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AO A (DES)ORGANIZAC DO TRABALHO NO BRASIL URBANO Luis Antonio Machado da Silva Nos diltimos anos, a vasta literatura sobre o setor infor- mal urbano, produzida entre meados das décadas de 60 ¢ 70, tem sido revisitada e muitos de seus temas retomados. Tradiclonalmente, este tem sido um dos eixos do debate so- bre as relagdes entre trabalho e pobreze. Sua caracteristica mais bisica e geral & a conexao feita entre condigées de tra~ balho, condigdes de existéncia da populaco pobre e alguma idéia de marginalidade ou desorganizacao social. Digo “al- ‘guma idgia" porque, sem diivida, a fonte do debate parece ser a grande variagio nos contetidos que estas nogdes as- sumem nos intimeros trabalhos coneretos (1). Pode-se pelo menos suspeltar (como 0 meu caso) que © renovado Interesse pelo tema ~ interesse que atualmente tom transcendido os estudos de formacées sociais periféri ‘cas para incorporar também ums parcela de roflexdo sobr 05 paises contrais ~ tem alguma relagdo com a volta & tona, como questio dominante de conjuntura, de certos proble mas reais que, na origem do debate sobre o setor informal, foram abordados @ partir daquelas idéias, Por sua vez, are~ peticZo do tema e sua generalizacio para outros peises le~ variam a conclusdo de que os problemas subjacentes a este sfoque no s40 meramente conjunturais © que as deforma- (9608 tedricas que carecterizaram a literatura mais antiga so- ‘aie varie wean do Sve ~ Prato co alo Usha Pareles 0 ‘bersande Facer og Seana = ‘Zr otrnar ars ce nargaiaeae ip preigne fol et gcd crn bande ry mir spe ade ne dren ttn 085 hota go arin, In CEnQUEINA Fut rie, ECS WONOEN Lge. Por ove Mart i oe bre o setor informal, j identificadas © muito criticadas ~ ‘como é 0 caso, por exemplo, do dualismo que caracterizou toda esta produgo (2) -, s6 explicam parcialmente o sou aparecimento, n3o podendo justificar o abandono total dos temas sbordados por aquela literatura. Fundado nestas consideracbes @ tendo-as como pano de fundo, 0 propésito do presente artigo é apresentar um esquema geral de anélise das relacdes entre trabalho e po- breza no Brasil urbano (0 Rio de Janeiro & a referéncia em- pirica mais imediate, mas comparece apenas como “caso exemplar” de processos muito mais gerais, que afetem pela menos 0 conjunto das grandes cidades bresileiras). De um modo geral, o esquema mantém a perspective estrutural que & caracteristica da andlise econémica, porém deslocan- do © eixo tradicional do foco sobre 0 processo produtivo propriamente dito pera o quadro politico-institucional em {ue ele se realiza. O objetivo 6 abrir a discusso de um as- ecto crucial das questées mencionadas, que, no entanto, me parece susente das preccupacdes: 2 praducéo e cequla- saa do trabalho assalariado no Brasil (3), Convém ressalter que, obviamente, no pretendo esgotar assunto de tal com- lexidade e extenso, mas apenas chamar a atenc3o para 0 problema, propondo um esquema para debate e enriqueci- mento. As relagdes de trabalho que vivemos no Brasil, em que dominantemente o trabslho é uma mercadoria que se com- pra e vende no mercado, no s4o espontaneas ou naturais ~ tem que ser “produzidas”, isto impostas e regulades. Os modos especificos de imposicéo do assalariamento, assim como suas conseqiléncias, sem divida ndo so indepen- dentes das atividades produtives propriamente ditas, Nao obstante, trata-se de questées que, do ponte de viste Iégico @ analitico, so exteriores © anteriores 20 processo de pro- dugao, uma vez que apontam para a matriz polftico-institu- cional em que este se realize. Conseqiiantemente, se tais, questdes nao forem incorporadas & anélise do processo rodutivo — que tem sido 0 objeto central dos estudos sobre © setor informal ~ corre-se 0 risco de trabalhar com supos- tos implicitos sobre a conformacéo do trabalho assalariado no Brasil, os quais no necessariamente correspondem & realidade, No mtnimo, desde 2 década de 30, 0 Brasil urbano jé apresentava as condigdes mais bésicas de imposi¢o do as- ag; lv, ue Acne don mo abe: coo a ie: Rawat vex tara uve cenhnb are. (9) Abele Sus co segue nena anna ie 09 Gave Ove, bgesenant (SFE, C Captain aenargensaco, S00 Paulo, Santon, 005. teAlov. occ, 3, 1560. Tema highs, plo manos sem proms a0 Sass Se ple en o Go tas vos on Vancom 3 custo a rosiezo do sstlaramamo © iat Inova sonsacbirle ® igen aus or ot cludes resptie eat papel, petivo ov “pos Mer, ‘erate ones despre esoncana mpecves sca, a rtass Wo usaf de earbnca do un Petco Yoelnea $40 Paulo om Perspective, 4(2/4:2-5, julho/dezembro 1990 salariamento. Preticamente toda @ economia estava mone- tarizada, fazendo com que a imensa meioria dos trabalha- dores tivesse que buscar os elementos de sue reprodugéo Ros mercadias de consumo; 20 mesmo tempo, para que Isso fosse possivel, era preciso que vendesse sus forca de traba- |ho no mercado, uma vez que nao dotinha os instrumentos de trabalho. Numa palavra, o “aguilhao da fome” se mani- festava sobre trabalhadores “livres”, empurrando-os para o mercado. Por outro lado, 0 controle e a regulaggo deste movi mento, capazes de torné-lo minimamente organico e disc plinado @ que tém sido uma das fungées meis bésicas do Estado em todos os paises capitalistas, no Brasil sempre foram trégeis e superficiais. De feto, o Estado nunea foi ca- az de cumprir @ sua parte concentrando e administrando regras, instrumentos e meios materials de controle da en- trada e safda do mercado de trebalho, Assim, por exemplo, nem naqueles momentos iniciais, nem posteriormente, Estado conseguiu respaldar valores culturais relativos as condigdes e 20 momento om que cartes parcelas da popule- ao poderiam apresentar-se no mercado como “oferta” de trabalho, Desse modo, nenhum atributo ou condigéo (idade, ‘sexo, educagio, etc.) veio a se constituir como barreira clara universal 8 entrada no mercado. Por outro lado, condigées para a sefda do mercado também nao foram estabelecidas e nem institucionalmente respaldadas (seguro desemprego, previdancia, ete.) por meio de rogras claras e universais — (ou, quando existiam, no eram acessiveis. Portanto, & possivel dizer que a conversio do trabalho fem trabalho assalariado, que ocorre no mercado e através dele, desde seus momentos inicials, foi altamente inorgani- ce. Na medida em que ndo se produziram posigées institu- cionalmente reconhecides fora do mercado, suas fronteiras se tornaram indefinidas. Nestas condicées, configura-se uma situagao em que sempre toda a populacdo 6, em prin- cpio, “oferta” de trabalho, Pode-se dizer que, num quadro como este, “populacao” e “populacao economicamente ati- va" tornam-se, na prética, sinénimos, ou sela, a estratifica- G0 dos trabalhadores em segmentos socials diferenciados torna-se matéria de uma série de grandes e pequenos con- {lites privados, que 56 incidentalmente se resolvem na es fera publica. Uma tal incapacidade do Estado brasileiro de desempenhar uma de suas fungdes mais bésicas~ a regula- G80 do trabalho ~ produziu graves problemas de legitimida- de da autoridade politics e, portanto, sua fraqueza “end&mi- ce” (4). E ébvio que os inumeréveis desdobramentos de uma situagéo como a esbocada néo podem ser tratados no pre~ sente artigo. Entretanto, com esta ressalva, alguns merecem um rapido comentério, por incidirem mais diretamente so- bre 0 argumento aqui desenvolvido. Em primeiro lugar, como néo h& mecanismas politi- co-institucionais que demarquem as fronteiras do mercado, Bo S80 apenas os ritmos e a légica interna do proceso Produtivo que presidem a formacdo do excedente de trabe- |ho; independentemente de sus dindmica, razées de nature- 2a extra-econdmica (isto , 8 forma inorganica sob 9 qual se produz 0 assalariamento) conduzem a uma permanente su- peroferta no mercado (6). Em segundo lugar, ¢ como consequéncia direta, a au séncia de suporte politico-institucional para um conjunto claro © definido de posicées fora do mercado socialmente reconhecidas torna o excedente uma massa amorfa de “tra- balhadores am disponibilidade'”. Este situacdo também afata 08 préprios trabalhadores eventualmente empregedos, que hum quadro de permanente superoferta também no pas- sam, a longo prazo, de trebalhadores em disponibilidade. E claro que a contrapartide “subjetiva” terd sido a enorme di- fiouldade no estabelecimento de pardmetros seguros e defi- niidos para a formacéo da auto-imagem dos trabalhadores ‘enquanto tais © quo servisse de referéncie para a racionali- dade de suas arées (6). Finalmente, os mercados de consumo ligados & repro- dugéo nao se organizam em relagdo & posic&o dos consumi- dores no mercado de trabalho, como poderia se esperar em condigdes idesis. De fato, muitas evidéncias sugerem que esses mercados funcionam segundo a pura légica mercantil, separando e tornando relativamente independente 0 poder aquisitive da posigéo no mercado de trabalho. Este 6 um as~ ecto do quadro geral acima esbogado, que 6 recente: mente tem sido objeto de atencdo. Mesmo assim, pode-se sugerir, ao menos como hipétese, que se trata de mais um complicacor na formagao da auto-imagem e da recianalida- de dos trabalhadores, na medida em que contribui para en- fraquecer 0 “orgulho pelo trabalho” ~ elemento central da identidade de trebalhador, misturando-o a0 “orgulho do provedor” - que se refere antes & capacidade de responder as necessidades de reprodugio como tal, necessidades que 86 longinquamente $30 concebides com base na natureza do trabalho (7). Nesta seco, procurei tracar um perfil esquematico da precariedade, fluidez e indefinicdo da organizagao do traba- Iho no Brasil urbano. O ponto central das idéias até aqui apresentadas foi o de que a imposigéo do trabalho assala- riado através do “aguilhao da foe”, que & o elemento do- minante que articula toda a nossa estrutura urbane, néo fol ‘acompanhada pela formagio de uma sutoridade politica ba- seada na sua regulagdo, controle © discipline. Num certo sentido, descrevi a matriz bsica do que se costuma chamar de “"capitalismo selvagem”. Antes que algumes conclusdes possam ser propostas, resta descrever, também rapida- mente, os mecanismos fundamentals que permitiram que essa estrutura se repraduzisse por mais de meio século. Um primeiro elemento @ ser mencionado é a combina- yo entre formas tépices de represséo pura e simples, que (6 Nese paris, 9 ore lo sera. Deum fo, sntighsedes ether ® ut. lnsoem «4 raconalleste eae ojos sos rabalhadoro: de ore pre Erneta, ee 30 7) Glo interesante vtaments ot" oo provdo” om Zl, a ALLS, Armdguiog ## vot. S#o Paula, Paz Tar, 1285 (8) 528705, 1c dos. Chacon tle. Ro de sano, Caren, 1978 ‘1 nun ireerants age, Cunha eda sfomard cb un meteaco itn, pare ra Go una anilce econtrca 6a mbildade do Yael. Minha eye 6 to-somomo ace uo esegrerayde do merece mals arpla preunds 2a cenierada po star. Vad. Ob- te gorantiam a imposigo do asselariamento e contornavam as ambigiidades ne distingo entre trebalho © no trabalho, com forme ad hoe de assistencislismo publice e privado, que contribufam para reduzir parcialmente os graves problemas Ge repradugao dos trabalhadores. E de se notar que a con- jugagdo desses mecanismos jamais compés um padréo uni ficado, nem se dirigiu 8 grupos definidos de trabelhadores: pelo contrério, seu acionamento sempre se distingulu por sua caracteristica aleatsria @ localizada. Desse modo, ao in- vs de contribuir pare estobelecerdiferenciagées estiveis no interior do conjunto dos trabelhsdores, @ conjugagao entre ropressBo e assistencislismo submetis-o @ todos, indiscrimi- radamente, por sua netureza 80 mesmo tempo geral e dis- criminat6ria. De uma maneira goral, a resistencia dos tra- balhadores @ este mado de dominacao politica menifestou- se, na malorie das vezes, dessa mesma forma “sincopada”, ‘pica e relativamente aleetéria. De passagem ~ e pare abreviar os comentérios ~ vale notar que as referéncias anteriores apenas explicitam 0 contetido substantivo de um padréo jé por todos conhecido de dominacéo politica: o clientelismo. Este, ao mesmo tem- po que resolve alguns problemes de legitimidade de ume autoridade police fundade numa organizagao do trabalho to precéria quanto a descrita anteriormenta, também er outros ~ mas deve ser salientado que ele foi compatival com 2 incorporago de grendes contingentes de trabalhedores que reproduzia, da mesma forma inorganica, a estrutura do mercado. Paralelamente, um segundo conjunto de processos que permitiu um certo convivio com os graves problemas de le- gitimidade derivedos da precoriedade da regulagdo do tra- balho & 0 que foi sintetizado numa expressio jé consagrada: “cidadania regulada” (8). Do ponto de vista que nos interes- a, esta expresséo implice uma vasta gama de procedimen- tos e relan6es sociais que garante o ecesso @ certos direitos de cidadania por parte de setores de trabalnadores, os ques vém a compor 0 que poderia ser chamado de parte “dure”, nuclear, do mercado. Nestes casos, produziu-se legitimida- de ¢ garantiu-se @ incorporacéo de trabalhedores 60 prezo de uma segmentagéo do mercado que nao responde apenas, as condigdes inerentes 30 processo produtivo, e a torna muito mais rigida, porque protegida também por requisitos extra-econémicos (3). Este acesso 20s direitos ¢ prvilégios de cidadania - as- sociado & disponibilidade a longo prezo de emprego ~ pro- ‘duz, se considerado 0 conjunto dos trabslhedores, uma si- ‘tuago do tipo “quem esté dentro nao sai, quem esté fora néo entra”, que provoca grandes dificuldades pore aquele massa de trabolhadores que, embora assolariados, “no on- tram”. Estes se confundem, como categoria social, com os que “estao fora”. E desnecessério mencionar que a contrapartide “subje- tiva'” desse conlunto de processos é, mais uma vez, uma di- ficuldade adicional para a formacdo coerente de uma visio de mundo, de uma auto-imagem e de uma racionalidade centrades no trabelho assalariado. De fato, se nas condicées dosoritas o asselarismento 6 um fenémeno bésico ¢ domi nante, 28 diferenciagées sociais que devom servir como ei- x08 de referSncia no se produzem como desdobramentos inteiramente consistentes com ele. Finalmente, € preciso mencionar que todos estes pro-| cessos operaram em conexéo intima com uma alta taxa de crescimento, sustentada com pequenas variagées ao longo| de todo 0 periodo considerado, Neste sentido, houve 2o| longo desse tempo uma tendéncia permanente de incorpo- racdo de grandes contingentes de trabalhadores ~ isto é, uma expansao generalizada do trabalho assslariado, qua| ‘ocorreu apesar de todas as dificuldades e inconsisténcias da| sua produce € regulaco. Isto significa dizer que o quadro| politico-institucional esbocado, apesar de sua evidente pre- cariedede, péde universelizar-se, submetendo inclusive os| sogmentos sociais situados nos seus limites externos, 8 me= dida que @ estabilidade das taxes de croscimonto produzia um clima de “expectativa de incorporacao" (e uma vez que| © significado real desta expressao era, ele mesmo, ambiguo| e indefinido). A dréstica redugSo das taxes de crescimento, que ca racteriza toda @ década de 80, parece ter decretado 0 esgo- tamento dos mecanismos responséveis por esta matriz de ‘organizacao do trabalho, fezendo com que, bruscamente, suas ambigtiidades e inconsisténcias safssem da penumbra ‘em que puderam ser mantidas por cerca de meio século, De tum lado, of conflitos distributivos formados no interior do quadro politico-institucional descrito chegam ao ponto de impasse: dades as baixas ou negativas taxas de crescimento, trate-se agora de um jogo de soma zero, o que os eleve & condigao de meta-conflitos, organizados em torno néo pro- priamente da distribuigao, mas de seus principios. A este, agrega-se na outra ponta uma situac3o também explosive. ‘Trata-se da crescente miséria de certos contingentes de tra- balhadores que se defrontam com 0 estancamento da am- pliagéo secular do mercado e que perdem a confianca numa {agora claramente improvével) incorporacéo futura, Isto produz 0 aparecimento de novos conflitos que néo se orga~ rizam, nos moldes antigos, mesmo quando consideredas suas ambigiidades, Talvez 0 exemplo mais dramético de uma crise econémica duradoura que ocorre num quadro de desorganizacao do trabalho seja a escalada da violencia e do crime organizado ~ préticas sociais que certamente néo se estruturam de modo consistente com concepedes da socie- dade fundadas no trabalho assalariado. Se a anfase que procurel colocar sobre os processos da regulaco do trabalho e, conseqlientemente, sopre a estru- tura do mercado tem fundamento ¢ se a hipStese que tent desenvolver, pensando 0 capitelismo brasileiro em relacdo & incapacidade do Estado de disciplinar, controlar e regular 2 imposico do assalariamento, & plausivel, pode-se, entéo, retirer ume conclusao geral. Nao podemos continuer @ estu- dar 0 processo produtive como se a prépria producéo do trabalho assalariado no fosse um problema fundamental, cujos modos histéricos de solugao determinam a estrutura do mercado de trabalho e, ao mesmo tempo, a legitimidade da autoridade politica. Levads a sério, esta conclusdo abre a reflexéo um espa- 0 quase tdo grande quento virgem, que no me atrevo a preencher, Trata-se da necessidade de revisitar nossas cate- ‘gorias do andliso, Praticamente todes foram forjadas a partir ‘So Paulo em Perspectiva, 4(3/4h:2-5, julho/dezembro 1980 da experiéncia histérica de formacées sociais muito dife- rentes das nossas ~ experiéncia que esta presente nos con- ceitos que utilizamos, na medida em que eles expressam modelos de sociedade e, portanto, supdem uma consistén- cia com a realidade que, em nosso caso, ndo existe, ‘Ao longo das anotagées anteriores, procurel sugerit que ‘n0 ‘quadro politico-institucional em que vivemos, o quel deita suas raizes num passado jé distante, todas as diferen- ciagdes com as quais tanto trabalhamos aneliticamente quanto nos orientamos na vida cotidiana ~ a maioria das quais tem relagdes muito préximas com a experiéncia hist6- Fice dequelas outras formagdes socials ~ sdo perturbadas pels dificuldgdes e inconsisténcies de produgéo do assala~ Fiamento_no Brasil. Apenas para tornar mais explicito este onto, consideremos distingdes tals como trabalho-néo tr balho, trabalho assalariado-por conta prépria, trabalhador ativo-trabalhador em reserva, trabalho-pauperismo, traba- ho-criminalidade, populee3o ocupada-populacdo exceden- te, etc. A rigor, nenhum destes termos designa, como nos acostumamos @ acreditar, categorias sociais definidas, Ao contrério, embora nem de longe possam ser abandonados ‘como meras fantasias, em primeiro lugar, todos @ cada um eles tém uma vigéncia muito mais difusa, pois no deno- tam mais do que préticas soctais que nao sao estanques. E, ‘em segundo luger, no se articulam de forme univoca com atributos pessoais dos trabelhadores, como sexo, Idade, saiide, educacéo, etc. ‘Se me fosse permitido um fecho um tanto presungoso pare aste trabalho ~ embora reconheca que seu caréter ne- ‘cessariamente esquemitico o desaconselharia ~ gostaria de afirmar que a exploracao destas superposicées e ambigti dades & a chave que permitiré um melhor entendimento do “Brasil real” @ contribuiré para o aprimoramento da teoria. RUSE Servigo de Atendimento ao Leitor FUNDAGAO SEADE Av, Casper Libero, 464 - 3° andar CEP 01033 Sao Paulo SP Tel. (011) 227-9788

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