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SECRETARIA DE

GEOLOGIA, MINERAÇÃO MINISTÉRIO DE


E TRANSFORMAÇÃO MINERAL MINAS E ENERGIA
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
SECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO MINERAL
SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL – CPRM
Diretoria de Geologia e Recursos Minerais
Departamento de Recursos Minerais
Divisão de Minerais e Rochas Industriais

Programa Geologia do Brasil

PROJETO MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO


CIVIL DA REGIÃO DA GRANDE
FLORIANÓPOLIS
ESTADO DE SANTA CATARINA
Simone Zwirtes
Daiane Flora Hammes

INFORME DE RECURSOS MINERAIS


Série Rochas e Minerais Industriais, nº 19

Porto Alegre
2016
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
SECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO MINERAL
SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL – CPRM
Diretoria de Geologia e Recursos Minerais
Departamento de Recursos Minerais
Divisão de Minerais e Rochas Industriais

Programa Geologia do Brasil

PROJETO MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL DA REGIÃO DA GRANDE


FLORIANÓPOLIS

Estado dE SANTA CATARINA


INFORME DE RECURSOS MINERAIS
Série Rochas e Minerais Industriais, nº 19

Z98 Zwirtes,
Simone.

Projeto materiais para construção civil da região da grande Florianópolis / Simone


Zwirtes; Daiane Flora Hammes. Porto Alegre: CPRM, 2016.
154 p.: il. color. + 3 mapas - (Informe de Recursos Minerais. Série Rochas e Minerais
Industriais, n. XIX)
Programa Geologia do Brasil
ISBN 978-85-7499-284-6

1. Materiais de Construção. 2. Economia mineral. I. Hames, Daiane Flora. II. Título.

CDD 553.6098164

Ficha catalográfica elaborada pela Bibliotecária Ana Lúcia B. F. Coelho (CRB 10/840)

Direitos desta edição: Serviço Geológico do Brasil - CPRM


É permitida a reprodução desta publicação desde que mencionada a fonte.
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
SECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO MINERAL
SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL – CPRM
Diretoria de Geologia e Recursos Minerais
Departamento de Recursos Minerais
Divisão de Minerais e Rochas Industriais
Programa Geologia do Brasil
PROJETO MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL DA REGIÃO DA GRANDE
FLORIANÓPOLIS
ESTADO DE SANTA CATARINA
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
Fernando Coelho Filho
Ministro de Estado
Paulo Pedrosa
Secretário Executivo
SECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO MINERAL
Vicente Humberto Lôbo Cruz
Secretário
SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL - CPRM
Eduardo Jorge Ledsham
Diretor-Presidente
José Leonardo Silva Andriotti
Diretor de Geologia e Recursos Minerais (interino)
Stênio Petrovich Pereira
Diretor de Hidrologia e Gestão Territorial
Antônio Carlos Bacelar Nunes
Diretor de Relações Institucionais e Desenvolvimento
Nelson Victor Le Cocq D’Oliveira
Diretor de Administração e Finanças
Marco Túlio Naves de Carvalho
Chefe do Departamento de Geologia
Vanildo Almeida Mendes
Chefe da Divisão de Minerais e Rochas Industriais
Luiz Gustavo Rodrigues Pinto
Chefe da Divisão de Sensoriamento Remoto e Geofísica
Patricia Duringer Jacques
Chefe da Divisão de Geoprocessamento
Paulo Roberto Macedo Bastos
Chefe da Divisão de Cartografia
José Márcio Henriques Soares
Chefe do Departamento de Relações Institucionais e Divulgação (interino)
José Márcio Henriques Soares
Chefe da Divisão de Marketing e Divulgação
SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE PORTO ALEGRE
Eduardo Camozzato
Superintendente
João Ângelo Toniolo
Gerente de Geologia e Recursos Minerais
Ana Claúdia Viero
Gerente de Relações Institucionais e Desenvolvimento
Marcos Alexandre de Freitas
Gerente de Hidrologia e Gestão Territorial
Marilene Fátima Bastos
Gerente de Administração e Finanças
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
SECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO MINERAL
SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL – CPRM
Diretoria de Geologia e Recursos Minerais
Departamento de Recursos Minerais
Divisão de Minerais e Rochas Industriais

PROJETO MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL DA REGIÃO da grande


FLORIANÓPOLIS
ESTADO DE SANTA CATARINA
EQUIPE TÉCNICA
Simone Zwirtes
Daiane Flora Hammes

Supervisão Técnica do Projeto


Michel Marques Godoy

Autoria por Capítulo 7 – MINERAÇÃO E MEIO AMBIENTE


1 – INTRODUÇÃO Fábio de Lima Noronha
Simone Zwirtes Simone Zwirtes
Daiane Flora Hammes Daiane Flora Hammes

2 – CONTEXTO GEOLÓGICO E TECTÔNICO DA RGF 8 – ASPECTOS ECONÔMICOS


Eduardo Camozatto Simone Zwirtes
Simone Zwirtes Daiane Flora Hammes
Daiane Flora Hammes
9 – CONCLUSÕES
3 – ASPECTOS SOCIO-ECONOMICOS Simone Zwirtes
Simone Zwirtes Daiane Flora Hammes

MAPA E SIG GEOLÓGICO


4 – PERFIL DOS INSUMOS E POTENCIAL MINERAL
Daiane Flora Hammes
Simone Zwirtes
Simone Zwirtes
Daiane Flora Hammes
PETROGRAFIA
5 – MÉTODOS DE LAVRA E BENEFICIAMENTO Andréa Sander
Marta Rubbo
Simone Zwirtes

6 – DIREITOS MINERÁRIOS
Marta Rubbo
Daiane Flora Hammes

EDIÇÃO DO PRODUTO IMPRESSO


Diretoria de Relações Institucionais e Desenvolvimento
Divisão de Marketing e Divulgação – DIMARK - José Márcio Henriques Soares
Divisão de Geoprocessamento – DIGEOP – Patricia Duringer Jacques – SIG/GEOBANK
Apresentação

O Ministério de Minas e Energia, através da Secretaria de Geologia, Mineração e


Transformação Mineral - SGM e do Serviço Geológico do Brasil - CPRM, têm a satisfação
de disponibilizar à comunidade técnico-científica, aos empresários do setor mineral e
à sociedade em geral, mais um produto do Programa Gestão Estratégica da Geologia, da
Mineração e da Transformação Mineral denominado Projeto Materiais de Construção Civil
da Região da Grande Florianópolis (RGF).
Os trabalhos desenvolvidos pelo projeto tiveram como objetivos produzir um diagnóstico
do setor de mineração (exploração, produção, oferta, demanda) visando fornecer dados
que estimulem a atividade mineira de forma sustentável, a verificação da qualidade desses
insumos, subsídios preliminares para a formulação de políticas públicas e planejamento da
minimização dos impactos ambientais que a atividade pode provocar.
Entre as obras públicas contempladas pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC
2) para o Estado de Santa Catarina, estão a duplicação da BR-101, melhorias nas BR-282 e
BR-480, ampliação do Aeroporto Hercílio Luz, construção de 100 mil edificações populares
através do programa Minha Casa Minha Vida, previsão de construção de treze aeroportos
regionais, a perspectiva de implantação de três usinas hidrelétricas, entre outros. A
concretização de tais projetos evidencia a expectativa de consumo de grandes volumes de
insumos para a construção civil na RGF.
A área de cobertura do projeto possui aproximadamente 7.500 km², abrange um total de 22
municípios e abriga aproximadamente, 1.131.000 habitantes (Estimativa para 2015, IBGE).
Os materiais objeto de estudo foram areia, argila, brita e saibro, que se destacam entre
os insumos minerais mais consumidos na construção civil dentro da Região da Grande
Florianópolis.
Este informe contempla o texto do relatório final dos trabalhos executados na região,
contendo: o contexto geológico, a análise de aspectos socioeconômicos e de infraestrutura,
o perfil dos insumos para a construção civil, o potencial mineral, os métodos de lavra e
beneficiamento, os direitos minerários, a legislação mineral e ambiental, os impactos
ambientais gerados e os aspectos mercadológicos, além de três mapas temáticos (Mapa
Geológico e de Recursos Minerais para a Construção Civil, Mapa de Potencial e Recursos
Minerais para a Construção Civil e Mapa de Direito Minerário), todos elaborados em escala
1:250.000.
As atividades realizadas na execução do presente projeto buscaram fornecer subsídios aos
órgãos responsáveis pela geração dos planos diretores para que haja harmonização entre
mineração, preservação ambiental e expansão da mancha urbana metropolitana. Desta
forma, os depósitos minerais, que estão cada vez mais escassos nas regiões metropolitanas,
não seriam inviabilizados pelo avanço da urbanização.
Com esta publicação, o Estado de Santa Catarina, poderá contar com mais um instrumento
para orientar o desenvolvimento do setor mineral na Região da Grande Florianópolis, além de
estimular e atrair investimentos de empresas interessadas na produção de insumos minerais
para construção civil, com efeitos na geração de empregos, renda e desenvolvimento social,
à luz da sustentabilidade ambiental.
Com este lançamento, a CPRM - Serviço Geológico do Brasil, através da Superintendência
Regional de Porto Alegre e da equipe do Projeto Materiais de Construção da Região da
Grande Florianópolis, integraliza e disponibiliza informações sobre os insumos para a
construção civil na Região da Grande Florianópolis.

EDUARDO JORGE LEDSHAM José Leonardo Silva Andriotti


Diretor - Presidente Diretor de Geologia e Recursos Minerais

V
resumo

O presente trabalho reúne informações de interesse do setor mineral na Região da Grande


Florianópolis (RGF), Estado de Santa Catarina. Enfoca os seus aspectos socioeconômicos,
de infraestrutura, geológicos, de potencial mineral, métodos de lavra e beneficiamento,
legislação, direitos minerários, impactos ambientais da mineração, aspectos mercadológicos,
tendo como alvo os principais insumos minerais utilizados para a construção civil: areia, argila,
brita e saibro.
Tece, ainda, considerações sobre a necessidade da elaboração de um ordenamento territorial
desta região com base no conhecimento geológico atualmente disponível de forma a propiciar
uma coexistência saudável entre a atividade mineral e o crescimento da urbanização, com o
objetivo de garantir o suprimento à sociedade local da matéria-prima mineral tão necessária
ao seu desenvolvimento socioeconômico, assim como a qualidade de vida das populações
existentes no entorno das áreas mineralizadas.
Os insumos minerais foram descritos individualmente, enfocando-se aspectos tais como
localização, tipologia de depósitos, caracterização tecnológica, reservas e fontes alternativas
de suprimento.
Foram cadastradas 146 ocorrências minerais, distribuídos entre ocorrências, depósitos e minas,
em atividade ou paralisada, enfatizando-se a caracterização tecnológica de areias, argilas e
britas utilizadas para construção civil, com a finalidade de definir a melhor aplicabilidade do
insumo.
Com base nessas informações, foram elaborados três mapas temáticos: Mapa Geológico e
de Recursos Minerais para a Construção Civil, Mapa de Potencial e Recursos Minerais para a
Construção Civil e Mapa de Direito Minerário, todos em escala 1:250.000.
Adicionalmente, foi elaborado um diagnóstico técnico-econômico sobre os insumos minerais,
levando em conta produção, consumo e impactos ambientais decorrentes da atividade
minerária, com indicações quanto à sustentabilidade da produção mineral e atendimento da
demanda futura.

VII
ABSTRACT

The paper assembles strategic information for the mineral sector of the greater region of
Florianópolis, situated on Santa Catarina State. The work is focused on the region’s mineral
potential for construction, as well as on the existing infrastructure, the geology, used methods
of mining and processing, the socioeconomic aspects, the local legislation and mining rights,
enviromental impacts of mining activity and marketing aspects. It was given a special emphasis
on the main construction raw materials sand, clay, gravel and clay.
Also weaves considerations of the need to draw up land use planning of this area based on
geological knowledge currently available in order to provide a healthy coexistence between
the mining activity and the growth of urbanization, to ensure the supply the local society of
mineral inputs as needed for its socioeconomic development, as well as the quality of life of the
populations that live near of the extration areas.
The mineral inputs were described separately, focusing on aspects such as location and type of
the deposits, technological characterization, reserves and alternative sources of supply.
They were registered 146 mineral occurrences, distributed between occurrences, deposits and
mines in operation or inactive, emphasizing on the technological characterization of sand, clay
and gravel. That characterization is especially importante to define the best applicability of the
material.
Based on this information, they were developed three thematic maps: Geological Map and
Mineral Resources for Construction, Mineral Potential and Resource Map for the Construction
and Mining Law Map, all in 1: 250,000 scale.
In addition, a technical-economic diagnosis of the mineral raw materials was made, taking into
account the production, the consumption and the environmental impacts of mining activity.
It was also identified the sustainability of the mineral production and the supply of future
demand.

IX
SUMÁRIO
1 — Introdução.................................................................................... 15
1.1 - Localização..........................................................................................15
1.2 - Metodologia de Trabalho.......................................................................16
1.3 - Dados Físicos de Produção......................................................................17
1.4 - Aspectos Fisiográficos............................................................................17
1.5 - Vegetação............................................................................................17

2 — Contexto Geológico e tectônico da RGF............................................19


2.1 - Arcabouço Geológico e Tectônico Regional..............................................19
2.2 - As Província e Domínios Geológicos na RGF.................................................19
2.2.1 - Escudos Catarinense.......................................................................................19
2.2.2 - Bacia do Paraná............................................................................................21
2.2.3 - Província Costeira..........................................................................................21
2.3 - Caracterização Geológica dos Depósitos de Agregados na RGF.....................21
2.3.1 - Brita..........................................................................................................21
2.3.2 - Areia..........................................................................................................23
2.3.3 - Argila.........................................................................................................23
2.3.3.1 - Argilas de natureza aluvionar.....................................................................23
2.3.3.2 - Argilas de natureza sedimentar..................................................................23
2.3.3.3 - Argilas primárias ou residuais....................................................................23
2.3.4 - Saibro........................................................................................................23

3 — Aspectos Socioeconômicos................................................................25
3.1 - A Dimensão Econômica.............................................................................30
3.2 - Aspectos de Infraestrutura.....................................................................31
3.3 - Déficit Habitacional...............................................................................31

4 — Perfil dos Insumos e Potencial Mineral..............................................33


4.1 - Identificação das Áreas Potenciais da RGF..................................................33
4.2 - Definição de Agregados para a Construção Civil.........................................38
4.2.1 – Brita (rocha ou pedrabritada).................................................................38
4.2.1.1 – Usos e funções ..........................................................................40
4.2.1.2 – Geologia dos depósitos.................................................................41
4.2.1.3 - Caracterização tecnológica............................................................41
4.2.2 – Areia..............................................................................................43
4.2.2.1 – Usos e funções ..........................................................................44
4.2.2.2 – Geologia dos depósitos .................................................................44
4.2.2.3 - Caracterização das areias da RGF.....................................................44
4.2.3 – Argila..............................................................................................52
4.2.3.1 – Usos e funções...........................................................................53
4.2.3.2 – Geologia dos depósitos.................................................................54
4.2.3.3 - Caracterização tecnológica............................................................55
4.3.3 – Saibro.............................................................................................58

5 — Métodos de Lavra e Beneficiamento ..................................................61


5.1- Granito para brita..................................................................................61
5.1.1 - Beneficiamento e expedição.............................................................................62
5.2- Areia.....................................................................................................62
5.2.1 - Características das lavras observadas nos leitos de rio na RGF.....................................63
5.2.2 - Características da lavra observadas nos terraços aluviais e coberturas cenozoicas.............64
5.2.3 - Areias mineradas nas áreas de praias naturais ........................................................64
5.2.4 - Beneficiamento e expedição.............................................................................64
5.3 - Argila..................................................................................................65

XI
5.3.1 - Beneficiamento e expedição.............................................................................65
5.4 – Saibro..............................................................................................................65
5.4.1 – Beneficiamento e expedição.............................................................................66

6 — Direitos Minerarios..........................................................................67
6.1 - Aspectos Legais.................................................................................................67
6.2 – Obrigações Financeiras......................................................................................68
6.2.1 – Taxa de emoluentes........................................................................................68
6.2.2 - Taxa anual por hectare (TAH)............................................................................68
6.2.3 - Compensação financeira pela exploração de recursos minerais – CFEM...........................68
6.3 - Os Direitos Minerários na Rgf..............................................................................69

7 — Mineração e Meio Ambiente ...............................................................71


7.1 – Conceitos.........................................................................................................71
7.2 - Sistemática de Trabalho.....................................................................................72
7.3 – Impactos Decorrentes da Mineração.....................................................................73
7.3.1- Decapeamento e abertura de acessos...................................................................73
7.3.2- Lavra por desmonte com explosivos e/ou escavação mecanizada..................................74
7.3.3 - Lavra por dragagem........................................................................................75
7.3.4 - Estocagem de minério e deposição de estéreis e rejeitos...........................................76
7.3.5 – Britagem.....................................................................................................77
7.3.6 – Expedição e transporte de carga........................................................................78
7.4 - Caracterização Ambiental...................................................................................78
7.5 - Recuperação de Áreas Degradadas.......................................................................78
7.6 – Legislação Ambiental.........................................................................................80
7.6.1 – Unidades de conservação.................................................................................80
7.6.2 – Áreas de preservação permanente......................................................................82
7.6.3 – Planos diretores............................................................................................83

8 — Diagnóstico Técnico-Econômico........................................................85
8.1 – Aspectos Econômicos.........................................................................................86
8.2 – Cenário da Rgf..................................................................................................87
8.2.1 – Brita..........................................................................................................88
8.2.1.1 – Sistemática de produção..........................................................................88
8.2.2 – Areia..........................................................................................................89
8.2.2.1 – Sistemática de produção..........................................................................89
8.2.3 – Argila.........................................................................................................90
8.2.3.1 – Sistemática de produção..........................................................................91
8.2.4 – Saibro........................................................................................................91
8.3 - Consumo de Matérias-Primas Minerais para Construção Civil na Rgf............................92
8.4 – Perspectivas de Demanda Futura por Materiais de Construção Civil na Rgf
(2016 – 2027)......................................................................................................92
8.5 – Conflitos entre a Mineração e os Eixos de Expansão Urbana na Rgf............................93

9 — Conclusões.................................................................................... 97

10 — Referências Bibliográficas........................................................... 101

Listagem dos Informes de Recursos Minerais.......................................... 105

Anexo I – TABELA DE PONTOS................................................................... 113

Anexo II – pETROGRAFIA......................................................................... 125

ANEXO III - MAPA GEOLÓGICO E DE RECURSOS MINERAIS PARA CONSTRUÇÃO CIVIL

ANEXO IV - MAPA DE POTENCIAL e RECURSOS MINERAIS PARA CONSTRUÇÃO CIVIL

ANEXO V - MAPA DE DIREITO MINERÁRIO

XII
PROJETO MATERIAIS DE
CONSTRUÇÃO CIVIL DA REGIÃO
DA GRANDE FLORIANÓPOLIS
ESTADO DE SANTA CATARINA

XIII
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

1 — INTRODUÇÃO

A avaliação do potencial de materiais para de infraestruturas foram executadas nos setores viá-
construção civil em regiões metropolitanas constitui rios e de saneamento na região.
uma ação do Programa Geologia do Brasil da CPRM O setor de matérias-primas minerais para a
– Serviço Geológico do Brasil, e está inserido nos pro- construção civil constitui a parcela de insumos mine-
jetos financiados pelo Programa de Aceleração do rais mais consumidos e, consequentemente, os mais
Crescimento (PAC III) do Governo Federal. Tem como significativos em termos de quantidades produzidas
objetivo cadastrar, pesquisar e avaliar depósitos de no mundo. Apesar de serem abundantes e apresen-
materiais para emprego imediato na construção civil, tarem baixo valor unitário, o consumo destes bens
tais como: areia, argila, brita, material de emprésti- é um importante indicador do perfil socioeconômico
mo, saibro e pedra de talhe, além de matérias primas de uma determinada região.
necessárias às indústrias especializadas do setor.
Os aspectos relacionados aos processos de
O trabalho visa prover o setor produtivo de extração e ao mercado de agregados na RGF foram
dados necessários para o suprimento sustentável levantados com objetivo de subsidiar na formulação
desses recursos, a fim de assegurar proteção à popu- de políticas públicas que promovam uma melhor
lação e ao meio ambiente, disponibilizando insumos gestão desses recursos. O planejamento no proces-
a custos acessíveis às regiões metropolitanas do país. so produtivo do setor de agregados tem por objetivo
Neste contexto, a CPRM criou em 2004 o sub- minimizar os impactos ambientais desta atividade,
programa Minerais e Rochas para Construção Civil, assegurar o suprimento e garantir o racional aprovei-
dentro do programa Geologia do Brasil. Nos últimos tamento dos recursos.
anos foram realizados estudos em diversas regiões
metropolitanas do país, incluindo Porto Alegre, Goi- 1.1 - Localização
ânia, Macapá, Fortaleza, Porto Velho, Natal, Recife,
Aracaju e Salvador. A RGF localiza-se na porção leste do Estado
O presente projeto foi desenvolvido na Região de Santa Catarina. A área total abrange 7.472 km2
Metropolitana da Grande Florianópolis - RMF e sua (Figura 1.1), e corresponde a 7,8% da superfície do
área de expansão, que constituem a Região da Gran- estado. O território é delimitado pelas coordenadas
de Florianópolis – RGF. Nas duas últimas décadas a 26003’ e 29014’ de latitude sul e 53044’ e 48020’ de
RMF figurou entre as regiões metropolitanas que longitude oeste.
mais cresceram no Brasil, sendo que inúmeras obras

Figura 1.1 - Localização da área do projeto que compõe a RGF.

15
Informe de Recursos Minerais

A Região Metropolitana da Grande Florianó- preparação das bases cartográficas e geológicas.


polis (RMF) é constituída por nove municípios: Flo- Neste período foram consultados trabalhos anterio-
rianópolis, São José, Palhoça, Biguaçu, Santo Amaro res, listagens de recursos minerais e mapas temáti-
da Imperatriz, Governador Celso Ramos, Antônio cos (geológico, de recursos minerais, direitos minerá-
rios e áreas de conservação ambiental). Os principais
Carlos, Águas Mornas e São Pedro de Alcântara. A
bancos de dados consultados foram o SIGMINE do
esta região somam-se mais treze municípios que Departamento Nacional de Produção Mineral –
compõem a área de expansão: Alfredo Wagner, DNPM (Superintendência de Florianópolis) e GEO-
Angelina, Anitápolis, Canelinha, Garopaba, Leober- BANK (CPRM). Os dados contidos nestes trabalhos e
to Leal, Major Gercino, Nova Trento, Paulo Lopes, o mapa geológico do Estado de Santa Catarina (Wild-
Rancho Queimado, São Bonifácio, São João Batista ner, 2014) na escala 1:500.000, foram as principais
e Tijucas (Tabela 1.1). Juntos, esses 21 municípios referências, e a integração das bases cartográficas
foram realizadas através do software ArcGIS 10.1.
compõem a Região da Grande Florianópolis - RGF.
A integração dos dados pesquisados possibili-
tou a elaboração de tabelas e mapas de ocorrências
1.2 - Metodologia de Trabalho minerais e jazimentos explorados, que posterior-
mente foram checados em campo.
A execução do projeto foi dividida em cinco Ainda nesta fase foram compilados dados re-
etapas, descritas a seguir: ferentes à caracterização ambiental das atividades
extrativas para os diferentes insumos. Desta manei-
I – Compilação de Dados e Geração de Mapas Pre- ra foi elaborado um roteiro para avaliação “in loco”
liminares dos impactos ambientais causados pela atividade
Esta etapa compreendeu a fase de compila- extratora dos insumos.
ção, pesquisa e análise da bibliografia, seguida de II – Visitas Técnicas às Entidades Gestoras
Tabela 1.1 - Municípios que compõem a região de estudo Durantes os trabalhos de campo foram reali-
do projeto e siglas utilizadas no mapa de localização. zadas visitas para consulta de dados em entidades
gestoras municipais e estaduais do Estado de Santa
Municípios da Região da Grande
Sigla Catarina. Durante a execução do projeto foram vi-
Florianópolis - RGF
sitadas prefeituras que compõem a RGF, Secretaria
Região Metropolitana da Grande Florianópolis - RMF de Desenvolvimento Sustentável (SDS-SC) e a Fun-
Florianópolis FLP dação do Meio Ambiente (FATMA).
São José SJ As consultas de dados sobre os recursos mi-
Palhoça PC
nerais para a construção civil deste estado foram
realizadas através de visitas técnicas junto à Supe-
Biguaçu BIG rintendência Regional do DNPM em Florianópolis.
Santo Amaro da Imperatriz SAI Na ocasião foram acessados os bancos de dados
Governador Celso Ramos GCR referentes ao cadastro geral de recursos minerais
desta unidade federativa.
Antînio Carlos AC
Águas Mornas AM III - Atividades de Campo
São Pedro de Alcântara SPA
As etapas de campo foram realizadas entre os
meses de setembro de 2014 e novembro de 2015,
Alfredo Wagner AW e totalizaram aproximadamente 60 dias de campo
Área de Expansão divididos em três etapas de aproximadamente 20
Angelina ANG dias cada. As atividades foram orientadas a par-
tir das informações contidas nos bancos de dados
Anitápolis ANT
fornecidos pelo DNPM e de projetos executados
Canelinha CAN pela CPRM. Durante este trabalho foram visitados
Garopaba GRP pontos de extração ativos e inativos, e realizadas
Leoberto Leal LL
entrevistas com trabalhadores e empreendedores
ligados ao setor.
Major Gercino MG
Em paralelo efetuou-se a coleta de informa-
Nova Trento NT ções sobre o mercado produtor e consumidor de
Paulo Lopes PL insumos para construção civil, e o levantamento da
Rancho Queimado RQ documentação fotográfica dos impactos causados
ao meio ambiente pela atividade mineira.
São Bonifácio SB
São João Batista SJB
IV – Coleta de Amostras
Foi realizada coleta de amostras para exe-
Tijucas TJC
cução de ensaios tecnológicos e determinação da
16
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

qualidade dos insumos. Foram selecionadas amos- A área do projeto contempla as regiões de en-
tras de argila, brita e areia, representando as princi- costas (embasamento cristalino) e as terras baixas
pais fontes produtoras na RGF. (planície costeira) que compõem a parte leste do es-
tado, formado por rochas cristalinas que apresentam
V - Elaboração de Relatório e Mapas Finais
relevo muito dissecado, com vales profundos e mui-
Foi efetuada a integração das informações e dos tas elevações na forma de morros e montanhas (Luiz,
resultados analíticos obtidos na forma desta publica- 2014 in Atlas Geográfico de Santa Catarina).
ção conforme padrão da “Série Rochas e Minerais In-
O embasamento cristalino faz parte do domí-
dustriais”, que contém os seguintes mapas temáticos:
nio estrutural dos embasamentos em estilos com-
• Mapa Geológico e de Recursos Minerais para plexos, sendo constituída por uma sequência de
a Coontrução Civil; colinas, outeiros, morros e montanhas dispostas
• Mapa de Potencial de Recursos Minerais para de forma paralela à subparalela à linha de costa. Os
a Construção Civil; tipos de dissecação estão associados com formas
• Mapa de Direito Minerário. erosivas representadas pelas áreas mais elevadas.
As cristas e vales são orientados segundo antigas
zonas de fraqueza do embasamento e falhas rela-
1.3 – Dados Físicos de Produção
cionadas aos processos de rifteamento do Atlântico
Sul durante a separação dos continentes sul-ameri-
Os trabalhos do projeto apresentaram os se- cano e africano. As serras de uma forma geral apre-
guintes dados de produção: sentam-se gradativamente mais baixas em direção
• Etapas de campo realizadas: 03 etapas (60 ao mar. O intenso fraturamento possibilita a disse-
dias); cação destes terrenos, apresentando interflúvios
convexos e estreitos ressaltados na forma alonga-
• Afloramentos cadastrados (ocorrências mi- da, e vertentes com altas declividades susceptíveis
nerais e jazidas): 146 pontos; a movimentos de massa e ação do escoamento arti-
• Ocorrências inéditas: 05 pontos; ficial. Os vales em “V” são profundos e apresentam
• Jazimentos minerais listados: 70 pontos de grande quantidade de blocos rolados, em diferen-
areia; 39 pontos de argila; 34 pontos de material de tes graus de alteração.
empréstimo; 13 pontos de pedra para brita; A planície costeira margeia toda região leste
• Amostras coletadas: 05 de argila; 10 de do estado junto ao Oceano Atlântico, e foi construída
areia; e 11 de pedra para brita; ao longo de diferentes ciclos de transgressões e re-
• Amostras analisadas: 02 de argila, 10 de gressões marinhas durante o período Quaternário.
areia e 9 de brita; Os principais processos morfogenéticos associados
à planície costeira resultam em terrenos pluviais,
• Ensaios tecnológicos realizados: 06 amos- fluviais e gravitacionais, este último, formado atra-
tras, sendo 02 para argila e 04 para brita; vés dos movimentos de massa localizados relacio-
• Análise química semi-quantitativa por fluo- nados a períodos de elevadas precipitações anuais.
rescência de raios-X: 02 amostras para argila; Os materiais acumulados são predominantemente
• Análises mineralógica e granulométricas originados a partir do material intemperizado pro-
em areias: 10 amostras. veniente das áreas mais elevadas, preenchendo os
fundos dos vales e as baixadas de encostas.
1.4 - Aspectos fisiográficos Na planície costeira dois sistemas deposicio-
nais ocorrem interdigitados, sendo formados por
depósitos continentais, associados às encostas das
O Estado de Santa Catarina possui um rele- terras altas, e por depósitos transicionais costeiros,
vo diversificado que resulta da ação de diferentes associado às terras baixas em condições paleocli-
agentes modeladores sobre uma grande variedade máticas diversas e sobre a ação das águas fluviais,
de rochas e estruturas geológicas. De acordo com ondas, marés e ventos.
Peluso Jr. (1986), a geomorfologia do estado pode
ser dividida em três regiões principais: planalto, 1.5 – Vegetação
litoral e encostas. Tais regiões são separadas pela
Serra do Mar e Serra Geral, onde diversas bacias Os diferentes tipos de relevo resultam de
hidrográficas importantes possuem suas nascen- uma diversidade de climas, solos e relevos, que
tes com seu curso drenando para o Oceano Atlân- originaram uma cobertura vegetal muito rica e di-
tico. versificada no Estado de Santa Catarina. Nas áreas
Segundo Horn Filho (2004), a evolução mais elevadas como a Serra, predominam um cli-
geomorfológica do estado é resultado de episódios ma sempre mais frio que as áreas de relevo baixo
tectono-magmáticos associados com processos próximas ao Oceano Atlântico. Por este motivo, no
intempéricos derivados de flutuações paleoclimáticas inverno o frio é mais intenso na serra, e no verão o
e oscilações relativas do nível do mar. calor é mais intenso no litoral, o que contribui para

17
Informe de Recursos Minerais

a formação de diferentes vegetações. As principais pela umidade vinda do Oceano Atlântico, fator que
formações vegetais de Santa Catarina são formadas gera florestas com vegetação de grande porte.
por Mata Atlântica, Mata de Araucárias, Floresta A vegetação litorânea é bastante influencia-
Decidual, Estepes e Vegetação Litorânea. da pela dinâmica climática da linha de costa e pelas
Na área do projeto encontram-se Mata Atlân- águas oceânicas. A restinga e o mangue são as prin-
tica (Floresta Ombrófila Densa e Floresta Ombrófila cipais vegetações litorâneas em Santa Catarina. A
Mista), Vegetação Litorânea (restingas e mangue- restinga ocupa os solos mais arenosos próximos às
zais) e áreas de cultivo de espécies exóticas (madei- praias em campos de dunas fixas ou móveis. Já os
ra de reflorestamento), que por vezes, encontra-se mangues se formam principalmente na foz do rio
mesclada à vegetação nativa. Cubatão no litoral do município de Palhoça (Atlas
As Florestas Ombrófilas Densas e Mistas ocu- Geográfico de Santa Catarina, 2014) e na foz do Rio
pam a zona de transição entre o planalto e a planí- Tijucas, no município homônimo.
cie próxima ao litoral sendo bastante influenciadas

18
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

2 — CONTEXTO GEOLÓGICO E
TECTÔNICO DA RGF

2.1 - Arcabouço Geológico e Tectônico rinense, teve uma evolução complexa que resultou
Regional em diferentes domínios geológicos e, portanto, tipos
litológicos distintos que estão expostos na quase to-
A RGF está inclusa, geologicamente, em três talidade dos municípios da RGF.
das dez províncias tectônicas do Brasil (ALMEIDA et
al., 1977, 1981), as quais são denominadas, da mais
2.2 - As Províncias e Domínios Geológicos
nova para a mais antiga, como: i) Costeira ; ii) Paraná;
e iii) Mantiqueira (Figura 2.1). na RGF

A importância da caracterização do contexto


geológico de formação e/ou evolução das diversas
unidades geológicas decorre das significativas dife-
renças físico-químicas e tectônicas a que estas ro-
chas são submetidas nos diferentes ambientes geo-
lógicos. Isto determina características particulares e,
por consequência, os usos reais ou potenciais des-
tes litotipos como insumos minerais na condição de
agregados para a construção.
Na RGF afloram litologias ígneas e metamórfi-
cas pertencentes ao Escudo Catarinense, sedimenta-
res da Bacia de Paraná e sedimentos inconsolidados
da Planície Costeira de Santa Catarina.

2.2.1 - Escudo Catarinense

O Escudo Catarinense é subdividido em cinco


grandes unidades tectono-geológicas (CAMOZZATO;
TONIOLO; LAUX, 2014), das quais somente duas de
interesse desta pesquisa, por estarem inclusas na
Figura 2.1 – Localização da RGF relativamente as províncias RGF, serão referenciadas: o 1) Batólito Florianópolis;
tectônicas brasileiras de Almeida et al. (1981); foram colori- e o 2) Terreno Tijucas.
das somente as províncias de interesse desta pesquisa.
O limite entre estes domínios tectono-geoló-
gicos é definido pela Zona de Cisalhamento Major
Gercino (Bitencourt; Hackspacher; Nardi, 1989; ou
Estas três províncias, em função de diversida- Falha Major Gercino de SCHULZ JR.; ALBUQUERQUE,
des geológicas locais, estão representadas em dife- 1969), que constitui uma zona de falha NE-SW de ca-
rentes proporções nas áreas municipais da RGF e são ráter transcorrente, características dúcteis-rúpteis e
abaixo resumidamente descritas (Figura 2.2). movimentação dextral predominante.
A Província Costeira de Almeida et al. (1981), O Batólito Florianópolis (BASEI, 1985), que
regionalmente denominada Planície Costeira de San- abrange suítes graníticas intrudidas no período 650
ta Catarina, engloba os sedimentos das coberturas a 580 Ma, constitui a parcela mais significativa do
do Cenozoico desenvolvidos nos ambientes conti- subsolo da RGF, inclusive da região insular da sede
nental e costeiro, os quais ocupam particularmente estadual.
o litoral oceânico do Estado de Santa Catarina.
Bitencourt e Nardi (1993, 2000) consideram os
A Província Paraná, que agrupa as rochas sedi- sucessivos pulsos magmáticos como típicos de am-
mentares e vulcânicas que caracterizam a evolução biente pós-colisional e os relacionam com a tectôni-
da Bacia (geológica) do Paraná e engloba as litologias ca transpressiva do final do Ciclo Brasiliano. Outros
desenvolvidas no intervalo temporal do Carbonífero autores, entre os quais Basei et al. (2000), interpre-
ao Neotriássico, está exposta no extremo oeste da tam o Batólito Florianópolis como raiz de um arco
Grande Florianópolis. magmático.
O segmento meridional da Província Manti- O Batólito é caracterizado por suítes e com-
queira, que inclui as rochas mais antigas do estado plexos graníticos neoproterozoicos que englobam
e recebe a denominação regional de Escudo Cata- pendentes de teto (ZANINI et al., 1997) tanto de lito-

19
Informe de Recursos Minerais

Figura 2.2 – Localização da Região da Grande Florianópolis - RGF em relação aos terrenos e domínios geológicos do Estado
de Santa Catarina (conforme Wildner et al., 2014).

logias gnáissicas ortoderivadas do Paleoproterozoi- vulcânicas efusivas e piroclásticas de queda e fluxo


co (Complexo Águas Mornas), como de quartzitos, (ZANINI et al., 1997). Bitencourt e Nardi (1993) en-
filitos e micaxistos neoproterozoicos da Formação globam na Suíte Zimbros as litologias de composição
Queçaba. e idade equivalentes, intrudidas ao longo das princi-
As idades mais antigas, em torno de 650 Ma pais zonas de cisalhamento transcorrente ao norte.
(CHEMALE Jr. et al., 2012), correspondem ao retraba- Granitos contemporâneos de afinidade cálci-
lhamento dos remanescentes de ortognaisses tonalí- co-alcalina que ocorrem localmente em Florianópo-
ticos a granodioríticos. lis, como no Morro das Pedras, são agrupados sob a
O intervalo 625-610 Ma, conforme Janasi et al. denominação Granito São Pedro de Alcântara (ZANI-
(2015), é caracterizado pela intrusão de granitoides NI et al., 1997).
meta- a peraluminosos de afinidade cálcico-alcalina. Wildner et al. (2014) reconhecem no Batólito
Dominantes na porção norte do Batólito, nas regiões Florianópolis as seguintes unidades geológicas: 1)
de Major Gercino e Porto Belo, essas rochas geral- granitoides sin- a tardi-transcorrentes (Suíte Pau-
mente foliadas e deformadas teriam sido emplaça- lo Lopes e Granitoides da Região de Porto Belo); 2)
das sob a influência da Zona de Cisalhamento Major granitos álcali-cálcicos pré- a sin-colisionais (Suíte
Gercino. Para sul, os granitoides da mesma faixa de Maruim); e 3) granitos alcalinos tardi- a pós-colisio-
idades são menos deformados e foram agrupados na nais (Suíte Pedras Grandes e Suíte Plutono-Vulcânica
Suite Paulo Lopes (granitos porfiríticos cálcico-alcali- Cambirela).
nos), possivelmente tardi-transcorrentes. A Suíte Paulo Lopes (Granitoides Garopaba,
Os granitos pouco ou nada deformados do Paulo Lopes, Santo Antônio e Santa Rosa de Lima; e
intervalo 590-580 Ma são predominantes na parte Diorito Silveira) engloba sieno- e monzogranitos por-
sul do Batólito Florianópolis e são agrupados nas su- firíticos, localmente porfiroclásticos, miloníticos nas
ítes Pedras Grandes e Cambirela, ambas as unidades zonas de deformação mais elevada, frequentemen-
com alto teor de sílica (76-78 % de SiO2) e caracteris- te com bandamento ígneo, de marcante a discreto,
ticamente do Tipo-A. A Suíte Cambirela inclui rochas e/ou orientação de forma dos K-feldspatos. Grano-

20
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

dioritos acinzentados e dioritos ocorrem de maneira bandados, metamargas e calcissilicáticas bandadas.


subordinada. Localmente, enclaves decimétricos a Os granitoides intrusivos no complexo (suítes
métricos de gnaisses máficos. Valsungana e Guabiruba) mostram variações signifi-
Os granitoides da região de Porto Belo (Suíte cativas nas dimensões. Os granodioritos porfiríticos
Intrusiva Zimbros, Complexo Estaleiro, Granitoides da Suíte Valsungana constituem dois corpos batolí-
Quatro Ilhas e Granitos Corre-Mar e Ponta do Cabe- ticos orientados conforme o cinturão metamórfico e
ço) incluem especialmente (biotita) sieno- a monzo- referidos (CALDASSO et al., 1995a,b) como maciços
granitos heterogranulares a porfiríticos foliados, com norte e sul. Os monzo- e sienogranitos (raros gra-
quartzo azulado subédrico; e (hornblenda, biotita) nodioritos) da suíte Guabiruba estão relacionados
granodioritos porfiríticos, de matriz inequigranular com a evolução do Granito Valsungana e afloram,
fina a grossa; com pórfiros de K-feldspatos. Alanita, na maioria das vezes, como stocks no interior ou nas
zircão, apatita, turmalina, fluorita, titanita e ilmeni- margens dos corpos batolíticos acima referidos.
ta são acessórios comuns, com a granada estando
presente nos leucossienogranitos. Enclaves micro- 2.2.2 - Bacia do Paraná
granulares máficos, schlieren e diques sinplutônicos
são frequentes. Localmente ocorre uma foliação de A Bacia do Paraná está representada na RGF
fluxo que transiciona para uma foliação milonítica de pelas unidades estratigráficas da Supersequência
borda. Na região ocorrem também granitoides tona- Gondwana I de Milani; França; Schneider (1994) e
líticos a granodioríticos, migmatíticos, com estrutura Milani (1997).
schollen; e ortognaisses graníticos a granodioríticos, Desenvolvida no período Carbonífero a Eotri-
com ocorrência subordinada de metatonalitos e bio- ássico, engloba litologias dos grupos Itararé (forma-
tita gnaisses finamente laminados, com xistos máfi- ções Campo Mourão e Taciba), Guatá (formações Rio
cos subordinados (Complexo Porto Belo). Bonito e Palermo) e Passa Dois (formações Irati, Serra
A Suíte Maruim (WILDNER et al., 1990) consti- Alta, Teresina e Rio do Rasto). A Formação Rio Boni-
to é reconhecida no sul do Estado de Santa Catarina
tui um extenso plúton zonado da série cálcico-alcali-
pelos depósitos de carvão de importância nacional.
na expandida (gabros, tonalitos e granitoides), com
duas fases graníticas (ca. 610-580 Ma) compostas
por sienogranitos e monzogranitos equigranulares a 2.2.3 - Província Costeira
porfiríticos, cinzentos a róseos, relacionadas com o
magmatismo tardi- a pós-colisional do orógeno. A Planície Costeira de Santa Catarina foi com-
As suítes Pedras Grandes e Cambirela contêm, partimentada em três setores por Horn Filho (2003),
respectivamente, sieno- e monzogranitos de granu- dos quais o Setor Central engloba a totalidade da por-
lação fina a grossa, cinza a róseos; e riolitos, riodaci- ção litorânea da RGF. Este compartimento é caracte-
tos, dacitos, tufos e ignimbritos. rizado pela linha costeira recortada, com inúmeras
O Terreno Tijucas aflora apenas na porção ilhas, entre as quais a de Santa Catarina, ela própria
norte da RGF, já na Área de Expansão Metropolitana, o resultado da união de ilhas menores pela sedimen-
sendo caracterizado por rochas metamórficas folia- tação cenozoica continental e costeira, num quadro
das, de baixo e médio grau, com as quais se associam geológico que pode ser visualizado, entre outros, nos
granitoides. mapas de Caruso (1993) e Zanini et al. (1997).
As rochas metamórficas (Complexo Brusque) Conforme Horn Filho (2003), o sistema con-
constituem uma faixa com 40 km de largura que tinental está associado às encostas das terras altas,
se estende segundo a direção NE-SW por 75 km de englobando depósitos coluviais, de leques aluviais e
comprimento, desde a região de Itajaí, no litoral, até fluviais, usualmente datados do Quaternário Indife-
as imediações de Vidal Ramos, no extremo sudoeste renciado. O sistema transicional e marinho costeiro,
do cinturão, onde são encobertas pelas litologias da na maioria das regiões do estado do tipo laguna-bar-
Bacia do Paraná. reira e associado às variações relativas do nível do
mar ocorridas durante o Quaternário, compreende
O Complexo abrange dois grandes grupos li- depósitos pleistocênicos e holocênicos dos ambien-
tológicos, referidos como Formações Botuverá e tes marinho, eólico, lagunar e paludal.
Rio do Oliveira. A primeira constitui uma associação
predominantemente paraderivada (xistos, quartzi-
tos e mármores) com a qual se associam, de maneira 2.3 - Caracterização Geológica dos De-
muito restrita, metabasaltos, metagabros, metatu- pósitos de Agregados na RGF
fos básicos e metaperidotitos. A segunda, de cará-
ter metavulcanossedimentar, aflora para sul da Suíte 2.3.1 – Brita (rocha britada)
Valsungana e apresenta boas exposições, por exem-
plo, nas regiões de Canelinha e Tijucas. Ocorrem no
pacote anfibolitos, metabasaltos e calcissilicáticas; Os recursos minerais para a produção de brita
anfibólio-biotita xistos e quartzitos; e turmalinitos na RGF se relacionam, predominantemente, com os

21
Informe de Recursos Minerais

granitoides do Batólito Florianópolis e, ainda, com as


intrusões de rochas alcalinas. As potenciais reações
álcalis-agregado dessas substâncias são descritas no
Capítulo 4, item 4.2.1.3.
Os granitoides brasilianos foram reunidos se-
gundo suas características deformacionais, petrográ-
ficas e químicas: 1) granitoides foliados (Santo Antô-
nio e Paulo Lopes), 2) granitoides calcialcalinos (Suíte
Intrusiva Maruim) e 3) granitoides alcalinos (Suíte
Intrusiva Pedras Grandes e Suíte Plutono-Vulcânica
Cambirela).
As principais rochas extraídas para a produ-
ção de brita são oriundas dos granitos Ilha e Serra
do Tabuleiro, pertencentes à Suíte Plutono-Vulcânica
Pedras Grandes, a qual engloba os granitoides de
quimismo alcalino que ocorrem como stocks a gran- Figura 2.3 - Pedreira de brita localizada no bairro Rio
des batólitos plutônicos e que inclui ainda litologias Tavares, Município de Florianópolis.
subvulcânicas, vulcânicas e filoneanas ácidas.
Predominam as rochas de granulação grossa a
porfiroide de composição granítica, quartzo-monzo-
nítica e, subordinadamente, granodiorítica. O Riolito
Cambirela, pertencente à Suíte Plutono-Vulcânica
Cambirela e que caracteriza a fase final desse mag-
matismo, pode apresentar características subvulcâ-
nicas ou constituir derrames e mesmo tufos de com-
posição riolítica.
No Terreno Tijucas estão expostos os dois cor-
pos batolíticos da Suíte Valsungana e um granitoide
porfirítico com matriz grossa a muito grossa.
O Complexo Águas Mornas é representado
por (meta) granitoides com deformação variável;
ortognaisses polifásicos de composição granítica a Figura 2.4 - Pedreira de brita situada no Bairro Encru-
granodiorítica e química intermediária a básica; e zilhada, Município de Biguaçu.
porções isoladas migmatíticas.
Todas as pedreiras visitadas na área em apreço
são altamente mecanizadas e encontram-se regula-
rizadas junto ao DNPM e órgãos ambientais. Os ja-
zimentos ocorrem sob a forma de amplos maciços
rochosos elevados constituintes de stocks graníticos
muito fraturados. No geral os jazimentos visitados
reúnem excelentes condições para a explotação e
produção de brita.
A maioria dos empreendimentos de extração
e beneficiamento de pedra britada que abastecem
esta região metropolitana estão localizadas dentro
dos limites da RGF (Figuras 2.3 e 2.4). Existe apenas
uma pedreira localizada na Ilha de Florianópolis, a
qual abastece exclusivamente o mercado interno da
Ilha (Figura 2.5). É importante salientar, que essa pe-
dreira é vital para o abastecimento do mercado in- Figura 2.5 - Pedreira de brita situada no Bairro Santa
sular por evitar, por exemplo, o ônus causado pelo Bárbara, Município Palhoça.
custo do frete, a ampliação das dificuldades de aces-
so à Ilha de Santa Catarina, e o aumento da poluição cesso produtivo deste insumo faz-se necessária a
resultante do tráfego de veículos. adoção de medidas de ordenamento territorial, para
a extensão da possível vida útil das pedreiras em ati-
Com base nas observações de cunho geológi-
co pode-se afirmar que em relação às pedras brita- vidade e a preservação de áreas potenciais ao exer-
das não deverá haver problema na RGF quanto ao cício da atividade mineral, de forma a não entrar em
fornecimento, ao menos pelos próximos 100 anos. conflitos com a ocupação do meio físico. Portanto
Porém convém frisar que devido à natureza do pro- desde já se faz necessária à conscientização das au-

22
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

toridades estaduais e municipais da necessidade da 2.3.3.1 - Argilas de natureza aluvionar


elaboração de um ordenamento territorial, com base
no conhecimento geológico com o objetivo de pro-
piciar a coexistência harmoniosa entre a atividade As argilas da planície aluvial, com caracterís-
mineral, o crescimento da mancha urbana e a quali- ticas tecnológicas para uso na indústria da cerâmi-
dade de vida da população. ca vermelha, distribuem-se principalmente pelas
planícies aluviais dos cursos médio e inferior do rio
Tijucas.
2.3.2 - Areia
Essas argilas estão diretamente relacionadas,
texturalmente, com a litofaciologia dos sedimentos
As principais áreas de extração de areia na RGF da área-fonte; com o modelado geomorfológico; e
estão localizadas nos depósitos continentais fluviais com a profundidade do substrato arenoso. Estes de-
e aluviais recentes. pósitos situam-se, geralmente, em áreas de várzea e
Os depósitos coluvionares e de sistemas depressões das planícies e em terraços fluviais com
de leques aluviais recobrem boa parte da região características de depósitos subatuais. Caracterizam-
oeste, da planície próxima às terras altas, sendo -se por constituir camadas com espessuras variadas,
formados por sedimentos mal selecionados de- pela coloração variando de castanho-amarelado a
cinza-escuro e pela plasticidade média a alta (CARU-
positados na forma de leques proximais e distais
SO, 2004).
ligados à erosão hídrica, sob condições de clima
semi-árido.
Formados pela ação direta da gravidade so- 2.3.3.2 - Argilas de natureza sedimentar
bre solos e rochas propícios ao deslocamento gra-
vitacional, os depósitos coluvionares ocorrem na As argilas encontradas em Major Gercino
base das encostas das unidades pré-cambrianas, pertencem à Formação Rio do Sul, unidade da por-
bem como das rochas sedimentares e vulcânicas ção superior do Grupo Itararé da Bacia do Paraná.
da Bacia do Paraná. Depósitos aluviais represen- Constituem argilas nobres utilizadas na produção de
tam as acumulações, dominantemente arenosas, cerâmica plana, mas os depósitos são de pequenas
com cascalhos, siltes e argilas subordinadas, rela- proporções, possuindo pequena espessura e conti-
cionados à ação direta da dinâmica dos rios e de- nuidade lateral.
positados nas calhas fluviais e planícies de inun-
dação.
2.3.3.3 - Argilas primárias ou residuais
As operações de lavra observadas na área do
projeto são realizadas de duas maneiras: 1) explora-
ção mecânica através de dragas de sucção em cavas Ainda que existam algumas áreas com extra-
localizadas em terraços aluviais e leitos ativos dos ção de argilas primárias, oriundas da alteração “in
rios Tijucas e Biguaçu, nos município de Tijucas, Ca- situ” de rochas graníticas, as pesquisas mostram que
nelinha, São José, São João Batista, Biguaçu e Santo os depósitos apresentam pouca espessura e razoável
Amaro da Imperatriz (Figura 2.7); e 2) extração rea- continuidade lateral. As argilas são plásticas e utiliza-
lizada nos terraços aluviais, próximo às planícies de das especialmente na indústria cosmética.
inundação dos rios Cubatão e da Madre, localizados
respectivamente nos municípios de Palhoça e Paulo 2.3.4 - Saibro
Lopes (Figura 2.6).

2.3.3 - Argila O saibro é o material incoerente resultante da


alteração intempérica incompleta de rochas quartzo-
-feldspáticas, tais como os granitos e gnaisses da
Na região existem três tipologias de depósi- RGF. O material extraído é utilizado “in natura” como
tos de argilas utilizadas pelas indústrias de cerâmica material de empréstimo para a execução de pavi-
vermelha e branca: 1) as associadas com os depósi- mentação e aterros.
tos de natureza aluvionar; 2) as relacionadas com as São inúmeras as áreas de extração de saibro e
unidades sedimentares da Bacia do Paraná; e 3) as material de empréstimo, usualmente com pequeno
primárias (ou residuais) resultantes da alteração in porte e localizadas às margem das rodovias e estra-
situ de rochas do embasamento cristalino. das vicinais ou no interior das propriedades rurais.

23
Informe de Recursos Minerais

Figura 2.6 - Áreas de extração de areia no vale do Rio Cubatão, no município de Palhoça; Os lagos verdes são resultan-
tes da mineração. Fonte: Google Earth.

Figura 2.7 - Áreas de extração de areia e argila no vale do Rio Tijucas, no município de São João Batista; Os lagos são
resultantes da mineração. Fonte: Google Earth.

24
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

3 — ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS

Os primeiros habitantes da RGF foram indíge- no estudo do setor de matéria-prima mineral para
nas carijós que ocuparam o litoral de Santa Catarina construção civil, já que muitos depósitos minerais
por mais de seis mil anos, sendo a região rica em deste setor foram esterilizados pela urbanização
sítios arqueológicos desse período. Com a chegada nos últimos anos. Convém frisar que áreas em ativi-
dos portugueses, a região começou a ser colonizada dade de explotação ou com depósitos não explota-
no século XVI, e o povoado da ilha de Florianópo- dos que poderiam ser lavrados por décadas foram
lis era conhecido como Desterro. A ilha foi utilizada inviabilizadas pelo crescimento das cidades. Tal fato
por navegadores como importante ponto de abas- têm ocasionado a extração destes insumos em lo-
tecimento, pois configurava um excelente porto na- cais mais afastados dos grandes centros urbanos,
tural de conexão ao Rio da Prata, e teve sua econô- com o consequente aumento no custo de aquisição
mia baseada na agricultura de subsistência e pesca destas substâncias.
durante toda a fase colonial. No século XIX a cidade Os principais problemas detectados na re-
de Desterro tem seu nome mudado para Florianó- gião e em Florianópolis estariam relacionadas com
polis, e as cidades de Biguaçu, Palhoça e São José, o espraiamento e crescimento urbano desordenado
que compõem os primórdios da região metropolita- pela falta de regulação fundiária. A inexistência de
na recebem a imancipação política (JUAN; CASSEB; um planejamento de ordenamento territorial propi-
TERAZA; 2014). ciou a transformação de antigas parcelas agrícolas
A partir das primeiras décadas do século XX, em áreas urbanizadas, que não foram organizadas
Florianópolis recebeu inúmeras obras de infraes- de maneira adequada, dentro dos critérios de cons-
trutura, tais como construções de vias de acesso, trução normativas vigentes. A falta de planejamen-
pontes, usina hidrelétrica, linhas de bondes e rede to urbano não está necessariamente ligada com ní-
de esgoto. Mas foi somente nas décadas de 1960 e veis sociais, pois constitui uma prática comum em
1970 que a região tomou impulso econômico em todas as regiões do país. O resultado da desordem
razão da inauguração da BR-101 que contribuiu urbana reflete-se, negativamente, na expansão da
para o fim do isolamento local, e o consequente mancha urbana, deixando-a com baixos índices de
crescimento da econômia, com a ampliação do flu- densidade e avançando sobre áreas de limitantes e
xo de pessoas e produtos, propiciando assim o de- condicionantes urbanísticos.
senvolvimento de várias cidades desta região me- A criação da Região Metropolitana da Grande
tropolitana. Florianópolis (RMF) ocorreu por meio da Lei Com-
Entre os anos 1980 e 2000, o rápido cresci- plementar n° 636 de 09 de setembro de 2014, ins-
mento da atividade turística acarretou no cresci- tituída na forma do § 3º do art. 25 da Constituição
mento desordenado do território, com a ocupação da República e do art. 114 da Constituição do es-
de diversas áreas através da construção de resídên- tado, que criou a Região Metropolitana da Grande
cias e condomínios fechados. Neste período a dinâ- Florianópolis (Figura 3.1) como unidade regional do
mica de ocupação fez com que a mancha urbana território estadual, constituída pelos municípios de
ocupasse quase que completamente o centro de Águas Mornas, Antônio Carlos, Biguaçu, Florianó-
Florianópolis e sua porção continental, sendo que polis, Palhoça, Santo Amaro da Imperatriz, São José,
cidades próximas, como São José e Palhoça tam- São Pedro de Alcântara e Governador Celso Ramos.
bém tiverem cresimento expressivo em seus núcle- Integram a área de expansão da RMF os municí-
os urbanos. pios de Alfredo Wagner, Angelina, Anitápolis, Ca-
Atualmente, ainda verificam-se os mesmos ve- nelinha, Garopaba, Leoberto Leal, Major Gercino,
tores de crescimento urbano das décadas anteriores, Nova Trento, Paulo Lopes, Rancho Queimado, São
com destaque para a intensificação da conurbação Bonifácio, São João Batista e Tijucas. Juntos, esses
entre os municípios costeiros e a região central da 22 municípios compreendem a Região da Grande
RGF. Os períodos que compreendem o veraneio e Florianópolis (RGF).
feriados deixam evidente a deficiência viária da ilha A Tabela 3.1 apresenta os principais dados
e arredores, já que os congestionamentos atormen- referentes aos acessos e localização dos municípios
tam moradores e turistas todos os anos. pertencentes à Região Metropolitana de Florianó-
O crescimento urbano constitui um fator in- polis e área de expansão.
dispensável e deve ser levado em consideração

25
Informe de Recursos Minerais

Figura 3.1 – Município da Região Metropolitana da Grande Florianópolis e área de expansão (RGF). Fonte: Agência ALESC.

Tabela 3.1 – Localização e acessos rodoviários da RMF e área de expansão. Fonte: Wikipédia e Google Maps.

Localização Geográfica Distância


Altitude média Acesso a partir
Rodoviária da
Municípios da RGF nas Sedes da Capital
Capital às Sedes
Latitude (S) Longitude (W) Municipais (m) (Rodovias)
Municipais (km)
Florianópolis 27°35'49" 48°32'56" 15 - -
São José 27°36'57" 48°37'54" 7 8 BR-101
Palhoça 27°38'42" 48°40'04" 3 18 BR-101
Biguaçu 27°29'38" 48°39'21" 8 22 BR-101
Santo Amaro da Imperatriz 27°41'16" 48°46'44" 18 32 BR-282
Governador Celso Ramos 27°18'54" 48°33'32" 40 50 BR-101
Antônio Carlos 27°31'01" 48°46'04" 30 37 BR-101
Águas Mornas 27°41'38" 48°49'25" 70 39 BR-282
São Pedro de Alcântara 27°33'57" 48°48'18" 230 35 BR-101/SC-407
Alfredo Wagner 27°42'00" 49°20'02" 480 108 BR-282
Angelina 27°34'08" 48°59'06" 450 77 BR-282/SC-108
Anitápolis 27°54'07" 49°07'44" 430 98 BR-282/SC-407
Canelinha 27°15'54" 48°46'04" 17 67 BR-101/SC-410
Garopaba 28°01'22" 48°36'46" 18 92 BR-101
Leoberto Leal 27°30'25" 49°17'13" 550 115 BR-282/SC-408
Major Gercino 27°25'04" 48°57'03" 80 102 BR-282/SC-108
Nova Trento 27°17'48" 48°55'48" 30 84 BR-101/SC-410
Paulo Lopes 27°57'43" 48°41'02" 2 58 BR-101
Rancho Queimado 27°40'22" 49°01'19" 810 64 BR-282
São Bonifácio 27°54'03" 48°55'44" 410 80 BR-282/SC-435
São João Batista 27°16'33" 48°50'56" 30 77 BR-101/SC-410
Tijucas 27°14'27" 48°38'02" 2 52 BR-101

A Tabela 3.2 e a Figura 3.2 apresentam os da- 2010, atingiu 1.111.741 habitantes, que correspon-
dos de crescimento populacional da RGF, que pos- de a 17% da população de Santa Catarina (6.727.000
sui área territorial de aproximadamente 7.500 km², habitantes). Com base nos cálculos de previsão para
correspondendo a 12,7% do território estadual. Sua o ano de 2014, ocorreu um aumento de aproximada-
população, de acordo com o Censo Demográfico de mente 9%.

26
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

Os principais núcleos urbanos da RGF estão lo- No caso das localidades menos populosas,
calizados nos municípios de Florianópolis, São José, mais da metade dos 22 municípios possuem menos
Palhoça e Biguaçu, sendo que todos os munícipios de 10.000 habitantes com destaque para Leoberto
tiveram índices de crescimento decenal superiores a Leal, Angelina e São Bonifácio que tiveram quedas
20%, com destaque para o município de São José que acentuandas no índice de crescimento decenal, ten-
teve 33% no crescimento populacional. do respctivamente -10%, -9,11% e 6, 53%.

Tabela 3.2 – Dados de crescimento da população entre 2000 e 2010 e estimativa para 2015; com taxas de crescimento
decenal e anual da população. Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Participação no PIB da Taxa de cresc. do PIB de


Municípios da RGF PIB (R$) 2008 PIB (R$) 2012
RGF (%) 2008 p/ 2012 (%)
Águas Mornas 52.516.000,00 80.000.000,00 0,31 34,36
Alfredo Wagner 106.065.000,00 132.803.000,00 0,52 20,13
Angelina 54.421.000,00 59.690.000,00 0,23 8,83
Anitápolis 40.163.000,00 35.720.000,00 0,14 -12,44
Antônio Carlos 212.099.000,00 120.393.000,00 0,47 -76,17
Biguaçu 1.092.240.000,00 1.063.995.000,00 4,13 -2,65
Canelinha 85.724.000,00 140.821.000,00 0,55 39,13
Florianópolis 8.125.541.000,00 12.614.710.000,00 48,98 35,59
Garopaba 166.924.000,00 254.137.444,00 1,28 34,32
Gov. Celso Ramos 104.791.000,00 186.924.284,00 0,73 43,94
Leoberto Leal 51.524.000,00 52.980.666,00 0,21 2,75
Major Gercino 30.052.000,00 36.856.700,00 0,14 18,46
Nova Trento 153.492.000,00 241.514.300,00 0,94 36,45
Palhoça 1.468.577.000,00 2.517.056.000,00 9,77 41,65
Paulo Lopes 71.106.000,00 158.540.383,00 0,62 55,15
Rancho Queimado 38.735.000,00 38.700.000,00 0,15 -0,09
Sto. Amaro da Imperatriz 173.804.000,00 308.903.400,00 1,2 43,74
São Bonifácio 30.306.000,00 35.262.161,00 0,14 14,06
São José 329.048.000,00 467.839.747,00 22,4 29,67
São João Batista 4.096.185.000,00 5.768.771.000,00 1,82 28,99
São Pedro de Alcântara 34.954.000,00 50.722.225,00 0,2 31,09
Tijucas 506.894.000,00 1.643.088.000,00 6,38 69,15
TOTAL 17.025.161.000,00 26.009.428.310,00 100 34,54

Figura 3.2 – Histograma com os dados de crescimento populacional da RGF entre 2000 e 2015. Fonte: Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE).

27
Informe de Recursos Minerais

A Tabela 3.3 e a Figura 3.3, além de apresen- central da região metropolitana no eixo da BR-101.
tar a relação dos municípios constituintes da Região Nesta porção incluem-se os municípios de Floria-
Grande Florianópolis, mostram ainda a variação do nópolis, São José, Palhoça, Biguaçu e Tijucas, que
PIB dos municípios componentes, no período que reúnem as principais indústrias e comércio da re-
compreende os anos entre 2008 a 2012, seguida gião. Destaque relativo ao PIB é o município de
do seu percentual de crescimento e participação na Tijucas localizado na região norte da RGF, e que
composição do PIB da RGF. tem parcela de sua economia ligada ao ramo da
Os maiores índices de PIB da RGF estão con- construção civil.
centrados nos municípios que compõem a região

Tabela 3.3 – Municípios da RGF, PIB de 2008 e 20012 e taxa de crescimento do PIB. Fonte: Instituto Brasileiro de Geo-
grafia e Estatística (IBGE).

Participação no Taxa de cresc. do PIB


Municípios da RGF PIB (R$) 2008 PIB (R$) 2012
PIB da RGF (%) de 2008 p/ 2012 (%)
Águas Mornas 52.516.000,00 80.000.000,00 0,31 34,36
Alfredo Wagner 106.065.000,00 132.803.000,00 0,52 20,13
Angelina 54.421.000,00 59.690.000,00 0,23 8,83
Anitápolis 40.163.000,00 35.720.000,00 0,14 -12,44
Antônio Carlos 212.099.000,00 120.393.000,00 0,47 -76,17
Biguaçu 1.092.240.000,00 1.063.995.000,00 4,13 -2,65
Canelinha 85.724.000,00 140.821.000,00 0,55 39,13
Florianópolis 8.125.541.000,00 12.614.710.000,00 48,98 35,59
Garopaba 166.924.000,00 254.137.444,00 1,28 34,32
Gov. Celso Ramos 104.791.000,00 186.924.284,00 0,73 43,94
Leoberto Leal 51.524.000,00 52.980.666,00 0,21 2,75
Major Gercino 30.052.000,00 36.856.700,00 0,14 18,46
Nova Trento 153.492.000,00 241.514.300,00 0,94 36,45
Palhoça 1.468.577.000,00 2.517.056.000,00 9,77 41,65
Paulo Lopes 71.106.000,00 158.540.383,00 0,62 55,15
Rancho Queimado 38.735.000,00 38.700.000,00 0,15 -0,09
Sto. Amaro da Imperatriz 173.804.000,00 308.903.400,00 1,2 43,74
São Bonifácio 30.306.000,00 35.262.161,00 0,14 14,06
São José 329.048.000,00 467.839.747,00 22,4 29,67
São João Batista 4.096.185.000,00 5.768.771.000,00 1,82 28,99
São Pedro de Alcântara 34.954.000,00 50.722.225,00 0,2 31,09
Tijucas 506.894.000,00 1.643.088.000,00 6,38 69,15
TOTAL 17.025.161.000,00 26.009.428.310,00 100 34,54

Figura 3.3 - PIB de 2008 e 20012 e taxa de crescimento do PIB. Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

28
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

De forma mais detalhada está apresentada na Tabela 3.5 – Índice de desenvolvimento humano dos mu-
Tabela 3.4 a variação anual do PIB para o Estado de nicípios da RGF. Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano
Santa Catarina entre 2002 e 2012, onde pode-se ve- no Brasil 2010.
rificar o vertiginoso crescimento econômico e social
desta unidade federativa, a qual praticamente tripli- Municípios (IDHM-L) (IDHM-E) (IDHM-R) (IDH-M)
cou o seu PIB neste período.
Florianópolis 0,873 0,8 0,87 0,847

Tabela 3.4 – Variação do PIB total e PIB per capta de São José 0,88 0,752 0,799 0,809
2008 e 20012. Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Sto Amaro da
0,89 0,71 0,753 0,781
Estatística (IBGE). Imperatriz
Tijucas 0,873 0,672 0,747 0,76
Ano PIB total (R$ milhão) PIB per capta (R$) Palhoça 0,859 0,672 0,752 0,757

2002 55.732 9.969 Garopaba 0,868 0,668 0,737 0,753

2003 66.849 11.764 Rancho Queimado 0,893 0,644 0,743 0,753

2004 77.393 13.403 Antônio Carlos 0,89 0,615 0,768 0,749

2005 85.316 14.543 Nova Trento 0,891 0,628 0,749 0,748

2006 93.147 15.633 Gov. Celso Ramos 0,87 0,651 0,737 0,747

2007 104.623 17.834 São João Batista 0,865 0,634 0,739 0,74

2008 123.282 20.369 Biguaçu 0,836 0,659 0,733 0,739


São Pedro de
2009 129.806 21.214 Alcântara
0,846 0,618 0,757 0,734

2010 152.482 24.398 São Bonifácio 0,86 0,622 0,729 0,731


2011 169.050 26.761 Águas Mornas 0,853 0,606 0,731 0,723
2012 177.276 27.772 Paulo Lopes 0,865 0,6 0,707 0,716

Major Gercino 0,818 0,563 0,738 0,698


A partir da análise desta tabela verifica-se o Canelinha 0,865 0,542 0,723 0,697
contínuo crescimento do PIB de Santa Catarina en-
Angelina 0,797 0,581 0,699 0,687
tre os anos de 2002 e 2012, sendo que este desem-
penho refletiu-se no setor de insumos para cons- Leoberto Leal 0,818 0,533 0,74 0,686

trução civil em razão do crescimento da mancha Anitápolis 0,836 0,524 0,699 0,674
urbana na RGF. Alfredo Wagner 0,882 0,481 0,702 0,668
A avaliação do nível de pobreza e da qualida-
de de vida da população pode ser feita, com base
no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal
– IDHM, que é composto pelos três índices: IDH-L
(longevidade), IDH-E (Educação) e IDH-R (Renda). Os
índices de 0,50 são considerados críticos (abaixo des-
te valor se configura situação intolerável); entre 0,50
e 0,59, considerados em estágio baixo de desenvol-
vimento; índices entre 0,6 e 0,69, correspondem a
um estágio médio de desenvolvimento; valores entre
0,70 e 0,79 constituem estágio alto de desenvolvi-
mento; e acima de 0,80 constituem excelentes valo-
res de desenvolvimento humano. Os valores para os
índices dos municípios da RGF são apresentados na
Tabela 3.5 e na Figura 3.4.
De acordo com a Tabela 3.5 e a Figura 3.5,
os índices de Desenvolvimento Humano Municipal
Figura 3.4 - Índice de desenvolvimento humano dos muni-
(IDHM) dos municípios de Florianópolis e São José cípios da RGF. Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no
estão situados na faixa de desenvolvimento huma- Brasil 2010. (<0,50 – situação intolerável; 0,51 a 0,59 – baixo
no muito alto, enquanto que Palhoça, Biguaçu, Santo desenvolvimento; 0,60 a 0,69 – médio desenvolvimento;
Amaro da Imperatriz, Governador Celso Ramos, An- 0,70 a 0,79 – alto desenvolvimento; >0,80 – excelente).

29
Informe de Recursos Minerais

tônio Carlos, Águas Mornas, São Pedro de Alcântara, No sul do país, a RGF foi a que mais cresceu na
Garopaba, Nova Trento e Paulo Lopes estão situa- última década. Uma projeção do programa Habitação
dos na faixa de desenvolvimento humano alto. Já o da Organização das Nações Unidas (ONU) aponta que
restante dos municípios como Alfredo Wagner, An- em 2025 a RGF terá 1,2 milhão de habitantes. Nos
gelina, Anitápolis, Canelinha, Leoberto Leal, Major anos 1990, a região possuía 503 mil habitantes, e sal-
Gercino, Rancho Queimado, São Bonifácio, São João tou para quase 1 milhão em duas década, um aumen-
Batista e Tijucas estão situados na faixa de desenvol- to de 60% (Tabela 3.6). A Figura 3.5 ilustra o aumento
vimento humano médio. da mancha urbana da RMF em 20 anos. A RMF, junta-
Para elaboração da Tabela 3.5 e da Figura 3.4, mente com Aracaju e João Pessoa, foram as três ca-
foi consultado o Atlas de Desenvolvimento Humano pitais-metrópoles litorâneas com maiores índices de
no Brasil de 2013 (IBGE), que constitui uma platafor- crescimento e expansão geopolítica no país em 2013.
ma de consulta ao Índice de Desenvolvimento Hu-
mano Municipal – IDHM - de 5.565 municípios brasi- 3.1- A Dimensão Econômica
leiros. Neste atlas também são encontrados mais de
180 indicadores de população, educação, habitação,
saúde, trabalho, renda e vulnerabilidade, com dados A região constitui um dos principais polos da
extraídos do Censo Demográfico de 2010. indústria tecnológica do Brasil. Na capital destacam-
-se atividades como o turismo, a construção civil, o
comércio e o setor de serviços. Nos municípios vizi-
Tabela 3.6 – Crescimento da mancha urbana e população. nhos à capital, especialmente São José, Palhoça e Bi-
Fonte: Consórcio IDOM-COBRAPE. guaçu, encontra-se um diversificado e crescente polo
industrial, além de importantes áreas comerciais e
Ano Área urbanizada População
de serviços. Com relação aos municípios da área de
expansão, a maioria destes destina importantes par-
Florianópolis 1993 5238,44 258.383 celas territoriais à agricultura.
Florianópolis 2003 7633,6 342.315 O turismo é uma das principais atividades
econômicas de Florianópolis, e caracteriza-se como
Florianópolis 2013 8735,29 421.203
uma vocação empreendedora do município. Com
RMF 1993 8456,5 530.305 milhares de visitantes do Brasil e do mundo, o tu-
RMF 2003 15161,87 709.407 rismo é um dos principais geradores de emprego e
renda do município. Na alta temporada o turismo
RMF 2013 18409,14 877.706
local volta-se para as praias da região, e na baixa

Figura 3.5 – Crescimento da mancha urbana da RMF. Fonte: ICES-BID, (2014).

30
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

temporada a cidade de Florianópolis torna-se atra- O Produto Interno Bruto da RGF teve um
tiva para eventos de negócios, como seminários e aumento consistente de 2008 a 2012. Segundo o
congressos. IBGE/2012, houve um aumento de 17 bilhões, em
O parque tecnológico da RGF é formado por 2008, para 26 bilhões, em 2012.
cerca de 300 empresas, muitas delas atuantes no
mercado internacional. Observa-se um processo de 3.2 – Aspectos de Infraestrutura
ordenação da atividade industrial entre os municí-
pios de Palhoça, Biguaçu e São José, onde concen-
tram-se grandes empresas devido à oferta de infra- Conhecida como a “Ilha da Magia”, a cidade de
estrutura e mão de obra necessária para a criação de Florianópolis constitui o principal destino de férias
distritos industriais. da região sul do Brasil, sendo contemplada por belís-
simas praias. A cidade dispõe de ótima infraestrutura
A consolidação da RGF ainda requer um amplo
hoteleira, contrapondo-se a um transporte público
processo de definição de políticas e ações integradas
pouco eficiente e vias de acesso mal dimensionadas.
entre os seus municípios. Entretanto, na estrutura
produtiva regional o peso recai nas atividades terciá- A RGF é atendida pelo Aeroporto Internacio-
rias, como o comércio varejista e atacadista e as ativi- nal de Florianópolis - Hercílio Luz, localizado no bair-
dades de serviços públicos e privados. Os municípios ro de Carianos. No ano de 2000 foi inaugurado a 3º
de maior participação no PIB da RGF são: Florianópo- fase de ampliação do aeroporto que passou atender
lis 48,98%, São José 22,4%, Palhoça 9,77% e Tijucas em uma área de 8.500 m2.
6,38% (Figura 3.6). A distribuição de energia elétrica é realizada
pela CELESC – Centrais Elétricas de Santa Catarina,
e o abastecimento de água e esgotamento sanitário
são realizados pela Companhia Catarinense de Águas
e Saneamento – CASAN.

3.3 - Déficit Habitacional

O estudo mais atual sobre o Déficit Habitacio-


nal no Brasil foi realizado em 2013. Neste estudo foi
utilizada a metodologia da Fundação João Pinheiro
(FJP) elaborada em parceria com a Secretaria Nacio-
nal de Habitação do Ministério das Cidades e o Banco
Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento
(BIRD). A compilação dos dados do estudo pode ser
observada na Tabela 3.7.

Figura 3.6 – Participação dos municípios no PIB da RGF e


área de expansão em 2012. Fonte: Gráfico elaborado pelos
autores, com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geo-
grafia e Estatística – IBGE/2012.

31
Informe de Recursos Minerais

Tabela 3.7 – Déficit habitacional por situação de domicílio, segundo regiões geográficas e unidades da federação.
Fonte: Dados básicos: IBGE (2013), Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) – 2013. Modificado de Notas
Técnicas/Déficit Habitacional; Fundação João Pinheiro (2007 a 2013).

Região Déficit habitacional

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013


Norte 610354 448072 634930 823442 624119 575569 652998
RO 45669 31229 67092 58759 47811 38898 45286
AC 20904 19584 25359 34054 22306 28882 28047
AM 141294 132224 173862 193910 149723 160071 178195
RR 14679 13969 17950 25237 21637 16611 24500
PA 297924 284166 276381 410799 297659 262300 294394
AP 28419 14277 27386 35419 26424 17172 21488
TO 61465 59681 46900 65264 58559 51635 61088
Nordeste 2095891 1946735 2050889 2111517 1961532 1791437 1844141
MA 458108 434750 436174 451715 465617 404641 407965
PI 139372 124047 119017 129038 112521 100105 112269
RN 115466 104190 122328 111538 126879 123354 112800
PB 122788 104699 109926 120741 126937 114534 125417
PE 274229 263958 291427 302377 248378 244396 236658
AL 113430 85780 121079 124063 103131 91609 95040
SE 68728 66492 75475 74387 68264 77756 81716
BA 494712 485904 461491 521374 463224 386746 417582
Sudeste 2226561 2046312 2217241 2674428 2184611 2356075 2246364
MG 510492 474427 538577 557371 454080 510894 493504
ES 93253 84868 103663 106447 90533 80856 99977
RJ 454530 426518 380312 515067 409544 444142 398794
SP 1168286 1060499 1194689 1495542 1230454 1320183 1254089
Sul 656796 580893 601965 770749 623722 604974 628104
PR 249414 213157 245165 287466 232783 248955 247093
SC 139889 140770 131343 179763 150978 147769 167008
RS 67493 226966 225457 303521 239961 208250 214003
Centro-Oeste 399462 417240 493884 560555 495373 464453 474433
MS 72847 77206 78733 86009 84366 67541 80399
MT 71434 73376 108262 118889 73210 82660 103145
GO 150989 162762 189081 229488 197960 176274 179301
DF 104192 103896 117808 126169 139837 137978 111587
Brasil 5989064 5546310 5998909 6940691 5889357 5792508 5846040

32
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

4 — PERFIL DOS INSUMOS E


POTENCIAL MINERAL

A avaliação do potencial mineral para mate- O mapa de potencialidade foi classificado de


riais de uso na indústria da construção civil da Região acordo com a vocação geológica da área, com a indivi-
da Grande Florianópolis - RGF baseou-se em duas dualização das seguintes classes: areias e argilas (alu-
fontes de informações. Primeiramente, nos relató- vionar), argilas e saibro (residual), argilas da Bacia do
rios de pesquisa e nas listagens de recursos minerais Paraná (a), argilas da Bacia do Paraná (b), rocha brita-
disponibilizados pela CPRM, nos bancos de dados do da (brita) e pedra de talhe. Essas classes estão repre-
Geobank, e posteriormente, nos arquivos de dados sentadas no Mapa de Potencial Mineral (Anexo 4) e,
de fiscalização e licenciamento da atividade minerá- sumarizadas na Tabela 4.1.
ria do Departamento Nacional de Produção Mineral Entre as matérias-primas minerais utilizadas
– DNPM, da Superintendência Regional de Florianó- pelo setor da construção civil na RGF destacam-se
polis. a areia, a brita e a argila para a cerâmica vermelha,
Com relação aos dados do DNPM, foram efe- sendo que a maior parcela da demanda de areia e
tuadas visitas técnicas à Superintendência de Floria- tijolos é suprida pela produção dos municípios da re-
nópolis, para consulta, pesquisa e processamento de gião norte da área de expansão.
dados referentes ao conjunto de informações de re- O município de Florianópolis, em razão de li-
cursos minerais da RGF. mitações geográficas, ocupação urbana e áreas de
conservação, têm suas demandas por insumos supri-
das quase que exclusivamente por outros municípios
4.1 - Identificação das Áreas Potenciais da RGF. A capital possui apenas uma lavra ativa, para
da RGF a produção de brita, localizada na porção insular do
município.
A integração dos bancos de dados possibili- Para melhor visualização das áreas produtoras
tou a geração de mapas de potencial mineral da RGF de insumos para a construção civil (areia, brita e ar-
que, posteriormente, foram checados e atualizados gila), foram individualizadas quatro áreas geográficas
em campo e que serviram de guia para o cadastra- dentro da RGF, cada uma representada em figuras
mento mineral do projeto. contendo a geologia simplificada (Figuras 4.1, 4.2,
4.3 e 4.4), descritas a seguir:
Durante as visitas aos pontos cadastrados
foram coletadas informações para avaliação e ca- ÁREA I - Situa-se ao longo dos cursos médio e infe-
racterização dos mesmos e das frentes de lavra. As rior do Rio Tijucas e de seus afluentes (rios do Braço,
observações “in loco” também proporcionaram a ve- Kroeche, Moura, Oliveira, Galera, Dona e Itinga), si-
rificação das relações existentes entre os depósitos tuados nos município de Tijucas, Canelinha, São João
minerais e o contexto geológico da área (Mapa de Batista e Nova Trento. A área apresenta alta produ-
Geologia e Recursos Minerais para a Construção Civil ção/potencial para areias e argilas, e contem os mais
– Anexo 3), fato que possibilitou uma avaliação sobre importantes depósitos que abastecem a RMF, ape-
as áreas potenciais da região de estudo, e confecção sar de localizada na área de expansão. (Figura 4.1).
do Mapa de Potencial Mineral (Anexo 4), de acordo Nessa região também ocorrem locais de produção de
com as litologias presentes na área. brita, como em todas as demais áreas descritas.

Tabela 4.1 – Potencialidades por insumo mineral

Potencial Destino Depósito


areias e argilas concreto e cerâmica depósitos aluvionares; praiais; colúvio-eluvionares; de planície lagunar, relacionados às
(aluvionar) vermelha planícies de inundação; terraços aluvionares e leito ativo dos rios
argilas e saibro cerâmica vermelha, aterro e solos residuais; rochas graníticas e metamórficas relacionados às rochas do Batólito
(residual) terraplanagem Florianópolis e Terreno Tijucas (residual)
argilas da Bacia do depósitos residuais com camadas pouco espessas, irregulares, sem continuidade lateral,
cerâmica plana
Paraná (a) relacionados às rochas sedimentares da Bacia do Paraná
argilas da Bacia do depósitos residuais com camadas pouco espessas, irregulares, sem continuidade lateral,
cerâmicas
Paraná (b) relacionados às rochas sedimentares da Bacia do Paraná
rocha britada stocks graníticos relacionados às rochas cristalinas do Batólito Florianópolis e Terreno
concreto e pavimentação
(brita) Tijucas
depósitos de origem sedimentar, relacionados às rochas da Formação Botucatú - Bacia do
pedra de talhe alicerce e pavimentação
Paraná

33
Informe de Recursos Minerais

Figura 4.1 – Áreas de pesquisa e/ou extração (substâncias indicadas) na porção norte da área do projeto sobre mapa geoló-
gico simplificado.

34
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

ÁREA II - Localiza-se em áreas de várzea e terraços São José, Angelina, São Pedro de Alcântara, Major
aluviais, próximo às planícies de inundação e leito Gercino e São João Batista. Área com alto potencial/
ativo dos Rios Biguaçu, Três Riachos, Rachadel, Sau- produção para areia e argila (Figura - 4.2).
dade, Farias, localizados nos municípios de Biguaçu,

Figura 4.2 – Áreas de pesquisa e/ou extração (substâncias indicadas) na porção centro-norte da área do projeto sobre mapa
geológico simplificado.

35
Informe de Recursos Minerais

ÁREA III – Localizada em terraços aluviais, próximo São Pedro de Alcântara e Águas Mornas. Área com
às planícies de inundação e leito ativo dos Rios Cuba- baixa produção de argila e saibro, porém com alto
tão, Vargem, do Braço e da Matias, localizados nos potencial/produção para areia (Figura - 4.3).
municípios de Palhoça, Santo Amaro da Imperatriz,

Figura 4.3 – Áreas de pesquisa e/ou extração (substâncias indicadas) na porção centro-sul da área do projeto sobre mapa
geológico simplificado.

36
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

ÁREA IV – Situada em terraços aluviais, próximo às do, localizados nos municípios de Palhoça, Santo Ama-
planícies de inundação e leito ativo dos rios da Madre, ro da Imperatriz, Paulo Lopes e Garopaba. Área com
d´Una, e seus afluentes Chicão, Cahoeiras, Massiam- alto potencial/produção para areia (Figura 4.4).
bu, Massiambu Pequeno, Cachoeira Grande e Espraia-

Figura 4.4 – Áreas de pesquisa e/ou extração (substâncias indicadas) na porção sul da área do projeto sobre mapa geológico
simplificado.

37
Informe de Recursos Minerais

4.2 – Definição de Agregados para a Cons- obtenha a melhor eficiência possível no consumo
trução Civil de cimento, visando à redução do custo do concreto
produzido.
Os agregados para a construção civil consti- A Associação Brasileira de Normas Técnicas
tuem o conjunto de insumos minerais não metálicos (ABNT) estabelece na norma ABNT NBR 7211/2009,
com emprego direto na indústria da construção civil, que os agregados de uso em construção civil devem
tais como argilas para cerâmica vermelha, rocha bri- apresentar as seguintes características essenciais
tada ou para cantaria, areias e materiais de emprés- para uso em concreto: “devem ser compostos por
timo (como argilas e saibro). grãos de minerais duros, compactos, estáveis, durá-
veis e limpos, e não devem conter substâncias de na-
O quantitativo para insumos minerais consu-
tureza nocivas e em quantidade que possam afetar
midos na construção civil permite avaliar o bem estar
a hidratação e o endurecimento do cimento, a pro-
sócio-econômico de uma sociedade, tendo em vista teção da armadura contra corrosão, a durabilidade,
a utilização dessas substâncias em diversas áreas, tais ou, quando for requerido, o aspecto visual externo
como a construções de moradias, o saneamento bá- do concreto”.
sico, a pavimentação de vias públicas, e as obras de
grande porte, como rodovias, viadutos, ferrovias, bar- A caracterização destes materiais constitui
ragens, hidrelétricas, hidrovias, portos e aeroportos. uma grande contribuição para a compreensão das
potencialidades minerais da região no setor dos
No Brasil os agregados para a construção civil agregados, tendo em vista que com o conhecimento
podem apresentar uma variedade de nomes, muitos de suas propriedades é possível avaliar se os mesmos
de uso regional. têm desempenho adequado, ou não, para utilização
De acordo com a origem os agregados podem na construção civil, conforme as especificações da
ser naturais (pedregulhos, cascalhos, areias, argilas, ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas.
etc.) ou artificiais, também referidos como industria- Foram realizados ensaios visando a caracteri-
lizados (brita, areias resultantes da britagem, escó- zação tecnológica de amostras de brita, areia e argila
ria, etc.). coletadas na área do projeto. Essas análises contem-
Segundo Frazão e Paraguassu (1998) e Frazão plaram parâmetros físicos, químicos, mineralógicos,
(2006), os materiais são naturais quando encon- granulométricos, reação álcali-agregado, entre ou-
trados em jazidas minerais como, por exemplo, as tros, descritos adiante.
areias e argilas presentes nos sedimentos aluviona-
res (sedimentos fluviais). Já os materiais artificiais 4.2.1 - Brita (rocha ou pedra britada)
são provenientes da transformação e beneficia-
mento industriais por processos de fragmentação
mecânica, tais como as rochas britadas, e as areias É o material obtido pelo beneficiamento (bri-
artificiais (também denominadas areias de brita- tagem e peneiramento) de rochas duras em partícu-
gem). Ou ainda, provenientes de tratamento térmi- las de diversos diâmetros, com dimensões compre-
co, como as argilas expandidas. Os agregados que endidas entre 4,8 mm e 75 mm. As rochas podem
resultam da reciclagem dos resíduos da constru- ser de origem ígnea e/ou metamórfica.
ção ou demolição podem ser referidos tanto como Para o uso na construção civil a brita é produ-
agregados artificiais, como reciclados. zida em cinco categorias, denominadas de brita 1 a
Quanto à densidade (massa específica), além 5, de acordo com a dimensão do grau retido na aber-
dos tipos normais (ou médios), existem agregados tura das peneiras formada por malhas quadradas,
leves, como as argilas em geral (<2.000 kg/m3) e os como especificado nas Tabelas 4.2 e 4.3.
agregados pesados, como a magnetita ou a barita, Outros materiais resultantes da desagregação
por exemplo (<3.000 kg/m3). são denominados como:
Os agregados de densidade normal, de uso • Pó de pedra (ou pó de rocha), gerado em
mais frequente na construção civil, incluem os agre- frações mais finas, com dimensão nominal máxima
gados miúdos, com granulometria entre 0,15 e 4,8 inferior a 0,075 mm;
mm, representados pelas areias naturais e de brita- • Rachão, também conhecido como pedra de
gem; e os agregados graúdos, com granulometria en- mão, resultante da britagem sem classificação granu-
tre 4,8 e 50 mm, representados pela brita e cascalho lométrica, sendo obtido após o desmonte da rocha
natural (GONÇALVES, 2008). por explosivo, ou após a britagem primária. O ma-
Os agregados representam em torno de 80% terial retido na peneira de 76 mm e geralmente tem
da massa do concreto e 30% do custo, exigindo ade- dimensões entre 76 e 250 mm; e
quado controle de qualidade a fim de garantir a ma- • Gabião, denominação utilizada para os frag-
nutenção das suas propriedades. É necessária uma mentos de rocha com dimensão entre 100 mm e 150
avaliação criteriosa das características físico-mecâ- mm (HAGEMANN, 2011).
nicas dos agregados utilizados, de maneira que se

38
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

Tabela 4.2 – Especificação do agregado graúdo quanto à dimensão, de acordo com a Norma ABNT 7225 e usual classi-
ficação comercial (HAGEMANN, 2011).

NBR-7225 Comercial
Classificação/
Tamanho Abertura de Malha da Peneira (mm)

Mínima Máxima Mínima Máxima


brita 0 - - 4,8 9,5
brita 1 4,8 12,5 9,5 19
brita 2 12,5 25 19 25
brita 3 25 50 25 50
brita 4 50 76 50 76
brita 5 - - 76 100

Tabela 4.3 – Produtos gerados no processo de britagem e suas principais aplicações em função da granulometria (mo-
dificado de Minermac, 2014).

Os granitos, granodioritos, sienitos e ortog- trutural, a morfologia dos seus minerais, a natureza
naisses migmatizados constituem as rochas mais uti- da sua superfície e a ausência de minerais friáveis ou
lizadas em virtude da alta resistência à compressão, deletérios.
a flexão, ao impacto e a abrasão, além de possuírem A seleção de rochas para a confecção de brita
baixa porosidade primária. São compostos principal- visando o seu emprego na construção civil envolve
mente por quartzo e feldspatos contendo ainda algu- a elaboração de ensaios tecnológicos e análises que
ma biotita e anfibólio. identifiquem as suas propriedades físicas, físico-me-
Os fatores que determinam a qualidade de cânicas e petrográficas. Os procedimentos para exe-
uma brita estão diretamente ligados à textura e mi- cução dos ensaios e análises são normatizados pela
neralogia da rocha, ao seu grau de deformação es- ABNT, conforme a Tabela 4.4.

39
Informe de Recursos Minerais

Tabela 4.4 - Normas utilizadas para avaliação das propriedades tecnológicas dos agregados graúdos. Notas: NBR =
Norma ABNT homologada pelo INMETRO; ME e IE = Norma DNER; nn = não normalizada, np = não pertinente. Fonte:
Santos e Brito (1998).

Usos
Propriedades
Concreto Pavimentos Lastro
Amostragem NBR7216/9941 nn NBR11541

Terminologia NBR 725/99935/9942 NBR 6502 nn

Petrografia NBR 7389 IE 6 nn

Granulometria NBR 7217 NBR 7217 nn


Materiais
NBR 7219 np NBR7219
pulverulentos
Impurezas orgânicas NBR 7220 np np
Argila em torrões e
NBR 7218 np NBR7218
materiais friáveis
Massa específica,
NBR 6458 NBR 6458 NBR6458
porosidade, absorção
Forma NBR 7809 ME86 NBR6954

Dilatação Térmica Nn nn np

Massa unitária NBR 7251/7810 np nn

Adesividade np NBR 12583/12584 np

Reatividade NBR 9773/9771/10340 np np

Sais Solúveis NBR 9917 np np

Alterbalidade NBR 12696/12697 ME 89 NBR 7702

Desgaste nn nn np

Abrasão NBR 6465 NBR 6465 NBR 6465

Impacto nn nn NBR 8938

Esmagamento NBR 9938 ME 42 nn

Compressão nn nn NBR6953

Flexão np np np
NBR 7174/11803/1180
Especificações NBR7211 4/11806/12559/12564/ NBR 7914
12948

A brita produzida na RGF é toda proveniente moldadas ou para estruturas de ferragem densa,
de rochas graníticas. Os municípios onde existem re- artefatos de concreto (pré-moldados), chapiscos
servas e produção são Paulo Lopes, Biguaçu, Palho- e brita graduada para base de pistas. Também é
ça, São José, Florianópolis, Tijucas e Nova Trento. bastante usada na construção civil para confecção de
filtros de decantação de dejetos sanitários, drenagem,
estabilização de solo, lastro ferroviário, postes de
4.2.1.1 – Usos e funções
concreto, preparação do concreto betuminoso,
na pavimentação de estradas, lastro de ferrovias,
A brita é empregada na construção civil em trabalhos de enrocamento e filtro de barragem para
obras de terraplenagem como material para sub- promover a drenagem da fundação e para criar um
base, calçamento de pisos pré-moldados e paralelos. meio poroso para garantir a interceptação de fluxos
É utilizada na fabricação do concreto convencional e preferenciais de água. A indicação do melhor uso da
bombeada para construção civil em geral. É aplicada brita, também depende, entre outras propriedades,
ainda na confecção de concretos para lajes pré- da sua granulometria (SILVA, 2012).

40
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

4.2.1.2 – Geologia dos depósitos lógicos, texturais e estruturais que caracterizam a


reatividade potencial de agregados, entre os quais
a granulometria; a deformação dos minerais, com
Os depósitos de rochas para a produção de ênfase no quartzo; e a presença de sílica amorfa (ou
brita na RGF estão incluídos na área de domínio dos micro/criptocristalina).
corpos granitoides pertencentes ao Cinturão Dom
Feliciano, em especial àqueles correspondentes ao Macroscopicamente, essas rochas mostram
Batólito Florianópolis e, em muito menor proporção, coloração acizentadas, e apresentam textura grano-
com os granitoides relacionados as metavulcanosse- blástica fina a média. As análises petrográficas reali-
dimentares do Terreno Tijucas. zadas em doze amostras coletas em sete pedreiras
resultaram em uma composição mineralógica média
As principais rochas extraídas para a produção de quartzo (35%), feldspato alcalino (30%), plagioclá-
de brita são as denominadas como Granito Ilha e sio (23%) e micas (7%), classificando-as como grani-
Granito Serra do Tabuleiro, pertencentes à Suíte Plu- tos, sienogranitos, granodioritos e riolitos deforma-
tono-Vulcânica Pedras Grandes do Batólito Florianó- dos. As descrições petrográficas completas constam
polis. Assim como o Riolito Cambirela, que pertence no Anexo 2.
à Suíte Plutono-Vulcânica Cambirela e o Tonalito For-
quilha, pertencente a Suíte Intrusiva Maruím, ambos As técnicas utilizadas para a investigação dos
pertencentes ao Batólito Florianópolis. A Tabela 4.5 agregados, através da análise petrográfica auxiliam
apresentada uma relação das amostras coletadas e na identificação de minerais potencialmente reativos
analisadas pelo projeto em tela. que atuem na reação álcali-agregado (RAA). Esse pro-
cesso de caráter químico tem origem na reação entre
Os jazimentos ocorrem sob a forma de amplos alguns dos componentes mineralógicos do agregado
maciços rochosos elevados constituintes de stocks com os hidróxidos alcalinos originários do cimento,
graníticos muito fraturados. No geral os jazimentos das águas de amassamento e de agentes externos,
visitados reúnem excelentes condições para a explo- os quais estão dissolvidos na solução dos poros do
tação e produção de brita. concreto.
Dessa reação resultam expansões, com ou
4.2.1.3 – Caracterização tecnológica de britas sem formação de gel, que podem originar fissuras,
aumento de permeabilidade, diminuição da resistên-
Com o intuito de obter informações a respei- cia física e química e a consequente perda de homo-
to das características físico-químicas relacionadas ao geneidade, resistência mecânica e de durabilidade.
uso na construção civil, foram selecionadas amostras Atualmente o estudo da reação álcali/agre-
de sete das treze pedreiras em atividade para a ela- gado constitui um dos ensaios mais recomendados,
boração de análises petrográficas, e um total de qua- pois indica a possibilidade de ocorrência de reações
tro amostras das jazidas visitadas para a realização de prejudiciais em função da presença de minerais dele-
ensaios físicos. As análises físicas foram realizadas nos térios, com intensidade suficiente para causar danos
laboratórios da CIENTEC – Fundação de Ciência e Tec- (expansão) ao concreto.
nologia do Estado do Rio Grande do Sul. As análises
Nas amostras de agregados estudadas neste
petrográficas foram realizadas na SUREG-PA/CPRM.
informe não foram feitos ensaios de RAA. No en-
O critério de seleção para a amostragem foi a tanto, foram realizadas algumas observações sobre
obtenção de representatividade das principais litolo- o comportamento reativo potencial de algumas
gias existentes na área do projeto. amostras de granitoides, com base nas caracterís-
As análises petrográficas enfatizaram o re- ticas mineralógicas resultantes das análises petro-
conhecimento e descrição de parâmetros minera- gráficas.

Tabela 4.5 – Amostras de brita analisadas e geologia correspondente.

Nome da Unidade Hierarquia Maior Petrografia Ensaio Classificação

Granitoides relacionados ao Cinturão


Suíte São João Batista DH-14 * milonito granítico
Metavulcanossedimentar do Terreno Tijucas
SZ-01A/B; SZ-02; SZ-02B;
Granito Ilha Batólito Florianópolis gnaisses
DH-08A/B; DH-13A/B DH-13C
Granito Serra do
Batólito Florianópolis DH-18A/B DH-18C riolitos
Tabuleiro
granodiorito e
Tonalito Forquilha Batólito Florianópolis SZ-04A SZ-04B
tonalito

Riolito Cambirela Batólito Florianópolis SZ-03 * sienogranito

41
Informe de Recursos Minerais

As reações são de três tipos: 1) álcali-sílica, Também devem apresentar composição mineraló-
pela presença de sílica amorfa (opala, calcedônia, gica favorável, incluindo a ausência de sais solúveis
cristobalita, vidro vulcânico) e/ou quartzo micro- (gipsita, e/ou minerais de fácil alteração (piritas, mi-
-criptocristalino deformado; 2) álcali-silicato, caso cas), teor de álcalis alto, etc. (MOREIRA, 1994)).
particular e mais lento da reação álcali-sílica, com mi- Os principais ensaios e especificações re-
nerais reativos disseminados na matriz das rochas; e comendadas para o uso de brita em concreto são:
3) álcali-carbonato (sem a formação de gel alcalino), abrasão Los Angeles, esmagamento, índice de for-
resultando na desdolomitização das partículas, en-
ma, quantidade de material pulverulento, torrões
fraquecendo a transição entre fragmentos do agre-
de argila, fragmentos macios e friáveis, e análise pe-
gado e consequente perda de aderência.
trográfica.
A petrografia mostrou uma quantidade im-
Para a realização desses ensaios foram coleta-
portante de amostras com deformação significativa
das 60 kg de amostra de brita 01, (a mais comercia-
do quartzo, inadequadas, portanto para a utilização
lizada), em quatros das principais pedreiras da RGF.
em concretos. Entre estas amostras destacam-se os
protomilonitos e milonitos derivados de granitos, As Tabelas 4.6 e 4.7 apresentam um resumo
os granitoides com a presença de pseudotaquilitos dos resultados dos ensaios tecnológicos, citando as
e os gnaisses graníticos, todos com quartzo defor- NBRs correspondentes.
mado. A maioria das amostras coletadas possuem
Em relação às caracterísitcas físicas dessas ro- características comerciais para a brita 01 (9,5 – 19
chas, especialmente para britas usadas em concreto mm), sendo que os pontos DH-13C, SZ-02C e SZ-04B
e asfalto, são levados em conta a granulometria ade- apresentam granulometria superiores a 70% para a
quada (conforme o uso), uma alta resistência mecâ- fração 12,7mm. No caso da amostra DH-18B, o ponto
nica à compressão (para concreto), ao impacto (para apresenta características que estão de acordo com
o asfalto), e à abrasão (cobertura de estradas), o que as especificações da NBR 7525 para a brita 01 (4,8 –
implica em baixa porosidade, ausência de planos de 12,5) com a faixa granulométrica concentrada entre
fraqueza, minerais sem alteração e textura favorável. as frações 6,3 e 12,7mm.

Tabela 4.6 – Resultados dos ensaios tecnológicos para brita na RGF e área de expansão.

Pontos
Valor de
Ensaios Norma Unidade
referência
SZ-02 B SZ-04 B DH-18 C DH-13 C

Sanidade DNIT ME 089/94 % 0,23 0,64 0,3 0,71 ≤12

Resistência do choque
NBR 5564/11 % 13,1 9,4 9,9 15,3 ≤20
(Treton)

Esmagamento NBR 9938/13 % 17,1 15,3 16,2 18,2 <45

Adesividade ao ligante
NBR 12583/08 % N.F. N.F. N.F. N.F. A.S.
betuminoso
Teor de material
NBR NM 46/03 % 0,3 0,3 0,6 0,3 ≤1
pulverulento

Massa unitária NBR NM 45/06 kg/dm3 1,46 1,49 1,42 1,42 ±1,5

Índice de forma NBR 7809/83 comp x esp 1,9 2,4 2,5 2,1 <3

Massa específica dos


NM53/09 g/cm³ 2,64 2,79 2,64 2,63 ±2,7
grãos
Massa específica
NM53/09 g/cm³ 2,61 2,76 2,61 2,59 ±2,7
aparente (seca)

Absorção de água NM53/09 % 0,45 0,4 0,43 0,55 <1,4

Abrasão "Los Angeles" NM 51/01 % 23 22 21 27 <50

N.S.: Não Satisfatório


A.S.: Adesividade Satisfatória

42
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

Tabela 4.7 – Determinação da composição granulométrica.

Pontos
Granulometria Norma Unidade
SZ-02 B SZ-04 B DH-18 C DH-13 C
25,4 mm NM 248/03 % 0 0 0 0
19,1 mm NM 248/03 % 6,8 4,9 0,9 16,4
12,7 mm NM 248/03 % 82,6 74,8 38 74,1
9,5 mm NM 248/03 % 10 15,7 32,7 8,5
6,3 mm NM 248/03 % - 3,8 24,3 0,6
4,8 mm NM 248/03 % - - 2,3 -
0,15 mm NM 248/03 % 0,3 0,4 1 0,4
Fundo NM 248/03 % 0,3 0,4 0,8 0

Os resultados dos ensaios tecnológicos para dia, entre 0,42 e 1,2 mm; e fina entre, 0,075 e 0,42
as brita da RGF são similares entre os pontos amos- mm. As características mineralógicas aliadas à distri-
trados nos diversos parâmetros analisados. Somente buição granulométrica definem sua aplicabilidade.
os resultados de Adesividade ao Ligamento Betumi- Um exemplo é a produção do concreto onde a areia
noso apresentaram inconformidade com os valores ocupa os espaços entre os fragmentos de brita e o
de referência. Os resultados não foram satisfatórios cimento. A areia para esse uso não deve ter grãos
para fins asfálticos, sendo necessária a utilização de menores que 0,15 mm, além de ter granulação bem
corretivos para melhoramento da adesividade nas distribuída ou gradada entre 0,15 a 4,8 mm para me-
britas analisadas. Para o restante dos ensaios, os re- lhor compactação e redução dos espaços maiores
sultados de brita da região em tela estão em confor- que 0,15 mm.
midade com os valores de referência para insumos
de construção civil. A análise granulométrica deve apresentar os
limites e a distribuição granulométrica de agregado
miúdo, determinada conforme as peneiras de aber-
4.2.2 – Areia
turas de malha. Desta forma, é possível construir a
curva granulométrica de uma amostra, a qual pode
A areia é um material de origem mineral fi- ser comparada com curvas-padrões que estabele-
namente dividido em grânulos, sendo resultado da cem limites de aproveitamento, denominadas como
alteração mecânica (fragmentação das rochas por zonas utilizável e ótima. Podem ser realizados ajustes
erosão, por ação do vento ou da água) causada por
na curva granulométrica, desde que os estudos pré-
agentes externos e/ou desagregação de rochas me-
vios de dosagem comprovem sua aplicabilidade.
tamórficas, ígneas e sedimentares através da atuação
do intemperismo físico, com posterior transporte e Destaca-se que nos últimos anos é acentuado
deposição. A areia para a construção civil é encontra- o uso alternativo de areia artificial provenientes de
da na forma natural ou obtida como subproduto da britagem de rochas para a elaboração de concretos
britagem de rochas. na construção civil. As areias derivadas de finos de
De acordo com a ANEPAC – Associação Nacio- britagem de rochas tem se tornado uma solução eco-
nal das Entidades de Produtores de Agregados para logicamente louvável pelo fato de diminuir a estoca-
Construção, a areia é conceituada na indústria como gem de grandes quantidades de materiais, que antes
um bem mineral constituído predominantemente eram considerados rejeitos de lavra (volume estéril).
por quartzo de granulação fina e que pode ser obtida Ademais, seu uso na construção civil em substitui-
a partir de depósitos de leitos de rios e planícies alu- ção a areia natural, via-de-regra extraída de leitos
viais, rochas sedimentares e mantos de alteração de de rios, de rochas intemperizadas ou de sedimentos
rochas cristalinas. Areias de praias e dunas litorâneas incoesos, vem contribuindo para a diminuição dos
não apresentam boa qualidade como material para impactos ambientais em algumas regiões do Brasil.
construção civil devido à presença de sais. Cabe ressaltar que a produção de areia, as-
A classificação das areias é feita pela granulo- sim como a de qualquer outro agregado utilizado na
metria, grau de selecionamento e formato dos grãos. construção civil, caracteriza-se pelo grande volume
Os depósitos arenosos são constituídos principal- extraído e pelo baixo valor por m3 comercializado.
mente por quartzo, podendo haver outros minerais Nesse contexto, o transporte corresponde a aproxi-
na sua composição, tais como: micas, zircão, ilmeni- madamente mais da metade do valor final do pro-
ta, feldspatos, etc. duto, sendo necessário que a lavra ocorra próxima
Conforme a dimensão dos grãos a areia é clas- do mercado consumidor para obtenção de melhores
sificada como areia grossa, entre 1,2 e 2 mm; mé- preços de comercialização.

43
Informe de Recursos Minerais

4.2.2.1 – Usos e funções - Pela explotação mecânica através de dragas


de sucção no leito ativo dos rios Biguaçú (Figura 4.6),
Tijucas e Cubatão, no âmbito dos municípios de Bi-
Pela sua grande utilidade, preço e abundân- guaçú, Tijucas, São João Batista e Santo Amaro da
cia, a areia é uma das matérias-primas minerais de Imperatriz.
maior consumo no setor da construção civil. A granu-
lometria da mesma pode determinar a sua utilização
como a seguir descrito.
A areia fina é ideal para argamassa de assen-
tamento, revestimento externo e interno, contrapiso
aderido e contrapiso acústico, regularização de pisci-
na e fórmicas, e regularização de impermeabilização.
A areia média, por se adequar a confecção de
concretos em geral, e artefatos de concreto (pré-
moldados), encontrada em praticamente todas as
fases da obra. A areia média é ideal para chapisco
rolado, contrapiso, assentamento de alvenaria, veda-
ção estrutural, revestimento interno e externo.
A areia grossa é geralmente usada como agre-
gado do concreto, em trabalhos que exigem uma
maior resistência da liga, ou em ocasiões que dispen-
sam um trabalho mais refinado. Figura 4.6 - Draga flutuante embarcada no leito do Rio
Biguaçu.
4.2.2.2 – Geologia dos depósitos

4.2.2.3 – Caracterização tecnológica


As principais áreas de extração de areia na re-
gião em tela são formadas por depósitos fluviais e
aluviais recentes e por jazimentos relacionados com Nas 10 amostras (Tabela 4.8) coletadas nas
os sistemas deposicionais antigos. As operações de principais jazidas da área do projeto, para a elabo-
lavra observadas na área do projeto são realizadas ração de analises granulométrica e mineralógica,
de duas maneiras: executadas no laboratório da CPRM/SUREG-PA, foi
- Pela explotação mecânica através de dragas utilizada a seguinte metodologia:
de sucção realizadas em terraços aluviais, próximo às • Secagem das amostras em estufa a 80°C;
planícies de inundação dos rios Tijucas (Figura 4.5) e • Separação de pesados com o uso de micro
da Madre, no âmbito dos municípios de Tijucas, São bateias;
João Batista e Palhoça; • Extração do material magnético com a uti-
lização de imã de mão;
• Passagem por separador eletromagnético
Franz (intensidade 0.3, 0.5 e 0.75 A);
• Análise binocular e mineralight ultraviole-
ta de ondas longas e curtas.
A norma ABNT 7211/2009 ainda destaca a
necessidade de avaliar a presença de substâncias
nocivas que podem comprometer a qualidade do
concreto. A Tabela 4.9 especifica os limites máximos
aceitáveis das substâncias nocivas do agregado em
relação à massa do material, e a Tabela 4.10 mostra
os limites da distribuição granulométrica do agrega-
do miúdo.
A especificação tecnológica completa de areais
utilizadas na construção civil requer a caracterização
mineralógica (exame macroscópico e microscópio,
análise por difração de raios-x, análises químicas,
Figura 4.5 - Draga flutuante embarcada em ação na planície etc.), ensaios granulométricos e ensaios específi-
aluvial da bacia do Rio Tijucas, no município de Tijucas. No cos de corpo de prova em concretos. A normatiza-
detalhe, são observados a ponta de sução da draga, e o ção dessas análises e especificações é realizada pela
sistema de peneiramento para retirada da fração cascalho ABNT, que define as NBR aplicadas à construção civil,
da carga arenosa. como exemplificado na Tabela 4.8.

44
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

Tabela 4.8 - Amostras analisadas e seus respectivos locais de coleta.

Amostra Classificação de Wentworth Local da coleta Geologia do depósito

Depósitos coluvio-eluvionares cenozoicos -


DH-01 Cascalho fino a areia muito grossa Planície aluvial rio Bigauçu
Quarternário

Areia grossa com areia média e areia Depósitos coluvio-eluvionares cenozoicos -


DH-02 rio Biguaçu
muito grossa Quarternário

Depósitos coluvio-eluvionares cenozoicos -


DH-03 Areia grossa a areia média rio Biguaçu
Quarternário

Areia muito grossa a cascalho fino Depósitos coluvio-eluvionares cenozoicos -


DH-04 rio Tijucas
com areia grossa Quarternário

Areia muito grossa a areia grossa com rio Itinga (afluente do rio Depósitos fluvio-lagunares cenozoicos -
DH-05
cascalho fino Tijucas) Quarternário

Cascalho fino a cascalho médio com rio do Braço (afluente do Depósitos coluvio-eluvionares cenozoicos -
DH-06
areia muito grossa rio Tijucas) Quarternário

Cascalho fino com cascalho mpedio, rio do Braço (afluente do Depósitos coluvio-eluvionares cenozoicos -
DH-07
areia muito grossa e areia grossa rio Tijucas) Quarternário

rio do Matias (afluente rio Depósitos aluvionares cenozoicos -


SZ-05 Areia grossa a areia muito grossa
Cubatão) Quarternário

Areia grossa com areia muito grossa e Depósitos aluvionares cenozoicos -


SZ-06 rio Cubatão
areia média Quarternário

Areia fina com areia media e areia Depósitos de planície lagunar cenozoicos -
SZ-07 rio da Madre
grossa Quarternário

Tabela 4.9 – Limites máximos aceitáveis de substâncias nocivas no agregado em relação à massa do material. Ver ob-
servações sobre índices “a”, “b” e “c” na norma da ABNT 7211:2009, item 5.2, Tabela 3 (agregados miúdos) e item 6.2,
tabela 7 (agregados graúdos).

Agregado Agregado
Substância Método de ensaio
miúdo (%) graúdo (%)

Concreto aparente 3 1

Torrões de argila e Concreto submetido a desgaste


ABNT NBR 7218 3 2
materiais friáveis superficial

Outros concretos 3 3

Concreto aparente 0,5 0,5


Materiais carbonosos(a) ASTM C 123
Concreto não aparente 1 1

Material Fino que passa Concreto submetido a desgaste


3 1,0 (b e c)
através da peneira 75 µm superficial
ABNT NBR NM 46
por lavagem (material Concreto protegido de desgaste
pulverulento) 5 1,0 (b e c)
superficial
A solução obtida no ensaio deve ser
ABNT NBR NM 49
mais clara do que a solução padrão
Impurezas Orgâni-cas Diferença máxima aceitável entre
ABNT NBR 7221 os resultados de resistência à 10%
compressão comparativos

45
Informe de Recursos Minerais

Tabela 4.10 - Limites da distribuição granulométrica do agregado miúdo. (A) Pode haver uma tolerância de até um
máximo de 5% em um só dos limites marcados com a letra “A” ou distribuídos em vários deles ; (B) Para agregado
miúdo resultante de britamento este limite poderá ser 80.

Intervalo granulométrico (mm) Utilização

0,075 a 1,00 Obras para acabamento (reboco) e alvenaria.

1,00 a 2,40 Concreto estrutural e acabamento (Reboco)

Concretos estruturais sejam manuais em betoneiras ou centrais de concreto; Usinas de asfalto


(CBUQ, PMF e PMQ), fábricas de pré-moldados de Concreto (lajes, blocos, tubos e pisos
2,40 a 4,80
intertravados), utilizada como produto drenante e filtros em ETE – Estação de Tratamento
de Esgoto.

Tabela 4.11 - Normas ABNT utilizadas em ensaios de A distribuição granulométrica do agregado


areias. miúdo influencia diretamente no desempenho da ar-
gamassa, interferindo na trabalhabilidade e no con-
Norma ABNT Ensaio sumo de água e aglomerantes, no estado fresco; no
terminologia de materiais de revestimento acabado, exerce influência na fissura-
NBR 7225 ção, na rugosidade, na permeabilidade e na resistên-
pedra e agregados naturais
cia de aderência (ANGELIM et al., 2003). Com relação
NBR 7211 agregados para concreto
à distribuição granulométrica do agregado miúdo,
NBR 7216 amostragem quanto maior a sua continuidade, maiores serão as
resistências mecânicas. Este fato ocorre devido à me-
NBR 7218 torrões de argila lhoria no empacotamento da mistura, o qual pode
NBR 7219 material pulverulento
ser demonstrado tanto pelo aumento do coeficiente
de uniformidade do agregado miúdo, quanto pelo
NBR 7220 impurezas orgânicas aumento do valor da massa unitária. Carneiro (1999),
ao discutir as resistências mecânicas das argamassas,
NBR 7217 granulometria coloca a distribuição granulométrica do agregado mi-
NBR 7809 forma dos grãos údo e a porosidade da argamassa como fatores que
influenciam essa propriedade. Tristão (1995) ao ava-
liar a influência da composição granulométrica do
A análise granulométrica do agregado miúdo, agregado miúdo natural nas propriedades de arga-
que é definida pelo ensaio de peneiramento segundo massas para revestimento, concluiu que argamassas
a NBR NM 248, objetiva caracterizar, com uma série produzidas com agregados miúdos muito uniformes
padrão de peneiras, a distribuição granulométrica do possuem maior consumo de aglomerantes e de água
agregado. O procedimento experimental determina de amassamento. O trabalho apontou indícios de
o diâmetro máximo do agregado miúdo, o módulo que agregados miúdos bem graduados aumentam a
de finura e a curva granulométrica. Após o ensaio de retenção de água e as resistências à compressão e à
peneiramento é preenchida uma tabela granulomé- tração.
trica e determinado o módulo de finura e o diâmetro O módulo de finura é a soma das porcenta-
máximo do agregado. gens retidas acumuladas em massa de um agregado,
Os resultados das análises granulométricas nas peneiras da série normal, dividida por 100. Este
são interpretados com facilidade quando repre- índice é importante no sentido de ajudar a diagnos-
sentado graficamente através de uma curva. Com ticar se o agregado pode ser aplicado, quanto a sua
a interpretação da curva granulométrica é possível granulometria, na fabricação de concreto ou não,
avaliar se a granulometria da amostra se enquadra através das seguintes relações:
em uma especificação ou apresenta algum desvio (é • Zona ótima: módulo de finura entre 2,2 a
muito grossa, ou muito fina, ou deficiente em um de- 2,9;
terminado tamanho de grão).
• Zona utilizável inferior: módulo de finura
Nas curvas granulométricas normalmente entre 1,55 a 2,2;
usadas, as ordenadas representam as porcentagens
acumuladas passantes, enquanto as abscissas refle- • Zona utilizável superior: módulo de finura
tem as aberturas das peneiras em escala logarítmi- entre 2,9 a 3,5.
ca. Como as aberturas das peneiras da série padrão As Figuras 4.7 a 4.16 apresentam as curvas
estão em uma razão constante 1:2, um gráfico loga- granulométricas de dez amostras de areias coletadas
rítmico mostra estas aberturas com espaçamentos nas principais jazidas na área do projeto, conforme a
iguais (NEVILLE, 1997). norma ABNT 7211/2009.

46
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

Figura 4.7 – Gráfico de análise granulométrica versus diagnóstico de utilização da amostra DH-01, coletada na planície alu-
vial do rio Biguaçu. Norma ABNT NBR 7211/2009.

Figura 4.8 – Gráfico de análise granulométrica versus diagnóstico de utilização da amostra DH-02, coletada no rio Biguaçu.
Norma ABNT NBR 7211/2009.

Figura 4.9 – Gráfico de análise granulométrica versus diagnóstico de utilização da amostra DH-03, coletada no rio Biguaçu.
Norma ABNT NBR 7211/2009.

47
Informe de Recursos Minerais

Figura 4.10 – Gráfico de análise granulométrica versus diagnóstico de utilização da amostra DH-04, coletada no rio Tijucas.
Norma ABNT NBR 7211/2009.

Figura 4.11 – Gráfico de análise granulométrica versus diagnóstico de utilização da amostra DH-05, coletada no rio Itinga
(afluente do rio Tijucas). Norma ABNT NBR 7211/2009.

Figura 4.12 – Gráfico de análise granulométrica versus diagnóstico de utilização da amostra DH-06, coletada no rio do Braço
(afluente do rio Tijucas). Norma ABNT NBR 7211/2009.

48
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

Figura 4.13 – Gráfico de análise granulométrica versus diagnóstico de utilização da amostra DH-07, coletada no rio do Braço
(afluente do rio Tijucas). Norma ABNT NBR 7211/2009.neração Kinko); LC-24a (Minas Brancas); LC-34 (SFR Mineração).

Figura 4.14 – Gráfico de análise granulométrica versus diagnóstico de utilização da amostra SZ-05, coletada no rio do Matias
(afluente do rio Cubatão). Norma ABNT NBR 7211/2009.

Figura 4.15 – Gráfico de análise granulométrica versus diagnóstico de utilização da amostra SZ-06, coletada no rio Cubatão.
Norma ABNT NBR 7211/2009.

49
Informe de Recursos Minerais

Figura 4.16 – Gráfico de análise granulométrica versus diagnóstico de utilização da amostra SZ-07, coletada no rio da Madre.
Norma ABNT NBR 7211/2009.

A Tabela 4.12 apresenta os resultados da aná- A análise da amostra DH-01 atestou que o se-
lise mineralógica semi-quantitativa. dimento é pobremente selecionado contendo 45%
As substâncias reativas ou potencialmente de quartzo, 45% de feldspatos alterados, fragmentos
reativas são, entre outros, o quartzo deformado, os de rocha e grãos minerais como zircão, estaurolita,
feldspatos alterados, os minerais ferro-magnesianos, anfibólio e granada. A análise granulométrica mos-
a turmalina, a opala, a calcedônia, a gipsita e os frag- trou que, de acordo com a classificação de Wentwor-
mentos de conchas. th, a amostra é composta por cascalho fino a areia
A Tabela 4.13 apresenta os resultados da aná- grossa, sendo que análise morfométrica destes sedi-
lise morfológica realizada nas amostras de areias, mentos indicaram a presença de grãos muito angu-
assim como os diagnósticos referentes ao aproveita- losos com moderada esfericidade. A amostra possui
mento como agregados aplicados na construção civil. uma grande quantidade de feldspatos alterados, o

Tabela 4.12 - Resultado da análise mineralógica semi-quantitativa realizada com lupa binocular.

Amostras (pontos de coleta)


Mineral (%)
DH-01 DH-02 DH-03 DH-04 DH-05 DH-06 DH-07 SZ-05 SZ-06 SZ-07
Quartzo 45 76 76 73 80 69 75 90 80 75
Feldspato (alterado) 45 20 20 20 15 25 20 8 18 23
Ilmenita <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1
Limonita <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1
Rutilo - - <1 <1 <1 <1 - - - <1
Magnetita - <1 - - - - - - - -
Hematita - <1 - - - - - <1 <1 <1
Leucoxênio <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1
Monazita - - - - - - - - <1 <1
Apatita - <1 <1 - <1 - - - - -
Zircão <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1
Turmalina - <1 - <1 <1 <1 <1 <1 - <1
Esfeno - <1 - <1 <1 - - - - -
Estaurolita - - - - - - - - - -
Epidoto <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1
Granada - - - - <1 <1 <1 <1 <1 -
Anfibólio - <1 <1 <1 - - - <1 <1 <1
Argila e Silte <1 <1 2 <1 1 <1 <1 <1 <1 1
Fragm. Rocha 8 2 - 5 2 3 2 1 1 <1
Agregados terrosos - - - - - - - - - <1

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Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

Tabela 4.13 - Resultado da análise morfológica dos grãos realizada com lupa binocular, assim como os diagnósticos
referentes ao aproveitamento como agregado na construção civil:
Classificão Textura
Grau de Esferici- Classificação de Material
Amostra Seleção Granulométrica ABNT superficial
arredondamento dade Wentworth orgânico
NBR 2211/2005 e 2009 dos grãos
predominam grãos pobremente cascalho fino a areia muito zona utilizável inferior/
DH-01 baixa negativo polida
muito angulosos selecionado grossa fora dos limites

predominam grãos moderadamente areia muito grossa, grossa e zona utilizável/


DH-02 baixa negativo polida
muito angulosos selecionado média zona ótima

predominam grãos moderadamente zona utilizável/


DH-03 moderada areia grossa a média negativo polida
angulosos selecionado zona ótima

predominam grãos pobremente areia muito grossa a cascalho zona utilizável inferior/
DH-04 baixa negativo polida
angulosos selecionado fino c/ areia grossa fora dos limites
raros
predominam grãos pobremente areia muito grossa à areia
DH-05 baixa zona utilizável inferior fragmentos polida
angulosos selecionado grossa com cascalho fino
animal/vegetal
predominam grãos muito mal cascalho fina a cascalho medio
DH-06 baixa fora dos limites negativo polida
angulosos selecionado com areia muito grossa
cascalho fino c/ cascalho raros
predominam grãos muito mal
DH-07 baixa médio, areia muito grossa e fora dos limites fragmentos polida
angulosos selecionado
areia grossa animal/vegetal
predominam grãos moderadamente areia grossa a areia muito
SZ-05 moderada zona utilizável inferior negativo polida
sub angulosos selecionado grossa
predom. grãos
moderadamente areia grossa c/ areia muito zona utilizável/
SZ-06 angulosos a sub moderada negativo polida
selecionado grosa e areia média zona ótima
angulosos
.nam grãos
moderadamente areia fina c/ areia media e
SZ-07 angulosos a sub moderada zona utilizável inferior negativo polida
selecionado areia grossa
angulosos

que implica em potencial reação química quando em As amostras DH-02, DH-03 e SZ-06 apresen-
contato com o cimento. Estes resultados, somados à tam resultados semelhantes entre si. São moderada-
avaliação do gráfico de análise granulométrica versus mente selecionadas e contêm aproximadamente 3/4
diagnóstico de utilização, sugerem a não recomenda- de quartzo, 1/4 de feldspatos alterados e, em peque-
ção da aplicação dessas areias, sem tratamento, na nas quantidades, fragmentos de rocha e grãos mi-
massa de concretos, apesar do material apresentar nerais como zircão, estaurolita, anfibólio e granada,
propriedades mineralógicas e químicas compatíveis entre outros. As areias dessas amostras apresentam
com agregado miúdo de bom desempenho. A curva na análise morfométrica grãos angulosos com baixa
situa-se parcialmente fora da zona utilizável, devido esfericidade. Esses resultados, somados à avaliação
ao excesso de areia média e grossa, impedindo seu dos gráficos de análise granulométrica versus diag-
uso in natura conforme recomendação da ABNT NM nóstico de utilização, sugerem a aplicabilidade des-
46 e ABNT NBR 7211/2005-2009. sas areias em concretos, pois apresentam resultados
A amostra DH-04, também pobremente sele- compatíveis com agregados miúdos de bom desem-
cionada, possui 70% de quartzo, 20% de feldspatos al- penho na construção civil.
terados, fragmentos de rocha e grãos minerais como A amostra DH-05 é pobremente selecionada,
zircão, estaurolita, anfibólio e granada, entre outros. contendo 80% de quartzo, 15% de feldspatos alte-
A análise granulométrica mostrou que de acordo com rados, fragmentos de rocha e grãos minerais como
a classificação de Wentworth, a amostra é formada
zircão, estaurolita, anfibólio e granada, entre outros.
por areia muito grossa e cascalho fino com areia gros-
A análise morfométrica destes sedimentos indicou a
sa, sendo que análise morfométrica destes sedimen-
presença de grãos angulosos com baixa esfericidade.
tos indicou grãos angulosos com baixa esfericidade.
Ocorre uma pequena anomalia relativa no acumula-
Resultados que, somados à avaliação do gráfico de
do de areia média, porém sua curva granulométrica
análise granulométrica versus diagnóstico de utiliza-
ção, muito semelhante ao da amostra DH-01, indicam encontra-se dentro do campo utilizável como agre-
cautela na utilização dessas areias, sem tratamento, gado para a construção civil.
na massa de concretos, apesar do material apresentar A amostra SZ-05 apresenta sedimento mode-
propriedades mineralógicas e químicas compatíveis radamente selecionado contendo 90% de quartzo,
com agregado miúdo de bom desempenho. A curva 8% de feldspatos alterados, fragmentos de rocha e
situa-se parcialmente fora da zona utilizável, devido grãos minerais como zircão, estaurolita, anfibólio
ao excesso de areia média e grossa, impedindo seu e granada, entre outros. A análise granulométrica
uso in natura conforme recomendação da ABNT NM mostrou que a amostra tem uma pequena anomalia
46 e ABNT NBR 7211/2005-2009. relativa ao acúmulo de areia fina e média, mas situa-

51
Informe de Recursos Minerais

se dentro do campo utilizável, enquanto a análise licatos de alumínio ou magnésio hidratados, poden-
morfométrica destes sedimentos indicou grãos sub do conter outros elementos, como ferro, potássio,
angulosos com moderada esfericidade. lítio e outros. Devido à presença dos argilo- minerais,
as argilas, quando misturadas com água, desenvol-
Os resultados analíticos das amostras DH-05 e
vem uma série de propriedades tais como plasticida-
SZ-05, somados à avaliação dos gráficos de análise
de, resistência mecânica a úmido, retração linear de
granulométrica versus diagnóstico de utilização, re-
secagem, compactação, tixotropia e viscosidade de
comendam a aplicação dessas areias em concretos,
suspensões aquosas, que explicam a grande varieda-
pois apresentam resultados compatíveis com agrega-
de de aplicações tecnológicas desta matéria-prima.
dos miúdos de bom desempenho na construção civil.
Dados da literatura mostram que são observa-
As amostras DH-06 e DH-07 apresentam sedi- das variações na composição das argilas aluvionares,
mentos muito mal selecionados contendo aproxima- dependendo do local de ocorrência. Os principais
damente 3/4 de quartzo, 1/4 de feldspatos alterados, elementos presentes, além da caulinita e o quartzo,
fragmentos de rocha e minerais como zircão, estau- são a matéria orgânica, o ferro na forma de óxido-hi-
rolita, anfibólio e granada. Segundo a classificação de dróxidos e o anatásio (TiO2). A caulinita compreende
Wentworth, as amostra DH-06 e DH-07 apresentam um silicato básico de alumínio [Al2Si2O5(OH)4], com
enriquecimento relativo de areia fina, o qual é muito composição química de 39,50% de Al2O3, 46,54% de
significativo na amostra DH-06. As análises morfo- SiO2 e 13,96% de H2O. O ferro está presente em gran-
métricas dos sedimentos de ambas as amostras indi- de parte nos minerais goethita [FeO(OH)], hematita
caram grãos angulosos com baixa esfericidade. (Fe2O3), magnetita (Fe3O4), pirita (FeS2) e ilmenita
As amostras DH-06 e DH-07 apresentam cur- (FeTiO3), e o titânio nos minerais rutilo (TiO2), ana-
vas granulométricas parecidas, situando-se fora da tásio (TiO2) e ilmenita (FeTiO3). O ferro pode ser en-
zona utilizável, abaixo do limite inferior, devido ao contrado como impureza na estrutura da caulinita,
excesso de cascalho fino, impedindo seu uso in natu- onde o Fe3+ substitui o Al3+ em sítios octaédricos. O
ra conforme recomendação da ABNT NM 46 e ABNT elemento químico ferro é responsável pela coloração
NBR 7211/2005-2009. Embora o material apresente avermelhada característica dos produtos cerâmicos.
propriedades mineralógicas e químicas compatíveis A caulinita é um componente refratário quan-
com agregados miúdos de bom desempenho, é ne- do puro (suporta altas temperaturas), podendo ser
cessário um peneiramento da fração areia fina. sintetizada a partir de 850°C na presença de óxidos
A amostra SZ-07 apresentou sedimento mo- fundentes (K2O, Na2O, CaO, MgO, e Fe2O3). Já a ilita
deradamente selecionado contendo 75% de quartzo, é um argilo-mineral coadjuvante desejável pela pre-
23% de feldspatos alterados, fragmentos de rocha sença do fundente K2O, sendo mais plástica que as
e grãos minerais como zircão, estaurolita, anfibó- caulinitas. No caso, das esmectitas, vermiculitas e
lio e granada, entre outros. Segundo a classificação cloritas (com Fe, Mg, Ca e K), esses constituem ar-
de Wentworth, a amostra é formada por areia fina gilo-minerais indesejáveis pela alta retração a cru e
a grossa, sendo que a análise morfométrica destes pela formação de erupções à queima.
sedimentos indicou grãos angulosos a sub-angulosos O quartzo (SiO2) é um mineral importante na
com moderada esfericidade. Esses resultados, so- composição das argilas, pois constitui um compo-
mados à avaliação dos gráficos de análise granulo- nente importante na carga refratária dos produtos
métrica versus diagnóstico de utilização, indicam a de cerâmicas vermelhas. A matéria orgânica, que dá
aplicação dessas areias em concretos. Os resultados colorido escuro às argilas depositadas em várzeas,
analíticos da amostra SZ-07, com a curva situada no e desejável em proporções de até 2%, facilitando a
limite da zona utilizável superior, é compatível com queima e sendo eliminada sob a forma de CO2.
agregados miúdos de bom desempenho na constru- O termo argila também é usado na classifica-
ção civil. ção granulométrica de partículas inferiores a 2 µm
A maioria das amostras de areias analisadas ou a 4 µm (1/256 milímetros) de diâmetro, segundo
apresentam predomínios de grãos angulosos a sub- as escalas de Atterberg ou Wentworth, respectiva-
mente.
angulosos, seleção moderada a ruim e baixa a mode-
rada esfericidade, a qual é consequência da proximi- As argilas utilizadas na indústria de cerâmica
dade do material com as áreas fontes. vermelha, também conhecidas pela denominação
de argilas comuns, abrangem uma variedade de
substâncias minerais de natureza argilosa. Isto é, se-
4.2.3 - Argila
dimentos pelíticos consolidados e inconsolidados,
tais como: argilas aluvionares quaternárias, argilitos,
Argila é um material natural constituído essen- siltitos, folhelhos e ritmitos, que queimam em cores
cialmente de argilo-minerais, podendo conter outros avermelhadas, a temperaturas variáveis entre 800o
minerais (quartzo, mica, pirita, hematita, etc), maté- e 1.250o C. Segundo Mendes et. al. (2009) as argilas
ria orgânica e outras impurezas. Os argilominerais, vermelhas apresentam alto teor em Fe2O3 variando
principalmente caulinita, illita, esmectita, são mine- entre 1 a 8%, com um teor médio de 4%. Salienta-se
rais característicos das argilas. Quimicamente são si- que as características de granulometria muito fina e

52
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

matéria orgânica incorporada conferem ao material, 4.2.3.1 – Usos e funções


diferentes graus de plasticidade, quando adicionada
de determinadas porcentagens de água; além da tra- Na indústria da construção civil e de cerâmica,
balhabilidade e resistência ao natural, a seco e após as argilas são empregadas na produção de cerâmi-
o processo de queima, aspectos importantes para ca vermelha, tais como tijolos, telhas, blocos, lajes,
fabricação de uma grande variedade de produtos ce- lajotas, manilhas e elementos vazados diversos. Na
râmicos. O alto teor de impurezas, entre as quais se cerâmica branca é utilizada na produção de louças
destacam os minerais de ferro, são responsáveis pela sanitárias, porcelanas de mesa, porcelana elétrica,
cor vermelha típica dos seus principais produtos (ti- porcelana técnica e de laboratório. Na cerâmica de
jolos, telhas e lajota). revestimento, para uso na confecção de azulejos,
A determinação do uso das argilas na indús- porcelanatos, ladrilhos e pastilhas. Aplica-se tam-
tria cerâmica depende de ensaios tecnológicos que bém em setores de cerâmicas especiais ou de alta
são normatizadas pela Associação Brasileira de Nor- tecnologia. Sua aplicação industrial constitui o setor
mas Técnicas (ABNT), que reúnem as principais NBR da cerâmica vermelha, que é o principal fornecedor
aplicadas a argilas na construção civil, listados na de materiais para alvenarias e coberturas para uso
Tabela 4.14. residencial e comercial.
As informações sobre a importância dos cui- As argilas também possuem uma larga utili-
dados técnicos na produção de peças cerâmicas, zação nas seguintes setores da indústria: isolantes
conforme recomendados por normas da ABNT visam térmicos, fibras cerâmicas, refratários isolantes, pro-
contribuir para a melhoria da qualidade dos produ- dução de cimento Portland (argila pozolânica), vidro,
tos fabricados e na sustentabilidade produtiva das abrasivos, agregados leves, papel, borracha, plástico,
indústrias no futuro. tinta, fluido de perfuração e etc.
A fabricação de peças cerâmicas, principal- Na área de meio ambiente as argilas têm sido
mente tijolos e telhas de boa qualidade, depende da amplamente utilizadas na impermeabilização de
obtenção de um bom rendimento e bons níveis de solos. Um exemplo são os projetos para implanta-
qualidade na extrusão das massas das matérias pri- ção de aterros sanitários e industriais, onde cama-
mas utilizadas. A extrusão constitui um processo de das de argilas compactas são utilizadas como base
conformação plástica de tijolos e tarugos (bastone- construtiva em aterros de resíduos domésticos e
tes) para prensagem plástica de telhas. industriais.

Tabela 4.14 - Relação de normas da ABNT aplicadas aos produtos de cerâmica vermelha de interesse neste projeto.

Tipo de Produto ABNT NBR Especificação

Alvenaria estrutural - Blocos cerâmicos.


15812-1:2010
Parte 1: Projetos

Componentes cerâmicos.
15270-1:2005
Parte 1: Blocos cerâmicos para alvenaria de vedação - Terminologia e
requisitos.
Bloco de vedação Componentes cerâmicos.
(tijolo) e bloco 15270-2:2005
Parte 2: Blocos cerâmicos para alvenaria estrutural - Terminologia e
estrutural requisitos.
Componentes cerâmicos.
15270-3:2005
Parte 3: Blocos cerâmicos para alvenaria estrutural e de vedação - Métodos
de ensaio.
Execução de alvenaria sem função estrutural de tijolos e blocos cerâmicos
8545:1984
(Procedimentos).
Paredes de alvenaria estrutural- Ensaio à compressão simples - Método de
8949:1985
ensaio.
15310:2005 - Emenda Componentes cerâmicos - Telhas - Terminologia, requisitos e métodos de
1:2009 ensaio.
Telha
Componentes cerâmicos –Telhas - Terminologia, requisitos e métodos de
15310:2009
ensaio.
Tijolo maciço cerâmico para alvenaria - Verificação da resistência à
6460:1983
Tijolo maciço compressão.
cerâmico para 7170:1983 Tijolo maciço cerâmico para alvenaria.
alvenaria
8041:1983 Tijolo maciço cerâmico para alvenaria - Forma e dimensões – Padronização.

53
Informe de Recursos Minerais

4.2.3.2 – Geologia dos depósitos Rio do Sul, que constitui a parte superior do Grupo
Itararé. São argilas brancas utilizadas na produção de
cerâmica plana, mas os depósitos são de pequenas
Com o objetivo de descrever as áreas fontes proporções, possuindo pequena espessura e con-
de argila da região em tela, as jazidas foram subdivi- tinuidade lateral, como verificado em depósitos la-
didas em grupos que compõem os principais pontos vrados na região de Boiteux, no município de Major
de lavras em atividade. Gercino (Figura 4.18).
• Argilas de natureza aluvionar; Essas jazidas podem configurar potencial para
• Argilas de natureza sedimentar; argilas nobres, pois possuem grau de pureza maior
• Argilas primárias ou residuais. com relação à argilo-minerais se comparados a de-
As jazidas de argila podem ser primárias ou pósitos argilosos encontrados nas planícies aluviais.
secundárias. As do primeiro tipo são originadas pela Neste caso, deve-se levar em conta o transporte di-
alteração de rochas “in situ”, a partir de processos ficultado pela distância e precariedade das estradas
hidrotermais e/ou intempéricos sobre rochas pree- que levam aos polos cerâmicos da região.
xistentes (residuais). As secundárias estão relacio- Ocorrem também algumas áreas com extração
nadas principalmente com as planícies aluviais do de argilas primárias (residuais), oriundas da alteração
ambientes fluviais, as quais são geradas pelo retra- “in situ” de rochas metassedimentares do Complexo
balhamento de superfícies ricas em sedimentos in- Brusque (Figura 4.19). São argilas bastante plásticas
consolidados. Esses materiais são transportados por e com forte pigmentação utilizadas na indústria cos-
correntes aquosas e posteriormente depositados ao mética. Suas ocorrências estão distribuídas em por-
longo de depressões naturais (bacias de deposição/ ções levemente elevadas, bordejando a parte norte
decantação). da bacia hidrográfica do Rio Tijucas.
As argilas de natureza aluvionar, com caracte-
rísticas tecnológicas para uso na indústria da cerâ-
mica vermelha, distribuem-se principalmente pelas
planícies aluviais do curso médio e inferior do Rio
Tijucas, que constitui o principal polo cerâmico (te-
lhas e tijolos) de SC. Estas argilas estão diretamente
relacionadas, texturalmente, ao aspecto litofacioló-
gico dos sedimentos da área fonte, como também ao
modelamento geomorfológico e a profundidade do
substrato arenoso.
Estes depósitos situam-se, geralmente, em
áreas de várzea e depressões das planícies, bem
como em terraços fluviais com características de de-
pósitos sub-atuais. Caracterizam-se pela coloração
variando de castanho-amarelado a cinza-escuro e
pela plasticidade média a alta, constituindo camadas Figura 4.17 – Lavra de extração de argila para cerâmica
com espessura variada (CARUSO, 2004). vermelha na planície aluvial do rio Tijucas. Município de
As argilas extraídas na região da bacia do Rio Canelinha.
Tijucas são provenientes basicamente de duas fon-
tes: leques aluviais (depósitos de encostas) e pla-
nícies aluviais (Figura 4.17), e de um modo geral,
apresentam espessuras em torno de três metros,
podendo atingir até dez metros. Os depósitos de
argila com potencialidade para cerâmica vermelha
que ocorrem nas regiões com leques aluviais estão
relacionados ao sistema deposicional e à posição es-
pacial em relação às rochas das áreas fontes. Deste
modo, as áreas com os maiores depósitos, quanto à
espessura e continuidade lateral das camadas, esta-
riam posicionadas nas partes distais dos leques alu-
viais, em uma morfologia de planície cenozoica, com
baixa altitude, onde a deposição pelítica ocorreu em
bolsões, resultando em argilas mais plásticas e com
pouca contribuição arenosa (AUMOND, 1992).
Algumas lavras de argila de natureza sedimen- Figura 4.18 – Depósito de argila branca utilizada na fabri-
tar derivam do intemperismo de rochas sedimen- cação de cerâmica plana na localidade de Boiteuxburgo.
tares da Bacia do Paraná, pertencentes à Formação Município de Major Gercino.

54
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

• Caracterização física (retração (PR-CC-086),


absorção de água (PR-CC-078), resistência à flexão
(PR-CC-085) e plasticidade (PR-CC-092));
• Caracterização reológica (densidade aparen-
te batida de sólidos (ASTM C 110-96a) e densidade
real de sólidos (PR-CR-063));
• Análise térmica diferencial/termogravimétri-
ca (PR-CR-128);
O controle de qualidade das argilas é im-
portantíssimo para a formulação da massa que
compõe o “mix” argiloso utilizado na indústria
cerâmica. O caráter heterogêneo das argilas deve
ser identificado nos ensaios tecnológicos para que
argilas de alta qualidade não sejam utilizadas na
Figura 4.19 – Depósito de argila primária, oriunda da altera- cerâmicas de baixo valor agregado, fato que cons-
ção de rocha granítica. Município de Canelinha. titui enorme fonte de desperdício. Desta manei-
ra, a caracterização da matéria prima se impõe ao
4.2.3.3 – Caracterização tecnológica empirismo da tradição cerâmica para um melhor
desempenho produtivo refletindo em lucrativida-
de para a indústria.
A determinação dos usos das argilas na indús- A escolha dos locais de coleta contemplou
tria cerâmica depende de ensaios tecnológicos que duas jazidas de argila exploradas na região em tela,
são normatizados pela Associação Brasileira de Nor- sendo uma amostrada em um depósito de alteração
mas Técnicas (ABNT) que reúnem as principais NBR intempérica em rochas graníticas (residual), e outra
aplicadas a argilas na construção civil, como especifi- em rochas sedimentares da Bacia do Paraná.
cado na Tabela 4.15.
A caracterização de duas amostras de argila
A análise das argilas foi baseada nos princi- coletadas na área do projeto foram realizadas pelo
pais ensaios tecnológicos empregados para testar a Laboratório de Desenvolvimento e Caracterização de
qualidade de matérias-primas usadas na indústria Materiais – LDCM, do Centro de Tecnologia de Mate-
cerâmica. A determinação das características dos riais do SENAI de Criciúma (SC).
argilo-minerais define o melhor aproveitamento des-
te insumo, fato este que influencia na valorização do As argilas extraídas nas planícies de inundação
produto de final. do Rio Tijucas, utilizadas na fabricação de cerâmica
vermelha (tijolos e telhas), comumente são ensaia-
Desta maneira foram realizadas as seguintes das pelos próprios mineradores, no Laboratório de
análises para as argilas coletadas na RGF: Ensaios de Cerâmica Vermelha – LECEV, do Centro de
• Determinação das fases cristalinas por Tecnologia de Materiais do SENAI de Tijucas – SC.
difração de raios-x – Análise racional (PR-CC-191); As Tabelas 4.15, 4.16, 4.17, 4.18, 4.19 e 4.20 e
• Determinação da análise química por as Figuras 4.8, 4.9 e 4.10 mostram os resultados dos
espectrometria de fluorescência de raios-x e ensaios realizados.
espectrometria de absorção atômica (PR-CR-097, PR- A análise térmica diferencial ou termogravi-
CR-098 E PR-CR-1036); métrica da amostra DH-16 mostrou que até a tem-
• Determinação da cor de queima (PR-CC-079); peratura de 101,70 C, aproximadamente, houve uma
• Determinação da distribuição granulométri- perda de massa de 1,88%, relativa à saída de água
ca a úmido (PR-CC-084); adsorvida. Entre 2090 C e 3500 C, aproximadamente,

Tabela 4.15 – Classificação mineralógica por difração de raios X (porcentagem). O equipamento utilizado no ensaio é
um Difratômetro Bruker – D8 com goniômetro theta – theta. A radiação é Ka em tubo de cobre nas condições de 40kV
e 40mA. A velocidade e o intervalo de varredura do goniômetro são 1 grama de pó a 1 segundo para 0,02° do goniô-
metro de 2° a 72° 2 theta, respectivamente. Amostras DH-16 e DH-17, respectivamente.

Fases Cristalinas por Difração de Raios X


Amostra
Quartzo Caulinita Ilita Microclínio Hematita Acessórios
DH-16 32,62 55,37 12,01 0 0 0
DH-17 14,31 73,63 8,11 0 3,95 0

55
Informe de Recursos Minerais

Figura 4.20 - Histograma com resultados da classificação mineralógica (Amostra DH – 16).

Figura 4.21 - Histograma com resultados da classificação mineralógica (Amostra DH – 17).

Tabela 4.16 - Resultados da análise química em teor de porcentagem para óxidos.

Análise Química por Espectrometria de Fluorescência de Raios X


Ponto e Espectrometria de Absorção Atômica
Al2O3 CaO Fe2O3 K2O MgO MnO Na2O P2O5 SiO2 TiO2 LOI
DH-16 25,31 <0,05 1,27 1,37 0,44 0,09 <0,05 <0,05 60,43 1,17 9,8
DH-17 26,89 <0,05 10,78 1,15 0,19 <0,05 <0,05 0,06 49,82 1,39 9,8

56
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

Tabela 4.17 - Determinação da cor de queima em dife- Tabela 4.18 - Resultados de porosidade. Cálculo realizado
rentes temperaturas. Parâmetros de ensaio: Moagem a a partir da fórmula: Porosidade = 1 – (densidade batida/
úmido / Resíduo de moagem: 0,75% em # 325 mesh (45 densidade real); DH-16: densidade aparente batida de
um) / Umidade de compactação: 7 % / Pressão de com- sólidos = 0,7 g/cm3, densidade real de sólidos = 2,5 g/cm3;
pactação: 250 kgf/cm2 / Ciclo de queima: 120 min. DH-17: densidade aparente batida de sólidos = 0,8gcm3,
densidade real de sólidos = 2,74gcm3.
Temperatura (0C) / Cor de queima
Ponto Ponto Porosidade (%)
8000 C 8500 C 9500 C
DH-16 branco branco branco
DH-16 72%
DH-17 cor de telha cor de telha cor de telha
DH-17 71%

Tabela 4.19 - Resultados da distribuição granulométrica a úmido.

Abertura da peneira/Retido (%)


Ponto
# 16 Mesh # 32 Mesh # 60 Mesh # 115 Mesh # 250 Mesh # 250 Mesh
(> 1000 μm) (500-1000 μm) (250-500 μm) (125-250 μm) (63-125 μm) (<63 μm)
DH-16 8,2 2,7 2,5 2,8 2,5 81,4
DH-17 0 0 0,1 0,2 1,4 98,3

Tabela 4.20 - Resultados da análise geotécnica para cerâmica. Parâmetros de ensaio: Moagem a úmido / Resíduo de mo-
agem: 0,75% em # 325 mesh (45 um) / Umidade de compactação: 7 % / Pressão de compactação: 250 kgf/cm2 / Ciclo de
queima: 120 min.

Ensaio DH-16 DH-17


Retração total (Método: Dimensional/PR-CC-086) 7,5% 7,5%
Absorção de água (Método: Gravimetria/PR-CC-078) 30,5% 28,1%
Resistência à flexão – Queimado (Método: Flexão 3
3,8 N/mm² 3,3 N/mm²
pontos/PR-CC-085)
Plasticidade – Limite líquido (NBR 6459/84)
37,5% 36,9%
(Método: Casangrande/PR-CC-092)
Plasticidade – Limite plástico (NBR 7180/84)
26,6% 26,1%
(Método: Casangrande/PR-CC-092)
Plasticidade – Índice plástico (NBR 7180/84)
11% 10,9%
(Método: Casangrande/PR-CC-092)

houve uma perda de massa de 0,96%, devido à de- coerentes com as áreas fontes do insumo, sendo o
sidroxilação de algum hidróxido e/ou decomposição conjunto das fases cristalinas das amostras correla-
de matéria orgânica. A 530,60 C ocorreu um pico en- cionado com fontes de argilas primárias (“in situ”) e
dotérmico relativo à desidroxilação da caulinita, com secundárias (sedimentares) presentes na região.
uma perda de massa de 7,94%. A 956,90 C ocorreu A amostra DH-17, coletada no município de
um pico exotérmico relativo à formação de espiné- Canelinha, apresenta teores de argilo-minerais rela-
lios com a geração de mulita. cionados a reservas argilosas secundárias, derivadas
A análise térmica diferencial ou termogravi- da alteração de metaritmitos da Formação Botuverá,
métrica da amostra DH-17 mostrou que até a tem- pertencente ao Cinturão Metavulcanosedimentar do
peratura de 108,50 C, aproximadamente, houve uma Complexo Metamórfico Brusque. A amostra apre-
perda de massa de 1,12%, relativa à saída de água sentou baixo teor de óxido de alumínio, e maior con-
adsorvida. A 525,20 C ocorreu um pico endotérmico centração de óxidos de ferro, característica que se
relativo à desidroxilação da caulinita, com uma per- refletiu nos testes de queima, pois todas as amostras
da de massa de 6,73%. A 967,30 C ocorreu um pico apresentaram “cor de telha” (marrom avermelhado)
exotérmico relativo à formação de espinélios com após o ensaio
geração de mulita. A amostra DH-16, coletada no município de
Os resultados das análises químicas das argi- Major Gercino, representa argilas derivadas de ro-
las apresentaram uma associação de argilo-minerais chas sedimentares pertencentes ao Membro Rio do

57
Informe de Recursos Minerais

Sul do Grupo Itararé, Bacia do Paraná. A amostra O ensaio de retração de queima é determina-
coletada apresentou altos teores de argilo-minerais, da com base na variação dimensional (comprimento)
em especial a caulinita que compõe mais de 60% das dos corpos-de-prova após a queima. Os resultados
fases cristalinas das duas amostras (Tabela 4.15 e Fi- indicaram que com aumento da temperatura de
guras 4.18 e 4.19), sendo que somado as concentra- queima ocorreu um aumento da retração linear da
ções de ilita, a amostra chega a concentrar mais de amostra DH-17.
70% de argilo-minerais. Com relação aos resultados de absorção de
Os altos teores de óxidos de alumínio ou alu- água foi verificada a tendência de diminuição dos
mina (Al2O3) na amostra DH-16 (Tabela 4.15) confir- valores com aumento da temperatura dos ensaios.
ma a maior concentração de argilo-minerais nessa De acordo com NBR 15270, os valores de absorção
amostra (caulinita e ilita). A amostra possui 25,31% de água, para blocos cerâmicos estão contidos no in-
de Al2O3, que aliado ao baixo teor de óxidos de fer- tervalo de 8 a 22%, no caso das amostras analisadas,
ro (Fe2O3), indica sua aplicação para cerâmica plana ambas apresentaram valores superior à norma (27,7
(produto cerâmico nobre). Essa indicação foi confir- a 31%).
mada com ensaios de queima que apresentaram co- A resistência à flexão é um ensaio importante
loração branca para amostra para as três temperatu- para testes cerâmicos, sendo que em razão da atua-
ras analisadas (Tabela 4.17). ção dos mecanismos de sintetização ocorrido em al-
Na amostra DH-17 foi verificado baixos teores tas temperaturas de queima, verifica-se a diminuição
de óxidos de alumínio se comparados à amostra DH- da absorção de água e porosidade, fato que melhora
16, mas com relação aos teores de óxidos de ferro, as as propriedades mecânicas do corpo-de-prova.
mesmas amostras apresentaram as maiores concen- A determinação da plasticidade é fundamental
trações, característica que se refletiu nos testes de pois define os parâmetros técnicos necessários para
queima, pois todas as amostras apresentaram “cor converter a matéria prima em produto cerâmico com
de telha” (marrom avermelhado) após ensaio (Tabe- dada geometria. Para definir a plasticidade das amos-
la 4.17). tras coletadas foram utilizados os limites líquidos - LL
Os resultados de porosidade não variaram mui- (NBR 6459), limites plásticos – LP (NBR 7180) e os
to sendo que os valores ficaram em torno de 70% índices de plasticidades – IP (NBR 7180). De acordo
para as duas amostras analisadas (Tabela 4.18). Desta com as normas mencionadas, os intervalos para ce-
maneira, foi verificado que tanto as argilas primárias râmica vermelha são: LL (30%-60%); LP (15-30%) e
como secundárias apresentam características simila- IP (10-30%). A comparação entre os resultados das
res para porosidade. amostras coletas na RGF, e os limites de referência,
verifica-se que os valores obtidos nas amostras ana-
A distribuição granulométrica a úmido das ar- lisadas estão dentro dos intervalos de LL, LP e IP em-
gilas coletadas apresentaram altas concentrações de pregados para cerâmica vermelha.
sedimentos finos compostos por frações silte e argila
(<63 µm). Os resultados são apresentados na Tabela
4.19 e Figura 4.10, sendo possível verificar uma pro- 4.3.3 – Saibro
porção maior de finos nas argilas primárias da amos-
tra DH-17. Segundo a NBR 13529/09, a substância saibro
As massas cerâmicas para a produção de tijo- trata-se de um solo proveniente de granitos e gnais-
los e telhas em geral necessitam respectivamente de ses com minerais parcialmente decompostos, com
20-30% e 30-40% de fração argila na sua composição baixo teor de argila e coloração variada, caracteri-
(PRACIDELLI et al., 1997). Desta maneira, todas as zando-se pela possibilidade de emprego imediato na
amostras coletadas na RGF atendem as especifica- construção civil (Figura 4.22).
ções para produção de produtos cerâmicos simples, Corresponde a todo material areno-argiloso
sendo necessária à adição de frações mais grosseiras extraído de áreas geralmente próximas de obras
a “mistura” granulométrica para o processamento de construção civil, selecionado principalmente por
cerâmico. suas características granulométricas, para ser utili-
Os resultados dos ensaios para a caracteri- zado basicamente, "in natura", em obras civis como
zação física das argilas são apresentados na Tabela barragens, aterros, manutenção de leitos de estra-
4.20. Para a realização dos ensaios foram utilizados das vicinais, encontros de viaduto, pontes e edifica-
2 kg de massa argilosa bruta, que após tratamento ções (por exemplo, solo argiloso para correção do
prévio para confecção de corpo-de-prova, foram uti- leito do sistema viário, solo arenoso para filtro do
lizados para testes em três temperaturas de queima sistema de drenagem da obra, ou cascalho/pedrisco
(850°C, 900°C e 950°C). como agregado de concreto). Os principais materiais
O teste de umidade foi realizado apenas para produzidos são: areia, cascalho, canga laterítica, sai-
temperatura de 800°C. A amostra de argila secundá- bro, argila e saprólito ou regolito, dependendo das
rias (coluvio-aluvionar) representada pela amostra necessidades da obra.
DH-16, apresentou o maior teor de umidade após a Nestes materiais se observam a presença de
queima com 3,10/2,30/2,60%. areias argilosas, sílticas e arcoseanas, mal seleciona-

58
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

das, de cores variegadas, avermelhada, alaranjada, de acesso e às vezes dentro do próprio perímetro
amarelada e esbranquiçada, formando camadas ho- urbano. Por se tratar de um produto de emprego
rizontais ou lenticulares, com pequenas discordân- imediato na construção civil, suas ocorrências tor-
cias de erosão local, marcadas por leitos de seixos de nam-se mais importantes quanto mais próximas es-
quartzo. No geral, este conjunto litológico pode atin- tiverem às frentes de lavra em relação às áreas com
gir alguns metros de espessura, quando começam a obras de aterro. Eventualmente, são também utili-
aparecer blocos de dimensões métricas, que neces- zadas para mistura, em pequeno percentual, com
sitam do auxílio de explosivos para serem extraídos. argilas para cerâmica vermelha de acordo com as
A viabilidade econômica deste material de- suas características texturais. De modo geral, todas
pende da proximidade das áreas de extração em re- as áreas com potencialidade de extração, apresen-
lação ao local onde será empregado. Geralmente é tam alta suscetibilidade a processos erosivos, sendo
utilizado em obras de aterro, terraplanagem e reves- necessário adotar medidas de contenção nas áreas
timento de estradas não pavimentadas. mineradas.
As possibilidades da ocorrência dos depósitos As operações de lavra deste material compre-
de saibro estão relacionadas diretamente com as ca- ende uma operação conjunta que corresponde ao
racterísticas texturais do substrato que lhe deu origem, desmonte e carregamento do material “in natura”
estando associadas a crostas de intemperismo. As es- através de pá carregadeira, seguido do transporte do
pessuras desses depósitos variam em função de sua produto em caminhões tipo caçamba até o canteiro
posição espacial em relação à topografia, sendo mais de obras (Figura 4.23).
espessas nas encostas e na base dos morros e se adel- Suas reservas são de grandes proporções e
gaçando quando próximas ao topo (ZANINI, 1998). não foram mensuradas em virtude da sua grande
Geralmente, as jazidas desses materiais área de exposição, aliada a grande variabilidade de
encontram-se muito próximas das principais vias unidades geológicas.

Figura 4.22 – Extração de saibro no município de Tijucas. Figura 4.23 – Extração de material de empréstimo. Muni-
cípio de Antônio Carlos.

59
Informe de Recursos Minerais

60
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

5 — MÉTODOS DE LAVRA E BENEFICIAMENTO

A totalidade dos recursos minerais para em- O desmonte de rocha em pedreiras é realizado
prego imediato na construção civil na RGF é extraí- tradicionalmente por meio de explosivos, seguindo o
da com diferentes métodos de lavra a céu aberto e método de bancadas simples ou múltiplas. Isto, de-
beneficiamento, os quais são descritos de forma ge- pendendo do porte e condicionamento, topográfico
nérica nessa nota explicativa. Destacam-se entre os e geológico, do maciço rochoso. O quantitativo de
recursos minerais extraídos a areia, as rochas para explosivos a ser utilizado está diretamente associa-
britagem, as argilas para uso cerâmico e os materiais do à excelência do plano de fogo a ser adotado, cuja
de empréstimo, como o saibro. eficácia resulta na diminuição dos custos envolvidos.
Convém frisar que o conhecimento geológico do ja-
O método de lavra a ser aplicado na explora-
zimento, aliado ao aproveitamento das estruturas
ção parte fundamental do estudo de viabilidade eco-
existentes será condição primordial para um bom
nômica dos empreendimentos minerais e depende,
planejamento das operações futuras de lavra.
entre outros elementos, das condições geológicas,
topográficas, ambientais e sociais locais. O entorno
da lavra (instalações e infra-estrutura) é condiciona-
do pelo método adotado e pelas normas regulamen-
tadoras gerais e locais.
Além da viabilidade técnica e econômica, os
aspectos relacionados com o aproveitamento racio-
nal de recursos não renováveis e a redução de impac-
tos ambientais são fundamentais no planejamento
da explotação. Em muitos empreendimentos deve
ser avaliada a convivência entre a mineração (lavra e
beneficiamento) e os serviços urbanos já instalados,
tais como os sistemas viários e as áreas residenciais,
industriais e de preservação.
O modelo de extração deve contemplar, ainda,
a recuperação da área degradada e seu reaproveita-
Figura 5.1 – Extração de granito para brita em pedreira
mento após o encerramento das operações de mine- estruturada em bancadas, no município de Biguaçu.
ração, de acordo com as soluções técnicas exigidas
pelos órgãos públicos competentes.
O planejamento do desmonte, com a utiliza-
5.1 - Granito para brita ção de explosivos, é influenciado por diversos fa-
tores, os quais necessitam de controle para que os
Os maciços rochosos de onde se extraem ma- objetivos pretendidos sejam efetivamente alcança-
teriais para brita na RGF se caracterizam por uma dos. A escolha do método e dos equipamentos de
geomorfologia montanhosa, onde a lavra é realizada perfuração, a distribuição, o diâmetro e a profundi-
em bancadas (Figura 5.1). dade dos furos, o tipo de explosivo a ser utilizado e
Geralmente mostram-se capeados por cober- a qualificação das equipes são, entre outros fatores,
tura de solos de pequena espessura, seguida do re- elementos relevantes para o sucesso do desmonte.
golito (rocha alterada), que grada para a rocha pro- As condições geológicas, todavia, têm papel funda-
priamente dita. mental e sempre devem ser consideradas no pro-
A lavra de granito se inicia com o decapeamen- jeto.
to através da remoção da camada de solo orgânico e De um modo geral, no Brasil as lavras em pe-
cobertura de estéril. Para tanto, utilizam-se tratores dreiras são desenvolvidas em encostas, com poucas
de esteira, carregadeiras frontais, escavadeiras e ca- delas sendo configuradas na forma de cavas (open
minhões. O material estéril, proveniente do decape- pit). O método de bancadas é o mais comum para
amento, poderá ser utilizado na construção dos aces- desmontes com a utilização de explosivos. A organi-
sos, manutenção da praça de trabalho e recuperação zação dos furos paralelos as faces livres permite uma
da área degradada pela lavra. fácil fragmentação do maciço rochoso. O método de
A furação para o desmonte é executada com a bancadas, dessa forma, é um dos mais fáceis, eficien-
utilização de perfuratrizes, podendo ser manual ou tes e econômicos para desmonte, principalmente
automática, a qual poderá contar também com o au- quando o planejamento de fogo adotado aproveita
xílio de compressores. as estruturas pré-existentes da rocha.

61
Informe de Recursos Minerais

5.1.1 – Beneficiamento e expedição O escoamento da produção é facilitado pela


boa infraestrutura viária (malhas municipais, estadu-
ais e federais) nas áreas produtoras.
Após o desmonte primário são utilizados brita-
A Figura 5.4 ilustra os tipos de materiais bri-
dores primários, geralmente de mandíbulas, e brita- tados produzidos na RGF, ou seja: pedra detonada
dores secundários, do tipo cônico. ou rachão (>76 mm), brita 04 (<76 mm), brita 03
Mais de 90% da produção é realizada em ins- (38mm), brita 02 (25mm), brita 01 (19mm), pedrisco
talações fixas (etapas de britagem e classificação), (12,5 mm), base e pó de brita.
enquanto a alimentação do circuito ocorre por meio
de correias transportadoras.
A classificação é realizada em peneiras vibra-
tórias com 2, 3 e 4 decks com telas de malhas espe-
cíficas para as faixas de produtos entre < 3/16” a 4“
(Figuras 5.2 e 5.3).
É comum a separação de brita corrida (empre-
gada como sub-base de pavimento) após a primeira
britagem, a qual é enviada para comercialização sem
qualquer classificação.
O carregamento para estoque e/ou expedição
ocorre de forma mecanizada, com pá carregadeira e/
ou automatizada, diretamente das correias para os
caminhões basculantes (Figuras 5.2 e 5.3), sendo o
transporte realizado por caminhões basculantes ro-
doviários ou caçambas das próprias pedreiras ou de
terceiros.

Figura 5.4 – Tipos de materiais britados (graduação): 1)


pedra detonada/rachão (>76 mm), 2) brita 04 (<76 mm),
3) brita 03 (38 mm), 4) brita 02 (25 mm), 5) brita 01 (19
mm), 6) pedrisco (12,5 mm), e 7) base 8) pó de brita.

Figura 5.2 – Pilhas de classificação do material britado


em lavra de granito. 5.2 - Areia

A extração de areia na RGF acontece de três


maneiras, de acordo com o tipo de depósito mineral:
• No leito do rio (terço central), com a utiliza-
ção de balsas, fixas ou móveis, que operam no siste-
ma de dragagem por sucção (Figura 5.5);
• Em terraços aluviais e coberturas cenozoi-
cas, através de cavas submersas, com o emprego de
balsas fixas ou móveis, que operam no sistema de
dragagem por sucção (Figura 5.6); e
• Nas retiradas de praias fluviais na parte con-
vexa das curvas das drenagens com auxílio de esca-
vadeiras (Figura 5.7).
De acordo com o tipo de depósito mineral, va-
Figura 5.3 – Carregamento de brita para o transporte. riam os processos de lavra, que podem ser por des-
Município de Paulo Lopes. monte hidráulico, escarificação ou dragagem.

62
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

O beneficiamento da areia é bastante simples,


baseado na classificação por peneiras, silos de de-
cantação e/ou hidrociclonagem, que separam granu-
lometricamente as frações de interesse dos setores
de aplicação.
A areia extraída na RGF advém basicamente
de três fontes: 1) dragagem do leito de cursos de
água (rios Tijuca e Biguaçu, nos município de Tiju-
cas, Canelinha, São José, São João Batista, Biguaçu
e Santo Amaro da Imperatriz), que corresponde a
50% do material extraído; 2) escavações nas áreas
de planícies aluvionares (rios Cubatão e da Madre,
localizados respectivamente nos municípios de Pa-
lhoça e Paulo Lopes), correspondendo a 49% do
material extraído; e 3) extração das praias aluviais,
na parte convexa das curvas de rio, como no rio do
Figura 5.5 – Areia sendo bombeada para a margem, en- Braço, e que correspondem a apenas 1% do mate-
quanto água retorna ao rio através de calhas. Município rial extraído.
de Antônio Carlos.
5.2.1 - Características das lavras observadas
nos leitos de curso de água na RGF

O termo dragagem é, por definição, a escavação


ou remoção de solo ou rochas do fundo de rios, lagos,
e outros corpos d’água através de equipamentos de-
nominados "draga". Trata-se de uma embarcação ou
plataforma flutuante equipada com os mecanismos ne-
cessários para efetuar a remoção da areia (Figura 5.8).
A dragagem se dá através de uma balsa equi-
pada com aspirador hidráulico que, uma vez direcio-
nado sobre o fundo, succiona os sedimentos para um
compartimento no seu interior (quando móvel), ou
para a margem do rio (quando fixa).
No caso das dragas móveis o sedimento é ar-
mazenado por gravidade no depósito e a água per-
manece como sobrenadante. À medida que o volu-
Figura 5.6 – Área produtora de areia em terraço aluvial. me de areia aumenta no depósito interno, ocorre o
Município de Palhoça. transbordamento da água excedente dos tanques da
barcaça. Esta água excedente é denominada over-
flow e resulta da grande quantidade de água aspira-
da junto com os sedimentos.
A balsa é então deslocada até a margem, onde
é efetuada a operação de descarregamento do mi-
nério. O processo iniciado pelo lançamento de jatos
d’água no interior do compartimento visando a des-
compactação da areia, e prossegue com, o bombea-
mento do material para o depósito situado na mar-
gem do rio.
Este material é prontamente peneirado e tem-
porariamente estocado antes de ser carregado nos
caminhões (Figura 5.9). Estes depósitos temporários
denominados Terminais de Minério, também reque-
rem licença ambiental para funcionamento.
Nas dragas fixas as barcaças são sustentadas
por tambores flutuantes e não possuem depósito
interno. Tubos são acoplados às bombas e servem
Figura 5.7 – Área produtora de areia a partir da retirada como condutores da água necessária à escavação e
de praias naturais no rio do Braço. Município de Nova como meio de transporte do material da polpa até o
Trento. depósito nas margens (Figura 5.10).

63
Informe de Recursos Minerais

A areia extraída em leitos de rios quase sem- 5.2.2 - Características da lavra observadas
pre é comercializada na forma como é extraída. Na nos terraços aluviais e coberturas cenozoicas
maioria das vezes, passa apenas por grelhas fixas que
separam as frações mais grossas (cascalho, pelotas e
concreções) e eventuais impurezas (matéria orgâni- As areias mineradas nas áreas das planícies
ca, folhas e troncos) e ainda por uma simples lava- aluvionares são retiradas com escavações nos alu-
gem para a retirada de argila. viões através do método de cava submersa (Figura
5.6). As cavas são implantadas no corpo do solo e,
devido à comunicação com o rio, lençol freático e
pluviosidade, ganham volume de água.
Nestes casos a extração é feita na base e
nas paredes laterais de uma cava preenchida com
água, e realizada por escavação com retroescava-
deira ou equipamento de dragagem, com barcaças
sem depósito, sustentadas por tambores flutuan-
tes, onde tubos são acoplados às bombas servindo
como condutores da água necessária à escavação e
como meio de transporte da polpa até o depósito
nas margens.
As escavações superficiais atingem no máximo
três metros de profundidade e no local do bombe-
amento cerca de cinco metros. O material retirado
também é disposto em pilhas como citado anterior-
Figura 5.8 - Embarcação utilizada para dragagem. Muni- mente e comercializado sem beneficiamento.
cípio de Paulo Lopes. Este tipo de lavra é temporária por ser cons-
tituído de reservas não renováveis, ao contrário dos
depósitos fluviais ou aluviais. As cavas são abertas
inicialmente com retroescavadeiras que, após ser
atingido o nível freático, são substituídas por dragas
flutuantes que retiram a areia dos lagos artificiais
formados com o decorrer da atividade mineira. Exau-
rida a reserva a área minerada deve ser recuperada
e o lago (cava inundada) deve ter alguma destinação
final, econômica ou paisagística.

5.2.3 - Areias mineradas nas áreas de praias


naturais

Ocorre também nesta região a mineração arte-


Figura 5.9 – Pilhas de estoque temporário. Município de sanal em praias naturais formadas nas margens de al-
de São João Batista. guns rios. A retirada e o carregamento deste material
é efetuado através de pás carregadeiras e caminhões.
Este procedimento pode auxiliar na manu-
tenção do curso natural do rio, pois se tratando de
margens arenosas e em locais sinuosos, a correnteza
ocasionalmente pode provocar o solapamento das
margens do rio.

5.2.4 – Beneficiamento e expedição

O único beneficiamento do material extraído é


o peneiramento simples.
O material lavrado, quando não conduzido
para alguma pilha de estoque temporário, é trans-
ferido diretamente do areial para os depósitos de
materiais de construção e para pátios das constru-
Figura 5.10 – Dragagem por balsa com ancoragem fixa. toras, concreteiras, lojas de materiais de construção
Município de Santo Amaro da Imperatriz. e outros.

64
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

O carregamento para estoque e/ou expedição • O material armazenado é conduzido ao


é realizado de forma mecanizada, com pá carrega- desintegrador, que faz a pré-laminação, através da
deira ou carregadeira hidráulica. passagem entre os rolos (4 a 9 mm), de onde segue
O escoamento da produção é relativamente ao misturador, que é o equipamento que garante
fácil, pois a região possui excelente rede viária. a mistura homogênea de diversos tipos de argila,
distribuindo água e triturando os torrões;
5.3 - Argila • No laminador são eliminados pedregulhos
e concluída a mistura da massa;
O desenvolvimento da lavra nos depósitos de • O material é encaminhado em seguida
argila é iniciado com o decapeamento do terreno. O para a “maromba” ou extrusora, através de um
solo é disposto em pilhas e coberto com lonas para molde para formar uma coluna contínua, a qual é
posterior reutilização quando a lavra for finalizada. cortada em dimensões pré-definidas. A máquina
extrusora tem a função de homogeneizar, desagre-
Para a extração da argila comumente se em-
gar e compactar as massas cerâmicas dando forma
prega um equipamento escavo-carregador, o qual
ao produto;
extrai o material e carrega diretamente sobre os
caminhões do sistema de transporte. Estes, por sua • Após a conformação, inicia-se a etapa de
vez, transportam e depositam nas pilhas de material secagem. Esse processo constitui uma operação
no terminal de minério. muito importante na fabricação da cerâmica estru-
A lavra da argila ocorre de maneira semelhan- tural e requer cuidados especiais para garantir que
te ao método de mineração em tiras (stripping mine), a água contida nos produtos seja lenta e uniforme-
com a lavra em faixas aproximadamente perpendicu- mente eliminada por toda a massa cerâmica. Com
lares à direção de avanço (Figura 5.11). isso são evitados possíveis defeitos nas peças, tais
como trincas, empenamentos ou quebras;
• O processo é concluído pela secagem na-
tural, ao ar livre, próxima aos fornos para aprovei-
tamento do calor circulante, por um período que
varia de 10 a 30 dias, de acordo com a umidade re-
lativa do ar no local de secagem e as características
do material utilizado;
• A queima é a etapa mais importante de
todo processo produtivo, quando a matéria-prima é
queimada a temperaturas que variam entre 650º C
e 1.000º C, por até 4 dias.
Após o resfriamento, os produtos cerâmicos
resultantes estão prontos para a comercialização.

5.4 - Saibro
Figura 5.11 – Conformação da cava de uma lavra de
argila.
A lavra de saibro ocorre de maneira similar a
lavra de argila (Figura 5.12), descrita anteriormente.
Compreende uma operação conjunta que correspon-
5.3.1 – Beneficiamento e expedição de ao desmonte e carregamento do material in natu-
ra, com pás carregadeiras e o transporte da matéria-
O material armazenado durante a época de -prima em caminhões basculantes até as obras.
chuvas tende a secar em galpões até uma semana Em algumas lavras, o desmonte e o transporte
antes da conformação dos produtos cerâmicos. Du- são realizados de forma artesanal.
rante a estiagem este material é umedecido e homo- Por ser muito utilizado na manutenção e cons-
geneizado para a próxima etapa. trução de estradas, a produção é sazonal, ou seja,
A pá carregadeira alimenta o processo produ- é intensificada nos períodos de obras, sendo quase
tivo obedecendo ao seguinte fluxograma: inexistente em outras ocasiões.
• O material argiloso é disposto em um caixão A extração se caracteriza, muitas vezes, pela
alimentador que abastece, uniformemente, a linha pela informalidade da atividade, que, algumas vezes,
de produção por meio de uma correia transporta- é desenvolvida de forma irregular, predatória, sem
dora evitando interrupções na produção por falta ou planejamento e sem responsáveis técnicos.
excesso de material;

65
Informe de Recursos Minerais

lugar rapidamente, resultando, algumas vezes, em


cavas abandonadas, sem que haja recuperação
dos impactos ambientais causados, com um pas-
sivo ambiental que deve ser absorvido pelas co-
munidades.
A rápida movimentação das frentes de pro-
dução é explicada tanto pela farta disponibilidade
desde bem mineral, como pelo condicionamento do
preço do produto em função da distância entre as
áreas de produção e consumo.

5.4.1 – Beneficiamento e expedição

Não ocorre beneficiamento deste bem mine-


Figura 5.12 - Frente de lavra de saibro. ral. O transporte do saibro geralmente é realizado
por terceiros, que pagam pelo carregamento no local
Caracteriza-se também pelas frequentes da explotação e o entregam diretamente no canteiro
mudanças das áreas de produção, que migram de de obras por preço negociado previamente.

66
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

6 — DIREITOS MINERÁRIOS

O aproveitamento dos recursos minerais é re- expedida com prazo definido, podendo ser renovada
gido por preceitos institucionais que garantem para sucessivamente a critério da autoridade municipal,
a União a propriedade dos bens jacentes no subsolo, obedecidos os regulamentos hábeis.
e dão o direito de prioridade conforme a precedên- - Autorização e Concessão: neste regime pre-
cia de quem venha a se habilitar a uma determinada valece o direito de prioridade garantido pela pro-
área. tocolização do requerimento de pesquisa da área
O Código de Mineração e a legislação correlata pretendida no DNPM, independente da autorização
detalham os procedimentos e regulamentam as in- do proprietário do terreno. Um Alvará de Pesquisa
formações e documentos necessários à habilitação, é outorgado pelo citado orgão autorizando a exe-
assim como as etapas que devem ser cumpridas, os cução dos trabalhos previstos no Plano de Pesquisa
seus prazos, bem como os instrumentos de gestão proposto e aprovado pelo DNPM visando à compro-
do patrimônio mineral brasileiro, cuja competência vação de uma jazida economicamente lavrável. Caso
foi delegada ao DNPM – Departamento Nacional da o requerente não seja o proprietário da área ou não
Produção Mineral. apresente acordo com o mesmo, o processo será en-
No texto em tela apresenta-se um breve pano- viado pelo DNPM ao juiz de direito da Comarca com
rama sobre a legislação minerária que rege o tema e, jurisdição na área, para resolução da pendência e
ao final do capítulo, são tecidas considerações sobre avaliação da indenização por eventuais prejuízos ao
o patrimônio mineral conhecido até o momento na proprietário.
RGF, incluindo o número de processos por insumos Nesta primeira etapa, que tem a duração má-
minerais cadastrados e a situação legal dos mesmos. xima de três anos prorrogáveis por mais um ano, o
titular do alvará de pesquisa poderá, a critério do
6.1 - Aspectos Legais DNPM, ser autorizado a extrair pequenas quantida-
des da sustância mineral em pesquisa, mediante a
outorga de um instrumento conhecido como Guia de
Para o aproveitamento de substâncias minerais Utilização.
no Brasil o interessado deve cumprir, além das leis Concluída a pesquisa e comprovada a exis-
próprias exigidas para o exercício de uma atividade tência de jazida, o titular poderá então requerer ou
econômica, também, legislações minerais e ambien- negociar com terceiros o seu direito à concessão de
tais. Tal atividade é disciplinada pela Constituição Fe- lavra, objetivando o aproveitamento industrial do
deral, através do Código de Mineração - Decreto Lei minério. Nesta segunda etapa, o DNPM exige que o
nº 227/1967 (Brasil, 1967) e pelas regulamentações requerimento seja acompanhado de diversos docu-
que emanam do Departamento Nacional de Produção mentos, entre os quais, o Plano de Aproveitamento
Mineral (DNPM), autarquia vinculada ao Ministério de Econômico da jazida, contendo um conjunto de ope-
Minas e Energia (MME), além de regulamentações da rações coordenadas para a lavra e o beneficiamento
CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente). do minério, que aprovado, habilita à outorga da Por-
A seguir, apresenta-se um breve panorama da taria de Lavra. A partir deste momento obriga-se o
legislação minerária e ambiental que rege o tema. minerador a iniciar os trabalhos dentro dos parâme-
No Brasil, o Código de Mineração, criado pelo tros propostos e a apresentar anualmente ao DNPM,
Decreto–Lei nº 227/1967, contempla os seguintes o Relatório Anual de Lavra-RAL com a descrição das
regimes de aproveitamento de recursos minerais: operações realizadas.
regimes de licenciamento, autorização, concessão e Sob o enfoque da legislação ambiental, a mine-
registro de extração. ração é considerada como atividade potencialmente
A legislação estabelece para as empresas mi- modificadora do meio ambiente, motivo pelo qual, a
neradoras dois regimes de aproveitamento das ma- Portaria de Lavra fica condicionada à apresentação
térias-primas minerais usadas na construção civil, da licença ambiental expedida pelo órgão ambiental
tanto em seu estado natural, como sob a forma de estadual.
produto transformado pela indústria: As licenças são liberadas após análise e apro-
- Licenciamento: é o registro no DNPM, da li- vação de proposta apresentada pelo minerador,
cença expedida pela prefeitura local, caracterizado consubstanciada em um dos seguintes documentos
por facultar o direito de aproveitamento mineral ex- técnicos, a critério do órgão ambiental, em função
clusivamente ao proprietário ou a quem dele tiver a da natureza, do porte e da localização do empreen-
expressa autorização, dispensando os trabalhos pré- dimento: o EIA/RIMA (Estudo de Impacto Ambien-
vios de pesquisa mineral, que permitem estimar as tal e Relatório de Controle Ambiental) ou o EAS/
reservas minerais e a sua qualificação. Tal licença é RAP/ECA/PRAD (Estudo Ambiental Simplificado,

67
Informe de Recursos Minerais

Relatório Ambiental Prévio, Estudo de Conformidade (Diário Oficial da União) do título autorizativo de
Ambiental e Plano de Recuperação de Áreas Degrada- pesquisa (Alvará de Pesquisa) e destina-se exclusiva-
das). Estas licenças têm prazo definido, sendo renová- mente ao DNPM. Deverá ser paga durante a fase de
veis conforme a observância das medidas mitigadoras pesquisa, isto é antes da entrega do relatório final de
dos impactos ambientais decorrentes das operações. pesquisa ao orgão em tela.
A opção por qualquer um dos regimes de
aproveitamento é facultado ao minerador, sendo as 6.2.3 - Compensação financeira pela explora-
diferenças básicas entre um e outro, as seguintes: ção de recursos minerais – CEFEM
• O regime de Licenciamento é específico para
os minerais de emprego imediato na construção ci- A Compensação Financeira pela Exploração de
vil, ou seja, areia, cascalho, saibro e pedras britadas Recursos Minerais, estabelecida pela Constituição
e de talhe; o processo de liberação é mais rápido e de 1988, em seu Art. 20, § 1o, é devida aos Estados,
menos oneroso para o minerador; o proprietário do ao Distrito Federal, aos Municípios, e aos órgãos da
terreno tem a prerrogativa de decidir pela sorte do administração da União, como contraprestação pela
empreendimento; o requerimento da área é limita- utilização econômica dos recursos minerais em seus
do a um máximo de 50 hectares; constitui um título respectivos territórios. Ao Departamento Nacional
de caráter renovável, sujeito também à aprovação da de Produção Mineral - DNPM compete baixar nor-
autoridade local (Prefeitura Municipal); mas e exercer fiscalização sobre a arrecadação da
• O regime de Autorização e Concessão se CFEM (Lei Nº 8.876/94, art. 3º – inciso IX).
aplica a qualquer bem mineral (excluídos o petróleo, Toda e qualquer pessoa física ou jurídica que
o gás e os minerais radioativos), sendo permitido o explore substâncias minerais com fins de aproveita-
requerimento de áreas de até 1.000 hectares, com mento econômico deve efetuar o recolhimento da
exceção dos minerais metálicos cujo montante da CEFEM, que é calculada sobre o valor do faturamen-
área a ser requerida pode atingir até 2.0000 ha; seu to líquido, obtido por ocasião da venda do produto
processo de liberação é mais demorado e exigente mineral. Entende-se por faturamento líquido o valor
quanto a instrução e acompanhamento técnico, exi- da negociação do produto mineral, deduzindo-se os
gindo também o investimento inicial na fase de pes- tributos (ICMS, PIS, COFINS), que incidem na comer-
quisa e a comprovação de capacidade financeira na cialização, como também as despesas com transpor-
fase de lavra; compreende um título de plena segu- te e seguro.
rança jurídica, assegurando o direito de explotação
da jazida até à exaustão, desde que cumpridas as for- As alíquotas aplicadas sobre o faturamento lí-
malidades legais, sendo inclusive negociável. quido para obtenção do valor da CEFEM variam de
acordo com a substância mineral. Aplica-se a alíquota
Há que se considerar ainda que a legislação de 3% para: minério de alumínio, manganês, sal-gema
estabelece também o Registro de Extração, que é um e potássio; 2% para: ferro, fertilizante, carvão e de-
regime de aproveitamento dos recursos minerais de mais substâncias; e 0,2% são aplicadas para: pedras
uso imediato na construção civil (saibro, brita, areia, preciosas, pedras coradas lapidáveis, carbonados e
cascalho, pedra de talhe e material de empréstimo), metais nobres. No caso de ouro a alíquota de 1%.
de aplicação exclusiva para órgãos públicos, com pra-
zo determinado de extração e com proibição de co- Quando não ocorre a venda, porque o produ-
mercialização. to mineral é consumido, transformado ou utilizado,
pelo próprio minerador, o valor da CEFEM é baseado
6.2 - Obrigações Financeiras na soma das despesas diretas e indiretas ocorridas
até o momento da utilização do produto mineral.
Tais recursos devem ser distribuídos da se-
Qualquer pessoa física ou jurídica que atue guinte maneira: 12% para a União (2% para o Fundo
na pesquisa e lavra de bens minerais fica sujeita ao de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - MCT/
pagamento de taxas e compensações financeiras, as FNDCT; 9,8% ao DNPM e 0,2% ao IBAMA); 23% para
quais são regulamentadas pelo DNPM. o estado onde foi extraída a substância mineral; e
65% para o município produtor, sendo que no caso
6.2.1 - Taxa de emolumentos da extração ocorrer em mais de um município, de-
verá ser preenchida uma Guia/CEFEM para cada
A referida taxa refere-se ao pagamento a ser município, levando-se em conta a proporcionalida-
feito durante o ato de requerimento para autoriza- de da produção efetivamente ocorrida em cada um
ção de pesquisa da área pretendida ao DNPM. deles.
O pagamento da CFEM é realizado mensal-
6.2.2 - Taxa anual por hectare (TAH) mente, até o último dia útil do segundo mês sub-
sequente ao fato gerador, devidamente corrigido.
O pagamento é feito por meio de boleto bancário,
A TAH é devida pelo titular da autorização de emitido no sítio do DNPM, na Internet, em qualquer
pesquisa, em decorrência da publicação no DOU agência bancária, até a data de vencimento.

68
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

Estados e Municípios serão creditados com re- 6.3 - Os Direitos Minerários na Região Me-
cursos da CFEM, em suas respectivas Contas de Mo- tropolitana de Florianópolis
vimento Específico, no sexto dia útil, que sucede ao
recolhimento por parte das empresas de mineração.
Nesta etapa do trabalho, para o conhecimento
É importante destacar com relação aos re- das atividades minerais que se desenvolvem na re-
cursos originados da CEFEM que os mesmos não gião em questão, utilizou-se o cadastro mineiro on-
poderão ser aplicados em pagamento de dívida ou -line do DNPM (Departamento Nacional de Produção
no quadro permanente de pessoal da União, dos Es- Mineral). Foram selecionadas todas as áreas reque-
tados, Distrito Federal e dos Municípios. As receitas ridas para pesquisa, lavra e licenciamento mineral.
deverão ser aplicadas em projetos, que direta ou in- A Figura 6.1, na sequência, apresenta a distribuição
diretamente revertam em prol da comunidade local, percentual por etapa do processo de licenciamen-
na forma de melhoria da infra-estrutura, da qualida- to enquanto que a Figura 6.2 mostra o número de
de ambiental, da saúde e educação. processos por município da Região Metropolitana de
Com base nos dados fornecidos pelo DNPM Florianópolis. Por sua vez, a Figura 6.3 relata a dis-
durante o ano de 2015 a arrecadação de CFEM no Es- tribuição do número de processos minerários por
tado de Santa Catarina foi de R$ 20.910.706,16. Des- insumo, enquanto o Mapa de Direitos Minerários
te total, a RGF é responsável por R$ 1.265.394,00, (ANEXO 5) apresenta as áreas requeridas e licencia-
representando cerca de 6%, em relação ao Estado das junto ao DNPM.
em tela conforme Tabela 6.1. Os processos destinados a produção de mi-
O município com o maior recolhimento de nérios para a construção civil na RGF registrados no
CFEM foi o de Palhoça, com R$ 419.726.000,00 arre- DNPM somam 1469, e dividem-se nas seguintes fa-
cadados, representando 66% da RGF. ses: 91 requerimentos de pesquisa, 26 requerimen-

Tabela 6.1 – Valores da CFEM arrecadados por município da RGF. Fonte: SIGMINE/DNPM (anos base 2005, 2010 e 2015).

Municípios 2005 2010 2015

Florianópolis R$ 2.674,00 R$ 66.835,00 R$ 41.029,00


São José R$ 1.110,00 R$ 286,00 R$ 1.751,00
Palhoça R$ 17.295,00 R$ 129.635,00 R$ 419.726,00
Biguaçu R$ 32.370,00 R$ 103.497,00 R$ 36.820,00
Sto Amaro da Imperatriz R$ 8.610,00 R$ 11.118,00 R$ 17.343,00
Gov. Celso Ramos R$ 0,00 R$ 841,00 R$ 233,00
Antônio Carlos R$ 4.067,00 R$ 7.628,00 R$ 21.089,00
Águas Mornas R$ 660,00 R$ 1.061,00 R$ 76.149,00
São Pedro de Alcântara R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 93,00
Alfredo Wagner R$ 2.334,00 R$ 8.520,00 R$ 3.420,00
Angelina R$ 0,00 R$ 340,00 R$ 200,00
Anitápolis R$ 25.743,00 R$ 0,00 R$ 0,00
Canelinha R$ 15.344,00 R$ 3.817,00 R$ 31.927,00
Garopaba R$ 1.686,00 R$ 12.841,00 R$ 1.571,00
Leoberto Leal R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
Major Gercino R$ 290,00 R$ 52.808,00 R$ 173.369,00
Nova Trento R$ 3.730,00 R$ 12.022,00 R$ 60.777,00
Paulo Lopes R$ 13.350,00 R$ 52.439,00 R$ 143.360,00
Rancho Queimado R$ 28.992,00 R$ 29.607,00 R$ 44.241,00
São Bonifácio R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
São João Batista R$ 5.865,00 R$ 43.764,00 R$ 29.949,00
Tijucas R$ 30.418,00 R$ 94.090,00 R$ 162.347,00
Total R$ 194.538,00 R$ 631.149,00 R$ 1.265.394,00

69
Informe de Recursos Minerais

tos de licenciamento, 721 autorizações de pesquisa, querimento de lavra, 17 disponibilidades de áreas e


67 concessões de lavra, 165 licenciamentos, 363 re- 19 registros de extração.

Figura 6.1 - Número de processos por etapa de licenciamento na RGF. Fonte: SIGMINE/DNPM/SC.

Figura 6.2 - Número de processos minerários por municí- Figura 6.3 - Número de processos minerários por insumo
pio da RGF. Fonte: SIGMINE/DNPM/SC. na RGF. Fonte: SIGMINE/DNPM/SC.

70
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

7 — MINERAÇÃO E MEIO AMBIENTE

Esse capítulo avalia, na área do projeto, os im- importância e magnitude. Porém, podem ser minimi-
pactos ambientais e suas relações com a atividade zados através de um Programa de Gestão Ambiental
de extração dos insumos minerais utilizados na cons- Minerária e de um eficaz Programa de Monitoramen-
trução civil, procurando identificar e descrever modi- to, de forma a garantir a manutenção da qualidade
ficações no meio ambiente e os passivos ambientais ambiental também no seu segmento natural.
resultantes da mineração, tanto nas áreas de extra-
ção ativas, quanto nas paralisadas. 7.1 – Conceitos
O procedimento adotado foi relacionar e ca-
racterizar ambientalmente cada atividade observada
nos trabalhos de campo. Neste contexto, são feitas Para a aplicação da metodologia desenvolvida
considerações sobre as técnicas de lavra dos insumos neste trabalho foram utilizados os conceitos de ação
utilizados na construção civil e o potencial de degra- antrópica, aspecto ambiental e impacto ambiental,
dação que resultam dessas intervenções antrópicas. descritos a seguir.
Embora a mineração seja uma atividade de Impacto ambiental é a alteração da qualidade
fundamental importância para o desenvolvimento do ambiente que resulta da modificação de proces-
da economia do país, inegavelmente dela decorrem sos naturais ou sociais provocada pela ação humana
impactos ambientais nos meios físico e biótico. En- (Sánchez, 1998a). Ou seja, o impacto ambiental con-
tretanto, esses impactos podem ser minimizados figura-se como o resultado de uma ação antrópica,
se a atividade for planejada e executada dentro dos que é a sua causa.
conceitos de sustentabilidade e produção limpa. Já o termo aspecto ambiental, segundo Sán-
Foram analisadas as extrações de brita, de ar- chez (2008), pode ser entendido como o mecanismo
gila para uso cerâmico, saibro e de areias em terraços através do qual uma ação antrópica causa um impac-
e em leitos de rio. Buscou-se ilustrar as relações en- to ambiental.
tre as causas (atividades antrópicas), os mecanismos Portanto, as ações antrópicas são as causas, os
de interação com meio ambiente (aspectos ambien- impactos ambientais são as consequências, enquan-
tais) e as consequências geradas por essa interação to que os aspectos ambientais são os mecanismos ou
(impactos ambientais). Também são abordadas algu- os processos pelos quais ocorrem as consequências.
mas ações preventivas e/ou mitigadoras aplicáveis Por exemplo, em uma mina de basalto, várias ações
para cada forma de impacto ambiental decorrente antrópicas são executadas durante a operação do
da mineração, e a importância de seu planejamento empreendimento. A britagem de rocha é uma delas.
e execução concomitante com a operação da mina. Um dos aspectos ambientais comuns no processo de
No que se refere ao meio natural, físico e bió- britagem é a emissão de poeira, que pode levar à ge-
tico, os impactos ambientais identificados e analisa- ração do impacto de redução da qualidade do ar.
dos como sendo gerados pela mineração de areia e A Figura 7.1 mostra esquematicamente os
argila foram considerados, na sua maioria, de grande conceitos utilizados nesta abordagem.

Figura 7.1 – Relação entre as ações antrópicas, aspectos e impactos ambientais, com exemplo na britagem.

71
Informe de Recursos Minerais

7.2 - Sistemática de Trabalho todas as operações executadas, incluindo


os aspectos e impactos ambientais resul-
tantes, o que permitiu posteriormente
Para a caracterização ambiental das atividades serem tecidas considerações sobre ações
extrativas da RGF foram executadas as seguintes ati- mitigadoras.
vidades:
A utilização de matrizes configura-se como
• Pesquisa bibliográfica para definição de uma ferramenta comumente utilizada para a ava-
roteiros para levantamento de dados em liação de impactos ambientais de diferentes ativi-
campo; dades. Proposta por Leopold et al (1971), a matriz
• Agrupamento dos dados por município, de impactos ambientais identifica, por meio do cru-
para organização da sequência dos levan- zamento de informações contidas em linhas e co-
tamentos; e lunas, as interações possíveis entre os componen-
• Visitas às frentes de lavras com o georrefe- tes de uma atividade ou projeto e os elementos do
renciamento das localidades e registro de meio (Tabela 7.1).

Tabela 7.1 – Matriz ilustrando as correlações potenciais entre as ações antrópicas desenvolvidas na mineração de cada insu-
mo estudado, os aspectos ambientais e os potenciais impactos ambientais gerados.

72
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

7.3 – Impactos Decorrentes da Mineração

Em razão do minério se localizar em subsuper-


fície ou próximo à ela, as extrações são executadas
exclusivamente pelo método a céu aberto e, algumas
vezes, sem a necessária orientação técnica. Estas si-
tuações normalmente potencializam a ocorrência de
impactos ambientais negativos inerentes a esta mo-
dalidade de lavra.
Com exceção da mineração de areia em leito
de rio, as lavras dos insumos minerais utilizados
na construção civil ocorrem quase que exclusi-
vamente através de escavação mecânica ou pelo Figura 7.2 – Remoção de solo e cobertura vegetal em
desmonte do minério com explosivos, formando área de extração de argila ilustrando diversos impactos
cavas a céu aberto, que podem ou não intercep- ao meio físico: a) aumento da erodibilidade evidenciado
tar o nível freático. Logo, a maioria das atividades pela formação de ravinas no topo e face do talude; b)
antrópicas identificadas na matriz de impactos diminuição da taxa de infiltração das águas pluviais evi-
ambientais são etapas comuns à explotação dos denciado pelo seu acúmulo na base; c) escoamentos das
diferentes insumos. águas acumuladas transportando os sedimentos dispo-
nibilizados pela erosão, podendo acarretar no aumento
do assoreamento das drenagens localizadas a jusante da
7.3.1- Decapeamento e abertura de acessos
mina. Município de Antônio Carlos.

Trata-se da etapa inicial da abertura da frente


de lavra, quando se busca retirar a cobertura esté-
ril do terreno para expor à superfície o minério. Seja
para a abertura do pit de lavra ou para o traçado dos
acessos internos, é nesta fase que ocorrem os pro-
cessos de remoção do solo e da cobertura vegetal,
com a utilização de retroescavadeiras e pás-carrega-
deiras.
A camada de solo e a cobertura vegetal con-
ferem ao substrato uma proteção natural à ação de
agentes erosivos, controlam a capacidade de infil-
tração das águas pluviais e o regime hidrológico do
terreno, além de serem responsáveis pelo desen-
volvimento e manutenção da biodiversidade. Sua Figura 7.3 – Remoção de solo e cobertura vegetal em área
remoção resulta em impactos ambientais negativos de extração de areia, provocando impacto visual pela per-
ao meio físico, tais como o aumento da erodibilidade da da harmonia paisagística. Município de Palhoça.
do substrato, a diminuição da taxa de infiltração das
águas pluviais e a alteração do regime de fluxo hi- A utilização de maquinário para executar o
drológico, assim como o aumento do assoreamento decapeamento e o transporte do material é respon-
das drenagens à jusante da mina pela deposição do sável pela geração de gases e poeira, assim como
material erodido. ruídos e vibrações, resultando em impactos como
No meio biótico os impactos se refletem na redução da qualidade do ar, afugentamento da fauna
redução da biodiversidade, na perda do banco de e incômodo à vizinhança.
sementes e no afugentamento da fauna, com a Os impactos ambientais descritos, resultantes
consequente perda da harmonia paisagística que da etapa de decapeamento e abertura de acessos,
se configura como o impacto visual no meio an- podem ser mitigados, se adotados alguns procedi-
trópico. mentos, como por exemplo:
A preocupação com esse tipo de impacto am- • Proceder à remoção da vegetação em etapas
biental e a adoção de medidas para evitar e/ou mi- controladas, de modo a permitir o direcionamento
tigar seus resultados ganha importância na RGF pelo da fauna para áreas previamente planejadas para se
fato desta região encerrar vários municípios com for- tornarem preservadas;
te vocação turística, como Florianópolis, Governador • Fazer o aproveitamento máximo da massa
Celso Ramos, Garopaba, etc., tidos como destinos vegetal retirada, através da compostagem para pos-
preferenciais no turismo local. As Figuras 7.2 e 7.3 terior aplicação na revegetação das áreas degrada-
ilustram alguns desses impactos. das;

73
Informe de Recursos Minerais

• Iniciar a remoção seletiva do material de co- Também nesta fase, os impactos já mencio-
bertura, retirando, inicialmente, a camada de solo nados na etapa anterior tornam-se mais evidentes.
vegetal, visando reservá-la para utilização posterior, Há aumento da emissão de poeiras pelo uso mais in-
o que permite a preservação da fertilidade residual tenso de maquinário e a escavação e desagregação
da área, após a lavra, e de grande parte do banco de de estéreis e minério aumentam a erodibilidade do
sementes de espécies nativas; pacote disponibilizando grande quantidade de sedi-
mentos que podem assorear as drenagens à jusante
• A drenagem pluvial de toda área decapeada,
da área de mineração.
deverá ser disciplinada de forma que as águas de es-
coamento sejam direcionadas para bacias de decan- No caso da lavra de areia fora de curso d’água,
tação de sedimentos, construídas em locais topogra- observa-se que a interceptação do freático pela escava-
ficamente favoráveis; ção é quase uma regra. Neste momento, a lavra pros-
segue abaixo do nível freático com o uso de pequenas
• Preservar e adensar a vegetação arbórea no dragas de sucção e recalque, formando corpos d’água
entorno da mina quando presente ou promover o artificiais. Tal prática pode expor o freático à ação de
plantio de cortinamento vegetal, com vistas a mitigar contaminantes, como óleos e graxas (Figura 7.5).
o impacto visual e conter a dispersão de poeiras e
partículas sólidas oriundas da movimentação do ma-
quinário;
• Proceder à manutenção periódica do maqui-
nário, de modo a não produzir excessiva emissão de
gases, ruídos e vazamentos de óleos.

7.3.2 - Lavra por desmonte com explosivos e/


ou escavação mecanizada

Para insumos como argila vermelha, areia, ou


material de empréstimo como o saibro, a operação
da lavra se dá através da escavação mecanizada do
minério exposto pelo decapeamento. O principal as-
pecto ambiental desta etapa é a modificação da to- Figura 7.5 – Mineração de areia com o emprego de draga
pografia original do terreno, a qual pode estar asso- sem dispositivo de contenção de vazamentos de óleos e
ciada à interceptação do nível freático ou das águas graxas, expondo o freático à contaminantes. Município de
subterrâneas, acarretando em impactos como a de- Palhoça.
sestabilização geotécnica do terreno (Figura 7.4) e a
contaminação das águas subterrâneas.
A escavação mecânica dá lugar ao emprego de
explosivos para o desmonte do pacote rochoso para
brita (Figura 7.6). Neste caso, a execução do plano
de fogo pode provocar geração de poeiras durante a
perfuração da rocha para a colocação dos explosivos,
além de ocasionar intensa vibração no solo, quando
da detonação. Caso o plano de fogo seja executado
fora das normas técnicas e a mina se localize próximo
a áreas habitadas, a geração de vibração pode provo-
car danos às estruturas das construções no entorno
da mina e incômodo à vizinhança.
Outro fenômeno relacionado é o ultra lança-
mento de partículas sólidas, que ocorre em consequ-
ência do uso excessivo de carga explosiva. O fenôme-
no consiste no lançamento de fragmentos rochosos
além da área de manobra e carregamento (praça),
devido principalmente a falta de orientação técnica.
Figura 7.4 – Talude de corte vertical em área de extração A seguir, elencamos alguns exemplos de medi-
de saibro expondo contato entre saprólito e colúvio. A das a serem tomadas para a mitigação dos impactos
configuração do corte resulta na desestabilização geotéc- relacionados à fase de lavra:
nica do substrato, promovendo alto risco da ocorrência de • As alturas e inclinações dos taludes da fren-
deslizamentos e queda de blocos. Município de Tijucas. te de mineração, assim como a largura das bermas

74
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

executar campanhas de amostragem e análise perió-


dicas para a identificação de contaminantes;
• Quando ocorrer a interceptação do nível fre-
ático ou das águas subterrâneas, deverão ser identi-
ficadas e reduzidas as potenciais fontes de contami-
nação. Por exemplo, no caso da mineração de areia
com o uso de dragas, estes equipamentos devem ser
dotados de compartimentos estanques para a con-
tenção de eventuais vazamentos de óleos e graxas;
• Para o controle de ruídos e vibrações gera-
dos nas detonações deverá ser obedecido um plano
de fogo adequado e monitoramento periódico assi-
nado e acompanhado por profissional habilitado;
• Para o efetivo controle dos ultras lançamen-
Figura 7.6 – Paredão com altura de aproximadamente 60 tos, deverá ser observado o dimensionamento ade-
metros em área de extração de rocha para brita. Nota-se quado do plano de fogo, levando-se em conta as ano-
a total modificação da topografia e perda da harmonia malias da rocha, tais como estágio de decomposição,
paisagística com a geração de impacto visual. Adicional- juntas ou diáclases, espelhos de falhas, fraturas etc.
mente, verifica-se intensa erosão de material em direção
às drenagens. Município de Tijucas. 7.3.3 - Lavra por dragagem

deverão ser definidas como base em projeto geotéc- Este método de lavra é empregado na minera-
nico, respeitando o ângulo de atrito interno do ma- ção de areia em tanques artificiais, após a intercep-
terial, ângulo e sentido do mergulho da foliação da tação do nível freático, e na lavra de areia em cur-
rocha, grau de saturação e influência do fraturamen- sos d’água naturais. No que diz respeito à questão
to e das demais descontinuidades existentes, assim ambiental, a principal diferença entre essas duas
garantindo a estabilidade geotécnica; situações é que a última apresenta uma maior com-
• Os taludes cujas alturas excedam esses li- plexidade de interações com o meio, tendo maiores
mites deverão ser subdivididos, com a formação de desdobramentos quanto aos impactos ambientais.
bancadas intermediárias, considerando o disposto A extração mineral em cursos d’água naturais
na condição acima; consiste na retirada dos sedimentos arenosos incon-
solidados, localizados em depósitos subaquosos do
• O sistema de drenagem pluvial já implanta- leito. Diferentemente da lavra de areia em tanques,
do durante o decapeamento deverá também con- aqui a extração da areia é feita com o uso de em-
templar os taludes, bermas e praça de mineração, barcações de médio porte que possuem dispositivos
de forma que as águas de escoamento sejam dire- de dragagem mais potentes, dos tipos mecânicos ou
cionadas para bacias de decantação de sedimentos, hidráulicos. As dragas mais comuns são as dotadas
construídas em locais topograficamente favoráveis; de bombas de sucção e recalque, do tipo hidráulica.
• Se necessário, deverão ser adicionados ao Quando a dragagem se dá sem critérios, sendo
sistema de drenagem das águas pluviais dissipado- executada junto às margens, não respeitando a ca-
res de energia de escoamento, tais como escadas pacidade de reposição sedimentar e aprofundando
d’água, para reduzir a sua capacidade erosiva; excessivamente o leito, pode ocasionar sensíveis mo-
dificações na morfologia da calha do curso d’água.
• A preservação e o adensamento da vegeta- Tal aspecto resulta em uma série de impactos am-
ção arbórea no entorno da mina e no caso da sua bientais.
falta deve-se providenciar a sua instalação, o que No meio físico pode ocorrer a alteração do
constituíra uma das medidas mais importantes, para fluxo hidrológico pela modificação da área da ses-
a mitigação do impacto visual e contenção da disper- são transversal e rugosidade do canal, implicando
são de poeiras e partículas sólidas oriundas das deto- em alterações nas velocidades de corrente e regime
nações e escavações; de fluxo da água. Os potenciais impactos resultantes
• Outras ações mitigadoras de controle de po- são o aumento da erosão nas margens e aceleração
eiras relacionam-se a executar as perfurações para da sua desestabilização geotécnica, exemplificados
desmonte, com dispositivo a úmido, e utilização de pelos solapamentos (Figura 7.7). Também, no pro-
cesso de dragagem ocorre a ressuspensão de sedi-
carros-pipa para a umectação dos acessos internos,
mentos finos que se encontravam depositados no
eliminando a geração de poeira na fonte. fundo do canal, aumentando a turbidez das águas
• Implantar sistema de monitoramento da logo à jusante da draga e, em algumas situações es-
qualidade das águas superficiais e subterrâneas e pecíficas, solubilizando contaminantes que podem

75
Informe de Recursos Minerais

existentes, frutos do regime de deposição natural,


assim como ser compatível com a capacidade de
reposição natural de sedimentos do curso d’água,
de modo a minimizar a influência da mineração
sobre a alteração da forma do canal, velocidade e
regime de fluxo hídrico;
• A lavra deve ser executada pela extração de
sucessivas camadas horizontais regulares do centro
para as margens, evitando-se a formação de depres-
sões acentuadas, que poderiam provocar aumento
da turbulência no fluxo hídrico e consequente au-
mento da erosão no fundo do canal e margens;
• Periodicamente, devem ser executados o
monitoramento da taxa de reposição de sedimentos
Figura 7.7 – Solapamento das margens e queda de vegeta- e o levantamento batimétrico do leito do canal, de
ção em trecho do rio do Braço onde ocorre mineração de modo que as medidas anteriores possam ser execu-
areia. A mineração por dragagem constitui uma atividade tadas de forma eficiente.
potencialmente causadora de impactos ambientais, pois • A ancoragem das embarcações deverá ser
pode contribuir para o aumento da erosão natural das realizada somente em locais autorizados e nunca
margens, quando não é executada de forma correta. Muni- causando danos à vegetação ciliar;
cípio de São João Batista.
• As dragas devem sofrer manutenção peri-
ódica e serem dotadas de compartimentos estan-
estar adsorvidos na fração argilosa dos sedimentos. ques, para a contenção de eventuais vazamentos
Pode ocorrer ainda, a contaminação das águas por
de óleos e graxas.
óleos e graxas pode ocorrer em caso de naufrágio da
embarcação ou pela falta de manutenção na casa de
máquinas das embarcações, somada à ausência de 7.3.4 - Estocagem de minério e deposição de
um sistema de contenção de eventuais vazamentos estéreis e rejeitos
de combustíveis.
No meio biótico os impactos potenciais são a
redução da biodiversidade aquática, pela perturba- Quando o minério estocado, os estéreis e os
ção das rotas de peixes e do habitat dos organismos rejeitos não são corretamente armazenados, ou seja,
que vivem no fundo do canal (bentônicos). A queda simplesmente dispostos em enormes pilhas de ma-
de vegetação ciliar associada à desestabilização das terial expostas às intempéries, os impactos no meio
margens também configura um impacto ao meio físico podem ser causados pelo transporte destes ma-
biótico. teriais através das águas pluviais que incidem na mina
Convém salientar, que o impacto visual oriun- (Figura 7.8). Tais impactos podem ser exemplificados
do da erosão das margens e da consequente queda pelo aumento do assoreamento e da turbidez nos cur-
de vegetação ciliar, assim como possíveis danos a
construções existentes junto às margens, tais como
portos e atracadouros, podem estar associados a
uma dragagem sem controle técnico.
Alguns exemplos de medidas mitigadoras
para os impactos ambientais listados são elencados
a seguir:
• Nunca proceder a dragagem junto aos di-
ques marginais do curso d’água, de modo a não cau-
sar o abatimento do seu sopé e consequente solapa-
mento;
• A manutenção de faixas de distanciamento
mínimo da dragagem em relação às margens, tam-
bém reduz os impactos sobre a biodiversidade do
curso d’água, sobretudo quanto aos organismos
bentônicos, que necessitam da penetração da luz Figura 7.8 – Depósito de brita 1 em área de extração de
solar e concentram-se nas porções mais rasas do rocha para brita apresentando erosão decorrente de chu-
leio (junto às margens); vas. O transporte de sedimentos pelas águas pluviais pode
• A lavra deve ser direcionada exclusiva- causar o aumento do assoreamento e da turbidez do curso
mente aos bancos de sedimentos inconsolidados d’água existente. Município de Biguaçu.

76
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

sos d’água, à jusante das minas devido à disponibiliza- mento, proporcionando o retorno das águas para o
ção de grandes quantidades de sedimentos. recurso hídrico livres de sedimento;
Um exemplo destes possíveis impactos é o caso • O solo orgânico removido durante o deca-
da mineração de areia, tanto em cava como em cursos peamento deve ser armazenado em local próprio e
d’água, na qual o minério é transportado por embar- coberto. As pilhas não deverão ter altura excessiva,
cações até depósitos localizados junto às margens das a fim de evitar sua compactação, garantindo que o
cavas ou dos rios. Nestes locais, normalmente, a areia solo mantenha ao máximo as suas propriedades e
é retirada da embarcação por meio de bombeamento, seja utilizado para a futura recuperação da área.
onde uma mistura de areia e água é lançada através
de uma tubulação até o local de estocagem. Caso o lo-
cal não possua um eficiente sistema de separação des- 7.3.5 – Britagem
ta água e sedimento, tal como sistema de drenagem
ligado a bacia de decantação, uma grande quantidade Nas minas vistoriadas, a britagem constitui um
de água com sedimentos em suspensão pode retornar
processo de beneficiamento contemplado exclusi-
ao corpo d´água elevando localmente sua turbidez e
vamente em granitoides. Neste processo os blocos
nível de erosão (Figura 7.9).
individualizados pela detonação da rocha são trans-
portados até a planta de britagem, onde sofrem vá-
rias fases de cominuição mecânica para a produção
de diferentes tamanhos de brita.
Na britagem, os possíveis pontos de emissão
de poeira referem-se à alimentação do material nos
britadores (primário e secundário), moinhos, ao sis-
tema de transferência (correia transportadora, eleva-
dores, rampas, etc.) e aos sistemas de peneiramento
e empilhamento para estocagem.
A poeira gerada é constituída por fração de
granulometria muito fina, o que lhe dá condições
para que fique em suspensão por algum tempo e,
dependendo das condições do vento, propaga-se
em extensas áreas vizinhas, causando a redução da
qualidade do ar (Figura 7.10). Os efeitos mais acen-
tuados tanto no homem como nos animais, estão
Figura 7.9 – Mineração de areia em cava com descarrega- relacionados com as complicações respiratórias.
mento de minério na margem. A areia misturada com a água Também, o acúmulo de poeira sobre a vegetação
é bombeada e peneirada, e o excedente retorna livremente circundante reduz a sua capacidade de fotossíntese,
para a água aumentando localmente a turbidez e a erosão. podendo provocar a queima das folhas dos vegetais
Município de São João Batista. e sua consequente morte.

Na deposição de solo orgânico, que configura


a maior parcela dos estéreis de quase todos os in-
sumos estudados, o armazenamento inadequado,
formando grandes pilhas e sem uma proteção contra
a erosão das águas pluviais, pode resultar na total
perda do banco de sementes por compactação ex-
cessiva do solo ou transporte da matéria orgânica.
Para a mitigação destes possíveis impactos,
são elencadas algumas medidas:
• O minério, os estéreis e os rejeitos deverão
ser armazenados em área previamente delimitadas
para tal, dotada de cobertura e/ou com sistema de
drenagem das águas pluviais no seu perímetro, que
conduza as águas para bacias de sedimentação a se-
rem periodicamente desassoreadas;
• No caso dos terminais hidroviários de miné- Figura 7.10 – Planta de britagem de rocha granítica em ope-
rio, a descarga da areia deve ser realizada em com- ração com grande emissão de poeira. O impacto ambiental
partimento especifico que deve possuir sistema de decorrente é a redução da qualidade do ar. Muito importante
drenagem e bacia de decantação em pleno funciona- o plantio de uma “cortina” verde. Município de Florianópolis.

77
Informe de Recursos Minerais

Para mitigar as emissões de poeiras pela bri- • Nunca sobrecarregar o limite de peso de
tagem, a planta de beneficiamento deve contar com carga do caminhão e procurar utilizar rotas de esco-
dispositivos que reduzam a geração de poeiras na amento da produção, cujas vias sejam compatíveis
fonte, tais como aspersores de água nos britadores com o fluxo e peso da carga dos caminhões.
primário e secundário e enclausuramento com insta-
lação de filtros na moagem. 7.4 - Caracterização Ambiental

7.3.6 – Expedição e transporte de carga


Os impactos ambientais observados na área
do presente projeto em decorrência da extração
A utilização de equipamentos tais como retro-
dos materiais de uso imediato na construção ci-
escavadeiras, pá-carregadeiras e caminhões são co-
vil, foram discutidos anteriormente mostrando as
muns a todas as etapas da mineração já descritas,
correlações entre ações antrópicas desenvolvidas
além de se fazer necessária na expedição e trans-
na mineração, os aspectos ambientais resultantes
porte do minério para o consumidor (Figura 7.11). A
e os potenciais impactos ambientais gerados. Com
exemplo de outras etapas, na expedição e transporte
base nessas observações, fica caracterizado que
de carga a operação deste maquinário é potencial-
a lavra de areia em cava é a que mais produz im-
mente responsável pela emissão de gases e poeiras,
pactos ambientais na área estudada, relacionados
assim como a produção de ruídos e vibrações, tra-
à poluição visual e à exposição do aquífero. Outro
zendo como impactos a redução da qualidade do ar,
tipo de impacto registrado na área decorre da ex-
o afugentamento da fauna e incomodo à vizinhança.
tração de areia em leito de rio, onde verificam-se
Especificamente no transporte de carga, o aumento
lavras aparentemente predatórias, contribuindo
do tráfego de caminhões impacta o meio antrópico,
com o aprofundamento do nível de base do rio, e
na maior frequência de congestionamentos e na da-
consequente incremento nos processos erosivos e
nificação das malhas viárias, que não foram projeta-
de solapamentos das margens.
das para suportar o peso e as frequentes viagens dos
caminhões carregados de minério.
7.5 - Recuperação de Áreas Degradadas
A mitigação dos impactos descritos nesta eta-
pa passam por:
• Proceder à manutenção periódica do maqui- Segundo o Decreto Federal n° 97.632, de 10
nário, de modo a não produzir excessiva emissão de de abril de 1989, que estabelece a necessidade da
gases, ruídos e vazamentos de óleos; preparação de um Plano de Recuperação de Áreas
• Uso obrigatório de lonas nas caçambas dos Degradadas pela Mineração, “a recuperação deverá
caminhões para conter a dispersão de minério na ter por objetivo o retorno do sítio degradado a uma
pista durante o transporte; forma de utilização social e visual, de acordo com um
plano pré-estabelecido para o uso do solo, visando
à obtenção de uma estabilidade do meio ambiente”
(art. 3°).
A partir da leitura desta norma, percebe-se
que o termo recuperação de áreas degradadas pela
mineração é empregado na legislação como um si-
nônimo de reabilitação do sítio minerado e não no
sentido de restauração do mesmo. Isso se deve ao
fato de que, via de regra, a lavra de insumos mine-
rais implica em grandes modificações do meio, como
por exemplo, significativa alteração da topografia do
terreno, fazendo com que o retorno das suas carac-
terísticas originais seja impraticável.
Desse modo, a recuperação deve proporcionar
à área degradada pela mineração (Figura 7.12) um
ambiente estável física, biológica e socialmente, sem
Figura 7.11 – A expedição e o transporte de minério envolvem riscos à saúde e segurança, garantindo a possibilida-
o uso de maquinário como retroescavadeiras, pás-carregadei- de de outro uso potencial sustentável para a mesma.
ras e caminhões. A operação deste maquinário é potencial-
mente responsável pela emissão de gases, poeiras, produção
Na Figura 7.13, um exemplo de área minerada
de ruídos e vibrações, trazendo como impactos a redução da em processo de recuperação.
qualidade do ar, o afugentamento da fauna e incomodo à Entretanto, constata-se que na maioria das mi-
vizinhança. Neste caso a situação agrava-se por se encontrar nas de insumos para a construção civil da RGF há os
em APP. Município de Nova Trento. seguintes problemas na recuperação:

78
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

Figura 7.14 – Área de mineração de argila abandonada, inun-


Figura 7.12 – Área degradada pela mineração de areia em dada pela água da chuva, apresentando erosão nas margens
planície aluvionar. A área como um todo está degradada e e risco para a população local. Município de São João Batista.
não há sinal de medidas de recuperação. Município de Paulo
Lopes/Palhoça.

Figura 7.15 – Exemplos de ação de recuperação insuficiente e


inadequada em área degradada pela mineração de material
de empréstimo: a) inócua tentativa de vegetar a antiga praça
Figura 7.13 – Visão parcial de um setor em recuperação, onde de mineração com poucas mudas arbóreas e sem a deposição
houve retirada de argila. Município de Canelinha. de solo orgânico para corrigir o substrato de natureza arenosa
bastante erodível; b) medidas de estabilização dos taludes e
controle da erosão insuficiente, permitindo a continuidade da
• Existência da cultura de postergar a recupe- degradação na área mesmo sem a mineração (blocos com
ração da área degradada somente para a época da risco de rolamento, drenagens sendo erodidas por baixo).
exaustão da mina, período de diminuição de ganho Município de Antônio Carlos.
de capital, ou quando houver a cobrança dos órgãos
fiscalizadores (Figura 7.14);
• Emprego de medidas de recuperação insufi-
cientes ou inadequadas às características do substra-
to remanescente nas áreas degradadas (Figura 7.15),
evidenciando a ausência ou a ineficiência do planeja-
mento e execução técnica na reabilitação;
• Omissão da execução de recuperação do sítio
degradado pela mineração, através do abandono da
mina e geração de passivo ambiental local (Figura 7.16).
Como consequência o passivo ambiental da
mineração de insumos da construção civil é bem re-
presentado pela percentagem de minas paralisadas
ou abandonadas sem a execução da recuperação
ambiental, que é de aproximadamente 20% do total
de empreendimentos existentes na RGF. Figura 7.16 – Área de extração de saibro abandonada aban-
Para que a ocorrência dessas situações seja re- donada, sem qualquer ação de recuperação ambiental do
duzida faz-se necessário que a recuperação da área sítio degradado. Município de Paulo Lopes.

79
Informe de Recursos Minerais

degradada pela mineração seja projetada e executa- padores de energia, etc. O processo biológico consiste
da por profissional habilitado devendo ser prevista no plantio de gramíneas fixadoras do solo, protegen-
já na fase do planejamento das futuras operações de do-a da ação erosiva;
lavra. • executar o melhoramento do solo, através
Os métodos de reabilitação exigem estudos e da recolocação da camada orgânica anteriormente
adequação a cada situação. Em uma mesma mina, estocada. Deve haver controle do pH e salinidade,
por exemplo, existem vários tipos de superfícies com entre outros parâmetros pedológicos para a corre-
características diferentes para reabilitação: taludes ção de nutrientes;
de aterro, taludes de corte, superfícies de corte, su-
perfícies de aterro, substrato rochoso, solos residu- • plantio de arbóreas, de modo a consolidar
ais, saprólitos, solos hidromórficos, etc. Por este mo- o cortinamento vegetal em torno do sítio minerado,
tivo é fundamental conhecer bem as características promover a formação de corredores ecológicos para
do substrato remanescente das áreas degradadas. o deslocamento da fauna e aumentar a eficiência no
Portanto, os critérios a serem adotados no controle da erosão.
processo de recuperação devem envolver o conhe- Finalmente, após a execução destas etapas,
cimento de várias etapas da mineração (pesquisa, é imprescindível a implementação de um programa
lavra e beneficiamento), da forma e grau de inter- de monitoramento para acompanhar a eficiência das
ferência de cada etapa com o meio ambiente e das ações de recuperação, contemplando o controle da
características topográficas, climáticas, litológicas, qualidade da água, ar, solo e biodiversidade.
edáficas, geomorfológicas, da fauna e da flora locais.
Igualmente, a destinação futura da área a ser 7.6 – Legislação Ambiental
recuperada deve ser claramente definida na fase do
planejamento, podendo ser contemplados os se-
7.6.1 - Unidades de conservação
guintes tipos de uso:
a) Reflorestamento com espécies nativas;
A Lei nº 9.885, de 18.07.2000 (Brasil, 2000),
b) Reflorestamento comercial com espécies regulamentada pelo Decreto 4.340, de 22.08.2002
exóticas; (Brasil, 2002), instituiu o Sistema Nacional de Uni-
c) Parques, áreas de lazer e recreação; dades de Conservação da Natureza, disciplinando
d) Projetos agropastoris ou hortifrutigranjei- os critérios para a sua criação implantação e gestão.
ros; Com base no art. 2º, I, do referido diploma, Unidade
de Conservação consiste no “espaço territorial e seus
e) Piscicultura; recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicio-
f) Área urbana, residencial, comercial, indus- nais, com características naturais relevantes, legal-
trial, etc.; mente instituído pelo Poder Público, com objetivos
g) Aterros de resíduos sólidos da construção de conservação e limites definidos, sob regime espe-
civil. cial de administração, ao qual se aplicam garantias
adequadas de proteção”.
Cabe salientar, que a definição do uso futuro
da área recuperada deve sempre estar de acordo Há dois grandes grupos de unidades de con-
servação, as Unidades de Proteção Integral e as Uni-
com o estabelecido em zoneamentos ecológico-eco-
dades de Uso Sustentável. As Unidades de Proteção
nômicos, planos de manejo e planos diretores caso
Integral incluem cinco categorias (Estação Ecológica,
existente. Reserva Biológica, Parque Nacional, Parque Estadu-
Uma vez determinado o uso futuro, o plano de al, Parque Natural Municipal, Monumento Natural,
recuperação de uma área minerada, geralmente en- Refúgio de Vida Silvestre) e tem como objetivo bá-
volve as seguintes medidas: sico preservar a natureza, sendo admitido apenas o
• elaborar a harmonização topográfica e pai- uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção
sagística, buscando que a conformação do terreno dos casos previstos em lei. Já as Unidades de Uso
seja compatível com a paisagem local. Normalmente Sustentável englobam sete categorias (Área de Pro-
teção Ambiental, Área de Relevante Interesse Ecoló-
os trabalhos envolvem a suavização de taludes e o
gico, Floresta Nacional, Reserva Extrativista, Reserva
preenchimento de cavas com material estéril, exe- de Fauna, Reserva de Desenvolvimento Sustentável,
cutados com equipamentos convencionais de ter- Reserva Particular do Patrimônio Natural). As Tabe-
raplenagem, tais como tratores, caminhões e rolos las 7.2 e 7.3 sumarizam as Unidades de Proteção In-
compactadores; tegral e as Unidades de Uso Sustentável presentes na
• providenciar a estabilização do solo, poden- área de projeto.
do ser de natureza física e biológica. A estabilização Existem ainda as Áreas Protegidas e as Áreas
física, envolve o preparo da área, controle de erosão Indígenas. As Áreas Protegidas englobam Parques
e implementação de sistema de drenagem definitiva, Botânicos, Parques Ecológicos, Área de Preservação
através de valetas, calhas, canaletas, tubulações, dissi- Permanente (APP, descrita a seguir) e Áreas Tomba-

80
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

Tabela 7.2 – Unidades de Proteção Integral englobadas na região do projeto. Fonte: Mapa de Geodiversidade de SC – CPRM
(VIERO et al., 2015).

Nome Jurisdição Categoria Sigla Município Bioma

RB Marinha do Arvoredo Federal Reserva Biológica RB Bombinhas Costeiro

EE de Carijós Federal Estação Ecológica EE Florianópolis Mata Atlântica/Costeiro

RB da Canela Preta Estadual Reserva Biológica RB Nova Trento, Botuverá Mata Atlântica

Mata Atlântica/
PE da Serra do Tabuleiro Estadual Parque Estadual PE Palhoça, Paulo Lopes etc.
Costeiro
Parque Natural
PNM Gruta São José Municipal PNM Antônio Carlos, São João Batista Mata Atlântica
Municipal

PE do Rio Vermelho Estadual Parque Estadual PE Florianópolis Costeiro

PNM do Maciço da Parque Natural


Municipal PNM Florianópolis Costeiro
Costeira Municipal
Parque Natural
PNM da Galheta Municipal PNM Florianópolis Costeiro
Municipal
PNM das Dunas na Lagoa Parque Natural
Municipal PNM Florianópolis Costeiro
da Conceição Municipal
Parque Natural
PNM da Lagoa do Peri Municipal PNM Florianópolis Costeiro
Municipal
PNM da Lagoinha do Parque Natural
Municipal PNM Florianópolis Costeiro
Leste Municipal

Tabela 7.3 – Unidades de Uso Sustentável englobadas na região do projeto. Fonte: Mapa de Geodiversidade de SC – CPRM
(VIERO et al., 2015).

Nome Jurisdição Categoria Sigla Município Bioma


Reserva Particular do
RPPN Menino Deus Federal RPPN Florianópolis Costeiro
Patrimônio Natural
Reserva Particular do
RPPN do Caraguatá Federal RPPN Antônio Carlos, São João Batista Mata Atlântica
Patrimônio Natural
Área de Proteção
APA Anhatomirim Federal APA Governador Celso Ramos Mata Atlântica/Costeiro
Ambiental

REx Marinha de Pirajubaé Federal Reserva Extrativista REx Florianópolis Mata Atlântica/Costeiro

Área de Proteção
APA da Baleia Franca Federal APA Florianópolis, Laguna, Içará, etc. Mata Atlântica/Costeiro
Ambiental
Área de Relevante
ARIE Desterro Municipal ARIE Florianópolis Costeiro
Interesse Ecológico

das. As Tabelas 7.4 e 7.5 sumarizam as áreas protegi- Tabuleiro, Parque Estadual da Serra Furada, Parque
das e Indígenas. Estadual das Araucárias, Parque Estadual Fritz Plau-
A resolução CONAMA Nº 428/2010 (CONA- mann, Parque Estadual Rio Canoas, Parque Estadual
MA, 2010), estabelece as regras relativas ao licencia- do Rio Vermelho, Reserva Biológica Estadual do Sas-
mento ambiental para empreendimentos situados safrás, Reserva Biológica Estadual da Canela Preta e
dentro dos limites de Unidades de Conservação da Reserva Biológica Estadual do Aguaí. No entanto, na
Natureza. área do projeto estão situados somente o Parque Es-
No Estado de Santa Catarina, a Fundação do tadual da Serra do Tabuleiro, o Parque Estadual do
Meio Ambiente – FATMA é o órgão responsável pela Rio Vermelho e a Reserva Biológica Estadual da Ca-
administração das Unidades de Conservação Estadu- nela Preta.
ais, sendo sete regiões classificadas como parques, e O Parque Estadual da Serra do Tabuleiro é a
três como reservas. A categoria parque é mais flexí- maior Unidade de Conservação de proteção integral
vel quanto aos usos da área e onde o acesso ao pú- do Estado de Santa Catarina e foi criado em 1975 por
blico é normatizado, mas permitido. Já a categoria iniciativa do padre e botânico Raulino Reitz. Sua área
reserva, onde o manejo ambiental é bastante restrito é de aproximadamente 84.000 hectares, abrangen-
e o acesso só permitido a pesquisadores. São elas: do áreas de oito municípios: Florianópolis, Palhoça,
Parque Estadual Acaraí, Parque Estadual da Serra do Santo Amaro da Imperatriz, Águas Mornas, São Boni-

81
Informe de Recursos Minerais

Tabela 7.4 – Áreas Indígenas englobadas na região do projeto. Fonte: Mapa de Geodiversidade de SC – CPRM (VIERO et al.,
2015).

Nome Grupo Municípios Etapa Situação

Morro dos Cavalos Guarani Palhoça Demarcaçao física Declarada

Massiambu Guarani Mbyá Palhoça Planejamento Em estudo

Mbiguaçu Guarani Mbyá, Guarani Nhandéva Biguaçu Planejamento Em estudo

Mbiguaçu Guarani Mbyá, Guarani Nhandéva Biguaçu Concluído Regularizada

Tabela 7.5 – Áreas Protegidas englobadas na região do projeto. Fonte: Mapa de Geodiversidade de SC – CPRM (VIERO et al.,
2015).

Nome Jurisdição Categoria Sigla Município Bioma


Área de Preservação
APP do Manguezal da Tapera Municipal APP Florianópolis Costeiro
Permanente
Área de Preservação
APP Manguezal do Itacorubi Municipal APP Florianópolis Costeiro
Permanente

AT da Lagoa da Chica Municipal Área Tombada AT Florianópolis Costeiro

AT Dunas do Campeche Municipal Área Tombada AT Florianópolis Costeiro

AT da Lagoinha Pequena Municipal Área Tombada AT Florianópolis Costeiro

AT da Ilha do Campeche Municipal Área Tombada AT Florianópolis Costeiro

AT Dunas do Santinho Estadual Área Tombada AT Florianópolis Costeiro

AT Dunas dos Ingleses Municipal Área Tombada AT Florianópolis Costeiro

AT da Região da Costa da
Municipal Área Tombada AT Florianópolis Costeiro
Lagoa da Conceição
AT da Restinga de Ponta das
Municipal Área Tombada AT Florianópolis Costeiro
Canas

fácio, São Martinho, Imaruí e Paulo Lopes. O Parque creto 4.840, de 23 de setembro de 1994, totalizando
do Tabuleiro é considerado Zona Núcleo da Reserva 1.899 hectares. Seu nome vem da canela-preta (Oco-
da Biosfera da Mata Atlântica (UNESCO), sendo uma tea catharinensis), que predomina na área. O local
área prioritária para a conservação deste bioma. Pos- é coberto pela Floresta Atlântica e, além da canela-
sui cinco das seis composições botânicas (ecossiste- -preta, encontra-se também grande quantidade de
mas) existentes no estado. Começa no litoral, com as palmiteiros. A região tem vários morros, formando
paisagens da Restinga e Manguezal; subindo a serra, inúmeros vales, onde correm rios que formarão a ba-
passa pela Floresta Pluvial da Encosta Atlântica, Flo- cia do rio Itajaí-Açú e a do rio Tijucas.
resta de Araucárias e, nas partes mais altas, encon-
tram‐se os Campos de Altitude.
7.6.2 – Áreas de preservação permanente
O Parque Estadual do Rio Vermelho foi criado
(APP)
pelo Decreto nº 308 de 24 de maio de 2007 e abran-
ge 1.532 hectares. Está localizado na costa leste da
Ilha de Santa Catarina, no município de Florianópolis, De acordo com o art. 3º, II, da Lei nº 12.651,
Estado de Santa Catarina. Seus limites são o distrito de 25 de maio de 2012 (Brasil, 2012), que estabele-
de São João do Rio Vermelho ao norte, a Lagoa da ce o novo Código Florestal, uma Área de Preserva-
Conceição ao oeste, a praia de Moçambique ao leste ção Permanente (APP) é aquela protegida, coberta
e o distrito da Barra da Lagoa ao sul. ou não por vegetação nativa, com a função ambien-
A Reserva Biológica Estadual da Canela Pre- tal de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a
ta estende-se pelos municípios de Botuverá e Nova estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o
Trento foi fundada em 20 de junho de 1980, pelo de- fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e asse-
creto 11.232, com área de 1.844 hectares. Posterior- gurar o bem-estar das populações humanas. O art.
mente foram anexados 55 hectares, através do De- 4º estabelece as áreas de preservação permanente

82
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

a partir de um critério meramente geográfico/topo- regulamenta as disposições constitucionais referen-


gráfico, englobando a vegetação natural encontrada tes ao desenvolvimento urbano com base em com-
nas margens dos cursos dos corpos d’água, dos la- petências previstas na Constituição Federal (Brasil,
gos, lagoas e nascentes, denominadas matas ciliares, 1988). Tal lei, cujos princípios básicos são o plane-
bem como as situadas nos topos e encostas de mor- jamento urbano e a função social da propriedade,
ros e demais elevações topográficas, prescindindo, criou uma série de instrumentos para que a cidade
portanto, a criação de tais áreas de qualquer ato do busque seu desenvolvimento urbano, sendo o prin-
Poder Público, pois, elas se originam diretamente cipal deles, o Plano Diretor.
pela lei. O Plano Diretor é obrigatório para cidades
A maioria das frentes de extração de insumos com mais de 20.000 habitantes e se constitui como o
minerais para uso imediato na construção civil, es- instrumento básico da política de desenvolvimento e
pecialmente as de argila para cerâmica vermelha e expansão urbana, devendo ser revisado pelo menos
areia, existentes na área do presente projeto, situ- a cada dez anos.
am-se no âmbito das Áreas de Preservação Perma- Foi observado, durante os trabalhos de cam-
nentes. Tal situação, embora, em princípio inviabili- po do projeto a necessidade de ações integradas por
ze o processo de extração dessas substâncias, pela parte dos órgãos ambientais no sentido de que, com
impossibilidade legal de supressão de vegetação base no planejamento das ocupações e na potencia-
nas áreas citadas, mostra-se flexibilizada pela pró- lização do aproveitamento das infraestruturas exis-
pria lei citada, uma vez que o seu art. 8 estabelece tentes, a atividade de mineração possa ser desenvol-
que, excepcionalmente, poderá haver intervenção vida de maneira sustentável.
ou supressão, total ou parcial, de vegetação nativa
Verificou-se na área do projeto que a maio-
localizada em Áreas de Preservação Permanente na
ria das cavas oriundas de lavras de argila e areia são
hipótese de interesse social. A referida hipótese se
destinadas para o desenvolvimento de piscicultura
configura no caso das atividades de pesquisa e ex-
ao término da exploração. Por vezes também são
tração de areia, argila, saibro e cascalho, outorgadas
observadas cavas de extração de argila e areia que
pela autoridade competente, uma vez que tais ativi-
se encontram abandonadas, sem recuperação ou
dades são incluídas, conforme o teor do art. 3º, IX,
destinação racional, deixando para trás um passivo
Alínea “f”, da Lei nº 12.651/2012 (Brasil, 2012), como
ambiental. Condição esta que se mostra em franco
de interesse social.
descompasso com o que estabelece a legislação am-
O processo de extração de substâncias de uso biental, que enfatiza a prioridade de recuperação das
imediato na construção civil em Área de Proteção Per- áreas remanescentes da lavra de argila e areia, asso-
manente, tal como ocorre de modo especial, no âmbi- ciados a conceitos de sustentabilidade.
to do projeto, tem fundamento legal, pois, decorre de
Além das questões mencionadas, vale salientar
autorização do órgão ambiental competente.
que em alguns dos municípios da RGF, há indícios da
É importante destacar que a extração de subs- possibilidade de futuros conflitos, uma vez que áreas
tâncias minerais de emprego imediato na construção áreas potenciais para a exploração de materiais ma-
civil em APP, sem que haja prévia autorização expedi- teriais de uso imediato na construção civil estão, em
da pelo órgão ambiental competente, sujeita o infra- alguns casos, situadas em domínios projetados para
tor às penalidades estabelecidas no art. 44 da Lei nº áreas de urbanização. Em alguns casos ainda, regiões
9.605/1998 (Brasil, 1998), a qual é conhecida como regiões com vocação natural para atividade minerá-
Lei de Crimes Ambientais. Por outro lado vale salien-
ria de extração de areia e argila, localizadas em cotas
tar que, mesmo no caso de uma APP ser utilizada
sujeitas à inundação, estão sendo destinadas para ex-
para aproveitamento de substâncias de uso imediato
pansão da urbanização (Capítulo 8, Figuras 8.5 a 8.9).
na construção civil, com base no consentimento do
órgão ambiental competente, por parte do Poder Pú- Com base no exposto verifica-se a necessida-
blico, haverá a incumbência de exigir a recuperação de de os municípios executarem e/ou revisarem seus
do meio ambiente, com base na Constituição Federal planos diretores com base em conhecimentos de
do Brasil, que, em seu art. 225, § 2º, estabelece que cunho geológico, de forma a criar zonas de ordena-
aquele que explorar recursos minerais fica obrigado mento territorial com a destinação de áreas próprias
recuperar o meio ambiente degradado, de acordo para atividade mineral, urbanização e atividades
com solução técnica exigida pelo órgão público com- agropastoris, de forma a propiciar uma convivência
petente, na forma da lei. harmoniosa entre a mineração, o crescimento da ur-
banização e a qualidade de vida da população.
7.6.3 – Planos Diretores

O Estatuto da Cidade é a denominação da Lei


nº 10.257 de 10 de julho de 2001 (Brasil, 2001), que

83
Informe de Recursos Minerais

84
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

8 — DIAGNÓSTICO TÉCNICO-ECONÔMICO

A mineração constitui um dos setores básicos A areia, assim como a argila, caracteriza-se
da economia brasileira, contribuindo de forma deci- pelo baixo valor e grandes volumes produzidos. O
siva para o bem-estar e a melhoria da qualidade de transporte responde por cerca de 2/3 do preço final
vida das presentes e futuras gerações, sendo funda- do produto, o que impõe a necessidade de produzi-
mental para o desenvolvimento de uma sociedade -las o mais próximo possível do mercado, que são os
equânime, desde que seja operada com responsabi- aglomerados urbanos. Os preços dos agregados para
lidade social, estando sempre presentes os preceitos construção civil são diretamente influenciados pelos
do desenvolvimento sustentável. seguintes fatores: mercado (suprimento e deman-
Os agregados para a indústria da construção da), disponibilidade (reservas), localização geográfi-
civil são as substâncias minerais mais consumidas e, ca (transporte) e beneficiamento (complexidade da
portanto, as mais significativas em termos de quan- lavra e da indústria de transformação e tratamento
tidades produzidas no mundo, apresentando baixo mineral).
valor unitário. No entanto, seu consumo constitui O maior problema para o aproveitamento das
um importante indicador do perfil socioeconômico reservas é a urbanização crescente que restringe a
de um país. extração. Atualmente as restrições ambientais à uti-
A mineração de agregados para construção lização de várzeas e leitos de rios para extração mi-
civil, comparado a outros setores da mineração bra- neral criam sérios problemas para as lavras em ope-
sileira, possui características típicas, destacando-se: ração. Em consequência as novas áreas de extração
grandes volumes de produção, beneficiamento sim- estão cada vez mais distantes dos pontos de consu-
ples, baixo preço unitário, alto custo relativo a trans- mo, encarecendo o produto.
porte e a necessidade de proximidade das fontes O desenvolvimento da atividade mineral tem
produtoras com o local de consumo. estabelecido uma série de relações com outras formas
Devido a relevante contribuição socioeconô- de uso do solo circunvizinho (habitação, indústria,
mica que o setor de matérias-primas minerais para conservação ambiental, horticultura, lazer, recreação,
construção civil proporciona à sociedade, se torna entre outras). Não raro, essas relações têm ocorrido
indispensável uma avaliação técnico-econômica des- de maneira conflituosa, notadamente motivada pela
te segmento, no cenário atual e futuro. Neste sen- disputa cada vez mais acirrada pelo espaço urbano.
tido, foram levantadas, na RGF, informações sobre As situações mais comuns ocorrem pela presença de
a explotação de agregados para a construção civil, núcleos habitacionais em locais próximos a minera-
tais como produção, frentes de extração, consumo, ções, assim como em áreas de várzea onde as ativida-
preços praticados e os recursos humanos envolvidos. des agrícolas se fazem presentes. Além das restrições
A divulgação dos dados gerados pela pesqui- ambientais, leis de zoneamento municipais restritivas
sa visa estimular o desenvolvimento da economia também impedem o aproveitamento dos recursos
mineral da região, uma vez que este estudo pode e existentes. Mesmo que não haja zoneamento munici-
dever ser utilizado pelos setores público e privado no pal restritivo à mineração, a própria expansão urbana
momento de estabelecerem prioridades nos respec- torna o acesso a esses recursos minerais inviável. O
tivos planejamentos estratégicos, tornando-os mais crescimento desordenado dos grandes centros urba-
eficazes e exitosos. nos acaba inviabilizando também a operação de pe-
dreiras, seja pela ação política dos habitantes, seja
Vale ressaltar também que a falta de um pla- pelo encarecimento da propriedade.
nejamento urbano, principalmente no que concerne
a necessidade de serem elaborados planos diretores A evolução dos conflitos e a ausência de so-
de mineração, com o respectivo zoneamento metro- luções negociadas, mediadas e institucionalizadas,
politano, têm dificultado a atividade mineral próxi- tem levado, em muitos casos, ao cerceamento e fe-
ma aos grandes centros urbanos. Tal fato, aliado a chamento das minerações, em outros à manutenção
exaustão de áreas próximas aos grandes mercados de riscos às populações e usos do solo circunvizinho
consumidores, associado ao crescimento da urba- (Bitar, 1990).
nização e a restrição ambiental tem resultado no Por outro lado, a expansão da urbanização tem
deslocamento da mineração de agregados para con- tornado inviável o aproveitamento de muitas jazidas
trução civil para locais cada vez mais distantes dos minerais, especialmente quando os assentamentos
grandes centros urbanos, o que onera o preço final se consolidam, impedindo o acesso às matérias-pri-
destas substâncias, visto que a distância entre produ- mas potencialmente lavráveis (Valverde & Kyotani,
tor e consumidor tem sido cada vez mais aumentada, 1986; Ruiz, 1989).
onerando o frete e, consequentemente, o preço do Deve ser ressaltado que um dos maiores pro-
produto final. blemas encontrados nas análises técnico-econômi-

85
Informe de Recursos Minerais

cas que envolvem os agregados para a construção Tabela 8.1 – Principais segmentos consumidores de brita e
civil é a falta de uma base estatística confiável, uma areia. Fonte: ANEPAC (2012).
vez que existe um elevado grau de informalidade de
empresas que operam nesse mercado. Os dados dis- Brita (%) Segmento Areia (%)
ponibilizados sobre a quantidade agregados produzi- 32 Concreteiras 20
dos e comercializados não representam informações 24 Construtoras 15
confiáveis, que possibilitem retratá-los objetivamen- 14 Indústrias de pré-fabricados 10
te aos organismos envolvidos nas políticas de plane-
10 Revendedores/Lojas 10
jamento urbano.
9 Pavimentadoras/ Usinas de Asfalto 5

8.1 – Aspectos Econômicos 7 Órgãos Públicos 3


4 Outros 2
– Argamassa 35
Os agregados, principalmente areia e brita,
são as substâncias mais consumidas no Brasil. Em 15
anos, a demanda por agregados da construção civil Tabela 8.2 – Consumo de agregados no Brasil. Fonte: Asso-
partiu de 460 milhões de toneladas (1997) para 673 ciação Nacional das Entidades de Produtores de Agregados
milhões de toneladas (2012). O crescimento da de- para Construção Civil - ANEPAC (2012) apud IBRAM (2012).
manda foi de 46,30%, correspondente a um CAGR
Região Agregados (t) Percentual de consumo
(Compound Annual Growth Rate) de 2,8% a.a.. O se-
tor foi um dos poucos que não sentiu o impacto das Norte 45.999.319 6,83%
crises internacionais de 2008/2009 e 2011/2012. Nordeste 135.519.961 20,11%
No entanto, após passar por um período de Centro Oeste 58.509.721 8,68%
virtuoso crescimento, sustentado pelos investimen- Sudeste 324.042.493 48,10%
tos em obras de infraestrutura e habitação, reflexo do Sul 28.455.865 4,15%
crescimento do nível de renda da população, da redu-
ção do desemprego, maior disponibilidade de crédito
e das obras do PAC, este setor passa na atualidade por a abundância de matérias-primas naturais, fontes
um decrescimento, em função da recessão econômica alternativas de energia e disponibilidade de tecno-
que atinge o Brasil e o mundo. logias práticas embutidas nos equipamentos indus-
triais, fizeram com que as indústrias cerâmicas bra-
Dados técnicos-científicos demonstram que sileiras evoluíssem rapidamente e muitos tipos de
para cada quilômetro de uma linha de metrô cons- produtos dos diversos segmentos cerâmicos atingis-
truída são consumidos 50.000 t de agregados, en- sem nível de qualidade internacional com apreciável
quanto a construção de cada quilometro de estrada quantidade exportada.
pavimentada consome cerca de 9.800 t. Para se ter
uma ideia, em casas populares de 50 m² são consu- As regiões que mais se desenvolveram no país
midas 68 t de agregados e em edifícios são consumi- foram a Sudeste e a Sul, em razão da maior densidade
dos 1.360 t para cada 1.000 m². demográfica, maior atividade industrial e agropecu-
ária, boas condições de infraestrutura, melhor distri-
O Sindicato da Indústria de Mineração de Pe- buição renda e melhor nível de escolaridade da po-
dra Britada do Estado de São Paulo - SINDIPEDRAS, pulação. Tais fatores associado ainda às facilidades de
em face de estudos realizados, revela que a brita matérias-primas, energia, centros de pesquisa, univer-
representa, em média, 2% do custo global de uma sidades e escolas técnicas contribuíram para o rápido
edificação e 60% do seu volume. Em obras de pavi- crescimento deste segmento nas regiões em tela, as
mentação, sua participação no custo chega a 30%. quais apresentam uma grande concentração de in-
De acordo com a ANEPAC (2012), os principais dústrias de todos os segmentos cerâmicos. Convém
segmentos consumidores de brita e areia estão lista- salientar, que as outras regiões do País têm apresenta-
dos na Tabela 8.1. do certo grau de desenvolvimento neste setor, princi-
Embora persista a expectativa de manutenção palmente no Nordeste, com aumento da demanda de
de forte demanda por agregados a médio e longo materiais cerâmicos, principalmente nos segmentos
prazo no Brasil, ocorrem pontualmente quedas de ligados a construção civil, o que tem levado à implan-
atividades em setores relacionados à construção ci- tação de novas fábricas cerâmicas nessa região.
vil, como observado em junho 2012, com o decrésci- O setor cerâmico brasileiro, de um modo ge-
mo de 8,5% na produção de aço, segundo o Institu- ral, apresenta uma deficiência grande em dados es-
to Aço Brasil, e de 9% no comércio de materiais de tatísticos e indicadores de desempenho, ferramentas
construção, como informa a Associação Nacional dos indispensáveis para acompanhar o seu desenvolvi-
Comerciantes de Material de Construção - Anamaco. mento e melhorar a competitividade, entre outros
O Brasil é um grande produtor mundial de pro- fatores. Daí as dificuldades de se ter um panorama
dutos cerâmicos, ao lado da Espanha, Itália e China, mais amplo dessa importante área industrial, que
mas consome quase toda a sua produção. De acor- constitui uma atividade econômica altamente gera-
do com a Associação Brasileira de Cerâmica - ABC, dora de empregos, e com forte apelo social.

86
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

Segundo o ANUÁRIO MINERAL BRASILEI- beleceu-se uma tendência de substituição das dra-
RO – 2010 (DNPM, 2010), relativo ao ano 2009, gas fixas por dragas autotransportáveis e propelidas,
a quantidade de rocha britada produzida no país que proporcionam melhor aproveitamento da jazida,
foi de 468.300.951 t, com valor de produção de menores custos de produção para grandes distâncias
R$5.168.999.394,00, sendo que o Estado de Santa de dragagem e menores áreas de pátio de descarga.
Catarina contribuiu com um volume de 11.973.348 t, As empresas vêm desenvolvendo um planejamento
com valor de produção de R$188.104.817,00, perfa- logístico, visando a perenização de suas atividades e
zendo cerca de 2,5% da produção brasileira. Em 2013 buscando sinergia com outras empresas de minera-
a produção de brita no estado foi de 17.570.670 t ção que possam trazer aporte tecnológico, financeiro
(Tabela 8.3). e de gestão. Essas modificações têm como finalidade
Ainda de acordo com os dados publicados a dinamização e a atualização tecnológica, visando
pelo ANUÁRIO MINERAL BRASILEIRO – 2010 (DNPM, uma preparação para um cenário muito mais com-
2010), relativo ao ano 2009, a quantidade de areia petitivo e de economia globalizada. Também a in-
produzida no país foi de 274.773.148 t, com valor dústria da argamassa tem consumido, atualmente,
de produção de R$3.097.255.368,00, sendo que quantidades expressivas de areia quartzosa, além da
o Estado de Santa Catarina contribuiu com um vo- indústria de vidros, da indústria da cerâmica, de re-
lume de 12.126.711 t, com valor de produção de juntes, etc.
R$165.385.305,00, perfazendo 4,4% da produção No que diz respeito às argilas, são matérias-
mineral brasileira. Em 2013 a produção de areia no -primas importantes para a indústria de transforma-
estado foi de 8.295.802 t. ção de minerais não metálicos, em virtude de suas
Também de acordo com os dados publicados especiais características de plasticidade e dos pro-
pelo ANUÁRIO MINERAL BRASILEIRO – 2010 (DNPM, cessos tecnológicos empregados. A transformação
2010), relativo ao ano 2009, a produção nacional de argilas para o suprimento de materiais de cons-
de argila comum, foi de 33.103.075 t, com valor de trução (telhas, tijolos, conexões, ladrilhos, azulejos e
produção de R$332.567.945,00, sendo que o Esta- sanitários) enquadra-se na categoria geral de indús-
do de Santa Catarina contribuiu com um volume de tria cerâmica. Todavia, a referência popular distingue
2.216.867 t, o que corresponde a valor de produção dois tipos de estabelecimentos industriais: as olarias
de R$10.448.277,00, equivalendo a 6,7% da produ- e as cerâmicas. A cerâmica nobre pressupõe proces-
ção mineral brasileira. Em 2013 a produção de argila sos tecnológicos mais avançados, enquanto a cerâ-
comum no estado foi de 3.271.536 t. mica vermelha pode ofertar produtos com base em
tecnologias mais simples. Tais características impli-
A produção total desses insumos entre os 22
cam em diferentes grandezas de investimentos para
municípios que compreendem a região da Grande
criar um estabelecimento industrial. As olarias refle-
Florianópolis com base no RAL de 2013 (DNPM), é
tem, inicialmente, uma possibilidade mais difusa de
de 1.328.362 t/ano para areia, 407.454 t/ano para
estabelecimentos industriais, de pequeno porte, até
argila comum, 2.861.576 t/ano para rocha britada e
mesmo do tipo doméstico.
794.641 t/ano para material de empréstimo (saibro).
A produção de argila na região do vale do rio
Tijucas é de aproximadamente 454.796 t/ano (DNPM 8.2 – Cenário da Região Metropolitana
RAL – 2013), sendo que atividade cerâmica na região Florianópolis e Área de Expansão
proporciona 1.800 empregos diretos e 2.900 empre-
gos indiretos. No momento o setor Cerâmico é res- A região em tela possui grande potencial na-
ponsável por 70% (setenta por cento) da economia tural para o desenvolvimento da mineração de agre-
do município de Canelinha. No que concerne a pro- gados. A diversidade litológica garante boa oferta
dução de areia na região do vale do Rio Tijucas, o seu desses materiais e o crescimento econômico, asso-
montante é de aproximadamente 1.389.864 t/ano ciado à demanda sobrepujada por construções habi-
(DNPM RAL – 2013). tacionais e ainda, as deficiências da estrutura urba-
Com relação à produção de areia em leito de na, formam um cenário favorável á expansão dessa
rios, deve ser destacado que nos últimos anos esta- atividade na região.

Tabela 8.3 – Produção nacional de agregados para a construção civil e respectiva produção para o Estado de Santa Catarina.
Fonte: Anuário Mineral Brasileiro 2010 (DNPM,2010).

Valor da Produção Produção do Estado de SC Valor da Produção do


2009 Produção Nacional (t)
Nacional (R$) (% do mercado nacional) Estado de SC (R$)

Brita 468.300.951 5.168.999.394,00 11.973.348 (2,5%) 188.104.817,00

Areia 274.773.148 3.097.255.368,00 12.126.711 (4,4%) 165.385.305,00

Argila 33.103.075 332.567.945,00 2.216.867 (6,7%) 10.448.277,00

87
Informe de Recursos Minerais

O levantamento de recursos minerais e seu dos, 10% revendedores/lojas, 9% pavimentadoras/usi-


quantitativo são importantes para saber a relação nas de asfalto, 7% órgãos públicos e 4% outros.
entre produção e reservas, de modo a acompanhar Na RGF são produzidas principalmente britas
sua evolução, prever exaustão de reservas, indicar 01, 02, 03, 04 e rachão (material obtido após des-
necessidade de novos investimentos em pesqui- monte da rocha por explosivo, às vezes denomina-
sa mineral, criar políticas de incentivo à busca de do “rachão de praça”, ou após britagem primária),
recursos, etc. A dificuldade no fornecimento do sendo que a mais comercializada é a brita 01, para
quantitativo de reservas na RGF se prende ao fato concreto.
de que muitas empresas trabalham no regime de
A produção na RGF se destina principalmente
Licenciamento, que não exige cubagem de reservas
a própria região metropolitana, sendo o preço médio
das mesmas.
praticado variando de R$ 19 a R$ 30,00/m³.
A Tabela 8.4 mostra os preços praticados na
Na maior parte do Brasil os recursos existen-
RGF para o ano de 2015.
tes para brita são abundante. Entretanto essa re-
lativa abundância deve ser encarada com o devido
Tabela 8.4 – Preços médios praticados na RGF em 2015. cuidado, pois o custo do transporte, os recursos
Tipo de agregado Preço médio praticado* existem e são abundantes. Entretanto, essa relativa
abundância deve ser encarada com o devido cuida-
areia R$ 20,00 a R$25,00 do. O custo de transporte da pedreira aos centros
brita 1 R$ 20,00 a R$35,00 de distribuição ou ao consumidor final encarece o
argila R$ 5,00 preço final. Praticamente todo o transporte é fei-
to por via rodoviária. Portanto, idealmente, a bri-
saibro/material empréstimo R$ 5,00
ta deve ser produzida o mais próximo possível dos
*sem frete
centros de consumo, o que torna antieconômico
boa parte dos recursos minerais disponíveis na na-
tureza. Com base no exposto advoga-se a necessi-
8.2.1 – Brita
dade da elaboração de um ordenamento territorial,
com base nos conhecimentos da geologia da região
O consumo de brita se dá praticamente todo de forma a preservar as áreas potencias para a pro-
na indústria da construção civil. Seu uso encontra-se dução de brita relativamente próxima aos centros
dividido entre os subsetores de revenda (lojas de ma- consumidores.
teriais de construção), concreto pré-misturado, fabrico
de pré-moldados de concreto, concreto asfáltico, ma- 8.2.1.1 – Sistemática de produção
terial para compor a base/sub-base de rodovias, lastro
ferroviário, enrocamento e filtro. Estes setores estão na
base dos ramos de edificações e de construção pesada, O suprimento de rocha britada (brita) da
que constituem a formação de moradias e infraestrutu- RGF é realizado principalmente por nove áreas
ra. Segundo o site da Associação Nacional das Entida- produtoras. De acordo com os dados coletados
des de Produtores de Agregados para Construção Civil das empresas produtoras, a produção de brita na
(ANEPAC), o consumo de brita está dividido em 32% RGF é constituída dos parâmetros apresentados na
para concreteiras, 24% construtoras, 14% pré-fabrica- Tabela 8.5.

Tabela 8.5 – Produção nacional de agregados para a construção civil e respectiva produção para o Estado de Santa Catarina.
Fonte: Anuário Mineral Brasileiro 2010 (DNPM,2010).

Maior distância Produção anual


Produção anual proveniente Produção anual
Áreas / Empresas produtoras de transporte da proveniente da
da área de expansão (%) RGF (t)
produção (Km) RMF (%)

12 processos em atividade: (09 empresas): Pedrita;


SBM; PLM; Sulcatarinense; Vogelsanger; Traçado; 90 83 17 2.867.578
Cedro/Saibrita; Azza; Boing

Produtividade
Produção anual Principais produtos comercializados pelas
Porte das áreas produtoras média mensal da
do Estado de SC empresas na RGF
RGF

"brita “ 00 ” = 12,5 mm; ou ½”;


02 de porte grande (com produção em torno de
brita “ 01 ” = 19 mm ou -3/4" a + 3/8";
1.000.000 t/ano);
brita “ 02 ” = brita 25 mm ou -1 e +3/4";
03 de porte médio (com produção entre 100.000 e
238.964 t/mês 17.570.6704 t brita “ 03 ” = brita 38 mm ou -11/2" e +1";
400.000t/ano);e
pó de pedra -3/16";
04 de pequeno porte (com produção abaixo de
cascalhinho -3/8" e +3/16"; e
100.000 t/ano).
brita graduada simples (BGS)

88
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

A principal contribuição percentual da produ- além de gerar emprego e renda ajuda a dar sentido a
ção de brita, independentemente do tipo, por muni- todo um segmento da política nacional de desenvol-
cípio da área de estudo está representada no gráfico vimento econômico da região.
da Figura 8.1. A areia participa da composição de concretos,
argamassa, alvenaria e pavimentos, enquanto que a
argila serve para produzir telhas e tijolos. As grandes
obras civis e urbanas como pavimentação e constru-
ção de casas constituem as maiores consumidoras
destes bens minerais produzidos no vale do Rio Ti-
jucas. Somente este fator mostra a importância e a
necessidade deste tipo de atividade nas áreas pró-
ximas aos centros urbanos, onde a necessidade do
desenvolvimento de obras de infraestruturas é cons-
tante. Além dos novos empreendimentos que estão
emplacando em Santa Catarina, o estado ainda conta
com os investimentos de empresas já instaladas que
Figura 8.1 – Contribuição da produção de brita (t/ano) por estão expandindo seus negócios, com a implantação
município da área de estudo em 2013. Fonte: RAL DNPM de novas unidades fabris, necessitando, portanto de
2013. matéria prima (areia e argila, dentre outros) para
viabilizar seus empreendimentos. A localização da
região, próxima aos maiores polos consumidores es-
Como observado no gráfico, o município de taduais, contribuiu para viabilizar este ramo de ati-
Biguaçu se destaca como o maior produtor de brita vidade industrial. Este ramo industrial tornou-se a
da área estudada, com produção anual de aproxima- mais importante atividade econômica do vale do Rio
damente 1,7 milhões de toneladas, O segundo é o Tijucas, que constitui hoje um grande polo cerâmico
município de Palhoça, seguido do município de Pau- do estado.
lo Lopes, com produção de 388 e 320 mil toneladas Ao final da década passada vinham ocorren-
anuais, respectivamente (massa específica adotada: do sérios agravamentos das condições ambientais
1,65 t/m³, t = tonelada). em função da atividade minerária. Porém, com a
mineração ambientalmente controlada, a dinamiza-
ção industrial e turística deve aportar regionalmente
8.2.2 – Areia recursos financeiros, através de distribuição de ren-
da e arrecadação direta e indireta de tributos. Esse
As principais áreas de extração de areia na aporte financeiro tem todas as condições de alavan-
RGF são formadas por depósitos fluviais e aluviais car os municípios envolvidos propiciando melhores
recentes e por depósitos relacionados a sistemas condições de atendimento público às necessidades
deposicionais antigos. Os depósitos arenosos fluviais sociais.
explorados na RGF estão localizados nos leitos dos A região do Rio Cubatão, assim como a região
rios Tijucas, do Braço e Cubatão. do vale do Rio Tijucas, tem uma vocação natural para
O vale do Rio Tijucas concentra a maioria das a extração desses insumos, uma vez que localiza-se
áreas de extração de areia e argila na RGF, coexistin- sobre coberturas sedimentares cenozoicas, com ma-
do na região a atividade extrativa de argila e areia, terial oriundo das rochas granitoides que compõem
tanto no leito de rios quanto em cavas abertas na sua as serras adjacentes.
planície de inundação: muitas vezes, aproveita-se da
própria cava aberta para a retirada da argila para, de- 8.2.2.1 – Sistemática de produção
pois de exaurido o minério, extrair areia.
Um prognóstico para a área, sem a adequa-
da fiscalização da atividade minerária, aponta para Para o cálculo da produção de areia na área
a possível continuidade da extração predatória, que de estudo foram visitadas cerca de 70 áreas/pontos
poderá causar a ampliação dos danos hoje já obser- de produção, sendo que destas 63 (90%) estavam
vados. Por outro lado, a restrição, e consequente di- produzindo e as 7 (10%) restantes estavam tempo-
minuição da atividade mineradora de areia e argila rariamente paralisadas. As estimativas foram realiza-
significaria um retrocesso socioeconômico para a das nos locais de extração com base nas informações
região, não só para os municípios do vale do Rio Ti- prestadas pelos proprietários e/ou funcionários. A
jucas, mas também para regiões vizinhas, como toda contribuição percentual da produção de cada muni-
a RGF, que se abastecem do minério produzido nesta cípio da área de estudo está representada no gráfico
região para a indústria da construção civil. Tal fato da Figura 8.2.
provocaria um impacto negativo no meio antrópico, Os destaques para a produção deste insumo
ou seja, redução nas oportunidades de geração de são os municípios de Tijucas, São João Batista, Nova
riquezas na região, pois a mineração de areia e argila, Trento, Palhoça e Paulo Lopes. O município de Pa-

89
Informe de Recursos Minerais

Uma característica dessa indústria é a ten-


dência para a concentração geográfica das empre-
sas próximas às áreas de produção de matérias-
-primas.
Na região em tela as principais jazidas de argi-
la estão localizadas em planícies aluviais nas várzeas
do Rio Tijucas. Ao longo do vale deste rio, os trechos
minerados estão situados nos municípios de Cane-
linha, Tijucas e São João Batista. Essas regiões reú-
nem as principais olarias da RGF que utilizam argilas
como matéria prima na indústria cerâmica para pro-
dução de tijolos maciços e furados, telhas diversas,
blocos vazados e pisos coloniais. As jazidas de argila
encontradas em aluviões no vale do Rio Tijucas, de
Figura 8.2 – Contribuição da produção de areia (t/ano) por um modo geral, apresentam espessuras em torno de
município da área de estudo em 2013. Fonte: RAL DNPM três metros.
2013. Algumas lavras importantes de argila da RGF
estão localizadas em unidades cristalinas, e derivam
lhoça foi responsável por produzir 350.141 t/ano do intemperismo de rochas graníticas. Essas jazidas
(massa específica adotada 1,65 t/m³). O segundo, podem configurar potencial para argilas nobres, pois
Tijucas, produziu 242.657 t/ano. Em seguida, São possuem grau de pureza maior com relação à argi-
João Batista e Paulo Lopes, com respectivamente, lominerais, se comparados a depósitos argilosos en-
contrados em planícies aluviais.
produções de 146.064 e 129.338 t/ano (ano base
2013). Apesar do grande potencial mineral, é difícil
fazer uma estimativa mais precisa das reservas de ar-
De acordo com os dados coletados nos areais
gila para cerâmica vermelha, uma vez que os depósi-
ativos, a produção deste insumo na RGF é constituí-
tos e as jazidas, em geral, são mal avaliados e pouco
da dos parâmetros apresentados na Tabela 8.6.
conhecidos.
8.2.3 – Argila A Figura 8.3 evidencia o percentual de produ-
ção de argila vermelha por município da RGF.
Os destaques para a produção deste bem
Por se tratar de material de baixo valor agre- mineral são os municípios de Canelinha, São João
gado, as argilas da RGF são produzidas em minera- Batista, Tijucas e Antônio Carlos. O município de
ções cativas que abastecem as próprias cerâmicas Canelinha foi responsável por produzir 306.011 t/
ou são vendidas nos mercados locais. O baixo valor ano (massa específica adotada 1,65 t/m³). O se-
agregado de seus produtos dificulta investimentos gundo, São João Batista, produziu 253.810 t/ano.
em equipamentos, tecnologia e qualificação da mão- Em seguida, Antônio Carlos e Tijucas, com produ-
-de-obra, que são componentes fundamentais para a ções respectivas de 163.058 e 123.071 t/ano (ano
obtenção de um produto de maior qualidade. base 2013).

Tabela 8.6 – Parâmetros da produção na obtenção de areia na RGF. Fonte: DNPM RAL - 2013.

Maior distância de Produção anual


Áreas / Empresas Produção anual Produção anual
transporte da produção proveniente da área de
produtoras proveniente da RMF (%) RGF (t)
(Km) expansão (%)

com 70 processos em
85 24 76 817.475
atividade

Porte das áreas Produtividade média Produção anual do Principais produtos comercializados pelas
produtoras mensal da RGF Estado de SC empresas na RGF

Areias provenientes de depósitos aluvionares


Todas as empresas são (rios) e de depósitos de cobertura
de pequeno porte, (coberturas):
com produção anual 68.1227 t/mês 8.295.802 t Tamanhos Nominais:
abaixo de 100.000 t/ areia fina: -2,0 a +1,2 mm
ano areia média: 1,2 a 0,42 mm
areia grossa: 0,42 a 0,75 mm

90
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

Os tijolos produzidos na RGF são de vários ti-


pos e tamanhos, no entanto, a preferência é pelos de
8 furos. As telhas fabricadas são dos tipos: Francesa,
Romana e Portuguesa. Visando a diversificação da li-
nha de produção, algumas empresas vêm testando
a fabricação de outros produtos como, por exemplo,
bloco de cerâmica estrutural, que está sendo utiliza-
do cada vez mais na construção civil.

8.2.4 – Saibro

Figura 8.3 – Contribuição da produção de argila (t/ano) para Saibro trata-se de um solo proveniente de gra-
cerâmica vermelha por município da área de estudo em nitos e gnaisses com minerais parcialmente decom-
2013. Fonte: RAL DNPM 2013. postos, com baixo teor de argila e coloração variada.
Caracteriza-se, pela possibilidade de emprego ime-
8.2.3.1 – Sistemática de produção diato na construção civil. A viabilidade econômica
deste material depende da proximidade das áreas de
O setor produtivo da região é artesanal e tradi- extração em relação ao local onde será empregado.
cional, constituído por empresas (olarias) de peque- Material de empréstimo constitui uma desig-
no a médio porte. Segundo informação obtidas no nação utilizada regionalmente para denominar uma
SINCERVALE (Sindicato Das Indústrias Cerâmicas do sequência litológica muito heterogênea representa-
Vale do Rio Tijucas), algumas empresas estão inves- da na área em estudo pelo regolito de rochas gra-
tindo em equipamentos como fornos e marombas níticas bastante alteradas, formando uma massa de
para melhorar a produção e qualidade dos produtos saibro argiloso, utilizado “in natura”.
fabricados. Estes materiais de características terrosas são
Ainda de acordo informações obtidas no sindi- obtidos em diferentes litologias, e precisam estar nas
cato, a produção de cerâmica vermelha é constituída proximidades das obras. Como são muito utilizados
principalmente de tijolos e telhas, conforme os parâ- em aterros e na construção de leitos de estradas, e
metros apresentados na Tabela 8.7. eventualmente entram como insumos em obras de
A atual situação econômica e a consequente infraestruturas e edificações, sua produção se torna
desaceleração do crescimento da economia, aliada muito variável ao longo tempo, isto é, se intensifica
a grande quantidade de chuvas no segundo semes- quando há obras de infraestrutura, tais como edifi-
tre de 2015, afetaram imensamente o setor de agre- cações e asfaltamento de estradas em andamento,
gados para a construção civil. As empresas que, nas sendo quase inexistente nos outros períodos. A con-
últimas décadas, quando houve um período de cres- sequência deste fato se reflete na falta de estatísticas
cimento da economia, não conseguiram investir em sobre a produção e o consumo dos mesmos.
tecnologia (como novos equipamentos que reduzem As principais áreas produtoras da RGF estão
o tempo de queima, qualificação da mão de obra e situadas nos município de Paulo Lopes, Tijucas,
diminuição da matéria-prima) foram as principais Antônio Carlos, Palhoça, Nova Trento, Biguaçu (Fi-
afetadas. gura 8.4).

Tabela 8.7 – Parâmetros da produção na obtenção de argila para cerâmica vermelha na RGF. Fonte: DNPM RAL - 2013.

Maior distância de Produção anual


Áreas / Empresas Produção anual Produção
transporte da produção proveniente da área de
produtoras proveniente da RMF (%) anual RGF (t)
(Km) expansão (%)
32 empresas; 33
processos (DNPM); 71 160 28 72 644.780
olarias (Canelinha)
Porte das áreas Produtividade média Produção anual do Principais produtos comercializados pelas
produtoras mensal da RGF Estado de SC empresas na RGF

02 de porte médio (com


produção entre 100.000
e 400.000 t/ano);30 de
53.731 t/mês 3.271.536 t telhas e tijolos
porte pequeno (com
produção abaixo de
100.000 t/ano)

91
Informe de Recursos Minerais

é produzido é consumido dentro da própria região


(Tabela 8.9).

Tabela 8.9 – Produção consumida de matérias-primas mine-


rais na RGF

Matéria-Prima Produção Consumo Per Capta


Mineral Consumida (t) (t/hab)

Brita 2.590.731 1,88

Areia 2.950.738 2,15


Figura 8.4 – Contribuição da produção de saibro e material
de empréstimo (t/ano) por município da área de estudo em Argila (cerâmica
2013. Fonte: RAL DNPM 2013. 465.934 0,34
vermelha)

Nas obras situadas dentro da região metropo- Saibro 703.185 0,51


litana, onde a procura é mais regular, ainda é pos-
sível realizar estimativa, dependendo da época do
ano. Como as visitas de campo ocorreram em vários O consumo aparente de cimento para o Esta-
períodos ao longo do ano (2014-2015), foi possível do de Santa Catarina foi de 3.466 mil toneladas em
localizar algumas poucas áreas em atividade de ex- 2013, e a produção estadual foi de 1.783 mil tonela-
plotação. Com base nestas áreas ativas, foram rea- das. Esses dados mostram que há um déficit entre a
lizadas estimativas para produção, consumo, etc. Os produção e o consumo de cimento.
parâmetros de produção para os materiais de em-
préstimo da RGF estão apresentados na Tabela 8.8. 8.4 – Perspectivas de Demanda Futura
Os destaques na produção deste insumo são por Materiais de Construção Civil na RGF
os municípios de Biguaçu e Paulo Lopes. O município
de Biguaçu foi responsável por produzir 34.115 t/ano
(massa específica adotada 1,50 t/m³), e Paulo Lopes O consumo de matérias-primas minerais utili-
produziu 123.134 t/ano (ano base 2013). zadas na construção civil pode ser considerado como
um bom indicador do nível de desenvolvimento eco-
nômico e social de uma região. Nestes termos a esti-
8.3 - Consumo de Matérias-Primas Mine- mativa de desenvolvimento socioeconômico da RGF
rais para Construção Civil na RGF (crescimento do PIB e da população, principalmente)
representa um excelente indicador para estimativa
O consumo de matérias-primas minerais para de demanda por estes bens minerais. Fazendo uma
construção civil (no caso da RGF, rocha para brita, análise mais ampla dos indicadores econômicos re-
areia, argila para cerâmica vermelha e materiais de lativos ao PIB, balança comercial e de pagamentos,
empréstimo/saibro) coincide com o próprio quan- além de política fiscal e monetária, cabe destaque o
titativo produzido. No momento inexiste comércio histórico crescimento do PIB brasileiro a partir da dé-
extra-regional destas substâncias, ou seja, tudo que cada de 90 (iniciada com queda de 3,8% no PIB, en-

Tabela 8.8 – Parâmetros da produção na obtenção de saibro e materiais de empréstimo na RGF. Fonte DNPM RAL - 2013.

Maior distância de Produção anual


Áreas / Empresas Produção anual Produção
transporte da produção proveniente da área de
produtoras proveniente da RMF (%) anual RGF (t)
(Km) expansão (%)
Varia conforme a localização
27 empresas com 40
da obra (tende a estar 26 74 768.854
processos ativos
próximo ao local de destino)
Porte das áreas Produtividade média Produção anual do Principais produtos comercializados pelas
produtoras mensal da RGF Estado de SC empresas na RGF
01 de porte grande (com
produção de mais de
400.000 t/ano);
01 de porte médio (com
produção entre 100.000 64.071 t/mês – aterro
e 400.000 t/ano); e
25 de porte pequeno
(com produção abaixo de
100.000 t/ano).

92
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

tre 1989 e 1992), ocorrendo uma retomada modesta gressivo do processo de urbanização, especialmente
na trajetória de crescimento, com uma taxa média nas últimas duas décadas. Não raro, o processo de
2,8% ao ano. Na década de 2000, é observado um expansão das manchas urbanas conflita com áreas
crescimento real do PIB, à taxa de 32% (3,6% ao ano) de mineração, por avançar sobre potenciais depósi-
e do PIB per capita a 2,3% ao ano. Ao considerar o tos, gerando impedimentos para o uso futuro des-
crescimento do PIB brasileiro entre 1970 e 2008, sua ses insumos fundamentais para a sociedade. E esse
taxa média de crescimento real atingiu 4,1% ao ano. cenário não é diferente nos municípios englobados
Utilizando apenas os anos mais recentes 2002/2009 pela RGF, uma vez que a delimitação de áreas para a
o crescimento real do Brasil foi de 27,5%, isto corres- expansão da urbanização dos municípios, muitas ve-
ponde uma taxa média de 3,5% ao ano. zes se sobrepõe a áreas com esses depósitos.
Na série, o estado catarinense apresentou um Uma significativa contribuição do projeto de-
dos maiores crescimentos em termos de evolução corre da discussão sobre o conflito mineração versus
do volume acumulado do PIB na região Sul do Brasil, a ocupação humana, com a necessidade de os agen-
com um aumento de 3,6%, o qual foi acima da média tes públicos antecederem, em projetos de ordena-
nacional de 3%. No momento este estado participa mento territorial, a análise e resolução dos conflitos
com cerca de 4% na formação do PIB nacional. O socioambientais gerados pela mineração.
mesmo ocorreu para RGF com a contribuição varian- Planos diretores municipais restringem (ou
do entre R$17 bilhões e R$26 bilhões entre 2008 e deveriam restringir), por exemplo, a ocupação das
2012. Ainda no que concerne ao estado em tela, con- planícies aluviais potencialmente alagadiças, as com
vém frisar que o setor da construção civil contribuiu alta a muito alta suscetibilidade aos processos ero-
com cerca 5% na formação do PIB estadual em 2004, sivos, as com declividade superior a 30%, áreas de
e 5,9% em 2012. recarga de aquíferos, e depósitos de tálus, pela ins-
Por falta de regularidade na produção consu- tabilidade natural aos transportes de massa e movi-
mida de produtos de materiais de empréstimo, não mentos gravitacionais.
foram feitas projeções para estes bens minerais, pois Áreas de conflitos foram observadas nos prin-
seriam muito imprecisas. cipais rios da região em tela, como pode ser verifica-
As reservas potenciais e o volume de produção do nas imagens (Figuras 8.5, 8.6, 8.7, 8.8 e 8.9), onde
de areias e argilas, oriundas de depósitos de planícies há sobreposição dos polígonos de áreas sujeitas à
aluviais, argilas de solos residuais, e areias de leitos de inundação (delimitadas em trabalhos de setorização
rios, quando comparadas com as previsões de consu- de área de risco realizados pela CPRM) com as áreas
mo, permitem garantir o suprimento desses recursos urbanizadas ou destinadas à expansão da urbaniza-
por, ao menos, 30 anos, desde que sejam reservadas ção. Essas áreas deveriam ter uma atenção especial.
áreas potenciais para a extração desses insumos. Dentre as áreas de restrição à expansão urba-
na devem ser acrescentadas àquelas potencialmen-
8.5 – Conflitos entre a Mineração e os Ei- te produtoras de insumos para a construção civil.
xos de Expansão Urbana na RGF Os agentes públicos devem levar em conta essas
questões na geração de planos diretores municipais,
É de importância fundamental a identificação criando alternativas locacionais para os vetores de
crescimento urbano, para que não ocorram conflitos
dos problemas que podem afetar a disponibilidade e
entre a expansão da urbanização com as reservas mi-
a exploração dos materiais para construção civil.
nerais da região.
Fatores de ordem econômica exigem que a
Os poderes municipais devem, além de ga-
localização e extração desses insumos sejam próxi-
rantir futuras demandas da sociedade por insumos
mas dos centros urbanos consumidores, pois, como
minerais, vislumbrar a importância socioeconômica
representam baixo valor unitário, o fator transporte
do setor na geração de empregos e no retorno em
onera bastante seu custo nas obras.
impostos oriundo da produção extrativa mineral e/
Complementam os problemas o impacto am- ou das indústrias de transformação, como as de pro-
biental decorrente da extração de grande volume de dução cerâmica.
agregados, muitas vezes, sem controle e/ou recupe- Muitas áreas com atividades extrativas mine-
ração das áreas mineradas.
rais resultaram em passivos ambientais (como cavas
A principal meta a ser atingida é a compatibi- abandonadas), com riscos evidentes às populações
lização através de um ordenamento territorial, para que habitam as proximidades dessas áreas. São ressal-
que seja possível assegurar proteção à população e tados estudos dirigidos ao ordenamento territorial na
ao meio ambiente e, ao mesmo tempo, possibilitar elaboração de Planos Diretores, objetivando o estabe-
a exploração e disponibilização de insumos para a lecimento de convivência mais harmoniosa, entre o
construção civil a preços razoáveis, favorecendo o crescimento das cidades e a mineração de agregados
crescimento e o desenvolvimento da região. para a construção civil. O desenvolvimento sustentá-
Os grandes centros urbanos, de uma maneira vel na indústria mineral não é apenas uma possibilida-
geral, têm enfrentado problemas com o avanço pro- de, mas uma alternativa viável e necessária.

93
Informe de Recursos Minerais

Figura 8.5 - Imagem de satélite com os polígonos das áreas suscetíveis a inundação do Rio Tijucas, no município de Tijucas.
Fonte: Setorização de Áreas de Risco - CPRM. Imagem Google Earth.

Figura 8.6 - Imagem de satélite com os polígonos das áreas suscetíveis a inundação do Rio Tijucas, no município de Caneli-
nha. Fonte: Setorização de Áreas de Risco - CPRM. Imagem Google Earth.

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Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

Figura 8.7 - Imagem de satélite com os polígonos das áreas suscetíveis a inundação dos rios do Braço e Tijucas, no município
de São João Batista. Fonte: Setorização de Áreas de Risco - CPRM. Imagem Google Earth.

Figura 8.8 - Imagem de satélite com os polígonos das áreas suscetíveis a inundação do Rio do Braço, no município de Nova
Trento. Fonte: Setorização de Áreas de Risco - CPRM. Imagem Google Earth.

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Informe de Recursos Minerais

Figura 8.9 - Imagem de satélite com os polígonos das áreas suscetíveis a inundação do Rio da Cubatão, no município de San-
to Amaro da Imperatriz. Fonte: Setorização de Áreas de Risco - CPRM. Imagem Google Earth.

Os polígonos com as áreas de risco se encon- tao-Territorial/Geologia-de-Engenharia-e-Riscos-Ge-


tram disponíveis no site da CPRM. O link de acesso ologicos/Setorizacao-de-Riscos-Geologicos-4138.
aos dados é http://www.cprm.gov.br/publique/Ges- html

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Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

9 — CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente informe reúne informações geoló- Cubatão e da Madre; as argilas são exploradas nas
gicas acerca dos insumos minerais para a construção planícies de inundação e em outras áreas de cober-
civil da RGF. São apresentados dados sobre as princi- turas cenozoicas; e as britas são exploradas nas ro-
pais substâncias produzidas e utilizadas na constru- chas cristalinas do Batólito Florianópolis (Mapa Geo-
ção civil na região em tela, tais como areias, argilas, lógico – Anexo 3).
rochas para britagem e saibro. Análises petrográfica Ainda que a produção desses insumos seja
e ensaios tecnológicos orientados à aplicabilidade significativa e suficiente para abastecer o setor da
de algumas matérias-primas (britas, areias e argilas), construção na RGF, não há quantificação das reser-
acompanhados dos mapas geológicos, de áreas po- vas potenciais de agregados como decorrência do re-
tenciais e de direitos minerários complementam as gime de licenciamento adotado por muitas empresas
informações técnicas. de mineração, modelo que não exige a cubagem dos
À semelhança de outras áreas do sul do Bra- minérios.
sil, a RGF tem apresentado, durante os últimos anos, Uma grande barreira para o desenvolvimento
elevadas taxas de crescimento econômico, sobre- da mineração na RGF está relacionada com a carên-
tudo na indústria da construção civil. Com base na cia de políticas públicas, uma vez que a região carece
perspectiva de manutenção deste crescimento para de ordenamento territorial na maioria dos municí-
as próximas décadas, espera-se uma ampliação de pios. A exploração desordenada, o mau aproveita-
demanda por estes insumos minerais para atender mento dos insumos, somados ao crescimento des-
as necessidades de consumo pelo setor. controlado da mancha urbana, são problemas que
O levantamento realizado pela Associação promovem o precoce encerramento das atividades
Nacional das Entidades de Produtores de Agregados de extração das reservas, gerando uma série de con-
para Construção – ANEPAC, em 2012, apontou uma flitos na atividade produtiva.
tendência de crescimento contínuo no consumo de Salienta-se que um grande volume de produ-
insumos para a construção civil no Brasil nos pró- ção é passível de ser atingido, em virtude da exis-
ximos 10 anos. Mas com a atual desaceleração do tência na região, de reservas potenciais capazes de
crescimento econômico que atinge o país, essa ten- atender as necessidades de produção previstas. Isto,
dência foi interrompida. desde que sejam preservadas as atuais áreas de ex-
Ao contrário dos anos anteriores, em que o tração e, especialmente, protegidas as áreas poten-
segmento registrou ampliação nas vendas acompa- cialmente produtoras de insumos para a construção.
nhando o crescimento da construção civil, houve re- Estas áreas devem ser observadas nos planos direto-
tração na comercialização como decorrência da atual res municipais, os quais devem atentar para as futu-
crise econômica nacional. A queda nas vendas resul- ras demandas em recursos naturais.
tou em demissões no setor e fechamento de diversas Com base no contexto geológico foram deli-
indústrias cerâmicas no estado. O setor estima que mitadas áreas potenciais para diferentes insumos
resolvida a atual situação e assim que retornarem os minerais de uso na construção civil, observadas no
investimentos na área da construção civil, o mercado Mapa de Áreas Potenciais (Anexo 4). Esses mapas
deve apresentar melhoras já para o ano de 2017. devem ser analisados e considerados em quaisquer
A atividade mineira de insumos minerais para projetos municipais de ordenamento territorial.
a construção civil na RGF desempenha um impor- Muitas dessas áreas, ainda que inadequadas para a
tante papel na balança comercial dos municípios urbanização, mas potencialmente adequadas para a
produtores. No entanto, ainda se fazem necessários produção de algum recurso mineral, vêm sendo ocu-
trabalhos voltados à capacitação tecnológica e a ges- padas com a conivência das autoridades públicas.
tão dos recursos minerais de toda a cadeia produtiva As reservas de rochas para britagem estão
do setor. relacionadas especialmente com os granitoides do
Com base nestas premissas projeta-se uma Batólito Florianópolis, sendo as principais áreas de
ampliação natural dos níveis de produção destes in- extração localizadas nos municípios de Paulo Lopes,
sumos minerais, pela expansão dos empreendimen- Palhoça, São José, Biguaçu, Nova Trento e Florianó-
tos mineiros já instalados, e pela abertura de novos polis.
projetos minero-industriais. Durante os trabalhos de campo, oito das doze
As atividades de mineração de insumos para pedreiras em atividade na RGF foram amostradas
a construção civil na RGF são direcionadas especial- para a realização de ensaios tecnológicos e análises
mente para a produção de britas, argilas e areias. No petrográficas, visando a determinação da qualidade
caso das areias, as principais áreas de extração são dos materiais.
os leitos e planícies de inundação dos rios Tijucas,

97
Informe de Recursos Minerais

As análises petrográficas apresentaram exce- laboratório, essas argilas apresentam uma boa qua-
lentes respostas na identificação de minerais poten- lidade para a produção de produtos cerâmicos sim-
cialmente deletérios, que podem comprometer a ples, como tijolos e telhas.
qualidade dos materiais em determinados usos. Foram cadastrados 44 pontos de extração de
A maioria das amostras analisadas na petro- argila na RGF, sendo que a maioria deles atende de-
grafia contém minerais de quartzo recristalizado, o mandas locais de olarias. Canelinha, conhecida como
que pode gerar problemas quanto à sua utilização um polo de produção de tijolos e telhas, é o municí-
em determinadas obras, em decorrência da reação pio com o maior número de olarias da região.
álcali-agregado. Tal fato indica a necessidade de O controle de qualidade das argilas é impor-
maior cautela no emprego desses materiais, realizan- tantíssimo para a formulação da massa que compõe
do ações corretivas com o objetivo de evitar danos o “mix” argiloso utilizado na indústria cerâmica. Con-
decorrentes da utilização inadequada do insumo. vém salientar a importância dos ensaios tecnológi-
O uso de rocha para brita com a presença de cos, de maneira que argilas de alta qualidade não
quartzo deformado é limitado pela legislação, pois sejam utilizadas em cerâmicas de baixo valor agrega-
este tipo de sílica provoca uma reação álcali-agrega- do, fato que constitui enorme fonte de desperdício
do do tipo álcali-silicato, que se dá entre os álcalis financeiro e de matérias-primas. Desta maneira, a
disponíveis no cimento com os silicatos provenientes caracterização da matéria-prima se impõe ao empi-
do quartzo deformado. rismo da tradição cerâmica para um melhor desem-
As amostras de rochas pertencentes às unida- penho produtivo, fato que se reflete na lucratividade
des geológicas Riolito Cambirela e Tonalito Forquilha da indústria. Também seria adequada a elaboração
não possuem minerais de quartzo deformados. Já, de estudos de caracterização e mensuração dos de-
entre as amostras de rochas da unidade Granito Ilha pósitos de argilas (comuns e nobres) que ocorrem
e Suíte São João Batista, algumas delas contém mine- principalmente na região oeste da RGF.
rais de quartzo deformado. A potencialidade em argilas adequadas para a
As principais áreas de extração de areia na RGF produção de cerâmica plana foi avaliada nas áreas de
são formadas por depósitos fluviais e aluviais recen- exposição da Formação Rio do Sul, unidade da par-
tes (leitos de rios e planícies de inundação dos rios te superior do Grupo Itararé, pertencentes à Bacia
Tijucas, Cubatão, da Madre, e do Braço) e por depósi- do Paraná. A associação sedimentar dessa unidade
tos relacionados com sistemas deposicionais antigos geológica apresenta camadas de argila com poten-
(Cenozóicos). cial para cerâmica plana, em razão de esses depósi-
Com relação à qualidade das areias analisadas, tos serem ricos em argilominerais como a caulinita.
os sedimentos apresentam os grãos moderadamen- No entanto, os depósitos são de pequenas propor-
te a mal selecionados, com baixa a média esfericida- ções, possuindo pequena espessura e continuidade
de, predomínio de grão sub-angulosos a angulosos lateral. Em função da importância econômica destas
e granulometria variando de areia grossa a cascalho argilas sugere-se a realização de estudos com esta
fino, características de sedimentos próximos á sua finalidade.
área fonte (com pouco transporte). Os resultados dos ensaios tecnológicos reali-
Os ensaios de granulometria permitiram a zados em duas amostras dessas argilas coletadas no
construção de curvas granulométricas para as amos- município de Major Gercino apresentaram uma as-
tras, as quais foram plotadas sobre gráficos padrão sociação de argilominerais coerentes com as áreas
que permitiram verificar a usabilidade das areias em fontes do insumo, sendo o conjunto das fases cristali-
concretos. A maioria das amostras analisadas apre- nas das amostras correlacionado com fontes de argi-
sentaram curvas granulométricas dentro da zona uti- las secundárias (sedimentares) presentes na região.
lizável; com uma minoria apresentando um excesso Ocorrem também, no município de Caneli-
relativo de areia média a grossa. Algumas amostras nha, algumas áreas de extração de argilas primárias,
apresentaram excesso de feldspatos alterados, o oriundas da alteração “in situ” de rochas graníticas.
que também implica em cautela na utilização dessas Constituem argilas bastante plásticas e com forte
areia em concretos. pigmentação, utilizadas na indústria cerâmica e cos-
As argilas da RGF atendem principalmente mética.
a indústria da cerâmica vermelha, com a extração As áreas de extração de saibro estão associa-
ocorrendo especialmente nas planícies de inundação das aos regolitos oriundos da alteração de granitoi-
do Rio Tijucas, onde se localizam as principais jazidas des do Batólito Florianópolis, bem como resultantes
da região. de algumas rochas associadas com o Complexo Me-
Os ensaios tecnológicos dessas argilas são co- tamórfico Brusque. No total, foram cadastradas 44
mumente realizados pelos próprios mineradores da unidades de extração de saibro.
região no Laboratório de Ensaios de Cerâmica Ver- Os locais de extração dos insumos minerais
melha – LECEV, do Centro de Tecnologia de Materiais para a construção civil da RGF visitados pelo projeto
do SENAI de Tijucas – SC. Segundo os técnicos do foram georreferenciados durante o cadastramento

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Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

executado e plotados no mapa de recursos minerais que envolva esferas estaduais e municipais, impres-
para a construção civil (Mapa Geológico – Anexo 3). cindível para a proteção e aproveitamento dos recur-
Os estudos desenvolvidos permitem afirmar sos minerais.
que as atividades de extração dos insumos minerais Pelo que foi observado durante os trabalhos de
para a construção civil da RGF assumem um papel de campo do projeto, há necessidade de uma ação inte-
relevante interesse social e econômico para o desen- grada por parte dos órgãos ambientais no sentido de
volvimento desta porção do território brasileiro. que, com base no planejamento das ocupações e na
As reservas conhecidas em bens minerais para potencialização do aproveitamento das infraestru-
uso na construção na RGF apresentam quantitativo turas existentes, possa a atividade de mineração ser
suficiente para garantir o seu suprimento durante as desenvolvida de maneira sustentável. Recomenda-se
próximas décadas. Cabe referir, porém, a necessida- a participação de órgãos públicos e empresas priva-
de das mineradoras melhorarem seus métodos de das envolvidas com a cadeia produtivas dos insumos
gestão de forma a aumentar a competitividade com minerais na elaboração de planos diretores e de leis
preços e produtos de boa qualidade. de uso e ocupação do solo.
Considera-se necessária a avaliação da extra- É bastante comum destinar áreas de extração
de argila para a prática da piscicultura ao término da
ção excessiva de areia nos leitos de vários dos rios
exploração. Também foram observadas cavas de ex-
que drenam a região e a exploração de sedimentos
tração de argila que se encontram abandonadas, sem
argilosos, sem a elaboração de bancadas que asse-
destinação racional, e que constituem um passivo
gurem a estabilidade dos taludes o que facilitaria a ambiental para a região. Condição esta que se mos-
recuperação paisagística da área minerada. Sabe-se tra em franco descompasso com o que estabelece a
que na região os impactos ambientais deixados pela grande maioria dos planos diretores, que enfatizam a
atividade de extração constituem consequências recuperação das áreas remanescentes das lavras e os
marcantes na fisiografia local, que precisam ser en- conceitos de sustentabilidade. Tal situação exemplifi-
frentadas para garantir a própria sustentabilidade da ca o distanciamento existente entre os objetivos e a
atividade mineral em sintonia com o meio ambiente realidade dos planos diretores de alguns municípios
que a circunda. do Estado Santa Catarina, no que se refere ao proces-
Em função da permanente e significativa ex- so de recuperação de áreas degradadas.
pansão urbana da RGF, ocorrem inúmeros conflitos Indícios de futuros conflitos são observados no
entre os eixos de urbanização, a atividade minerária município de Canelinha, onde algumas áreas poten-
e outras formas de utilização do meio físico. A ten- ciais ou concedidas para a extração de materiais de
dência é de progressiva dificuldade e mesmo impe- uso imediato na construção civil estão situadas em
dimento à exploração dos insumos minerais existen- espaços destinados para a expansão da urbanização.
tes, a despeito da óbvia necessidade dos mesmos Nesse caso, as autoridades municipais são res-
para o desenvolvimento presente e futuro da região ponsáveis tanto pela construção de um cenário de
em apreço. risco de inundações, como de conflitos entre a ur-
A ausência de planos diretores municipais ela- banização e a mineração de insumos necessários ao
borados com base no conhecimento geológico da re- desenvolvimento da própria área municipal. Além
gião abrangida pelo mesmo, associado ao crescimen- disso, deixa de ser considerado tanto o efeito social
to desordenado dos grandes centros urbanos, aliado multiplicador da atividade mineral na geração de
às restrições ambientais, dificulta e até mesmo in- empregos, como o significativo potencial na arreca-
viabiliza o desenvolvimento da atividade mineral em dação de impostos decorrentes da extração, trans-
regiões metropolitanas. Faz-se necessário portanto o formação e comercialização de bens minerais.
estabelecimento de uma política de gestão territorial

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Informe de Recursos Minerais

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Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

10 — REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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104
Listagem dos Informes de Recursos Minerais
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

SÉRIE METAIS DO GRUPO DA PLATINA E ASSOCIADOS


Nº 01 - Mapa de Caracterização das Áreas de Trabalho (Escala 1:7.000.000), 1996.
Nº 02 - Mapa Geológico Preliminar da Serra do Colorado - Rondônia e Síntese Geológico-Metalogenética,
1997.
Nº 03 - Mapa Geológico Preliminar da Serra Céu Azul - Rondônia, Prospecção Geoquímica e Síntese Geológi-
co- Metalogenética, 1997.
Nº 04 - Síntese Geológica e Prospecção por Concentrados de Bateia nos Complexos Canabrava e Barro Alto -
Goiás, 1997.
Nº 05 - Síntese Geológica e Prospecção Geoquímica/Aluvionar da Área Migrantinópolis - Rondônia, 2000.
Nº 06 - Geologia e Prospecção Geoquímica/Aluvionar da Área Corumbiara/Chupinguaia - Rondônia, 2000.
Nº 07 - Síntese Geológica e Prospecção Geoquímica/Aluvionar da Área Serra Azul - Rondônia, 2000.
Nº 08 - Geologia e Resultados Prospectivos da Área Rio Branco/Alta Floresta - Rondônia, 2000.
Nº 09 - Geologia e Resultados Prospectivos da Área Santa Luzia - Rondônia, 2000.
Nº 10 - Geologia e Resultados Prospectivos da Área Nova Brasilândia - Rondônia, 2000.
Nº 11 - Síntese Geológica e Prospecção Geoquímica da Área Rio Madeirinha - Mato Grosso, 2000.
Nº 12 - Síntese Geológica e Prospectiva das Áreas Pedra Preta e Cotingo - Roraima, 2000.
Nº 13 - Geologia e Resultados Prospectivos da Área Santa Bárbara - Goiás, 2000.
Nº 14 - Geologia e Resultados Prospectivos da Área Barra da Gameleira - Tocantins, 2000.
Nº 15 - Geologia e Resultados Prospectivos da Área Córrego Seco - Goiás, 2000.
Nº 16 - Síntese Geológica e Resultados Prospectivos da Área São Miguel do Guaporé - Rondônia, 2000.
Nº 17 - Geologia e Resultados Prospectivos da Área Cana Brava - Goiás, 2000.
Nº 18 - Geologia e Resultados Prospectivos da Área Cacoal - Rondônia, 2000.
Nº 19 - Geologia e Resultados Prospectivos das Áreas Morro do Leme e Morro Sem Boné - Mato Grosso, 2000.
Nº 20 - Geologia e Resultados Prospectivos das Áreas Serra dos Pacaás Novos e Rio Cautário - Rondônia, 2000.
Nº 21 - Aspectos Geológicos, Geoquímicos e Potencialidade em Depósitos de Ni-Cu-EGP do Magmatismo da
Baciado Paraná - 2000.
Nº 22 - Geologia e Resultados Prospectivos da Área Tabuleta - Mato Grosso, 2000.
Nº 23 - Geologia e Resultados Prospectivos da Área Rio Alegre - Mato Grosso, 2000.
Nº 24 - Geologia e Resultados Prospectivos da Área Figueira Branca/Indiavaí - Mato Grosso, 2000.
Nº 25 - Síntese Geológica e Prospecção Geoquímica/Aluvionar das Áreas Jaburu, Caracaraí, Alto Tacutu e
Amajari - Roraima, 2000.
Nº 26 - Prospecção Geológica e Geoquímica no Corpo Máfico-Ultramáfico da Serra da Onça - Pará, 2001.
Nº 27 - Prospecção Geológica e Geoquímica nos Corpos Máfico-Ultramáficos da Suíte Intrusiva Cateté - Pará,
2001.
Nº 28 - Aspectos geológicos, Geoquímicos e Metalogenéticos do Magmatismo Básico/Ultrabásico do Estado
de Rondônia e Área Adjacente, 2001.
Nº 29 - Geological, Geochemical and Potentiality Aspects of Ni-Cu-PGE Deposits of the Paraná Basin Magma-
tism, 2001.
Nº 30 - Síntese Geológica e Prospecção Geoquímica da Área Barro Alto – Goiás, 2010.

SÉRIE MAPAS TEMÁTICOS DE OURO - ESCALA 1:250.000


Nº 01 - Área GO-09 Aurilândia/Anicuns - Goiás, 1995.
Nº 02 - Área RS-01 Lavras do Sul/Caçapava do Sul - Rio Grande do Sul, 1995.
Nº 03 - Área RO-01 Presidente Médici - Rondônia, 1996.
Nº 04 - Área SP-01 Vale do Ribeira - São Paulo, 1996.
Nº 05 - Área PA-15 Inajá - Pará, 1996.
Nº 06 - Área GO-05 Luziânia - Goiás, 1997.
Nº 07 - Área PA-01 Paru - Pará, 1997.
Nº 08 - Área AP-05 Serra do Navio/Cupixi - Amapá, 1997.
Nº 09 - Área BA-15 Cariparé - Bahia, 1997.
Nº 10 - Área GO-01 Crixás/Pilar - Goiás, 1997.
Nº 11 - Área GO-02 Porangatu/Mara Rosa - Goiás, 1997
Nº 12 - Área GO-03 Niquelândia - Goiás, 1997.
Nº 13 - Área MT-01 Peixoto de Azevedo/Vila Guarita - Mato Grosso, 1997.
Nº 14 - Área MT-06 Ilha 24 de Maio - Mato Grosso, 1997.
Nº 15 - Área MT-08 São João da Barra - Mato Grosso/Pará, 1997.
Nº 16 - Área RO-02 Jenipapo/Serra Sem Calça - Rondônia, 1997.
Nº 17 - Área RO-06 Guaporé/Madeira - Rondônia, 1997.
Nº 18 - Área RO-07 Rio Madeira - Rondônia, 1997.
Nº 19 - Área RR-01 Uraricaá - Roraima, 1997.
Nº 20 - Área AP-03 Alto Jari - Amapá/Pará, 1997.

107
Informe de Recursos Minerais

Nº 21 - Área CE-02 Várzea Alegre/Lavras da Mangabeira/Encanto - Ceará, 1997.


Nº 22 - Área GO-08 Arenópolis/Amorinópolis - Goiás, 1997.
Nº 23 - Área PA-07 Serra Pelada - Pará, 1997.
Nº 24 - Área SC-01 Botuverá/Brusque/Gaspar - Santa Catarina, 1997.
Nº 25 - Área AP-01 Cassiporé - Amapá, 1997.
Nº 26 - Área BA-04 Jacobina Sul - Bahia, 1997.
Nº 27 - Área PA-03 Cuiapucu/Carará - Pará/Amapá, 1997.
Nº 28 - Área PA-10 Serra dos Carajás - Pará, 1997.
Nº 29 - Área AP-04 Tumucumaque - Pará, 1997.
Nº 30 - Área PA-11 Xinguara - Pará, 1997.
Nº 31 - Área PB-01 Cachoeira de Minas/Itajubatiba/Itapetim - Paraíba/Pernambuco, 1997.
Nº 32 - Área AP-02 Tartarugalzinho - Amapá, 1997.
Nº 33 - Área AP-06 Vila Nova/Iratapuru - Amapá, 1997.
Nº 34 - Área PA-02 Ipitinga - Pará/Amapá, 1997.
Nº 35 - Área PA-17 Caracol - Pará, 1997.
Nº 36 - Área PA-18 Vila Riozinho - Pará, 1997.
Nº 37 - Área PA-19 Rio Novo - Pará, 1997.
Nº 38 - Área PA-08 São Félix - Pará, 1997.
Nº 39 - Área PA-21 Marupá - Pará, 1998.
Nº 40 - Área PA-04 Três Palmeiras/Volta Grande - Pará, 1998.
Nº 41 - Área TO-01 Almas/Natividade - Tocantins, 1998.
Nº 42 - Área RN-01 São Fernando/Ponta da Serra/São Francisco - Rio Grande do Norte/Paraíba, 1998.
Nº 43 - Área GO-06 Cavalcante - Goiás/Tocantins, 1998.
Nº 44 - Área MT-02 Alta Floresta - Mato Grosso/Pará, 1998.
Nº 45 - Área MT-03 Serra de São Vicente - Mato Grosso, 1998.
Nº 46 - Área AM-04 Rio Traíra - Amazonas, 1998.
Nº 47 - Área GO-10 Pirenópolis/Jaraguá - Goiás, 1998.
Nº 48 - Área CE-01 Reriutaba/Ipu - Ceará, 1998.
Nº 49 - Área PA-06 Manelão - Pará, 1998.
Nº 50 - Área PA-20 Jacareacanga - Pará/Amazonas, 1998.
Nº 51 - Área MG-07 Paracatu - Minas Gerais, 1998.
Nº 52 - Área RO-05 Colorado - Rondônia/Mato Grosso, 1998.
Nº 53 - Área TO-02 Brejinho de Nazaré - Tocantins, 1998.
Nº 54 - Área RO-04 Porto Esperança - Rondônia, 1998.
Nº 55 - Área RO-03 Parecis - Rondônia, 1998.
Nº 56 - Área RR-03 Uraricoera - Roraima, 1998.
Nº 57 - Área GO-04 Goiás - Goiás, 1998.
Nº 58 - Área MA-01 Belt do Gurupi - Maranhão/Pará, 1998.
Nº 59 - Área MA-02 Aurizona/Carutapera - Maranhão/Pará, 1998.
Nº 60 - Área PE-01 Serrita - Pernambuco, 1998.
Nº 61 - Área PR-01 Curitiba/Morretes - Paraná, 1998.
Nº 62 - Área MG-01 Pitangui - Minas Gerais, 1998.
Nº 63 - Área PA-12 Rio Fresco - Pará, 1998.
Nº 64 - Área PA-13 Madalena - Pará, 1998.
Nº 65 - Área AM-01 Parauari - Amazonas/Pará, 1999.
Nº 66 - Área BA-01 Itapicuru Norte - Bahia, 1999.
Nº 67 - Área RR-04 Quino Maú - Roraima, 1999.
Nº 68 - Área RR-05 Apiaú - Roraima, 1999.
Nº 69 - Área AM 05 Gavião/Dez Dias - Amazonas, 1999.
Nº 70 - Área MT-07 Araés/Nova Xavantina - Mato Grosso, 2000.
Nº 71 - Área AM-02 Cauaburi - Amazonas, 2000.
Nº 72 - Área RR-02 Mucajaí - Roraima, 2000.
Nº 73 - Área RR-06 Rio Amajari - Roraima, 2000.
Nº 74 - Área BA-03 Jacobina Norte - Bahia, 2000.
Nº 75 - Área MG-04 Serro - Minas Gerais, 2000.
Nº 76 - Área BA-02 Itapicuru Sul - Bahia, 2000.
Nº 77 - Área MG-03 Conselheiro Lafaiete - Minas Gerais, 2000.
Nº 78 - Área MG-05 Itabira - Minas Gerais, 2000.
Nº 79 - Área MG-09 Riacho dos Machados - Minas Gerais, 2000.
Nº 80 - Área BA-14 Correntina - Bahia, 2000.
Nº 81 - Área BA-12 Boquira Sul - Bahia, 2000

108
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

Nº 82 - Área BA-13 Gentio do Ouro - Bahia, 2000.


Nº 83 - Área BA-08 Rio de Contas/Ibitiara Sul - Bahia, 2000.
Nº 84 - Área MT-05 Cuiabá/Poconé - Mato Grosso, 2000.
Nº 85 - Área MT-04 Jauru/Barra dos Bugres - Mato Grosso, 2000.

SÉRIE OURO - INFORMES GERAIS


Nº 01 - Mapa de Reservas e Produção de Ouro no Brasil (Escala 1:7.000.000), 1996.
Nº 02 - Programa Nacional de Prospecção de Ouro - Natureza e Métodos, 1998.
Nº 03 - Mapa de Reservas e Produção de Ouro no Brasil (Escala 1:7.000.000), 1998.
Nº 04 - Gold Prospecting National Program - Subject and Methodology, 1998.
Nº 05 - Mineralizações Auríferas da Região de Cachoeira de Minas – Municípios de Manaíra e Princesa Isabel
- Paraíba, 1998.
Nº 06 - Mapa de Reservas e Produção de Ouro no Brasil (Escala 1:7.000.000), 2000.
Nº 07 - Resultados da Prospecção para Ouro na Área RS-01 - Lavras do Sul/Caçapava do Sul, Subárea Minas do
Camaquã - Rio Grande do Sul, 2000.
Nº 08 - Resultados da Prospecção para Ouro na Área RS-01 - Lavras do Sul/Caçapava do Sul, Subárea Ibaré –
Rio Grande do Sul, 2000.
Nº 09 - Resultados da Prospecção para Ouro na Área RS-01 - Lavras do Sul/Caçapava do Sul, Subárea Caçapava
doSul - Rio Grande do Sul, 2000.
Nº 10 - Resultados da Prospecção para Ouro na Área RS-01 - Lavras do Sul/Caçapava do Sul, Subárea Passo do
Salsinho - Rio Grande do Sul, 2000.
Nº 11 - Resultados da Prospecção para Ouro na Área RS-01 - Lavras do Sul/Caçapava do Sul, Subárea Marme-
leiro - Rio Grande do Sul, 2000.
Nº 12 - Map of Gold Production and Reserves of Brazil (1:7.000.000 Scale), 2000
Nº 13 - Resultados da Prospecção para Ouro na Área RS-01 - Lavras do Sul/Caçapava do Sul, Subárea Cambai-
zinho - Rio Grande do Sul, 2001.
Nº 14 - Resultados da Prospecção para Ouro na Área RS-01 - Lavras do Sul/Caçapava do Sul, Subárea Passo do
Ivo - Rio Grande do Sul, 2001.
Nº 15 - Resultados da Prospecção para Ouro na Área RS-01 - Lavras do Sul/Caçapava do Sul, Subárea Batovi –
Rio Grande do Sul, 2001.
Nº 16 - Projeto Metalogenia da Província Aurífera Juruena-Teles Pires, Mato Grosso – Goiânia, 2008.
Nº 17 - Metalogenia do Distrito Aurífero do Rio Juma, Nova Aripuanã, Manaus, 2010.

SÉRIE INSUMOS MINERAIS PARA AGRICULTURA


Nº 01 - Mapa Síntese do Setor de Fertilizantes Minerais (NPK) no Brasil (Escala 1:7.000.000), 1997.
Nº 02 - Fosfato da Serra da Bodoquena - Mato Grosso do Sul, 2000.
Nº 03 - Estudo do Mercado de Calcário para Fins Agrícolas no Estado de Pernambuco, 2000.
Nº 04 - Mapa de Insumos Minerais para Agricultura e Áreas Potenciais nos Estados de Pernambuco, Alagoas,
Paraíba e Rio Grande do Norte, 2001.
Nº 05 - Estudo dos Níveis de Necessidade de Calcário nos Estados de Pernambuco, Alagoas, Paraíba e Rio
Grande do Norte, 2001.
Nº 06 - Síntese das Necessidades de Calcário para os Solos dos Estados da Bahia e Sergipe, 2001.
Nº 07 - Mapa de Insumos Minerais para Agricultura e Áreas Potenciais de Rondônia, 2001.
Nº 08 - Mapas de Insumos Minerais para Agricultura nos Estados de Amazonas e Roraima, 2001.
Nº 09 - Mapa-Síntese de Jazimentos Minerais Carbonatados dos Estados da Bahia e Sergipe, 2001.
Nº 10 - Insumos Minerais para Agricultura e Áreas Potenciais nos Estados do Pará e Amapá, 2001.
Nº 11 - Síntese dos Jazimentos, Áreas Potenciais e Mercado de Insumos Minerais para Agricultura no Estado
da Bahia, 2001.
Nº 12 - Avaliação de Rochas Calcárias e Fosfatadas para Insumos Agrícolas do Estado de Mato Grosso, 2008.
Nº 13 - Projeto Fosfato Brasil – Parte I, Salvador, 2011.
Nº 14 - Projeto Fosfato Brasil – Estado de Mato Grosso – Áreas Araras/Serra do Caeté e Planalto da Serra,
2011.
Nº 15 - Projeto Mineralizações Associadas à Plataforma Bambuí no Sudeste do Estado do Tocantins (TO) –
Goiânia, 2012.
Nº 16 – Rochas Carbonáticas do Estado de Rondônia, Porto Velho, 2015.
Nº 17 – Projeto Fosfato Brasil – Parte II, Salvador, 2016.
Nº 18 – Geoquímica Orientativa para Pesquisa de Fosfato no Brasil, Salvador, 2016.

SÉRIE PEDRAS PRECIOSAS


Nº 01 - Mapa Gemológico da Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, 1997.
Nº 02 - Mapa Gemológico da Região Lajeado/Soledade/Salto do Jacuí - Rio Grande do Sul, 1998

109
Informe de Recursos Minerais

Nº 03 - Mapa Gemológico da Região de Ametista do Sul - Rio Grande do Sul, 1998.


Nº 04 - Recursos Gemológicos dos Estados do Piauí e Maranhão, 1998.
Nº 05 - Mapa Gemológico do Estado do Rio Grande do Sul, 2000.
Nº 06 - Mapa Gemológico do Estado de Santa Catarina, 2000.
Nº 07 - Aspectos da Geologia dos Pólos Diamantíferos de Rondônia e Mato Grosso – O Fórum de Juína – Pro-
jeto Diamante, Goiânia, 2010.
Nº 08 - Projeto Avaliação dos Depósitos de Opalas de Pedro II – Estado do Piauí, Teresina, 2015.
Nº 09 - Aluviões Diamantíferos da Foz dos Rios Jequitinhonha e Pardo - Fase I – Estado da Bahia, Salvador,
2015.

SÉRIE OPORTUNIDADES MINERAIS – EXAME ATUALIZADO DE PROJETO


Nº 01 - Níquel de Santa Fé - Estado de Goiás, 2000.
Nº 02 - Níquel do Morro do Engenho - Estado de Goiás, 2000.
Nº 03 - Cobre de Bom Jardim - Estado de Goiás, 2000.
Nº 04 - Ouro no Vale do Ribeira - Estado de São Paulo, 1996.
Nº 05 - Chumbo de Nova Redenção - Estado da Bahia, 2001.
Nº 06 - Turfa de Caçapava - Estado de São Paulo, 1996.
Nº 08 - Ouro de Natividade - Estado do Tocantins, 2000.
Nº 09 - Gipsita do Rio Cupari - Estado do Pará, 2001.
Nº 10 - Zinco, Chumbo e Cobre de Palmeirópolis - Estado de Tocantins, 2000.
Nº 11 - Fosfato de Miriri - Estados de Pernambuco e Paraíba, 2001.
Nº 12 - Turfa da Região de Itapuã - Estado do Rio Grande do Sul, 1998.
Nº 13 - Turfa de Águas Claras - Estado do Rio Grande do Sul, 1998.
Nº 14 - Turfa nos Estados de Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte, 2001.
Nº 15 - Nióbio de Uaupés - Estado do Amazonas, 1997.
Nº 16 - Diamante do Rio Maú - Estado da Roraima, 1997.
Nº 18 - Turfa de Santo Amaro das Brotas - Estado de Sergipe, 1997.
Nº 19 - Diamante de Santo Inácio - Estado da Bahia, 2001.
Nº 21 - Carvão nos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, 1997.
Nº 22 - Coal in the States of Rio Grande do Sul and Santa Catarina, 2000.
Nº 23 - Kaolin Exploration in the Capim River Region - State of Pará - Executive Summary, 2000.
Nº 24 - Turfa de São José dos Campos - Estado de São Paulo, 2002.
Nº 25 - Lead in Nova Redenção - Bahia State, Brazil, 2001.

SÉRIE DIVERSOS
Nº 01 - Informe de Recursos Minerais - Diretrizes e Especificações - Rio de Janeiro, 1997.
Nº 02 - Argilas Nobres e Zeolitas na Bacia do Parnaíba - Belém, 1997.
Nº 03 - Rochas Ornamentais de Pernambuco - Folha Belém do São Francisco - Escala 1:250.000 - Recife, 2000.
Nº 04 - Substâncias Minerais para Construção Civil na Região Metropolitana de Salvador e Adjacências - Sal-
vador, 2001.

SÉRIE RECURSOS MINERAIS MARINHOS


Nº 01 – Potencialidade dos Granulados Marinhos da Plataforma Continental Leste do Ceará – Recife, 2007.

SÉRIE ROCHAS E MINERAIS INDUSTRIAIS


Nº 01 – Projeto Materiais de Construção na Área Manacapuru-Iranduba-Manaus-Careiro (Domínio Baixo So-
limões) – Manaus, 2007.
Nº 02 – Materiais de Construção Civil na região Metropolitana de Salvador – Salvador, 2008.
Nº 03 – Projeto Materiais de Construção no Domínio Médio Amazonas – Manaus, 2008.
Nº 04 – Projeto Rochas Ornamentais de Roraima – Manaus, 2009.
Nº 05 – Projeto Argilas da Bacia Pimenta Bueno – Porto Velho, 2010.
Nº 06 – Projeto Quartzo Industrial Dueré-Cristalândia – Goiânia, 2010.
Nº 07 – Materiais de Construção Civil na região Metropolitana de Aracaju – Salvador, 2011.
Nº 08 – Rochas Ornamentais no Noroeste do Estado do Espírito Santo – Rio de Janeiro, 2012.
Nº 09 – Projeto Insumos Minerais para a Construção Civil na Região Metropolitana do Recife – Recife, 2012.
Nº 10 – Materiais de Construção Civil da Folha Porto Velho – Porto Velho, 2013.
Nº 11 – Polo Cerâmico de Santa Gertrudes – São Paulo, 2014.
Nº 12 – Projeto Materiais de Construção Civil na Região Metropolitana de Natal – Recife, 2015.
Nº 13 – Materiais de Construção Civil para Vitória da Conquista, Itabuna-Ilhéus e Feira de Santana – Salvador,
2015.

110
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

Nº 14 – Projeto Materiais de Construção da Região de Marabá e Eldorado dos Carajás – Belém, 2015.
Nº 15 – Panorama do Setor de Rochas Ornamentais do Estado de Rondônia – Porto Velho, 2015
Nº 16 – Projeto Materiais de Construção da Região Metropolitana de Goiânia – Goiânia, 2015
Nº 17 – Projeto Materiais de Construção da Região Metropolitana de Porto Alegre – Porto Alegre, 2016
Nº 18 – Projeto Materiais de Construção da Região Metropolitana de Fortaleza – Fortaleza, 2016
Nº 19 – Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis – Porto Alegre, 2016

SÉRIE METAIS - INFORMES GERAIS


Nº 01 – Projeto BANEO – Bacia do Camaquã – Metalogenia das Bacias Neoproterozóico-eopaleozóicas do
Suldo Brasil, Porto Alegre, 2008
Nº 02 – Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno - MG – Rio de Janeiro, 2014.
Nº 03 – Projeto BANEO – Bacias do Itajaí, de Campo Alegre e Corupá – Metalogenia das Bacias Neoprotero-
zoico-eopaleozoicas do Sul do Brasil, Porto Alegre, 2015

SÉRIE PROVÍNCIAS MINERAIS DO BRASIL


Nº 01 – Áreas de Relevante Interesse Mineral - ARIM, Brasília, 2015
Nº 02 – Metalogenia das Províncias Minerais do Brasil: Área Tróia-Pedra Branca, Estado do Ceará, Fortaleza,
2015
Nº 03 – Metalogenia das Províncias Minerais do Brasil: Área Sudeste do Tapajós, Estado do Pará, Brasília,
2015.
Nº 04 – Metalogenia das Províncias Minerais do Brasil: Província Aurífera Juruena-Teles Pires-Aripuanã –
Geologia e Recursos Minerais da Folha Ilha Porto Escondido – SC.21-V-C-III, Brasília, 2015.
Nº 05 – Metalogenia das Províncias Minerais do Brasil: Distrito Zincífero de Vazante – MG, Brasília,2015.
Nº 06 – Metalogenia das Províncias Minerais do Brasil: Rochas Alcalinas da Porção Meridional do Cinturão
Ribeira. Estados de São Paulo e Paraná, Brasília, 2015.
Nº 07 – Metalogenia das Províncias Minerais do Brasil: Área Sudeste de Rondônia, Brasília, 2016.

SÉRIE MINERAIS ESTRATÉGICOS


Nº 01 – Diretrizes para Avaliação do Potencial do Potássio, Fosfato, Terras Raras e Lítio no Brasil, Brasília, 2015.
Nº 02 – Avaliação do Potencial de Terras Raras no Brasil, Brasília, 2015.
Nº 03 – Projeto Avaliação do Potencial do Lítio no Brasil – Área do Médio Rio Jequitinhonha, Nordeste de
Minas Gerais, Brasília, 2016.

111
ANEXO i - TABELAS DE PONTOS
Anexo I – A: Pontos visitados (total)

N° ordem N° Ponto Longitude Latitude Substância Municípios Rocha Encaixante Unidade Geológica Fase DNPM
1 BIG - 1 734549 6963257 brita Biguaçu Suíte Pedras Grandes Granito Ilha Requerim. de Lavra
2 BIG - 2 730599 6960374 brita Biguaçu Complexo Águas Mornas Suíte Intrusiva Paulo Lopes Conces. de Lavra
3 BIG - 4 728759 6960481 saibro/argila Biguaçu Suíte Pedras Grandes Granito Ilha Requerim. de Lavra
4 BIG - 5 728944 6960036 saibro Biguaçu Suíte Pedras Grandes Granito Ilha Licenciam.
5 BIG - 6 729298 6959103 areia Biguaçu Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Requerim. de Lavra
6 BIG - 8 725154 6957930 argila Biguaçu Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Licenciam.
7 BIG - 10 724234 6956423 saibro Biguaçu Suíte Intrusiva Maruim Granito S. Pedro de Alcântara Licenciam.
8 BIG - 11 723659 6955587 argila Biguaçu Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Conces. de Lavra
9 BIG - 12 725051 6954817 argila/saibro Biguaçu Suíte Intrusiva Maruim Granito S. Pedro de Alcântara Requerim. de Lavra
10 BIG - 13 722457 6953562 saibro Biguaçu Suíte Intrusiva Maruim Granito S. Pedro de Alcântara Requerim. de Lavra
11 AC - 1 715821 6960570 saibro Ant° Carlos Complexo Águas Mornas Suíte Intrusiva Paulo Lopes Requerim. de Lavra
12 AC - 3 719351 6954768 saibro Ant° Carlos Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Licenciam.
13 AC - 4 719225 6954347 areia Ant° Carlos Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Registro de Extração
14 AC - 5 719549 6954154 argila Ant° Carlos Suíte Intrusiva Maruim Granito S. Pedro de Alcântara Licenciam.
15 AC - 6 721867 6954738 areia Ant° Carlos Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Licenciam.

115
16 AC - 7 710070 6951230 saibro Ant° Carlos Complexo Águas Mornas Suíte Intrusiva Paulo Lopes Registro de Extração
17 AC - 10 721064 6951466 saibro Ant° Carlos Suíte Intrusiva Maruim Granito S. Pedro de Alcântara Requerim. de Lavra
18 AC - 11 721790 6952927 saibro Ant° Carlos Suíte Intrusiva Maruim Granito S. Pedro de Alcântara Requerim. de Licenciam.
19 AC - 12 716373 6953817 areia Ant° Carlos Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Requerim. de Lavra
20 AC - 13 722573 6952298 argila Ant° Carlos/Biguaçu Depós. Cenozóicos Depós. Praiais Licenciam.
21 FLP - 1 748376 6939161 brita Florianópolis Suíte Pedras Grandes Granito Ilha Conces. de Lavra
22 GRP -1 731801 6897945 areia/argila Garopaba Depós. Cenozóicos Depós. Planície lagunar Requerim. de Lavra
23 GRP - 4 729092 6891685 saibro Garopaba Batolito Florianopolis Granito Rio Chicão Requerim. de Lavra
24 GRP - 5 724225 6894584 brita Garopaba Suíte Pedras Grandes Granito Imaruí-Capivarí Conces. de Lavra
25 PL - 1 727143 6904484 saibro Paulo Lopes Granitoides Garopaba Suíte Intrusiva Paulo Lopes Licenciam.
26 PL - 3 726917 6901756 saibro Paulo Lopes Suíte Intrusiva Paulo Lopes Granitoides Garopaba Licenciam.
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

27 PL - 4 728121 6906575 saibro Paulo Lopes Depós. Cenozóicos Depós. Aluvionares Requerim. de Licenciam.
28 PL - 5 727397 6909885 brita Paulo Lopes Suíte Pedras Grandes Granito Serra do Tabuleiro Requerim. de Lavra
29 PL - 6 727376 6910953 areia Paulo Lopes Depós. Cenozóicos Depós. Aluvionares Licenciam.
30 PL - 8 726463 6911772 areia Palhoça/Paulo Lopes Depós. Cenozóicos Depós. Planície lagunar Licenciam.
31 PL - 9 725464 6912061 areia Paulo Lopes Depós. Cenozóicos Depós. Planície lagunar Requerim. de Lavra
32 PL - 10 729486 6907544 saibro Paulo Lopes Suíte Intrusiva Paulo Lopes Granitoides Garopaba Requerim. de Lavra
N° ordem N° Ponto Longitude Latitude Substância Municípios Rocha Encaixante Unidade Geológica Fase DNPM
33 PL - 12 723394 6897329 saibro Paulo Lopes Batolito Florianopolis Granito Rio Chicão Licenciam.
34 PL - 18 730202 6933042 brita Paulo Lopes/Palhoça Suíte Plutono-Vulc. Cambirela Riolito Cambirela Licenciam.
35 PL - 20 719467 6899507 areia Paulo Lopes Depós. Cenozóicos Depós. Aluvionares Licenciam.
36 PL - 21 718813 6898425 areia Paulo Lopes Depós. Cenozóicos Depós. Aluvionares Licenciam.
37 PL - 22 719353 6893642 areia Paulo Lopes Depós. Cenozóicos Depós. Aluvionares Requerim. de Lavra
38 PC - 1 724631 6912493 areia Palhoça Depós. Cenozóicos Depós. Planície lagunar Licenciam.
39 PC - 5 726106 6912212 areia Palhoça/Paulo Lopes Depós. Cenozóicos Depós. Planície lagunar Requerim. de Lavra
40 PC - 6 728570 6911196 areia Palhoça Depós. Cenozóicos Depós. Planície lagunar Licenciam.
41 PC - 8 729399 6912830 areia Palhoça Depós. Cenozóicos Depós. Planície lagunar Licenciam.
42 PC - 11 732729 6918350 areia Palhoça Depós. Cenozóicos Depós. Aluvionares Requerim. de Lavra
43 PC - 17 727078 6936950 saibro Palhoça Complexo Águas Mornas Suíte Intrusiva Paulo Lopes Requerim. de Licenciam.
44 PC-18 730202 6933042 brita Palhoça Suíte Plutono-Vulc. Cambirela Riolito Cambirela Licenciam.
45 PC - 19 724682 6936411 brita Palhoça Suíte Intrusiva Maruim Tonalito Forquilha Conces. de Lavra
46 PC - 21 727511 6935625 brita/saibro Palhoça Suíte Plutono-Vulc. Cambirela Riolito Cambirela Licenciam.
47 PC - 25 727416 6937961 saibro Palhoça Complexo Águas Mornas Suíte Intrusiva Paulo Lopes Licenciam.
48 PC - 26 727287 6938068 argila Palhoça Complexo Águas Mornas Suíte Intrusiva Paulo Lopes Requerim. de Lavra
49 PC - 27 727333 6941319 saibro Palhoça Suíte Intrusiva Maruim Granito S. Pedro de Alcântara Licenciam.

116
50 PC - 22 726169 6937621 argila/saibro Palhoça Suíte Intrusiva Maruim Tonalito Forquilha Requerim. de Licenciam.
51 PC - 23 732901 6918003 areia Palhoça Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Requerim. de Lavra
52 PC - 29 732826 6935701 areia Palhoça Depós. Cenozóicos Depós. Planície de Maré Requerim. de Lavra
53 PC - 13 733078 6933734 areia Palhoça Depós. Cenozóicos Depós. Planície de Maré Requerim. de Lavra
Informe de Recursos Minerais

54 PC - 14 731252 6933921 areia Palhoça Depós. Cenozóicos Depós. Aluvionares Licenciam.


55 PC - 15 729328 6933876 areia Palhoça Depós. Cenozóicos Depós. Aluvionares Licenciam.
56 PC - 30 731420 6933712 areia Palhoça Depós. Cenozóicos Depós. Aluvionares Requerim. de Lavra
57 PC - 31 730235 6933741 areia Palhoça Depós. Cenozóicos Depós. Planície lagunar Licenciam.
58 PC - 32 728114 6934210 areia Palhoça Depós. Cenozóicos Depós. Aluvionares Requerim. de Lavra
59 PC - 33 728416 6934443 areia Palhoça Depós. Cenozóicos Depós. Aluvionares Requerim. de Lavra
60 PC - 34 732721 6929195 saibro Palhoça Suíte Plutono-Vulc. Cambirela Riolito Cambirela Requerim. de Lavra
61 PC - 35 731803 6931911 saibro Palhoça Suíte Plutono-Vulc. Cambirela Riolito Cambirela Requerim. de Lavra
62 PC - 10 729666 6914087 areia Palhoça Depós. Cenozóicos Depós. Planície lagunar Licenciam.
63 SJ - 5 725798 6951451 brita S. José Suíte Intrusiva Maruim Granito S. Pedro de Alcântara Conces. de Lavra
64 SJ - 8 731559 6943018 saibro S. José Depós. Cenozóicos Depós. Aluvionares Requerim. de Licenciam.
N° ordem N° Ponto Longitude Latitude Substância Municípios Rocha Encaixante Unidade Geológica Fase DNPM
65 SJ - 10 726581 6950919 saibro S. José Suíte Intrusiva Maruim Granito S. Pedro de Alcântara Licenciam.
66 SAI - 6 718170 6936803 saibro St Amaro Imp Complexo Águas Mornas Suíte Intrusiva Paulo Lopes Licenciam.
67 SAI - 7 718326 6936269 argila St Amaro Imp Complexo Águas Mornas Suíte Intrusiva Paulo Lopes Licenciam.
68 SAI - 9 717956 6935500 saibro St Amaro Imp Complexo Águas Mornas Suíte Intrusiva Paulo Lopes Licenciam.
69 SAI - 10 720474 6935384 areia St Amaro Imp Depós. Cenozóicos Depós. Aluvionares Licenciam.
70 SAI - 11 721232 6935958 areia St Amaro Imp Depós. Cenozóicos Depós. Aluvionares Licenciam.
71 SAI - 12 722202 6935521 areia St Amaro Imp Depós. Cenozóicos Depós. Aluvionares Licenciam.
72 SAI - 16 725290 6934925 areia St Amaro Imp Depós. Cenozóicos Depós. Aluvionares Licenciam.
73 SAI - 22 722753 6935124 areia St Amaro Imp Depós. Cenozóicos Depós. Planície lagunar Requerim. de Lavra
74 TJC - 1 730039 6974500 saibro Tijucas Complexo Águas Mornas Suíte Intrusiva Paulo Lopes Registro de Extração
75 TJC - 4 734553 6979651 brita/saibro Tijucas Suíte Pedras Grandes Granito Ilha Licenciam.
76 TJC - 5 734538 6979627 argila/saibro Tijucas Suíte Pedras Grandes Granito Ilha Licenciam.
77 TJC - 6 729699 6981246 argila Tijucas Depós. Cenozóicos Depós. Fluviolagunares Licenciam.
78 TJC - 7 730264 6981711 argila Tijucas Depós. Cenozóicos Depós. Fluviolagunares Licenciam.
79 TJC - 8 727984 6981213 argila/saibro Tijucas Depós. Cenozóicos Depós. Fluviolagunares Licenciam.
80 TJC - 9 727827 6978249 argila/saibro Tijucas Complexo Águas Mornas Suíte Intrusiva Paulo Lopes Licenciam.

117
81 TJC - 10 730305 6986534 argila Tijucas Suíte Valsungana-Guabiruba Suíte S J Batista Licenciam.
82 TJC - 11 727403 6988087 areia Tijucas Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Conces. de Lavra
83 TJC - 13 731820 6980743 areia Tijucas Depós. Cenozóicos Depós. Praiais Conces. de Lavra
84 TJC - 15 731455 6982050 areia Tijucas Depós. Cenozóicos Depós. Fluviolagunares Requerim. de Lavra
85 TJC - 16 732481 6981412 areia Tijucas Depós. Cenozóicos Depós. Fluviolagunares Conces. de Lavra
86 TJC - 17 731375 6977066 brita Tijucas Suíte Pedras Grandes Granito Ilha Conces. de Lavra
87 TJC - 18 730507 6982817 areia Tijucas Depós. Cenozóicos Depós. Fluviolagunares Conces. de Lavra
88 TJC - 19 729887 6986753 argila Tijucas Complexo Metm. Brusque Fm. Botuverá Conces. de Lavra
89 TJC - 20 723993 6982239 argila Tijucas Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Requerim. de Lavra
90 TJC - 21 730547 6982310 areia Tijucas Depós. Cenozóicos Depós. Fluviolagunares Requerim. de Lavra
91 TJC - 14 728549 6981719 areia Tijucas Depós. Cenozóicos Depós. Fluviolagunares Conces. de Lavra
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

92 TJC - 22 726239 6977860 areia Tijucas Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Requerim. de Lavra
93 TJC - 23 722422 6988422 argila Tijucas Cint. Vulcanossed. Brusque Fm. Rio do Oliveira Requerim. de Lavra
94 TJC - 24 725282 6983443 argila Tijucas Depós. Cenozóicos Depós. Fluviolagunares Requerim. de Lavra
95 TJC - 25 727420 6982541 areia Tijucas Depós. Cenozóicos Depós. Fluviolagunares Requerim. de Lavra
96 TJC - 26 727744 6987834 argila Tijucas Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Conces. de Lavra
N° ordem N° Ponto Longitude Latitude Substância Municípios Rocha Encaixante Unidade Geológica Fase DNPM
97 TJC - 27 729084 6982884 argila Tijucas Depós. Cenozóicos Depós. Fluviolagunares Requerim. de Lavra
98 CNL - 2 718073 6981005 areia Canelinha/S J Batista Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Licenciam.
99 CNL - 6 716945 6981230 areia Canelinha/S J Batista Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Conces. de Lavra
100 CNL - 3 726673 6981424 argila Canelinha/Tijucas Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Conces. de Lavra
101 CNL - 4 723832 6981515 areia/argila Canelinha Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Requerim. de Lavra
102 CNL - 9 724565 6981937 areia Canelinha/Tijucas Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Conces. de Lavra
103 CNL - 10 720577 6980839 areia Canelinha Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Conces. de Lavra
104 CNL - 11 722491 6981129 areia Canelinha Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Requerim. de Lavra
105 CNL - 12 720239 6982931 argila Canelinha Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Conces. de Lavra
106 CNL - 13 725751 6981485 areia/argila Canelinha Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Requerim. de Lavra
107 CNL - 15 724378 6982056 areia/argila Canelinha/Tijucas Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Requerim. de Lavra
108 CNL - 16 726088 6981660 argila Canelinha Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Requerim. de Lavra
109 CNL - 17 720260 6981232 argila Canelinha/S J Batista Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Conces. de Lavra
110 CNL - 18 723909 6982058 saibro Canelinha/Tijucas Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Requerim. de Lavra
111 CNL - 19 714951 6988968 areia Canelinha Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Requerim. de Lavra
112 CNL - 20 716612 6989709 argila Canelinha Complexo Metm. Brusque Fm. Rio do Oliveira Autorização de Pesquisa
113 SJB - 1 730315 6968155 saibro S J Batista Suíte Pedras Grandes Granito Ilha Registro de Extração

118
114 SJB - 2 714521 6983924 argila/saibro S J Batista Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Requerim. de Lavra
115 SJB - 3 715373 6981294 areia/argila S J Batista Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Conces. de Lavra
116 SJB - 6 711448 6978865 areia S J Batista Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Requerim. de Licenciam.
117 SJB - 7 716652 6977103 argila S J Batista Cint. Vulcanossed. Brusque Milonitos/Protom. Major Gercino Licenciam.
Informe de Recursos Minerais

118 SJB - 9 711407 6977083 areia S J Batista Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Licenciam.
119 SJB - 12 712555 6983479 saibro S J Batista Cint. Vulcanossed. Brusque Fm. Rio do Oliveira Requerim. de Lavra
120 SJB - 13 717719 6980350 areia/argila S J Batista Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Licenciam.
121 SJB - 14 715077 6981070 argila S J Batista Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Licenciam.
122 SJB - 15 712072 6977719 areia S J Batista Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Requerim. de Lavra
123 SJB - 16 711585 6979679 areia S J Batista Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Requerim. de Licenciam.
124 SJB - 17 714091 6981433 areia S J Batista Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Licenciam.
125 SJB - 20 710319 6980598 areia S J Batista Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Requerim. de Lavra
126 SJB - 21 707435 6975133 areia S J Batista Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Requerim. de Lavra
127 SBJ - 22 706604 6973152 areia S J Batista Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Requerim. de Lavra
128 SJB - 23 707851 6971065 areia S J Batista Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Requerim. de Lavra
129 SJB - 24 715471 6980840 argila S J Batista Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Requerim. de Lavra
130 SJB - 25 711423 6981594 saibro S J Batista Suíte Valsungana-Guabiruba Suíte S J Batista Requerim. de Lavra
N° ordem N° Ponto Longitude Latitude Substância Municípios Rocha Encaixante Unidade Geológica Fase DNPM
131 NT - 1 702967 6978971 argila Nova Trento Complexo Metm. Brusque Fm. Rio do Oliveira Licenciam.
132 NT - 4 700731 6979167 areia Nova Trento Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Licenciam.
133 NT - 11 702019 6979248 areia Nova Trento Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Licenciam.
134 NT - 19 707132 6979596 areia Nova Trento Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Licenciam.
135 NT - 5 703380 6979523 areia Nova Trento Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Licenciam.
136 NT - 2 706514 6980062 areia Nova Trento Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Licenciam.
137 NT - 10 707015 6978895 areia Nova Trento Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Licenciam.
138 NT - 17 702868 6980083 areia Nova Trento Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Licenciam.
139 NT - 7 708485 6979273 areia Nova Trento Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Licenciam.
140 NT - 16 705658 6984979 saibro Nova Trento Suíte Valsungana-Guabiruba Granito Valsungana Conces. de Lavra
141 NT - 12 694788 6976564 saibro Nova Trento Suíte Valsungana-Guabiruba Granito Valsungana Requerim. de Lavra
142 NT - 14 696142 6979537 saibro Nova Trento Suíte Valsungana-Guabiruba Granito Valsungana Conces. de Lavra
143 NT - 18 708229 6991659 brita Nova Trento Suíte Valsungana-Guabiruba Granito Valsungana Requerim. de Lavra
144 MG - 1 683898 6959785 argila Major Gercino Complexo Metm. Brusque Fm. Botuverá Conces. de Lavra
145 MG - 3 677994 6966324 argila Major Gercino Bacia do Paraná Grupo Itararé Conces. de Lavra
146 MG - 4 677174 6966227 argila Major Gercino Bacia do Paraná Grupo Itararé Conces. de Lavra

119
Anexo I – B: Pontos de brita visitados
N° ordem Substância Municípios Unidade Geológica Rocha Encaixante Fase DNPM
1 brita Biguaçu Granito Ilha Suíte Pedras Grandes Requerim. de Lavra
2 brita Biguaçu Suíte Intrusiva Paulo Lopes Complexo Águas Mornas Conces. de Lavra

21 brita Florianópolis Granito Ilha Suíte Pedras Grandes Conces. de Lavra


24 brita Garopaba Granito Imaruí-Capivarí Suíte Pedras Grandes Conces. de Lavra
143 brita Nova Trento Granito Valsungana Suíte Valsungana-Guabiruba Requerim. de Lavra
45 brita Palhoça Tonalito Forquilha Suíte Intrusiva Maruim Conces. de Lavra
44 brita Palhoça Riolito Cambirela Suíte Plutono-Vulc. Cambirela Licenciam.
34 brita Paulo Lopes/Palhoça Riolito Cambirela Suíte Plutono-Vulc. Cambirela Licenciam.
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

28 brita Paulo Lopes Granito Serra do Tabuleiro Suíte Pedras Grandes Requerim. de Lavra
63 brita São José Granito S. Pedro de Alcântara Suíte Intrusiva Maruim Conces. de Lavra
86 brita Tijucas Granito Ilha Suíte Pedras Grandes Conces. de Lavra
46 brita Palhoça Riolito Cambirela Suíte Plutono-Vulc. Cambirela Licenciam.
75 brita Tijucas Granito Ilha Suíte Pedras Grandes Licenciam.
Anexo I – C: Pontos de argila visitados
N° de Ordem Ensaio Municípios Unidade Geológica Rocha Encaixante Fase DNPM
6 Biguaçu Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Licenciam.
8 Biguaçu Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Conces. de Lavra
9 Biguaçu Granito S. Pedro de Alcântara Suíte Intrusiva Maruim Requerim. de Lavra
14 Antônio Carlos Granito S. Pedro de Alcântara Suíte Intrusiva Maruim Licenciam.
20 Antônio Carlos/Biguaçu Depós. Praiais Depós. Cenozóicos Licenciam.
22 Garopaba Depós. Planície lagunar Depós. Cenozóicos Requerim. de Lavra
48 Palhoça Suíte Intrusiva Paulo Lopes Complexo Águas Mornas Requerim. de Lavra
50 Palhoça Tonalito Forquilha Suíte Intrusiva Maruim Requerim. de Licenciam.
67 Santo Amaro da Imperatriz Suíte Intrusiva Paulo Lopes Complexo Águas Mornas Licenciam.
76 Tijucas Granito Ilha Suíte Pedras Grandes Licenciam.
77 Tijucas Depós. Fluviolagunares Depós. Cenozóicos Licenciam.
78 Tijucas Depós. Fluviolagunares Depós. Cenozóicos Licenciam.
79 Tijucas Depós. Fluviolagunares Depós. Cenozóicos Licenciam.
80 Tijucas Suíte Intrusiva Paulo Lopes Complexo Águas Mornas Licenciam.
81 Tijucas Suíte São João Batista Suíte Valsungana-Guabiruba Licenciam.

120
88 Tijucas Fm. Botuverá Complexo Metm. Brusque Conces. de Lavra
89 Tijucas Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Requerim. de Lavra
93 Tijucas Fm. Rio do Oliveira Cint. Vulcanossed. Brusque Requerim. de Lavra
94 Tijucas Depós. Fluviolagunares Depós. Cenozóicos Requerim. de Lavra
Informe de Recursos Minerais

96 Tijucas Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Conces. de Lavra


97 Tijucas Depós. Fluviolagunares Depós. Cenozóicos Requerim. de Lavra
100 Canelinha/Tijucas Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Conces. de Lavra
101 Canelinha Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Requerim. de Lavra
105 cor de queima: branco; 14% qz, 74% caulinita, 8% ilita, 4% hematita Canelinha Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Conces. de Lavra
106 Canelinha Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Requerim. de Lavra
107 Canelinha/Tijucas Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Requerim. de Lavra
108 Canelinha Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Requerim. de Lavra
109 Canelinha/São João Batista Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Conces. de Lavra
112 Canelinha Fm. Rio do Oliveira Complexo Metm. Brusque Autorização de Pesquisa
114 São João Batista Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Requerim. de Lavra
115 São João Batista Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Conces. de Lavra
117 São João Batista Milonitos/Protom. Major Gercino Cint. Vulcanossed. Brusque Licenciam.
N° de Ordem Ensaio Municípios Unidade Geológica Rocha Encaixante Fase DNPM
120 São João Batista Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Licenciam.
121 São João Batista Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Licenciam.
129 São João Batista Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Requerim. de Lavra
131 Nova Trento Fm. Rio do Oliveira Complexo Metm. Brusque Licenciam.
144 Major Gercino Fm. Botuverá Complexo Metm. Brusque Conces. de Lavra
145 cor de queima: telha; 33% qz, 55% caulinita, 12% ilita Major Gercino Grupo Itararé Bacia do Paraná Conces. de Lavra
146 Major Gercino Grupo Itararé Bacia do Paraná Conces. de Lavra

Anexo I – D: Pontos de areia visitados


N° ordem Classificação de Wentworth Municípios Unidade Geológica Rocha Encaixante Fase DNPM
5 Areia grossa a areia média (76% qz) Biguaçu Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Requerim. de Lavra
13 Areia grossa, areia média e areia muito grossa (76% qz) Antônio Carlos Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Registro de Extração
15 Antônio Carlos Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Licenciam.
19 Antônio Carlos Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Requerim. de Lavra
22 Garopaba Depós. Planície lagunar Depós. Cenozóicos Requerim. de Lavra
29 Areia fina c/ areia média e areia grossa (75% qz) Paulo Lopes Depós. Aluvionares Depós. Cenozóicos Licenciam.

121
30 Palhoça/Paulo Lopes Depós. Planície lagunar Depós. Cenozóicos Licenciam.
31 Paulo Lopes Depós. Planície lagunar Depós. Cenozóicos Requerim. de Lavra
35 Paulo Lopes Depós. Aluvionares Depós. Cenozóicos Licenciam.
36 Paulo Lopes Depós. Aluvionares Depós. Cenozóicos Licenciam.
37 Paulo Lopes Depós. Aluvionares Depós. Cenozóicos Requerim. de Lavra
38 Palhoça Depós. Planície lagunar Depós. Cenozóicos Licenciam.
39 Palhoça/Paulo Lopes Depós. Planície lagunar Depós. Cenozóicos Requerim. de Lavra
40 Palhoça Depós. Planície lagunar Depós. Cenozóicos Licenciam.
41 Palhoça Depós. Planície lagunar Depós. Cenozóicos Licenciam.
42 Palhoça Depós. Aluvionares Depós. Cenozóicos Requerim. de Lavra
51 Palhoça Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Requerim. de Lavra
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

52 Palhoça Depós. Planície de Maré Depós. Cenozóicos Requerim. de Lavra


53 Palhoça Depós. Planície de Maré Depós. Cenozóicos Requerim. de Lavra
54 Palhoça Depós. Aluvionares Depós. Cenozóicos Licenciam.
55 Palhoça Depós. Aluvionares Depós. Cenozóicos Licenciam.
56 Palhoça Depós. Aluvionares Depós. Cenozóicos Requerim. de Lavra
N° ordem Classificação de Wentworth Municípios Unidade Geológica Rocha Encaixante Fase DNPM
57 Palhoça Depós. Planície lagunar Depós. Cenozóicos Licenciam.
58 Palhoça Depós. Aluvionares Depós. Cenozóicos Requerim. de Lavra
59 Palhoça Depós. Aluvionares Depós. Cenozóicos Requerim. de Lavra
62 Palhoça Depós. Planície lagunar Depós. Cenozóicos Licenciam.
69 Santo Amaro da Imperatriz Depós. Aluvionares Depós. Cenozóicos Licenciam.
70 Areia grossa a areia muito grossa (90% qz) Santo Amaro da Imperatriz Depós. Aluvionares Depós. Cenozóicos Licenciam.
71 Santo Amaro da Imperatriz Depós. Aluvionares Depós. Cenozóicos Licenciam.
72 Areia grossa, areia muito grossa e areia média (80% qz) Santo Amaro da Imperatriz Depós. Aluvionares Depós. Cenozóicos Licenciam.
73 Santo Amaro da Imperatriz Depós. Planície lagunar Depós. Cenozóicos Requerim. de Lavra
82 Tijucas Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Conces. de Lavra
83 Tijucas Depós. Praiais Depós. Cenozóicos Conces. de Lavra
84 Tijucas Depós. Fluviolagunares Depós. Cenozóicos Requerim. de Lavra
85 Areia muito grossa a grossa c/ cascalho fino (80% qz) Tijucas Depós. Fluviolagunares Depós. Cenozóicos Conces. de Lavra
87 Tijucas Depós. Fluviolagunares Depós. Cenozóicos Conces. de Lavra
90 Tijucas Depós. Fluviolagunares Depós. Cenozóicos Requerim. de Lavra
91 Tijucas Depós. Fluviolagunares Depós. Cenozóicos Conces. de Lavra

122
92 Tijucas Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Requerim. de Lavra
95 Tijucas Depós. Fluviolagunares Depós. Cenozóicos Requerim. de Lavra
98 Canelinha/São João Batista Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Licenciam.
99 Canelinha/São João Batista Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Conces. de Lavra
Informe de Recursos Minerais

101 Canelinha Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Requerim. de Lavra


102 Canelinha/Tijucas Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Conces. de Lavra
103 Canelinha Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Conces. de Lavra
104 Canelinha Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Requerim. de Lavra
106 Canelinha Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Requerim. de Lavra
107 Canelinha/Tijucas Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Requerim. de Lavra
111 Canelinha Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Requerim. de Lavra
115 São João Batista Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Conces. de Lavra
116 São João Batista Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Requerim. de Licenciam.
118 São João Batista Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Licenciam.
120 São João Batista Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Licenciam.
122 Areia muito grossa a cascalho fino c/ areia grossa (73% qz) São João Batista Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Requerim. de Lavra
N° ordem Classificação de Wentworth Municípios Unidade Geológica Rocha Encaixante Fase DNPM
123 São João Batista Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Requerim. de Licenciam.
124 São João Batista Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Licenciam.
125 São João Batista Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Requerim. de Lavra
126 São João Batista Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Requerim. de Lavra
127 São João Batista Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Requerim. de Lavra
128 São João Batista Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Requerim. de Lavra
132 Nova Trento Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Licenciam.
133 Nova Trento Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Licenciam.
134 Cascalho fino a médio c/ areia muito grossa (69% qz) Nova Trento Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Licenciam.
135 Nova Trento Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Licenciam.
136 Nova Trento Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Licenciam.
137 Nova Trento Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Licenciam.
138 Cascalho fino e médio, areia muito grossa, areia grossa (75% qz) Nova Trento Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Licenciam.
139 Nova Trento Depós. Colúvio-Eluvionares Depós. Cenozóicos Licenciam.

Anexo I – E: Pontos visitados de saibro/material de empréstimo

123
N° ordem Classificação de Wentworth Municípios Rocha Encaixante Unidade Geológica Fase DNPM
3 Biguaçu Suíte Pedras Grandes Granito Ilha Requerim. de Lavra
4 Biguaçu Suíte Pedras Grandes Granito Ilha Licenciam.
7 Biguaçu Suíte Intrusiva Maruim Granito S. Pedro de Alcântara Licenciam.
10 Cascalho fino a areia muito grossa Biguaçu Suíte Intrusiva Maruim Granito S. Pedro de Alcântara Requerim. de Lavra
11 Ant° Carlos Complexo Águas Mornas Suíte Intrusiva Paulo Lopes Requerim. de Lavra
12 Ant° Carlos Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Licenciam.

16 Ant° Carlos Complexo Águas Mornas Suíte Intrusiva Paulo Lopes Registro de Extração
17 Ant° Carlos Suíte Intrusiva Maruim Granito S. Pedro de Alcântara Requerim. de Lavra
18 Ant° Carlos Suíte Intrusiva Maruim Granito S. Pedro de Alcântara Requerim. de Licenciam.
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

23 Garopaba Batolito Florianopolis Granito Rio Chicão Requerim. de Lavra


25 Paulo Lopes Granitoides Garopaba Suíte Intrusiva Paulo Lopes Licenciam.
26 Paulo Lopes Suíte Intrusiva Paulo Lopes Granitoides Garopaba Licenciam.
27 Paulo Lopes Depós. Cenozóicos Depós. Aluvionares Requerim. de Licenciam.
32 Paulo Lopes Suíte Intrusiva Paulo Lopes Granitoides Garopaba Requerim. de Lavra
N° ordem Classificação de Wentworth Municípios Rocha Encaixante Unidade Geológica Fase DNPM
33 Paulo Lopes Batolito Florianopolis Granito Rio Chicão Licenciam.
43 Palhoça Complexo Águas Mornas Suíte Intrusiva Paulo Lopes Requerim. de Licenciam.
46 Palhoça Suíte Plutono-Vulc. Cambirela Riolito Cambirela Licenciam.
47 Palhoça Complexo Águas Mornas Suíte Intrusiva Paulo Lopes Licenciam.
49 Palhoça Suíte Intrusiva Maruim Granito S. Pedro de Alcântara Licenciam.
60 Palhoça Suíte Plutono-Vulc. Cambirela Riolito Cambirela Requerim. de Lavra
61 Palhoça Suíte Plutono-Vulc. Cambirela Riolito Cambirela Requerim. de Lavra
64 S. José Depós. Cenozóicos Depós. Aluvionares Requerim. de Licenciam.
65 S. José Suíte Intrusiva Maruim Granito S. Pedro de Alcântara Licenciam.
66 St Amaro Imperatriz Complexo Águas Mornas Suíte Intrusiva Paulo Lopes Licenciam.
68 St Amaro Imperatriz Complexo Águas Mornas Suíte Intrusiva Paulo Lopes Licenciam.
74 Tijucas Complexo Águas Mornas Suíte Intrusiva Paulo Lopes Registro de Extração
75 granito protomiloníotico + riolito milonitizado Tijucas Suíte Pedras Grandes Granito Ilha Licenciam.
110 Canelinha/Tijucas Depós. Cenozóicos Depós. Colúvio-Eluvionares Requerim. de Lavra
113 S J Batista Suíte Pedras Grandes Granito Ilha Registro de Extração
119 S J Batista Cint. Vulcanossed. Brusque Fm. Rio do Oliveira Requerim. de Lavra

124
130 S J Batista Suíte Valsungana-Guabiruba Suíte S J Batista Requerim. de Lavra
140 Nova Trento Suíte Valsungana-Guabiruba Granito Valsungana Conces. de Lavra
141 Nova Trento Suíte Valsungana-Guabiruba Granito Valsungana Requerim. de Lavra
142 Nova Trento Suíte Valsungana-Guabiruba Granito Valsungana Conces. de Lavra
Informe de Recursos Minerais
ANEXO iI - PETROGRAFIA
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

Número Modal Classificação

Quartzo - 40%
4346 Leucosieno-
Ortoclásio - 38%; Plagioclásio - 19%
granito
Biotita cloritizada - 2%; Epidoto - 1% protomilonítico
DH-08 A
Apatita, Fluorita, Alanita, Zircão e Opacos – traços

Descrição: Rocha com textura protomilonítica sobreposta a uma textura equigranular hipidiomórfica média a fina
(cristais com tamanho inferior a 4,5 mm), constituída 90% de clastos de quartzo e feldspatos estirados, fraturados ou
dobrados englobados por uma matriz de grão fino (cristais de grão inferior a 0,2 mm) resultante da recristalização dos
clastos, que em geral marcam os bordos dos grãos ou alojam-se nos interstícios. Além do quartzo, ortoclásio pertítico e
plagioclásio, ocorrem em proporções próximas a unidade a biotita totalmente cloritizada e oxidada, o epidoto, alanita,
zircão, apatita, fluorita e minerais opacos.
O quartzo é incolor e límpido, anédrico e intersticial, freqüência fusiforme devido ao estiramento com extinção ondu-
lante e incipiente recristalização. Em nicóis cruzados a birrefringência é baixa, com cores cinza de primeira ordem e o
caráter ótico é biaxial, positivo.
O ortoclásio é subédrico a anédrico, ocorre turvo devido a oxidação. Com nicóis cruzados apresenta macla de Carlsbad
e apresenta abundantes pertitas do tipo barras e gotículas. Ocorre fraturado e deformado, a birrefringência é baixa,
com cores cinza de primeira ordem, com frequencia ocorre a microclinização do ortoclásio, marcada pela presença da
combinação da macla da albita e periclina. O caráter ótico é biaxial negativo.
O plagioclásio é incolor e turvo devido a argilização, ocorre prismático, com frequencia dobrado com kinks segundo os
planos de macla da albita. Não foi determinado o teor de An, mas possivelmente trata-se de um oligoclásio. Em nicóis
cruzados a birrefringência é baixa, o ângulo de extinção é em torno de 15º e o caráter é biaxial positivo.
A clorita ocorre como finas palhetas, com pleocroismo variando de verde pálido a verde, com birrefringência azulada,
caracterizando variedades férricas.
Os minerais acessórios são: apatita, que ocorre como finos glóbulos incolores; o zircão, incolor, formas euédricas e
birrefringência alta; alanita, ocorre euédrica, mas com suas características ópticas mascaradas pela intensa oxidação;
a fluorita que ocorre incolor a levemente azulada e preenche fraturas. Os minerais opacos são na maioria das vezes
secundários ocorrendo como salpicos opacos ou preenchendo fraturas como filmes avermelhados.
A composição mineralógica coloca a rocha no campo dos sienogranitos de Streckeisen (1976) e a proporção de mine-
rais máficos próxima a unidade permite sua caracterização como leucosienogranito.
O uso da rocha como agregado na construção civil é restrito em função da presença de quartzo deformado, potencial
causador da reação alcali-silicato.

127
Informe de Recursos Minerais

Vista geral da amostra DH-08 4A, em nicóis cruzados, em aumento de 7X, escala gráfica de 2,0 mm; destacando-se a proto-
milonítica sobreposta a textura equigranular hipidiomórfica de grão médio a grosso, com abundantes cristais de ortoclásio
pertítico (fk), quartzo (qz) e plagioclásio (pl).

Detalhe do campo marcado em vermelho da fotomicrografia superior, em nicóis paralelos e cruzados, com aumento de 25X,
escala gráfica de 0,5 mm, destacando o fraturamento e deformação dos cristais de do ortoclásio pertítico (fk), do plagioclá-
sio (pl) e quartzo (qz). Em LN observa-se a alanita (al) oxidada.

128
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

Número Modal Classificação

Quartzo - 43%; Sanidina - 30%


4346
Plagioclásio - 15%
Riolito milonítico
Biotita - 10%; Fluorita – 2%
DH-08 B
Apatita, Zircão e Opacos – traços

Descrição: Rocha com textura ígnea reliquiar, marcada pela presença de fenocristais de quartzo com golfos de cor-
rosão, feldspato alcalino, plagioclásio e subordinadamente biotita, imersos em matriz quartzo-feldspática fina (com
grão inferior a 0,3 mm), milonitizada. Os fenocristais de quartzo têm grão fino a médio (entre 0,5 a 2,5 mm) e, embora
conservem algumas faces retilíneas, perderam suas formas subédricas devido ao estiramento, são incolores e límpidos
e apresentam golfos de corrosão. Em luz polarizada cruzada mostram forte extinção ondulante e cominuição ao longo
dos bordos e das frequentes fraturas.
O feldspato alcalino presente mostra macla de Carlsbad, caracterizando assim a sanidina. Também apresenta golfos
de corrosão e se encontra menos afetado pelo estiramento, sendo a feição mais frequente os fraturamentos escalona-
dos ao longo dos quais ocorre a cominuição dos grãos. Mostra-se subédrico a anédrico, com grão médio (3 mm a 0,5
mm), turvo devido a oxidação e em luz polarizada cruzada apresenta a birrefringência característica, cinza de primeira,
ordem e extinção inferior a 10º.
O plagioclásio esta turvo, reflexo da sericitização e epidotização, ocorre com menor frequencia e é em geral subédrico,
os efeitos da deformação apresentam-se como o encurvamento dos planos de macla; as demais propriedades são
diagnósticas do mineral.
A biotita tem cor castanha, com forte pleocroismo, com kink bands segundo os planos da clivagem perfeita, mostra
sutil oxidação e cloritização, quando o pleocroismo adquire tons esverdeados. Quando fenocristal ocorre na forma de
palhetas mas na matriz adquire hábito fibrorradiado.Tem birrefringência elevada e a extinção é reta.
Os minerais que completam a paragênese são o zircão, incolor e com birrefringência alta, tamanho do grão inferior a
0,05 mm; a apatita, incolor em geral globular, birrefringência muito baixa e tamanho de grão inferior a 0,05 mm; é dig-
na de nota a abundante presença de fluorita, que preenche interstícios e vênulas descontínuas, como coloração azula-
da a lilás e isótropa em luz polarizada cruzada. os minerais opacos são abundantes e ocorrem com salpicos na matriz.
O perceptual modal classifica a rocha com riolito do campo 3 de Streckeisen (1976).
O uso da rocha como agregado na construção civil está limitado pela abundante presença de quartzo deformado,
pois este tipo de sílica provoca uma reação alcali-agregado do tipo álcali-silicato. A reação álcali-silicato se dá entre os
álcalis disponíveis do cimento com os silicatos provenientes do quartzo tensionado, sendo necessária a presença de
retículo cristalino deformado para a reação, como ocorre na rocha.

129
Informe de Recursos Minerais

Vista geral da amostra DH-08 B, em nicóis cruzados, em aumento de 7X, escala gráfica de 2,0 mm; com o aspecto geral da
rocha, onde se destaca a textura milonítica, marcada pelo alinhamento e estiramento dos fenocristais de quartzo e feldspa-
tos reliquiares em matriz fina. Os campos marcados em vermelho serão detalhados a seguir.

Detalhe da fotomicrografias superior, em nicóis cruzados, com aumento de 25X, escala gráfica de 0,5 mm, destacando na
primeira fotomicrografia um fenocristal de quartzo (qz) com golfos de corrosão e forte extinção ondulante e estiramento,
imerso em matriz quartzo feldspática fina; na segunda fotomicrografia fenocristal de feldspato alcalino (fk) com macla de
Carlsbad (sanidina) imerso em matriz fina de composição quartzo-feldsapática.

130
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

Número Modal Classificação

Quartzo - 45%
4346
Feldspato alcalino - 35%; Plagioclásio - 13% Sienogranito
Biotita cloritizada - 5%; Muscovita – 2% protomilonítico
DH-13 A/B
Fluorita, Apatita, Zircão e Opacos – traços

Descrição: Rocha com textura porfiroclástica com fenoclastos de feldspato alcalino pertítico de grão médio (2,5 mm a
1,5 mm) cercados por matriz média a fina (1,5 mm a 0,3 mm) de composição quartzo-feldspática levemente estirada,
caracterizando um textura protomilinítica.
A mineralogia principal se constitui de ortoclásio microclinizado pertítico, a localmente mesopertítico, quartzo, pla-
gioclásio e biotita parcial a totalmente cloritizada em pequenas proporções. Como varietais ocorrem: apatita, zircão e
opacos. Os minerais de alteração são incipientes, como a sericita a partir dos feldspatos, e epidoto e clorita provenien-
te da alteração dos máficos.
O ortoclásio microclinizado é subédrico, encontra-se incolor e límpido, tem grão médio a fino, inferior a 2,5 mm.
Apresenta macla de Carlsbad, maclas de Carlsbad e albita-periclina combinadas ou apenas albita-periclina, indicando
uma microclinização parcial a total, possivelmente da produto da deformação dinâmica. As pertitas são abundantes,
podendo alcançar 50% do volume do mineral, caracterizando a presença de mesopertitas. A birrefringência é baixa,
com cores cinza de primeira ordem e o ângulo de extinção, segundo o plano de macla, é de cerca de 30º.
O quartzo é incolor e límpido, com formas predominantemente intersticiais, anédricas. Tem grão fino, inferior a 1 mm
e alguns grãos mostram recristalização com extinção ondulante. Em nicóis cruzados a birrefringência é baixa, com
cores cinza de primeira ordem.
O plagioclásio é incolor e límpido, ocorre principalmente como albita na forma das mesopertitas e subordinadamente
como domínios intersticiais de oligoclásio ou margeando o ortoclásio como diminutos grãos, com tamanho inferior
a 0,3 mm. Em ambos os casos apresenta birrefringência baixa, com cores de interferência cinza de primeira ordem e
podem ser facilmente reconhecidos pela presença das maclas da albita e maclas em chama.
A biotita ocorre como finas lamelas de até 0,5 mm, com pleocroismo forte direto em tons de castanho muito pálido
a castanho, freqüentemente esverdeada devido a cloritização. A clivagem é excelente e tem seus planos demarcados
pela oxidação. A extinção é praticamente reta e a birrefringência é alta com cores do final da terceira ordem
Os minerais varietais são: fluorita, apatita, zircão e opacos. A fluorita é intersticial, tem cor lilás e ocorre junto a biotita.
A apatita é acicular, incolor e ocorre em geral inclusa na biotita. O zircão é incolor, euédrico e está incluso nos demais
minerais.
A composição mineralógica coloca a rocha no campo dos sienogranitos de Streckeisen (1976), as feições encontradas
como recristalização parcial. O uso da rocha como agregado na construção civil está limitado pela presença de quartzo
deformado decorrente do metamorfismo dinâmico, pois este tipo de sílica provoca uma reação alcali-agregado do
tipo álcali-silicato. A reação álcali-silicato se dá entre os álcalis disponíveis do cimento com os silicatos provenientes
do quartzo tensionado, sendo necessária a presença de retículo cristalino deformado para a reação, como ocorre na
rocha.

131
Informe de Recursos Minerais

Vista geral da amostra DH-13 A, em nicóis cruzados, em aumento de 7X, escala gráfica de 2,0 mm; com o aspecto geral da
rocha, onde se destaca a textura milonítica, marcada pelo alinhamento e estiramento dos fenocristais de quartzo e feldspa-
tos reliquiares em matriz fina. os campos marcados em vermelho serão detalhados a seguir.

Detalhe da amostra DH-13 B, em nicóis paralelos


e cruzados, com aumento de 25X, com escala
gráfica de 1,0 mm, mostrando o detalhe do cristal
de biotita parcialmente cloritizada cercado de
matriz quartzo feldspática recristalizada (observar
quartzo com forte extinção ondulante em ma-
triz de grão fino integralmente cristalizada). Na
fotomicrografia inferior, em nicóis cruzados, com
mesmo aumento e escala gráfica, destacam-se
porfiroclastos de ortoclásio microclinizado.

132
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

Número Modal Classificação

Quartzo - 35%
4346
Feldspato alcalino - 30%; Plagioclásio - 20%
Milonito Granítico
Micas (biotita e muscovita) - 15%
DH-14
Apatita, Titanita, Zircão e Opacos – traços

Descrição: Rocha com textura milonítica com cerca de 20% de porfiroclastos ovóides de feldspato alcalino e plagio-
clásio, de grão médio com tamanho dos cristais de 2,5 mm a 1,5 mm, mono ou policristalinos, mergulhados em uma
matriz de grão fino (inferior a 0,2 mm) com estrutura fortemente orientada controlada por bandas de filossilicatos com
espessura de até 2,0 mm, alternadas com bandas e quartzo feldspáticas de espessura de 1,0 a 3, 0 mm. Os minerais
essenciais são: quartzo, feldspato alcalino plagioclásio, biotita e muscovita. Como mineralogia acessória estão presen-
tes a titanita, apatia, zircão e opacos. Os minerais de alteração, presentes em quantidades inexpressivas, são a sericita
e clorita resultantes da alteração dos feldspatos e biotita.
O quartzo ocorre em bandas granoblásticas ou em agregados do tipo ribbon, por vezes acompanhados de feldspatos,
formando faixas de granulação entre 0,5 a 0,2mm, com bandas e lamelas de deformação e formação de subgrãos com
bordos suturados, forte extinção ondulante e caráter biaxial positivo. O mineral gera uma forte lineação de estiramen-
to.
O feldspato alcalino está presente na forma de fenoclastos com até 2,0mm ou como integrante da matriz em cristais
granoblásticos de 0,2mm. Os fenoclastos são ovóides e estão turvos devido a oxidação que ocorre principalmente ao
longo dos planos de fratura. Com nicóis cruzados a birrefringência é baixa, ocorrem frenquentes maclas de Carlsbad
com cores cinza de primeira ordem e caráter ótico é biaxial negativo. Na matriz granoblástica são comuns intercresci-
mentos mirmequíticos relacionados ao metamorfismo dinâmico.
O plagioclásio ocorre como oligoclásio reliquiar e albita secundária. O oligoclásio forma fenoclastos arredondados e
fusiformes de até 2,5 mm, levemente turvos devido a sericitização (ou argilização) incipiente ao longo de planos de
fratura. Apresenta geminação polissintética muitas vezes curvada pela deformação, e geminados complexos , mostra
pronunciada extinção ondulante e caráter biaxial negativo. A albita está presente em grãos de diâmetro inferior a 0,2
mm, com índice de refração muito baixo, incolores e límpidos, com extinção ondulante, rara presença de maclas e
caráter biaxial positivo.
A biotita ocorre como lamelas de grão fino, fusiformes, com aproximadamente 0,5 mm a 0,2 mm, formando bandas
juntamente com a muscovita. Tem forte pleocroismo direto em tons de castanho muito pálido a castanho averme-
lhado, por vezes esverdeada devido a cloritização. O tom avermelhado da biotita pode ser indicador de condições de
metamorfismo de fácies xistos verde superior a anfibolito. A clivagem é excelente e evidencia os efeitos da deformação
com planos de clivagem encurvados e dilatados com a distribuição de opacos ao longo da clivagem; a extinção é prati-
camente reta com birrefringência extremamente alta com cores do final da terceira ordem.
A muscovita é subordinada, ocorre incolor, com feições de deformação idênticas as da biotita, com a qual ocorre asso-
ciada nas bandas de filossilicatos. Ambas envolvem e contornam os fenoclastos de feldspatos.
Os minerais opacos ocorrem como agregados microcristalinos, associados a transformação metamórfica da biotita ou
então disseminado principalmente ao longo da foliação. A apatita ocorrem como cristais hipidiomórficos com grão
fino, inferior a 0,05 mm, é incolor e límpida, extremamente fraturada, em geral inclusa na biotita; a titanita ocorre
globular a subédrica, com coloração castanho escura; o zircão é arredondado zonado e tem grão fino.
A composição mineralógica, com a paragênese: quartzo + feldspato alcalino + oligoclásio/albita + biotita, colocam a ro-
cha no fácies xisto verde superior a anfibolito do metamorfismo regional de um protólito granítico. O aspecto clástico
dos grãos aliado ao padrão de recristalização sugerem deformação dinâmica de média a baixa temperatura classifican-
do a rocha como um milonito granítico.
A deformação dinâmica resulta na deformação do quartzo que a partir disto torna-se instável e pode resultar em rea-
ções tipo álcali-silicato, desaconselhando o uso desta rocha como agregado da construção civil para concreto.

133
Informe de Recursos Minerais

Vista geral da amostra DH-14, em nicóis cruzados, em aumento de 7X, escala gráfica de 2,0 mm; com o aspecto geral da
rocha, mostrando a textura milonítica, com fenoclastos de feldspatos envelopados por ribbons de quartzo e níveis de filossi-
licatos que contornam os grãos.

Detalhe da fotomicrografias superior, em nicóis paralelos e cruzados, com aumento de 25X, escala gráfica de 0,5 mm,
destacando um porfiroclasto de plagioclásio (pl) com a macla curva envolto em um agragdo recristalizado de quartzo (qz) e
níveis de filossilicatos (muscovita e biotita).

134
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

Número Modal Classificação

Quartzo - 36%
4346 Feldspato alcalino - 30%
Plagioclásio - 25%; Sericita/muscovita - 5% Riolito
DH-18 A Clorita - 2%; Hornblenda - 2%
Alanita, Fluorita, Zircão e Opacos – traços

Descrição: Rocha com textura porfirítica com cerca de 40% de fenocristais euédricos a subédricos, de grão médio a
fino (4,5 mm a 0,5 mm), em geral isolados, mas podem ocorrer glomeroporfiríticos, predomina o quartzo embainhado,
feldspato alcalino (sanidina) e plagioclásio. Estes fenocristais estão imersos em matriz fina (tamanho do grão inferior
a 0,3 mm) integralmente cristalizada e sem intercrescimentos esferulíticos ou gráficos (indicando estabilidade para o
uso como agregado na construção civil). Subordinadamente foram encontrados raros cristais de hornblenda, parcial a
totalmente cloritizadas, subédricas de grão fino (inferior a 0,5 mm) e algumas palhetas de muscovita. Os fenocristais
de feldspatos e plagioclásio encontram-se levemente sericitizados e argilizados.
O quartzo, facilmente reconhecível pelo conjunto de suas propriedades, é perfeitamente incolor, em geral euédrico e
com típicos golfos de corrosão.
O feldspato alcalino ocorre incolor a levemente turvo devido a uma incipiente oxidação, é prismático onde raramente
observa-se a macla de Carlsbad, feição que permite diferenciá-lo do plagioclásio, trata-se provavelmente de sanidina
a variedade de feldspato de alta temperatura. A leve turbidez permite reconhecer o mineral na matriz.
O plagioclásio também encontra-se levemente turvo, entretanto neste mineral destaca-se a sericitização (argiliza-
ção?). è facilmente reconhecido pela macla polissintética e possivelmente trata-se de uma variedade sódica (oligoclá-
sio-andesina).
O mineral opaco presente é provavelmente, a hematita, devido à presença de filmes avermelhados associados ao
mineral e margeando e tingindo os grãos de clinopiroxênio. O opaco ocorre principalmente como inúmeros salpicos
presentes em toda a matriz e, subordinadamente como agrupamentos de grão fino (0,9mm) anédricos.
Os minerais acessórios são relativamente abundantes, tem grão fino, inferior a 0,015 mm,observando-se o zircão, em
geral euédrico; a alanita, com coloração escura e forte zonação; e a fluorita, em geral incolor ou arroxeada, isótropa
em luz polarizada.
A rocha está íntegra e livre de fraturas, os produtos secundários resultantes da alteração encontrados não somam
2% da composição total da rocha. Os principais minerais secundários são: óxidos e hidróxidos de ferro e filossilicatos.
A natureza vulcânica da rocha está clara nas várias texturas descritas (porfirítica, matriz fina). A presença de matriz fina
dificulta a classificação precisa da rocha, mas a proporção dos fenocristais (que somam apenas 40%), fundamental-
mente quartzo e feldspatos, classifica a rocha como pertencente ao campo 3 de Streckeisen (1976) - riolito.

135
Informe de Recursos Minerais

Vista geral da amostra DH-18A, em nicóis cruzados, em aumento de 7X, escala gráfica de 2,0 mm; com o aspecto geral da
rocha, destacando a textura porfirítica a glomeroporfirítica, com fenocristais de quartzo euédrico e feldspatos em matriz
fina de mesma composição. O campo marcado em vermelho será detalhado a seguir.

Detalhe do campo em vermelho marcado na fotomicrografia anterior, em nicóis cruzados, com aumento de 100X, escala
gráfica de 0,5 mm, mostrando o detalhe do fenocristal de quartzo e a matriz de grão fino integralmente cristalizada. Na
fotomicrografia seguinte, em nicóis cruzados, com mesmo aumento e escala gráfica, detalhe de zircão (zr) incluso em fe-
nocristal de feldspato alcalino. No par de fotomicrografias seguinte, em nicóis paralelos e cruzados, aumento de 100X, com
escala gráfica de 0,5 mm, observa-se domínio de fluorita incolor (fl - com margens roxas e isótropa em LP), opacos e finos
cristais de alanita (al).

136
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

Número Modal Classificação

Quartzo - 40%
4346
Feldspato alcalino - 20%
Riolito milonítico
Minerais secundários - 40%
DH-18 B
Apatita, Zircão e Opacos – traços

Descrição: Rocha com textura ígnea reliquiar, marcada pela presença de fenocristais de quartzo com golfos de corrosão
em matriz quartzo feldspática fina (com grão inferior a 0,3 mm), milonitizada. Os fenocristais de quartzo encontram-
se estirados e com forte extinção ondulante e na matriz fina ocorre a cominuição dos cristais, que arranjam-se em
uma textura granoblástica xenomórfica com grão inferior a 0,2 mm. Ao longo da microshear se desenvolvem minerais
secundários como o epidoto, carbonato e clorita.
O quartzo é incolor e límpido, com formas subédricas, hexagonais estiradas pela deformação, apresentando golfos de
corrosão, feição típica de rochas vulcânicas.
Na matriz foram observado cristais de grão muito fino, inferior a 0,3 mm, incolores a levemente turvos, com birrefrin-
gência baixa, onde foram reconhecidas as maclas de Carlsbad, caracterizando o feldspato alcalino; e a macla da albita,
diagnóstica para o plagioclásio.
A rocha está submetida a uma deformação resultando em um microshear marcado pelo fraturamento e cominuição
dos grãos e pelo desenvolvimento de intensa mineralogia secundária, como o epidoto, clorita e carbonato além de
minerais opacos.
O epidoto tem formas anédrica a subédricas alongadas, coloração fraca verde amarelado e em luz polarizada intensa
birrefringência, característica para este grupo de minerais.
O carbonato é incolor, com relevo alto, forma domínios maciços alojados ao longo das microfraturas. Tem birrefringên-
cia alta, com cor de interferência rosa, diagnóstica para este mineral.
A clorita é fracamente pleocróica em tons de verde a incolor, apresenta clivagem fraca e corre na forma de palhetas
segundo a foliação. A birrefringência é baixa, com cores anômalas azuladas indicandoba presença de uma clorita rica
em ferro (penina).
Os opacos são frequentes, tanto como salpicos na matriz, como tingindo de coloração avermelhada os planos de fra-
tura presentes.
Como acessórios foram observados a apatita e raro zircão. A apatita ocorre como cristais globulares, de grão extrema-
mente fino, inferior a 0,05 mm, incolores de relevo alto e birrefringência baixa; já o zircão, igualmente fino (<0,05 mm),
também é incolor e tem relevo alto, mas a birrefringência é elevada.
O uso da rocha como agregado na construção civil está limitado pela abundante presença de quartzo deformado,
pois este tipo de sílica provoca uma reação alcali-agregado do tipo álcali-silicato. A reação álcali-silicato se dá entre os
álcalis disponíveis do cimento com os silicatos provenientes do quartzo tensionado, sendo necessária a presença de
retículo cristalino deformado para a reação, como ocorre na rocha.
A natureza vulcânica do protólito está clara nas várias texturas descritas (porfirítica, matriz fina). A presença de matriz
fina dificulta a classificação precisa da rocha mas a proporção dos fenocristais (que somam apenas 40%), fundamental-
mente quartzo e feldspatos, classifica a rocha como pertencente ao campo 3 de Streckeisen (1976) - riolito.

137
Informe de Recursos Minerais

Vista geral da amostra DH-18B, em nicóis cruzados, em aumento de 7X, escala gráfica de 2,0 mm; com o aspecto geral
da rocha, onde se destaca a textura milonítica, com micro shear marcada pela presença de minerais secundários (clorita,
carbonato, epidoto) em . Os campos marcados em vermelho serão detalhados a seguir.

Detalhe da fotomicrografias superior, em nicóis cruzados, com aumento de 25X, escala gráfica de 0,5 mm, destacando na
primeira fotomicrografia um fenocristal de quartzo (qz) com golfos de corrosão e forte extinção ondulante e estiramento,
imerso em matriz quartzo feldspática fina; na segunda fotomicrografia domínio de minerais secundários onde se destacam
epidoto (ep), clorita (cl) e o carbonato (cc) em matriz formada pela cominuição dos cristais de quartzo.

138
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

Número Modal Classificação

Quartzo - 32%
4346
Feldspato alcalino - 38%
Sienogranito
Plagioclásio - 25%; Biotita - 5%
SZ-01 A
Opacos, Apatita, Zircão - traços

Descrição: Rocha com textura equigranular hipidiomórfica a alotriomórfica, de grão médio a fino (2 mm a 0,5 mm),
composta de feldspato alcalino, quartzo, plagioclásio e biotita oxidada. Como acessórios se destacam o zircão, a apa-
tita e os minerais opacos.
O feldspato alcalino é predominantemente o ortoclásio micropertítico, ocorre prismático, subédrico e turvo devido a
oxidação, com grão a médio a fino (< 2mm), apresenta a macla característica Carlsbad, pertitas são raras e ocorrem na
forma de filetes. Em luz polarizada a birrefringência é baixa, com cores cinza de primeira ordem e o ângulo de extinção,
segundo o plano de macla, é de cerca de 20o. O caráter ótico é biaxial negativo.
O quartzo é incolor e límpido, com formas intersticiais, contatos interlobados, os grãos são médios com tamanho
inferior a 1,5 mm. Em nicóis cruzados a birrefringência é baixa, com cores cinza de primeira ordem, com caráter ótico
biaxial, positivo.
O plagioclásio é subédrico, tem formas prismáticas e grão médio com 2,0 com a 0,5 mm, com leve zonação marcada
por alteração seletiva dos núcleos, que possuem aspecto turvo devido sericitização. Apresenta birrefringência baixa,
com cores de interferência cinza de primeira ordem, com extinção é oblíqua com valor máximo de 15º, medido a partir
dos planos de macla da albita. O teor de An, determinado pelo método de Michel-Lèvy, varia de 16 a 30%, classificando
o mineral no intervalo do oligoclásio.
O mineral máfico presente é a biotita, que ocorre como lamelas de grão médio a fino (1,5 mm a 0,3 mm), com pleo-
croismo direto em tons castanho escuro a castanho claro, com clivagem bem desenvolvida, fortemente oxidadas, par-
cial a totalmente substituídas por opacos secundários. A biotita é a hospedeira das inclusões dos minerais acessórios,
com inclusões de zircão e apatita. A extinção é praticamente reta e a birrefringência é extremamente alta com cores
do final da terceira ordem.
Os minerais acessórios são abundantes, tem grão fino a (< 0,5 mm), ocorrem: zircão euédrico; prismas de apatita,
agulhas de rutilo e subordinadamente ocorrem cristais subédricos de minerais opacos.
Embora a rocha apresente alguma alteração, esta não compromete sua estrutura, o percentual de máfico, mineral
mais afetado pela alteração, é baixo e não foram encontrados minerais solúveis ou reativos. Sendo assim a rocha não
encontra restrições para o uso como agregado da construção civil.
A composição mineralógica modal coloca a rocha no campo dos sienogranitos de Streckeisen (1976).

139
Informe de Recursos Minerais

Vista geral da amostra SZ-01A, em nicóis cruzados, em aumento de 7X, escala gráfica de 2,0 mm; destacando-se os cristais
de grão médio a fino de quartzo (qz), ortoclásio (fk), plagioclásio (pl), ambos os feldspatos estão turvos pela alteração, e
palhetas de biotita (bt). O campo marcado em vermelho será detalhado a seguir.

Detalhe da fotomicrografia superior, em nicóis paralelos e cruzados, com aumento de 40X, escala gráfica de 1 mm, desta-
cando um agregado biotita(bt) com inclusões de zircão (zr), completam a paragênese o quartzo (qz), o ortoclásio (fk) e o
plagioclásio (pl) turvos devido a alteração.

140
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

Número Modal Classificação

4346 Plagioclásio - 50%


Clinopiroxênio - 46%; Quartzo - 3% Basalto (ou Andesito)
SZ-01 B Opacos - 1%; Apatita – traços

Descrição: Rocha com textura intergranular e subordinadamente intersertal, de grão fino (inferior a 1,5 mm) consti-
tuída de plagioclásio prismático e subordinadamente clinopiroxênio, em cujos espaços intersticiais alojam-se respec-
tivamente grãos subédricos a globulares de clinopiroxênio de grão fino (menor que 0,5mm), algum quartzo residual e
raramente matriz devitrificada. A matriz soma menos de 5% da amostra e encontra-se argilizada O plagioclásio tem
grão fino, entre 1,2 mm a 0,3 mm, é incolor a levemente turvo devido a uma incipiente argilização e oxidação que
se concentra no núcleo dos grãos, sugerindo alguma zonação, desenvolve contatos nítidos com os demais minerais
constituintes. As propriedades óticas permitem reconhecer o mineral como labradorita ou andesina, esta última com-
patível com a presença de quartzo residual, sugerindo variedades intermediárias. O conjunto de texturas descrito é
indicativo de resfriamento rápido.
Foram identificados dois clinopiroxênios: um castanho muito pálido e com relevo alto; e outro rosado, com relevo mais
baixo, sendo que o primeiro tipo é precoce e o segundo é tardio, como indicam as relações de inclusão. A cor dos mi-
nerais sugere composição possivelmente titanífera para o clinopiroxênio rosado. O clinopiroxênio incolor, ocorre com
menor freqüência, é prismático de grão, fino com tamanho do grão inferior a 0,8 mm, está margeado por óxidos de
ferro. As fraturas intramineral transversais ao maior alongamento são freqüentes, segundo as quais ocorre a oxidação
e uma alteração que confere um aspecto turvo ao mineral. O conjunto das propriedades permite classificar o mineral
como o clinopiroxênio pigeonita.
O clinopiroxênio tardio que tem relevo inferior ao da pigeonita, mostra um fraco pleocroismo de rosa pálido a incolor,
tem grão fino com tamanho de grão inferior a 1,0 mm e margens de óxido de ferro, que por vezes tinge o mineral com
cores avermelhadas. O conjunto das propriedades óticas indicam a presença de augita. Nos bordos a augita ocasional-
mente pode apresentar uma transformação parcial para um anfibólio castanho esverdeado ou avermelhado, de ocor-
rência restrita e tamanho reduzido, inferior a 0,3 mm, que foi identificado com hornblenda e resulta dos processos
hidrotermais tardios.
Os minerais opacos são abundantes, e ocorrem dois tipos petrogeneticamente distintos: os opacos primários com cris-
tais subédricos equidimensionais, em hábitos cúbicos, não ultrapassando 0,5 mm de tamanho, possivelmente magne-
tita; e opacos secundários, resultantes da oxidação do máfico ou hidratação da magnetita, caracterizam-se pelo hábito
intersticial, preenchendo fraturas, na forma de manchas avermelhadas ou como salpicos disseminados, identificados
como hematita e ghoetita.
Como acessório ocorre a apatita na forma de agulhas que alcançam até 1,8 mm, são incolores e límpidas, com extinção
reta.
Os domínios intersertais, são subordinados e, quando ocorre matriz, esta encontra-se substituída por argilo-mineral.
Os intercrescimentos micrográficos são intercrescimentos vermiformes entre quartzo e feldspato, neste caso forman-
do uma mesóstais que envolve os cristais maiores, atestando um resfriamento rápido em condições vulcânicas e suge-
rindo pela abundância de quartzo que a textura envolve uma natureza silicosa do magma.
O quartzo residual é facilmente reconhecível pelo conjunto de suas propriedades, ocorre perfeitamente incolor, inters-
ticial, subédrico a anédrico, com diâmetro inferior a 0,35mm.
Apesar das evidências de atividade hidrotermal a rocha está coerente, conservando suas principais características
mineralógicas, texturais e estruturais. A presença de minerais secundários e fraturamentos não comprometem a es-
trutura da rocha pois o argilomineral está restrito aos domínios de matriz (cerca de 5% do volume da amostra) e nos
fraturamentos e não ocorrem deslocamentos no plano de fratura.
A composição mineralógica, com a paragênese: andesina/labradorita + augita + pigeonita + quartzo + magnetita, co-
locam a rocha no campo 10 de Streckeisen (1976). A assembléia mineral e as texturas microporfirítica, intergranular e
intersertal são características de jazimentos vulcânicos, definem a rocha como um basalto ou andesito. Embora a rocha
apresente alguma alteração, esta não compromete sua estrutura, o percentual de máfico, mineral mais afetado pela
alteração é baixo e não foram encontrados minerais solúveis ou reativos favorecendo o uso da rocha como agregado
na construção civil.

141
Informe de Recursos Minerais

Vista geral da amostra SZ-01B, em nicóis cruzados, em aumento de 7X, escala gráfica de 2,0 mm; com o aspecto geral
da rocha, destacando a textura intergranular fina, composta essencialmente de prismas de plagioclásio (pl) e clinopi-
roxênio (px).

Detalhe da fotomicrografia superior, em nicóis


paralelos e cruzados, com aumento de 25X,
escala gráfica de 0,5 mm, mostrando a textura
intergranular; na fotomicrografia a esquerda,
em nicóis paralelos e aumento de 100X é possível
individualizar o dois piroxênios: a pigeonita (pg)
precoce e a augita (ag) tardia, sendo que esta
última mostra-se alterada para hornblenda (hb);
também é possível identificar as longas agulhas
de apatita (ap).

142
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

Número Modal Classificação

Quartzo - 45%
4346 Feldspato alcalino - 35%
Sienogranito
Plagioclásio - 13%
protomilonítico
SZ-02 A/B Biotita cloritizada - 5%; Muscovita - 2%
Apatita, Fluorita, Zircão e Opacos – traços

Descrição: Rocha com textura protomilonítica (com cerca de 60% de clastos) de quartzo, feldspato alcalino e
subordinadamente de plagioclásio, de grão médio a fino (2,5 mm a 0,8 mm) e formas variáveis, predominantemente
estirados a localmente prismáticos. A matriz que envolve os clastos é fina (com grão inferior a 0,1 mm) e constitui-se de
quartzo em arranjo poligonal xenomórfico, e em menor proporção algum feldspato e micas (muscovita e biotita parcial
a totalmente cloritizada). Como acessórios ocorrem: zircão, apatita, fluorita e opacos. Os minerais de alteração são a
sericita-muscovita resultante da alteração dos feldspatos e a clorita proveniente da alteração da biotita.
O quartzo ocorre como cristais límpidos e incolores, xenomórficos intersticiais com forte extinção ondulante, com fran-
jas de subgrãos ao longo dos planos preferenciais de deformação e limites serrilhados, formando fitas já totalmente
recuperadas de grão muito fino (tamanho inferior a 0,2 mm) em porções restritas da rocha.
O feldspato alcalino é o microclínio micropertítico, independentemente se na matriz ou como clasto, é em geral
subédrico, com grão médio a fino (2,5 mm a 0,3 mm), com finas pertitas na forma de fitas. Apresenta a macla albita-
-periclina combinada com Carlsbad indicando deformação aumento da triclinicidade do grãos.
O plagioclásio é pouco frequente, ocorre na forma de grãos finos (<0,5 mm), primáticos, raramente formando franjas
albíticas segundo os bordos e ao longo de fraturas. A extinção é oblíqua com valor máximo de 10º, medido a partir
dos geminados albita, determinando pelo método de Michel-Lèvy, um teor de An de 15%, classificando o mineral no
intervalo do oligoclásio.
O mineral varietal mais comum é a biotita, que ocorre como lamelas com forte pleocroismo direto em tons castanho
escuro a castanho claro, isoladas. A clivagem é excelente e encontra-se por vezes encurvada pela deformação. Onde a
alteração é mais pronunciada apresenta-se parcial a totalmente cloritizada, precipitação de material opaco segundo os
planos de clivagem. Por vezes observa-se uma intercalação entre lamelas de biotita e clorita ou biotita e muscovita, na
mesma direção ótica. Na biotita geralmente concentram-se as inclusões de apatita na forma de finas agulhas e zircão
euédrico.
Os minerais acessórios são: raros minerais opacos anédricos, abundante zircão euédrico, finos prismas de apatita e
alguma fluorita intersticial.
A composição mineralógica modal coloca a rocha no campo dos sienogranitos de Streckeisen (1976).
O uso da rocha como agregado na construção civil está limitado pela abundante presença de quartzo deformado,
pois este tipo de sílica provoca uma reação alcali-agregado do tipo álcali-silicato. A reação álcali-silicato se dá entre os
álcalis disponíveis do cimento com os silicatos provenientes do quartzo tensionado, sendo necessária a presença de
retículo cristalino deformado para a reação, como ocorre na rocha.

143
Informe de Recursos Minerais

Vista geral da amostra SZ-02, em nicóis cruzados, em aumento de 7X, escala gráfica de 2,0 mm; com o aspecto geral da
rocha, com textura protomilonítica com clastos de quartzo e feldspatos em matriz recristalizada de quartzo. O campo mar-
cado em vermelho será detalhado a seguir.

Detalhe do campo em vermelho marcado na fotomicrografia anterior, em nicóis cruzados, com aumento de 25X, com escala
gráfica de 1,0 mm, mostrando o detalhe do clasto de quartzo com forte extinção ondulante e a matriz de grão fino inte-
gralmente cristalizada. Na fotomicrografia seguinte, em nicóis cruzados, com mesmo aumento e escala gráfica, cristal de
microclínio e muscovita.

144
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

Número Modal Classificação

Feldspato alcalino - 38%


4346
Quartzo - 32%; Plagioclásio - 20%
Sienogranito
Biotita cloritizada - 8%; Epidoto - 2%
SZ-03
Apatita, Epidoto, Zircão e Opacos – traços

Descrição: Rocha com textura equigranular hipidiomórfica de grão médio a grosso com tamanho dos cristais de 2,0
mm a 9 mm, constituída de ortoclásio pertítico, quartzo, plagioclásio e biotita parcial a totalmente cloritizada. Como
varietais ocorrem: apatita, zircão e opacos. Os minerais de alteração são a sericita e um argilo-mineral resultantes
da alteração dos feldspatos; epidoto proveniente da alteração do plagioclásio e a clorita proveniente da alteração da
biotita.
O ortoclásio é subédrico e está turvo devido a oxidação. Com nicóis cruzados apresenta macla de Carlsbad e tem cerca
de 30% do seu volume de albita em pertitas do tipo barras e gotículas. A birrefringência é baixa, com cores cinza de
primeira ordem e o ângulo de extinção, segundo o plano de macla, é de cerca de 20º. O caráter ótico é biaxial negativo.
O quartzo é incolor e límpido, com formas predominantemente intersticiais, a subédricas Alguns grãos mostram algu-
ma extinção ondulante. Em nicóis cruzados a birrefringência é baixa, com cores cinza de primeira ordem e o caráter
ótico é biaxial, positivo.
O plagioclásio é incolor e turvo devido a epidotização, ocorre prismático, com zonação incipiente. Apresenta a macla
da albita por vezes combinada com Carlsbad e a determinação de An em dois minerais resultou em oligoclásio. A bir-
refringência é baixa, o ângulo de extinção é em torno de 18º e o caráter é biaxial positivo.
A biotita ocorre como cristais tabulares, com forte pleocroismo direto em tons de castanho muito pálido a castanho,
freqüentemente esverdeada devido a cloritização. A clivagem é excelente e tem seus planos demarcados pela oxida-
ção e dilatados pela formação de epidoto ao longo das clivagens. Os cristais são poiquilíticos abrigando uma série de
inclusões, onde se destacam o zircão e a apatita. A extinção é praticamente reta e a birrefringência é alta com cores do
final da terceira ordem ou anômala, quando a cloritização é completa.
Os minerais varietais são: apatita, zircão e opacos. A apatita é acicular, incolor e o zircão é incolor, euédrico, sendo que
ambos ocorrem inclusos na biotita.
Embora a rocha apresente alguma alteração, esta não compromete sua estrutura, o percentual de máfico, mineral
mais afetado pela alteração é baixo e não foram encontrados minerais solúveis ou reativos.
A composição mineralógica coloca a rocha no campo dos sienogranitos de Streckeisen (1976).

145
Informe de Recursos Minerais

Vista geral da amostra SZ-03, em nicóis cruzados, em aumento de 7X, escala gráfica de 2,0 mm; com o aspecto geral da
rocha, destacando a textura equigranular hipidiomórfica de grão médio a grosso, com abundantes cristais de ortoclásio
pertítico (fk), quartzo (qz), plagioclásio (pl) e biotita (bt).

Fotomicrografias inferiores detalhe da fotomicrografia superior, em nicóis paralelos e cruzados, com aumento de 25X,
escala gráfica de 0,5 mm, destacando a alteração e turbidez do ortoclásio pertítico (fk) e do plagioclásio (pl) e a completa
cloritização da biotita (bt).

146
Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis

Número Modal Classificação

4346 Plagioclásio - 35%; Quarto - 32%; Hornblenda - 15%


Biotita – 10%; Feldspato alcalino - 8%; Alanita, Titanita, Apatita, Granodiorito
SZ-04 Epidoto, Zircão e Opacos – traços

Descrição: Rocha com um arcabouço constituído por quartzo e plagioclásio, ao qual se somam quantidades variáveis
de hornblenda, biotita, feldspato potássico e acessórios. Os minerais máficos tendem a constituir agregados de grãos.A
textura é equigranular hipidiomórfica, de grão médio a grosso, com tamanho dos grãos variando de 2,5 mm a 9,0 mm.
A mineralogia acessória consta de alanita, titanita, apatita, zircão e opacos (entre eles o rutilo incluso na biotita). Os
minerais de alteração são a sericita, epidoto e um argilo-mineral, resultantes da alteração dos minerais primários.
Na mineralogia principal há o largo predomínio do plagioclásio sobre os demais minerais, ocorre subédrico, com hábi-
tos primáticos, de grão médio, variando entre 5,0 e 1,0 mm. Mostra-se turvo com forte zonação e alteração seletivas
dos cristais sugerindo a presença de núcleos cálcicos. A presença da macla da albita, associada por vezes a Carlsbad é
uma constante. A determinação de An em dois minerais resultou em oligoclásio e andesina. A birrefringência é baixa,
o ângulo de extinção varia entre 15 e 20º, sendo o caráter biaxial positivo.
O quartzo é incolor e límpido, com formas intersticiais, constituindo com freqüência grãos grossos, com até 9,0 mm,
poiquilíticos com plagioclásio e máficos. Em nicóis cruzados a birrefringência é baixa, com cores cinza de primeira or-
dem e o caráter ótico é biaxial, positivo.
O feldspato alcalino presente é o microclínio é subordinado e ocorre subédrico, de grão médio (entre 4,0 e 2,0 mm),
com proeminente textura poiquilítica. Ocorre incolor a turvo, devido a leve a oxidação. Com nicóis cruzados apresenta
a combinação das maclas periclina albita e finas pertitas. A birrefringência é baixa, com cores cinza de primeira ordem
e o ângulo de extinção, segundo o maior alongamento, é de 19º. O caráter ótico é biaxial negativo.
A hornblenda tem grão médio a fino, com tamanho entre 2,5 e 0,5 mm, ocorrendo como agregados ou como grãos
isolados. Apresenta um pleocroismo marcante em tons de verde claro a verde escuro, com clivagens basal e lateral
bem desenvolvidas, diagnósticos para este o mineral. Suas características ópticas, com os nicóis cruzados, são a bir-
refringência alta, com cores de interferência de segunda a terceira ordem; ângulo de extinção máximo de 12º, sen-
do comuns as maclas por justaposição. Em luz convergente o caráter ótico é biaxial negativo. Deve-se ressaltar que
eventualmente o núcleo dos anfibólios está ocupado por mineral de cor verde muito pálida e pleocroismo ausente,
possivelmente um piroxênio, parcial a totalmente transformado.
A biotita ocorre como cristais tabulares, de grão médio a fino, com tamanho entre 1,5 a 0,3 mm, com forte pleocrois-
mo direto em tons de castanho muito pálido a castanho, esverdeada devido à cloritização. A clivagem é excelente e
tem seus planos demarcados pela oxidação e dilatados pela formação de epidoto ao longo das clivagens. Os cristais
abrigam uma série de inclusões, onde se destacam o zircão e a apatita. A extinção é praticamente reta e a birrefringên-
cia é alta com cores do final da terceira ordem ou anômala, quando a cloritização é completa.
Os minerais varietais são: alanita, titanita, apatita, zircão e opacos. A alanita ocorre com cor castanho escura, zonada e
margeada por uma coroa de epidoto; a titanita tem formas losangulares características e cor castanho escuro, a apa-
tita é acicular, incolor; e o zircão é incolor, euédrico, sendo que ambos ocorrem inclusos na biotita.
Embora a rocha apresente alguma alteração, esta não compromete sua estrutura, o percentual de máfico, mineral
mais afetado pela alteração, é baixo e não foram encontrados minerais solúveis ou reativos. Sendo assim a rocha não
encontra restrições para o uso como agregado da construção civil.
A composição mineralógica coloca a rocha no campo dos granodioritos de Streckeisen (1976).

147
Informe de Recursos Minerais

Vista geral da amostra SZ-04A, em nicóis cruzados, em aumento de 7X, escala gráfica de 2,0 mm; com o aspecto geral da
rocha, poiquilítica com máficos (hornblenda e biotita) inclusos em feldspatos, o plagioclásio fortemente zonado e o quartzo
intersticial. O campo marcado em vermelho será detalhado a seguir.

Detalhe da fotomicrografias superior, em nicóis paralelos e cruzados, com aumento de 25X, escala gráfica de 0,5 mm, desta-
cando um agregado de máficos, onde um clinopiroxênio de cor verde claro (px) está parcial a totalmente transformado em
hornblenda (hb), completam a paragênese o plagioclásio turvo devido a alteração e o quartzo.

148
ANEXO iii - MAPA GEOLÓGICO E DE RECURSOS
MINERAIS PARA A CONSTRUÇÃO CIVIL
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA PROJETO MATERIAIS PARA CONSTRUÇÃO CIVIL DA REGIÃO DA GRANDE FLORIANÓPOLIS
SECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO MINERAL MAPA GEOLÓGICO E DE RECURSOS MINERAIS PARA CONSTRUÇÃO CIVIL
CPRM - SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL ESCALA: 1:250.000 - CPRM 2016

TERRENOS TECTÔNICOS E DOMÍNIOS GEOLÓGICOS -49°30' -49°15' -49°0' -48°45' -48°30'

25
-5
0(
m
PP3gmb

)
NP3gpt NP3gsjb COLUNA GEOLÓGICA SIMPLIFICA DA LITOESTRATIGRAFIA

SC -
NP3gnt POR TERRENOS E DOMÍNIOS TECTONOGEOLÓGICOS
NP3gnt

47
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9
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PLANÍCIE COSTEIRA DE SANTA CATARINA

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ar z ia Q2a Depósitos Aluvionares: areias, cascalheiras, siltes e argilas.
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Depósitos Colúvio-Aluvionares: conglomerados, areias conglomeráticas, areia grossa a
fina, cascalheiras e sedimentos siltico-argilosos em vertentes e encostas, calhas de rios e
ou
NP3gvs K roec
ker ra Tijucas
planícies de inundação. Inclui os eluviões recentes.
sb NP1brbr
% NP3gid ag/sb Q2ca ag
Q2fl P Q2pl Depósitos de Planície Lagunar: areias síltico-argilosas; mal selecionadas, laminação
plano-paralela incipiente.
-27°15'
%
È % Canelinha # ag ar SC -4 11 -27°15'

BR-101
sb Depósitos Eólicos: areias quartzosas.
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È São João Batista
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Depósitos de Planície de Maré: areias quartzosas e siltico-argilosas com matéria

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! Ê ag ilha do Arvoredo

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ar/ag ar/ag Depósitos Flúvio-Deltaicos Marinhos: lamas, areias biodetríticas e arcosianas e
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ar % ar ar ag ar/ag% SC- 40 8
ar cascalhos.

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ar# È È %
# È È È È È Q2ca
ag/sb Q2fl Depósitos Flúvio-Lagunares: areias e lamas lagunares, com restos vegetais,
! ar
È
interdigitados com cascalhos e areias da sedimentação fluvial.
È Nova
# ar È ga ar %ag/sb t es
Q2pr Gov. NP3gpi Q2fr Depósitos de Feixes de Restinga: areias quartzosas.
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ar È ar
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ar # ÈÈ re

È
NP3gid Celso Ramos
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ço
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ag bt
# or Depósitos de Planície Lagunar: areias síltico-argilosas, mal selecionadas, laminação

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Q1pl3
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plano-paralela incipiente, concreções carbonáticas e ferromanganesíferas.
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Complexo Alcalino de Anitápolis: álcali-sienito, lusitanito, nefelina sienito, malignito,
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-4
oB
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shonkinito, urtito, ijoloito, melteigito e carbonatitos.

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BACIA DO PARANÁ
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Rio Infernin K1sg
Grupo Serra Geral: basaltos, basaltos andesitos, riodacitos e riolitos, com arenitos

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Adaptado de Wildner et al., (2015) por Edudardo Camozzato. intertrápicos (Botucatu) na base.
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BR-101
Cobertura Sedimentar Gonduânica (Carbonífero ao Cretáceo Inferior)
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J3K1bt Formação Botucatu: arenitos finos a médios, quartzosos.
MODELO NUMÉRICO DO TERRENO È #

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-49°30' -49°0' -48°30' È P3

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C2cm È N NP3gfer NP3gms Formação Teresina: argilitos, siltitos e folhelhos; arenitos e calcários subordinados.

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P1rbt P3t

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Recursos Minerais para Construção Civil Bo P Rio P23sa Formação Serra Alta: argilitos, folhelhos e siltitos; lentes calcíferas.
Rio NP3gsjb
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Trê NP2gam
NP3gpi P2i Formação Irati:: folhelho, siltito, argilito, calcário, marga e folhelho betuminoso.

SC-403
È
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! Ria Q2pr SC-401

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! P1p Formação Palermo: siltito, siltito arenoso e arenitos.

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Formação Rio Bonito (rb): arcóseo, siltito, siltito carbonoso e quartzo-arenito folhelho
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Palha carbonoso e carvão. Membro Triunfo (rbt): ritmitos (siltitos, arenitos).
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! C2cm È NP2gam P1t Formação Taciba: folhelho, siltito, diamictitos, conglomerados, varvitos e arenitos.
Rio
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! ! sb ilha do Anhatomirim

Rio
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! Formação Campo Mourão: conglomerados polimíticos com matriz arenosa, diamictitos,
#
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bs Q2fd C2cm arenitos finos a grossos. Alternância de folhelhos e siltitos com grânulos, seixos e matacões

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P Leoberto Leal Magmatismo Neoproterozoico/Cambriano

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R Granito Rio Chicão: sienogranitos com monzogranitos subordinados.
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Z C #ag NP3 ci

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Granito Itacorumbi: sienogranitos cinza-claro, finos a médios, isótropos.

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m Granito Angelina: biotita sienogranitos equigranulares e leucossienogranitos porfiríticos,

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Ri P2 róseos, médios a grossos.

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! São Pedro
Rio

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! NP2gam sb a

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o Engan o ru s Granito Imaruí-Capivari: sienogranitos e monzogranitos porfiríticos, cinzentos a róseos,
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! grossos.
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! NP2gam Angelina P NP3ps


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P SC Q1pl3 Granito São Bonifácio: sienogranitos e monzogranitos, equigranulares, róseos, grossos.

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NP3gci
SC -40 4
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NP3gpi
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Granito Serra do Tabuleiro: biotita sienogranitos e leucossienogranitos equigranulares,


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róseos, médios a grossos.
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Rio N
6 Granito Ilha: biotita monzogranitos e leucossienogranitos, equigranulares, cinzas a
Q1pl3 40 NP3 pi
01
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M -1 róseos, médios a grossos.
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81

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Rio o Q2ca ilha do Campeche Granito São Pedro de Alcântara: monzogranitos, sienogranitos e quartzo monzonitos,
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NP3 ms

SC - 4
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! No Granito Rio das Antas : monzogranitos e sienogranitos, subordinadamente quartzo-mon-

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! zonitos e quartzo-sienitos, leucocráticos de coloração cinza, inequigranulares levemente

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-28°0' NP3gra NP3mv

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Rio
Tonalito Forquilha: tonalitos, quartzo-dioritos e quartzo monzodioritos, equigranulares,
NP3 mf cinza-escuros, médios a grossos.

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Granitoides Garopaba: biotita granodioritos a monzogranitos porfiríticos (pórfiros
ovóides), enclaves microgranulares e schlieren máficos.
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Rio
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# NP2pl Granitoides Paulo Lopes: monzo a sienograníticos porfiroclásticos, bandados, cinzas,
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Diorito Silveira: dioritos e quartzo dioritos, equigranulares a porfirítica, finos.
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P1p R io A Ri es ar ar ar ar ar Granitoides Santo Antônio: monzogranitos porfirítico foliado, cinza à cinza-escuro, fino a
NP2an
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P Alfredo Wagner ilha São
Ri Santo Amaro grosso.

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Granitoides Santa Rosa de Lima: sieno a monzogranítico porfiroclástico, foliado, grosso,

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P1rb igu ão
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sb com enclaves de gnaisses máficos.
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P1t el

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MUNICÍPIOS E RECURSOS MINERAIS PARA CONSTRUÇÃO CIVIL DA REGIÃO DA GRANDE P1rb Ri o Le R io C Q2ca
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FLORIANÓPOLIS. Unidades Metamórficas no Terreno Florianópolis

n
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-49°30' -49°0' -48°30' Formação Queçaba: quartzitos bege; quartzo-mica xistos e filitos cinza-escuro;
NP3brq
s

sb metavulcânicas subordinadas.
#
Fria

tl
NP2gam NP2 am
Complexo Águas Mornas: ortognaisses básicos a intermediários, ortognaisses quartzo-
monzoníticos e monzogranitos.

A
-27°45' -27°45'

S C-406
Rio
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! P23sa or Rio Np3mgmil Milonitos e Protomilonitos Major Gercino: milonitos e protomilonitos.
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! NP3dmf mb u Suíte Nova Trento: biotita monzogranitos a quartzo-sienitos, equi a inequigranulares,

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! acinzentados.

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Leoberto o
Leal
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Major NP3fer róseos.

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J3K1bt P3T1rr Rio Granito Valsungana: biotita monzogranitos a sienogranitos porfiríticos; megacristais de K-

50(
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! Q2a NP3 vs
M NP3dmf NP3gpi feldspato (<10cm), branco-acinzentados, maciços a orientados.
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25-
Rio Lajeado

Monzogranito Indaiá: monzo- e sienogranitos e granodioritos; inequigranulares; porfiríticos

Rio
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! FLORIANÓPOLIS ujá NP3acb ilha irmã de fora médios a grossos em corpos plutônicos periféricos.
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! -27°30' J3K1bt

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Rio
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São Pedro de P1t ilha dos Papagaios envlaves/xenólitos de anfibolitos.

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! Cinturão Metavulcanossedimentar - Complexo Metamórfico Brusque
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! grafita; quartzitos micáceos, foliados e finos.
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NP1brbq Litofácies quartzítica: ortoquartzitos maciços a foliados.


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( NP2gan NP1brbr Litofácies rítmica: sericita xistos, granada-biotita xistos e quartzitos micáceos.
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P1rb NP1broq Litofácies quartzítica: ortoquartzitos.
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25-

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Bonifácio Lopes Litofácies exalativa: turmalinitos bandados, metamargas e calcissilicáticas bandadas.


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Recursos Minerais -28°0'
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para Construção Civil (


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-28°0' -28°0'

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01
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O Mapa Geológico e de Recursos Minerais para Construção Civil da Região da Grande Florianópolis, na
#

NP
NP2ggg Mina ativa ar - areia
escala 1:250.000, foi elaborado a partir da adaptação do Mapa Geológico do Estado de Santa Catarina, Ri
oS
NP2gan bt%
escala 1:500.000 (Wildner et al., 2015). Foram adicionadas, a este mapa, informações de recursos ete 2grc ar
#Q2a % ag - argila

- 43 4
minerais para a construção civil, obtidas através do cruzamento de informações de áreas requeridas junto Mina paralisada
2grc

SC
ao DNPM, as quais foram checadas em imagens do Google Earth e em trabalhos de campo realizados no 2grc #

)
! bt - brita

m
sb Ocorrência mineral
período de 2014 a 2015. icão

75(
Rio C h Q2fl
Este projeto foi executado pelo corpo técnico da Gerência de Geologia e Recursos Minerais

50-
Q1pl3 sb - saibro
(GEREMI/PA), Superintendência Regional de Porto Alegre (SUREG-PA), com apoio técnico da Gerência
de Relações Institucionais e Desenvolvimento (GERIDE) e coordenado pela Divisão de Rochas e
Minerais Industriais (DIMINI), vinculada ao Departamento de Recursos Minerais (DEREM).

EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL -49°30' -49°15' -49°0' -48°45' -48°30'

Autoria:
Daiane Flora Hammes - Geóloga Coordenação técnica nacional:
LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DO PROJETO ARTICULAÇÃO DAS FOLHAS DA ÁREA DO PROJETO
Simone Zwirtes - Geóloga Francisco Valdir da Silveira - DEREM
Vanildo Almeida Mendes - DIMINI
-54°0' -51°0' -48°0' -50°0' -49°30' -49°0' -48°30' -48°0' -47°30'
Convenções Geológicas Convenções Cartográficas
PROJETO MATERIAIS PARA CONSTRUÇÃO CIVIL DA REGIÃO
São Paulo
Colaboradores:
Eduardo Camozatto – Geólogo
-26°30'

Contato geológico Perimetro urbano


DA GRANDE FLORIANÓPOLIS
Coordenação técnica regional: Paraná
SIG e Cartografia digital:
Daiane Flora Hammes - Geóloga
João Angelo Toniolo – GEREMI
Michel Marques Godoy - Supervisor GEREMI PARAGUAI
SC
-27°0'
Falha ou fratura P Sedes municipais MAPA GEOLÓGICO E DE RECURSOS MINERAIS
Giana Grupioni Rezende - Eng. Cartógrafa Ana Cáudia Vieiro – GERIDE
-27°0' SG-22-Z-D-I SG-22-Z-D-II SG-22-Z-D-III
Falha encoberta Auto estrada PARA CONSTRUÇÃO CIVIL
Ricardo Duarte de Oliveira - Eng. Cartógrafo Raquel Barros Binotto – Supervisor GERIDE A Santa Catarina
TIN
Rui Arão Rodrigues – Técnico em Geociências
GE
N M Falha interpretada pela geofísica: M-magnetometria Estrada pavimentada Escala: 1:250.000
AR -27°30'

SG-22-Z-D-IV SG-22-Z-D-V SG-22-Z-D-VI


È È Falha ou zona de cisalhamento compressional Estrada não pavimentada
5 2,5 0 5 10
Km
Fonte dos dados do Modelo Numérico de Terreno: Shuttle Radar Topography Mission (SRTM) -
Ê
Ê Falha transcorrente dextral Sistema de Coordenadas: Geográfica
o

Geração dos Dados: NASA - National Aeronautics and Space Administration e NIMA - National Imagery Drenagem simples
c

-28°0'
À
ti

Datum: SIRGAS 2000


o

and Mapping Agency. Dados de domínio público. Armazenamento e Disponibilização dos Dados:
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c

Rio Grande do Sul


ti

USGS/EDC - United States Geological Survey / Eros Data Center Anticlinal ou antiforme invertido Lagoas
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-30°0'
n

SH-22-X-B-I SH-22-X-B-II
2016
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A

Referência sugerida: Diques -25 Curva batimétrica (m)


a

-28°30'
e

HAMMES, Daiane Flora; ZWIRTES, Simone; CAMOZATTO, Eduardo. Mapa Geológico e de Recursos
o

UR
O
n

UG RS
a

Minerais para Construção Civil. Porto Alegre: CPRM, 2016. Escala 1:250.000. Projeto Materiais para UA
e

I
c

Construção Civil da Região da Grande Florianópolis


O
ANEXO Iv - MAPA DE POTENCIAL E RECURSOS
MINERAIS PARA A CONSTRUÇÃO CIVIL
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA PROJETO MATERIAIS PARA CONSTRUÇÃO CIVIL DA REGIÃO DA GRANDE FLORIANÓPOLIS
SECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO MINERAL MAPA DE POTENCIAL E RECURSOS MINERAIS PARA CONSTRUÇÃO CIVIL
PRINCIPAIS INSUMOS MINERAIS EXPLORADOS
CPRM - SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL ESCALA: 1:250.000 - CPRM 2016
-49°30' -49°15' -49°0' -48°45' -48°30'
Locais com extração de areia
-49°30' -49°0' -48°30'

SC
47

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POTENCIAL MINERAL DE INSUMOS DA REGIÃO DA GRANDE FLORIANÓPOLIS

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SC-403
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( (aluvionar) vermelha relacionados às planícies de inundação;

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-27°15' !
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SC
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( 126 argilas da Bacia espessas, irregulares, sem continuidade
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sedimentares da Bacia do Paraná.


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areia para construção civil cristalinas do Batólito Florianópolis e
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Terreno Tijucas.

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113

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Locais com extração de argila

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Depósitos de origem sedimentar,

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-49°30' -49°0' -48°30' alicerce e

o
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( pedra de talhe relacionados às rochas da
145 oa P Rio pavimentação
Rio B Major Gercino dos
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Formação Botucatu - Bacia do Paraná.
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Amaro da LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DO PROJETO ARTICULAÇÃO DAS FOLHAS DA ÁREA DO PROJETO
O Mapa de Potencial e Recursos Minerais para Construção Civil da Região da Grande Florianópolis, na
Imperatriz
Palhoça escala 1:250.000, foi elaborado a partir de bases cartográficas obtidas do Mapa Geológico do Estado de
-54°0' -51°0' -48°0'
PROJETO MATERIAIS PARA CONSTRUÇÃO CIVIL
-50°30' -50°0' -49°30' -49°0' -48°30' -48°0' -47°30'
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( Santa Catarina, escala 1:500.000, elaborado pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) (Wildner et al.,
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2015). São Paulo DA REGIÃO DA GRANDE FLORIANÓPOLIS
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MAPA DE POTENCIAL E RECURSOS MINERAIS
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( Disponível em: < http:// www.cprm.gov.br/>.
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(GEREMI/PA), Superintendência Regional de Porto Alegre (SUREG-PA), com apoio técnico da Gerência
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Referência consultada: Autoria: Coordenação técnica nacional: Estrada pavimentada

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WILDNER, W.; CAMOZZATO, E.; TONIOLO, J. A.; BINOTTO, R. B.; IGLESIAS, C. M. da F.; LAUX, J. H.
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Da iane Flora Hammes - Geóloga Francisco Valdir da Silveira - DEREM


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-28°0'
Sistema de Coordenadas: Geográfica
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Mapa Geológico do Estado de Santa Catarina: escala 1:500.000. Porto Alegre: CPRM, 2015. Simone Zwirtes - Geóloga Vanildo Almeida Mendes - DIMINI Estrada não pavimentada
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Rio Grande do Sul
Disponível em: < http:// www.cprm.gov.br/>. Datum: SIRGAS 2000
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Citação bibliográfica:
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Da iane Flora Hammes - Geóloga João Angelo Toniolo – GEREMI -28°30'


O

HAMMES, Daiane Flora; ZWIRTES, Simone. Mapa de Potencial e Recursos Minerais para Construção Giana Grupioni Rezende - Eng. Cartógrafa UR Lagoas
Michel Marques Godoy - Supervisor GEREMI UG RS
Civil. Porto Alegre: CPRM, 2016. Escala 1:250.000. Projeto Materiais para Construção Civil da Região da Ri cardo Duarte de Oliveira - Eng. Cartógrafo Ana Cáudia Vieiro – GERIDE UA
I
Grande Florianópolis. . Ru i Arão Rodrigues – Técnico em Geociências Raquel Barros Binotto – Supervisor GERIDE -25 Curva batimétrica (m)
ANEXO V - MAPA DE DIREITO MINERÁRIO
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
SECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO MINERAL PROJETO MATERIAIS PARA CONSTRUÇÃO CIVIL
CPRM - SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL DA REGIÃO DA GRANDE FLORIANÓPOLIS
MAPA DE DIREITO MINERÁRIO
ESCALA: 1:250.000 - CPRM 2016
-49°30' -49°15' -49°0' -48°45' -48°30'

DETALHAMENTO DOS REQUERIMENTOS DE INSUMOS MINERAIS PARA CONSTRUÇÃO CIVIL NA REGIÃO DO RIO TIJUCAS.

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LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DO PROJETO ARTICULAÇÃO DAS FOLHAS DA ÁREA DO PROJETO


-54°0' -51°0' -48°0' -50°0' -49°30' -49°0' -48°30' -48°0' -47°30'
O Mapa de Direito Minerário da Região da Grande Florianópolis, na escala 1:250.000, foi elaborado a
São Paulo
-26°30' partir de bases cartográficas obtidas do Mapa Geológico do Estado de Santa Catarina, escala 1:500.000,
EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL
PROJETO MATERIAIS PARA CONSTRUÇÃO CIVIL DA REGIÃO
elaborado pelo Serviço Geológico do Brasil - CPRM (Wildner et al., 2015). Autoria: Coordenação técnica nacional:
Paraná
Disponível em: < http:// www.cprm.gov.br/>. Daiane Flora Hammes - Geóloga Francisco Valdir da Silveira - DEREM DA GRANDE FLORIANÓPOLIS
SC As informações sobre direito minerário, relacionados aos recursos minerais para a construção civil, foram Simone Zwirtes - Geóloga Vanildo Almeida Mendes - DIMINI
PARAGUAI -27°0' obtidas através do banco de dados requerido junto ao DNPM. Esses dados foram adquiridos, filtrados e
processados durante as etapas de campo realizadas no período de 2014 a 2015. SIG e Cartografia digital: Coordenação técnica regional:
MAPA DE DIREITO MINERÁRIO
-27°0' SG-22-Z-D-I SG-22-Z-D-II SG-22-Z-D-III
Este projeto foi executado pelo corpo técnico da Gerência de Geologia e Recursos Minerais Daiane Flora Hammes - Geóloga Escala: 1:250.000
A

Santa Catarina João Ângelo Toniolo – GEREMI


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(GEREMI/PA), Superintendência Regional de Porto Alegre (SUREG/PA), com apoio técnico da Gerência
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Giana Grupioni Rezende - Eng. Cartógrafa Michel Marques Godoy - Supervisor GEREMI
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-27°30'
de Relações Institucionais e Desenvolvimento (GERIDE) e coordenado pela Divisão de Rochas e
o

Ricardo Duarte de Oliveira - Eng. Cartógrafo Ana Cáudia Vieiro – GERIDE


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Minerais Industriais (DIMINI), vinculada ao Departamento de Recursos Minerais (DEREM).


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Rui Arão Rodrigues – Técnico em Geociências


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Raquel Barros Binotto – Supervisor GERIDE


Sistema de Coordenadas: Geográfica
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SG-22-Z-D-IV SG-22-Z-D-V SG-22-Z-D-VI


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Datum: SIRGAS 2000


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Referência consultada: Citação bibliográfica:


tl

-28°0'
HAMMES, Daiane Flora; ZWIRTES, Simone. Mapa de Direito Minerário. Porto Alegre: CPRM, 2016.
A

WILDNER, W.; CAMOZZATO, E.; TONIOLO, J. A.; BINOTTO, R. B.; IGLESIAS, C. M. da F.; LAUX, J. H. 2016
o

Rio Grande do Sul Escala 1:250.000. Projeto Materiais para Construção Civil da Região da Grande Florianópolis .
n

Mapa Geológico do Estado de Santa Catarina: escala 1:500.000. Porto Alegre: CPRM, 2015.
o

-30°0' SH-22-X-B-I SH-22-X-B-II


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n

Disponível em: < http:// www.cprm.gov.br/>.


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-28°30'
O

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UG RS
UA
I
SECRETARIA DE
GEOLOGIA, MINERAÇÃO MINISTÉRIO DE
E TRANSFORMAÇÃO MINERAL MINAS E ENERGIA

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