Sunteți pe pagina 1din 21

A IMPORTANTE FUNÇÃO DAS ARTES VISUAIS NO

COTIDIANO DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Carmelinda Lúcio - nenayto@ig.com.br


Curso de Pós-graduação em Educação e Artes Visuais

São Paulo – 2016

Resumo

Este artigo de pós-graduação tem como objetivo a realização de um estudo


sobre metodologia de ensino das artes no processo de aprendizado de crianças
de 0 a 6 anos (primeira infância). Antes de imergir no mundo da arte na educação
infantil, o presente estudo busca conceituar etimologicamente o termo arte,
frente toda amplitude e representatividade desta palavra, aproximando o leitor
da temática abordada. Arte pode ser entendida como uma das formas
encontradas pelo ser humano para expressar sua história, suas emoções e sua
cultura através de valores estéticos, como beleza, harmonia, equilíbrio,
promovendo o desenvolvimento de competências, habilidades e conhecimentos
necessários a diversas áreas de estudo. Mas, o que justifica sua inserção no
currículo escolar é o seu valor interno enquanto instrumento no processo de
desenvolvimento do ser humano, como patrimônio comum a ser apropriado por
todos. Este artigo cientifico possibilitará o exercício de reflexões acerca das artes
visuais e seus rebatimentos, enquanto ferramenta de inclusão social e
educacional. Tendo entre suas finalidades a análise da presença das artes no
mundo contemporâneo e no cotidiano educacional das crianças,
problematizando a necessidade das linguagens artísticas serem incorporadas ao
currículo escolar como eixo transversal, complementar a oralidade e escrita,
frente ao processo de aprendizagem.

Palavras-chave: Artes; Educação infantil; Arte educação.

Introdução

Arte é encantamento, observação e apreciação, sendo um dos meios


mais poderosos e eficazes de chegar à consciência humana e tocar os sentidos
intrínsecos ao indivíduo. A arte faz com que o ser humano possa conhecer um
pouco da sua história, dos processos criativos de cada uma das linguagens
2

artísticas, o surgimento de novas formas de realizá-las, sempre se aprimorando


de acordo com o movimento histórico da sociedade.
As manifestações artísticas além de integrar pessoas, faz com que os
seres humanos tenham outras formas de se expressar, podendo através da arte
enquanto ferramenta, demonstrar aquilo que sente ou pensa, fazendo com que
os individuo sejam capazes de realizar uma análise crítica daquilo que veem,
ouvem, assistem ou fazem, desenvolvendo bases para construções individuais
e coletivas de ideias e/ou projeto.
A arte desde os primórdios da sociedade se constituem como forma
ancestral de manifestação e comunicação, e sua apreciação e apropriação
podem ser apreendidas por intermédio de oportunidades educativas e de
cognição1.
A educação nesses últimos anos, assim como a arte, e diversos outros
âmbitos sociais, vem sofrendo transformações significativas, que desafiam
cotidianamente o educador e demais profissionais envolvidos no campo
educacional a se reinventar, ressignificando as formas tradicionais de
transmissão – troca de conhecimentos.
Aprender arte envolve a ação em distintos eixos de aprendizagem: fazer,
apreciar e refletir sobre a produção social e histórica da arte, contextualizando
os objetos artísticos e seus conteúdos.
Se aprende a gostar de arte com a própria arte. Deste modo, este tudo
objetiva trazer uma nova perspectiva de que arte pode ser uma ferramenta
facilitadora no processo de ensino e aprendizagem, sob uma ótica de promoção
de direitos na esfera cultural (criação e preservação), de diluição de barreiras de
classes sociais, sexo, raça, religião e/ou origem geográfica.
Este artigo de viés cientifico se estrutura em sete seções, que partem dos
fundamentos da arte na educação, da magia e encantamento da arte, e de como
se dá a relação da criança e as manifestações artísticas, convidando o leitor a
uma reflexão acerca das artes no processo de educação infantil enquanto

1
Segundo Vygotsky, o desenvolvimento cognitivo do aluno se dá por meio da interação social,
ou seja, de sua interação com outros indivíduos e com o meio.
3

facilitadora do processo de ensino e de aprendizagem do educando.


Apresentando uma seção especifica que trata das trajetórias da aprendizagem
na educação infantil, e a transformação dos resíduos sólidos em arte – criando
e brincando com responsabilidade social. E por fim, a conclusão da pesquisa
realizada.
A metodologia utilizada no presente estudo está centrada na ótica
indutiva, sendo que foi mister, a análise bibliográfica e uma técnica de
comparação, partindo para inferência teórico-prático aos textos consultados,
tornando-se congruentes na medida em que as leituras foram visualizadas em
algumas situações da prática do cotidiano do processo educacional.
Utilizou-se como base sistêmica a arte enquanto um fenômeno em
movimento, presente desde a gênese da criação humana e de seus reflexos
enquanto instrumento no processo de ensino e aprendizagem na educação
infantil.
Considerando que o processo de rompimento com a arte tradicional data
do século XX, e levando em consideração que arte adquiri múltiplas facetas ao
longo dos séculos, influenciando e servindo como instrumento e técnica de
integração social, e consequentemente influenciando o processo educacional de
crianças de 0 a 6 anos.
O estudo em questão busca trazer a luz a influência das diversas
modalidades da arte na pós-modernidade, e sua instrumentalização enquanto
elemento facilitador no processo de troca e aquisição de conhecimento.

1.0 Desenvolvimento

1.1 A arte no processo educacional e seus fundamentos

Conforme premissas da LDB (Lei 9394/96), a arte é uma disciplina


obrigatória nas escolas, cabendo às equipes de educadores das unidades e
redes de ensino realizarem um trabalho de qualidade voltado a crianças, jovens
e adultos que sintam interesse em aprender arte, refletindo os novos
paradigmas, conforme Artigo 26°:
4

O ensino da arte, especialmente em suas expressões regionais, constituirá


componente curricular obrigatório nos níveis da educação básica, de forma a
promover o desenvolvimento cultural dos alunos. (Redação dada pela Lei
12.287, de 13/07/2010).

Tal perspectiva de uma política que propicie a consolidação dos


Parâmetros Curriculares Nacionais e uma grande mobilização em torno da
formação continuada de professores se faz necessária para que observem com
a sensibilidade necessária a arte como uma disciplina independente e
complementar a todas as outras. Entendendo que esta disciplina pode ser um
facilitador no acesso as emoções dos sujeitos que as produzem, diferente das
demais que atuam especificamente em eixos de desenvolvimento do lado da
cognição, razão.
Com essa nova legislação surge novas proposições, que fora chamada
de escola construtivista, a qual integra as contribuições epistemológicas de
Piaget, da escola sócio histórica, de Vygotsky, e da teoria da aprendizagem
significativa de Ausubel.
Para algumas correntes teóricas, Piaget desconsidera os fatores culturais
na aprendizagem, os quais, para Vygotsky, são de grande importância, pois
estabelecem relações indissociáveis entre aprendizagem e desenvolvimento.
Piaget não se ocupou dessas questões, o que não significa que as
desconsiderasse.
As pesquisas sobre aquisição de conhecimento, como a Psicogênese da
língua escrita, de Emília Ferreiro e Ana Teberosky, direcionam o olhar dos
educadores no final da década de 80.
Com a Lei 9.394 de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB que
aponta para a revalorização das teorias que destacam a importância dos afetos,
da criatividade, da participação ativa no ato de aprender, a cultura torna-se um
universo de negociação no qual há recriação, reinterpretação de informações,
conceitos e significados onde o aprendiz ao tomar posse do material cultural,
passa a utilizá-lo como instrumento pessoal de pensamento e ação no mundo,
assim como a observação dos métodos de aprendizagem dos alunos e suas
estratégias individuais nos contextos socioeducativos, há a variação de formas
5

de assimilação de conhecimento segundo os diferentes tipos de conteúdos


articulados entre si nas situações de aprendizagem que envolve a construção de
sujeitos absolutamente únicos em trajetórias pessoais singulares e experiências
particulares em relação ao mundo e, fundamentalmente na relação com outras
pessoas.
“[...] saber a história da arte no Brasil pode estimular uma postura crítica em
face aos bens culturais da nossa convivência se comparados aos de outras
localidades ou nações. Além disso, se quisermos participar crítica e
reflexivamente do momento cultural e artístico (e estético) de nossa época,
precisaremos detectar os traços do passado cultural e artístico nele
conservados ou transformados. Através do estudo da história da arte
brasileira (documentos acessíveis, próximos e mais ligados às nossas
experiências), podemos chegar a aprofundamentos dos conhecimentos
artísticos e estéticos significativos para nossa cidadania.” (Ferraz e
Fusari,1992, p.116 – 117)

Deste modo, com a utilização do lúdico e das múltiplas linguagens que


envolvem a arte, amplia-se o olhar sobre a aprendizagem, permitindo uma
interação mais intensa entre aprendiz, conhecimento e educador, tornando-se
um processo dinâmico pelo qual o indivíduo constrói o seu conhecimento através
da interação com o meio em seu cotidiano. Para que esta construção ocorra, o
indivíduo tem de estar inteiro nesta relação, não pode ser fracionado em um
único aspecto. O indivíduo participa do processo de aprendizagem em suas três
dimensões: corporal, afetiva e cognitiva. E os jogos cooperação mutua, e lúdicos,
tem o potencial de contemplar essas três dimensões.

[...] é na cotidianidade que os conceitos sociais e culturais são construídos


pela criança, por exemplo, os de gostar, desgostar, de beleza, feiúra, entre
outros. Esta elaboração se faz de maneira ativa, a criança interagindo
vivamente com pessoas e sua ambiência (FERRAZ & FUSARI, 1993, p.42).

No universo interativo da criança, o lúdico, ao manter certa distância do


real, permite ao indivíduo criar e estabelecer uma relação aberta e positiva com
as manifestações culturais.

[...] durante as criações ou fazendo atividades de seu dia a dia, as crianças


vão aprendendo a perceber os atributos constitutivos dos objetos ou
fenômenos á sua volta. Aprendem a nomear esses objetos, sua utilidade seus
aspectos formais (tais como linha, volume, cor, tamanho, textura, entre
outros) ou qualidades, funções, entre outros... Para que isso ocorra é
necessário a colaboração do outro – pais, professoras, entre outros - sozinha
ela nem sempre consegue atingir as diferenciações, muitas vezes sua
atenção é dirigida às características não - essenciais e sim às mais
6

destacadas dos objetos ou imagens, como por exemplo, as mais brilhantes,


mais coloridas, mais estranhas...(FERRAZ & FUSARI, 1993, p.49).

A construção do conhecimento inicia-se pela exploração do ambiente, que


pode ser considerado um ato lúdico, provocando prazer no aprendizado que
desencadeia o processo de sistematização, sem o qual não é possível adquirir
conceitos significativos. A brincadeira libera a criança, mas é a mediação do
adulto que transforma o conhecimento preliminar advindo da exploração em
ideias lógico-científicas.

1.2 A Magia e encantamento da arte enquanto elemento educacional

“A suprema arte do professor é despertar a alegria na expressão


criativa do conhecimento, dar liberdade para que cada estudante
desenvolva sua forma de pensar e entender o mundo, assim criamos
pensadores, cientistas e artistas que expressarão em seus trabalhos
aquilo que aprenderam com seus mestres” (Albert Einstein)

A arte como processo de representação da vida humana é uma maneira


de o ser humano entender o contexto ao seu redor e interagir com meio. A arte
é um instrumento essencial para o desenvolvimento da consciência, propiciando
ao homem contato consigo mesmo, com a sua realidade e com o universo.
A magia da Arte Educação não se limita no preparo de “artistas”, mas de
levantar subsídios para uma reflexão que leve a uma prática para o trabalho
educacional com crianças pequenas desde o berçário. A arte faz parte da
formação integral de todos os indivíduos desde a mais tenra idade.
Os seres humanos, dentro de muitas características próprias, são os
únicos capazes de imaginar e concretizar ideias, sonhar e tornar reais os seus
sonhos.
No entanto, por uma série de circunstâncias adversas, muitos desistem
de seus sonhos e ideias, de viver o novo, fazendo escolhas sem ter certeza do
que vai acontecer depois. Pais, educadores e alunos podem ser cerceados ao
longo da vida no desenvolvimento de seus recursos pessoais, prejudicando
assim, a formação e a percepção da individualidade, do que Leonardo Boff
chama de sua “dimensão águia”.
7

Segundo Boff (1998, p.55) “A dimensão águia são os nossos sonhos, os


projetos, os anseios, os ideais e as utopias que mesmo frustrados, nunca
morrem em nós porque sempre de novo ressuscitam”.
Este é um trecho do livro “O despertar da águia”, cujo autor supracitado,
nos convida a despertar o nosso lado águia, ou seja, o lado criativo, o imaginário,
o lugar dos sonhos e das utopias, com o objetivo de inventarmos novos caminhos
para lutar, viver e criar. Vale dizer que para ele a força da águia representa as
nossas energias internas, podendo advir daí um novo horizonte que salva e
liberta o futuro para a vida e a esperança. Sonho ou utopia, o nosso desejo,
enquanto educadores é que todos os educandos sigam pela vida fortemente
apoiados pelo lado águia da alma humana...” (Leonardo Boff,1998).
Atendendo também, as funções básicas do ser humano, como a
espiritualidade e os afetos entre outras coisas; a atividade artística é uma
característica em comum em todas as sociedades, nos mais diferentes arranjos
culturais. Desde que o ser humano pode considerar-se como tal, suas
manifestações artísticas simbolizam os aspectos pessoais e culturais de seu
desenvolvimento. A arte reflete as tendências internas da sociedade. Tornando-
se um espaço idôneo para o desenvolvimento da expressão pessoal e da
comunicação consigo e com os demais sujeitos.
O momento do fazer artístico, como um estado alterado de consciência
nos facilita focar nosso universo interno, funciona como um lugar de um canal
mais intuitivo, mágico, onde nos surpreendemos com nosso próprio fazer e o
sentido que nele encontramos. É uma imagem complexa e simbólica do
indivíduo, que inclui tanto materiais conscientes com intencionalidade, quanto os
sentimentos e pensamentos mais profundos da alma em que a instituição escolar
necessita utilizá-la como um forte instrumento de valorização e percepção do ser
humano em potencial desenvolvimento.

1.3 A mutua relação entre a criança e a arte

No desenvolvimento da pesquisa realizada foi possível notar que a


criança nos primeiros anos de seu ciclo de vida não percebe a sua singularidade,
8

não se diferencia do outro. Embora desde o seu nascimento, com o primeiro


olhar, já comece o seu processo de diferenciação. As experiências com a arte,
nesta fase, envolvem mais estímulos, como: toques, sons, texturas agradáveis,
cores vivas, cheiros, água em temperaturas diversas.
Posteriormente na fase seguinte, mais ou menos até dois anos, o bebê
começa a exercer sobre os objetos todas as ações possíveis, que denotam maior
coordenação motora: mordendo, sugando, batendo, torcendo, esticando, etc.

Durante as criações ou fazendo atividades de seu dia a dia, as crianças vão


aprendendo a perceber os atributos constitutivos dos objetos ou fenômenos
á sua volta. Aprendem a nomear esses objetos, sua utilidade seus aspectos
formais (tais como linha, volume, cor, tamanho, textura, entre outros) ou
qualidades, funções, entre outros... Para que isso ocorra é necessário a
colaboração do outro – pais, professoras, entre outros - sozinha ela nem
sempre consegue atingir as diferenciações, muitas vezes sua atenção é
dirigida às características não - essenciais e sim às mais destacadas dos
objetos ou imagens, como por exemplo, as mais brilhantes, mais coloridas,
mais estranhas...(FERRAZ & FUSARI, 1993, p.49).

Uma vez inventadas todas as possibilidades da matéria, a criança tende


a reter os gestos eficazes que lhe permitam obter diferenças simples, como por
exemplo, fazer bolas de massa para alargar, cobrinhas para fazer bolas e vice-
versa, etc.
Depois partem para outras diferenciações mais elaboradas. Por exemplo,
fazer um gato a partir de uma bola a qual acrescenta uma cauda. Depois pela
acumulação de traços (bigodes, orelhas), cada vez mais específicos.
Trabalhando com bebês temos que ter clareza da importância do cuidado
com a escolha dos materiais a serem usados. Materiais naturais de preferência
comestíveis. Usar pigmentos extraídos de flores, anilinas vegetais comestíveis,
pós para suco, sorvete ou gelatina, farinha, amido, etc.
Dos três aos quatro primeiros anos de vida, a criança vai se tornando cada
vez mais tranquila no manuseio de materiais convencionais, com suporte de um
adulto, tais como: papéis leves e grandes, lápis tipo tijolinho, tintas, construção
de histórias com vivências e intensas experimentações com personagens. Esses
materiais devem propiciar estreito contato com o corpo: amassados, mordidos,
colados, permitindo assim serem reconhecidos e terem seus significados e
9

símbolos compreendidos através do movimento, da manipulação e de todos os


canais sensoriais.
Durante a fase do ciclo de vida correspondente aos cinco, seis anos, há
uma diminuição e/ou desaparecimento da necessidade de experimentar com o
próprio corpo. A criança já explora de forma concentrada e detalhada os
materiais apresentados. Pode deter-se em um objeto para moldá-lo, pintá-lo,
combiná-lo com outros ou transformá-lo. Consegue com certa facilidade
encaixar, colar, armar, construir, modelar.

1.4 Reflexões acerca das artes na educação de crianças

Sob o prisma da criança, a arte, primordialmente significa um meio de


expressar sentimentos, pensamentos e interesses, portanto, expressão criadora
é a autêntica expressão do eu. O que importa é o modo de se manifestar, se
expressar, não o conteúdo.
Na etapa do ciclo de vida de zero a seis anos, é possível fortalecer o
reconhecimento da singularidade de cada indivíduo na criação, mostrando que
não existe um jeito certo ou errado de se produzir um trabalho de arte, mas sim
um jeito singular e individualizado de ser e de se expressar por meio de
manifestações artísticas.
No primeiro ano de vida onde predomina a dimensão subjetiva, o canal
privilegiado de interação do bebê como mundo são as emoções. O diálogo
afetivo caracterizado pelo toque corporal, pela voz, por expressões cheias de
sentido, pelo uso de materiais naturais que se constitui como espaços de
aprendizagem e descobertas.
Ao final do primeiro ano de vida, a criança já é capaz de, ocasionalmente,
manter ritmos regulares e produzir seus primeiros traços gráficos. É a fase dos
rabiscos. Mesmo as garatujas passam por estágios observáveis desde os riscos,
até as formas controladas. Mas somente por volta dos quatro anos a criança
consegue transmitir em seus desenhos quaisquer objetos reconhecíveis. Estar
perto de um adulto que de atenção a seus “rabiscos”, faz com que a criança se
sinta satisfeita com essa atividade.
10

A criança de quatro a seis, sete anos, (estágio pré-esquemático) faz suas


primeiras tentativas de representação (desenho típico do homem só com cabeça
e pés).
A próxima fase é a do desenho esquemático, que começa por volta dos
sete e vai mais ou menos até aos nove anos. Nesta fase a criança desenvolve o
conceito definido da forma.
Qualquer material artístico deve ajustar-se às necessidades da criança e
estimular a livre expressão.
Na fase da garatuja é rara a utilização da cor para dar uma significação
precisa aos elementos do desenho ou da pintura. Em torno dos cinco anos a cor
começa a ser utilizada para diferenciar as partes do desenho, mas pode pintar
partes do corpo de cores diferentes dizendo que as figuras estão vestidas. O uso
desta ou outra cor com certa constância, deve ser associada a história de vida
de cada criança. O que interessa é reconstituir o código subjetivo das cores para
aquela criança decifrar o que os sujeitos estão querendo exprimir e ver a cor
como um signo, próprio daquele sujeito. Nem sempre as cores escuras
significam depressão, tristeza, assim como as cores claras, alegria e paz.
As tintas têm um sentido de maternal, do acolhimento, da indiferença e
permitem o jogo da expansão.
A argila está ligada ao nosso dia-a-dia. Ela é símbolo de nascimento, de
vida e morte; e suporte aos nossos afetos. Por isso, nossos afetos nela se
projetam muito mais e espontaneamente que em qualquer outro material
modelável. A cerâmica, pelo arcaísmo de suas origens, permanece fiel às formas
tradicionais e primitivas. Em quase todas as civilizações sedentárias os homens
utilizaram a argila para fabricar utensílios, conservar alimentos. Quando
amassamos o barro, hoje, estamos repetindo gestos de nossos ancestrais de
épocas longínquas.
O barro é mediador para desbloqueios de rigidez e trabalha com o
sentimento. Regressivo, resgata origens trazendo ao consciente, memórias do
inconsciente primitivo. O barro desenvolve a receptividade, a entrega. Com
crianças a argila deve ser uma brincadeira entre tantas, um jogo mais rápido,
explorando mais os movimentos, as sensações e o faz de conta.
11

As atividades artísticas das crianças na Educação Infantil partem da


indiferença para a diferenciação, dos movimentos centrípetos para os
centrífugos (de dentro para fora), dos próximos contidos para os distantes e
largos.
A avaliação dos trabalhos em arte devem ser sempre processuais e ter
um caráter de análise e reflexão sobre as produções das crianças. A avaliação
deve explicitar as conquistas que as crianças fazem e as etapas de seu processo
criativo, fornecendo ao educador, informações sobre sua prática para que possa
ser repensada.

1.5 Trajetórias de aprendizagens na educação infantil - criança a


simbologia e o ato de desenhar

“Desenhar é várias coisas.


É lançar a linha no espaço, anarquicamente, mas com aquela
Ordem interna que só quem fez sabe.
É estabelecer um continente, que aparentemente
Não contém nada, mas onde pode caber tudo
(e onde cabe o vazio que é nada e tudo ao mesmo tempo).
É criar relações entre coisas, dando pesos e valores.
É falar de objetos e fazê-los falar.
E finalmente é lançar um olhar para a realidade, procurando e achando
significados.”
(Ester Grispum,Caderno Rede em Rede,2011:17)

O ato de desenhar é uma das linguagens mais associadas a atividades


infantis, podendo considerar o ato desenho como marca de uma trajetória e
transmissor de mensagens. O desenho pode ser o registro de um movimento
que aconteceu num pedaço de papel, um risco no muro, o caminho percorrido
por um veículo ou percurso que o corpo desenvolve no espaço enquanto nos
movimentamos. Pode ser uma brincadeira visual repleta de sentidos.
As atividades relacionadas à arte de desenhar também podem ser vistas
como formas de criar limites sejam eles reais ou imaginários.
12

Para as crianças a possibilidade de desenhar, pintar, modelar em


diferentes superfícies, permite que elas explorem e experimentem seus
movimentos e os materiais em si e vivenciem novas experiências, ainda que não
estejam necessariamente representando algo, como é o caso das garatujas.
Toda criança, ao desenhar, não sabe ao certo o resultado desta ação, mas isso
não importa, pois o convite é para brincar com os meios (tinta, giz de cera,
carvão, etc.), materiais (pincéis, rolinhos, esponjas, etc.) e suportes (papel, chão,
parede, etc.) que realmente lhe interessam.
Os desenhos produzidos pelas crianças são, a princípio, marcas da
gestualidade, resultado de um fazer interessado e não necessariamente
comprometido com o resultado, um produto final. Inicialmente, têm um caráter
de exploração e de experimentação: esses fazeres, quando mediados por bons
problemas a resolver, vão revelando olhares para as marcas que se fixam no
papel, ganhando outros significados construídos pela criança que cria.
As produções realizadas pelas crianças são legítimas em si, seja pela
experiência que propiciam, seja pela forma de expressão humana, carregada de
significados, que revelam o contexto histórico percebido pela criança, sendo
também, nesse caso, o registro de um tempo.
O desenho aparece não em função da idade, mas, sim, quando a criança
imprime traços, formas e cores ao desenhar com gravetos na areia, marcar
superfícies com pincéis, cores, barbantes, entre tantas possibilidades. Mais tarde
essas marcas se constituem como fragmentos de um texto que a criança realiza
com linhas, cores, movimentos, texturas: casas, flores, árvores, pássaros,
borboletas, nuvens. Além de rabiscos de muita ou nenhuma cor. No início, prazer
na realização do processo, empolgação pelo desafio. E no fim? No fim, de novo
um começo para revisitar, compartilhar, brincar e reconstruir.
Na ação de brincar desenhando ou desenhar brincando, a criança vai
descobrindo novos prazeres e desafios e novas formas de se relacionar com o
mundo, vai construindo experiências interiores sobre o mundo exterior,
elaborando suas próprias vivências em um texto aberto, compartilhando com o
expectador suas produções, que são carregadas de sentimentos, emoções,
pensamentos, gestos e expressão.
13

À medida que as crianças adquirem domínio sobre seu corpo e os


movimentos que ele produz, vão conquistando a condição de atuar sobre a
plasticidade da matéria e ao longo do processo ocorre a educação do olhar para
o novo que está intimamente relacionada ao espaço oferecido para atividades
que fomentem essa experiência dentro da rotina diária.
Educar o olhar não significa a repetição de atividades prontas, mas é uma
atitude constante de construção de repertórios por meio de experiências
sensíveis. Movimentos como lembrar, imaginar, observar, interpretar e relacionar
constitui a percepção da realidade e do universo sensível. São janelas abertas
às crianças para os mundos exterior e interior que é parte da trajetória da
construção de significados do seu entorno, das suas vivências e escolhas.
Escolhas, estas, que são fruto de uma bagagem estética orientada também pelo
adulto.

1.6 Os resíduos sólidos e o processo de criar e brincar com


responsabilidade social
“Uma mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original”.
Albert Einstein

O aprendizado concomitante ao brincar torna mais fácil, prazerosa e


gostosa, a tarefa de aprender e, com certeza também a de ensinar. O que aqui
se convencionou chamar de resíduos sólidos é na sua grande maioria constituída
por embalagens de alimentos, de higiene pessoal e produtos de limpeza não
aproveitados.
A proposta é que os resíduos sólidos (que se tornam material reciclável
após ação de coleta seletiva) sejam reutilizados para desafiar o potencial criativo
e permitir descobertas mutuas, tanto de educadores como das crianças.
Despertando também no adulto, o resgate dos brinquedos feitos em casa, das
brincadeiras de infância esquecidas ao longo dos tempos, isto é, que os
educadores encontrem meios de dar vazão à criança que existe dentro de si,
tornando-se de fato um arte educador. O professor arte educador é aquele que
consegue colocar em prática sua imaginação, sua fantasia e toda sua
14

criatividade no sentido de conciliar a seriedade de uma proposta de atividade


escolar com o prazer proporcionado por uma brincadeira.
A intenção é fazer com que os envolvidos na “atividade” percebam que
cada um dos objetos (material reciclável) possui particularidades que lhe
conferem uma identidade própria. Apesar de feitos para terem uma menor
durabilidades frente aos produtos advindos da indústria. Porem são bonitos,
coloridos, exibem as mais variadas formas; diferem no peso, no tamanho, na
textura e na temperatura. Além disso, muitos deles são resistentes e desenhados
para ser o mais funcional possível.
Ao fornecer as qualidades da matéria-prima (material reciclado), a
intenção é que o arte educador e/ou a instituição passem a guardar todo esse
material, pensando sempre como poderão reutilizá-lo no seu trabalho de brincar
e ensinar crianças. Como é o brinquedo e o brincar que desperta o interesse da
criança, estimulando entre outras coisas sua imaginação e fantasia, sua
criatividade e raciocínio, a intenção é que se pense sempre em transformar os
objetos -materiais recicláveis em objetos - brinquedos.
Para que possam projetar materiais estruturados – jogos e brinquedos –
é preciso quantidade e variedade de materiais coletados. Para isso é preciso que
guardem tudo que tenha possibilidade de reutilização, através do fomento de
ações de educação ambiental, uma sequente coleta seletiva. Quando este ciclo
se efetiva, pode-se dizer que se está iniciando uma brinquedoteca sustentável.
Este espaço sustentável é, portanto, um local onde cada item coletado é
reciclado, devendo ser observados sempre os aspectos de limpeza e ordem.
Por maior dificuldade que se encontre no processo de conscientização da
educação ambiental, a ação das crianças e suas famílias iniciarem a separação
de embalagens recicláveis, procurando dar a elas um destino diferente, já é
exercício de cidadania e uma contribuição valiosa para a preservação do meio
ambiente. Essa contribuição torna-se muito mais abrangente quando se propõe
transformar o material reciclado em brinquedo propriamente dito ou em peças de
jogos das mais variadas. Assim, além de se sentir participante de uma proposta
ecológica, o arte educador e a criança terão a oportunidade de perceber o prazer
que as descobertas e o aprendizado conjunto proporcionam. Essas descobertas,
15

entretanto, só ocorrem quando há motivação e interesse para que isso aconteça.


Esse interesse vai permitir que os objetos não sejam apenas olhados, mas
observados. Essa observação gerada pela motivação é considerada o primeiro
passo, para que se inicie um processo criativo.
Ao olhar um objeto, as pessoas, geralmente se detém mais tempo
observando o detalhe que mais lhe chama a atenção e, normalmente, é esse o
atributo do objeto que é explorado na primeira reutilização. Por exemplo, um
conjunto de frasco de plásticos de cores vivas será provavelmente utilizado com
crianças que estão aprendendo esse conteúdo. Se esses objetos forem bem
escolhidos, o recurso criado poderá se tornar mais eficiente do que muitos
brinquedos comprados.
Muitas vezes para além do conteúdo coletado e reciclado, serão também
necessários materiais complementares para se concluir o projeto de um
brinquedo: fios diversos, retalhos de tecidos, papéis, durex coloridos, etentre
outros itens. Como exemplo podemos citar a transformação de um frasco que
tem o formato de um corpo num boneco, precisaremos de outros objetos para
fazer a cabeça (uma tampa), os braços e as pernas (palitos, prendedores de
roupas), roupas e cabelos (tecidos e fios) e chapéus (outra tampa).
Um modo de continuar usando resíduos sólidos como matéria prima para
confecção de brinquedos é transformá-la em peças de jogos. Pode-se fazer, na
realidade, uma releitura de todos os jogos tradicionais que existem. Criar jogos
tipo dominó, memória, loto, jogo da velha, jogo de tabuleiro tipo dama, é uma
das maneiras de permitir que crianças maiores continuem se interessando por
brinquedos feitos com matérias recicláveis.
Ao planejar uma atividade com o uso de matérias recicladas, é possível a
criação e confecção com recursos destinados a cada faixa etária que auxiliarão
o professor e a criança ao mesmo tempo, aprender e ensinar brincando, sem o
uso neste caso específico, das novas tecnologias.
Ao se propor a utilização dos materiais reciclados, o que se pretende para
além da construção de um belo e funcional instrumento educativo, é a mudança
nos modos de pensar e agir dos envolvidos neste processo, e isso só acontece
quando passamos a valorizar as pequenas coisas, quando se sente prazer em
16

transformar, criando nossos próprios recursos, quando descobrimos que,


efetivamente, pode-se fazer alguma coisa em prol da preservação de nosso
planeta e das futuras gerações, principalmente quando conseguimos perceber o
quanto isso tudo contribui para facilitar o árduo trabalho que é promover a
educação e a consequentemente a transformação social.

1.7 A música enquanto expressão da arte e instrumento de aprendizado

A música enquanto forma de expressão artística é uma linguagem muito


importante na comunicação e expressão da humanidade. Desde antes do seu
nascimento, as crianças já estão imersas num mundo de sons.
Pesquisas comprovam que ainda dentro do útero, os bebês escutam e
reagem aos sons do corpo materno e mesmo aos sons externos. Quando
nascem, e já desde as primeiras semanas de vida, os bebês são capazes de
distinguir claramente a voz humana de outras fontes sonoras.
As crianças, a partir do nascimento, pesquisam, escutam e fazem sons.
Antes de saber andar, elas se movimentam nos locais onde se encontram (berço,
carinho ou no chão) balbuciam, choram, sorriem e com o tempo adquirem mais
independência e começam a satisfazer suas curiosidades, vão em busca dos
objetos e brinquedos à sua volta para mexer, cheirar, experimentar, colocar na
boca, bater, e fazer todo tipo de movimentação possível que já saibam ou
descubram nessa maratona. Assim, desde sempre as crianças começam a
apreender os sons e construir sua história sonora.

Para o educador musical francês Delalande, a observação e o respeito


pelas formas como os bebês exploram os sons são as maneiras mais
adequadas do educador dar oportunidades para as crianças terem
acesso à experiência musical. (BERTOLINE, 2010, p.14)

Deste modo, quanto mais os arte educadores (professores)


disponibilizarem brinquedos para o manuseio das crianças, mais elas realizarão
suas experiências de exploração e conhecimento dos objetos e do mundo onde
vivem.
Na convivência do cotidiano com os arte educadores, e com as demais
crianças, os educandos desenvolvem cada vez mais habilidades motoras,
17

propiciando a eles a ampliação de suas possibilidades de produzir e se


comunicarem por meio de recursos sonoros. Descobrindo novas fontes sonoras
ao bater, sacudir, chacoalhar ou empurrar objetos do seu entorno, como bancos
mesas, mamadeiras, talheres.
A experimentação sonora de objetos do cotidiano, na verdade, já é uma
prática das crianças, mas os adultos precisam ver com olhos de educadores
esses movimentos e valorizá-los, permitindo que as crianças tenham tempo e
espaço para as explorações sonoras.
Segundo o educador musical francês Delalande apud Bertoli (2010, p.15):

[...] os bebês experimentam batendo, raspando e, aos poucos


vão organizando as pesquisas, repetindo gestos e movimentos
que aprendem e vão internalizando.

É importante saber, porém, que mesmo percebendo parâmetros sonoros


como a duração (sons mais curtos ou mais longos), a altura (sons mais graves
ou mais agudos), a intensidade (sons mais fracos ou mais fortes) ou timbre (que
qualifica os sons, a partir da fonte que os origina), não se deve esperar que estes
parâmetros sejam nomeados convencionalmente na educação infantil.
Quando possível o professor poderá organizar situações em que o grupo
de criança acompanhe o seu canto, utilizando os objetos e instrumentos musicais
preferencialmente construídos com matérias primas recicladas. E dependendo
da faixa etária, confeccionada pelas próprias crianças. Vale a pena ressaltar,
porém, que este acompanhamento não necessariamente precisa ser executado
com coordenação rítmica exata. O objetivo central é proporcionar ás crianças
experiências de conviver, compartilhar e fazer música com alegria e
sensibilidade.
Á medida que a criança fica mais velha, seu interesse pela música
também se diferencia. Elas continuam sua constante descoberta sobre os sons
e sobre a maneira de produzi-los, por meio das vivências sonoras apresentadas
pelo professor por intermédio dos recursos artísticos.
O repertório de músicas apresentado às crianças deve ser amplo e
diversificado por obras: clássicas, populares, étnicas, cantadas, ou
instrumentais. A diversidade no repertorio qualificará a escuta das crianças, que
podem aprender que há muitos tipos de músicas, não apenas aquela relacionada
18

ao universo supostamente “infantil”. Quanto mais diversificado o repertório, mais


as crianças terão condições de identificar, reconhecer elementos e desenvolver.
Desde muito cedo as crianças reconhecem suas músicas preferidas pelo
movimento corporal que promovem e costumam dar algum nome para identificá-
las. Essa progressiva atividade de escuta musical as sensibiliza com relação às
qualidades específicas da música, estimulando, incluindo e promovendo o
desejo de produção sonora e musical. Elas podem construir, com a ajuda do
professor, diferentes objetos sonoros e instrumentos musicais e ampliar seu
repertório de músicas e canções, brinquedos de roda, jogos musicais, trava-
línguas prediletos. Outra atividade muito apreciada pelas crianças, e que integra
a socialização, a criação e reflexão em grupo é a sonorização de histórias,
quando as narrativas podem ser acompanhadas por objetos sonoros e
instrumentos musicais. Nestas atividades, longe de fazer, ouvir e reproduzir sons
sem refletir, as crianças percebem questões relacionadas aos sons e à música,
inseridas em contextos de realizações musicais muito significativas. Certamente
crianças que tenham a oportunidade de uma vivência musical, entre outras
expressões artísticas desta qualidade, terão maior facilidade para improvisar e
criar.

Considerações Finais

Através do presente estudo é possível apreender a fundamental


importância da inserção artística na metodologia de ensino e aprendizagem na
educação infantil. Atuando como instrumento facilitador na formação integral de
toda criança, fomentando o potencial criativo dos sujeitos que se encontram em
peculiar processo de desenvolvimento.
As crianças são bastante criativas por natureza e amam expressar-se com
qualquer material à mão. É amplamente sabido que as atividades artísticas
aumentam as habilidades da criança em vários âmbitos, tornando-se um
elemento de aproximação e interação com o meio em que está inserida.
Explorar e criar com materiais de arte ajudam as crianças a se tornarem
sensíveis ao ambiente físico, promove o desenvolvimento cognitivo (tomada de
19

decisão, comunicação não verbal e solução de problemas) e aumenta seu


desenvolvimento social e emocional (senso de individualidade, apreciação do
trabalho alheio e compartilhamento).
Nesses termos, podemos afirmar que a Arte é um veículo excepcional
para o ser humano viver a sua própria vida, conhecer melhor as suas raízes e
aprender aos poucos diferenciá-la do todo. Auto conhecendo-se, afinal, arte é
vida, arte é luz.
A arte em suas mais diversas manifestações pode ser um ativador do
nosso inconsciente à procura de significados essenciais a nossa vida. Como
educadores de educandos pequenos e em formação, cabe-nos auxiliar as
crianças acolhendo-as, aceitando suas formas de expressão sem juízo de valor,
reconhecendo em cada uma não só os valores objetivos, como também os
valores subjetivos. Nos cabe enquanto educadores o trabalho de resgate do
processo criativo, criando e recriando o tempo e o lugar para o sonho e o prazer,
onde se possam expressar as emoções mais íntimas do personagem em ação;
determinando as necessidades, os limites e as trocas possíveis através da
exploração do universo emocional.
Por fim, mas não esgotando todas as possibilidades, conclui-se que a arte
na educação infantil tem papel fundamental na construção de um indivíduo critico
diante da sociedade, fornecendo-lhes experiências que o ajudarão a refletir,
desenvolver valores, sentimentos, emoções e uma visão questionadora das mais
diversas manifestações que o cercam.

Referências

ARAÚJO, Rosa T. Bonini de. Histórias Infantis, Ação e Transformação. São


Paulo: Editora ST5, 2001.

ARCHER, Michel. Arte contemporânea: uma história concisa. São Paulo:


Martins Fontes, 2001.

ARNHEIM, Rudolf. Arte e percepção visual: um a psicologia da visão


criadora. São Paulo: Pioneira, 2000.
20

BARBOSA, Ana Mae. Mudanças e inquietações no ensino da arte. São


Paulo: Cortez, 2003.

BARBOSA, Ana Mae. A imagem no ensino da arte. São Paulo:


Perspectiva,1994.

BARBOSA, A.M.; CUNHA, F.P. Abordagem triangular. São Paulo: Cortez,


2010.

BOFF, Leonardo. O despertar da águia. Petrópolis, RJ: Vozes,1998.

BUSATTO, C. Contar e encantar: Pequenos segredos da narrativa. Petrópolis:


Vozes,2003.

CANTON, Katia. Do moderno ao contemporâneo. Coleção temas da arte


contemporânea. São Paulo: Martins Fontes, 2009.

CAVALCANTI, Zélia. Arte na sala de aula. Porto Alegre: Artmed,1995.

FAGALI, Eloísa Q. Múltiplas faces do aprender. São Paulo: Editoras Unidas,


2001.

FERRAZ, Heloisa; FUSARI, Maria F. de Resende; Arte na educação escolar.


São Paulo: Cortez, 1993.

GARDNER, Howard. Inteligências Múltiplas – A teoria na prática. Porto


Alegre: Artmed, 1995.

HUIZINGA, Johan. Homos Ludens; o jogo como elemento da cultura. São


Paulo: Perspectiva, 1996.

IAVELBERG, Rosa. Para gostar de aprender arte: Sala de aula e formação


de professores. Porto Alegre: Artmed, 2003.

KOUDELA, Ingrid Dormien. Jogos Teatrais. São Paulo: Perspectiva, 2001.

LEBOYER, Frédérick. Shantala: uma arte tradicional; massagem para bebês.


São Paulo: Ground, 1989.

LIEBMAN, Marian. Exercícios de arte para grupos. São Paulo: Summus,


2000.

REILY, Lucy Helena. Atividades de artes plásticas na escola. São Paulo:


Pioneira,1993.
21

SISTO, C. Textos e pretextos sobre a arte de contar histórias. Curitiba:


Positivo, 2005.

PAULA, Deise Benetti de. Arte terapia como recurso psicopedagógico na


formação de educadores. Monografia de conclusão de curso de
Especialização em Psicopedagogia. PUC/SP, 2000.

R.C.N.- Referencial curricular para educação infantil. Ministério da


Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental – Brasília;
MEC/SEF, 1998.

SÃO PAULO. Secretaria Municipal de Educação. Diretoria de Orientação


Técnica. Percursos de aprendizagens: práticas teatrais – A Rede em rede: a
formação continuada na Educação Infantil – São Paulo: SME/DOT, 2011.

SÃO PAULO. Secretaria Municipal de Educação. Diretoria de Orientação


Técnica. Percursos de aprendizagens: O corpo e o movimento criativo – A
Rede em rede: a formação continuada na Educação Infantil – São Paulo:
SME/DOT, 2011.

SÃO PAULO. Secretaria Municipal de Educação. Diretoria de Orientação


Técnica. Narrativas infantis no jogo do faz de conta – A Rede em rede: a
formação continuada na Educação Infantil – São Paulo: SME/DOT, 2011.

SÃO PAULO. Secretaria Municipal de Educação. Diretoria de Orientação


Técnica. Percursos de aprendizagens: a escuta ativa e a exploração musical
– A Rede em rede: a formação continuada na Educação Infantil – São Paulo:
SME/DOT, 2011.

Disponível em: <http://www.dfi.ccet.ufms.br/prrosa/Pedagogia/Capitulo_5.pdf>


acesso em: 05/08/2016 ás 11:06

Disponível em:
<http://portal.sme.prefeitura.sp.gov.br/Portals/1/Files/15127.pdf> acesso em:
08/08/2016 ás 14:10

Disponível em:
<http://www.ufrgs.br/gearte/dissertacoes/dissertacao_gilvania.pdf> acesso em:
10/08/2016 ás 10:51

S-ar putea să vă placă și