Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
100% VEGETARIANO
O Guia Essencial para uma Alimentação
Saudável e Ecologicamente Correta
Tradução
SÔNIA BIDUTTE E
MIRTES FRANGE DE OLIVEIRA PINHEIRO
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou usada de
qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópias, gravações
ou sistema de armazenamento em banco de dados, sem permissão por escrito, exceto nos
casos de trechos curtos citados em resenhas críticas ou artigos de revistas.
A Editora Cultrix não se responsabiliza por eventuais mudanças ocorridas nos endereços
convencionais ou eletrônicos citados neste livro.
ISBN 978-85-316-1175-9
11-14808 CDD-613.262
Agradecimentos.......................................................................... 7
1: Raízes veganas............................................................................ 11
8: Fitoquímicos............................................................................... 205
Desejamos muita paz e alegria em sua jornada. Que este livro seja um
bom aliado e companheiro de viagem.
Brenda Davis e Vesanto Melina
Donald Watson
Dr. Frey Ellis
Jay e Freya Dinshah
Bob e Cynthia Holzapfel e os pioneiros vegetarianos e veganos
da comunidade The Farm
Os vegetarianos e veganos pioneiros das Associações de Nutrição
dos Estados Unidos, Inglaterra, Austrália e Canadá
10
Raízes veganas
O
s pioneiros da reforma social são indivíduos corajosos que estão mais
preocupados com a verdade, justiça e humanidade do que com o
modo como serão entendidos pelos outros. Sem essas mentes podero-
sas e brilhantes em nossa sociedade, as mulheres não votariam, somente os
ricos receberiam educação e a escravidão ainda seria legal. Há muitos anos, os
pioneiros vegetarianos e veganos estão comprometidos com a erradicação de
outra grande injustiça: a cometida contra os animais, que muitas pessoas
chamam de alimento. Essa injustiça começou há milhares de anos com mentes
como Pitágoras, Buda, Platão e Plutarco. Porém, foi só em meados do século
XIX que ocorreu um momento decisivo muito importante na cultura ocidental.
Foi no dia 30 de setembro de 1847 na Inglaterra que um grupo de 140
pessoas se reuniu para expressar seu respeito pelo próprio bem-estar (e o dos
animais) e a sua disposição de não comer carne. Essa foi a reunião inaugural
da Vegetarian Society, um grupo formado para apoiar publicamente a alimen-
tação sem carne. O termo “vegetariano”, cunhado em 1842, foi adotado por
essa sociedade; trata-se de um termo derivado do latim vegetus, que significa
“integral, sadio, fresco, vigoroso”.
A Vegetarian Society criou uma publicação
própria intitulada O Mensageiro Vegetariano. Sua Vegetariano: pessoa que
mensagem era simples – viva e deixe viver –, e se abstém do consumo de
seus membros se esforçavam para dar o exemplo. carne, peixe e aves, com
ou sem o consumo de ovos
A força motriz da sociedade, Joseph Brotherton
e laticínios.
(1783-1857), foi o primeiro membro do Parlamento
11
12
13
O despertar vegano
Dentro do movimento vegetariano, alguns reconheceram o erro de lógica que
levou as pessoas a acreditar que as vacas e as galinhas “dariam” leite e ovos.
Essas pessoas observaram que as fêmeas dessas espécies eram abatidas para
servir de alimento quando a sua produtividade declinava e que os machos
eram abatidos precocemente, e passaram a defender a posição de que os ani-
mais não existem para serem usados pelas pessoas. Em novembro de 1944, um
pequeno grupo criou a Vegan Society de Londres, e Donald Watson, seu mem-
bro fundador, cunhou o termo “vegano”. Os membros da sociedade desejavam
eliminar todo e qualquer tipo de exploração com o intuito de promover uma
14
15
“Vidas foram mudadas por razões filosóficas e de saúde. Mas talvez a princi-
pal razão para o sucesso de Orono tenha sido a compreensão de que não
estávamos sozinhos e de que estávamos na vanguarda de um futuro mais
saudável não mais baseado na escravização de outros seres.”
16
17
18
Diversos
Abate de animais para alimentação na América do Norte em 1999: mais de 10 bilhões
Animais abatidos para alimentação em todo o mundo em 1998: 43,2 bilhões
Proporção de antibióticos usados na agricultura animal: 40%
Proporção desses antibióticos usados para promover o crescimento rápido: 80%
Galinhas poedeiras
Ovos por ano por poedeira antes do sistema de criação intensiva: 70
Ovos por ano por poedeira atualmente: 250
Porcentagem de galinhas poedeiras que sofrem fraturas ósseas nas gaiolas: 30%
Pintos machos (de galinhas poedeiras) mortos por ano por asfixia, gás ou trituração nos Estados Unidos: 200 milhões
Pintos machos usados por dia como fertilizante, alimentação de aves e animais de estimação no Canadá: 40.000
Frangos (EUA)
Massa atual do tecido do peito de frango de oito semanas comparada com a de 25 anos atrás: 7 vezes maior
Frangos de corte com problemas para andar: 90%
Frangos ainda vivos no tanque de escaldagem: 20%
Número de granjas de 1969 a 1992: redução de 35%
Número de frangos abatidos de 1969 a 1992: aumento de 200%
Porcos (EUA)
Produtores com mais de 50.000 porcos em 1988: 7%
Produtores com mais de 50.000 porcos em 1997: 37%
Número de fazendas de criação de porcos comparado com 50 anos atrás: 4%
Porcos com pneumonia por ocasião do abate: 70%
Porcos com dificuldade de andar por ocasião do abate: 50%
Quilo de milho e soja para produzir um quilo de carne suína: 7 quilos
Esterco
Classificação da agricultura e pecuária como fonte de poluição de água nos Estados Unidos: 1o lugar
Toneladas aproximadas de esterco de animais de corte na América do Norte por ano: 1,5 bilhão
Toneladas aproximadas de resíduos sólidos de dejetos humanos nos Estados Unidos por ano: 0,73 bilhão
Fezes e urina de rebanhos de animais para cada 0,3 kg de carne: 16 kg
19
A saúde do planeta
Em 1997, vários ambientalistas preocupados com os efeitos danosos dos dejetos
de animais receberam o prêmio Pulitzer por seus trabalhos sobre os dejetos da
suinocultura. Com um bilhão de vacas, porcos e carneiros e mais de nove bilhões
de aves abatidos a cada ano na América do Norte, o problema ficou grande
demais para ser ignorado. O esgoto contaminado de confinamentos, currais de
engorda e matadouros acabou em nossas portas, poços artesianos, lençóis freáti-
cos, baías, lagos, rios e riachos. A agricultura animal causa imensos danos aos
lençóis freáticos, aos já minguados aquíferos, aos recursos energéticos e à natu-
reza. Esses problemas são mencionados em documentos governamentais.
20
“O ‘fresco’ será obrigado a ser cada vez mais ‘fresco’, e haverá uma grande
oferta de alimentos vegetarianos, orgânicos e cultivados localmente.”
“Mais da metade dos restaurantes com uma conta média de 15 dólares por
cliente e 45% dos restaurantes com contas abaixo desse valor informam que
houve uma maior procura por pratos vegetarianos. Entre os sanduíches, a
‘estrela em ascensão’ foram os sanduíches de legumes grelhados, enquanto os
pratos à base de grãos e leguminosas faziam parte de 14% dos cardápios do
país segundo o Censo de Cardápios da revista Restaurants and Institutions.
As vendas de itens vegetarianos cresceram 31%, atingindo 166,3 milhões de
dólares, e quase 20% em lojas de produtos naturais durante o ano que se
encerrou em junho de 1998.”
Food Technology, 53:(8) (1999): 40, 48
21
22
Nutrição vegana
Os principais livros que foram escritos com o intuito de oferecer conhecimen-
tos nutricionais aos veganos são: Vegan Nutrition (1988, The Vegan Society)
de Gill Langley; Simply Vegan (1991, The Vegetarian Resource Group) de
Debra Wasserman e dr. Reed Mangels; e Nutrition and Wellness... A Vege-
tarian Way to Better Health (1999, Golden Harvest Books) do dr. Winston
Craig, entre outros. Em 1996, o dr. M. Messina e V. Messina escreveram um
livro extremamente bem documentado, A Dietitians’ Guide to Vegetarian Diets
(para saber mais sobre esse assunto, consultar a página 378). A nutricionista
Suzanne Havala não só escreveu vários livros como também foi coautora de
vários artigos para a American Dietetic Association, defendendo a nutrição
vegetariana e esclarecendo a segurança da alimentação vegana para nutricio-
nistas e profissionais da saúde. Para muitos nutricionistas, a “dieta de risco”
não é mais aquela isenta de produtos de origem animal, e sim a dieta repleta
de produtos de origem animal. O Vegetarian Nutrition Dietetic Practice Group
(VNDPG), uma voz importante na American Dietetic Association, constitui
uma fonte importantíssima de informações confiáveis sobre alimentação vege-
tariana e vegana. O VNDPG foi criado em 1991 e conta com cerca de 1.800
membros, incluindo muitos especialistas em dieta vegana.
Alimentação do planeta
Com o aumento da população mundial estimado em mais de oito bilhões em
2025, atualmente estamos dando um mau exemplo para as pessoas das nações
menos abastadas que tentam imitar o estilo de vida ocidental. Essas pessoas
veem algumas vantagens na alimentação à base de carne, mas não veem as
imensas desvantagens desses padrões alimentares. Hoje se sabe que as crian-
ças podem crescer saudáveis e fortes com a alimentação vegana e que a adoção
23
Jornada vegana...
comemoração de cada passo
A jornada para o estilo de vida vegano é uma experiência única e pessoal para
cada pessoa. Alguns acham que é uma integração da natureza gentil e deli-
cada com coragem, a coragem de fazer escolhas que refletem as crenças mais
24
Referências bibliográficas
Para ver uma lista completa acesse: www.nutrispeak.com/veganrefs.htm. Veja
também as referências gerais de todo o livro na página 383.
Ahimsa. (julho-dezembro 1978:1, 3). Publicado pela The American Vegan Society, PO
Box 369, Malaga, N.J. 08328-0908.
Baroni, L.; Cenci, L.; Tettamanti, M.; Berati, M. Evaluating the environmental impact of
various dietary patterns combined with different food production systems. Euro-
pean Journal of Clinical Nutrition. 11 de outubro, 2006.
Cummings, D. Environmental Impacts of Large Animal Production. USDA-Center for
Emerging Issues, 1998.
Eng, K. “Nutrition, manure, environment do not equal a simple equation.” Feedstuffs,
21 de outubro 1996.
Riscos ambientais da produção de gado e aves; ver www.senate.gov/~agriculture/ani-
malw.htm
25
Documento completo:
www.virtualcentre.org/en/library/key_pub/longshad/A0701E00.htm#sum
Síntese executiva: www.virtualcentre.org/en/library/key_pub/longshad/A0701E00.htm#sum
26