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1 – FAMÍLIA ROMANO-GERMÂNICA
Professora Catarina Nery - TGD
1.1 – CARACTERÍSTICAS:
Esta família liga-se a antiga Roma;
A família romano-germânica está dispersa em todo mundo, ultrapassando as fronteiras do
antigo Império Romano.
Esta expansão se deu em parte pela colonização, e em parte pelas facilidades adquiridas com
a codificação.
A preocupação de respeitar o direito romano sobrepõe-se cada vez mais, nas universidades, à
preocupação de descobrir e ensinar os princípios de um direito puramente racional e por isso
nasce nos séculos XII e XIII a escola de direito natural.
Apresenta uma nova visão social afastando-se das coisas exigidas por Deus e levando em
conta as necessidades do homem;
A escola do direito natural – Direito e a Razão;
A ação da escola de direito natural pode ser considerada em dois pontos: do direito privado e
do direito público;
Quanto ao direito privado, a escola não foi revolucionária, exigiu apenas, que as regras do
direito romano só sejam recebidas e aplicadas após exame, interpretação, para que não sejam
contrárias a razão e à justiça;
Em matéria de direito público foi diferente, pois o direito romano não se ocupou deste ramo.
A escola propôs modelos, deduzidos da razão, no tocante às constituições, á prática
administrativa e ao direito criminal;
A escola exige que ao lado do direito privado, fundado no direito romano, seja elaborado um
direito público consagrando os direitos naturais do homem e garantindo as liberdades da
pessoa humana;
É a razão sendo utilizada em prol do social;
As constituições rígidas não podem ser modificadas da mesma forma que as outras leis, e por
isso é que as outras leis devem estar de acordo com elas, podendo-se fazer o CONTROLE
DE CONSTITUCIONALIDADE
A autoridade encarregada deste controle varia segundo o país (qualquer juiz ou tribunal
(difuso) e ainda, originariamente, o STF);
a.1) Interpretação da lei
Editar a lei é função das autoridades.
A aplicação dela supõe um processo de interpretação, cuja importância é sublinhada pela
doutrina.
Neste sistema, os juízes, em regra, não são obrigados a seguir o pensamento de seus
antecessores, eles podem apreciar diferentemente os fatos, tendo liberdade no processo
interpretativo.
b) Costume
O costume, numa visão sociológica, desempenha um papel importante, pois constitui a infra-
estrutura sobre a qual o direito é edificado e dirige a maneira sobre a qual o direito é
aplicado.
A escola positivista, esforçou-se por reduzir a nada o papel dos costumes.
O costume é um elemento que permite descobrir a solução justa. Longe porém de ter a
importância que se atribui a legislação;
A função dos costumes está no fato de que a lei, muitas vezes necessita de um complemento,
pois pode ser lacunosa. observando-se sempre a sua razoabilidade;
c) Jurisprudência
A jurisprudência aqui não é considerada fonte primária, mas goza de grande influência no
mundo atual;
O papel da jurisprudência dissimula-se atrás da aparência de uma interpretação da lei;
Os juízes persistem na sua atitude de submissão à lei, ainda que o legislador reconheça, que a
lei pode não ter previsto tudo;
Será a jurisprudência utilizada de forma eficiente no processo de evolução do direito;
A jurisprudência deve abster-se de criar regras de direito, porque esta é tarefa do legislador!!!
As regras de direito formuladas pela jurisprudência não tem a mesma autoridade que as
formuladas pelo legislador?
As Jurisprudências são regras frágeis, suscetíveis de serem modificadas a todo tempo?
É sempre possível uma mudança na jurisprudência, sem que os juízes estejam obrigados a
justificá-la?
Um outro elemento que devemos considerar é que as decisões judiciárias devem ser
motivadas, mas esta obrigação é recente, pois durante muito tempo o exercício de julgar era
um exercício de autoridade, que não tinha que ser justificado.
d) Doutrina
Sabemos que a doutrina foi por muito tempo fonte primordial do direito, mais precisamente
por cinco séculos (universidades);
Foi apenas em uma época recente, século XIX que o primado da lei se substitui pela doutrina,
com o triunfo das idéias democráticas e da codificação.
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É preciso entender que a doutrina, ainda em nossos dias, assim como fora no passado, é uma
fonte muito importante e muito expressiva do direito.
Esta função da doutrina manifesta-se quando lhe cabe a criação do vocabulário e das noções
de direito que o legislador utilizará; tem também a função de estabelecer métodos segundo os
quais o direito será descoberto e interpretado.
A doutrina age sobre o legislador, provocando sua ação.
e) Princípios gerais
O recurso a esta fonte é difícil de ser explicado pelos teóricos do positivismo, pois há um
extremo apego ao primado da lei;
O legislador pode por vezes, abdicar e expressamente apelar para a colaboração dos juristas,
para encontrar em algumas hipóteses a solução mais justa;
Visão valorativa.
O próprio Código Civil brasileiro confere aos juízes em vários dispositivos poderes para
aplicar;
segundo a sua conveniência, os princípios da supremacia da ordem pública, da função social
do contrato e da boa-fé objetiva;
Nenhum sistema normativo pode passar sem esses corretivos, sem os quais haveria risco de
produzir-se um divórcio entre o direito e a justiça.
Para finalizar, não podemos esquecer que além dos princípios que estão expressos na própria
lei, em que o legislador autoriza o juiz a utilizá-lo, há também os princípios, que são
chamados de implícitos, porque não estão expressos na lei, mas podem e devem ser
utilizados pelo julgador, quando da solução do caso concreto;
Podemos exemplificar esta possibilidade, na hipótese de conflito entre dois direitos
fundamentais: direito à vida e direito à liberdade.
Este conflito pode ser solucionado pelo princípio da proporcionalidade