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22/01/2018 Diretrizes e Bases da Educação de Estêvão Bettencourt em www.catolicos-online.

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PERGUNTE e RESPONDEREMOS 045 – setembro 1961

DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO


PEDAGOGIA
MAE DE FAMÍLIA (São Paulo): «Como julgar a celeuma suscitada pelo Plano de Diretrizes e Bases da Educação Nacional'? Diz-se, entre outras coisas, que esse projeto
equivale a um golpe contra a Escola Pública, democrá ca, em favor de interesses par culares, aristocrá cos!»

O Plano de Diretrizes e Bases da Educação Nacional tem provocado um alarde muitas vezes injusto, pois a experiência vem mostrando que bom número dos que o
discutem não o conhecem exatamente. De outro lado, acontece que os opositores do projeto frequentemente o apresentam desfigurado, como se fosse obstáculo à
escola pública ou instrumento de interesses financeiros de cidadãos e en dades par culares.

Na verdade, o debate em torno do famoso projeto está longe de ser questão de distribuição de verbas ou de administração do ensino. Em úl ma análise, o alcance do
projeto ultrapassa a esfera dos especialistas; afeta diretamente a família brasileira ou mesmo cada cidadão em par cular. Com efeito, «Diretrizes e Bases» representa
toda uma filosofia ou uma concepção geral do homem e da vida, de tal modo que os adversários do projeto, consciente ou inconscientemente, representam outra
filosofia, radicalmente diversa da anterior. Em consequência, o «Sim» ou o «Não» dito ao projeto significa, em úl ma análise (talvez nem todos tenham consciência
disto), uma tomada de posição geral perante o homem, a família e o Estado.

É o que a exposição abaixo tentará evidenciar, analisando sucessivamente as linhas caracterís cas e a oportunidade do Plano de Diretrizes e Bases.

1. As caracterís cas do Projeto

1.A. Família e Estado diante do direito de educar

Dis nguimos duas maneiras de apreciar o homem, frontalmente opostas uma à outra.

1) Pode-se considerar o homem como personalidade, isto é,


como ser dotado de inteligência e liberdade, responsável portanto por seus atos e, consequentemente, portador de direitos e deveres Indevassáveis.

A personalidade está imediatamente relacionada com a família, onde ela nasce e se desenvolve normalmente.

As famílias unidas entre si dão a nação. Esta é dirigida por um governo civil (o Estado), cuja tarefa vem a ser «pro- mover o bem comum das famílias e dos indivíduos»,
respeitando a responsabilidade, a liberdade e os direitos de cada qual, sem os absorver. Ao Estado compete estabelecer os princípios necessários para que as inicia vas
livres dos membros da sociedade não redundem em dispersão, esfacelamento ou injus ça, mas, ao contrário, haja colaboração harmoniosa em prol do bem comum. A
atuação do Estado assim concebida nunca chegará a ser tal ou tão ín ma que equivalha a padronização ou a sufocação do direito que a cada cidadão compete, de
desenvolver livremente a sua personalidade.

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Dentro desta ideologia, EDUCAÇÃO vem a ser direito e dever dos genitores, pois a prole (como quase con nuação de seus pais) pertence a estes e com eles integra a
família. Ao Estado toca o papel de secundar e favorecer a função dos pais, sem tomar dianteira sobre eles, antes garan ndo-lhes a liberdade de escolher o po de
educação e a escola que quiserem des nar a seus filhos. Às famílias, portanto, o Estado há de fornecer ou suas escolas (escolas ditas «públicas») ou os necessários
subsídios financeiros para que, após livre opção, as famílias pobres possam, não obstante a sua pobreza, exercer o direito de educar seus filhos no educandário par cular
que lhes sa sfaça, sem estarem obrigadas a seguir a escola do Estado.

É a esse modo de ver que se chama «pensamento democrá co» ou simplesmente «democracia». Numa palavra: es ma o homem como algo mais do que um ser
material, des nado a produzir e consumir bens materiais; respeita no homem valores morais, que o relacionam diretamente com Deus, fazendo que a personalidade
humana não seja toda e exclusivamente voltada para a sociedade visível e para Este mundo terrestre.

2) Doutro lado, deve-se registrar a ideologia do totalitarismo, seja direi sta (fascista), seja esquerdista (marxista). Pode-se dizer que o totalitarismo transfere para o
Estado todos os direitos, de modo que o individuo na sociedade só goza dos direitos que o governo se digne de conferir-lhe. O ser humano é assim reduzido à categoria
de mera unidade dentro de uma massa padronizada, que tem que pensar e querer como o Estado ou o governo pensa e quer.

Em consequência, entende-se que a EDUCAÇÃO venha a ser considerada tarefa da alçada exclusiva do Estado. Sim; nessa ideologia a criança não pertence aos pais ou à
família, mas ao Estado. Este, subtraindo-a desde cedo à orientação dos genitores, se encarrega, mediante rijo plano de educação, de lhe incu r o modo de pensar e
querer que o governo deseje. Aos pais e às en dades par culares só pode caber alguma tarefa educacional na medida em que o Estado, por mero beneplácito, a queira
conceder e dentro das condições que ele es pule. — Há então escola única, padronizada, em que todos os cidadãos desde cedo são exercitados a julgar e agir do mesmo
modo, sem liberdade para expandir sua própria personalidade. Um dos testemunhos mais eloquentes que a tal propósito se possam ler, é o de Benito Mussolini, o
mentor do fascismo italiano, que assim falava a um jornal estrangeiro:

«Não admi rei que ninguém, absolutamente ninguém, ouse tocar no que pertence ao Estado. Minha fórmula é bem clara: tudo com o Estado, nada contra o Estado. A
criança, assim que a nge a idade de aprender, pertence ao Estado e só a ele... e não há par lha possível» (citado por André Saint-Denis, em «Pio XI contra os Ídolos»,
220).

O mesmo Mussolini voltava a afirmar:

«O Estado fascista assume todas as formas da vida moral e intelectual do homem. Ele é forma e norma interior que disciplina toda a pessoa, e penetra a vontade assim
como a inteligência («Do rina», citado por Jules-Bernard Gingras, Inita on à la science poli que, pág. 47).

Como se vê, no Estado totalitário fascista é o governo quem dita o modo único de pensar, querer e agir de todos os cidadãos, e o dita a começar da idade mais tenra dos
indivíduos, desde a escola primária. O mesmo se dá nos regimes totalitários da extrema esquerda, os quais costumam ser veementes implantadores de suas ideias:

Haja vista, por exemplo, o que se deu em Cuba, onde uma das primeiras medidas de Fidel Castro foi o fechamento das escolas par culares (cf. «Diário de No cias» do Rio
de Janeiro, de ll/VI/61, 2» clichê, dorso).

Levem-se em conta as Cons tuições dos governos marxistas modernos, como a da Alemanha Oriental, datada de 7 de outubro de 1949 : nos ar gos 34-40 declara não
admi r a escola par cular.

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A Cons tuição da Tcheco-eslováquia, de 9 de junho de 1948, no seu § 13,2, prescreve: «A instrução básica é única, obrigatória e gratuita.». No § 14,2: «O Estado
controlará todo o ensino e toda a educação, que se hão de ministrar de tal maneira que sejam conformes com os resultados das pesquisas cien ficas e não estejam em
desacordo com o regime popular democrá co».

A Cons tuição da Bulgária, de 4 de dezembro de 1947, determina que «a Instrução é leiga e marcada pelo espírito democrá co e progressivo» (art. 70, alínea 1«); «a lei
pode autorizar escolas par culares sob o controle do Estado» (art. 70, alínea 3a).

A Cons tuição da Iugoslávia, de 31 de janeiro de 1946, reconhece possa a lei autorizar escolas par culares, desde que controladas pelo Estado (art. 38, alínea 3).

2. Estabelecidas estas duas maneiras de conceituar o homem e a sociedade, pergunta-se qual a posição de «Diretrizes e Bases» em relação a elas?

O Plano de Diretrizes e Bases se situa precisamente sob a inspiração da ideologia democrá ca: proclama ser a educação um direito dos genitores e da família, cabendo
ao Estado a obrigação de respeitar e fomentar tal direito, sem possibilidade de jamais o sufocar.

Eis como se abre o referido Plano :

«Titulo I

Art. 1». A educação nacional, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por fim:

a) a compreensão dos direitos e deveres da pessoa humana do cidadão, do Estado, da família e demais grupos que compõem a comunidade;
b) o respeito à dignidade e às liberdades fundamentais do homem;

d) o desenvolvimento integral da personalidade humana e a sua par cipação na obra do bem comum.

Art. 2®. A educação é direito de todos e será dada no lar e na escola.

Parágrafo único. A família cabe escolher, com prioridade, o gênero de educação que deve dar a seus filhos.

Art. 3*. O direito à educação é assegurado:

I) pela obrigação do Poder Público e pela liberdade de inicia va par cular de ministrarem o ensino em todos os graus,, na forma da lei em vigor;

II) pela obrigação do Estado de fornecer recursos indispensáveis para que a família e, na falta desta, os demais membros da sociedade se desobriguem dos encargos da
educação, quando provada a insuficiência de meios, de modo que sejam asseguradas iguais oportunidades a todos.

Título II

Art. 2o. É assegurado a todos na forma da lei o direito de transmi r seus conhecimentos, não podendo o Estado favorecer o monopólio do ensino».
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Analisemos sumariamente o significado destas declarações básicas:

Como se vê, o projeto coloca no centro de toda a a vidade educacional a pessoa humana (art. 1»), o que quer dizer : reconhece a todo cidadão liberdade de
pensamento, direitos e deveres, em função dos quais são concebidos os direitos e deveres do Estado (e não vice-versa).

Consequentemente, afirma o projeto que a educação começa no lar, seguindo (é óbvio) a orientação que os genitores e familiares lhe queiram dar; con nuando na
escola, a educação deverá naturalmente estar em harmonia com os princípios ministrados no lar; o que implica (como, aliás, o projeto explicitamente declara no § único
do art. 2') em liberdade dos pais na escolha do sistema educacional pelo qual hão de encaminhar seus filhos. Não se tolera, portanto, que o Estado monopolize a escola
de modo a só deixar subsis r um po de educandário ao qual as famílias (concordem ou não) se devam conformar. Ao contrário, aos pais será fornecida ampla escala de
educandários, que compreenderá tanto os de inicia va par cular (inspirados pela orientação filosófica e religiosa que os respec vos diretores lhes quiserem dar) como
os de inicia va do Estado (orientados pelas normas que o governo houver por bem ditar, dentro dos termos do respeito à personalidade) .

Está claro que dentro dessa variegada escala de educandários há de se observar um mínimo de legislação comum. Por conseguinte, o Estado terá o inegável direito, e
mesmo a obrigação, de formular os estatutos necessários para que as inicia vas dos educadores par culares não redundem em dispersão de forças e confusão, mas,
antes, convirjam harmoniosamente para a consecução do bem comum. Tais estatutos poderão ser tão minuciosos quanto isto for necessário para o bem da nação,
nunca, porém, a ponto de padronizar a educação.

3. De duas maneiras preenche o Estado o seu papel de Auxiliar as famílias no esforço educacional:

3.1) Criando escolas públicas para todos os graus de ensino.

Contudo, se o Estado apenas cuidasse de abrir escolas públicas, obrigaria os par culares pobres (impossibilitados de pagar a escola par cular) a renunciar ao seu direito
de escolha: a posição do pobre seria de avassalamento a escola publica ou ao ensino ministrado pelo Estado, o que é an democrá co. Por conseguinte, a fim de evitar
Este mal, o Estado, além de criar suas escolas, deverá auxiliar a família também.

3.2) fornecendo os meios financeiros indispensáveis para que os genitores necessitados possam, caso o desejem, recorrer à escola par cular.

Destarte o governo fará que a pobreza não seja mo vo para que a família renuncie a direitos legí mos, caindo, em certo grau, no servilismo ao governo.

Donde se vê que não é justo preconizar, sejam os recursos públicos aplicados Cinicamente na fundação e manutenção de escolas públicas. Este adágio que, à primeira
vista, parece sumamente equita vo, em úl ma instância equivale a suma iniquidade; redunda, sim, em exploração do pobre por parte do Estado, pois Este, deixando de
subvencionar os par culares na tarefa educacional, os estará privando simplesmente do exercício de um de seus mais legí mos direitos. A liberdade seria então
privilégio dos ricos, enquanto os pobres ficariam reduzidos a servir.

Vêm multo a propósito aqui algumas frases do Papa Pio XI, que resumem quanto acaba de ser dito :

«É certo que o Estado não pode nem deve desinteressar-se da educação dos cidadãos, mas hã de contribuir sòmente com aquilo que o Individuo e a família não podem
fazer por sl mesmos. O papel do Estado não é, pois, absorver, devorar ou aniquilar o Indivíduo e a família, o que seria um absurdo, contrário à natureza, pois a família

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existe antes da sociedade, antes do Estado. O Estado não pode portanto, desinteressar-se da educação, mas sua parte de contribuição é uma colaboração des nada a
prover o que é necessário e suficiente para ajudar e aperfeiçoar a ação da família; deve corresponder plenamente aos desejos do pai. e da mãe e, acima de tudo,
respeitar o direito divino da Igreja» (Pio XI, alocução aos alunos de Mondragone, de 14 de maio de 1929. Atos de S.S. Pio XI, t. 5, pág. 116-120).

1.B. Escola pública ou escola única?

Afirmando a liberdade de educação, o Projeto de Diretrizes e Bases de modo nenhum se opõe à escola pública, como tantas vezes se diz; apenas preconiza a coexistência
pacifica de escola pública e escola par cular, a fim de que os cidadãos não sejam avassalados pelo Estado. A experiência bem ensina que se o Estado hão subvenciona os
educandários par culares e as famílias, a escola par cular dificilmente subsiste: ela baixa de nível e tende a desaparecer.

O projeto, portanto, não é contrário à escola pública, mas à escola única, de tal modo que aqueles que o combatem em nome da escola pública, como se esta fosse
lesada por tal lei, parecem, em úl ma análise, ter em mira defender a escola única, a escola totalitária e, consequentemente, um regime de governo totalitário em lugar
de governo democrá co.

Pará confirmar esta conclusão, pode-se citar o fato de que as ordens de comando do Par do Comunista Internacional para seus delegados na América La na visam
explorar as campanhas em prol da escola pública como instrumentos em prol da escola totalitária ou única. Estas ordens não estariam sendo executadas pelos
adversários do Projeto de Diretrizes e Bases, que, na verdade, não teriam mo vo para protestar em favor da escola pública, se em úl ma análise não es vessem servindo
à escola única?

Com efeito, sabe-se que, de acordo com instruções emanadas de Pequim (centro de propaganda encarregado de prover à campanha comunista na América La na), os
marxistas elaboraram um programa de ação, que o escritor C. Godoy, em seu livro «Plano para a América La na», comenta minuciosamente, referindo nos seguintes
termos algumas das normas oriundas de Pequim:

«A tulo de centros a vos da luta, será necessário implantar em todas as partes Comitês de Ajuda à Escola Pública, que servirão para o recrutamento de simpa zantes
não comunistas. Nessa luta, os comunistas devem preocupar-se em conquistar a direção. Para isso deverão ser recrutados especialmente professores filiados à
Federação Internacional dos Sindicatos de Ensino.

Além disso, o plano (comunista) trata da preparação de um Congresso de Apoio à Escola Pública, que serviria para mobilizar todas as forças laicas e an clericais
disponíveis e ar cular a ofensiva cultural e an rreligiosa comunista no plano internacional la no-americano».

Sumariamente : o reconhecimento da personalidade humana, de sua liberdade, de seus direitos e deveres em geral e, de modo especial, no tocante à educação, eis a
nota mais marcante do Projeto de Diretrizes e Bases.
Devem-se agora salientar alguns outros traços, que se deduzem naturalmente do que acabamos de enunciar.

1.C. Distribuição de recursos para a educação

O art. 94 do Plano leva explicitamente em consideração a distribuição de auxílios financeiros às famílias para que estas possam escolher livremente a escola que
desejarem :

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«Art. 94. A União proporcionará recursos a educandos que demonstrem necessidade e ap dão para estudos, sob duas modalidades:

a) bolsas gratuitas para custeio total ou parcial dos estudos;


b) financiamento para reembolso dentro de prazo variável, nunca superior a quinze anos,

§ 1o Os recursos a serem concedidos sob a forma de bolsa de estudos... poderão ser aplicados pelo candidato em estabelecimento de ensino de sua livre escolha».

Este ar go, que alguns julgam nocivo à escola pública, está longe de ser tal. O Projeto não cria nem amplia subvenções à escola par cular; apenas mantém o que está
sendo concedido, visando assegurar ainda melhores resultados, sem detrimento para o ensino público. De resto, todo ves gio de dúvida se dissipa desde que se leia o
art. 93 do Projeto, em que é professada uma certa preferência em favor da escola pública:

«Art. 93. Os recursos a que se refere o ar go 169 da Cons tuição Federal, serão aplicados preferencialmente na manutenção e desenvolvimento do sistema público de
ensino de acordo com os planos estabelecidos pelo Conselho Federal e pelos conselhos estaduais de educação, de sorte que se assegurem:

1. o acesso à escola do maior número possível de educandos;


2. a melhoria progressiva do ensino e o aperfeiçoamento dos serviços de educação...»

E que es pula o art. 169 da Cons tuição Federal?

— Ei-lo:

«Anualmente a União aplicará nunca menos de dez por cento, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nunca menos de vinte por cento da renda resultante dos
impostos, na manutenção e desenvolvimento do ensino».

Falando-se de custeio da educação, não se poderia deixar de lembrar aqui que o ensino par cular resulta consideravelmente mais barato do que o ensino oficial.

«Estabelecido o custo médio por aluno, no curso de um ano, verifica-se que o custo do ensino secundário ministrado por estabelecimentos par culares é quatro vezes
menor do que o fornecido por estabelecimentos oficiais; com relação ao custo do ensino superior, a diferença é de seis vezes menor em favor, dos estabelecimentos
par culares; face ao ensino normal, dez vezes mais barato é o ensino ministrado nos estabelecimentos privados.

Interessante será conhecer as conclusões a que chegou a Comissão Parlamentar de Inquérito, cons tuída em 1957 para 'inves gar o alto custo do ensino par cular no
Brasil". Após ouvirem os mais destacados educadores do país e examinar anuidades e salários vigentes nestes úl mos anos em cerca de 2.200 estabelecimentos de
ensino médio, a Comissão Parlamentar apurou não haver exagero nos preços atualmente cobrados pelos estabelecimentos de ensino par cular, desde que sa sfeitas as
exigências de ordem material e pedagógica d0 Ministério da Educação'. O encarecimento do ensino nesta úl ma década, em média de 150 %. nem foi proporcional à alta
geral do custo de vida, que chegou a 300 %. Mais ainda, verificou a ilustre Comissão que os estabelecimentos oficiais gastam per capita,

com seus alunos, muito mais do que cobram os educandários par culares mais caros. Fosse a verba que se aplica na manutenção desses educandários oficiais
empregada em abonos escolares, poderia estudar, gratuitamente, em escolas par culares um número bem mais elevado de alunos necessitados (Sérvulo Master, O
Estado e a escola par cular, pág. 11).»
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O texto acima foi-transcrito do estudo «Diretrizes e Bases da Educação Nacional» da autoria do Prof. José Sanseverino. Porto Alegre 1960, pág. 67s.

Note-se que, sendo cara e dispendiosa para o Estado, a escola pública vem a ser naturalmente cara e dispendiosa para o povo.

Replica-se, porém: têm-se verificado abusos dos par culares na aplicação das verbas que o Estado lhes enviai

— O abuso não ex ngue o uso. Dado que se registrem tais abusos, o remédio não há de ser a ex nção das subvenções, mas, sim, o controle por parte do Estado, a fim de
assegurar o emprêgo legí mo dos dinheiros públicos; sem dúvida, o governo tem o direito de fiscalizar o des no dado às contribuições que ele outorga.

Seja licito, aliás, chamar a atenção para o seguinte par cular (ao lado do qual muitos outros semelhantes se poderiam citar): em 1958, dentre 472.819 alunos
matriculados em educandários católicos, 137.273 receberam instrução gratuita, enquanto 30.238 gozavam de mais de 50 % de redução da respec va anuidade. Isto bem
mostra que as escolas par culares podem desempenhar um serviço público não desprezível.

1.D. Flexibilidade dos programas de ensino

O Plano de Diretrizes e Bases reconhece aos estabelecimentos de ensino a possibilidade de adaptar seus currículos às exigências da população que os frequenta. Desta
forma a instrução se torna muito mais viva e penetrante, perdendo a nota de ar ficialidade estéril que muitas vezes tem, desde que se queiram seguir os mesmos
programas de ensino em diversas regiões do pais.

No Brasil entende-se que as populações do Norte, do Nordeste, do Centro è do Sul tenham seu nível cultural próprio e, por conseguinte, suas indigências especificas no
setor dos programas escolares. Essas exigências tornam necessária a flexibilidade dos programas de ensino, cabendo ao Estado es pular o mínimo de matérias e
princípios a ser observados na organização dos currículos, a fim de que não haja prejuízo do bem comum nos esforços educacionais dos par culares.

1.E. Certa descentralização da administração do ensino

Em vez de concentrar a administração do ensino numa única en dade como é o Ministério da Educação e Cultura, o Projeto desmembra-a, confiando-a a três órgãos: o
Ministério da Educação, o Conselho Federal e os Conselhos Estaduais de Educação.

Os Conselhos Estaduais cons tuem Inovação na matéria, inovação porém, oportuna, pois seu papel principal consiste precisamente em adaptar as leis gerais do ensino
às circunstâncias par culares de cada Estado, tornando assim o sistema geral de educação mais significa vo e eficaz. Esses Conselhos serão integrados tanto por técnicos
do governo como por representantes do ensino par cular, de acordo com o art. 10 do Projeto.

1.F. Reconhecimento de estudos e diplomas

O Plano es pula que os estudos efetuados nos educandários públicos e par culares serão igualmente reconhecidos para todos os fins:

«Não haverá dis nção de direitos, para qualquer fim, entre os estudos realizados em estabelecimentos oficiais e os realizados em estabelecimentos par culares
reconhecidos» (art. 19).

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Este ar go (ao qual fazem eco os art. 5 e 58) decorre logicamente da existência da escola par cular. Teve grande repercussão principalmente entre as normalistas do
Estado da Guanabara, onde somente as alunas diplomadas pelo Ins tuto de Educação, man do pelo governo, podem ingressar no magistério oficial.

Ora evidentemente Este disposi vo da Guanabara, além de ser pouco justo em si, fere frontalmente a Cons tuição Federal Brasileira, que no seu art. 184 reza:

«Os cargos públicos são acessíveis a todos os brasileiros, observados os requisitos que a lei estabelecer».

Donde se vê que não se pode vedar a um grupo de brasileiros o acesso a cargo público pelo simples mo vo de não possuir diploma fornecido por estabelecimento
oficial, quando a existência dos estabelecimentos par culares é reconhecida pela própria Cons tuição Federal no seu art. 167. Fora da Guanabara, qualquer jovem
diplomada por escola normal pode pleitear colocação no magistério oficial.

2. Um confronto...

Finalmente, para a orientação de quem deseje proferir um juízo obje vo sobre a Lei de Diretrizes e Bases, parece oportuno oferecer um confronto entre esse Plano e
dois outros documentos que norteiam a democracia no Brasil: a Cons tuição Nacional de 1946 e a Declaração Internacional dos Direitos do Homem, promulgada pela
Organização das Nações Unidas (ONU) aos 10 de dezembro de 1948.

A folha anexa apresenta esse confronto, transcrito (após adaptação necessária) da revista «Presença» n» 6, marco de 1961 (Rua Miguel Lemos 97, Rio de Janeiro, GB).

A guisa de complemento da tabela anexa, pode-se observar ainda o seguinte:

O Protocolo Adicional da Convenção Europeia dos Direitos do Homem, firmado em 1952 pelo Conselho da Europa, es pula :

«Art. 2. O Estado, no exercício das funções que assumir nos domínios da educação e do ensino, respeitará o direito dos pais de assegurar essa educação e esse ensino de
acordo com suas convicções religiosas e filosóficas».

A XVIII Conferência Internacional de Instrução Pública promovida pela UNESCO e pelo Bureau Internacional de Educação em Genebra (julho de 1955) dispôs :

«Convém coordenar esforços para outorgar todo o auxilio ao ensino par cular, quer se trate de subvenções ou subsídios de doação de equipamento ou de material
escolar, de cessão de pessoal de ensino público, de auxilio social a cargo dos poderes públicos, etc.».

Estes poucos dados contribuirão para evidenciar a orientação sadia que inspirou o projeto de «Diretrizes e Bases da Educação». Na hora atual pode-se dizer que
representa o pensamento democrá co e cristão da nação brasileira.

Dom Estêvão Be encourt (OSB)

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#0•A2865•C522   2014-02-27 14:58:50 - Convidado/Janislei

Essa é mais uma guerra cultura em que os cristãos precisam estarem lutando.

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:-)

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