Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
ALUNO: R.A.
CURSO: UNIDADE:
TURMA: SEMESTRE/ANO:
PROFESSORA: Renata Valente F. Vilela
UNIDADE 1
LÍNGUA E LINGUAGEM
5. Não estudou nada. Vai dar com os burros n’água nesta prova.
4)-UFES 1996
pincumel e cuzinhando um
fiofó da galinhispludiu!
NATUREZA E CULTURA (Fonte: ARANHA, M.L. & MARTINS, M.H. A cultura. In: Filosofando:
introdução à filosofia. SP: Moderna, 1993, p.2-8)
Registros, variantes ou níveis de língua(gem)
A comunicação não é regida por normas fixas e imutáveis. Ela pode transformar-
se, através do tempo, e, se compararmos textos antigos com atuais, perceberemos
grandes mudanças no estilo e nas expressões. Por que as pessoas se comunicam de
formas diferentes? Temos que considerar múltiplos fatores: época, região geográfica,
ambiente e status cultural dos falantes.
Há uma língua-padrão? O modelo de língua-padrão é uma decorrência dos
parâmetros utilizados pelo grupo social mais culto. Às vezes, a mesma pessoa,
dependendo do meio em que se encontra, da situação sociocultural dos indivíduos com
quem se comunica, usará níveis diferentes de língua. Dentro desse critério, podemos
reconhecer, num primeiro momento, dois tipos de língua: a falada e a escrita.
A língua falada pode ser culta ou coloquial, vulgar ou inculta, regional, grupal
(gíria ou técnica). Quando a gíria é grosseira, recebe o nome de calão.
Quando redigimos um texto, não devemos mudar o registro, a não ser que o
estilo permita, ou seja, se estamos dissertando – e, nesse tipo de redação, usa-se,
geralmente, a língua-padrão – não podemos passar desse nível para um como a gíria,
por exemplo.
Variação lingüística: como falantes da língua portuguesa, percebemos que
existem situações em que a língua apresenta-se sob uma forma bastante diferente
daquela que nos habituamos a ouvir em casa ou nos meios de comunicação. Essa
diferença pode manifestar-se tanto pelo vocabulário utilizado, como pela pronúncia ou
organização da frase.
Nas relações sociais, observamos que nem todos falam da mesma forma. Isso
ocorre porque as línguas naturais são sistemas dinâmicos e extremamente sensíveis a
fatores como, por exemplo, a região geográfica, o sexo, a idade, a classe social dos
falantes e o grau de formalidade do contexto. Essas diferenças constituem as variações
lingüísticas.
Observe abaixo as especificidades de algumas variações:
Língua falada:
palavra sonora; requer a presença dos interlocutores; ganha em vivacidade; é espontânea
e imediata; uso de frases feitas; é repetitiva e redundante; o contexto extralingüístico é
importante; a expressividade permite prescindir de certas regras; a informação é
permeada de subjetividade e influenciada pela presença do interlocutor; recursos: signos
acústicos e extralingüísticos, gestos, entorno físico e psíquico.
Língua escrita:
palavra gráfica; é possível esquecer o interlocutor; é mais sintética e objetiva; a
redundância é apenas um recurso estilístico; ganha em permanência; mais correção na
elaboração das frases; evita a improvisação; exigüidade de recursos não lingüísticos;
uso de letras, sinais de pontuação; é mais precisa e elaborada; ausência de cacoetes
lingüísticos e vulgarismos; o contexto extralingüístico tem menos influência.
EXERCÍCIOS
2-FUVEST 2000- “Orientação para uso deste medicamento: antes de você usar este
medicamento, verifica se o rótulo consta as seguintes informações, seu nome, nome de
seu médico, data de manipulação e validade e fórmula do medicamento solicitado.”
a) Há no texto desvios em relação à norma culta. Reescreva-o, fazendo as correções
necessárias.
b) A que se refere, no contexto, o pronome SEU da expressão "seu nome"? Justifique
sua resposta.
3-UFES 1996
A história do gerente apressado
Certa vez, um apressado gerente de uma grande empresa precisava de ir ao Rio de
Janeiro para tratar de alguns assuntos urgentes. Como tivesse muito medo de viajar,
deixou o seguinte bilhete para sua recém-contratada secretária:
“Maria: devo ir ao Rio amanhã sem falta. Quero que você me 'rezerve', um lugar, 'à
noite', no trem das 8 para o Rio.”
Sabe o leitor o que aconteceu? O gerente, simplesmente, perdeu o trem! Por quê?"
(BLIKSTEIN, Izidoro. Técnicas de comunicação escrita São Paulo: Ática, 1990, p.5)
a) Maria: devo ir ao Rio amanhã sem falta. Quero que você reserve um lugar, à noite, no
trem das 8 para o Rio.
b) Maria: devo ir ao Rio amanhã. Quero que você me compre um lugar, à noite, no trem
das 8 para o Rio.
c) Maria: Compre, para mim, uma passagem, em cabina com leito, no trem das 20h de
amanhã (4a feira), para o Rio de Janeiro.
d) Maria: vou ao Rio amanhã impreterivelmente. Quero que você me compre, à noite
uma passagem para o Rio no trem das 8.
e) Maria: devo ir no Rio amanhã. Quero que, à noite você me reserve, sem falta, um,
lugar, no trem das oito.
4- UFMT 1996
Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu.
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo, então, que cresceu.
(Roda Viva - Chico Buarque)
Na(s) questão(ões) a seguir julgue os itens e escreva nos parênteses (V) se for
verdadeiro ou (F) se for falso.
( ) A expressão "a gente" é uma forma característica da linguagem coloquial para
substituir o pronome "nós".
( ) O uso do verbo "ter" em lugar de "haver" e a supressão da preposição "em" junto
ao relativo são marcas da oralidade no texto.
( ) A modalidade oral e o registro coloquial envolvem o ouvinte-leitor numa relação
de familiaridade.
UNIDADE 3
GRAMÁTICA DE USO I
(Partes deste capítulo foram extraídos de SOBRAL, João Jonas Veiga. Redação: escrevendo com prática. São Paulo: Iglu,
1997.)
Durante o processo de produção de textos, surgem sempre dúvidas gramaticais; nesta unidade
trataremos dos casos em que alguns exercícios podem ajudar a solucionar certos problemas; no entanto
há outros casos que gramáticas e livros do tipo tira-dúvidas resolvem tranqüilamente; a consulta a esses
materiais torna-se obrigatória por parte de quem se propõe a escrever na escola, no trabalho ou mesmo
por motivos particulares.
Vale lembrar que a eliminação de alguns erros será efetuada a partir do treinamento lingüístico
e a prática constante da escrita. Cabe ao produtor o trabalho constante da revisão e escrituração dos
textos para que a assimilação das técnicas redacionais e normas gramaticais sejam efetivadas.
Aonde indica movimento, sempre acompanhado de verbos que contenham essa noção:
Vou aonde me chamam.
Aonde chegaremos desse jeito?
Onde, ao contrário, indica o lugar em que se está, sem idéia de movimento, acompanhado de verbos
que indicam permanência:
Onde estão os velhos amigos e a beleza dos dias?
Fico onde me querem bem.
Por outro lado, a palavra onde tem sido usada indevidamente com o significado de por isso, mas, de
que, uma vez que, quando, e outros. Nas frases abaixo, observe o uso correto e o incorreto;
Morei em Itabuna, onde há muitas fazendas de cacau. O uso está correto, pois indica lugar físico.
Governo que dirige uma nação, além de ter ministros, deputados, senadores que formam um conjunto,
onde todos participam para poderem fazer seu dever... Uso errado, pois conjunto não é lugar físico; o
correto seria do qual.
EXERCÍCIOS
1. Preencha as lacunas com onde/aonde:
a) __________encontraram o Alfredo?
b) Gostaria que você me dissesse __________estão os talheres.
c) __________foram todos os alunos?
2. A palavra onde foi usada de forma inadequada. Troque-a pelo termo mais apropriado:
a) Essa porção nos fez imaginar um lugar isolado, solitário, apenas freqüentado por alguns animais e
vegetais, onde procuram com algumas dificuldades manter sua sobrevivência.
______________________________________________________________________________
b) Mas então lhe chega à frente o seu último inimigo, o mais cruel dos obstáculos, na forma de
velhice, onde ele luta para não perder as posições conquistadas.
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
EXERCÍCIOS
UNIDADE 4
DESABAR
Desabava
Fugir não adianta desabava
por toda parte minas torres
edif
ícios
princípios
l
e
i
s
muletas
desabando nem gritar
dava tempo soterrados
novos desabamentos insistiam
sobre peitos em pó
desabadesabadesabadavam
As ruínas formaram
outras cidades em ordem definitiva
(ANDRADE, Carlos Drumond de. Impurezas do branco. RJ: J. Olympio, 1974, p.54.)
Neste poema, Carlos Drummond de Andrade, além de explorar a linguagem verbal,
utiliza a expressividade da linguagem não-verbal ao fazer palavras e letras “desabarem”.
A LEITURA - TECER UM TEXTO
A palavra texto provém do latim textum, que significa tecido, entrelaçamento. Fica
evidente, assim, que já na origem da palavra encontramos a idéia de que o texto resulta de
um trabalho de tecer, de entrelaçar várias partes menores a fim de obter um todo inter-
relacionado. Daí podermos falar em textura ou tessitura de um texto: é a rede de relações
que garantem sua coesão, sua unidade.
Esse trabalho de tecelão que o produtor de textos executa pode ser avaliado a partir
de quatro elementos centrais: a repetição, a progressão, a não-contradição e a relação. Para
estudá-los, devemos ter sempre em mente que um texto se desenvolve de maneira linear, ou
seja, as partes que o formam surgem uma após a outra, relacionando-se com o que já foi
dito ou com o que se vai dizer.
(INFANTE, Ulisses. Do texto ao texto. Scipione, São Paulo: 1991)
Esquematizando:
Pense num jogo de futebol: há dois pressupostos básicos, pelo menos. O número de
jogadores (unidades) e as regras do jogo. Na língua, também há esses dois pressupostos
básicos: as unidades (palavras) e as regras gramaticais.
Linguagem verbal: realização concreta da língua através da fala humana (sons e escrita).
Linguagem verbal x linguagem não verbal
Pense sobre o símbolo de um cigarro desenhado sobre uma placa, cortado por uma faixa
vermelha. Agora, pense na mesma placa, tirando o desenho e colocando-se Não Fume. Qual
é a mais eficaz?
Linguagem não verbal: mais econômica e rápida na veiculação.
Base da linguagem visual: ícone (figura ou imagem), que substitui a linguagem verbal mais
economicamente, logo com mais rapidez.
Linguagem verbal:
- transmissão completa do que sentimos, pensamos, desejamos;
- única capaz de traduzir as outras linguagens;
- quando o que temos que comunicar é complexo, optamos pela linguagem verbal.
EXERCÍCIOS
1. Na publicidade, qual texto chama mais a atenção do consumidor: verbal, não verbal ou
mista? E no jornalismo?
2-UFSM 2000 - Considere o que se afirma sobre o papel da linguagem verbal e não-verbal
na organização da história.
I. O desenho é auto-suficiente. Mesmo sem os diálogos, entende-se que um homem foi
punido por ter chamado o outro de gordo.
II. As falas das personagens são auto-suficientes. Mesmo sem os desenhos, entende-se que
um homem foi punido por acusar o outro de medroso.
III. O desenho e as falas são interdependentes. É pela fala do segundo quadrinho que se
entende que o homem foi punido principalmente por chamar o outro de "gordão".
Está(ão) correta(s)
a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas III.
d) apenas I e II.
b) apenas I e III.
UNIDADE 5
Antes de iniciar o uso desta apostila, pergunte-se: VOCÊ FAZ O QUE REALMENTE SE
PEDE? Para medir o nível do aproveitamento e o desenvolvimento dos alunos em sala de
aula, o professor pode utilizar vários instrumentos de avaliação. Entre esses instrumentos, é
muito comum o emprego de provas e/ou testes dissertativos, nos quais os alunos têm um
espaço para mostrar, sobre algum assunto determinado, a sua capacidade de análise,
criação, comparação, identificação, conceituação etc.
É muito comum nas discussões entre professores comentários sobre a dificuldade
que os alunos têm diante do momento de dissertar numa prova, mesmo que ela seja
composta por questões breves. Essa dificuldade pode ocorrer, muitas vezes, porque eles não
conseguem compreender exatamente o que é pedido em uma questão. Se observarmos com
atenção, todas as questões se iniciam ou se desenvolvem tendo como base um verbo-
comando (geralmente na forma do imperativo) que especifica para o aluno a forma como
ele deve responder a uma questão. A tabela abaixo demonstra alguns dos verbos-comando
mais utilizados.
Verbos de Definição dos verbos Especificação dos
comand (adaptada do Moderno Dicionário da procedimentos
o Língua Portuguesa Michaelis e Aurélio)
Transcreva Reproduzir, extrair, copiar algum trecho de A resposta não pode ser
Cite algum texto sem qualquer tipo de elaborada e sim apenas
Destaque modificação. recortada utilizando-se sinais
adequados com aspas
Nesta apostila, e nas provas/avaliações que serão dadas para você elaborar,
muitos destes verbos serão solicitados. Fique atento!
(Fonte: Profs. Patrícia Quel e Jorge Luís Torresan)
EXERCÍCIOS
OBESIDADE INFANTIL
O papel dos hábitos sedentários, da publicidade e da educação alimentar na
globalização de uma epidemia
.
Nos últimos 20 anos, a obesidade infantil tornou-se epidemia mundial. O número de
casos pode ser atribuído à farta disponibilidade de alimentos densamente calóricos e à vida
sedentária das crianças nas cidades.
Não existe um gene único que possa ser responsabilizado pela obesidade. A
predisposição é causada por uma interação complexa de cerca de 250 genes envolvidos no
controle de peso do organismo.
Células especiais para armazenar gordura (adipócitos) surgem no feto ao redor da
15ª semana de gestação. Durante o primeiro ano de vida elas não mais se multiplicam,
apenas crescem e se enchem de gordura para armazenar energia que será utilizada quando a
criança começar a andar.
À medida que a criança cresce em altura, essas reservas são consumidas até atingir
seus níveis mais baixos aos 5 ou 6 anos. Meninos e meninas que chegam gordinhos a essa
idade apresentarão maior probabilidade de desenvolver obesidade na adolescência e na vida
adulta.
Na criança de peso normal, entre 2 e 10 anos, ocorre apenas um pequeno aumento
do número de adipócitos. Já nas obesas, quando a quantidade de gordura contida em cada
célula atinge 1 grama — o limite máximo de sua capacidade —, ocorre a multiplicação
celular com formação de novos adipócitos.
Quando a criança obesa perde peso, a velocidade de formação de novas células
gordurosas diminui. Mas, ainda assim, são formadas mais células novas do que aquelas das
crianças magras.
A obesidade materna durante a gravidez interfere com a troca de nutrientes com o
feto e favorece o aparecimento de obesidade infantil. Ao contrário, má nutrição durante a
gravidez também pode levar à obesidade como mecanismo compensatório.
Crianças negligenciadas, solitárias ou deprimidas tendem a apresentar maiores
índices de obesidade quando adultas.
A falta de atividade física é fator crucial. A redução dos espaços urbanos disponíveis
para brincar em segurança, os computadores, os jogos eletrônicos e, especialmente, o
número de horas diante da tevê, expostas a comerciais de alimentos com alta densidade
calórica, são fatores de risco associados à explosão de obesidade nas crianças.
Pesquisas conduzidas na Inglaterra e nos Estados Unidos mostram que, nesses
países, elas estão expostas, em média, a dez comerciais de alimentos por hora diante da
tevê; a maioria sobre doces, refrigerantes e salgadinhos.
Da mesma forma que nos adultos, a obesidade na infância causa hipertensão
arterial, aumento de colesterol e triglicérides, inflamação crônica, facilita a formação de
coágulos, altera a parede interna das artérias e aumenta a produção de insulina. Esse
conjunto de fatores de risco para doença cardiovascular, conhecido como síndrome da
resistência à insulina ou síndrome metabólica, tem sido descrito até em crianças com 5 anos
de idade.
Anteriormente conhecido como diabetes do adulto, o diabetes do tipo 2 é cada vez
mais encontrado na infância. Em certas populações, seus portadores chegam a representar
metade do total de crianças diabéticas.
(Drauzio Varella)
EDUCANDO O PALADAR
O sabor do leite materno não é o mesmo em todas as mamadas, pois ocorrem
modificações no decorrer do dia por causa da alimentação da mãe. Bebês alimentados com
mamadeira não experimentam tal variedade de sabores, já que o gosto do leite em pó é
sempre o mesmo.
Estudos mostram que a diversidade de sensações gustativas associadas à
amamentação facilita mais tarde a instalação de paladares mais variados.
As crianças têm preferência inata por sabores doces e salgados, rejeição pelos
amargos e azedos, e apresentam dificuldade para aceitar novas experiências gustativas.
Calcula-se que devam ser expostas de cinco a dez vezes, em média, para adaptar-se
ao gosto de um novo alimento.
Nessa fase da vida, existe nítida predisposição para alimentos com alta densidade
calórica, como as gorduras e os doces, por causa do gosto agradável e por levar à saciedade
mais prontamente. Se não houver insistência na oferta, o paladar poderá fixar-se
exclusivamente em doces e gorduras, com graves conseqüências futuras.
(In: Carta Capital, n.º 332, 08/03/2005.)
3-UNICAMP 1995
Defender a língua é, de modo geral, uma tarefa ambígua e até certo ponto inútil.
Mas também é quase inútil e ambíguo dar conselhos aos jovens de uma perspectiva adulta e
no entanto todo adulto cumpre o que julga seu dever. (...) Ora, no que se refere à língua, o
choque ou oposição situam-se normalmente na linha divisória do novo e do antigo. Mas
fixar no antigo a norma para o atual obrigaria este antigo a recorrer a um mais antigo, até ao
limite das origens da língua. A própria língua, como ser vivo que é, decidirá o que lhe
importa assimilar ou recusar. A língua mastiga e joga fora inúmeros arranjos de frase e
vocábulos. Outros, ela absorve e integra a seu modo de ser.
(Vergílio Ferreira, "Em Defesa da Língua", em: Estão a Assassinar o Português! trecho adaptado)
a) Transcreva a tese de Vergílio Ferreira, isto é, a afirmação básica que o autor aceita como
verdadeira e defende nesse trecho.
b) Transcreva o argumento no qual o autor se baseia para defender sua tese.
UNIDADE 6
AS PALAVRAS-CHAVE
Ninguém chega à escrita sem antes ter passado pela leitura. Mas leitura aqui não
significa somente a capacidade de juntar letras, palavras, frases. Ler é muito mais que isso.
É compreender a forma como está tecido o texto. Ultrapassar sua superfície e aferir da
leitura seu sentido maior, que muitas vezes passa despercebido a uma grande maioria de
leitores. Só uma relação mais estreita do leitor com o texto lhe dará esse sentido. Ler bem
exige tanta habilidade quanto escrever bem. Leitura e escrita complementam-se. Lendo
textos bem estruturados, podemos apreender os procedimentos lingüísticos necessários a
uma boa redação.
Numa primeira leitura, temos sempre uma noção muito vaga do que o autor disse.
Uma leitura bem feita é aquela capaz de depreender de um texto ou de um livro a
informação essencial. Tudo deve ajustar-se a elas de forma precisa. A tarefa do leitor é
detectá-las, a fim de realizar uma leitura capaz de dar conta da totalidade do texto.
Por adquirir tal importância na arquitetura textual, as palavras-chave normalmente
aparecem ao longo de todo o texto das mais variadas formas: repetidas, modificadas,
retomadas por sinônimos. Elas pavimentam o caminho da leitura, levando-nos a
compreender melhor o texto. Além disso, fornece a pista para uma leitura reconstrutiva
porque nos levam à essência da informação.
Após encontrar as palavras-chave de um texto, devemos tentar reescrevê-lo,
tomando-as como base. Elas constituem seu esqueleto.
AS IDÉIAS-CHAVE
Muitas vezes temos dificuldades para chegar à síntese de um texto só pelas
palavras-chave. Quando isso acontece, a melhor solução é buscar suas idéias-chave. Para
tanto é necessário sintetizar a idéia de cada parágrafo.
TÓPICO FRASAL
Um parágrafo padrão inicia-se por uma introdução em que se encontra a idéia
principal desenvolvida em mais períodos. Segundo a lição de Othon M. Garcia em sua
Comunicação em prosa moderna (p. 192), denomina-se tópico frasal essa introdução.
Depois dela, vem o desenvolvimento e pode haver a conclusão. Um texto de parágrafo:
“Em todos os níveis de sua manifestação, a vida requer certas condições dinâmicas, que
atestam a dependência mútua dos seres vivos. Necessidades associadas à alimentação, ao
crescimento, à reprodução ou a outros processos biológicos criam, com freqüência, relações
que fazem do bem-estar, da segurança e da sobrevivência dos indivíduos matérias de interesse
coletivo”.
(FERNANDES, Florestan. Elementos de sociologia teórica 2 ed. SP: Nacional, 1974, p. 35.)
Neste parágrafo, o tópico frasal é o primeiro período (Em .... vivos). Segue-se o
desenvolvimento especificando o que é dito na introdução.
Se o tópico frasal é uma generalização, e o desenvolvimento constitui-se de
especificações, o parágrafo é, então, a expressão de um raciocínio dedutivo. Vai do geral
para o particular: Todos devem colaborar no combate às drogas. Você não pode se omitir.
Se não há tópico frasal no início do parágrafo e a síntese está na conclusão, então o
método é indutivo, ou seja, vai do particular para o geral, dos exemplos para a regra: João
pesquisou, o grupo discutiu, Lea redigiu. Todos colaborando, o trabalho é bem feito.
EXERCÍCIOS
A INTENÇÃO E A REALIDADE
Não se pode negar que a decisão a que chegaram os juízes de menores de dezessete
municípios do Vale do Paraíba, proibindo a venda de cigarros a menores de 18 anos, tenha
sido tomada com a melhor das intenções. Os magistrados que assinaram provimento nesse
sentido o fizeram com o objetivo de proteger a saúde da juventude contra o hábito cujos
efeitos perniciosos serão tanto mais graves quanto mais cedo tenha sido adquirido. Se o
motivo é justo, e a intenção louvável, a medida é certamente irrealista: não haverá
necessidade de muito esforço imaginativo para burlar a determinação, principalmente por
estar dirigida a uma faixa etária que, em sua natural necessidade de auto-afirmação, não
perde ocasião para rebelar-se contra a autoridade. E é este, aliás, um dos motivos que levam
o adolescente a experimentar o primeiro cigarro, falsamente convencido de que, com tal
gesto, está pondo em xeque instituições e valores considerados tradicionais e obsoletos.
Não se pode ignorar, por outro lado, o poder persuasivo dos meios de divulgação, e
especialmente a TV, a que os jovens estão expostos. Numa fase de desenvolvimento da
personalidade marcada por uma difícil e angustiosa construção da própria identidade, o
jovem é particularmente sensível a apelos cujos conteúdos – justamente pelo grau de ilusão
que encerram – são os mais atrativos.
É o caso da sofisticada e insistente publicidade em torno do cigarro feita na
televisão. Associado ao lazer, a profissões e atividades socialmente reconhecidas como
símbolo de status e – contraditoriamente – ao esporte; desfrutado por personagens jovens
dinâmicos e cheios de vida; suporte de valores relacionados com projetos de ascensão
social – o cigarro é apresentado ou como a chave para ingressar nesse mundo mágico e
exclusivo, ou como a marca distintiva dos que dele fazem parte.
Não resta a menor dúvida de que a irrealidade de tais apelos não resiste à mais
elementar análise. Não é à razão, contudo, que se dirigem, pois seu poder evocativo reside
justamente na relação imaginária que estabelecem com o telespectador, convencendo antes
pelo clima especial que produzem do que por meio de argumentações.
Nesse sentido, qualquer medida contra o tabagismo, para ser eficaz, deve levar em
consideração as determinações tanto psicológicas como sociais vinculadas ao hábito de
fumar, visando antes às motivações que o vício em si. É por esta razão que a simples
proibição da venda de cigarros a menores de 18 anos seguramente não atingirá os objetivos
que a motivaram. A decisão dos magistrados, no entanto, tem o mérito de chamar a atenção
para o problema.
O tabagismo, tanto pelos riscos que representa para a saúde da população, como
pela complexidade dos fatores que o determinam, não pode ser encarado com gestos apenas
bem intencionados. Só será eficazmente combatido na medida em que o Juizado de
Menores, as instituições médicas, pedagógicas, os meios de divulgação conjugarem
esforços numa ampla campanha destinada não só a divulgar os males que origina, mas a
atacar as causas que o determinam.
(Editorial, Folha de S. Paulo, 1981)
a) Delimite o tópico frasal de cada parágrafo.
b) Delimite o tema.
c) Selecione as idéias-chave do texto.
d) Elabore um parágrafo concordando ou discordando do autor.
3 – FGV 1996
(Articulação entre os componentes do texto):
Crie um tópico frasal às idéias exploradas no parágrafo a seguir.
O brasileiro esperou 15 anos por este momento. Com a queda da inflação, a vida ficaria
mais tranqüila, as pessoas teriam de volta segurança no emprego, bons salários e a
confiança no progresso das empresas. Isso não aconteceu. A vida tornou-se mais
competitiva e não há mais posições garantidas nem para as empresas nem para as pessoas.
As mudanças virão cada vez mais rápidas. É preciso ficar atento: o dinheiro está mudando
de mãos rapidamente no Brasil e é importante conhecer esse movimento.
(Adaptado de KANITZ, Stephen. "Era de risco". Veja, 04-10-1995.)
Exemplo:
Aprender a escrever é, em grande parte, se não principalmente, aprender a pensar, aprender a
encontrar idéias e a concatená-las, pois, assim como não é possível dar o que não se tem, não se
pode transmitir o que a mente não criou ou não aprovisionou. Quando nós, professores, nos
limitamos a dar aos nossos alunos temas para redação sem lhes sugerirmos roteiros ou rumos para
fontes de idéias, sem, por assim dizer, lhes “fertilizarmos” a mente, o resultado é quase sempre
desanimador: um aglomerado de frases desconexas, mal redigidas, mal estruturadas, um acúmulo de
palavras que se atropelam sem sentido e sem propósito; frases em que procuram fundir idéias que
não tinham ou que foram mal pensadas ou mal digeridas. Não podiam dar o que não tinham,
mesmo que dispusessem de palavras-palavras, quer dizer, palavras de dicionário, e de noções
razoáveis sobre a estrutura da frase. É que palavras não criam idéias; estas, se existem, é que,
forçosamente, acabam corporificando-se naquelas, desde que se aprenda como associá-las e
concatená-las, fundindo-as em moldes frasais adequados. Quando o estudante tem algo a dizer,
porque pensou, e pensou com clareza, sua expressão é geralmente satisfatória.
(GARCIA, O. M. Comunicação em prosa moderna. 6 ed. Rio de Janeiro: Getúlio Vargas,
1977, p. 275)
Sublinhado:
Aprender a escrever é, em grande parte, se não principalmente, aprender a pensar, aprender a
encontrar idéias e a concatená-las, pois, assim como não é possível dar o que não se tem, não se
pode transmitir o que a mente não criou ou não aprovisionou. Quando nós, professores, nos
limitamos a dar aos nossos alunos temas para redação sem lhes sugerirmos roteiros ou rumos para
fontes de idéias, sem, por assim dizer, lhes “fertilizarmos” a mente, o resultado é quase sempre
desanimador: um aglomerado de frases desconexas, mal redigidas, mal estruturadas, um acúmulo de
palavras que se atropelam sem sentido e sem propósito; frases em que procuram fundir idéias que
não tinham ou que foram mal pensadas ou mal digeridas. Não podiam dar o que não tinham,
mesmo que dispusessem de palavras-palavras, quer dizer, palavras de dicionário, e de noções
razoáveis sobre a estrutura da frase. É que palavras não criam idéias; estas, se existem, é que,
forçosamente, acabam corporificando-se naquelas, desde que se aprenda como associá-las e
concatená-las, fundindo-as em moldes frasais adequados. Quando o estudante tem algo a dizer,
porque pensou, e pensou com clareza, sua expressão é geralmente satisfatória.
Esquema:
Aprender a escrever = aprender a pensar
Não se transmite o que não se criou ou guardou
Temas sem roteiro = mau resultado
Não bastam palavras e conhecimentos gramaticais
Se pensar com clareza, a expressão é satisfatória
Resumo:
Aprender a escrever é aprender a pensar, encontrar idéias e ligá-las. Só se pode transmitir o
que a mente criou ou guardou. Se o professor dá o tema e não sugere roteiros, o resultado é
desanimador, mesmo que o aluno tenha as palavras e conhecimentos gramaticais. Se pensar
com clareza, a expressão será satisfatória.
ATIVIDADE
Saúde
ESTUDO LEVA À CRIAÇÃO DE MINIFÍGADO
Cientistas britânicos anunciaram nesta terça-feira que conseguiram criar em laboratório um
fígado humano em miniatura, medindo menos de três centímetros. O mini órgão, na verdade parte
do tecido de um fígado normal, foi reproduzido artificialmente a partir de células-tronco de um
cordão umbilical, por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Newcastle, Inglaterra.
Segundo os cientistas, o tecido poderá ser utilizado para testar drogas e produtos farmacêuticos,
o que evitaria o emprego de cobaias humanas ou animais neste processo. Em algumas décadas, eles
acreditam, será possível reproduzir um fígado de tamanho real, para ser usado em transplantes.
Os coordenadores da pesquisa, Nico Ferraz e Colin McGuckin, disseram que, em 10 ou 15 anos,
a técnica que eles utilizaram poderá ser aplicada na recuperação de partes do fígado de pacientes
doentes. O tecido foi criado com um chamado biorreator, equipamento desenvolvido pela Nasa para
simular a ausência de gravidade. O efeito da falta de peso permite que as células se reproduzam a
um ritmo mais acelerado.
O professor Ian Gilmore, especialista em fígados no Royal Liverpool Hospital, levantou também
o aspecto ético do estudo. "Os pesquisadores conseguiram criar o fígado a partir do sangue colhido
no cordão umbilical, sem precisar de embriões. Isso é um grande avanço ético", afirmou o professor
à BBC.
No entanto, ainda há um longo caminho a ser percorrido até que a ciência possa reproduzir um
fígado inteiro. De acordo com Gilmore, "o fígado tem seu próprio fornecimento de sangue, seu
próprio esqueleto fibroso, e os pesquisadores estão apenas produzindo células individuais de fígado.
Mas qualquer coisa que dê esperança aos pacientes que aguardam um transplante, mesmo em um
período de dez anos, é motivo para celebração", disse.
(Copyright © Editora Abril S.A. - todos os direitos reservados Fonte: Revista Veja On line
http://vejaonline.abril.com.br. 31.10.2006)
RESENHA
Resenha Crítica
Resenha crítica é a apresentação do conteúdo de uma obra. Consiste na leitura, no
resumo e na crítica, através da qual se estabelece um conceito sobre o valor de um livro. A
resenha exige que o indivíduo, além do conhecimento sobre o assunto, tenha capacidade de
juízo crítico. Também pode ser feita por estudantes, neste caso, como um exercício de
compreensão e crítica. A prática social da resenha é formar a opinião do leitor. A resenha
crítica tem um marketing duplo: o primeiro é de venda da obra resenhada e o segundo, o da
competência do resenhista. A resenha crítica apresenta a seguinte estrutura ou roteiro (nem
todos os elementos podem aparecer nela):
1. Resumo;
2. Avaliação crítica;
3. Dados técnicos da obra;
4. Comparação com outra obra congênere;
5. Dados sobre o autor da obra;
6. Público-alvo ou destinatário;
7. Título da resenha (não deve ser o mesmo da obra resenhada);
8. Dados do resenhista (assinatura).
Livro
SCLIAR, Moacir e outros. Vozes do golpe. 4v. São Paulo: Companhia das Letras, 2004, 336p.
Por meio de relatos pessoais e histórias de ficção, Carlos Heitor Cony, Zuenir Ventura, Luis
Fernando Verissimo e Moacir Scliar relembram o golpe militar de 1964. Refazem o clima
da época, reconstituindo os últimos momentos do governo João Goulart e recordando um
dos períodos da história do Brasil.
Filme (cinema)
ROUBANDO VIDAS (TAKING LIVES, EUA, 2004). Suspense – 14 anos – 103 min. Direção: D.J. Caruso.
Com: Angelina Jolie, Ethan Hawke
Illeana Scott (Angelina Jolie) é uma especialista do FBI que é convocada a trabalhar na
captura de um serial killer, que age há 20 anos e assume a identidade de cada nova vítima.
Os métodos utilizados por Illeana são desprezados pelo FBI, o que faz com que ela trabalhe
sem parceiros da polícia. O único a ajudá-la é Costa (Ethan Hawke), o funcionário de um
museu que é encarregado em ajudar na busca por um professor de artes, que está
desaparecido.
Ficha Técnica:
Roteiro: Jon Bokemkamp, baseado em livro de Michaael Pye
Produção: Mark Canton e Bernie Goldmann
Música: Philip Glass
Fotografia: Amir M. Mokri
Desenho de Produção: Tom Southwell
Direção de Arte: Serge Bureau
Figurino: Marie-Sylvie Devreau
Edição: Anne V. Coates
Efeitos Especiais: Les Productions de l’Intrigue Inc.
Livro
(Valor Econômico, 26/3/2004)
SCLIAR, Moacir e outros. Vozes do golpe. 4v. São Paulo: Companhia das Letras, 2004, 336p.
Teatro
(Fonte: vejanoitebusca.abril.com.br; 11/4/2004)
3 VERSÕES DA VIDA. Teatro Renaissance. Censura: 12 anos. Valor: R$ 40,00 (Sex. e dom.) e R$ 50,00
(Sáb.). Endereço: Alameda Santos, 2233. Bairro: Cerqueira César. Telefone: 3069-2233. Lugares: 462.
Horário: Sexta, 21h30; Sábado, 21h; Domingo, 19h.
Longe do teatro há sete anos, Denise Fraga volta ao palco numa corrosiva comédia. A trama
enfoca o mundo de Sônia (Denise Fraga) e seu marido, o físico Henrique (Marco Ricca).
Em um jantar não planejado com seu chefe (Mario Schöemberg) e a mulher (Ilana Kaplan),
o encontro acaba por revelar segredos profundos da vida desses casais. Três pontos-de-vista
diferentes examinam essa realidade. Direção de Elias Andreato.
EXERCÍCIOS
1) A PAIXÃO DE CRISTO (THE PASSION OF THE CHIST, EUA, 2004). Drama – 14 anos – 127.
Direção: Mel Gibson. Com: James Caviezel, Monica Bellucci.
Uma narrativa sobre as últimas doze horas de vida de Jesus Cristo (J. Caviezel), antes de
sua crucificação.
No posto de diretor, produtor e co-roteirista, o astro Mel Gibson teve a intenção de fazer
aqui um retrato ultra-realisra das últimas doze horas de Jesus Cristo – e assim causar
comoção na platéia. Mas seu drama bíblico tende a provocar repúdio. Não apenas por
responsabilizar os judeus pela crucificação do Nazareno (daí a polêmica gerada), mas pela
violência ultrajante que domina esse desnecessário e provocador espetáculo de retalhação
humana. O passado de Jesus é visto em flashbacks-relâmpago. Gibson concentra a ação no
calvário. Nas bilheterias, ele conseguiu o que queria. Mesmo falada em aramaico e latim, a
fita já arrancou mais de 250 milhões de dólares nos Estados Unidos. Com Monica Bellucci,
na pele de Maria Madalena. Estreou em 19/3/200.
Ficha Técnica:
Roteiro: Mel Gibson e Benedict Fitzgerald
Produção: Brce Davey, Mel Gibson e Stephen McEveety
Música: John Debney
Fotografia: Caleb Deschanel
Desenho de Produção: Francesco Frigeri
Figurino: Maurizio Millenotti
Efeitos Especiais: Keith Vanderlaan’s Captive Audience Productions
2) Teatro
(Fonte: Vejanoitebusca, 11/4/2004)
À MEIA-NOITE UM SOLO DE SAX EM MINHA CABEÇA & FICA FRIO. Teatro Faap. Censura: 14
anos. Valor: R$ 40,00 (qui. e sex.); R$ 45,00 (dom.); R$ 50,00 (sáb.). Endereço: Rua Alagoas, 903. Bairro:
Pacaembu. Telefone: 3662-1992. Lugares: 408. Horário: Quinta a sábado, 21h; domingo, 19h.
A montagem reúne dois textos. Em Fica Frio, sobre as diferenças entre dois irmãos
(Chico Carvalho e Renato Chocair), Raul Cortez atua como coadjuvante. Na seqüência, ele
e Mário César Camargo estrelam À Meia-Noite um Solo de Sax em Minha Cabeça, cômica
história de dois amigos, do berço à maturidade. Sérgio Ferrara e Cibele Forjaz respondem
pelas respectivas direções.
3) Arte
(Fonte: vejaonline, 11/4/2004)
Picasso na Oca. Parque do Ibirapuera, portão 2, tel. 3253-5300. Ter. a sex., 9h às 21h; sáb. e dom., 10h às
21h. R$ 5,00 (estudantes) e R$ 10,00. Grátis para menores de 5 anos, pessoas com mais de 65, aposentados,
deficientes físicos e grupos de escolas pré-agendados (agendamento@brasilconnects.org ou tel. 3253-7007).
Até 2 de maio.
Desde a década de 50, ele já atraiu mais de 1 milhão de visitantes aos museus de
São Paulo. Desta vez, não é diferente: a Oca tem recebido uma média de 4.000 pessoas por
dia durante a semana e 7.000 nos fins de semana.
As telas de Pablo Picasso foram expostas, pela primeira vez, na Bienal Internacional
de 1951. Dois anos mais tarde, na Bienal que antecipava as comemorações do quarto
centenário de fundação de São Paulo, foi exposta a obra Guernica (3,49 metros de altura
por 7,76 metros de largura), que leva o nome de uma cidadezinha bombardeada durante a
Guerra Civil Espanhola. Em 1996, a sala a ele dedicada foi eleita pelo público a melhor da
23ª Bienal. Juntas, as principais mostras do artista do cubismo vindas para cá receberam
mais de 1,2 milhão de visitantes. Desde o último dia 28 de janeiro, o pintor malaguenho
tem provocado novamente longas filas, agora na Oca do Parque do Ibirapuera. Há a
expectativa de que, em três meses, 1 milhão de pessoas vejam os 126 trabalhos emprestados
pelo Museu Picasso de Paris. Nestes primeiros dias, cerca de 4.000 pessoas passaram por lá
diariamente. A média aumenta nos finais de semana, com 7.000 visitantes diários. Essa
atração faz parte dos programas organizados para os festejos do aniversário da cidade.
INTERTEXTUALIDADE
cá?
bah!
(Fonte: Maia, João Domingos. Novo Ensino Médio Português, SP, Ática, 2003.)
Polifonia
“Freqüentemente incorporamos em nosso discurso fragmentos do discurso alheio. Por essa
razão, dizemos que o discurso é polifônico (poli= vários; fono= som, voz), já que, além da
voz de seu autor, nele costumam ressoar outras vozes, provenientes de discursos alheios.”
(...) O repertório cultural do interlocutor é importante na interação comunicativa, pois em
muitos casos ele é essencial para a construção do sentido do texto”.
(CEREJA, W.R. Gramática reflexiva).
EXEMPLOS DE INTERTEXTUALIDADE
Citações
Citação é a menção no texto de uma informação extraída de um documento ou um
canal de informação, com o objetivo de inserir a idéia na temática pertinente, dar crédito à
pesquisa (ou à idéia), além de fornecer o embasamento para argumentações.
Citação Direta
Citação Direta Curta (com menos de 5 linhas) - Deve ser feita na continuação do
texto, entre aspas, com o mesmo tipo e tamanho de letra utilizados no parágrafo de texto no
qual está inserida
Ex.: Maria Ortiz, moradora da Ladeira do Pelourinho, em Salvador, que de sua janela
jogou água fervendo nos invasores holandeses, incentivando os homens a continuarem a
luta. Detalhe pitoresco é que na hora do almoço, enquanto os maridos comiam, as
mulheres lutavam em seu lugar. Este fato levou os europeus a acreditarem que "o baiano
ao meio dia vira mulher" (MOTT, 1988: 13).
Obs.: MOTT - autor que faz a citação. 1988 - o ano de publicação da obra deste autor na
bibliografia. 13 - refere-se ao número da página onde o autor fez a citação.
Citação Direta Longa (com 5 linhas ou mais) - As margens são recuadas à direita, em
espaço um (1). A Segunda linha e as demais são alinhadas sob a primeira letra do texto da
própria citação. No texto citado deve ser utilizado entrelinhamento e letra menor. Deve-se
deixar uma linha em branco entre a citação e os parágrafos anterior e posterior.
Ex.: Além disso, a qualidade do ensino fornecido era duvidosa, uma vez que as mulheres
que o ministravam não estavam preparadas para exercer tal função.
"A maior dificuldade de aplicação da lei de 1827 residiu no provimento das cadeiras das
escolas femininas. Não obstante sobressaírem as mulheres no ensino das prendas
domésticas, as poucas que se apresentavam para reger uma classe dominavam tão mal
aquilo que deveriam ensinar que não logravam êxito em transmitir seus exíguos
conhecimentos. Se os próprios homens, aos quais o acesso à instrução era muito mais fácil,
se revelavam incapazes de ministrar o ensino de primeiras letras, lastimável era o nível do
ensino nas escolas femininas, cujas mestras estiveram sempre mais ou menos
marginalizadas do saber" (Saffioti, 1976: 193).
Citação Indireta É a citação que sofre uma interpretação por parte do autor.
Ex.: Ainda com relação à questão da inventividade, são incontestáveis dois princípios que
norteiam o entendimento do processo inventivo: a tradição não tem poder determinante
sobre aqueles poetas de talento individual, que a tomam como ponto de partida (Dronke,
1981:36), e o reconhecimento dessa individualidade dar-se-á pelo conhecimento do
contexto em que uma peça inovadora foi criada (idem, ibidem, p. 37).
EXERCÍCIOS
CONSTRUÇÃO
Carlos Drumond de Andrade
Pense e responda:
1. O que é que o primeiro texto possui em comum com o segundo?
2. Se você tivesse que redigir uma notícia de jornal, diria que “um operário caiu” ou que
“um grito caiu”? Por quê?
3. Na primeira estrofe, a palavra “grito’ substitui “corpo” ou “operário”, já que “grito”
quebra o padrão normal de comunicação. O que cai é um corpo, não um grito. Selecione
mais outros exemplos na poesia que “quebrem” o padrão normal de comunicação.
5. A que horas deve ter acontecido o acidente, ao ler a poesia de Drummond? Justifique.
6. Pode-se perceber uma crítica social na poesia? Qual é?
ANÁLISE DE TEXTO
A EUTANÁSIA EM DISCUSSÃO
Roberto Pompeu de Toledo
2. Autor:
O autor do texto é Roberto Pompeu de Toledo. A revista não oferece nenhuma informação
sobre ele, o que dificulta o processo de levantamento de hipóteses e de expectativa por
parte do leitor.
3. Tema:
O autor elege como tema de seu texto a eutanásia.
4. Tipo de texto:
O tipo de texto é o argumentativo, pois pretende fundamentalmente apresentar um ponto de
vista acerca da eutanásia e argumentar em sua defesa.
5. Gênero:
O gênero textual utilizado pelo autor é o artigo de opinião, freqüentemente publicado em
revistas e jornais.
6. Objetivo fundamental:
O autor pretende, com seu texto, argumentar sobre a idéia de que a eutanásia é um tema
extremamente polêmico, pois pode ser aceitável em certas condições, mas inaceitável em
outras.
7. Como o autor atinge esse objetivo:
Parágrafo 1
Idéia principal/ tópico frasal: O médico Bernard Kouchner é uma das pessoas mais
respeitadas da França.
Desenvolvimento:
1. Bernard Kouchner possui uma longa história de dedicação aos doentes, feridos e
carentes.
2. Kouchner foi um dos fundadores da organização Médicos sem Fronteiras.
3. A organização ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1999.
4. Como médico sem fronteira, esteve em lugares que enfrentavam tragédias como a fome,
a guerra ou a peste.
5. Kouchner é pessoa incomum.
Parágrafo 2
Idéia principal/ tópico frasal: Kouchner reavivou uma polêmica ao revelar em entrevista
que praticou a eutanásia.
Desenvolvimento:
6. Kouchner aplicava injeção de morfina quando os feridos das guerras do Vietnã e do
Líbano sofriam muito e não tinham a menor condição de se recuperar.
7. Kouchner não admite que se chame de eutanásia aquilo que praticou; tratava-se de
cuidados paliativos.
8. Os doentes de Kouchner não eram condenados que pediam para morrer com dignidade,
eram pessoas que enfrentavam situações adversas que não lhes ofereciam a menor
possibilidade de salvação.
9. Em condições diferentes das que enfrentou, Kouchner diz-se aberto ao debate, desde
que seja realizado sem arrogância, sem certezas, nem posições ideológicas.
Parágrafo 3
Idéia principal/ tópico frasal: A diferença entre ‘cuidados paliativos’ e eutanásia é sutil.
Desenvolvimento:
10. Kouchner não enfrentava doentes num hospital de país desenvolvido, como a Holanda,
por exemplo, com tempo para pensar, avaliar o caso sob todos os ângulos, conferenciar
com os parentes e com o próprio paciente.
11. Os casos de Kouchner eram de um desespero urgente. Ocorriam nas circunstâncias mais
adversas, nos locais mais precários.
12. As declarações de Kouchner tendem a relançar um debate que já esteve em pauta
quando a enfermeira Christine Malévre admitiu ter praticado a eutanásia.
13. Christine Malèvre ganha compreensão da opinião pública ao justificar seu ato com o
argumento da compaixão.
Parágrafo 4
Idéia principal/tópico frasal: O debate da eutanásia mexe com recônditos do ser humano
mais do que o do aborto.
Desenvolvimento:
14. Muitos países já permitem o aborto.
15. Apenas a Holanda permite a eutanásia.
16. Apesar de a Igreja Católica colocar-se contrariamente à eutanásia, a Holanda a
legalizou.
17. Para a Igreja, a eutanásia dessacraliza a morte, indicando a prepotência do homem
contemporâneo.
Parágrafo 5
Idéia principal/ tópico frasal: O Brasil não está no ponto nem de cogitar em eutanásia.
18. A eutanásia só é admissível em sociedade estruturada e igualitária como a holandesa.
19. O nosso é um país com hospitais que matam por descuido e por despreparo dos
profissionais da saúde.
20. O Brasil não se trata de ambiente em que a eutanásia possa ser minimamente
administrável.
21. O tema da eutanásia, além de complexo, só faz sentido numa sociedade madura e sadia.
Conclusão: Ficar fora das discussões sobre a eutanásia é mais um preço que o Brasil tem
de pagar por conta de seu subdesenvolvimento.
Síntese do artigo
28. Apresentação geral do texto e do objetivo do autor: Em artigo ‘A eutanásia em
discussão’, publicado na Revista Veja, de 01.08.2001, Roberto Pompeu de Toledo pretende
argumentar acerca do aspecto polêmico que envolve o tema da eutanásia. Para isso, inicia
relatando a experiência do renomado médico Bernard Kouchner, ministro da Saúde da
França, que declarou numa revista holandesa ter praticado por diversas vezes aquilo que
algumas pessoas denominam de eutanásia. Para justificar o ato, o médico refere-se às
condições em que foi realizada: eram situações de guerra ou de grande miséria que não
propiciavam a menor condição de manter a vida dos pacientes. Em virtude dessas
circunstâncias, Kouchner associa o ato a ‘cuidados paliativos’, recusando-se a aceitar a
idéia da eutanásia.
1) Argumentação do autor:
Para Toledo, a experiência de Kouchner permite traçar uma sutil distinção entre
eutanásia e cuidados paliativos: em se tratando de condições adversas e subumanas, a
eutanásia pode transformar-se em tratamento terapêutico; em condições ideais, tais como as
oferecidas pela Holanda, onde os direitos do homem são preservados, o termo eutanásia
pode ser plausível, pois há a possibilidade de se avaliar cada caso sob todos os ângulos e de
se tomar a decisão mais razoável. A distinção é tão viável que Christine Malèvre,
enfermeira francesa que cometeu, sozinha, a eutanásia, tem sido perdoada pela opinião
pública, utilizando-se do argumento da compaixão.
Para reforçar a idéia do quão polêmico é o tema da eutanásia, Toledo procede uma
comparação com o aborto. Embora seja, sem dúvida, tema bastante controverso, o aborto já
foi legalizado em muitos países. Todavia, o mesmo não acontece com a eutanásia: de todos
os países do mundo, apenas a Holanda lhe dá amparo legal. O autor lança mão nesse
contexto do argumento da Igreja Católica: tanto o aborto quanto a eutanásia são indicativos
da prepotência do homem contemporâneo, pois a vida e a morte já não são decisão de Deus.
2) Conclusão do autor:
Em virtude de tamanha polêmica, o autor questiona: como o Brasil pode se
comportar diante dela? E apresenta a resposta: não pode. Para Toledo, um país que não
garante a vida de seu povo, como é o caso do Brasil, não pode tratar de sua morte. O debate
sobre a eutanásia só faz sentido em sociedades maduras e sadias.
EXERCÍCIO
VIVER EM SOCIEDADE
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna. 7ª ed., Rio de Janeiro: FGV, 1978.
SAVIOLI, Francisco Platão. Gramática em 44 lições com mais de 1700 exercícios. São
Paulo: Ática, 1985.
SOBRAL, João Jonas Veiga. Redação: Escrevendo com prática. São Paulo: Iglu, 1997.
TERRA, Ernani. Gramática prática. São Paulo: Scipione, 1993.
TUFANO, Douglas. Estudo de gramática. São Paulo: Moderna, 1990.
Malandramente,
A menina inocente
Se envolveu com a gente
Só pra poder curtir
Malandramente,
Fez cara de carente
Envolvida com a tropa
Começou a seduzir
Malandramente,
Meteu o pé pra casa
Diz que a mãe tá ligando
Nós se vê por aí
( )Pelo tipo de linguagem usada pelo falantes eles não conseguem se comunicar.
( )Evidenciamos um uso formal da linguagem, visto que eles personagens são
estudantes.
( )Expressões como “MANERO”, “TAMO”, “AÊ” devem ser banidos da língua em
qualquer situação.
( )A fala dos personagens evidenciam o uso coloquial da linguagem,
especificamente a gíria, motivado por diversos fatores.
( )Não há nenhum tipo de problema com a linguagem usada por eles, podendo
ser utilizada também em trabalhos escolares, requerimentos...
a) Pelo tipo de linguagem usada pelo Chico Bento, eles não conseguem se
comunicar.
b) Evidenciamos um uso culto da linguagem, visto que eles personagens são
estudante e professora.
c) Expressões como “pruquê”, “num”, "arguma” devem ser banidos da língua em
qualquer situação.
d) A fala de Chico Bento faz o uso coloquial da linguagem, motivado por diversos
fatores (regional, escolaridade, idade, financeiro e etc).
e) Não há nenhum tipo de problema com a linguagem usada por Chico Bento,
podendo ser utilizada também em trabalhos escolares, requerimentos...
(Patativa do Assaré)
Esmola
13. Analise as proposições com relação à música “Asa Branca” de Luiz Gonzaga e
responda corretamente:
( ) Este trecho, em uma análise linguística, está correto, pois, apesar dos desvios
da norma culta, o trecho não apresenta dificuldades para a compreensão.
( )Por se tratar de expressões regionais este trecho não pode ser considerado
como erro gramatical.
( ) A música regional tem grande aceitação, principalmente, na região do
compositor, mas, podemos dizer que as falhas linguísticas prejudicam a aceitação
da música Asa Branca.
A sequência correta é:
a) Não pode ser considerado um texto, visto que não cumpre sua função
comunicativa.
b) Por ter palavras abreviadas em excesso está totalmente contrariando as regras da
gramática, logo não é um texto.
c) Esse tipo de escrita é valorizado em qualquer meio de comunicação formal.
d) Mesmo por se tratar de linguagem abreviada, cumpre sua função comunicativa,
mas só deve ser utilizada situações informais como internet, celular etc.
16. Assinale a opção que identifica a variação linguística presente nos textos
abaixo.
Assaltante Nordestino
–Ei, bichin…Isso é um assalto… Arriba os braços e num se bula nem faça
muganga… Arrebola o dinheiro no mato e não faça pantim se não enfio a
peixeira no teu bucho e boto teu fato pra fora! Perdão, meu PadimCiço,
mas é que eu to com uma fome da moléstia…
Assaltante Baiano
– Ô meu rei… (longa pausa) Isso é um assalto… (longa pausa). Levanta os
braços, mas não se avexe não… (longa pausa). Se num quiser nem precisa
levantar, pra num ficar cansado… Vai
passando a grana, bem devagarinho… (longa pausa). Num repara se o
berro está sem bala, mas é pra não ficar muito pesado… Não esquenta,
meu irmãozinho (longa pausa). Vou deixar teus
documentos na encruzilhada…
Assaltante Paulista
–Orra, meu… Isso é um assalto, meu… Alevanta os braços, meu…
Passa a grana logo, meu… Mais rápido, meu, que eu ainda preciso pegar
a bilheteria aberta pra comprar o
ingresso do jogo do Corinthians, meu… Pó, se manda, meu…
(A)fator padrão
(B)fator pessoal
(C)fator escolar
(D)fator regional
(E)fator humorístico
A) A variação linguística consiste num uso diferente da língua, num outro modo de
expressão aceitável em determinados contextos.
B) A variedade linguística usada num texto deve estar adequada à situação de
comunicação vivenciada, ao assunto abordado, aos participantes da interação.
C) As variedades que se diferenciam da variedade considerada padrão devem
ser vistas como imperfeitas, incorretas e inadequadas.
D) As línguas são heterogêneas e variáveis e, por isso, os falantes
apresentam variações na sua forma de expressão, provenientes de diferentes
fatores.
19. São várias as diferenças linguísticas das diversas regiões e das diferentes
camadas sociais do Brasil. Todas, porém, fazem parte de nossa realidade e são
compreensíveis por seus falantes. Como exemplo disso, podem-se verificar as
variantes linguísticas para as palavras “tangerina” e “mandioca”. Considerando
essas informações acerca das variações linguísticas da língua portuguesa,
assinale a ÚNICA opção correta.
9-F-F-F-V-F
10 - D
12 - B
13 - E
14 - D
15 - F - V - F - V - V
16 - D
17 - V - V - V - V
18 - C
19- A