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caderno do

PROFESSOR

HISTÓRIA
ensino médio
2 SÉRIE
a
volume 4 - 2009
Coordenação do Desenvolvimento dos Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Conteúdos Programáticos e dos Cadernos dos Arte: Gisa Picosque, Mirian Celeste Martins,
Professores Geraldo de Oliveira Suzigan, Jéssica Mami Makino
Ghisleine Trigo Silveira e Sayonara Pereira

AUTORES Educação Física: Adalberto dos Santos Souza,


Jocimar Daolio, Luciana Venâncio, Luiz Sanches
Ciências Humanas e suas Tecnologias Neto, Mauro Betti e Sérgio Roberto Silveira
Filosofia: Paulo Miceli, Luiza Christov, Adilton LEM – Inglês: Adriana Ranelli Weigel Borges, Alzira
Luís Martins e Renê José Trentin Silveira da Silva Shimoura, Lívia de Araújo Donnini Rodrigues,
Geografia: Angela Corrêa da Silva, Jaime Priscila Mayumi Hayama e Sueli Salles Fidalgo
Tadeu Oliva, Raul Borges Guimarães, Regina Língua Portuguesa: Alice Vieira, Débora Mallet
Araujo, Regina Célia Bega dos Santos e Pezarim de Angelo, Eliane Aparecida de Aguiar,
Sérgio Adas José Luís Marques López Landeira e João Henrique
História: Paulo Miceli, Diego López Silva, Nogueira Mateos
Governador Glaydson José da Silva, Mônica Lungov Bugelli e Matemática
José Serra Raquel dos Santos Funari
Matemática: Nílson José Machado, Carlos
Sociologia: Heloisa Helena Teixeira de Souza Eduardo de Souza Campos Granja, José Luiz Pastore
Martins, Marcelo Santos Masset Lacombe, Mello, Roberto Perides Moisés, Rogério Ferreira da
Vice-Governador Melissa de Mattos Pimenta e Stella Christina
Alberto Goldman Fonseca, Ruy César Pietropaolo e Walter Spinelli
Schrijnemaekers
Caderno do Gestor
Secretário da Educação Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Paulo Renato Souza Lino de Macedo, Maria Eliza Fini e Zuleika de Felice
Biologia: Ghisleine Trigo Silveira, Fabíola Bovo Murrie
Secretário-Adjunto Mendonça, Felipe Bandoni de Oliveira, Lucilene
Guilherme Bueno de Camargo Aparecida Esperante Limp, Maria Augusta Equipe de Produção
Querubim Rodrigues Pereira, Olga Aguilar Coordenação Executiva: Beatriz Scavazza
Chefe de Gabinete Santana, Paulo Roberto da Cunha, Rodrigo
Fernando Padula Venturoso Mendes da Silveira e Solange Soares Assessores: Alex Barros, Beatriz Blay, Carla de
de Camargo Meira Leite, Eliane Yambanis, Heloisa Amaral Dias
Coordenadora de Estudos e Normas Ciências: Ghisleine Trigo Silveira, Cristina de Oliveira, José Carlos Augusto, Luiza Christov,
Pedagógicas Leite, João Carlos Miguel Tomaz Micheletti Neto, Maria Eloisa Pires Tavares, Paulo Eduardo Mendes,
Valéria de Souza Julio Cézar Foschini Lisbôa, Lucilene Aparecida Paulo Roberto da Cunha, Pepita Prata, Renata
Esperante Limp, Maíra Batistoni e Silva, Maria Elsa Stark, Ruy César Pietropaolo, Solange Wagner
Coordenador de Ensino da Região Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Paulo Locatelli e Vanessa Dias Moretti
Metropolitana da Grande São Paulo Rogério Miranda Correia, Renata Alves Ribeiro, Equipe Editorial
José Benedito de Oliveira Ricardo Rechi Aguiar, Rosana dos Santos Jordão,
Coordenação Executiva: Angela Sprenger
Simone Jaconetti Ydi e Yassuko Hosoume
Coordenador de Ensino do Interior Assessores: Denise Blanes e Luis Márcio Barbosa
Rubens Antonio Mandetta Física: Luis Carlos de Menezes,
Estevam Rouxinol, Guilherme Brockington, Projeto Editorial: Zuleika de Felice Murrie
Presidente da Fundação para o Ivã Gurgel, Luís Paulo de Carvalho Piassi, Marcelo
Edição e Produção Editorial: Conexão Editorial,
Desenvolvimento da Educação – FDE de Carvalho Bonetti, Maurício Pietrocola Pinto
Edições Jogo de Amarelinha, Verba Editorial e Occy
Fábio Bonini Simões de Lima de Oliveira, Maxwell Roger da Purificação Siqueira,
Design (projeto gráfico)
Sonia Salem e Yassuko Hosoume
Química: Maria Eunice Ribeiro Marcondes, APOIO
Denilse Morais Zambom, Fabio Luiz de Souza, FDE – Fundação para o Desenvolvimento da
Hebe Ribeiro da Cruz Peixoto, Isis Valença de Educação
Sousa Santos, Luciane Hiromi Akahoshi, Maria
EXECUÇÃO Fernanda Penteado Lamas e Yvone CTP, Impressão e Acabamento
Mussa Esperidião Imprensa Oficial do Estado de São Paulo
Coordenação Geral
Maria Inês Fini
Concepção
Guiomar Namo de Mello A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo autoriza a reprodução do conteúdo do material de sua titularidade pelas demais
Lino de Macedo secretarias de educação do país, desde que mantida a integridade da obra e dos créditos, ressaltando que direitos autorais protegi-
Luis Carlos de Menezes dos* deverão ser diretamente negociados com seus próprios titulares, sob pena de infração aos artigos da Lei no 9.610/98.
Maria Inês Fini * Constituem “direitos autorais protegidos” todas e quaisquer obras de terceiros reproduzidas no material da SEE-SP que não
Ruy Berger estejam em domínio público nos termos do artigo 41 da Lei de Direitos Autorais.

GESTÃO
Catalogação na Fonte: Centro de Referência em Educação Mario Covas
Fundação Carlos Alberto Vanzolini

Presidente do Conselho Curador: São Paulo (Estado) Secretaria da Educação.


Antonio Rafael Namur Muscat S239c Caderno do professor: história, ensino médio - 2a série, volume 4 / Secre-
taria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini; equipe, Diego López
Presidente da Diretoria Executiva:
Silva, Glaydson José da Silva, Mônica Lungov Bugelli, Raquel dos Santos Funari,
Mauro Zilbovicius
Paulo Miceli. – São Paulo : SEE, 2009.
Diretor de Gestão de Tecnologias
aplicadas à Educação: ISBN 978-85-7849-420-9
Guilherme Ary Plonski
1. História 2. Ensino Médio 3. Estudo e ensino I. Fini, Maria Inês. II. Silva,
Coordenadoras Executivas de Projetos:
Diego López. III. Silva, Glaydson José da. IV. Bugelli, Mônica Lungov. V. Funari,
Beatriz Scavazza e Angela Sprenger
Raquel dos Santos. VI. Miceli, Paulo. VII. Título.
COORDENAÇÃO TÉCNICA
CDU: 373.5:93/99
CENP – Coordenadoria de Estudos e Normas
Pedagógicas
Caras professoras e caros professores,

Este exemplar do Caderno do Professor completa o trabalho que fizemos de


revisão para o aprimoramento da Proposta Curricular de 5a a 8a séries do Ensino
Fundamental – Ciclo II e do Ensino Médio do Estado de São Paulo.

Graças às análises e sugestões de todos os professores pudemos finalmente


completar um dos muitos recursos criados para apoiar o trabalho em sala de
aula.

O conjunto dos Cadernos do Professor constitui a base estrutural das apren-


dizagens fundamentais a serem desenvolvidas pelos alunos.

A riqueza, a complementaridade e a marca de cada um de vocês nessa elabo-


ração foram decisivas para que, a partir desse currículo, seja possível promover
as aprendizagens de todos os alunos.

Bom trabalho!

Paulo Renato Souza


Secretário da Educação do Estado de São Paulo
Sumário
São Paulo faz escola – Uma Proposta Curricular para o Estado 5
Ficha do Caderno 7
Orientação sobre os conteúdos do Caderno 8
Situações de Aprendizagem 9
Situação de Aprendizagem 1 – A Expansão para o Oeste e a Doutrina do Destino
Manifesto 9
Situação de Aprendizagem 2 – A Guerra Civil (Guerra de Secessão) 16
Situação de Aprendizagem 3 – Abolição e imigração 21
Situação de Aprendizagem 4 – Imaginário republicano 28
Considerações finais 32
SãO PAUlO FAz ESCOlA – UmA PROPOStA
CURRiCUlAR PARA O EStAdO

Caros(as) professores(as),

Este volume dos Cadernos do Professor completa o conjunto de documentos de apoio


ao trabalho de gestão do currículo em sala de aula enviados aos professores em 2009.

Com esses documentos, a Secretaria espera apoiar seus professores para que a organi-
zação dos trabalhos em sala de aula seja mais eficiente. Mesmo reconhecendo a existência
de classes heterogêneas e numerosas, com alunos em diferentes estágios de aprendizagem,
confiamos na capacidade de nossos professores em lidar com as diferenças e a partir delas
estimular o crescimento coletivo e a cooperação entre eles.

A estruturação deste volume dos Cadernos procurou mais uma vez favorecer a har-
monia entre o que é necessário aprender e a maneira mais adequada, significativa e mo-
tivadora de ensinar aos alunos.

Reiteramos nossa confiança no trabalho dos professores e mais uma vez ressaltamos o
grande significado de sua participação na construção dos conhecimentos dos alunos.

maria inês Fini


Coordenadora Geral
Projeto São Paulo Faz Escola

5
FiChA dO CAdERnO
nome da disciplina: História

área: Ciências Humanas e suas Tecnologias

Etapa da educação básica: Ensino Médio

Série: 2a

Volume: 4

temas e conteúdos: EUA no século XIX: Expansão para o Oeste,


Guerra Civil e o desenvolvimento capitalista

Brasil Império: Primeiro Reinado, Regências


e Segundo Reinado

A República no Brasil – as contradições da mo-


dernização e o processo de exclusão política,
econômica e social até a década de 1920

7
ORiEntAçãO SObRE OS COntEúdOS dO CAdERnO
Caro(a) professor(a), privilegiou-se o desenvolvimento das habili-
dades indicadas na matriz do Enem¹ e na do
Este Caderno tem por objetivo auxiliá-lo Saresp².
no desenvolvimento de três temas que, apesar
de ligados cronologicamente ao século XIX, metodologia e estratégias
tiveram grandes e importantes desdobramen-
tos ao longo do século XX: EUA no século As estratégias de ensino-aprendizagem aqui
XIX – Expansão para o Oeste, Guerra Civil e adotadas procuram contemplar o conheci-
o desenvolvimento capitalista dos EUA; Brasil mento prévio dos alunos em relação às temá-
Império – Primeiro Reinado, Regências e Se- ticas apresentadas. Parte-se do princípio de
gundo Reinado e a República no Brasil – as que, independentemente do saber que tenham,
contradições da modernização e o processo esse saber pode ser a premissa a partir da qual
de exclusão política, econômica e social até a o professor pode se aproximar dos alunos e
década de 1920. Em razão da amplitude dos despertar-lhes o interesse pelas questões trata-
temas, propomos o desenvolvimento de quatro das. O Caderno propõe um grande número de
Situações de Aprendizagem que contemplam atividades com pesquisas, produção e análise
aspectos referenciais relacionados a eles: a Ex- textual, mapas e atividades individuais e em
pansão para o Oeste e a Doutrina do Destino grupo, envolvendo uma variedade de estraté-
Manifesto e a Guerra Civil, nos Estados Uni- gias que visam a aproximar os alunos das pro-
dos; a abolição da escravatura, e imigração e blematizações historiográficas em torno dos
o imaginário republicano no Brasil. Buscamos temas estudados.
propor, em alguns casos, situações diferencia-
das para o estudo desses conteúdos. Avaliação
Competências e habilidades Para os temas tratados no Caderno, os pro-
cedimentos e estratégias de avaliação propostos
Com base nas orientações para a área de contemplam instâncias de pesquisa, participa-
História, estabelecidas pela Lei de Diretri- ção e produção textual, aqui entendidas como
zes e Bases da Educação (Lei no 9.394/96), importantes formas de desenvolvimento das
e nos Parâmetros Curriculares Nacionais –, competências e habilidades previstas. As ins-
aspectos como a heterogeneidade dos grupos tâncias de avaliação seguem as orientações an-
sociais e a pluralidade dos modos de vida, teriormente traçadas nos demais Cadernos. O
em seu contexto e ao longo do tempo, foram desenvolvimento das competências propostas,
considerados em relação aos temas aqui tra- a apreensão dos conceitos relacionados aos
tados, com a finalidade de propiciar uma com- temas tratados, a análise da produção textual
preensão mais ampla e menos generalizante e da participação ativa no processo de apren-
dos fenômenos históricos que a eles se refe- dizagem continuam sendo objetos primordiais
rem. Assim como nos Cadernos anteriores, da avaliação.

¹ Matriz de competências do Enem. Disponível em: <http://www.enem.inep.gov.br/index.php?option=com_conte


nt&task=view&id=39&ltemid=73>. Acesso em: 19 jun. 2009.
² Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo. Disponível em:<http://saresp2009.edunet.
sp.gov.br/>. Acesso em: 19 jun. 2009.

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História - 2a série - Volume 4

SitUAçÕES dE APREndizAGEm
SITUAçãO DE APRENDIzAGEM 1
A EXPANSãO PARA O OESTE E A
DOUTRINA DO DESTINO MANIFESTO

Na última Situação de Aprendizagem do seus mais importantes aspectos: a doutrina


Volume 2, seus alunos estudaram a Inde- do Destino Manifesto, ou seja, a crença de
pendência dos Estados Unidos da América, que os norte-americanos dos Estados Unidos
o que será um facilitador para o desenvolvi- seriam “o povo escolhido” para levar a civili-
mento desta Situação de Aprendizagem. O zação, a paz, a liberdade e a igualdade para
estudo anterior de documentos como a De- novos domínios, a serem conquistados, para
claração de Independência e a Constituição além das treze colônias. Esse conteúdo po-
dos Estados Unidos da América auxiliará no derá ser abordado em duas aulas, que talvez
estabelecimento de referenciais básicos para possam ser ampliadas para três, a seu critério,
a compreensão do expansionismo norte-ame- por meio de contextualização histórica, análi-
ricano para o Oeste, aqui tratado em um dos se de mapas e imagens referentes ao período.

tempo previsto: 2 aulas.

Conteúdos e temas: formação das sociedades nacionais e organização política e social na América e nos
EUA no século XIX: Expansão para o oeste norte-americano.

Competências e habilidades: reconhecer, no passado e no presente, o aspecto sócio-histórico constitutivo


da cultura norte-americana; a partir de textos, analisar os processos de transformação histórica, identi-
ficando suas principais características ecônomicas, políticas e sociais; reconhecer que as transformações
da história não decorrem, apenas, da ação das chamadas grandes personagens.

Estratégias: análise de mapas e imagens.

Recursos: mapas e imagens.

Avaliação: produção de textos e análise de imagem.

Pré-requisitos curriculares Sondagem e sensibilização


O conteúdo aqui sugerido pode ser apresen- O título desta Situação de Aprendizagem
tado sequencialmente ou não; outros conteú- é representativo do conteúdo que será trata-
dos poderão ser acrescentados para promover do. Para dar início à sensibilização, você pode
a melhor compreensão da temática abordada, apresentá-lo aos alunos e indagar acerca de seu
como as guerras napoleônicas, a Doutrina significado (trata-se do quê?). Registre na lousa
Monroe e a Guerra Civil (chamada Guerra de as principais hipóteses dos alunos a respeito do
Secessão), que será assunto da próxima Situa- tema. Estimule-os arguindo a respeito dos ter-
ção de Aprendizagem. mos: expansão, doutrina e destino manifesto.

9
Que pistas estas palavras nos dão a respeito do f Note que essa incorporação esteve ligada à
tema? Fixe-se no sentido das palavras, deixan- crença de um Destino Manifesto. Não deixe
do para relacionar seu significado ao processo de perguntar que destino seria esse, dan-
histórico em estudo mais adiante. do um passo além em relação às hipóteses
apontadas no início da sensibilização. Nes-
A partir desse ponto, a sensibilização se momento, apresente brevemente seus as-
pode ser desenvolvida por duas estratégias: pectos básicos: a ideia de “povo escolhido”
por Deus para levar a civilização, a paz, a
f Peça que observem no Caderno do Aluno liberdade e a igualdade ao resto do mundo,
o mapa das treze colônias, quando da in- ao mesmo tempo que se expandia invadin-
dependência dos Estados Unidos (1776), e do os territórios indígenas. Paralelos com
outro da expansão territorial rumo ao Oes- a atualidade estão previstos ao longo do
te, até o final do século XIX; peça que ob- desenvolvimento da Situação de Aprendi-
servem o grande número de novos espaços zagem, mas outros poderão ser desenvolvi-
incorporados ao território norte-america- dos por você, em formato de tópicos.
no e informe que a análise desse processo
de incorporação será o tema das aulas se- A seguir, observe os mapas que estão tam-
guintes. bém reproduzidos no Caderno do Aluno:

ARRUDA, Jobson José de A. Atlas histórico básico. São


Paulo: Ática, 2002. p. 23.

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História - 2a série - Volume 4

ARRUDA, Jobson José de A. Atlas histórico básico. São Paulo: Ática, 2002. p. 23.

Roteiro para aplicação da Situação f ampliação de fronteiras e busca de terras


de Aprendizagem para agricultura;
f busca de matérias-primas e expansão capi-
Ainda de posse dos mapas utilizados na sen- talista;
sibilização inicial, peça aos alunos que registrem f ida de imigrantes europeus para os Estados
no Caderno do Aluno as hipóteses a respeito de Unidos da América, motivados pelo desejo
quais seriam as motivações que teriam levado a de posse de terras; incentivos governamen-
Expansão para o Oeste. Ressalte a importância tais; crescimento demográfico;
de fazer a lição proposta para colaborar com o f busca por ouro.
bom andamento da aula seguinte. No dia combi- Observe que, a partir da independência dos
nado, ouça-os e problematize as respostas apre- Estados Unidos da América, houve um processo
sentadas, valorizando-as e complementando-as. contínuo de incorporação de novos territórios
Não deixe de observar que a Expansão para o em razão de pelo menos dois fatores importan-
Oeste relacionava-se com fatores como: tes, que poderão ser apresentados no quadro:

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levadas à força para o Oeste com aprovação
1. negociações com governos europeus do governo federal. Essa remoção abriu cerca
1803  compra da Louisiana (França) de cem milhões de acres de terras férteis para
1819  compra da Flórida (Espanha) a agricultura dos brancos. Ao mesmo tempo,
1867    
compra do Alasca (Rússia) condenou milhares de nativos à morte, na via-
2. Guerra do méxico gem ou já nas reservas (onde não se adapta-
1846-1848  incorporação de regiões do vam bem e estavam sujeitos à desnutrição e
Texas, da Califórnia, do Novo México, de doenças), varrendo-os da história americana.
Utah, do Arizona, de Nevada e de parte As tribos resistentes foram combatidas e vá-
do Colorado. rias dizimadas.”
FERNANDES, Luiz Estevam; MORAES, Marcus Viní-
cius de. Os EUA no século XIX. In: KARNAL, L. et. al.
É importante ressaltar que a expansão foi História dos Estados Unidos: das origens ao século XXI.
processual e assumiu diferentes característi- 2. ed. São Paulo: Contexto, 2008.
cas, mas um aspecto foi comum a todo o pe- <http://www.editoracontexto.com.br>.
ríodo: a opressão sobre nativos indígenas e a
dizimação de populações inteiras. Observe,
por exemplo, que durante a Expansão para o Você pode pedir à classe que registre no Ca-
Oeste, as inúmeras tribos indígenas foram vis- derno do Aluno comentários acerca do pos-
tas como um empecilho para os colonizado- sível paralelo entre o tema desta Situação de
res e sua empresa de conquista de territórios. Aprendizagem e a realidade brasileira. Sugira
A resistência nativa foi vista pelos “brancos” perguntas: Como foi tratada a “questão indíge-
europeus e norte-americanos como selvageria, na” no Brasil na época da colonização? Como
o que muito contribuiu para a “construção essa questão é vista hoje no que se refere às re-
das imagens” dos índios selvagens e violentos servas indígenas? Esse pode ser um momento
e dos colonizadores civilizadores. Essas ima- de produção de inferências globais quando,
gens foram comumente transpostas para as a partir da temática principal, os alunos são
telas de cinema e TV, estigmatizando uma das estimulados a estabelecer relações com outros
partes envolvidas (os índios) e criando papéis contextos que a extrapolem, mas que ao mes-
de mocinhos e bandidos de forma maniqueís- mo tempo se relacionem, buscando pontos de
ta. Indague os alunos sobre produções televi- contato que convirjam para uma problemáti-
sivas e cinematográficas a esse respeito. ca única, como por exemplo a dizimação de
populações nativas por colonizadores.

A Lei de remoção dos índios “previa o Prossiga, retomando as considerações


deslocamento das comunidades indígenas feitas na sensibilização desta Situação de
de seus territórios tradicionais para a região de Aprendizagem acerca da doutrina do Destino
Oklahoma, onde deveriam se estabelecer em Manifesto.
uma reserva determinada pelo governo. Os
indígenas foram forçados a marchar para lá Agora, você poderá verificar com os alunos
e, nessa viagem, ao longo de mil e quinhen- que, de fato, a história contemporânea dos Es-
tos quilômetros, milhares de índios morreram tados Unidos da América nos permite traçar
de frio, fome, doenças, na jornada que fica- um paralelo similar com a doutrina do Destino
ria conhecida como ‘trilha das lágrimas’. Em Manifesto (é possível citar as justificativas de
1839, outras tantas nações indígenas (como invasão do Iraque e a presença das forças nor-
a choctaw, a creek e a chickasaw) foram te-americanas pós-invasão, por exemplo).

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História - 2a série - Volume 4

No Caderno do Aluno e neste Cader- os “pioneiros”, o telégrafo, a estrada de ferro


no, reproduzimos a representação alegórica e os animais, analisando sua simbologia na
proporcionada pela tela American Progress imagem. O claro e o escuro fazem uma alusão
[progresso americano], de John Gast (1872). direta ao discurso civilizatório e devem ser ex-
Com base na observação da tela e dos con- plorados, se for o caso, por meio de suas su-
teúdos trabalhados, peça que desenvolvam gestões. O mesmo pode ser dito em relação ao
um pequeno texto a respeito da percepção avanço da imagem angelical e o afastamento
que se pode ter da teoria da doutrina do Des- dos animais selvagens e índios e sua substi-
tino Manifesto. Solicite que observem, por tuição por animais domesticados e “homens
exemplo, a representação feminina angelical, brancos”.

© Christie’s Images/ Corbis-Latinstock

John Gast, American Progress, 1872.

Avaliação da Situação de
Aprendizagem tendo como viés analítico a problematização
da ideologia do progresso, consiste no foco
Espera-se que, com o tratamento dos temas central das atividades propostas.
“Expansão para o Oeste” e doutrina do “Des-
tino Manifesto”, os alunos possam apreender Proposta de questões para avaliação
aspectos referenciais da história dos Estados
Unidos da América no século XIX, estabe- 1. (Fuvest – 2008) Nos Estados Unidos, a Ex-
lecendo, sobretudo, paralelos com a história pansão para o Oeste se completou no final
contemporânea do país. A crítica à ideia ex- do século XIX. Discorra sobre esse fenô-
pansionista e missionária dos Estados Unidos, meno histórico no que se refere:

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a) à questão indígena e à incorporação de nômica, conhecido como “marcha para o
terras para a agricultura. Oeste” ou Expansão para o Oeste. Os ide-
ais que estiveram por trás desse expansio-
Durante o processo expansionista para o nismo ficaram conhecidos como a doutrina
Oeste, as populações indígenas ou foram do “Destino Manifesto”, ou seja, a crença
completamente dizimadas ou deslocadas de que os colonos pertenciam ao “povo es-
para outros territórios, visto serem consi- colhido” por Deus para levar o progresso, a
deradas empecilhos para o desenvolvimen- civilização, a liberdade para os povos e es-
to norte-americano. A resistência nativa foi paços ainda não conquistados.
percebida historicamente na construção da
imagem do índio como selvagem, um bár- 3. Qual dos itens a seguir apresenta fatores
baro a ser civilizado, colonizado. Ao se ex- que contribuíram para a expansão norte-
pandirem, além do aniquilamento dos povos americana para o Oeste?
indígenas, os colonos destruíram seus recur-
sos e fontes de sobrevivência, apossando-se a) Busca pelo ouro e integração pacífica e
de terras para agricultura, construção de total com os indígenas.
ferrovias e demais empreendimentos ligados
à expansão capitalista. b) Integração pacífica e total com os indí-
genas e desenvolvimento tecnológico.
b) ao Oeste, como temática da cultura nor-
te-americana, por exemplo, na literatura, c) Busca pelo ouro, incentivos governamen-
no cinema e nos meios de comunicação. tais (venda a preços módicos e concessão
de terras) e imigração dos europeus.
O tema da Expansão para o Oeste foi e
ainda é, em alguma medida, de grande in- d) Imigração dos europeus e valorização
teresse para a indústria cinematográfica do dólar.
norte-americana, tendo contribuído sig-
nificativamente para uma construção es- 4. (Fuvest – 2001) A incorporação de novas
tereotipada da imagem dos índios que, ao áreas, entre 1820 e 1850, que deu aos Es-
resistirem aos invasores, eram entendidos tados Unidos sua atual conformação ter-
como “selvagens”, “bárbaros” e “bandidos” ritorial, estendendo-se do Atlântico ao
diante dos civilizadores, não sendo diferente Pacífico, deveu-se fundamentalmente:
também na literatura. A ideia de Destino
Manifesto esteve presente na elaboração de a) a um avanço natural para o Oeste, ten-
todo esse imaginário, estabelecendo opostos do em vista a chegada de um imenso
dicotômicos como bárbaros e civilizados, contingente de imigrantes europeus.
bandidos e mocinhos, bem e mal.
b) aos acordos com as lideranças indíge-
2. Escreva a respeito da história dos Estados nas, Sioux e Apache, tradicionalmente
Unidos da América no século XIX, a partir aliadas aos brancos.
da perspectiva da Expansão para o Oeste e a
doutrina do Destino Manifesto. c) à vitória na guerra contra o México que,
derrotado, foi obrigado a ceder quase
O final do século XVIII e o século XIX metade de seu território.
marcam para os Estados Unidos da Améri-
ca um período de grande prosperidade eco- d) à compra de territórios da Inglaterra e

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História - 2a série - Volume 4

da Rússia que assumiram uma posição Propostas de Situações de


pragmática diante do avanço norte-ame- Recuperação
ricano para o Oeste.
Proposta 1
e) à compra de territórios da França e da
Espanha que estavam, naquele período, Solicite aos alunos que pesquisem a respei-
atravessando graves crises econômicas to da atual presença militar e política dos nor-
na Europa. te-americanos nos países do Oriente Médio.
Em seguida, solicite que elaborem um texto que
5. (Coordenadoria de Admissão aos Cursos estabeleça um paralelo entre o contexto pesqui-
Regulares FGV – 2002) “Fale macio e use sado e a doutrina do Destino Manifesto.
um porrete”, dizia o presidente norte-ame-
ricano Theodore Roosevelt para justificar Proposta 2
a política externa dos EUA. A respeito da
política conhecida como “Big Stick”, po- Peça aos alunos que façam uma pesquisa
demos afirmar: sobre a imigração europeia e sua relação com
a expansão norte-americana para o Oeste no
a) significou uma medida pragmática dos século XIX (você pode sugerir que busquem
norte-americanos logo após a indepen- analisar, sobretudo, as motivações dos euro-
dência, buscando superar o isolamento peus para saírem de seus países de origem e
diplomático, ao mesmo tempo em que emigrarem para os Estados Unidos da Amé-
combatia o exército britânico. rica e os incentivos oferecidos pelo governo
norte-americano).
b) era o lema dos Estados do Norte duran-
te a Guerra de Secessão, durante a qual Recursos para ampliar a perspectiva
os escravos foram libertados, como for- do professor e do aluno para a
ma de enfraquecer as forças sulistas. compreensão do tema
c) diz respeito à política norte-americana livros
com relação à América Latina durante a
Guerra Fria, quando deu apoio político e FOHLEN, C. O faroeste. São Paulo: Compa-
militar a diversas ditaduras militares, vi- nhia das Letras, 1989. (Vida Cotidiana). O li-
sando impedir o estabelecimento de regi- vro apresenta um pouco da história de índios,
mes comunistas semelhantes ao de Cuba. “pioneiros” da mineração, da criação de gado,
da agricultura, dos transportes e outros aspec-
d) foi uma continuidade do expansionismo tos que envolveram esse período da história
interno, marcado pela Marcha para o norte-americana.
Oeste e pela Guerra Civil (de Secessão),
que implicou seguidas intervenções mili- KARNAL, L. et. al. História dos Estados
tares norte-americanas que transforma- Unidos: das origens ao século XXI. 2. ed.
ram o Caribe em sua área de influência. São Paulo: Contexto, 2008. <http://www.
editoracontexto.com.br>. A obra engloba o
e) foi a orientação dada pelo serviço secreto século XIX e aborda importantes aspectos
norte-americano a seus agentes infiltrados desse contexto, como a expansão norte-ame-
na URSS e nos países da chamada Cor- ricana, a Guerra Civil (de Secessão) e decor-
tina de Ferro no Leste europeu. rências relacionadas.

15
SITUAçãO DE APRENDIzAGEM 2
A GUERRA CIVIL (GUERRA DE SECESSãO)

O objetivo desta Situação de Aprendiza- os do Sul como agrários; contudo, essa visão
gem é apresentar e problematizar para os alu- carece de maior aprofundamento. Ao longo
nos um tema de compreensão imprescindível desta Situação de Aprendizagem, além de uma
para o entendimento da história dos Estados caracterização dos dois blocos em questão,
Unidos da América na segunda metade do sé- pretende-se estabelecer uma contextualiza-
culo XIX: a Guerra Civil, também conhecida ção problematizada de alguns dos principais
como Guerra de Secessão (1861-1865). A tra- aspectos políticos e econômicos envolvidos
dição historiográfica consagrou dicotomica- no conflito, principalmente pelo viés da escra-
mente os interesses em questão, delimitando vidão, um dos principais motivos da Guerra
os Estados do Norte como industrializados e Civil.

tempo previsto: 4 aulas.

Conteúdo e temas: Guerra Civil e desenvolvimento capitalista dos EUA.

Competências e habilidades: caracterização dos interesses das partes envolvidas na guerra, o Norte e o
Sul dos Estados Unidos da América.

Estratégias: aula expositiva e filme.

Recursos: mapas e textos.

Avaliação: pesquisa e participação.

Sondagem e sensibilização e orientações político-ideológicas muito simi-


lares, como doutrina do “Destino Manifesto”,
Você pode pedir aos alunos, na aula que políticas de expansionismo e guerras contra o
antecede o início desta Situação de Aprendi- México. Pergunte se, no contexto brasileiro
zagem, que pesquisem como lição de casa o ou em outros, eles conhecem outro exemplo
significado da palavra “secessão” ou, ainda, de guerra separatista.
você pode simplesmente indagá-los em sala,
levando-os, caso seja necessário, à compreen- Roteiro para aplicação da Situação
são de que se refere ao ato de separação, de de Aprendizagem
separar o que estava unido. Diga que esse foi o
nome dado à guerra entre os Estados do Nor- Para o desenvolvimento desta Situação de
te e os Estados do Sul dos Estados Unidos, na Aprendizagem, divida a classe em dois grandes
segunda metade do século XIX, conflito que, grupos (com metade da turma em cada um). A
mais apropriadamente, pode ser chamado de seguir subdivida-os em equipes menores (prefe-
Guerra Civil. É importante que, ao desen- rencialmente com quatro integrantes) e solicite
volver esse conteúdo, os alunos saibam que, que desenvolvam, por meio de pesquisa, uma
apesar da guerra, os Estados do Norte e os do caracterização dos Estados do Norte e do Sul,
Sul haviam desenvolvido projetos em comum à época da Guerra Civil (por exemplo: caso sua

16
História - 2a série - Volume 4

turma tenha 40 alunos, você terá 5 grupos de social do proprietário. Além disso, a ideia
4 alunos para pesquisar sobre cada um dos de que brancos e negros jamais poderiam
lados da guerra). Peça que tragam no Cader- conviver em harmonia também reforçava a
no do Aluno, em forma de tópicos, os aspec- escravidão, na medida em que, segundo essa
tos definidores das colônias pesquisadas. Você premissa, nada se poderia fazer com os ne-
pode direcionar seus alunos para a biblioteca gros, caso ficassem livres. Outro importan-
da escola ou para uma biblioteca pública de te fator que pesava contra a possibilidade
seu município. Peça para procurarem livros de abolição da escravatura é que o escravo,
que tratem da história dos Estados Unidos da como mercadoria, já fazia parte do mer-
América no século XIX, particularmente sobre cado econômico do país. Ele estava inserido
a Guerra Civil, ou Guerra de Secessão. Na pes- numa complexa rede de compra e venda e
quisa, é importante que observem o roteiro a sua força de trabalho sustentava a produ-
seguir, que contém aspectos gerais a respeito ção nos campos, sendo o responsável pela
do conflito e outros que deverão ser abordados mobilização de milhões de dólares. Quanto
de acordo com o tema de cada grupo: mais se dependia do escravo, maior era o
esforço para mantê-lo nessa posição, mes-
f as origens da guerra; mo porque crescia cada vez mais o receio
f as partes envolvidas; de manifestações coletivas de escravos, que de
f os interesses em questão; fato resistiam, fugiam ou matavam senho-
f as características definidoras do grupo das res em nome da liberdade.” FERNANDES,
colônias pesquisadas. Luiz Estevam; MORAES, Marcus Vinícius de. Os
EUA no século XIX. In: KARNAL, L et. al. His-
Na data combinada, peça a um represen- tória dos Estados Unidos: das origens ao século
tante de cada grupo que exponha à classe as XXI. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2008. <http://
caracterizações dos Estados do Norte e do Sul. www.editoracontexto.com.br>.
Avalie-as e, se for o caso, complemente-as e
anote-as em duas colunas (Norte/Sul) na lou- f “Mesmo tendo interesses e estruturas bem
sa. Provavelmente, muitas características se re- diferentes, não se pode afirmar que as re-
petirão; busque enfatizar as orientações gerais giões fossem completamente antagônicas. O
sobre os Estados do Sul, onde predominava o Norte, mais avançado em termos industriais,
trabalho escravo, e do Norte, onde prevalecia o tinha uma classe média nascente e uma in-
trabalho livre. Reitere que esta questão era obje- dústria de importância crescente. O Sul,
to de grandes discussões políticas nos diferentes embora apresentando características funda-
Estados norte-americanos da época (trabalhe mentalmente agrícolas, baseava-se no siste-
as outras caracterizações arroladas pelos alunos ma de ‘plantation’ e escravidão, muito bem
ao longo da aula, estabelecendo conexões com inserido no sistema capitalista; o escravo era
o conteúdo estudado). Com base nessa con- visto como mercadoria. O Sul interagia eco-
traposição, desenvolva uma contextualização nomicamente com o Norte e participava do
do período que aborde os seguintes aspectos: comércio internacional, especialmente com
a Inglaterra. Mesmo se constituindo de dois
f O Sul era um grande produtor de tabaco ‘mundos’ bastante diferentes, um ao Norte –
e algodão, principalmente nos Estados da de trabalhadores livres, assalariados, peque-
Virgínia, da Geórgia e de Maryland. “Nes- nos proprietários e mais consistente classe
sas regiões, ter um escravo era o mesmo média urbana – e o outro, ao Sul, escravista
que ter um valioso bem e a quantidade de e senhorial –, a ideia de superioridade do ho-
escravos simbolizava posição de prestígio mem branco era comum e inquestionável em

17
ambos. Nos dois mundos, os negros estavam f os Estados do Sul, com menos recursos
fora das decisões políticas e eram vítimas e menor contingente, não resistiram às
de preconceito, principalmente no Sul, onde pressões dos Estados do Norte, tendo sido
a escravidão era garantida por lei.” (FER- vencidos pelo esgotamento de seus recur-
NANDES; MORAES, 2008, p. 129). sos e por boicotes comerciais estrangei-
ros. O Norte conseguiu obstruir a venda
Tendo estabelecido essa contextualização, de algodão para o exterior mobilizando a
observe, ainda, que: Marinha.

f apesar das semelhanças, as contradições e f com a vitória do Norte, Abraham Lincoln


divergências eram crescentes entre o Nor- propôs a emancipação gradual dos escra-
te industrializado e o Sul agrícola. O Norte vos e um conjunto de leis que enfraquece-
almejava expandir, no próprio país, seu mer- ram ainda mais os sulistas, como a “Lei
cado consumidor; já o Sul, com sua eco- do Confisco”, de 1861, segundo a qual
nomia baseada nas grandes monoculturas, “qualquer propriedade usada em favor dos
almejava a exportação. No que se refere à confederados (como gado, algodão, ma-
política econômica, os industriais do Norte térias-primas e, sobretudo, escravos) que
desejavam políticas e tarifas alfandegárias caísse em mãos dos nortistas seria imedia-
protecionistas, visando a se proteger da con- tamente confiscada. Essa lei impulsionou
corrência europeia, já os latifundiários sulis- as fugas coletivas de escravos das fazendas,
tas eram contrários às tarifas protecionistas, pois sabiam que, em mãos dos nortistas, po-
sendo livre-cambistas, almejando a venda de deriam alcançar a liberdade” e a de 1862,
seus produtos agrícolas no mercado externo “que declarava livre todo escravo captura-
e a importação de manufaturados. do ou fugido” (FERNANDES; MORAES,
2008, p. 133). Outra lei, desse mesmo ano
f a população do Norte (em meados do sé- (Homestead Act – Lei de Terras), “entre-
culo XIX) era bem maior que a do Sul, que gava um quarto de um distrito ainda não
tinha maior força política junto ao governo desenvolvido no Oeste para qualquer famí-
federal, pressionando-o, frequentemente, a lia ou indivíduo maior de 21 anos dispostos
estender a escravidão aos novos territórios, a migrar para a região” (FERNANDES;
o que era alvo de intenso debate político MORAES, 2008, p. 134). No ano de 1863,
entre escravistas e abolicionistas. como resultado das leis anteriores, ocorreu,
finalmente, a emancipação dos escravos.
f essas duas orientações se polarizaram entre
Stephen Douglas (democratas) e Abraham A Guerra Civil levou à morte cerca de 600
Lincoln, nas eleições de 1860, vencidas por mil norte-americanos. Após a vitória do Norte,
este último. Apesar de não ser abertamente seguiu-se um longo período de discussões a
abolicionista, Lincoln tendia aos interesses respeito do destino a ser dado aos vencidos e
dos Estados do Norte e sua vitória acirrou como incorporá-los à União. Ao término da
os conflitos entre o Norte e o Sul, levan- guerra, seguiu-se um período de reconstrução
do muitos Estados (Carolina do Sul, Ala- e prosperidade econômica, sobretudo para os
bama, Flórida, Mississipi, Geórgia, Texas Estados do Norte. É nesse contexto, no qual
e, posteriormente, outros) a se separarem prevaleceram as orientações de protecionismo
(Secessão) da União e formarem os Esta- alfandegário e trabalho livre que se pode co-
dos Confederados da América, com um nhecer melhor a grande ascensão norte-ame-
presidente próprio (Jefferson Davis). ricana do final de século XIX.

18
História - 2a série - Volume 4

Para dar sequência ao conteúdo traba- 2. (Fuvest – 2000) “A Ku-Klux-Klan foi


lhado na aula passada, caso seja viável, su- organizada para segurança própria... o
gerimos que selecione e apresente para os povo do Sul se sentia muito inseguro. Ha-
alunos fragmentos de um filme acerca da te- via muitos nortistas vindos para cá (Sul),
mática explorada e solicite que busquem as formando ligas por todo o país. Os negros
caracterizações anteriormente estudadas so- estavam se tornando muito insolentes e
bre os Estados do Norte e do Sul e, também, o povo branco sulista de todo o Estado
a figura dos escravos e as relações entre bran- do Tennessee estava bastante alarmado.”
cos e negros. Solicite que observem como (Entrevista de Nathan Bedford Forrest
essas questões são tratadas nos trechos do ao Jornal de Cincinnati, Ohio, 1868.) A
filme exibido. Existe um grande número de leitura deste depoimento, feito por um
obras sobre essa temática ou apresentando membro da Ku-Klux-Klan, permite en-
conteúdos a ela relacionados, como: Tempo tender que esta organização tinha por
de glória (direção de Edward zwick, 1989), objetivo:
Amistad (direção de Steven Spielberg, 1997),
E o vento levou... (direção de Victor Fleming, a) assegurar os direitos políticos da po-
1939). Após a apresentação do filme, solicite pulação branca, pelo voto censitário,
que organizem por escrito as principais re- eliminando as possibilidades de parti-
cipação dos negros nas eleições.
lações entre ele e o tema estudado. A aula
seguinte deverá destinar-se para que os alu-
b) impedir a formação de ligas entre nor-
nos socializem as suas conclusões a respeito
tistas e negros, que propunham a refor-
dessas relações, sob sua coordenação.
ma agrária nas terras do sul dos Estados
Unidos.
Avaliação da Situação de
Aprendizagem c) unir os brancos para manter seus privi-
légios e evitar que os negros, com apoio
É de grande importância que ao término dos nortistas, tivessem direitos garanti-
do desenvolvimento desta Situação de Apren- dos pelo governo.
dizagem, os alunos entendam quais foram os
principais interesses e conflitos em jogo na d) proteger os brancos das ameaças e mas-
Guerra Civil norte-americana. sacres dos negros, que criavam empeci-
lhos para o desenvolvimento econômico
Proposta de questões para avaliação dos Estados sulistas.

1. Com base no conteúdo estudado, caracteri- e) evitar confrontos com os nortistas, que
ze os Estados do Norte e do Sul na Guerra protegiam os negros quando estes ata-
Civil. cavam propriedades rurais dos sulistas
brancos.
Os Estados do Norte caracterizavam-se
pelo protecionismo alfandegário, industria- 3. (Fuvest – 2000) Entre as mudanças ocor-
lização e por defenderem o fim da escravi- ridas nos Estados Unidos, após a Guerra
dão. Os Estados do Sul caracterizavam-se de Secessão (1861-1865), destacam-se:
pela defesa do câmbio livre, pela produção
agrícola no Oeste e pela manutenção da es- a) a garantia de direitos civis e políticos aos
cravidão. negros – incluindo o direito ao sufrágio

19
universal – e o reconhecimento da cida- para os escravos capturados ou fugidos;
dania dos imigrantes recém-chegados. direito ao voto para homens negros.

b) a consolidação da unidade nacional, a d) “Leis do Confisco” de propriedades usa-


chegada de novas levas de imigrantes, das pelos confederados e direito ao voto
o aumento do mercado interno e um para os homens negros.
grande desenvolvimento industrial.
Propostas de Situações de
c) graves desentendimentos em relação Recuperação
às fronteiras com o México, levando a
uma nova guerra, na qual os Estados Proposta 1
Unidos ganharam metade do território
mexicano. Solicite aos alunos que, de posse das ca-
racterizações que registraram dos Estados do
d) o incentivo à vinda de imigrantes e a Norte e do Sul, distribuam, em um quadro a
definitiva ocupação do Oeste, cujas ser feito e entregue a você, os interesses de na-
fronteiras, em 1865, ainda estavam nas tureza econômica e política de cada um dos
Montanhas Rochosas. conjuntos analisados. Sabemos que esses in-
teresses estão diretamente ligados, mas essa
e) o empobrecimento e a humilhação do divisão pode auxiliar a melhor compreensão
Sul, que, derrotado pelo Norte, foi ali- do conteúdo estudado.
jado das esferas do poder federal e teve
sua reconstrução impedida. Proposta 2

4. Durante a Guerra de Secessão, Abraham Peça aos alunos que analisem a temática da
Lincoln propôs uma série de mudanças le- escravidão do ponto de vista dos Estados do
gislativas. Algumas delas foram: Norte e do Sul, desenvolvendo os principais
argumentos em defesa de seu fim ou de sua
a) Lei do Ventre Livre, direito ao voto para permanência.
os negros (homens e mulheres).
Recursos para ampliar a perspectiva
b) “Leis do Confisco” de propriedades usa- do professor e do aluno para a
das pelos confederados e de liberdade compreensão do tema
para os escravos capturados ou fugidos;
lei de terras (Homestead Act) – conces- livro
são de terras para famílias ou indivíduos
maiores de 21 anos dispostos a migrar. EISENBERG, Peter L. Guerra civil americana.
São Paulo: Brasiliense, 1999. Esse livro oferece
c) “Leis do Confisco” de propriedades usa- uma visão introdutória do quadro de conflitos
das pelos confederados e de liberdade e interesses envolvidos na Guerra Civil.

20
História - 2a série - Volume 4

SITUAçãO DE APRENDIzAGEM 3
ABOLIçãO E IMIGRAçãO

O Brasil foi organizado, durante quase de 1824, no reinado de D. Pedro I. Trata-se de


todo o século XIX, como uma monarquia um longo período e com diversos desdobra-
absolutista e a Constituição nacional que vi- mentos interessantes. Porém, para esta Situa-
gorou por mais tempo na história do Brasil ção de Aprendizagem trataremos da abolição
independente foi aquela outorgada em março da escravidão e da imigração europeia.

tempo previsto: 3 aulas.

Conteúdos e temas: Segundo Reinado no Brasil; abolição e imigração.

Competências e habilidades: elaborar e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para a
compreensão dos processos histórico-geográficos; comparar processos de formação socioeconômica,
relacionando-os com seu contexto histórico e geográfico. A partir de textos, analisar os processos de
transformação histórica, identificando suas principais características ecônomicas, políticas e sociais.
Reconhecer que as transformações da história não decorrem, apenas, da ação das chamadas grandes
personagens.

Estratégias: análise de documentos e dados estatísticos.

Recursos: dados de pesquisa e textos.

Avaliação: produção de texto e análise de dados.

Pré-requisitos curriculares São Paulo. O autor, Antônio Bento de Souza e


Esta Situação de Aprendizagem deve ser Castro, apresenta o fugitivo para João Clapp,
presidente da Confederação Abolicionista:
abordada após certo andamento nos estudos so-
bre o Brasil Monárquico, pois, para seu melhor
aproveitamento, é interessante que os alunos do- São Paulo, 5 de janeiro de 1883.
minem os seguintes temas: 1) Primeiro Reinado ilmo. Sr. João Clapp,
(1822-1831): consolidação do Estado Nacional,
O portador desta é Francisco, o mais infeliz
Constituição de 1824, crise política e declínio dos escravos dessa província, visto que pertence
de D. Pedro I. 2) Período Regencial: as mani- a um façanhudo fazendeiro que não cessa de
festações federalistas e republicanas e o golpe persegui-lo. Peço a Vossa Senhoria que o proteja
da maioridade. 3) Segundo Reinado: a política e, se tiver ocasião, remeta-o para o lugar
e a economia do período, as relações exteriores, mais longe possível.
a migração europeia, a Guerra do Paraguai e as Sou com estima e consideração
campanhas abolicionista e republicana. De Vossa Senhoria
Amigo, criado e venerador
Sondagem e sensibilização Antônio Bento de Souza e Castro.
No início da aula, oriente os alunos para Revista Illustrada, 19 de maio de 1888, p. 2. Apud: SILVA,
que leiam no Caderno do Aluno a seguinte car- Eduardo. As camélias do Leblon e a abolição da escravatura.
ta que um escravo chamado Francisco carrega- São Paulo: Companhia das Letras, 2003. p. 45.
va no bolso quando fugiu de uma fazenda em

21
Explique aos alunos o contexto da situação: f Lei dos Sexagenários (1885) – Uma jogada
um escravo fugitivo pede auxílio para se escon- jurídica orquestrada por João Dantas e Rui
der a um membro da elite carioca que presidia Barbosa, entre outros. Esta lei corroborava
uma organização contrária à escravidão. Res- a tese do jovem jurista de que a escravidão
salte que se trata de um documento secreto, era ilegal, pois já havia sido abolida por
publicado na imprensa somente cinco anos uma lei de 1831, assinada no Período Re-
após sua escrita e, importante citar, revelado gencial, sob pressão da Inglaterra, mas que
somente após a Abolição, pois era ilegal pro- nunca fora respeitada e tampouco anulada.
teger e ajudar escravos fugitivos. Provavelmen- A Lei do Sexagenário, antes de conceder a
te, o escravo Francisco seria encaminhado ao liberdade aos escravos com mais de 60 anos,
Quilombo do Leblon, no Rio de Janeiro. Um pretendia mapear a idade dos demais escra-
local protegido pela elite carioca abolicionista, vos e defender que todos aqueles que tives-
que contava, com o apoio da princesa Isabel, sem chegado depois de 1831 deveriam ser
entre outras pessoas. Ou seja, trata-se de um alforriados sem indenização alguma, pois
forte indício da crise do sistema escravista. haviam sido ilegalmente contrabandeados.

Roteiro para aplicação da Situação f Lei Áurea (1888) – A escravidão, que dava
de Aprendizagem sinais de desgaste desde 1850, finalmente
acabou abolida. Foi um processo lento,
Na aula seguinte, organize uma explana- cujo desfecho despertou a indignação da
ção sobre as principais leis abolicionistas da elite escravista, que aguardava uma indeni-
segunda metade do século XIX. O trabalho zação paga pelo governo.
escravo suportava uma carga enorme de críti-
cas e desafetos oriundos de diferentes setores É interessante notar as relações entre a
sociais e que desejavam a destruição daquele imigração europeia e a crise do escravismo
pilar que, até então, sustentava o trabalho no no Brasil. Para tanto, ao final da aula, peça
Brasil. Quilombos, casas para esconder escra- aos alunos que observem os seguintes núme-
vos, acaloradas discussões jurídicas, livros e ros que se encontram reproduzidos também
fugas em massa contribuíram para a crise do no Caderno do Aluno:
sistema escravista e para o constante cresci-
mento da migração europeia para o Brasil. Números aproximados de imigrantes
europeus que entraram no Brasil (1870-1889)
Organize uma explanação sobre:
Ano Total Ano Total
f Lei Eusébio de Queiróz (1850) – Relacio-
ne-a com a imigração europeia para o Brasil. 1870 5 000 1880 30 000
1871 12 500 1881 11 500
f Lei do Ventre Livre (1871) – Ressalte a 1872 19 000 1882 29 500
participação de escravos na Guerra do 1873 15 000 1883 34 000
Paraguai. Os abolicionistas conseguiram 1874 20 000 1884 25 000
apoio do exército e de intelectuais que, 1875 14 500 1885 35 500
inspirados pela terceira fase do Romantis- 1876 30 500 1886 33 500
mo literário, chamada condoreira, critica- 1877 29 500 1887 56 000
vam a exploração do trabalho africano no 1878 24 500 1888 133 000
Brasil. O poema Navio negreiro, de Castro 1879 22 500 1889 107 000
Alves, estudado nas aulas de literatura, foi Disponível em: <http://www.memorialdoimigrante.
publicado em 1869. org.br/historico/e1.htm>. Acesso em: 18 set. 2009.

22
História - 2a série - Volume 4

Peça aos alunos, como tarefa de casa, que re- As políticas de incentivo do governo
lacionem os dados apresentados no quadro com brasileiro, bem como as atuações do Conde
a cronologia do período estudado e apontem as de Gobineau na política e nas justificativas
relações entre o abolicionismo e a imigração. ideológicas (veja o Caderno do Volume 1, que
trata de Neocolonialismo), devem ser traba-
Na aula prevista, verifique a tarefa dos alu- lhadas também. Lembre os alunos de que os
nos, evidenciando que nos anos em que foram imigrantes vinham substituir os escravos e as
aprovadas leis abolicionistas, ou nos seguintes, condições de vida nem sempre eram tão boas
ocorreram saltos no número de imigrantes eu- quanto a descrição anterior. Da mesma forma
ropeus que entraram no Brasil. Partindo dessa que o documento anterior, o próximo a ser
análise, inicie a aula sobre a imigração europeia. lido encontra-se reproduzido no Caderno do
Aluno. Trata-se do trecho da carta de um imi-
leitura e análise de texto
grante italiano que vivia em São José do Rio
Apresente, sucintamente, o contexto eu- Pardo:
ropeu do século XIX, destacando a segunda
metade, repleta de conflitos e guerras que ge-
ravam quadros de miséria, fome e desigualda- “[...] Muitos imigrantes se arrependeram
de social. É curioso notar como alguns alunos ao encontrarem-se tão longe da terra natal.
resistem a aceitar o fato de alguns imigrantes Muitos que tinham três filhos ficaram sem ne-
terem “trocado” a Europa pelo Brasil. Por nhum. As mães desesperadas amaldiçoaram a
isso, é importante que você ressalte que as ‘Mérica’ e procuraram retornar à Itália, por
imagens atuais de um continente em paz, que meio da emigração. Outros tantos não tive-
a maior parte do tempo desfruta de estabilida- ram sorte com as famílias, vendo-se no meio
de econômica e social, estão muito distantes do desolamento. Muitos morreram de paixão.
da realidade vivida pelos europeus há um sé- É preciso pensar seriamente antes de em-
culo e meio. Para ilustrar, peça aos alunos que preender a longa viagem, porque facilmente
acompanhem no Caderno do Aluno a leitura se arruína. Não aconselho ninguém a partir
do seguinte trecho de uma carta originária da quando não se é chamado por parentes. [...]”
colônia fluminense de Santa Justa, escrita por
um imigrante alemão em 1852: Trecho da carta de Giuseppe Manzoni, de 11 de março de
1889. Disponível em: <http://www.saojoseonline.com.br/
nuova/pag126.htm>. Acesso em: 22 jul. 2009.
“O nosso contentamento ao chegarmos ao
Rio de Janeiro era indescritível. Quando che-
gamos à colônia, encontramos quase todas as
casas prontas e não precisamos nos preocupar Até a década de 1970, o Brasil recebeu
com gêneros alimentícios. 1 kg de café, a mes- mais imigrantes do que enviou brasileiros
ma quantidade de açúcar, 2 kg de toucinho, para o exterior. Atualmente, há grandes co-
2 kg de carne, arroz, feijão, farinha, o que na lônias de emigrantes brasileiros na Europa,
Alemanha mal podia ser consumido em um nos Estados Unidos e na Ásia, principalmen-
mês, eu consumo agora em uma semana.” te no Japão.
Carta de Joh. Christoph Gottfried Reinhardt e esposa.
09 de julho de 1852. Apud: ALVES, Débora Bendocchi. Assim, é interessante, após a discussão so-
Carta de imigrantes para o historiador: Rio de Janeiro- bre o fluxo de entrada de europeus no Brasil,
Turíngia (1852-1853). Revista Brasileira de História, v. 23. discutir o fluxo inverso, de saída de brasileiros,
n. 45, jul. 2003. verificado nos últimos 40 anos.

23
Também é interessante registrar o mo- f As motivações para emigrar do Brasil estão
vimento, desde 2008, de retorno de muitos relacionadas, normalmente, às dificuldades
brasileiros que vivem no exterior, quando os de ascensão social e econômica, à miséria,
efeitos da crise econômica se fazem sentir, aos salários baixos e ao desemprego.
fundamentalmente pela diminuição da oferta f As exigências para ser aceito como imi-
de trabalho durante a recessão. grante podem ser encontradas nos sites
das embaixadas. Entre elas, destacam-se:
Peça aos alunos que pesquisem, em grupo, depósitos financeiros, emprego garantido e
as condições atuais de um brasileiro que vive ascendência familiar.
fora do Brasil e que produzam um texto com f Algumas regiões motivam a entrada de
a síntese dos dados coletados e, se houver dis- imigrantes para suprir carências de mão
ponibilidade de tempo, organize um debate de obra, de população ou de trabalhadores
sobre o assunto. Oriente a pesquisa para que com diferentes especializações.
contenha: f Há certa semelhança entre os dois proces-
sos, principalmente porque os imigrantes,
f relatos de emigrantes que contenham opi- nos dois períodos, buscam melhores con-
niões sobre melhora ou piora da qualidade dições de vida. Porém, no século XIX,
de vida. a maioria dos europeus vinha substituir
f as principais motivações apresentadas para a mão de obra escrava no Brasil e, atual-
justificar a saída do Brasil. mente, os brasileiros que emigram, vão
f principais exigências legais da União Eu- para a Europa, Estados Unidos e Japão
ropeia, Estados Unidos e Japão para imi- para ocupar postos de trabalho menos es-
grantes brasileiros. pecializados, de remuneração mais baixa.
f o interesse de algumas regiões em receber A crise da economia agrária escravista do
trabalhadores brasileiros. Brasil no século XIX deu início à imigra-
f diferenças e semelhanças entre os contex- ção europeia, mas é interessante notar que
tos das migrações dos séculos XIX-XX e no século XX os imigrantes também par-
XX-XXI. ticiparam do processo de industrialização
f motivações que estão levando parte dos do Brasil.
brasileiros a retornar em função dos efeitos f Na mídia, as notícias de brasileiros que fo-
da crise a partir de 2008. ram tentar a sorte em países estrangeiros,
têm cedido espaço para grupos que estão
Avaliação da Situação de fazendo o caminho inverso neste momen-
Aprendizagem to de crise, pela perda de seus empregos
e diminuição de oportunidades de traba-
A finalização, em forma de texto, tem por lho, formal ou não. Em janeiro de 2009,
objetivo problematizar a onda inversa de mi- as notícias de desemprego de dekasseguis
grações que marcam a história do Brasil e da (brasileiros descendentes de japoneses que
Europa, bem como as transformações nas imigraram para o Japão) têm sido alar-
relações de trabalho nos séculos XIX e XX. mantes, principalmente porque muitos não
Leve em conta os seguintes aspectos: têm recursos ou dependem de ajuda finan-
ceira para fazer o caminho de volta. Em-
f Os relatos de melhora ou piora podem va- bora a Situação de Aprendizagem aborde a
riar, assim como os relatos lidos durante a questão da imigração europeia especifica-
atividade. Os alunos devem perceber essa mente, este momento de crise globalizada
pluralidade em seus textos. pode ser um bom mote para potencializar

24
História - 2a série - Volume 4

o tema principal, ampliando as discussões da elaboração da Constituição da Mandio-


em sala de aula. ca de 1823, anulada por D. Pedro I.

Proposta de questões para avaliação 2. Acredita-se que Bernardo Pereira de Vas-


concelos (1795-1850), influente político que
1. Leia o texto e responda às seguintes per- atuou em grande parte do período monár-
guntas: quico no Brasil, teria dito no final do Pe-
ríodo Regencial (1831-1840): “Fui liberal;
titUlO 5o então a liberdade era nova no país, estava
nas aspirações de todos, mas não nas leis,
Do Imperador. o poder era tudo: fui liberal”. Essa frase foi
CAPitUlO i. proferida em meio à fundação do Partido
Do Poder Moderador.
Conservador, ao “Regresso” que marcou o
final das regências.
Art. 98. O Poder Moderador é a chave
de toda a organização política, e é delegado O que motivou um político como Bernar-
privativamente ao Imperador, como Chefe do Pereira a abandonar o posicionamento
Supremo da Nação, e seu Primeiro Represen-
liberal? Justifique, utilizando elementos do
tante, para que incessantemente vele sobre a
contexto político da época.
manutenção da Independência, equilíbrio, e
harmonia dos mais Poderes Políticos.
Bernardo Pereira abandonou o posiciona-
Art. 99. A Pessoa do Imperador é inviolá-
mento liberal em virtude do fracasso do pro-
vel, e Sagrada: Ele não está sujeito a responsa-
jeto liberal federalista implementado pelo
bilidade alguma.
Ato Adicional de 1834. Mesmo políticos
que participaram da elaboração do Ato de
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
constituicao/constitui%C3%A7ao24.htm>.
1834 desejavam revogar as medidas federa-
Acesso em: 24 jul. 2009.
listas implementadas. A unidade nacional e
a monarquia estavam ameaçadas por uma
série de revoltas motivadas, em parte, pelo
federalismo e pelas regências.
a) De qual documento elaborado no Primei-
ro Reinado ele foi retirado? Justifique. 3. Em meados do século XIX, ocorreu no
Brasil um processo de industrialização
O texto foi retirado da Constituição de atípico, denominado, por vários autores,
1824, pois menciona a tripartição do poder de “surto industrial”. As principais con-
combinada à adoção do Poder Moderador, dições que favoreceram essas transforma-
exercido pelo Imperador. ções foram:

b) Quais foram as críticas feitas na época a) a extinção do tráfico de escravos e a en-


da elaboração do documento à consti- trada de capital estrangeiro para finan-
tuição do Poder Moderador? ciar o processo.

A constituição do Poder Moderador não b) o capital gerado pelo café, o protecio-


agradou a elite liberal brasileira, principal- nismo de mercado e a introdução de
mente os políticos que haviam participado mão de obra estrangeira assalariada.

25
c) a crise da produção de cana-de-açúcar A Lei do Ventre Livre (1871) libertava os
nordestina, o aumento do incentivo do filhos das escravas nascidos a partir daque-
governo para instalação de engenhos. la data e evidenciava o crescente abolicio-
nismo na sociedade brasileira pós-Guerra
d) o financiamento gerado pela extração da do Paraguai.
borracha amazônica, a principal fonte
de riquezas do Brasil naquele período. b) De que forma o autor desenvolve o pon-
to de vista de que a situação da escravi-
e) a crise da cafeicultura e a abolição da dão começou a mudar após 1871?
escravidão que gerou mão de obra bara-
ta e desempregada.
O aumento do preço dos escravos e a limi-
tação da prática escravista por parte da
A industrialização do século XIX foi incen-
tivada pelos altos lucros do café e pela dis- Coroa funcionaram, segundo o autor, como
ponibilidade de capitais nacionais. alertas para a mudança de consciência.

4. (Vestibular UFSCar – 2001) Leia o seguinte Propostas de Situações de


trecho do livro O abolicionismo, escrito por Recuperação
Joaquim Nabuco e publicado em 1883.
Proposta 1
“Em 1871, porém, a nação brasileira deu o
primeiro aviso à escravidão de que a cons- Solicite que os alunos organizem um
ciência a vexava, e ela estava ansiosa por esquema, semelhante ao indicado em se-
liquidar esse triste passado e começar vida guida, que relaciona os principais grupos
nova. Pode alguém, que tenha adquirido políticos do Brasil Monárquico. Peça ainda
escravos depois dessa data, queixar-se de que atribuam um símbolo a cada um desses
não ter sido informado de que a reação do grupos, segundo o período indicado:
brio e do pudor começava a tingir a face da
nação? O preço dos escravos subiu depois Carinha risonha – para grupos sem desta-
da lei [...] como subira depois de acabado que e favorecidos politicamente;
o tráfico, sendo o efeito de cada lei huma- Carinha triste – para grupos desfavorecidos
nitária que restringe a propriedade huma- politicamente.
na aumentar-lhe o valor, como o de outra
qualquer mercadoria, cuja produção dimi- Se for necessário, realize a atividade com
nui quando a procura continua a ser a mes- os alunos. Chame a atenção para o seguinte
ma.” NABUCO, Joaquim. O abolicionismo. p. 93. aspecto: como no Segundo Reinado, princi-
Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/ palmente durante a Conciliação (1853-1857)
pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_ D. Pedro II soube manejar os descontenta-
obra=1835>. Acesso em: 22 jul. 2009. mentos dos partidos. Estes devem ser sinaliza-
dos com o símbolo carinha séria.
a) Identifique e escreva sobre o conteúdo
da lei de 1871, a que se refere Joaquim Vocês devem chegar aos resultados indica-
Nabuco. dos no exemplo:

26
História - 2a série - Volume 4

Primeiro Reinado Período Regencial Segundo Reinado


(1822-1831) (1831-1840) (1840-1889)

Avanço liberal
Regresso
Portugueses Restauradores
Regressistas Conservadores

Liberais Moderados

Brasileiros Progressistas Liberais

Liberais Exaltados

Abdicação Golpe da
de D. Pedro I Maioridade
(7/4/1831) 24/7/1840

Proposta 2

Construa um quadro comparativo das Recente biografia de D. Pedro II, o livro


transformações ocorridas no Brasil antes da contém interessantes trechos de documen-
chegada de D. João VI (1808) e após a que- tos sobre a vida do monarca.
da de D. Pedro II (1889), demonstrando, por
exemplo, as transformações verificadas com SILVA, Eduardo. As camélias do Leblon.
relação à unidade nacional, ao escravismo, São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
à dependência econômica e ao envolvimento Apresentação de uma pesquisa de um inu-
das elites na política brasileira. sitado ângulo do processo abolicionista
brasileiro: os quilombos pró-abolição man-
Recursos para ampliar a perspectiva tidos por membros da elite carioca do sécu-
do professor e do aluno para a lo XIX.
compreensão do tema
Revista
livros
TASINAFO, Célio Ricardo. Madrugada
CARVALHO, José Murilo de. D. Pedro II. Tumultuada. Um registro, hora a hora,
São Paulo: Companhia das Letras, 2008. dos acontecimentos que levaram ao Golpe

27
republicano e ao fim da Monarquia no Brasil. <http://www.monarquia.org.br>. Acesso em: 30
Desvendando a História, São Paulo, v. 5, p. 26- jun. 2009. Site que pode originar um inte-
31, 19 jul. 2005. ressante debate sobre a monarquia no Bra-
sil, contém perfis do herdeiro da coroa no
Filme Brasil atual, documentos e informações so-
bre o plebiscito de 1993.
Mauá – O Imperador e o Rei. Dir.: Sérgio
Resende. Brasil, 1999, 134 min. Retrato da
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
vida de Barão de Mauá e do “surto” de indus-
trialização que o Brasil vivenciou na metade (IBGE). Disponível em: <http://www.ibge.gov.
do século XIX. br/ibgeteen/povoamento/index.html>. Acesso
em: 22 jul. 2009. Site com diversos dados da
Sites formação histórica da sociedade brasileira,
com linguagem atual e tabelas comentadas
Casa Imperial do Brasil. Disponível em: que orientam suas análises.

SITUAçãO DE APRENDIzAGEM 4
IMAGINÁRIO REPUBLICANO
A República no Brasil apropriou-se de portuguesas que por muito tempo simboliza-
um vasto imaginário político, colhendo in- ram nosso país. A Situação de Aprendizagem
fluências do republicanismo americano e fran- proposta discute as origens e significados de
cês, para destruir as imagens monárquicas e símbolos do imaginário republicano.

tempo previsto: 2 aulas.

Conteúdos e temas: República no Brasil.

Competências e habilidades: elaborar e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para a
compreensão dos processos histórico-geográficos e comparar processos de formação socioeconômica,
relacionando-os com seu contexto histórico e geográfico.

Estratégias: análise de imagens, debate em grupo.

Recursos: recortes de jornal.

Avaliação: produção de texto, análise de dados.

Pré-requisitos curriculares
Situação de Aprendizagem pode ser desen- tação da República no Brasil, como atividade
volvida no início dos estudos sobre a implemen- disparadora de estudos sobre o tema.

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História - 2a série - Volume 4

© The Bridgeman Art Library/ Keystone


Eugène Delacroix, A Liberdade guiando o povo, 1831, Museu do Louvre.

Sondagem e sensibilização (1792­1795). O barrete frígio na cabeça simboli­


za o abolicionismo, defendido pelos jacobinos;
Para iniciar a aula, peça aos alunos que a imagem feminina exalta a liberdade, o repu­
observem no Caderno do Aluno a imagem blicanismo, a oposição ao rei (masculino). A
do quadro A Liberdade guiando o povo, de bandeira da França, nascida na revolução, tem
Eugène Delacroix, pintado em 1831. Pergunte vários significados, entre eles a representação
se alguém conhece a obra e sabe onde ela está dos três Estados ou ainda os ideais de Liberda­
atualmente. Em seguida, fale sobre o contexto de, Igualdade e Fraternidade. Provavelmente,
de sua elaboração, no século XIX, após as re­ Delacroix se inspirou em uma mulher que com­
voluções de 1830 na França; chame a atenção bateu nas jornadas de 1830, Marie Deschamps,
para a figura feminina central da obra cor­ daí seu nome, Marianne, um nome comum, po­
rendo sobre a trincheira e questione os alunos pular que simboliza os ideais, também popula­
sobre o reconhecimento de representações se­ res, da República Jacobina francesa.
melhantes: chame a atenção para a estátua da
Liberdade e para as imagens femininas que A Estátua da Liberdade de Nova Iorque,
estão nas notas de real que utilizamos no dia a ofertada pela Segunda República da Fran­
dia. Quem é essa mulher? Por que está presente ça (proclamada em 1848), é uma releitura do
nessas obras? Qual é seu significado? simbolismo republicano presente na obra de
Delacroix. No Brasil, a imagem de Marianne foi
Roteiro para aplicação da Situação disseminada em diversos documentos da época.
de Aprendizagem
Repare na charge publicada na época da
A imagem retratada por Eugène Delacroix proclamação da República, que traz uma re­
nasceu do imaginário da Revolução France­ presentação muito semelhante à de Delacroix,
sa, especificamente na República Jacobina utilizando os mesmos elementos simbólicos.

29
Angelo Agostini, Apud: CARVALHO, José Murilo de. A formação das almas – O
imaginário da República no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1991.

Recupere com os alunos os principais valo- f Evidencie que a liberdade defendida pelos
res defendidos pelos republicanos franceses: a franceses era, na verdade, a libertação polí-
liberdade, a igualdade, a fraternidade, o aboli- tica diante dos poderes da monarquia e da
cionismo e o sufrágio universal. São ideais que Igreja; não se tratava somente de liberdade
a atual Constituição defende. A Efígie da Repú- de expressão.
f A igualdade restringia-se à igualdade de
blica, impressa em diversos documentos oficiais
direitos e não econômica, principalmente,
do Brasil e na nossa moeda atual, o Real, foi contra os privilégios da nobreza e das elites.
inspirada na imagem de Marianne pintada por f A fraternidade entre os pares, necessária
Èugene Delacroix. Talhada em pedra, a imagem para a construção da cidadania.
da Efígie busca retratar a solidez do Regime Re- f O abolicionismo obtido às vésperas da pro-
publicano, personificando a nação brasileira. clamação da República no Brasil também
era defendido pelos republicanos franceses
um século antes.
Em seguida, peça aos alunos que se prepa-
rem para, na aula seguinte, discutir os cinco
pilares que embasaram as repúblicas francesa
e brasileira. Os grupos devem buscar notícias
de jornais e revistas ao longo da semana, que
evidenciem o respeito ou o desrespeito a esses
ideais no Brasil atual. Durante o debate, você
pode atuar como mediador, apresentando os
Inicialmente, peça aos alunos que registrem recortes de jornais e revistas e pedindo que co-
no Caderno do Aluno o que eles pensam sobre mentem a escolha daquele recorte.
cada um desses valores, escrevendo sobre os
ideais defendidos pelos republicanos franceses Avaliação da Situação de
e, em seguida, realize uma pequena explana-
Aprendizagem
ção sobre os significados que tinham na época Durante o debate, podem surgir alguns re-
da Proclamação da República Brasileira. cortes de jornal que não estejam corretamente

30
História - 2a série - Volume 4

relacionados aos temas discutidos em sala. derrubada da monarquia podem ser expli-
Mesmo assim, convém utilizá-los, para desfa- cadas, levando-se em conta diversos fato-
zer confusões e equívocos. Os demais recor- res. Entre eles, explique:
tes podem trazer notícias que demonstram o
a) a importância do Partido Republicano.
desrespeito a determinado ideal; por exemplo,
notícias de trabalho escravo (em referência ao O Partido Republicano brasileiro aproveitou
abolicionismo) ou impunidade jurídica (igual- a liberdade partidária ampla do II Reinado
dade); e também notícias que demonstram o para atrair adeptos e propagar os ideais re-
respeito a tais ideais, como festas populares e publicanos e abolicionistas no período.
cívicas (fraternidade) e liberdade de culto religio-
b) o papel dos militares apoiados nos ideais
so ou posicionamento do Estado brasileiro com positivistas.
base doutrinária em um assunto como aborto
ou pesquisas com células-tronco (liberdade). Os militares, após a Guerra do Paraguai,
adquiriram certo prestígio no Brasil e
Caso você considere mais proveitoso para passaram a almejar uma posição políti-
o desenvolvimento da proposta, disponibili- ca mais favorável, defendendo o republi-
ze o tempo de duas aulas, aproximadamente, canismo. Os militares partilhavam dos
para a realização da pesquisa, monitorada por ideais positivistas, defendidos por mem-
você, considerando que alguns alunos possam bros da comunidade civil como Quintino
Bocaiúva.
encontrar dificuldade em estabelecer as rela-
ções propostas. Assim, eles poderão apresentar 2. (Comvest/Vestibular Unicamp – 1997) Após
suas dúvidas e você pode orientá-los, já dis- a Proclamação da República, uma nova
cutindo as relações possíveis entre o material bandeira nacional foi criada para substi-
localizado e os conceitos propostos. tuir a antiga bandeira do Império. O lema
da nova bandeira era Ordem e Progresso.
Avalie tanto a pesquisa do aluno, a quanti-
dade de material pesquisado e sua correlação a) Por que o governo republicano determinou
com o tema, quanto a explanação feita por que se substituísse a antiga bandeira?
ele. Procure avaliar a assimilação do significa- A antiga bandeira exibia símbolos monár-
do dos ideais republicanos adotados na pro- quicos, substituídos pelo escudo azul estre-
clamação e a percepção da continuidade ou lado. Trata-se de uma batalha simbólica;
descontinuidade de tais ideais. porém, o verde (da família de Bragança) e
o amarelo (dos Habsburgos) permanece-
A Situação de Aprendizagem sugerida é ram.
uma excelente oportunidade para abrir as
b) Explique por que, naquele momento, era
discussões sobre os primeiros anos da Re- importante para o governo republicano de-
pública no Brasil, principalmente no que se monstrar sua preocupação com a ordem pú-
refere aos conflitos sociais e às manifestações blica e seu compromisso com o progresso.
populares de grupos excluídos e de forte re-
ligiosidade, como a Guerra de Canudos e do Os ideais positivistas de ordem e progresso
Contestado. refletem o contexto da proclamação. Ha-
via necessidade de manutenção da ordem
Propostas de questões para avaliação social para justificar o poder de um regime
que ascendeu pela força e o progresso seria
1. (Fuvest–2008) A vitória do regime repu- atingido pela industrialização e pela “mo-
blicano no Brasil (1889) e a consequente dernização” do país.

31
Proposta de Situação de a participação política do povo brasileiro na
Recuperação constituição da República recém-instaurada.

Elabore um quadro comparativo dos ideais CUNHA, Maria Clementina Pereira. Ecos da
republicanos brasileiros e dos ideais republi- folia: uma história social do carnaval carioca
canos franceses. Peça aos alunos que realizem entre 1880 e 1920. São Paulo: Companhia das
uma pequena pesquisa sobre os principais Letras. 2001. A obra ilustra as transformações
temas (liberdade, igualdade, fraternidade, abo- musicais e sociais do final do Império e dos
licionismo e sufrágio universal) e, em seguida, primeiros anos da República brasileira.
relacione-os às resoluções da Constituição de
1891. Solicite, ainda, que pesquisem o que a Filme
Constituição de 1988, a atual, estabelece sobre
esses temas. Canudos. Dir.: Sérgio Resende. Brasil, 1997, 120
min. O filme retrata a Guerra de Canudos, ocor-
Recursos para ampliar a perspectiva rida nos primeiros anos de instalação na Repú-
do professor e do aluno para a blica do Brasil.
compreensão do tema
Sites
livros
Casa Imperial do Brasil. Disponível em:
CARVALHO, José Murilo de. A formação das <http://www.monarquia.org.br>. Acesso em:
almas, o imaginário da República no Brasil. 22 jul. 2009. Site que pode originar um in-
São Paulo: Companhia das Letras, 1995. A teressante debate sobre a monarquia no
Situação de Aprendizagem foi inspirada nes- Brasil, contém perfis do herdeiro da coroa
ta obra, que traz boas análises do imaginário no Brasil atual, documentos e informações
político republicano para abordagem em sala sobre o plebiscito de 1993.
de aula.
Portfolium. Disponível em: <http://www.portfo
CARVALHO, José Murilo de. Os bestializa- lium.com.br/sites/canudos/lista.asp?ID
dos. São Paulo: Companhia das Letras, 1987. Secao=63>. Acesso em: 24 jul. 2009. Grande
O livro retrata a Revolta da Vacina do Rio de acervo de fotos sobre os confrontos na Bahia
Janeiro e tece uma interessante teoria sobre durante a Guerra de Canudos.

COnSidERAçÕES FinAiS
Caro(a) Professor(a), discussões historiográficas recentes e forne-
cer a você propostas detalhadas de desenvol-
Ao desenvolvermos os temas tratados vimento –, algo que facilitasse e subsidiasse a
neste Caderno, algumas orientações prin- elaboração de suas aulas. Enfim, assim como
cipais guiaram nossas preocupações: es- nos volumes anteriores, esperamos que este
colher, entre os temas previstos, temáticas Caderno tenha contribuído como um instru-
representativas do conteúdo a ser estudado, mental útil para o exercício de suas ativida-
fazer com que esse material apresentasse des docentes.

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