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Antônio Vitor – Compositor de Formosa/GO

Nascido em Formosa (GO), o poeta e compositor Antônio Vitor cultiva a arte dos
versos e da prosa, preferencialmente em pequenos contos, nos quais aborda o
regionalismo e a temática urbana. Graduado em letras pela Universidade de Brasília
(UnB), publicou seu primeiro livro de poemas em 1977, “Cicatrizes da Alma”, em São
Paulo, onde conheceu e frequentou a casa do poeta Menotti Del Picchia, de quem
recebeu valioso incentivo. Antônio Vitor também é autor de algumas dezenas de
composições gravadas na voz de diversos cantores sertanejos de raiz. Ao completar
37 anos de carreira, o artista antecipa o conteúdo de seu novo livro de contos “Ira
Sagrada”, que será lançado este ano; e das músicas que alcançaram sucesso
nacional nas vozes da dupla Chico Rey e Paraná. Faz um balanço de seu trabalho e
conta como foi difícil o início da carreira artística. Conhecido como poeta intelectual,
ele rejeita o rótulo e afirma ser uma pessoa como outra qualquer. “Escalei árvores e
muros, tomei banho de chuva e de rios, amava ouvir os causos dos mais velhos e
aprendi o sabor da poesia em suas falas”.
Que balanço você faz do seu trabalho?
Eu me considero um artista medíocre, no termo sincero da palavra, aquele que está no
meio. O adjetivo medíocre tomou uma consistência de coisa muito negativa, mas eu
quero analisar pela carga etimológica da palavra. Eu estou na média, mas mesmo
dentro da minha média, em relação ao meu trabalho, dou o melhor que tenho. Eu não
boicoto a arte, não faço nada mais ou menos. Meu trabalho pode ficar extremamente
meia boca, mas não que eu quisesse fazê-lo daquela forma, mas foi o máximo que eu
daria conta de fazer. Eu tenho muita preocupação com a minha arte, tanto a literatura,
quanto a música. Eu não falo palavrões, não tenho música de duplo sentido, não tenho
letras que incitem obscenidade ou precocidade sexual de quem quer que seja, de
forma que eu não vou me constranger com o trabalho que estou assinando.
“No meu caso sofrer uma decepção é mais fácil, por que na pior das hipóteses
vira música”.
Na literatura, foram quantas publicações nestes 37 anos de carreira?
Incluindo antologias e prefácios, pelo menos 40 livros. Agora, de minha autoria, eu
publiquei apenas “Cicatrizes da Alma”, em 1977. Muitas vezes eu encontro as pessoas
na rua que falam: “Nossa, tenho todos os seus livros em casa”. Eu digo, “Muito
obrigado, eu não tenho nenhum, até o que eu publiquei já me levaram” (risos). Vou
lançar este ano o segundo livro de contos, “Ira Sagrada”, com prefácio do saudoso
Bernardo Élis, único goiano que conseguiu ser membro da Associação Brasileira de
Letras (ABL). Portanto, tenho muito orgulho de ter sua assinatura nesse trabalho.
Também tenho um livro inédito de poemas, mas não pretendo publicá-lo agora.
Do que se trata “Ira Sagrada”?
Estou dando os últimos retoques. São 21 contos curtos, distribuídos entre o cenário
urbano e o rural. Procurei resgatar muito a nossa ruralidade, assim como também falo
a respeito das crônicas urbanas. Evidentemente, o livro possui uma grande carga
poética e será publicado pela editora Kelps, de Goiânia.
Quantas composições musicais fez ao longo da carreira e como foi o início?
Eu tenho mais ou menos 240 músicas compostas e, gravadas, em torno de 80 letras.
Ao longo dos anos, como compositor, eu corri atrás, mostrei, fiz muita ginástica,
verdadeiros malabarismos para chegar aos intérpretes que eu imaginava que fossem
ideais para gravar minhas músicas.
O que vem primeiro, a letra ou a melodia?
Eu não sou só letrista, eu entrego a música pronta e, muitas vezes, até com o arranjo
pronto. No meu processo pessoal de composição, as duas coisas vêm juntas. Eu já
começo a cantarolar no pensamento a letra com a melodia. Só passo para o papel
quando está terminada. Os temas são os mais variados, qualquer motivo pode virar
uma música, é instantâneo, é coisa de momento.
As músicas “Operário, Vida e Viola” e “Alma Transparente” alcançaram sucesso
nacional com a dupla sertaneja Chico Rey e Paraná. Você ganhou muito dinheiro
com estas composições?
Eu sou muito honesto, sincero e grato por tudo que acontece na minha vida. “Alma
Transparente” e “Operário, Vida e Viola”, até hoje, me rendem alguns trocados. Eu
tenho como espécie de coadjuvante no meu salário os meus direitos autorais. Não
digo que ganhei muito dinheiro, mas me ajuda ao final de cada mês, me auxilia
bastante a pagar minhas contas, minhas prestações e a faculdade dos meus filhos.
“Alma Transparente”, quando Leonardo gravou pela segunda vez com Chico Rey e
Paraná, me deu uma noção do que seria ganhar realmente dinheiro com música, não
com a venda de discos, mas com shows. O Escritório Central de Arrecadação e
Distribuição (ECAD) é responsável pela a arrecadação e distribuição dos valores
referente aos direitos autorais a todos os compositores.
Você já teve alguma decepção no mundo da música?
Eu não diria decepção, mas sim frustração. Eu recebi em casa o telefonema do cantor
Sérgio Reis afirmando que iria gravar uma música minha, e aquilo gerou uma alegria e
uma expectativa muito grande. Mas não deu certo. Ele chegou a marcar um encontro
comigo, e fui recebê-lo no aeroporto de Brasília. Viajamos para Unaí (MG), onde ele
iria fazer um show na exposição agropecuária. Lá, ele cantou a música “Operário, Vida
e Viola” e, não sei por que, alguns dias depois, Sérgio Reis lançou o disco na praça e
a música não havia sido gravada. No meu caso, é mais fácil e mais tranquilo sofrer ou
ter sofrido algum tipo de decepção, por que na pior das hipóteses vira música.

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