carreados para a lama alterando mais
uma vez sua composição. È sabido que mesmo em pouca quantidade, o óleo quando
descartado inadequadamente pode contaminar grande quantidade de água.

Por este motivo, frisamos que a correta gestão da atividade operacional da empresa é de suma
importância para evitar custos desnecessários, principalmente no tratamento dos resíduos
gerados.

Importante salientar que a lama abrasiva por si só, mesmo que não tenha nenhum constituinte
perigoso em sua composição, não pode ser lançada em qualquer lugar, pois se despejada
diretamente em um córrego ou rio, poderá ocasionar seu assoreamento e turbidez tal que
afetaria diretamente a biota local.

Desta feita, o que observamos é que inúmeras empresas do setor não realizam o tratamento
dos resíduos gerados, e estes acabam sendo depositados em rios, córregos, esgotos, e mesmo

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quando são depositados em tanques na própria empresa, esses tanques são feitos de forma
inadequada provocando assoreamento dos rios ou até mesmo contaminando o lençol freático.
(FREIRE, 2009)

O Instituto Estadual do Meio Ambiente – IEMA do estado do Espírito Santo regulamentou a


questão da disposição da lama na Instrução Normativa - IN 19/2005, onde estabelece em seu
artigo 3º, § 4º que o armazenamento de resíduos sólidos provenientes do tratamento dos
efluentes do processo industrial, quando com umidade inferior a 30%, deverá ocorrer sobre o
solo com permeabilidade inferior a 10-6 cm/s, sobre zona não saturada de espessura superior a
3 metros, com sistema de drenagem pluvial e de águas residuárias e medidas de proteção
contra erosão, excetuando-se os casos de disposição sobre piso impermeabilizado.

A partir da edição da referida IN 19/2005, as empresas de beneficiamento de rochas tiveram


que adequar as práticas até então realizadas por elas, onde a lama era colocada em “cavas”
realizadas no pátio da própria empresa.

Esta necessidade de adequação fez com que muitos processos de renovação de Licença de
Operação ficassem prejudicados, pois os empresários não conseguiam se adequar, seja por
falta de aterros adequados, áreas aptas para implantá-los e principalmente pelos custos
envolvidos.

Levando em consideração a enorme quantidade de resíduo gerada, alguns pesquisadores vêm


estudando o aproveitamento de resíduo de corte de granito, na produção de argamassas
(CALMON et al., 1997), tijolos cerâmicos (NEVES et al., 1999) e peças cerâmicas (LIMA
FILHO et al., 2000).

Na região da grande Vitória o principal destino dado para a lama abrasiva é o aterro industrial
de terceiros. (SEBRAE, 2007)

A utilização deste método para destinação dos resíduos de lama abrasiva deve ser
cuidadosamente avaliada pelas empresas e principalmente pelo estado, pois devido a enorme
quantidade gerada deste resíduo, o que podemos ver futuramente é a transformação do
Espírito Santo em um grande aterro de lama.

Com o aumento dos estudos para aproveitamento da lama abrasiva como insumo de outras
cadeias produtivas, acabamos por verificar que a tendência é que os atuais aterros industriais
passem a ser considerados como futuras jazidas.

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Para propiciar esta mudança de cultura, curial também analisar o Ciclo de Vida do produto no
Setor de Rochas Ornamentais, pois é uma ferramenta de extrema relevância para melhoria de
processos e produtos o que a torna intimamente ligada com a problemática levantada, pois
novos métodos podem significar redução da geração de resíduos, além da utilização dos
mesmos em outras cadeias produtivas.

3. Análise do Ciclo de Vida e o setor de Rochas Ornamentais

Avaliação do ciclo de vida (ACV) em jargão técnico é uma forma que tende a examinar o
impacto total de um produto através de cada etapa de sua vida, desde a obtenção de matéria
prima, a forma de como é fabricado, a venda no mercado, o uso em casa, e seu descarte.
(BARBOZA, 2001)

As ferramentas de análise do ciclo de vida dos produtos são muito importantes para proceder
uma eficiente gestão de resíduos, pois a partir dos conhecimentos disponibilizados por ela
podemos implementar práticas e atitudes visando a reutilização e reciclagem e principalmente
a minimização da geração de resíduo, que é o principal objetivo dos profissionais que atuam
na área. Para tanto, de extrema importância é a normalização das práticas e métodos a serem
utilizados, principalmente para sua uniformização.

No setor de rochas ornamentais os problemas não são diferentes. O que falta no setor de
rochas é uma normalização técnica e a nomenclatura oficial dos materiais, contendo
informações básicas como o nome do produto a origem do minerador. Muitas vezes nem o
especificador tem conhecimento técnico sobre a rocha e sua aplicabilidade. (ROCHAS DE
QUALIDADE, 2001) Esta demanda está sendo atendida pelos catálogos de rochas
ornamentais em circulação no país, dentre estes, o mais completo e recente foi lançado pelo
Centro de Tecnologia Mineral - CETEM.

Desde o início dos anos 90, verificou-se um salto qualitativo no setor de rochas representado
pela absorção de novas tecnologias, o que levou o setor colocar seus produtos na pauta de
exportações de minerais brasileiros. Contudo essa evolução ainda tem um longo caminho a
trilhar no sentido da diversificação e da agregação de valor à produção. Estamos há muitos
anos com o mesmo sistema e a mesma espessura de pedra. No exterior isso já existe, pedras
de grandes dimensões que são estruturadas com telas metálicas por trás, painéis de pedra

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composta com uma espessura muito fina. Esse é um avanço tecnológico muito grande e que
precisa fazer chegar ao Brasil. (ROCHAS DE QUALIDADE, 2001)

Apesar do segmento de rochas ornamentais proporcionar incrementos sociais e econômicos,


deve-se levar em consideração também os problemas ambientais decorrentes desta atividade,
como contaminação dos corpos hídricos e do solo, poluição atmosférica, desfiguração da
paisagem e danos à saúde (PREZOTTI et al., 2006).

O setor de rochas ornamentais vem se caracterizando como um dos principais poluidores e


causadores de impactos ambientais no estado do Espírito Santo, principalmente no município
de Cachoeiro de Itapemirim, onde há a maior concentração de empresas de beneficiamento de
rochas do Brasil.

O volume de recursos utilizados para que se produzam os materiais em suas diferentes


formas, os gastos energéticos e de água e a quantidade de resíduos resultantes desse processo
estão comprometendo o meio ambiente.

Como já comentamos anteriormente, a cadeia de rochas ornamentais se inicia normalmente


nas pedreiras ou jazidas de onde são extraídas as rochas que são transportadas, geralmente em
blocos, para as indústrias de beneficiamento, que são compostas por serrarias, responsáveis
por desdobrar os mesmos em chapas, e as empresas de polimento, responsáveis para dar o
acabamento final nas chapas. Após o desdobramento e polimento de chapas de rochas as
mesmas são encaminhadas para as empresas responsáveis por cortar em pisos, ladrilhos, pias,
bancadas e diversos outros materiais para utilização geralmente na indústria da construção
civil.

Durante toda a fase de produção de rochas ornamentais, diversos tipos de resíduos são
gerados. Na extração é gerado muito resíduo de rocha, são fragmentos que não são
aproveitados para o beneficiamento. Estes restos, normalmente são dispostos em área definida
próxima às jazidas, conhecidos como “bota fora”. Na fase de desdobramento e
beneficiamento, são gerados fragmentos de rocha, lâminas de aço utilizadas nos teares para o
corte da rocha, restos de abrasivos, utilizados para o desbaste e polimento das chapas, além da
lama abrasiva, que é uma mistura de água, utilizada durante toda a fase de beneficiamento, pó
de rocha, pó do abrasivo, cal e granalha. (FREIRE, 2009)

Já demonstramos que esta lama gerada é considerada um dos principais problemas ambientais
do estado do Espírito Santo, pois em muitos casos é lançada diretamente sobre o solo, ou até

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mesmo diretamente em córregos e rios, gerando enormes prejuízos ambientais com grandes
impactos.

Os estudos que estão sendo realizados para o reaproveitamento da lama gerada, na fabricação
de lajotas, tijolos, artefatos cerâmicos, indústria asfáltica e cosmética, dentre outros, é de
suma importância para a avaliação do ciclo de vida e para a melhoria na gestão eficiente da
cadeia produtiva mineral.

Para melhorar a imagem do setor de rochas ornamentais, a Análise do Ciclo de Vida da cadeia
de rochas tem se tornado a cada dia mais fundamental, onde papel importante tem os Arranjos
Produtivos Locais – APL que procuram conjuntamente buscar soluções para o setor.

Boa parte da produção de rochas ornamentais no Brasil é destinada ao mercado interno,


porém, as exportações vêm crescendo a cada dia em com isso a necessidade de
aprimoramento da produção e adoção de mecanismos de proteção ambiental, atendendo às
exigências internacionais.

Depois de forte baque em 2009, o setor entrou em processo de recuperação no ano passado.
As exportações cresceram 32,5%, após dois anos consecutivos de queda, passando de US$
724,1 milhões para US$ 959,2 milhões - próximo do recorde de US$ 1,093 bilhão registrado
em 2007 -, apesar do câmbio desfavorável. (VALOR ECONÔMICO, 2011)

Este assunto já foi tratado por alguns estudiosos do tema, enfocando que a rede de empresas
que forma a cadeia produtiva de rochas ornamentais é suis generis na medida em que do lado
da produção predominam as PMEs locais, diferentemente da maior parte da extração mineral
do país, e, do lado do mercado, não sofre pressões à montante que caracterizam a construção
civil, importante setor consumidor, e nem à jusante como indústrias de montagem. O mercado
é pulverizado sendo mais de 80% das vendas destinadas ao mercado interno, com utilização
quase que exclusiva na construção civil também faz com que essa cadeia tome emprestado do
setor de construção algumas características de produção e mercado. Nesse contexto a
tendência mundial é no sentido da simplificação da construção civil em geral e de edificações
em especial, com ênfase dominante na qualidade, durabilidade, facilidade de manutenção,
integração de fases desde o projeto da edificação, irradiando-se por todo o sistema dos
construtores aos fornecedores de materiais. Iniciou-se assim, nos anos 90, uma estratégia de
gestão integrada do projeto e da organização do processo construtivo, voltada para o controle
de materiais e processos em todas as fases para garantir a qualidade do produto final: a

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edificação. (MEDINA, 2003)

Portanto, a mudança de processos produtivos, melhoria nos produtos e principalmente no


ciclo de vida do produto é importante para melhor gestão de resíduos e no caso em comento,
na minimização da geração dos mesmos na cadeia produtiva de rochas ornamentais,
principalmente no tocante a lama abrasiva, que pelos grandes volumes gerados, conforme já
demonstrado, é o grande vilão ambiental do setor.

4. Gestão do resíduo de lama abrasiva gerada na atividade de


beneficiamento de rochas ornamentais

É fundamental a eficiente gestão do resíduo de lama abrasiva desde a sua geração até sua
disposição final, ou seja, do “berço ao túmulo”. Mais importante ainda é a redução de sua
geração.

Este é um ponto crucial na gestão de resíduos, pois quando tratamos deste tema, a primeira
coisa que ouvimos é a reciclagem, porém, temos que ter em mente que este é o terceiro elo da
cadeia. Primeiro temos que reduzir a geração do resíduo, depois pensamos em reusar e
somente se não for viável nenhuma das opções anteriores, partimos para a reciclagem.

Somente no processo de desdobramento de rochas a quantidade de lama gerada é equivalente


a 20 a 25% do bloco serrado (SOUZA et all, 2010).

Como já relatamos anteriormente, os blocos de rochas extraídos nas pedreiras são


transportados para as indústrias de beneficiamento onde são serrados em chapas de 1 a 3 cm
normalmente, em equipamentos denominados Teares.

Os mais comuns utilizam lamas abrasivas, que tem como principais objetivos: lubrificar e
resfriar as lâminas, evitar a oxidação das chapas, servir de veículo ao abrasivo (granalha) e
limpar os canais entre as chapas. Composta por água, granalha, cal e rocha moída a lama
abrasiva é distribuída por chuveiros sobre o bloco através de bombeamento (SILVA, 1998).

A elaboração de um Plano de Gerenciamento de Resíduos – PGR é de suma importância para


o controle e correto gerenciamento dos resíduos gerados em toda a fase produtiva da empresa.

O PGR deve ser detalhado e formatado de forma a ter uma abrangência total dos processos
produtivos da empresa, mapeando todas as fontes geradoras de resíduos, os tipos gerados, sua

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forma de manuseio, acondicionamento e disposição final adequada do mesmo.

No tocante a disposição final adequada do resíduo, não podemos tratar o lançamento dos
mesmos em aterros como uma forma ideal, pois mesmo que sejam aterros controlados e
devidamente construídos conforme as normas técnicas, o resíduo lá permanecerá para sempre,
ou seja, na verdade estamos apenas mudando seu local de armazenamento. Retiramos de
dentro da empresa e colocamos em outro local.

No tocante a lama abrasiva, devido a quantidade gerada, se formos somente colocar em


aterros, em pouco tempo não teremos mais áreas aptas a construção de aterros. Frise-se que
somente no Município de Cachoeiro de Itapemirim já existe mais de cinco aterros licenciados.

Muitas iniciativas surgem para reaproveitamento da lama abrasiva, pois na verdade trata-se de
um material fino, quando seco, quase um pó, que pode ser facilmente introduzido em outras
cadeias produtivas.

Como exemplo, observamos estudos para utilização deste resíduo na fabricação de artefatos
cerâmicos como tijolos, artefatos de cimento como bloquetes de pavimentação, produção de
argamassa, como material de enchimento em concreto asfáltico usinado a quente e até mesmo
na indústria de cosméticos. Neste último caso, os resíduos oriundos do corte de mármores
podem ser adicionados à massa de produção de sabonetes esfoliantes, pois os resultados
indicaram baixa perda de massa e alta estabilidade do produto final. No entanto, a utilização
do resíduo fica limitada a 40%,em massa, com tamanho de partícula de até 0,053 mm para
que não haja irritabilidade dérmica. (OLIVEIRA, 2009)

Outro fator muito importante a ser considerado para uma correta e eficiente gestão de resíduo
é a segregação da geração direto na fonte. Por isso, durante a elaboração do PGR o
profissional responsável por sua elaboração, deverá ser bastante criterioso para
detalhadamente identificar todas as fontes geradoras de resíduos, os tipos gerados e a partir
deste diagnóstico propor a redução e melhoria na gestão dos mesmos.

No setor de Rochas Ornamentais a grande variedade de tipos de rochas extraídas e


beneficiadas no estado do Espírito Santo, gera uma grande variabilidade nas características da
lama gerada em cada tipo de rocha serrada. Por este motivo, uma questão que deve ser
considerada é a separação da lama expurgada de acordo com o tipo de rocha que está sendo
serrada no momento. Há granitos com maiores teores de ferro, outros quartizitos, gnaisses,
etc. Além do mármore com teores de cálcio elevado.

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Por conta desta variabilidade de materiais constituíntes das rochas serradas é que deve haver
uma quebra de paradigma na atual gestão do resíduo de lama gerado no processo de
beneficiamento, separando os expurgos por tipos de rochas serradas no momento.

O que observamos hoje é que ainda não há qualquer preocupação por parte das empresas em
segregar a lama de acordo com o material serrado. Na realidade tudo o que é gerado é
direcionado para o mesmo local de armazenamento temporário.

Visando modificar este paradígma, propiciando estudos dos diversos tipos de lama gerados e
em busca da solução mais adequada para isso, surge como iniciativa dos empresários do setor
e apoio do governo estadual a Associação Ambiental Monte Líbano – AAMOL, com a
perspectiva buscar a solução mais adequada ao resíduo gerado pela indústria de
beneficiamento de rochas ornamentais, propiciando seu aproveitamento em outras cadeias
produtivas.

5. Central de Tratamento de Resíduos – Caso Associação Ambiental Monte


Líbano – AAMOL

Como um bom exemplo de uma eficiente gestão dos resíduos do beneficiamento de rochas
ornamentais, com a reintrodução do mesmo em novas cadeias produtivas, tem a Associação
Ambiental Monte Líbano – AAMOL, criada no município de Cachoeiro de Itapemirim, que
tive a oportunidade de assessorar em seu surgimento, participando de todo o processo desde a
sua fundação.

A partir de entrevistas com os integrantes da associação, visita a Central de Tratamento de


Resíduos, coleta de dados administrativos e participação ativa em todo o processo, passamos a
descrever o trabalho que vem sendo realizado e o histórico de seu nascimento.

A Associação Ambiental Monte Líbano - AAMOL surgiu a partir da mobilização dos


empresários do setor de Rochas Ornamentais de Cachoeiro de Itapemirim, E.S, com o
incentivo do Centro Tecnológico do Mármore e Granito - CETEMAG, com a finalidade de
resolver um dos maiores problemas ambientais do estado do Espírito Santo, a falta de
destinação adequada da lama gerada no processo de beneficiamento de rochas.

Na época da mobilização empresarial, houve também o envolvimento do Governo do Estado


do Espírito Santo, que não fechou os olhos para este grande problema ambiental estadual.

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Após alguns debates entre os empresários, governo e entidades do setor, foi definido que não
bastava a criação de mais um aterro industrial para receber a lama abrasiva gerada pelo
beneficiamento de rochas ornamentais, era necessário e urgente medidas que proporcionassem
o reaproveitamento deste rejeito, devido a grande quantidade gerada no estado, caso contrário,
em futuro não muito distante, o Espírito Santo poderia se transformar em um grande aterro de
lama.

A partir desta idéia, foi elaborado um Termo de Referência pelo Governo do Estado onde a
AAMOL deveria seguir para a sua constituição e operação, primando por projetos e pesquisas
que tenham por objetivo o reaproveitamento do resíduo em outras cadeias produtivas.

Feito isso, foi também assinado pelo Governo do Estado um Protocolo de Intenções onde o
mesmo se compromete a ceder uma área para que a AAMOL se instalasse, desde que
cumprido o Termo de Referência firmado. Assim, surgiu a AAMOL.

Fundada em 25 de outubro de 2006 iniciou suas atividades em instalações do CETEMAG, no


bairro Aeroporto, até mudar-se em definitivo para a sede construída e inaugurada em agosto
de 2009 onde também está instalada a Central de Tratamento de Resíduos – CTR AAMOL,
com seguras instalações, totalmente adequadas aos padrões e leis ambientais vigentes e
licenciada para seu funcionamento, o que torna a empresa ainda mais responsável com o
Meio Ambiente e preocupada também com o bem estar de seus associados, colaboradores e
população, tornando evidente sua responsabilidade Sócio Ambiental.

Hoje a CTR AAMOL está localizada na Fazenda Monte Líbano em um espaço total de 26
hectares, sendo a área de armazenamento da célula equivalente a 5,3 hectares
aproximadamente.

O projeto da CTR AAMOL contempla não só a célula para disposição adequada da lama do
beneficiamento de rochas ornamentais, mas a reutilização da mesma em outras cadeias
produtivas. Isso significa que a AAMOL foi projetada para receber, tratar e dispor os resíduos
do setor de rochas nas melhores condições ambientais.

A AAMOL conta hoje com 79 empresas associadas no Município de Cachoeiro de Itapemirim


- ES, sendo que dessas, aproximadamente 75% são micro e pequenas empresas.

Hoje a CTR AAMOL está apta a receber resíduos com até 30% de umidade conforme
estabelecido pela legislação estadual, que são dispostos diretamente na célula temporária,
além de receber o resíduo também na sua forma liquida, pois conta com um sistema de

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desidratação, composto de tanque de recebimento, silo de decantação e filtro prensa,


permitindo assim, que as empresas que não contam com nenhum sistema de desidratação em
suas próprias instalações, enviem seus resíduos em caminhões tanque para a associação, que o
desidrata e posteriormente dispõe adequadamente na célula, estando em conformidade com o
meio ambiente, em atendimento as legislações ambientais vigentes.

Em cumprimento ao seu objetivo final, quer seja o reaproveitamento deste resíduo em outras
cadeias produtivas, a AAMOL em parceria com uma empresa de engenharia e a Universidade
Federal do Estado do Espírito Santo, instalaram uma fábrica de artefatos de cimento que
utiliza o resíduo como insumo na confecção de bloquetes de pavimentação, meio fio, e tijolos.

Vale destacar que os produtos produzidos pela fábrica instalada ainda estão em fase
experimental de traços e testes de certificação, principalmente da questão ambiental. O
objetivo é que antes de sua comercialização seja garantida a segurança ambiental e suas
características estejam de acordo com os padrões de mercado.

Mas a atuação da AAMOL não para por ai. Estão em andamento estudos e formatação de
parceria com o Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes – DNIT, para
utilização deste resíduo como sub base asfáltica e até mesmo incorporá-lo na massa do
asfalto.

Além destes projetos outros estão sendo desenvolvidos, e com toda certeza o estado do
Espírito Santo está caminhando para dar a solução ambiental e econômica mais adequada para
esta grande quantidade de lama abrasiva gerada. Como já tratado em outros tópicos do
presente artigo, futuramente veremos os aterros existentes no estado serem transformados em
novas jasidas.

Mas a proposta da CTR AAMOL, além de viabilizar a reutilização da lama abrasiva, prevê
que os demais resíduos da cadeia de beneficiamento de rochas ornamentais tenham sua
destinação ambientalmente correta, tais como resíduos ferrosos e oleosos, plásticos, papelões,
dentre outros, proporcionando o adequado gerenciamento dos mesmos, proporcionando a
criação de um sistema que propicie que os atuais executores desta atividade possam sair da
informalidade, gerando com isso mais emprego e renda.
Porém, o maior objetivo da AAMOL é conscientizar o empresário sobre a importância da
realização de ações de responsabilidade social e ambiental, gerando condições de

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sustentabilidade, difundindo os resultados positivos em todo o Arranjo Produtivo Local - APL


de Rochas Ornamentais.
Dessa forma, o setor de rochas ornamentais como um todo será beneficiado, por ter meios de
resolver seus passivos ambientais, uma vez que os resíduos poderão ser tratados em local
específico, tornando subprodutos para outros segmentos no mercado, o que trará benefícios
para sociedade toda sociedade.

6. Conclusão

Pelo estudo apresentado podemos perceber que cada vez mais se faz necessário, para a
sobrevivência da empresa e da própria humanidade, a preservação ambiental. Atrelado a isto,
observamos a real necessidade de ser avaliada a utilização dos produtos consumidos pelo ser
humano, proporcionando maneiras de serem reduzidos os seus impactos durante a fase de
produção, utilização e descarte dos mesmos.

Desta forma, percebemos a importância de uma eficiente gestão de todos os resíduos gerados
nas etapas produtivas, onde necessariamente devemos passar também pelo estudo da
Avaliação do Ciclo de Vida do produto, pois a partir destas pesquisas é que se permite um
conhecimento de todas as fases do produto proporcionando a possibilidade de agir em uma de
suas etapas de produção, tomando as medidas e iniciativas necessárias para reduzir os
impactos provocados desde o “berço ao túmulo”.

Com pleno conhecimento do ciclo de vida, podemos proporcionar que alguns produtos que
agora se tornaram resíduos, passem a ser utilizados como insumos em outras cadeias
produtivas, minimizando assim não só impactos ambientais, mas reduzindo significativamente
a utilização de recursos naturais, o que em muitos casos não são renováveis ou de difícil
recuperação.

Percebemos também que é fundamental uma melhor normatização e uniformização das


práticas de utilização da ACV, de forma a propiciar um melhor aproveitamento das mesmas.

No setor de rochas ornamentais observamos que não pode ser diferente, face aos resíduos
gerados. Dentre eles a lama abrasiva, que merece destaque especial em virtude da grande
quantidade gerada, Já que a cada dia a demanda por rochas no mercado nacional e
internacional vem crescendo.

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O conhecimento profundo deste tipo de resíduo é fundamental para ele possa ser
adequadamente introduzido em outras cadeias produtivas. Importante frisar, que como já
observado anteriormente, devido a grande quantidade gerada, os processos que receberão
estes resíduos como insumos tem que ser em quantidade suficiente para absorver toda a
demanda de geração. Por conta disso é que observamos a possibilidade de utilização dos
mesmos em inúmeras cadeias, que vão desde a indústria da construção civil até mesmo a da
beleza. Uns demandam maiores quantidade e outros menos, mas o importante é fazer que na
totalidade, os resíduos sejam absorvidos.

Para que esta mudança de cultura ocorra é necessário que a gestão dos resíduos gerados seja
realizada da forma mais eficiente possível, possuindo o gestor o conhecimento pleno de todas
as fases e características deste sub produto e da gama de possibilidades que se formarão para
sua destinação final.

Com a Avaliação do Ciclo de Vida e, por conseguinte a melhoria dos processos produtivos
deverá ocorrer também a redução de geração na lama abrasiva a partir da introdução de novos
métodos e processos produtivos. Esta sim é a maneira mais eficiente para tratar o problema,
pois o ganho ambiental com a minimização ou até mesmo não geração do resíduo é a melhor
solução.

No Espírito Santo, seguindo a tendência da AAMOL, observamos hoje o surgimento de outras


Associações de empresa que perceberam a necessidade de proporcionar uma destinação mais
nobre e adequada a enorme quantidade de lama abrasiva gerada.

Verificamos também o surgimento de cooperativas e empresas trabalhando a reciclagem de


produtos como o plástico, papel e papelão, vidro, alumínio e etc. e sentimos na prática o
benefício de tais iniciativas para o meio ambiente e conseguinte para a sociedade. Mas estas
ações não deve se restringir apenas a estes materiais recicláveis é necessário ser mais
abrangente, envolvendo principalmente técnicas de reuso, possibilitando a dilatação do ciclo
de vida.

Observamos também que estas iniciativas vão de encontro com a Política Nacional de
Resíduos Sólidos, que prima pela redução da geração, reuso e em não sendo possível a
reciclagem, além da responsabilidade compartilhada entre todos os atores que participam do
processo produtivo até o consumo.

Porém, apesar de algumas iniciativas por parte dos governantes, ainda carecemos de Políticas

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Públicas mais eficientes que propiciem os avanços dos estudos na busca de soluções mais
adequadas para destinação da lama abrasiva.

Na realidade, o que o setor empresarial necessita é que a legislação pátria seja devidamente
cumprida com toda sua efetividade, pois a Lei 6938/1981, intitulada como Política Nacional
de Meio Ambiente, em seu artigo 2º, inciso VI, já prevê o incentivo ao estudo e a pesquisa de
tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais.

Em relação a atividade mineraria, percebemos que é premente uma ação mais incisiva do
poder público através de políticas e incentivos para o setor, pois nos dias de hoje percebemos
a presença de minério em boa parte dos materiais e produtos que a sociedade, altamente
consumista hoje, utiliza em seu dia a dia e que apesar de ser um bem não renovável, em
grande parte ocasiona um impacto ambiental menor em seu ciclo de vida do que outras
cadeias produtivas.

Com o avanço dos estudos, propiciaremos a solução adequada para o destino final da enorme
quantidade de lama abrasiva gerada, além de transformar os atuais aterros existentes em novas
jazidas, invertendo o problema levantado no início de nosso artigo.

O estado do Espírito Santo não mais será transformado em um grande aterro de lama, irá
definitivamente acabar com os existentes, aumentando a vida útil de um de seus principais
impulsionadores da economia, quer seja, o setor de rochas ornamentais.

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