EDITORIAL
SUMÁRIO
VÓS SOIS
TODOS IRMÃOS
(MT 23, 8)
A
o longo do ano passado as realidades de carências
não diminuíram, ao contrário, foram de mal a pior.
Continuamos encarando calamidades totais ou
parciais em instituições políticas, econômicas e
sociais em geral e no Brasil.
A mensagem do papa Francisco para o 51º Dia Mundial
da Paz 2018, celebrado no dia 1º de janeiro, teve como
tema “Migrantes e refugiados: homens e mulheres em
busca da paz”. O pontífice em sua mensagem diz: “A
violência não é remédio para o nosso mundo dilacerado.
Responder à violência com a violência leva, na melhor das
hipóteses, a migrações forçadas e atrozes sofrimentos,
porque grandes quantidades de recursos são destinadas
a fins militares e subtraídas às exigências do dia a dia
dos jovens, das famílias em dificuldades, dos idosos, dos
doentes, da grande maioria dos habitantes da terra”.
Em nosso país as reações a essas situações apontadas
por Francisco é a violência. Também por isso, muito sa-
biamente a Igreja no Brasil, através do organismo que a
representa, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB) propõe para a Campanha da Fraternidade 2018
o tema: “Fraternidade e superação da violência” e lema:
“Vós sois todos irmãos” (Mt 23, 8).
Em 2018, Missões quer continuar privilegiando a
animação, a formação e a informação missionárias. Esta
edição traz várias matérias para começar o ano com o
pé direito rumo à missão. Em pleno “Ano do Laicato”, a
revista apresenta o testemunho da leiga italiana Annalena
Tonelli, sal e fermento na vida eclesial.
Tendo em conta a festa da fundação dos institutos
missionários da Consolata a ser celebrada no próximo
dia 29 de janeiro e a memória da morte do Fundador, o
bem-aventurado padre José Allamano a ser celebrada no
próximo dia 16 de fevereiro, queremos compartilhar com
todos colaboradores o ideal carismático dos missionários
e das missionárias da Consolata: a missão, como finalida-
de e prioridade. Os institutos fundados pelo padre José
Allamano têm como objetivo bem específico a missão
Ad Gentes, ou seja, entre os povos não cristãos.
No trabalho de Animação Missionária, por exemplo,
respondemos ao mandato de Jesus de ir pelo mundo
sendo pescadores de homens. Por isso, unamo-nos
na fraternidade e superação da violência, pelo simples
motivo de sermos “todos irmãos”. 
2 JANEIRO/FEVEREIRO 2018 MISSÕES
JANEIRO/FEVEREIRO 2018/01
Papa Francisco libertando
pombas em sinal de Paz na
Praça São Pedro, Vaticano.
Foto: Cathopic.com
 PRÓ-VOCAÇÕES----------------------------------------03
Vocação Missionária
Joseph Mampia
 MISSÃO EM CONTEXTO-------------------------------04
Novo horizonte aberto sobre a Missão
Anair Voltolini
 ATUALIDADE----------------------------------------------06
Luzes e sombras para 2018
Alfredo J. Gonçalves
 VOLTA AO MUNDO-------------------------------------08
Associated Press/ Folha de S.Paulo
 ESPIRITUALIDADE----------------------------------------10
Psz na terra para as pessoas que Deus ama
Ronaldo Lobo
 TESTEMUNHO-------------------------------------------12
Uma apaixonada pelos pobres
Rosa Clara Franzoi
 FORMAÇÃO MISSIONÁRIA----------------------------14
O projeto de Jesus se realiza em movimento
Edward Neves M.B.Guimarães e Frederico Santana Rick
 FÉ EM AÇÃO---------------------------------------------16
Casa da vida
Marcus Eduardo de Oliveira
 FAMÍLIA CONSOLATA-----------------------------------17
O Senhor se serviu de um vaso quebrado
Giacomo Mazzotti
 MISSÕES RESPONDE-----------------------------------21
Sempre inclusão, não exclusão!
Edson Luiz Sampel
 ÁFRICA----------------------------------------------------22
Repensar a inculturação na África
Isaack Mdindile
 DESTAQUE------------------------------------------------24
Fraternidade e superação da violência
Gianfranco Graziola
 CIDADANIA-----------------------------------------------26
Quem você quer que o represente?
Carlos Roberto Marques
 BÍBLIA------------------------------------------------------27
A graça aos teus olhos
Mauro Negro
 ENTREVISTA-----------------------------------------------28
Lutar contra a violência: missão de todos
Maria Emerenciana Raia
 VOLTA AO BRASIL-----------------------------------------30
Folha de S.Paulo / Jaime C. Patias

Vocação Missionária
Vinde após mim, e eu
vos farei pescadores de
homens. (Mt 4, 19)
de Joseph Mampia
M
uitas pessoas ficaram interessadas e curio-
sas em saber onde eu iria trabalhar depois
da minha ordenação sacerdotal. Ao res-
ponder que seria no Centro da Animação
Missionária e Vocacional de São Paulo
(CAM), surgiram mais perguntas para entender no
que consistiria a missão. Por essa razão, queremos
apresentar nesta página o trabalho dos missionários
da Consolata referente à animação missionária.
Chamados para a Missão
O chamado de Deus é sempre feito em vista de
uma missão específica. Temos como protótipo a
história de Moisés que foi chamado para libertar
o povo da escravidão do Egito (Ex 3, 10), Jeremias
para ser profeta das nações (Jr 1, 5), Paulo para
PRÓ-VOCAÇÃO
ser apóstolo dos gentios, (Gl 1, 16), Maria para ser
Mãe do Salvador (Lc 1, 28-31) e, enfim, de modo
bem específico os quatro primeiros discípulos foram
chamados para serem pescadores de homens.
Deste modo se pode entender que os chama-
dos são sempre os enviados. A vocação cristã não
escapa deste esquema. Portanto, todos os cristãos
pelo batismo se tornam discípulos e testemunhas,
e recebem uma missão específica de fazer com que
os outros se tornem também discípulos de Cristo
(Mt 28, 19). Assim, cada cristão é discípulo e impe-
rativamente missionário.
O Bem-aventurado José Allamano, Fundador dos
missionários e das missionárias da Consolata, dizia que
a vocação missionária é a vocação
de quantos amam profundamente
Nosso Senhor e desejam torná-lo
conhecido, dispostos a enfrentar
qualquer sacrifício (Amados e Cha-
mados nº 24).
Prioridade
Para nós, missionários da Con-
solata, a missão é uma finalidade e
uma prioridade. Referente à nossa
constituição, no número 80, a ani-
mação missionária e vocacional ocu-
pa um lugar essencial e qualificado.
Consiste em animar a Igreja local
para que assuma a sua identidade
missionária e se abra à missão; em
acolher e acompanhar adequada-
mente os jovens com motivação
à vida consagrada e missionária;
em propor e favorecer a eles um
encontro pessoal com Cristo, a fim
de contribuir para a sua vocação
de discípulo missionário e para
a elaboração de seu projeto de
vida; em acompanhar a infância e
adolescência missionária; em realizar encontros de
oração e partilha com as comunidades e paróquias;
e em dar a conhecer a identidade, espiritualidade e
carisma do Instituto Missões Consolata.
No trabalho da animação missionária, responde-
mos ao mandato de Jesus de ir pelo mundo perpetuar
a missão de sermos pescadores de homens. 
Joseph Mampia, imc, é animador missionário vocacional em São Paulo, SP.
JANEIRO/FEVEREIRO 2018 MISSÕES 3