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31/01/2018 DJRO 7/10/2014 - Pg.

299 | Diário de Justiça do Estado de Rondônia | Diários Jusbrasil

Diários OficiaisDiário de Justiça do Estado de Rondônia07 Out 2014Páginas sem cadernoPágina 299Processo n.
0008651-4...

Processo n. 0008651-41.2014.8.22.0002) do
dia 07/10/2014 do DJRO
Publicado por Diário de Justiça do Estado de Rondônia
há 3 anos

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transtornos.

REMOVER INFORMAÇÕES PESSOAIS

SEGUNDA ENTRÂNCIA

COMARCA DE ARIQUEMES

1º JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA

Proc.: 0008651-41.2014.8.22.0002
Ação:Procedimento Ordinário (Juizado Faz.Pública )
Requerente:Marlene de Oliveira Melo
Advogado:Defensor Público ( )
Requerido:Estado de Rondônia, Município de Ariquemes
SENTENÇA:
Relatório dispensado na forma dos arts. 27 da Lei 12.153/09 c/c 38 da Lei
9.099/95.Trata-se de ação indenizatória proposta por MARLENE DE
OLIVEIRA MELO em face de ESTADO DE RONDÔNIA e MUNICÍPIO DE
ARIQUEMES sob o fundamento de que suportou prejuízos materiais
decorrentes da omissão dos entes em arcar com despesas relativas a translado
e funeral de seu cônjuge, o qual era beneficiário de Tratamento Fora do
Domicílio (TFD).Segundo a parte autora, a legislação em vigor prevê que em

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caso de óbito do usuário de TFD o Estado/Município de origem deveria se


responsabilizar pelas despesas decorrentes.Logo, pleiteia em juízo os prejuízos
materiais consistentes no ressarcimento de gastos com translado e funeral de
seu cônjuge, no importe de R$ 5.657,90 (cinco mil seiscentos e cinquenta e
sete reais e noventa centavos). Para comprovar o alegado, a parte autora
anexou Certidão de Casamento com Anotação de Óbito, requerimento
administrativo para reembolso das despesas, guias de Tratamento Fora de
Domicílio, cadastro do paciente, laudos médicos, nota fiscal de serviços
funerários, passagens aéreas e demais comprovantes.Citado o requerido
Município de Ariquemes afirmou que não deve ser compelido a ressarcir o
valor pleiteado pela requerente, especialmente porque o sistema do TFD é
gerido exclusivamente pelo Estado de Rondônia, por meio de sua Secretaria de
Saúde, ao passo que o Município apenas limita-se a fazer o encaminhamento
dos pacientes, providenciando a documentação para auxiliar o Estado na
prestação do serviço. Portanto, requereu fosse afastada a responsabilidade do
Município, sendo que eventual condenação deveria ser dirigida ao ente
estadual.O Estado de Rondônia, por sua vez, contestou a demanda
argumentando que as notas fiscais e recibos anexados pela requerente
contemplam gastos diversos, os quais não guardam relação com o preparo e
translado do corpo do paciente, como por exemplo a aquisição de coroa de
flores, despesas com velório/ sepultamento e taxa de sepultamento, de modo
que os impugnou especificamente sob a alegação de que é incumbência da
família do falecido arcar com tais despesas.Ademais, arguiu que as despesas
relativas a translado intermunicipal deve ser ressarcida pelo Município de
Ariquemes, afastando-se a responsabilização do Estado neste ponto.Por fim,
admitiu que em caso de eventual condenação, incumbe ao Estado
exclusivamente o reembolso de gastos com o preparo do corpo do falecido e
translado interestadual do mesmo, sem no entanto, indicar expressamente
qual seria esse valor incontroverso.Registre-se, inicialmente, que o direito
pátrio adotou a Teoria do Risco Administrativo, pelo que exige, para efeito de
indenização por responsabilidade civil dos entes públicos, a presença tão
somente da conduta do agente, o nexo de causalidade e o dano experimentado

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pela vítima, com base na responsabilidade objetiva, que opera-se


independentemente da aferição de culpa, com fulcro no artigo 37, § 6º da
Constituição Federal.No caso específico dos autos a controvérsia reside em
saber se o cônjuge da autora era beneficiário/paciente pelo sistema TFD e, em
caso positivo, quais despesas devem ser custeadas pelo ente estadual ou
municipal em caso de óbito do paciente submetido a tratamento médico fora
do domicílio.O Tratamento Fora de Domicílio TFD foi instituído pela
Portaria/SAS/Nº 055 de 24 de fevereiro de 1999 pela
Secretaria de Assistência à Saúde (Ministério da Saúde) e consiste em
instrumento legal que visa garantir, através do SUS, tratamento médico a
pacientes portadores de doenças não tratáveis no município de origem.De
acordo com o art. 1º da aludida portaria, visa Estabelecer que as despesas
relativas ao deslocamento de usuários do Sistema Único de Saúde SUS para
tratamento fora do município de residência possam ser cobradas por
intermédio do Sistema de Informações Ambulatoriais SIA/SUS, observado o
teto financeiro definido para cada município/estado Logo, por tratar-se de
sistema gerido no âmbito do Sistema Único de Saúde, o TFD está diretamente
relacionado à Secretaria Estadual de Saúde e, portanto, não há que se falar em
responsabilização do Município no caso de eventual condenação de reembolso
quanto às despesas descritas na Inicial.Ainda neste ponto, quanto à
legitimidade do Estado para custear as despesas pelo sistema TFD, existe uma
Portaria Estadual, sob nº 270/GAB/SESAU/RO que preceitua expressamente
que em caso de óbito de pacientes em TFD, () quando ocorrer fora do Estado,
a responsabilidade será da Secretaria de Estado da Saúde (fls. 58) Ademais, a
portaria estadual traz previsão expressa de que as despesas decorrentes dos
serviços funerários (preparação e traslados) de óbitos ocorridos em TFD fora
do Estado, também são de responsabilidade da SESAU (fls.61).Conclui-se
pois, que em caso de condenação ao ressarcimento das despesas relacionadas
ao presente feito, incumbe ao Estado o respectivo pagamento, pois toda a
legislação vigente demonstra sua responsabilidade quanto Tratamento Fora
do Domicílio (TFD), por meio da SESAU Secretaria Estadual de de
Saúde.Superada a questão da legitimidade para responder quanto aos

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alegados danos materiais, resta saber se de fato houve cometimento de ilícito


pelo Estado (conduta) na hipótese dos autos, apto a gerar prejuízos
financeiros devidamente comprovados pela requerente (dano) e, ainda, se o
ilícito guarda relação com o dano (nexo de causalidade).No tocante à
CONDUTA, os documentos que instruem a Inicial que o cônjuge da autora SR.
ANTÔNIO MARCOS VIEIRA, de fato era beneficiário/paciente do TFD e teve
o pagamento de diversas despesas para tratamento médico custeadas pelo
Estado de Rondônia para atendimento junto ao Hospital de Base de São José
do Rio Preto-SP. Inobstante isso, após o seu falecimento, o Estado de
Rondônia não arcou com as despesas relativas ao traslado do corpo, conforme
prevê a legislação, sendo que a omissão do Estado enseja o cometimento de
ilícito.De acordo com a Portaria/SAS/Nº 055 de 24 de fevereiro de 1999 em
seu artigo 4º, As despesas permitidas pelo TFD são aquelas relativas a
transporte aéreo, terrestre e fluvial; diárias para alimentação e pernoite para
paciente e acompanhante, devendo ser autorizadas de acordo com a
disponibilidade orçamentária do município/estado Além disso, a mesma
Portaria prevê a possibilidade de ressarcimento em caso de falecimento do
beneficiário pela sistema TFD, conforme art. 9º: Em caso de óbito do usuário
em Tratamento Fora do Domicílio, a Secretaria de Saúde do Estado/Município
de origem se responsabilizará pelas despesas decorrentes Sendo assim, a
CONDUTA do Estado de Rondônia restou evidente, pois como o paciente
ANTÔNIO MARCOS VIEIRA era beneficiário do sistema TFD, o Estado tinha
o dever de arcar com as despesas decorrentes de seu tratamento médico. Além
disso, como ocorreu o óbito do paciente (Certidão às fls. 13) competia ao ente
o respectivo ressarcimento das despesas decorrentes, o que não ocorreu pela
via administrativa e ensejou a propositura de demanda judicial por parte do
cônjuge do falecido. Referindo-se ao DANO (prejuízo material), há de se
concluir que as despesas devidamente comprovadas relacionadas à preparação
e traslado do corpo, em caso de óbito em TFD, devem ser prontamente
ressarcidas à autora. De igual modo, cabe o ressarcimento das despesas de
transporte da acompanhante, desde que contemporâneas ao falecimento de
seu cônjuge, que ocorreu no dia 10 de Maio de 2013, conforme Certidão de

https://www.jusbrasil.com.br/diarios/documentos/147069502/processo-n-0008651-4120148220002-do-dia-07-10-2014-do-djro 4/6
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Óbito.A Nota Fiscal Eletrônica de fls. 34, emitida pelo Município de Cedral,
descreve o importe de R$ 3.848,54 (três mil oitocentos e quarenta e oito reais
e cinquenta e quatro centavos) relativamente aos serviços funerários prestados
em favor de ANTÔNIO MARCOS VIEIRA, em específico para aquisição de
zinco, urna, tanatopraxia e transporte aéreo. Denota-se pois, que retratam
despesas relativas à preparação e traslado do de cujus, o que torna certo o
respectivo ressarcimento. Há também a comprovação de despesa quanto ao
frete do de cujus de Porto Velho à Ariquemes, realizado pela Funerária
Universo, conforme nota fiscal às 32, no importe de R$ 400,00 (quatrocentos
reais) bem como transporte no trecho Porto Velho a Ariquemes para a
acompanhante Romilda de Oliveira Melo (fls. 33) no valor de R$ 90,00
(noventa reais) e, por certo, como refere-se à despesa com
traslado/transporte, cabe pronto pagamento pelo Estado.As passagens de fls.
36 e 37, por sua vez, foram emitidas em favor de Marlene Melo, autora do
processo e cônjuge do falecido e referemse ao transporte aéreo realizado em
13/05/2013, ou seja, em data bem próxima ao falecimento. Logo, também
cabe o respectivo reembolso dessa despesa no valor de R$ 789,36 (setecentos
e oitenta e nove reais e trinta e seis centavos).As despesas acima descritas são
passíveis de ressarcimento porquanto referem-se exclusivamente à preparação
e translado do corpo e despesas relativas a transporte da acompanhante e, tais
gastos totalizam o importe de R$ 5.127,90 (cinco mil cento e vinte e sete reais
e noventa centavos). Entretanto, há de se ressalvar que algumas despesas
anexadas aos autos pela requerente, embora comprovadas por meio de notas
fiscais não devem ser ressarcidas pelo Estado, posto que estão relacionadas ao
evento morte/ falecimento e não ao Tratamento Fora do Domicílio. Explico.
Despesas relacionadas a velório e sepultamento, bem como aquisição de coroa
de flores estão intimamente ligadas ao falecimento do cônjuge da autora
propriamente e, mesmo que o Sr. ANTÔNIO MARCOS VIEIRA não fosse
paciente atendido pelo Tratamento Fora do Domicílio, ainda assim sua família
se incumbiria de arcar com despesas para velório e sepultamento de seu ente
querido. De qualquer modo, não há liame suficiente para responsabilizar o
Estado ao respectivo pagamento a este título, porquanto competia ao ente

https://www.jusbrasil.com.br/diarios/documentos/147069502/processo-n-0008651-4120148220002-do-dia-07-10-2014-do-djro 5/6
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trazer o falecido ao Município de origem, mediante preparação do corpo e


transporte, bem como arcando despesas de acompanhante para esta
FINALIDADE. Feito isso, demais despesas relacionadas ao falecimento
pertencem à família.Portanto, o pedido da requerente procede em parte,
especificamente para ressarci-la do importe de R$ 5.127,90 (cinco mil cento e
vinte e sete reais e noventa centavos).Demonstrados os requisitos da
responsabilidade civil, surge certo o dever de indenizar
osdanosmateriais.Postoisso,julgoPARCIAMENTEPROCEDENTE o pedido,
com fulcro no artigo 269, I do CPC, e condeno o requerido ESTADO DE
RONDÔNIA a ressarcir à requerente MARLENE DE OLIVEIRA MELO a
importância de R$ 5.127,90 (cinco mil cento e vinte e sete reais e noventa
centavos) a título de danos materiais, pelo que extingo o feito com resolução
do MÉRITO.Referido valor deve ser acrescido de juros de mora a contar da
citação, conforme os índices oficiais aplicados à caderneta de poupança, nos
termos dispostos no art. 1º-F, da Lei n. 9494/97, com redação da Lei n.
11.960/09 (REsp n. 1212266 / SP).Sem honorários e sem custas, uma vez que
não vislumbro litigância de má-fé (art. 54 da Lei nº 9.099/95). Publique-se.
Registre-se. Intimem-se, observando-se que a intimação da Fazenda Pública
deve ser feita de forma pessoal nos termos do art. 6º da Lei 12.153/09.Sem
custas e honorários advocatícios, em face do comando inserto no art. 27 da Lei
Federal n. 12.153/2009 c/c art. 55 da Lei Federal n. 9.099/95.Transitado esta
em julgado, se nada for requerido, arquive-se.Ariquemes-RO, quarta-feira, 1
de outubro de 2014.Márcia Cristina Rodrigues Masioli Morais Juíza de Direito

https://www.jusbrasil.com.br/diarios/documentos/147069502/processo-n-0008651-4120148220002-do-dia-07-10-2014-do-djro 6/6

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