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Conceitos Preparatórios Espaço de funções Operadores Hermitianos Exercı́cios

ESPAÇO DE FUNÇÕES E
OPERADORES HERMITIANOS
Mecânica Quântica I (1108045) - Capı́tulo 03

I. Paulino*
*UAF/CCT/UFCG - Brasil

2015.2

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Conceitos Preparatórios Espaço de funções Operadores Hermitianos Exercı́cios

Sumário

Conceitos Preparatórios
Partı́cula numa caixa
Princı́pio da correspondência de Bohr

Espaço de funções
Notação de Dirac
Espaço de Hilbert

Operadores Hermitianos
Operadores Hermitianos
Propriedades dos Operadores Hermitianos

Exercı́cios
Exercı́cios

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Partı́cula numa caixa unidimensional


Considere uma partı́cula de massa m restrita a se mover ao longo
de uma linha reta entre duas paredes impermeáveis conforme
ilustra a figura abaixo:

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Partı́cula numa caixa unidimensional


Para este problema, o potencial pode ser escrito por:

V (x) = ∞, x ≤ 0 e x ≥ a
. (1)
V (x) = 0, 0 < x < a
esta configuração é conhecida como partı́cula presa numa caixa
unidimensional.
No primeiro domı́nio, a equação de Schrödinger fica

p̂ 2
+∞=∞ .
Ĥ1 = (2)
2m
No segundo domı́nio, tem-se:

p̂ 2
Ĥ2 = . (3)
2m

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Partı́cula numa caixa unidimensional


A solução da Equação (2) fornece ϕ = 0 para qualquer autovalor
de energia finito E . Isto porque o lado esquerdo de

Ĥ1 ϕ = E ϕ (4)
é finito e, consequentemente, o lado direito dever ser também
finito. Neste caso a única possibilidade é ϕ = 0. A interpretação
deste resultado é que a probabilidade de encontrar a partı́cula no
lado exterior da caixa é nula. Estas regiões são conhecidas como
domı́nios proibidos.
No segundo domı́nio, tem-se

~2 ∂ 2 ϕ
− = Eϕ (5)
2m ∂x 2

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Partı́cula numa caixa unidimensional

que reescrevendo obtém-se:

∂2ϕ
+ k 2ϕ = 0 , (6)
∂x 2
em que

2mE
k2 =
. (7)
~2
A solução da Equação (6) fornece:

ϕ(x) = C1 e ikx + C2 e −ikx


. (8)
ϕ(x) = A sin kx + B cos kx

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Partı́cula numa caixa unidimensional


Como ϕ é uma função contı́nua, pode-se escrever:

ϕ(0) = ϕ(a) = 0 . (9)


Portanto, a partir da primeira condição inicial, escreve-se

ϕ(0) = 0 = B . (10)
A segunda condição inicial fornece

ϕ(a) = 0 = A sin ka , (11)


o que implica em:

ka = nπ, n = 0, 1, 2, 3, · · · (12)

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Partı́cula numa caixa unidimensional


Isto quer dizer que os valores permitidos para k e
consequentemente para E são quantizados! Ou seja,

kn2 ~2 n2 π 2 ~2
En = = . (13)
2m 2ma2
~2 π 2
Fazendo E1 = 2ma2
, tem-se:

En = n 2 E1 (14)
O valor da constante A pode ser obtido a partir da condição de
normalização, ou seja,
Ra ∗
0 ϕ ϕdx = 1⇒
A2 a A2 a
R nπ 2
1= q nπ = 0 sin θdθ = 2 ⇒ (15)
2
A= a .
nπx
Para isto, fez-se a seguinte substituição de variáveis: θ = a .
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Partı́cula numa caixa unidimensional


As autofunções podem ser escritas, portanto, por:
r
2  nπx 
ϕn = sin . (16)
a a
O ı́ndice n significa que as autofunções também são quantizadas.
Por exemplo, o autoestado correspondente a n = 0 e ϕ0 = 0. Isto
significa que a probabilidade de encontrar a partı́cula ao longo do
eixo x é nula. Isto é equivalente dizer que a partı́cula não existe.
Por outro lado, a energia correspondente a n = 0 é E = 0. Como a
energia no domı́nio interior a caixa é puramente cinética, isto
implica que a partı́cula está em repouso, ou seja, ∆p = 0 que é
incompatı́vel para o caso da partı́cula presa na caixa. As auto
energias, autofunções e densidades de probabilide são mostradas
na figura abaixo.

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Partı́cula numa caixa unidimensional

É importante lembrar que o valor esperado e a condição de normalização


são invariantes pela transformação ψ → e iα ψ, para qualquer α real. Isto
que dizer que a função de onda é determinada dentro de fator de fase da
forma e iα .
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Princı́pio da correspondência de Bohr


Considerando o movimento clássico de uma partı́cula presa numa
caixa unidimensional, de tal maneia que seja desprezado o atrito e
tenha sempre colisões elásticas da partı́cula com as paredes da
caixa, Se a partı́cula possui uma velocidade v , o seu movimento
entre as paredes pode ser escrito por:

x = x0 + vt . (17)
Suponha que a posição inicial x0 seja completamente
desconhecida. Qual é a probabilidade (Pdx) de encontrar a
partı́cula no intervalo entre x e x + dx num tempo subsequente?
Esta probabilidade é dada por

dt
, Pdx = (18)
T
em que T é o intervalo de tempo necessário entre duas colisões da
partı́cula com as paredes. Logo,
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Princı́pio da correspondência de Bohr


vdt dx
Pdx = a = a ⇒
. (19)
P = 1a = cte
Isto quer dizer que é uniformemente provável encontrar a partı́cula
em qualquer posição da caixa. Em outras palavras, se forem feitas
réplicas desse experimentos e medições aleatórias forem tomadas,
o resultado será algo semelhante ao encontrado na figura abaixo:

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Princı́pio da correspondência de Bohr


Por outro lado, no caso da mecânica quântica, se a partı́cula está
no estado ϕ3 , a densidade de probabilidades apresenta picos em
x = ( 6a , 2a , 5a
6 ), como foi visto na subseção anterior. Neste caso,
medidas de um número abundante de réplicas do sistema vão
produzir um padrão conforme mostrado que é bastante diferente
do apresentado na mecânica clássica. Suponha então, que a
partı́cula esteja em estados quânticos elevados, ou seja, n muito
grande. A posição dos máximos de probabilidade serão conformes
a figura a seguir:

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Princı́pio da correspondência de Bohr


De uma forma geral, a posição dos máximos de densidade de
probabilidade (|ϕ|2 ) é dada por:

2j + 1
xj = a, j = 0, 1, 2, 3, · · · (20)
2n
Quando n cresce, a densidade de probabilidade começa a oscilar
em alta frequência e, consequentemente, vai se tornando uniforme.
Isto implica que quando n → ∞, a mecânica quântica se aproxima
da mecânica clássica.
Niels Bohr foi o primeiro a analisar esta transição entre a fı́sica
clássica e quântica. Para muitos problemas, esta transição ocorre
quando ~ se torna pequeno o que corresponde a números
quânticos elevados (n → ∞). Esta regra ficou conhecida como
princı́pio da correspondência de Bohr.

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Notação de Dirac

A notação de Dirac é uma contração para a integração do produto


de duas funções de estado ψ(x) e ϕ(x) que aparece por:
Z ∞
hψ|ϕi = ψ ∗ (x)ϕ(x)dx . (21)
−∞

De uma forma mais geral, a operação hψ|ϕi significa:


1 Tomar o conjugado complexo do objeto de ψ, ou seja ψ → ψ;
2 Integra o produto (ψ ∗ ϕ)

R∞
Se a é um número complexo e −∞ ψ ∗ (x)ϕ(x)dx < ∞, esta
operação tem as seguinte propriedades:

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Notação de Dirac
1 hψ|aϕi = a hψ|ϕi;
2 haψ|ϕi = a∗ hψ|ϕi;
3 hψ|ϕi∗ = hϕ|ψi;
4 hψ + ϕ| = hψ| + hϕ| ;
5
R∞
−∞ (ψ1 + ψ2 )∗ (ϕ1 + ϕ2 )dx = hψ1 + ψ2 |ϕ1 + ϕ2 i

= (hψ1 | + hψ2 | )( |ϕ1 i + |ϕ2 i)

= hψ1 |ϕ1 i + hψ1 |ϕ2 i + hψ2 |ϕ1 i + hψ2 |ϕ2 i


.
O objeto hψ| é chamado de BRA e o objeto |ϕi é chamado de
KET, quando juntos (hψ|ϕi) formam o BRA-KET que é forma da
notação de Dirac.
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Espaço de Hilbert
Um vetor no espço cartesiano pode ser escrito como um conjunto
de três números, chamados de componentes do vetor. Qualquer
vetor no espaço pode ser expandido em termos dos vetores
unitários êx , êy e êz que formam a base do espaço vetorial. Por
exemplo, um vetor V ~ pode ser escrito por:

~ = êx Vx + êy Vy + êz Vz .


V (22)
Os vetores êx , êy e êz são os geradores do espaço vetorial.
~ eV
O produto interno entre dois vetores U ~ é definido da seguinte
forma:

V~ ·U
~ = Vx Ux + Vy Uy + Vz Uz (23)
p
~ é calculado por V
e o comprimento do vetor V ~ ·V
~.

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Espaço de Hilbert
O espaço de Hilbert H é bastante semelhante ao espaço vetorial
discutido acima. Seus elementos são funções ao invés de vetores
tridimensionais. As semelhanças são tantas que muitas das vezes
as funções são chamadas de vetores. Um espaço de Hilbert têm as
seguintes propriedades:
I. O espaço é linear. Um epaço de funções é linear se: (a) a é
uma constante e ϕ é um elemento do espaço, então aϕ
também é uma elemento do espaço e (b) ψ e ϕ são dois
elementos do espaço, então ψ + ϕ também é elemento do
espaço.
II. Existe um produto interno, para quaisquer dois elementos do
espaço. Para funções definidas no intervalo a ≤ x ≤ b, tem-se:
Z b
hψ|ϕi = ψ ∗ ϕdx (24)
a

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Espaço de Hilbert
III. Qualquer elemento do espaço H possui uma norma que está
relacionada com o produto interno da seguinte forma:

||ϕ||2 = hϕ|ϕi (25)


IV. O espaço H é completo. Todas as sequencias de Cauchy de
funções de H converge para um elemento de H . Uma
sequência de Cauchy {ϕn } é tal que ||ϕn − ϕl || → 0 quando n
e l se aproximam de infinito.
Um exemplo do espaço de Hilbert é dado pelo conjunto de funções
definidas no intervalo (0 ≤ x ≤ a) com norma finita:
Z a
2
||ϕ|| = ϕ∗ ϕdx H1 . (26)
0

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Espaço de Hilbert
Outro exemplo é o espaço de funções conhecido como espaço L2 .
Que é o conjunto de funções quadrado integráveis definida em
todo x, isto é,
Z ∞
2
||ϕ|| = ϕ∗ ϕdx H2 . (27)
−∞
Para comparar a similaridade do produto interno entre funções
com o produto interno entre vetores, pode-se pensar na função
ϕ(x) como um vetor de infinitas componentes. O produto interno
entre dois vetores V~ eU~ é a soma de todos os produtos das
componentes paralelas. Então o produto interno entre ϕ e ψ é a
soma (integral) sobre todas os produtos das componentes paralelas
destas funções. Com isto pode-se ver que o espaço de Hilbert é
bastante semelhante a um espaço vetorial. Isto é, o espaço de
Hilbert pode ser um espaço vetorial de infinitas dimensões.
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Espaço de Hilbert
De uma forma similar, dois vetores no espaço de Hilbert ψ e ϕ são
ortogonais se:

hψ|ϕi = 0 . (28)
Lembrando que os vetores unitários êx , êy e êz geram o espaço
vetorial tridimensional. De forma similar existe um conjunto de
funções que geram o espaço de Hilbert.
Por exemplo, o espaço de Hilbert pode ser gerado pelo conjunto de
funções {ϕn } que são autofunções da Hamiltoniana referente ao
problema da caixa unidimensional. Isto quer dizer ainda que
qualquer função ϕ neste espaço pode ser expandida em séries de
sequências de {ϕn }. Isto é

X
ϕ(x) = an ϕn (x) . (29)
n=1
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Espaço de Hilbert
A relação (29) pode ser esquematizada na figura abaixo.

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Espaço de Hilbert
Os coeficientes an são as projeções de ϕ sobre o vetor ϕn . Para
compreender esta afirmação, é importante saber que a base de
vetores {ϕn } compõem um conjunto ortogonal, que pode ser
representado por:

hϕn |ϕn0 i = 0, para n 6= n0 . (30)


Além disso, ϕn é um vetor unitário, i.e., tem comprimento unitário,

hϕn |ϕn i = ||ϕn || = 1 . (31)


Esta duas propriedades podem ser escritas numa simples equação
da seguinte forma:

hϕn |ϕn0 i = δn,n0 . (32)

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Espaço de Hilbert
O simbolo δn,n0 é conhecido como delta de Kronecker e é definido
por:

0, para n 6= n0

δn,n0 = . (33)
1, para n = n0
Qualquer sequência de funções que obedecem à relação (33) é
chamado de conjunto ortonormal.

Para mostrar que an é a projeção de ϕ sobre ϕn , escreve-se a


Equação (29) na notação de Dirac, i.e.,

X
| ϕi = | an ϕn i . (34)
n=1

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Espaço de Hilbert

Multiplicando esta equação pelo BRA de ϕn0 tem-se



X
hϕn0 |ϕi = hϕn0 |an ϕn i ⇒
n=1

X ∞
X
hϕn0 |ϕi = an hϕn0 |ϕn i = an δn,n0 = an0 . (35)
n=1 n=1

Isto quer dizer que o coeficiente an0 é o produto interno entre a


base de vetores ϕn0 . Como ϕn0 é um vetor unitário, an0 é a
projeção de ϕ sobre ϕn0 .

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Ortogonalidade da função Delta

Sabe-se que o conjunto de funções ϕn geram o espaço H1 . Qual


conjunto de funções gera o espaço H2 ? A resposta são as
autofunções do operador p̂, dadas por:
1
ϕk (x) = √ e ikx . (36)

O produto interno pode ser escrito por:
Z ∞
1 0
hϕk |ϕk 0 i = e ix(k −k) dx = δ(k 0 − k) (37)
2π −∞
Isto significa que o produto interno entre dois autovetores distintos
do operador momentum linear p̂ é desprezı́vel.

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Ortogonalidade da função Delta

Da mesma forma, qualquer função do espaço H2 pode ser


expandida em termos dos autovetores {ϕk }. Esta expansão pode
ser escrita da seguinte forma
Z ∞
ϕ(x) = b(k)ϕk (x)dk (38)
−∞

Novamente, o coeficiente de expansão b(k) é a projeção de ϕ(x)


sobre ϕk . Para demonstrar isto, reescreve-se a integral da seguinte
forma:
Z ∞
|ϕi = |b(k)ϕk i dk (39)
−∞

Pré-multiplicando por hϕk 0 | , tem-se:

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Ortogonalidade da função Delta

R∞ R∞
hϕk 0 |ϕi = −∞ hϕk
0 |b(k)ϕk i dk = −∞ b(k) hϕk
0 |ϕk i dk ⇒
R∞ .
hϕk 0 |ϕi = 0 0
−∞ b(k)δ(k − k)dk = b(k )
(40)
O coeficiente b(k 0 ) é o produto interno entre ϕk 0 e ϕ e pode ser
entendido como a projeção de ϕ sobre ϕk 0 . Contudo, ϕk 0 não é
unitário, ou seja,
Z ∞
1
||ϕk ||2 = hϕk |ϕk i = δ(0) = dx = ∞ . (41)
2π −∞
Embora isto desqualifique as funções ϕk para serem membros do
espaço H2 , as funções ϕk podem ser adequadamente normalizadas
de tal forma que possam ser utilizadas para gerar o espaço H2 .
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Operadores correspondentes à observáveis fı́sicos


A média de um observável A para um sistema no estado ψ(x, t) é
dado por:
Z D E
< A >= ψ ∗ (x, t)Âψ(x, t)dx = ψ|Âψ , (42)

que é o valor esperado de A num dado tempo t. Quais são as


possı́veis funções de estado para uma partı́cula movendo-se em
uma dimensão num dado instante? A resposta é qualquer função
de H2 .
Mais uma vez considerando um observável A. Se o valor a deste
observável pode ser calculada em algum desses estados (um
membro de H2 ), o resultado deve ser um número real. Esta deve
ser a propriedade que um operador
D Edeve ter para representar um
observável fı́sico. O objeto ψ|Âψ deve ser real para todo ψ em
H2 .
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Operadores correspondentes à observáveis fı́sicos

Quando trabalhamos
D com
E o problema de uma caixa
unidimensional, ψ|Âψ deve ser real para todo ψ em H1 . Por
exemplo, se Ĥ é um operador de energia, então:
Z a ∗ 2 2
D E ψ ~ ∂ ψ
< E >= ψ|Ĥψ = − dx (43)
0 2m ∂x 2
deve ser real para qualquer função de estado ψ em H1 .

Operadores Hermitianos possuem autovalores reais que


correspondem à observáveis fı́sicos.

A existência deste tipo de operadores são os alicerces da teoria da


mecânica quântica.

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Adjunto Hermitiano
Para entender o que significa um operador Hermitiano, pode-se
começar discutindo um operador adjunto Hermitiano. Considere
um operador Â. O Adjunto Hermitiano de  e † . O adjunto
Hermitiano, na maioria das vezes é completamente diferente do
operador hermitiano em questão. Por exemplo, o adjunto
Hermitiano do número complexo c é o conjugado complexo de c,
i.e.,

c† = c∗ (44)
Para definir o adjunto Hermitiano considere dois elementos do
espaço de Hilbert ψ1 e ψn Se  é um operador e ψ é um elemento
de H , então Âψ está E no espaço H . O produto interno
D também
pode ser escrito por ψ1 |Âψn . Suponha que outro operador † ,
também definido para H resulte no seguinte:
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Adjunto Hermitiano
D E D E
† ψ1 |ψn = ψ1 |Âψn . (45)

Se isto é válido para todos ψ1 e ψn no espaço H , † é o adjunto


Hemitiano de Â. Para encontrar o adjunto Hermitiano de  é
preciso encontrar † que satisfaça a Equação (45). Como exemplo
considere o  = a, um número complexo. Desta forma:
D E D E D E
† ψ1 |ψn = ψ̂1 |Âψn = ψ̂1 |aψn =
, (46)
a hψ1 |ψn i = ha∗ ψ1 |ψn i
portanto, a† = a∗ .

Como segundo exemplo, pode-se calcular o adjunto Hermitiano do



operador D̂ = ∂x definido em H2 .
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Adjunto Hermitiano
Sendo assim,
Z ∞
D E ∂ψn
ψ1 |D̂ψn = ψ1∗ dx (47)
−∞ ∂x
Integrando por partes tem-se:


∂ψ1∗
D E Z D E
ψ1 |D̂ψn = [ψ1∗ ψn ]∞
−∞ − ψn dx = −D̂ψ1 |ψn (48)
−∞ ∂x

Isto porque o primeiro termo do lado direito da primeira igualdade


é nulo já que ψ1 e ψn são funções de H2 . Então:

D̂ † = −D̂ . (49)

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Operador Hermitiano
Em alguns casos, pode-se encontrar que o adjunto Hermitiano de
um operador é ele mesmo, ou seja

† =  (50)
isto implica que
D E D E
ψ1 |Âψn = Âψ1 |ψn . (51)

Operadores que têm esta caracterı́sticas são chamados de


operadores hermitianos.

Um exemplo de um operador Hermitiano é um número real a, pois,

hψ1 |aψn i = haψ1 |ψn i . (52)

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Operador Hermitiano
Se  e B̂ são dois operadores Hermitianos, o produto entre eles é
Hermitiano? Para calcularmos, faz-se:
O produto entre os operadores e seu adjunto Hermitiano podem
ser calculados por:
D E D E

ψl |(ÂB̂)ψn = (ÂB̂) ψl |ψn , (53)
ou ainda,
D E D E D E
ψl |ÂB̂ψn = ψl |Â(B̂ψn ) = † ψl |B̂ψn
D E D E . (54)
ψl |ÂB̂ψn = B̂ † † ψl |ψn
Comparando a Equação (53) com a Equação (54), tem-se:

(ÂB̂)† = B̂ † † . (55)


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Operador Hermitiano
Agora se  e B̂ são Hermitianos,

(ÂB̂)† = B̂ Â (56)
e ÂB̂ não são necessariamente Hermitianos.

O quadrado de um operador Hermitiano é Hermitiano?

Para responder esta pergunta, faz-se:

(Â2 )† = (ÂÂ)† = † † =  = (Â)2 , (57)


portanto, conclui-se que SIM! Outra forma de responder é
D E D E D E
ψl |(Â)2 ψn = Âψl |Âψn = ÂÂψl |ψn ⇒
D E D E . (58)
ψl |(Â)2 ψn = (Â)2 ψl |ψn
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Operador Hermitiano

O operador ÂB̂ + B̂ Â é Hermitiano?

Para calcular, faz-se:

(ÂB̂ + B̂ Â)† = (ÂB̂)† + (B̂ Â)† = B̂ † † + † B̂ † ⇒


. (59)
(ÂB̂ + B̂ Â)† = B̂ Â + ÂB̂ = ÂB̂ + B̂ Â

Logo este operador construı́do da forma bilinear de dois operadores


Hermitianos é um operador Hermitiano.

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Operador de momentum linear e energia


O operador p̂ é Hermitiano se para todas as funções ψl e ψn
pertencentes ao espaço de Hilbert H2 que representam uma
partı́cula livre obedecer a seguinte relação

hψ1 |p̂ψn i = hp̂ψ1 |ψn i . (60)


Agora,

R∞  
hψ1 |p̂ψn i = −∞ ψl∗ −i~ ∂ψ ∂x
n
dx = −i~ [ψl∗ ψn ]∞
−∞ +
R∞  ∗ . (61)
i~ −∞ −i~ ∂ψ ∂x
n
ψn dx = hp̂ψ1 |ψn i

Logo p̂ é Hermitiano.

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Operador de momentum linear e energia

Como consequência direta, pode-se concluir que o operador Ĥ para


uma partı́cula livre também é Hermitiano, ou seja,
†
p̂ 2 (p̂ † )2 p̂ 2
    

Ĥ = = = = Ĥ . (62)
2m 2m 2m

Por outro lado, se V (x) é uma função real que simplesmente


multiplica as funções de H2 , então, para estes casos, o operador
Hamiltoniano é Hermitiano.

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Propriedades dos Operadores Hermitianos


A primeira propriedade dos operadores Hermitianos é que seus
autovalores associados são reais. Considere um operado
Hermitiano Â, {ϕn } autofunções e an autovalores de Â. A equação
de autovalor fica:

Âϕn = an ϕn , (63)
Na notação de Dirac
E
|Âϕn = |an ϕn i (64)

Multiplicando o bra hϕn | , tem-se


D E
ϕn |Âϕn = hϕn |an ϕn i = an hϕn |ϕn i . (65)

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Propriedades dos Operadores Hermitianos

Como  é Hermitiano,
D E
Âϕn |ϕn = an∗ hϕn |ϕn i . (66)

Portanto,

an = an∗ , (67)
o que quer dizer que an é real.

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Propriedades dos Operadores Hermitianos


A segunda propriedade diz que as autofunções de um operador
Hermitiano são ortogonais!

Mais uma vez, fazendo as mesma considerações para a primeira


propriedade, pode-se escrever
D E
ϕl |Âϕn = an hϕl |ϕn i (68)
e
D E
Âϕl |ϕn = al∗ hϕl |ϕn i = al hϕl |ϕn i . (69)

Subtraindo estas duas equações tem-se:

(al − an ) hϕl |ϕn i = 0 . (70)

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Propriedades dos Operadores Hermitianos

Se al 6= an , então

hϕl |ϕn i = 0 (71)


que expressa a ortogonalidade das funções {ϕn } Caso, todas as
funções sejam normalizadas, pode-se escrever:

hϕl |ϕn i = δln . (72)


Então, baseado nestas propriedades pode-se concluir que as
autofunções de um operador Hermitiano são ortogonais e seus
autovalores são reais.

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Conceitos Preparatórios Espaço de funções Operadores Hermitianos Exercı́cios

Exercı́cios
1. Quais são as autofunções e autovalores para um problema de
uma caixa unidimensional se a caixa têm extremidades em − 2a
e + 2a ?
2. Para o problema da caixa unidimensional, mostre que
P = |ϕ|2 é máximo quando x = xj , dados por:

2j + 1
xj = a, j = 0, 1, 2, 3, · · ·
2n
3. Escreva as seguintes equações para os vetores de estado f , g ,
e, assimR por diante, na notação de Dirac: (a)f (x) = g (x)
(b)c = gP ∗ (x 0 )h(x 0 )dx 0

(c)f (x) = n ϕn (x) ϕ∗ (x 0 )f (x 0 )dx 0


R

(d)Ô ≡ ψ(x) dx 0Rϕ∗ (x)


R

(e) ∂x f (x) = h(x) h∗ (x 0 )g (x 0 )dx 0
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Exercı́cios
4. Considere o operador Ô = |ϕi hψ| e uma função de estado
arbitrária f (x), encontre uma expressão e descreva o
significado das seguintes fórmulas:
(a) hf | Ô;
(b) Ô |f i;
(c) h f | Ô |f i;
(d) h f | Ô |ψi.
5. Considere as funções
1
ϕk = √ e ikx
a
definidas no intervalo {− 2a , 2a }.
(a) Mostre que estas funções são todas normalizadas para
unidade e mantêm esta normalização no limite a → ∞.
(b) Mostre que estas funções compreendem um conjunto
ortogonal no limite a → ∞.
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Exercı́cios
6. A função
g (x) = x(x − a)e ikx
pertence a H1 . Calcule os coeficientes de expansão an desta
função na representação de série, em função das contantes a e
k. Use as funções bases da partı́cula numa caixa
unidimensional.
7. Dois vetores ψ e ϕ pertencem ao espaço de Hilbert e são
ortogonais. Mostre que seus comprimentos obedecem ao
teorema de Pitágoras,
||ψ + ϕ||2 = ||ψ||2 + ||ϕ||2 .
8. Mostre que:
(a) (a + b B̂)† = a∗ † + b ∗ B̂ †
(b) Se  é Hermitiano, < A > deve ser real.
(a) Se  é Hermitiano, < Â2 >≥ 0.
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Exercı́cios

9. Se  e B̂ são Hermitianos, quais dos operadores são


Hermitianos?
(a) i(ÂB̂ − B̂ Â)
(ÂB̂ − B̂Â)
(b) 
(c) ÂB̂+2 B̂ Â
(d) Se  não é Hermitiano, o produto †  é Hermitiano?
10. Considere o operador Ĉ ,

Ĉ ϕ(x) = ϕ∗ (x)
(a) O operador Ĉ é Hermitiano?
(b) Quais são as autofunções de Ĉ ?
(c) Quais são os autovalores de Ĉ ?

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