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Com leves diferenças entre si, o funcionalismo foi desenvolvido em diversos lugares, tais
como os Estados Unidos e a Europa. No que tange a Europa, vale referenciar e Escola Linguística
de Praga, que foi a precursora do funcionalismo ao enfatizar o caráter multifuncional da
linguagem. O movimento, então, destaca a função das unidades linguísticas: na fonologia, o papel
dos fonemas na distinção e demarcação das palavras; na sintaxe, o papel do contexto na estrutura
da frase. Há, do mesmo modo, a escola francesa, encabeçada por André Martinet, que propõe o
funcionamento da língua por meio de duas articulações (palavra e fonema); abraça ainda a relação
entre mudança social e linguística, o que possibilita o surgimento de novas funções para velhas
formas. O funcionalismo norte-americano, da mesma maneira, considera como objeto de análise
o texto a partir dos fenômenos linguísticos efetivados pelos falantes na interação, assim como a
questão cognitiva na construção dos significados.
Para fins explicativos, apresenta-se a frase “João fez um bolo”. A análise sintática se daria
da seguinte maneira:
Já a semântica, seria:
A análise pragmática, revelando sua prevalência sobre as duas anteriores através deste
exemplo, mostra a dinamicidade possível da língua, se tornando aliada do contexto comunicativo:
Para a análise funcionalista, a palavra “aí” pode ter mais funções do que se imagina. Para
a gramática tradicional, ela é apenas advérbio de lugar, como na frase “Mamãe te pediu para não
sentar aí”. Porém, se nos depararmos com a frase “Ah, foi em uma festinha aí, não sei qual”, o
“aí” adquire senso de adjetivo e modifica o substantivo “festinha” ao indicar indefinição. Já na
frase “Saímos do hotel às onze horas da noite. Procuramos, procuramos e procuramos um
restaurante aberto, mas nada. Aí, quando dobramos uma esquina, demos de cara com um Mc
Donald”, a palavra “aí” toma função de advérbio de tempo. Portanto, é retomada a questão de
que uma análise simplesmente estruturalista e formal não abarcaria todas as nuances da língua.
Atualmente existem duas grandes tendências em linguística: a gerativista, com sua visão
biológica da linguagem cuja abordagem privilegia os aspectos formais das línguas, e a cognitivo-
funcional, que considera o uso da língua importante para a compreensão das línguas, propondo
uma relação entre biologia e cultura.