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O Aluno em Foco

Estrutura Atômica e Formação dos Íons: Uma Análise


das Ideias dos Alunos do 3º Ano do Ensino Médio

Angella da Cruz Guerra França, Maria Eunice Ribeiro Marcondes e Miriam Possar do Carmo
A ideia de íon é importante na construção e no entendimento de muitos conceitos químicos como: ligações
químicas, eletroquímica, equilíbrio químico, óxido-redução, pH, entre outros. Assim, o entendimento do conceito
de íon pode levar os alunos a compreenderem melhor vários fenômenos que estão presentes no seu cotidiano
como, por exemplo, os sais solúveis em água que se dissociam e tornam o meio condutor de eletricidade; o
mar, importante fonte de materiais, constituído por íons. Esse trabalho tem como objetivo investigar quais as
concepções sobre a estrutura atômica e a formação dos íons que os alunos do Ensino Médio, da rede pública
de São Paulo, possuem e que relações estabelecem entre elas.

íon, modelo atômico, ensino de química

Recebido em 15/09/08, aceito em 08/05/09


275

A
estrutura do átomo é um tema os professores se esquecem que a e poucas relações se estabelecem
que os alunos apresentam superação das dificuldades na cons- entre esses modelos e a formação
dificuldade de compreensão, trução do conhecimento científico tem dos íons, que para nós constitui o
dado que o nível de exigência para evolução histórica e apresentam aos foco principal deste trabalho.
sua aprendizagem requer elevada alunos conceitos e modelos de forma Se para o aluno pensar micros-
capacidade de abstração, o que não pronta e acabada, como verdades copicamente não é uma tarefa tão
é de se estranhar, uma vez que as incontestáveis. simples, extrapolar essa visão para
ideias básicas sobre a teoria atômica, Dentre os modelos apresentados explicar a formação do íon também
que surgiram em 1808 e 1810 com no ensino desse tema, destacam- se tem mostrado problemática (Ca-
John Dalton, já descreviam a matéria se: a) o modelo atômico de Dalton, amaño, 2004).
composta por partículas muito pe- no qual o átomo é considerado Isso implica que, do ponto de vista
quenas para serem vistas, chamadas maciço e indivisível; b) o átomo de didático, o ensino visando a constru-
de átomos. Rutherford, constituído de uma região ção do modelo atômico poderia auxi-
Portanto, a ideia de átomo dis- pouco densa e relativamente grande liar o aluno na elaboração do conceito
tancia-se do mundo real do aluno, e ocupada por elétrons e um núcleo de íon, uma vez que a introdução da
para realidades impossíveis de serem central muito pequeno, onde se con- estrutura atômica, a qual relaciona as
vistas, é necessário criar modelos que centra toda a massa da partícula; c) interações eletrostáticas entre os pró-
“são ferramentas fundamentais de o modelo de Rutherford-Bohr, em que tons do núcleo e os diferentes níveis
que dispomos para compreendermos os elétrons situam-se em órbitas ao energéticos dos elétrons, possibilita
o mundo cujo acesso real é muito redor do núcleo e ao saltarem para desencadear ideias a respeito de as
difícil” (Chassot, 1993, p. 100). uma mais próxima do núcleo, menos partículas estarem “mais ou menos
Considerando que o conheci- energética, emitem energia na forma atraídas entre si”, podendo ocorrer
mento é uma construção social e de fótons (Galiazzi e cols., 1997). a saída ou a entrada de partículas
histórica, os modelos atômicos foram No ensino desse tema, percebemos (elétrons) nessa estrutura, gerando
sofrendo formulações teóricas desde ainda que, além de não se valorizar o íon (Carmona, 2006).
os gregos, ainda que auxiliadas pelos a construção histórica dos modelos Há, hoje, um grande número de
suportes instrumentais. No entanto, atômicos, a apresentação destes estudos realizados com a finalidade
nas aulas de Química, muitas vezes, se limita à visão fatual do professor de verificar quais são as concepções
dos estudantes sobre a estrutura
A seção “O aluno em foco” traz resultados de pesquisas sobre idéias informais dos estudantes, sugerindo formas de levar dos átomos e a natureza da matéria
essas idéias em consideração no ensino-aprendizagem de conceitos científicos. e suas interações, porém poucos

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trabalhos estudam as concepções outros. Um grande número de fenô- zona sul do município de São Paulo,
deles em relação ao conceito do íon. menos biológicos, físicos e químicos da qual participou uma turma do 3º
Em alguns estudos, pudemos só podem ser explicados pelo enten- ano do período noturno (turma E) com
verificar que os alunos: a) apresentam dimento das mudanças no rearranjo 22 alunos, com faixa etária entre 17 e
dificuldade na compreensão da estru- e movimento de átomos e moléculas. 21 anos; uma terceira escola, na zona
tura da matéria e muitos a explicam Assim, o entendimento do concei- oeste do município de São Paulo,
sob o ponto de vista macroscópico, to de íon pode levar o aluno a com- envolvendo duas turmas do período
utilizando ideias de grãos, lâminas, preender melhor vários fenômenos noturno (turmas F e G), no total de 53
pedras para justificar sua composi- que estão presentes no seu cotidiano alunos, com faixa etária entre 17 e 23
ção; b) existe uma limitação objetiva como, por exemplo, os sais solúveis anos; e uma quarta escola, situada
na capacidade dos alunos ao inicia- em água que se dissociam e tornam no município de Santo André (SP),
rem o estudo da química em reco- o meio condutor de eletricidade; o envolvendo uma turma do período da
nhecerem, em nível microscópico, o mar, importante fonte de materiais, é manhã (turma H) com 30 alunos com
caráter descontínuo constituído por íons; faixa etária de 17 e 18 anos.
da matéria e suas en- soluções aquosas Foi aplicado aos alunos um ques-
A estrutura do átomo é
tidades constituintes; de certos íons têm tionário constituído por quatro ques-
um tema que os alunos
c) o átomo muitas ve- grande importância tões abertas. Este foi respondido
apresentam dificuldade de
zes é tido como a me- no crescimento de de forma individual para a garantia
compreensão.
nor parte constituinte vegetais. do reflexo mais real das ideias dos
da matéria, mas às Neste trabalho, alunos e solicitava: 1) Elabore, com
vezes, julgam que poderia ser a célu- parte-se do pressuposto que o íon é base em seus conhecimentos, um
la; d) o modelo atômico predominante uma entidade pouco compreendida desenho que mostre como você
é o de orbital, e as órbitas seriam pelos alunos, pois está intimamente imagina “ser” um átomo, indicando
entidades independentes, nas quais ligado ao conceito de estrutura atômi- as partes que o constituem; 2) Po-
os elétrons estariam girando ao seu ca, conceito esse de difícil compreen- demos separar os elétrons de um
276 redor, enquanto que o núcleo estaria são. Pensando na importância desse átomo? Explique; 3) Represente, por
em repouso; e) dentre as partículas conceito para o estudo da química meio de um desenho, como você
atômicas, os alunos fazem mais refe- e considerando sua relação com a imagina “ser” o átomo de sódio; 4)
rência aos elétrons e muitos acham estrutura eletrônica do átomo, este O que você entende por íon? Como
que estes não podem ser separados trabalho teve como objetivo verificar você pensa que se formam os íons?
do átomo; f) a ideia de indivisibilidade quais as concepções sobre a estru- Explique.
é bastante consistente; g) a diferen- tura atômica e a formação dos íons As questões tiveram os seguintes
ciação entre átomo, íon e molécula é que os alunos possuem. objetivos: verificar qual o modelo de
problemática, pois não é ressaltada a átomo e íon que os alunos possuíam
importância desse tipo de discussão Metodologia (Questões 1 e 3) e se os alunos acei-
após o estabelecimento de um mo- A metodologia de pesquisa, em- tam a transferência de elétrons entre
delo atômico, iônico e molecular; h) pregada neste estudo, é de caráter os átomos (Questões 2 e 4).
aparecem ideias de similaridade entre qualitativo, pois faz um estudo enfo- Da análise das respostas, foi
o conceito de átomo e íon; i) ocorre cado na descrição, análise e catego- possível conhecer: as ideias e os
falta ou ausência de relações entre a rização das concepções dos alunos modelos representativos de átomos
estrutura atômica e a ligação química em relação à estrutura atômica do e íons que surgiram; quais eram suas
com a ideia do íon; j) a neutralidade átomo e à formação de íons. concepções em relação a núcleo,
do átomo é vista pelo fato de que este A coleta de dados foi realizada eletrosfera e partículas constituintes
é carregado positiva e negativamen- em quatro escolas da Rede Pública do átomo e qual a expectativa dos
te; e l) a neutralidade elétrica de um Estadual, localizadas em regiões alunos quanto a ideia de os átomos
átomo está ligada à ideia da regra do distintas no município de São Paulo perderem seus elétrons. Feita a leitura
octeto (De La Fuentes e cols., 2003; e um da grande São Paulo, das quais das respostas dadas pelos alunos,
Caamaño, 2004; Mello, 2002; Cavic- participaram um total de 211 alunos, percebemos uma grande diversidade
chioli e Rocha, 2005; Carmona, 2006). pois nossa intenção era verificar as nestas, assim, procuramos possíveis
Como podemos perceber nes- ideias mais diversificadas possíveis aproximações das ideias dentro dos
ses estudos, as relações entre o sobre átomos e íons. objetivos estabelecidos.
modelo atômico e a formação do íon Participaram uma escola situada Este estudo mostra o agrupamen-
são escassas nas concepções dos na zona sul do município de São Pau- to das ideias dos alunos em catego-
alunos. A nosso ver, o conceito de lo, envolvendo quatro turmas do 3º rias para cada uma das questões
íon é importante na construção e no ano do período da manhã (turmas A, descritas a seguir.
entendimento de muitos conceitos B, C e D), totalizando 106 alunos com Para a primeira questão, as res-
químicos como ligações químicas, faixa etária entre 17 e 21 anos; uma postas foram agrupadas em quatro
óxido-redução, conceito de pH, entre segunda escola também situada na categorias de análise.

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I - A identificação, por parte do
aluno, do núcleo e da eletrosfera
do átomo, indicados por escrito
nos seus modelos represen-
tativos, mesmo que a indica-
ção fosse de uma das partes
apenas, núcleo ou eletrosfera.
A Figura 1 ilustra um exemplo Figura 5: Representação do modelo de
desse tipo de representação. Thomson.

5 apresenta exemplo desse tipo de


Figura 3: Representações das partículas representação.
do átomo. As semelhanças ao modelo de
Rutherford foram consideradas quan-
com os modelos escolares do os modelos representativos dos
de acordo com um dos três alunos indicavam a existência de um
Figura 1: Representação que apresenta, modelos: Dalton, proposto em núcleo, uma eletrosfera e as partículas
por escrito, núcleo e eletrosfera. 1803; Thomson, em 1874; e constituintes surgiam tanto na forma
Rutherford, em 1911. de sinais, quanto por meio da escrita.
II - Modelos representativos ela- A Figura 6 apresenta um exemplo
borados pelos alunos de duas Semelhanças ao modelo de Dal- desse tipo de representação.
ou mais partes do átomo sem a ton seriam as representações de uma
identificação por escrito. Os de- esfera, com ou sem preenchimento
senhos realizados não apresen- por meio de hachuras ou por meio de
tavam por escrito as indicações uma figura de forma compacta (esfe-
de núcleo/eletrosfera. Estas ra sólida); e esferas sem identificação 277
foram explícitas separadamen- de pontinhos, pinguinhos, as quais
te no desenho de forma que a poderiam levar à ideia da existência
parte menor se enquadrava na de partículas subatômicas. Também
maior, uma ao centro com duas foram consideradas como modelo
Figura 6: Representação do modelo de
ou mais ao seu redor, caracteri- de Dalton as indicações nas quais os
Rutherford.
zando a ideia de compartimen- alunos simplesmente se limitaram a
to. A Figura 2 ilustra um exemplo responder por meio da escrita que o
desse tipo de representação. átomo é pequeno e indivisível. A Fi- Resultados e discussões
gura 4 apresenta um exemplo desse As oito turmas analisadas foram
tipo de representação. denominadas por A, B, C, D, E, F, G
e H, obedecendo apenas à ordem de
aplicação do questionário.
A primeira questão foi respondida
por 209 dos 211 alunos participantes.
A análise das respostas dos alunos
Figura 2: Representações de modelos permitiu verificar que 63,4% deles não
atômicos sem a indicação por escrito do identificam em seus modelos repre-
núcleo e da eletrosfera. sentativos o núcleo e a eletrosfera do
Figura 4: Representação que se aproxi- átomo, e que na turma G, apenas 3
III - Modelos representativos que mava ao modelo de Dalton. dos 21 alunos fizeram essa identifi-
apresentavam a identificação de cação. Isso indica que, apesar de as
partículas constituintes do áto- As semelhanças ao modelo de palavras núcleo e eletrosfera serem
mo por meio de símbolos (sinais Thomson seriam as representações utilizadas com frequência na repre-
+/-) ou por meio da escrita (P) de uma única esfera ou figura sem sentação dos modelos atômicos es-
para próton, (E) para elétron, (N) a separação de núcleo e eletros- colares, os alunos não as consideram
para nêutron, indicando a pre- fera, porém constituída por sinais na representação de seus modelos
sença de cargas ou partículas. A representativos de cargas positivas de átomo (Tabela 1).
Figura 3 apresenta um exemplo (+) e/ou negativas (-) ou mesmo A representação do átomo com
desse tipo de representação. quando o aluno escrevia dentro da regiões distintas, caracterizando a
figura as palavras prótons, nêutrons ideia de compartimento (Tabela 2), foi
IV - Modelos representativos que e elétrons, algumas vezes represen- indicada por 62% dos alunos, e 38%
apresentavam semelhança tados apenas por p, n e e. A Figura não os representam dessa forma, o

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Tabela 1: Número de alunos que indicam ou não as palavras núcleo e eletrosfera na
representação de seus modelos atômicos.

Número de alunos que indicam Número de alunos que não indi-


núcleo e/ou eletrosfera cam núcleo e eletrosfera
Escola
Total de alunos Total de alunos
(%) (%)
por escola por escola
A 5 2,4% 27 13,5%
B 6 3% 24 12%
C 6 3% 15 7%
D 7 3,3% 15 7%
E 9 4% 16 8%
F 19 9% 9 4%
Figura 7: Representações de uma célula
G 3 1,3% 18 8,5% como modelo de átomo.
H 9 4% 21 10%
Total geral 64 30% 145 70%
partículas constituintes ou, ainda,
podemos inferir que o ensino pode
que pode nos levar a inferir que estes como núcleo e citoplasma (Figura não ter motivado a importância do
não identificam os átomos com uma 7). Esse fato pode ser decorrência reconhecimento dessas entidades
estrutura organizada. Segundo Pozo de que, nas aulas de biologia, o en- microscópicas.
(2002), uma das razões da difícil sino destaca a célula como a menor Analisando a aproximação dos
aceitação desses modelos se deve à parte do ser vivo, enquanto que no modelos representativos dos alunos
falta de compatibilidade e correspon- ensino de química o aluno aprende com os modelos escolares, verifica-
dência com a organização cognitiva que o átomo é a menor partícula da mos que 35% dos alunos representa
278 humana, ou seja, ele assume que a matéria, fatos esses que podem gerar seus modelos com semelhança ao
mente humana possui um sistema dificuldade ao aluno na construção modelo de Rutherford; 23%, ao de
cognitivo capaz de se prevenir das de um modelo coerente (Galiazzi e Dalton; e 12%, ao de Thomson (Fi-
representações as quais são julgadas cols., 1997). gura 9). A familiaridade do aluno com
inconvenientes ou desnecessárias. A maioria dos alunos (67%) não o modelo do sistema solar pode ter
Assim, pode-se conjecturar que mui- apresentou em seu modelo repre- contribuído para que o aluno estabe-
tos alunos não veem a necessidade sentativo os nomes das partículas lecesse uma comparação analógica
de representar uma estrutura organi- que constituem os átomos, fossem com o modelo atômico de Ruther-
zada no átomo. estas por meio de cargas ou símbolo ford, e esse modelo tenha sido mais
Alguns desenhos (5%) chamaram como p, n e e (Figura 8). Talvez des- consistente para o aluno ou ainda
a atenção pela semelhança com a conhecessem tais partículas, uma pode ocorrer que, durante o ensino
estrutura constituinte de uma célula, vez que na questão foi solicitado que de modelos, a valorização deste te-
sendo, inclusive, nomeadas partes eles representassem o átomo e suas nha sido mais enfatizado. Quanto às
poucas representações em relação
Tabela 2: Número de alunos que identificam duas ou mais partes do átomo em suas ao modelo de Thomson, pode estar
representações. relacionado ao fato de que nossos
alunos desconhecem o “pudim de
Número de alunos que Número de alunos que não passas” como os ingleses, mas sim
indicam duas ou mais indicam duas ou mais conhecem como “pudim” uma massa
Escola partes para o átomo partes para o átomo clara com formato circular e contendo
Total de alunos Total de alunos um furo no meio. Talvez fosse neces-
(%) (%)
por escola por escola sário identificar o significado que os
A 14 7% 18 8,5% alunos atribuam a essa expressão
B 12 6% 18 8,5% (Souza e cols., 2006).
Os dados mostram que o ensino
C 11 5% 10 5%
não valorizou a evolução histórica dos
D 11 5% 11 5% modelos atômicos, uma vez que as
E 20 9,5% 5 2,4% representações se encontram bem
F 23 11% 5 2,4% distribuídas entre as características
dos modelos escolares. É importan-
G 21 10% 0 0%
te ressaltar que houve um número
H 18 8,5% 12 6,2% considerável de alunos (30%) para
Total geral 130 62% 79 38% os quais não foi possível estabelecer

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De acordo com as ideias de Pozo
(2002), pode-se considerar que o co-
nhecimento científico que está sendo
ensinado ao aluno não está sendo
por ele utilizado para dar sentido às
suas representações intuitivas para
que possa reorganizá-las.
Souza e cols. (2006), em trabalho
desenvolvido com essa temática,
também constataram uma extrema
dificuldade dos alunos com relação à
compreensão dos modelos atômicos
e apontam que a principal dificuldade
pode estar no alto grau de abstração
do tema.
Na análise da segunda questão, a
qual tentava explicitar a ideia de pos-
sibilidade de separação de elétrons
Figura 8: Identificação das partículas constituintes do átomo.  de um átomo, consideraram-se as
respostas afirmativas e negativas dos
alunos. Os dados obtidos revelam
que 42% dos alunos concordam que
os elétrons podem ser separados do
átomo, 46% não concordam, 7% não
sabem opinar e 5% deixaram a ques-
tão em branco. As justificativas apre- 279
sentadas pelos alunos com relação
à possibilidade ou não de o elétron
ser separado do átomo estão resu-
midas na Tabela 3. Nas justificativas
apresentadas nessa tabela, chama
a atenção o número de alunos que
manifestam a ideia de que o átomo
não existe sem seus elétrons (34%),
pois deixa de ser átomo ou “morre”.
Algumas das justificativas dadas pe-
los alunos e transcritas sem alteração
são apresentadas a seguir.
Figura 9: Representações com semelhança aos modelos escolares.
“Não por que ele é um dos
componentes que forma o
uma aproximação com as representa- espontâneas, o ensino inadequado e
átomo se o separar, deixa de
ções dos modelos escolares. Chama não adaptado a um nível de conheci-
ser átomo.”
a atenção, também, que nenhum mento e potencialidade do aluno. Para
aluno fez uma representação que se os autores, ensinar um determinado
“Não. Pois se os separarmos
assemelhasse às comumente utiliza- tema de química implica necessaria-
eles não sobreviveram, pois os
das para o modelo de Bohr, o qual faz mente estabelecer com toda nitidez
átomos sem os elétrons não
parte da maioria dos livros didáticos qual é o modelo (construção imaginá-
conseguem alimento para si
e é frequentemente ensinado. ria) que nos permite “ver” o fenômeno
mesmos, sendo que junto aos
Observando-se as Tabelas 1 e 2 e analisado.
elétrons eles tem seu próprio
as Figuras 8 e 9, verificamos que os alu- Para De La Fuentes e cols. (2003),
alimento, sem precisar ir a caça
nos apresentam muitas dificuldades ao provavelmente a dificuldade que os
deles.”
expressarem suas ideias em relação ao alunos têm em expressar um modelo
modelo de átomo e as partículas que para o átomo esteja no fato de se tra- Pode-se conjecturar que essa
o compõe. Segundo Guevara e Valdez tar de um aspecto muito afastado dos ideia de “morte” do átomo deve estar
(2004), as dificuldades associadas ao diretamente perceptíveis por seus associada ao ensino, pois muitas
ensino e à aprendizagem de modelos sentidos, cujas dimensões não lhes vezes os professores recorrem ao
podem ter fundamentalmente como são familiares, ou seja, os estudantes animismo, considerando que será
causas a influência das concepções não entendem. mais fácil para o aluno entender o

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Tabela 3: Justificativas dos alunos para a possibilidade ou não de separação do elétron dos átomos.

Número de Número de
Justificativas para a não possibilidade % Justificativa para a possibilidade %
alunos aluno
Deixa de ser átomo 10 10,3% Para fazer ligação química 6 6,7%
Se perder elétrons, ele morre 23 23,7% Ele empresta e/ou doa 10 11,2%
Fazem parte da constituição 27 27,8% Existe troca de cargas 10 11,2%
São indivisíveis 12 12,4% Ele se divide em camadas 9 10,3%
Ocorrer equilíbrio (forma cátion
Devem ficar juntos 10 10,3% 4 4,5%
e ânion)
Não sei 2 2,1% Não sei 18 20,2%
Não explica 6 6,2% Outros 32 35,9%
Outros 7 7,2% - - -
Total 97 100% Total 89 100%

conteúdo tratado, provavelmente As explicações relativas à ligação nou a possibilidade de um átomo


supondo que eles percebam se tratar química apresentadas pelos alunos, doar ou receber elétrons.
apenas de um recurso para a com- nesta pesquisa, podem ser devidas Com relação à terceira questão,
preensão. Entretanto, como esses à ênfase dada pelos professores ao que solicitava a representação do
dados sugerem, parece que esse re- ensino desse conteúdo. átomo de sódio por meio de um
curso enfatiza o animismo sem que o Alguns alunos (10%) parecem desenho, apenas um pouco mais da
estudante reconheça suas limitações confundir a distribuição eletrônica em metade (65%) dos alunos apresen-
(Souza e cols., 2006) e pode reforçar camadas com a perda de elétrons. A tou um desenho para explicitar suas
280 ideias intuitivas sobre a natureza viva justificativa a seguir dá um exemplo ideias (Tabela 4). Os alunos da turma
de qualquer matéria. dessa possível confusão. F não entregaram a folha de resposta
Parece mais difícil justificar a res- dessa questão.
“... podemos separar os
posta afirmativa de que os átomos Analisando esses dados, verifica-
elétrons de um átomo fazendo
podem perder elétrons, pois 56% mos que, ao contrário do que ocor-
uma distribuição eletrônica.”
dos alunos não sabem explicar ou reu com a representação do átomo
fornecem justificativas que não foram Algumas das ideias manifestadas na primeira questão, muitos alunos
possíveis de ser classificadas. pelos alunos também foram encon- (35%) não conseguiram representar
A ideia de ligação química foi utili- tradas no estudo de De La Fuentes e por meio de desenho o átomo de
zada por 18% dos alunos, indicando cols. (2003), no qual se verificou que sódio, indicando que não sabiam
que a perda de elétrons se deve ao os alunos, embora afirmassem que como fazê-lo, deixando em branco
estabelecimento destas ou mencio- os elétrons podiam ser separados ou utilizando outras respostas na
nando que pode haver doação (liga- dos átomos, tiveram dificuldade em forma escrita, nas quais não se pode
ção iônica) ou empréstimo (ligação explicar por que isso ocorria. Utiliza- constatar nenhum dado relevante.
covalente) de elétrons. Algumas das ram argumentos de que os elétrons Para os alunos que foram categoriza-
justificativas dadas pelos alunos são podem se mover e nenhum mencio- dos na coluna outros (13%), algumas
apresentadas a seguir.
Tabela 4: Respostas dadas pelos alunos em relação à representação de um átomo de
“Sim, quando um elemento sódio (total de 183 alunos).
doa um elétron para outro.”
Respostas dos alunos (%)
“Sim, quando um átomo tem Turma Representaram Deixaram em Responderam Outras
a carga da última camada fal- com um desenho branco que não sabem respostas
tando elétrons, um átomo que
A 27 (15%) 1 (0,5%) 3 (1,6%) 1(0,5%)
tenha carga a mais pode doar
elétrons para esse átomo.” B 22 (12%) - 2 (1,1%) 6 (3,3%)
C 18 (10%) - - 3 (1,6%)
“Sim, o átomo tem a ca- D 11 (6%) 1 (0,5%) 3 (1,6%) 8 (4,4%)
racterística de tender a ficar
E 14 (8%) 1 (0,5%) 7 (3,8%) 3 (1,6%)
neutro (8 elétrons na camada
de valência) e para isso ele G 15 (8,6%) - 7 (3,8%) -
perde ou ganha elétrons para H 12 (6,4%) 5 (2,7%) 11(6%) 2 (1,1%)
ficar estável.” Total 119 (65%) 8 (4,4%) 33 (18%) 23 (12,6%)

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de suas frases estão apresentadas modelos atômicos são tratados ge- estruturas e o comportamento que
a seguir: nericamente, e os livros e os profes- produzem (De Posada, 1999).
sores, de maneira geral, apresentam Para os alunos que responderam
“... eu acho que o átomo
os modelos atômicos sem aplicá-los às justificativas apresentadas para a
de sódio obtêm 2 átomos e 2
a átomos de um dado elemento. No formação dos íons, estes se basea-
elementos para ele se formar
ensino, frequentemente, é dada mais vam na ideia da existência de carga,
no seu grupo.”
ênfase à distribuição eletrônica de um revelando algum conhecimento
átomo específico do que ao modelo sobre o assunto. Alguns exemplos
“... deve ser do jeito que
deste. Assim, o aluno tem dificuldade das manifestações dos alunos são
ele é.”
de transpor seu conhecimento apren- apresentados a seguir.
dido sobre modelos atômicos para
“... uma coisa pequena e “... eu acredito que se forma
interpretar um átomo determinado
frágil mais de grande impor- uma corrente e aí se forma o
como, por exemplo, o de sódio.
tância.” íon.”
Para análise da quarta questão,
Dos alunos que representaram que investigava o entendimento do
“... se fundem partícula +
na forma de desenho, é importante aluno sobre íon e como este se forma,
com a – e forma o íon.
destacar que somente 33 (27,7%) uti- foram elaboradas algumas catego-
lizaram a mesma representação feita rias, e os resultados são indicados
“... se formam com elétrons,
na questão número 1. Já os outros na Tabela 5.
cátions e assim desenvolve
86 (72,3%) utilizaram representações De acordo com os resultados
o íon.”
diferentes (Figura 10). Observou-se (Tabela 5), verificamos que 64,7%
também que 63% dos alunos não dos alunos tiveram dificuldade
“... íons podem se formar
indicaram as partículas constituintes em apresentar uma resposta que
quando o composto é jogado
do átomo, e que os que o fizeram se aproximasse da ideia de carga
em solução aquosa.”
(37%) foram os mesmos que indica- elétrica, deixando em branco, dan-
ram na primeira questão. Isso pode do respostas confusas e mesmo Apenas 8 alunos (4,3%) associa- 281
sugerir que os alunos desconheçam assinalando não saber. Isso sugere ram a ideia de íon à formação de cá-
tais partículas ou simplesmente não que os alunos não relacionam os tion e ânion, manifestando, em suas
reconhecem sua importância. modelos de estrutura atômica nas respostas, que os íons são átomos
explicações que envolvem a forma- que doam ou recebem elétrons.
ção do íon. Talvez esse fato esteja Os dados indicam que o conceito
associado a lacunas individuais de íon foi pouco assimilado pelos
ou porque o ensino não mediou o alunos, uma vez que a grande maioria
estabelecimento dessas relações. não conseguiu representá-lo nem tão
Mesmo os alunos já tendo o conhe- pouco explicar sua formação.
cimento do conceito de íon, uma Como aponta Caamaño (2004),
vez que geralmente este é tratado em geral, no ensino, o íon é defini-
no ensino de estrutura atômica e li- do como o átomo que ganhou ou
gações químicas, não conseguiram perdeu elétrons em sua camada de
compreender a relação entre suas valência. Essa maneira simplificada

Figura 10: Representações utilizadas por Tabela 5: Respostas dadas pelos alunos sobre o que são íons (total de 183 alunos).
dois alunos para o átomo (a) e (c) e o
átomo de sódio (b) e (d). Resposta dos alunos Número de alunos* Porcentagem (%)
São cargas 47 25,7%
Verificou-se que 16% dos alunos
Átomo que doa e recebe elétrons 2 1%
utilizaram a representação simbólica
do átomo de sódio, o que pode ser a Tudo que tem carga 3 1,6%
causa de um ensino que deu ênfase a São cátions e ânions 6 3,3%
fórmulas químicas ou representações Partícula do átomo 5 2,7%
simbólicas.
Átomos carregados 2 1%
Os dados também parecem suge-
rir que os alunos possuem conceitos Não sei 38 20,7%
fragmentados, uma vez que não Branco 27 15%
conseguem relacionar o modelo de Outros 53 29%
átomo que representaram na primeira
Total 183 100%
questão com o da terceira questão.
No ensino também se percebe que os * Os alunos da turma F não responderam a essa questão.

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de tratar esse conceito pode dificul- Conclusão parte do aluno de um modelo con-
tar o estabelecimento de relações sistente sobre a estrutura atômica; a
por parte do aluno entre átomo e Esse trabalho evidenciou que a introdução do conceito de íons em
íons e a compreensão de vários maioria dos alunos tem grandes difi- estreita relação com o modelo atômi-
fenômenos presentes em seu coti- culdades em representar a estrutura co; e o estabelecimento de relações
diano, que estão associados à ideia do átomo. Seus desenhos, muitas entre as propriedades dos materiais
de íon. Dessa forma, o ensino parece vezes, mostram uma confusão de e os modelos que procuram explicar
não estar contribuindo para que os conceitos, tanto do ponto de vista tais comportamentos.
alunos reorganizem suas represen- estrutural do átomo, quanto da for- Este estudo revela que conhecer
tações do mundo físico a partir de mação do íon. como os alunos pensam pode auxiliar
conhecimentos da ciência. Parece claro que não houve o professor a planejar melhor suas
De Posada (1999) assume que estabelecimentos de relações entre aulas; a acompanhar mais aprofun-
a aprendizagem de ciências não as representações de átomos e dadamente a aprendizagem de seus
implica na realidade em abandonar íons, mesmo quando estimulados a alunos, de maneira a vislumbrar me-
os processos e conteúdos da ciên- refletirem sobre uma entidade mais lhores resultados de aprendizagem,
cia intuitiva, mas integrar hierarqui- específica: o átomo de sódio.
possibilitando aos alunos a integra-
camente essas Deve-se considerar
ção dos conceitos e as construções
formas de repre- que a aprendizagem
A ideia de átomo de novas reelaborações.
sentar e conce- desses conceitos é im-
distancia-se do mundo
ber o mundo em portante para a constru- Angella da Cruz Guerra França (afranca@iq.usp.br),
real do aluno, e para
um novo sistema ção de uma visão da es- licenciada em Química pela Faculdade Oswaldo
realidades impossíveis de Cruz, é mestranda em Ensino de Ciências na Mo-
de conhecimento trutura da matéria, a qual
serem vistas, é necessário dalidade Química pela Universidade de São Paulo
científico no qual deveria subsidiar o en- (USP) e professora do Colégio Passionista Santa
criar modelos.
adquirem um tendimento das proprie- Gema. Maria Eunice Ribeiro Marcondes (mermarco@
novo significado. dades e transformações iq.usp.br), bacharel e licenciada em Química e
282 Para tanto, o conhecimento científico das substâncias. Desse modo, neste doutora em Ciências pela USP, é professora do
não pode substituir outras formas estudo, algumas implicações para o Instituto de Química da USP. Miriam Possar do Carmo
(mipcarmo@iq.usp.br), licenciada em Química pela
de saber, mas pode integrar-se a ensino devem ser consideradas, tais faculdade de Filosofia Ciências e Letras de São
algumas delas, reescrevendo suas como: o investimento do professor Bernardo do Campo, mestre em Ensino de Ciências
predições e ações. na construção do conhecimento por na Modalidade Química pela USP.

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Abstract: Atomic Structure and ions: an analysis of the ideas of students of high school. The concept of ion is important to understand many chemical concepts such as chemical bonds, electro-
chemistry, chemical equilibrium, pH, among others. Thus, understanding the concept of ion can lead students to better understand of various phenomena that are present in their daily lives, such
as the electrical conductibility of aqueous salts solutions; the sea, an important source of materials, is composed by ions. This study brings forward some knowledge about what students of Sao
Paulo high school think about atomic structure and the formation of ions and how they establish relationships between these concepts.
Keywords: Ion, atomic model, chemistry teaching.

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