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Questionamentos de Dominique Gallois - Parabólicas nº 59 - Instituto Socioambiental Page 1 of 2

Formação de antropólogos

Eu acho que os antropólogos chamados para elaboração de laudos


devem ser recrutados entre os melhores, tanto em termos de formação como
de experiência, porque a gente se defronta ainda com outro grande problema:
"o quê é um antropólogo?". É um cargo ou é uma profissão baseada numa
formação e experiência comprovada? No meio de tudo que me aconteceu nos
últimos 3 anos, fui confrontada a um profissional "antropólogo" de uma
instituição pública, que esteve um dia e meio nos Waiãpi, pegou uma literatura
sobre contato interétnico na década de 40 e tirou conclusões totalmente
defasadas da realidade teórica e da realidade do campo. Então o que faz um
antropólogo que é réu e que não pode abrir a boca, como eu não podia, e é
confrontado a um outro que não conhece, é mal qualificado, não se atualizou
ou nem tem formação, mas que ocupa um cargo de antropólogo? É preciso
haver uma instituição que faça uma triagem e debater publicamente essa
questão.

ONGs X Universidades

Nos últimos anos, a questão indígena está muito mais presente nas
ONGs que nas universidades. E como a ABA representa as universidades, ela
perdeu a ponta da informação e da atuação. Houve gestões da ABA, como a
da Manuela Carneiro da Cunha no momento da Constituinte, que foram de
ponta, pois ainda era possível atuar dentro da universidade. Só que hoje em
dia a questão indígena é cada vez mais complexa e a universidade não tem
acompanhado. Enquanto antropóloga da universidade, eu não consigo fazer
nada sem apoio das ONGs. Todo o meu trabalho indigenista é feito através de
uma ONG, o CTI (Centro de Trabalho Indigenista). Agora, dentro da
universidade, a minha vocação é formar etnólogos, então eu dou cursos de
etnologia indígena, de antropologia e desenvolvimento, e preparo meus alunos
para serem capazes de fazer laudos. Mas geralmente o antropólogo que sai da
Universidade não tem nenhuma condição prática de fazer qualquer laudo, ele
tem que trabalhar numa ONG durante alguns anos para aprender e atualizar-
se. Mas eu acho que esse descompasso pode mudar e estou esperançosa com
instâncias como a FAPESP, por exemplo. Recentemente , o presidente da
FAPESP disse que queria que a pesquisa fosse mais vinculada a políticas
públicas.

Autonomia dos índios

Eu quero formar etnólogos para que eles sejam capacitados a se


defrontar com essa realidade e responsabilidade que inclui a elaboração de
laudos. Mas outra frente de trabalho é a capacitação dos índios de se auto

http://www.socioambiental.org/website/parabolicas59/artigos/dominique3.htm 1/4/2010
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representar de uma maneira cada vez mais eficiente. Falta muito para
isso. Há um esforço dos programas de educação indígena, mas em geral não
se privilegia a dimensão mais política de formação dos índios. Faltam cursos
de legislação, faltam cursos de formação para organizações indígenas, de
modo que são raríssimos os povos que poderiam elaborar um laudo de
identificação de terra como ele é solicitado hoje. Por isso, infelizmente o
antropólogo ainda é necessário. Agora, eu acho isso assustador. Só no Brasil o
antropólogo tem um papel legal tão definido, com responsabilidade tão alta.
Isso tudo é parte da tutela, na verdade. A gente deveria ter muita consciência
disso. >>> Continua

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>>> Entrevista – parte II
>>> Entrevista – parte III

http://www.socioambiental.org/website/parabolicas59/artigos/dominique3.htm 1/4/2010

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