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PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO: ASPECTOS DA APRENDIZAGEM   

 
Aula 1 ­ Aspectos históricos e conceituais da interface Psicologia e 
Educação ­ Parte I 
 
Para  desenvolver  um  trabalho  pedagógico  bem  sucedido  é 
fundamental  conhecer  o  público  alvo  desta  ação  e,  ao  adentrar  no universo 
da  Psicologia  da  Educação  é  necessária  a  discussão  sobre  a  identidade  da 
Psicologia,  seu  reconhecimento  como  ciência  e  as  diferentes  perspectivas 
pelas  quais  se constituem  esse campo  de  conhecimento.  Acerca  disso,  fora 
identificado  que  o  seu  objeto  de  estudo  é  o  ser  humano,  neste  sentido  se 
explica  a  fundamental  contribuição  da  Psicologia  para  a prática  pedagógica 
escolar. 
Baseia­se  no  príncipio  de  que  o   homem  possui   características  que  o 
distingue  dos  animais,  dentre  as  quais  se  encontram:  o  raciocínio,  a 
demonstração  de  emoções  e  sentimentos,  a  linguagem  oral,   entre  outras, 
no  entanto,  o  que  tem  provocado  interesse  de diversos pensadores desde a 
antiguidade é a compreensão do psiquismo e do comportamento humano. 
Quando  há  o  nascimento  de  um  bebê  é  muito  comum  que  sejam 
relacionadas  suas  características  físicas  a  de  seus  pais  ou  parentes,  de 
mesmo  modo  ocorre  com  os  traços  de  comportamento,  é  frequente  ouvir 
frases  como  “esse  pequeno   é  bravo  como  a  mãe”  ou  ainda  “ela  tem  gênio 
forte  como  o  pai”,  mas  quais  são  os  fatores  que  acarretam  esses  tipos  de 
comparações?  Talvez  o   fator  biológico/genético,  determinante  do 
comportamento  humano?  Ou  ainda,   quais  são  os  fatores  determinantes  no 
desenvolvimento humano? 
Essas  questões  têm   sido  alvo  de  pesquisas,  análises  e  muitas 
ambiguidades.  É  fato  que  atualmente  os  dados  apontam  que  há  UM 
CONJUNTO  DE  fatores  que  influenciam no desenvolvimento humano, dentre 
os   quais:  a  hereditariedade,  o  crescimento  orgânico  e  neurológico,  bem 
como o ambiente ao qual se está exposto. 
A  criança  em  suas  diversas  fases  de  desenvolvimento  apresenta 
resultados  dessa  integração  de  fatores   estimuladores  através  de  seu 
comportamento,  porém,   antes  do  século  XIX,   o  homem  tentava 
compreender  o  comportamento  humano  através  de  especulações,  da 


 
intuição,  partindo  das  próprias  experiências  e  nesse  período  há   pouca 
preocupação  sobre  o  lugar  social  ocupado  pela  criança,  o  conhecimento era  
transmitido  através   de  experiências  repassadas  pelas  gerações  e  a  cultura 
ocupava lugar de destaque nessa organização social. 
Em   nossas  aulas  refletiremos  sobre  o  momento  em  que  a  Psicologia 
recebe  status  de  ciência  e  como  suas  abordagens teóricas podem  contribuir 
no  fazer  do  profissional  de  educação,  o  que  podemos  perceber  é  que  as 
linhas  que  caracterizam  o  percurso   histórico  da  Psicologia  da  educação  em 
geral  versam  sobre  o  desenvolvimento  do  psiquismo  humano  e  os 
problemas  de  aprendizagem,  fato  é  que   a  aprendizagem  não  é  só  
mecânica,  ela  é  resultado  de  raciocínio,  não  tem  idade,  ou  seja,  ocorre  em 
qualquer fase da vida, é também sistemática, progressiva e cumulativa. 
Entendemos  que  a  aprendizagem  é  a  capacidade  de  assimilar, 
organizar  e  modificar  as  situações  vivenciadas  e  esse  processo  dependerá 
das características pessoais, orgânicas e do meio ambiente. 
Nesse  sentido,  sugerimos  a  leitura  de  ZICK  (2010),  pois  a  autora 
aborda  a  importância  do  contexto  social  ao  qual  o  aluno  está  inserido  para 
compreender  a  prática  em  sala   de  aula  e  os   resultados  que  os  alunos 
podem ou não apresentar. 
Muitas  vezes  o  educador  fica  frustrado  mediante  um  objetivo  não 
alcançado  com determinado aluno e coloca sobre si todo o peso do fracasso, 
ou  faz  o  contrário,  culpabilizando  o  aluno,  ou  colocando nele  um  rótulo  de 
“dificuldade  de  aprendizagem”,  mas  há  necessidade  de  uma  reflexão  mais 
abrangente  desse  resultado,  por  isso  a  importância  de  compreender  os 
aspectos  que  interferem no  processo  de desenvolvimento e aprendizagem e 
a  literatura   aponta  que  a  Psicologia  enquanto  ciência  tem  exercido  função 
social  de  grande  relevância,  nas  diversas  áreas  de  conhecimento  e  campo 
de atuação, sendo que tal observação também é fato na educação. 
É  importante  que  durante  as  aulas   você  faça  uma  relação  dos 
conteúdos  abordados  com  a   realidade  vivida,  pois  alguns  conceitos  da 
psicologia  são   aplicados  vulgarmente   na  vida  cotidiana  e  muitas  vezes  os 
reproduzimos  sem  ao   menos  conhecermos   ou  refletirmos  sobre  tal,  em 
nossas  aulas  você  terá  a  oportunidade  de  conhecer  conceitos  e 
metodologias que fornecerão o embasamento de sua prática profissional.  
 


 
 
 
Aula 2 ­ Aspectos históricos e conceituais da interface Psicologia e 
Educação – 
 
Quando  pensamos  que  o  desenvolvimento  do  comportamento 
humano  é   resultado  de  múltiplos  fatores  parece  uma  afirmativa  um  tanto 
quanto  óbvia,  mas  nem  sempre  foi  assim,  a  filosofia  se  ocupou  durante 
muito  tempo  da  reflexão  sobre  o  homem  e  sua  relação  com   o  mundo 
interior  (subjetivo)  e  exterior  (objetivo),  portanto,  estudar  a  psicologia 
pressupõe  a  compreensão  de  sua  historicidade  e  da  dicotomia  entre 
objetividade  e  subjetividade,  que  estão  presentes  tanto  em  teorias  e 
métodos como no fazer profissional. 
Sendo  assim,  a   Filosofia  tem  como  preocupação  a  origem  e  o 
significado  da  existência  humana  e  surge  na  tentativa  de  explicar  a 
realidade  sem  recorrer  apenas  à  mitologia  e  a  religião,  cabendo  ao  homem 
ordenar e organizar o seu pensamento. 
A  filosofia  grega  coloca o  homem  no  centro  da  preocupação filosófica 
e  o  estudo  da  alma  (psykhé)  e  do  corpo  (sendo  este  controlado  pelo 
cérebro/inteligência) como objeto de estudo. 
Sócrates,  Platão  e  Aristóteles  são pensadores clássicos da Grécia (V e 
IV a.C) que construíram a filosofia como metafísica 
● Sócrates  (469­399  a.C.)  se  preocupava  com  a  separação  entre  o 
homem e o animal, sendo a razão a maior característica humana. 
● Platão  (427­347 a.C.), discípulo de Sócrates, preocupou­se em definir 
um   “lugar”  para  a  razão  em  nosso  próprio  corpo,  sendo  definido  a 
cabeça  (onde  se  encontrava  a alma humana). Separava alma e corpo 
sendo  ligado  pela  medula.  Quando  alguém  morria,  a  matéria  (corpo) 
desaparecia, mas a alma ficava livre para ocupar outro corpo.  
● Aristóteles  (384­322  a.C.),  discípulo  de  Platão,  postulou  que   alma  e 
corpo  não  eram  separados.  A  ​
psyché  ​
era  o  princípio  ativo   da  vida​

Tudo que cresce e reproduz tem uma ​
psyché ​
(alma).  
Percebe­se  que  há  uma  relação  da  “alma”  com  questões  subjetivas e 
sua  ligação  com  questões  da  “natureza”,  para  os  filósofos  gregos  era 


 
importante  conhecer  o  homem  inserido  no  “cosmo”  e  assim,  foi  a 
filosofia grega que inaugurou a sistematização das ideias psicológicas. 
Os  filósofos  pré socráticos  defendiam  que  a  relação do homem  com o 
mundo  se  dava  através  da  percepção  e  nesse  contexto  acontecia  a 
oposição  entre  os  idealistas,  que  defendiam  a  tese  de  que  a  ideia  forma 
o  mundo  e  os materialistas, os quais acreditavam que o homem conhece 
o  mundo  através  de  uma  matéria  já  existente,  e  isso  ocorre  através  de 
sua percepção. 
Sócrates  foi  quem  solidificou  os  pressupostos  ou  as  ideias 
psicológicas,  pois  se  preocupou  em  distinguir  o  Homem  dos  animais 
através  da  razão,  sendo  para  ele   esta  a  essência  humana,  daí  a  
importância  desse  filósofo  para  a  psicologia  científica,  pois  as  teorias  da 
consciência se derivam de sua sistematização. 
Já  Platão  e  Aristóteles  contribuíram  com  suas  teorias  divergentes,  a 
teoria  Platônica   compreendia  que   a  alma  era  imortal  e  estaria  separada 
do  corpo,  já  Aristóteles   afirmava  a  mortalidade  da  alma  e  que  esta  
pertencia ao corpo. 
O   Cristianismo  foi  posterior  a  este  período  e  através  de  Santo 
Agostinho  (354­430)  e   São  Tomás  de  Aquino  (1225  –  1274)   dão 
continuidade  aos  pensamentos  de  seus  antecessores,  sendo  que  Santo 
Agostinho  concordava  com  a  teoria  platônica  de  que  havia cisão entre alma 
e  corpo   e  São  Tomás  de  Aquino  que  seguiu  a  justificativa  aristotélica 
acrescentando que  a  busca  de  aperfeiçoamento  do homem seria a busca de 
Deus. 
  As  ideias  a  respeito  de  como  o  homem  compreende  o  mundo  estão 
intimamente  relacionadas  à  prática  em  sala  de  aula,  as  teorias  filosóficas 
que originaram a psicologia científica, ainda permeiam a nossa vida. 
Alguns  filósofos  acreditavam  que  o  ser  humano  já  possuía 
capacidades  básicas  de  conhecimento  desde  seu  nascimento,  Platão  está 
entre  os  defensores  dessa  ideia,  pois  para  ele  “a  alma  procede  do corpo”, 
então  o  indivíduo  encarna  com  uma  estrutura  de  conhecimento  pronta  e 
que só precisa ser aperfeiçoada, essa teoria foi chamada de ​
“Inatismo”. 
Já  Aristóteles  foi  defensor  da  teoria  que  denominou­se  como 
“Ambientalismo”​
,  para  ele  o  conhecimento  é  derivado  da  experiência,  o 


 
ser  humano  nasce  sem  qualquer  referência  e  vai   se  “moldando”  à medida 
que possui contato com o meio. 
Mais  adiante,  os  filósofos  constatam  que  o comportamento humano é 
o  resultado  da  junção  entre  fatores  internos  e  externos  e ocorre a partir da 
associação  de  ideias,  de  forma   processual,  foi  essa  teoria,  o 
“​
Interacionismo”​
, que influenciou diversas linhas da psicologia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 3 ­ Aspectos históricos e conceituais da interface Psicologia e 
Educação ­ Parte II 
 
Como  vimos,  a  origem  da  psicologia  está  intrinsicamente  relacionada 
à  filosofia  e  para  compreender as suas teorias é preciso conhecer  a história, 
pois  cada  época  social  exige um conhecimento específico e de acordo com o 


 
contexto  histórico,  social  e  cultural,   as  diversas  áreas  do  conhecimento  
criam  suas  teorias,  métodos  e  técnicas  com  a  finalidade  de  responder  aos 
novos desafios. 
O   profissional  de  educação  está  cotidianamente  em  contato  com  a 
ciência  e  precisa  compreender  que  esta  é  fruto  de  um  processo  dinâmico, 
pois  a  ciência  se  concretiza  na  construção  de  interpretações,  hipóteses, 
confirmações e refutações, e este processo é humano e social. 
Identificamos   que  a  busca  de  respostas  racionais  baseada  em 
conceitos  começou  na antiguidade grega, o pensamento racional advindo na  
época  procurou  superar  as  explicações  relacionadas  a  mitos  e  opiniões  de 
senso  comum,  as  quais  tinham  como fundamento a sensibilidade individual. 
Mas  a grande  dúvida  dos  pensadores  da  época  era  se  as pessoas possuíam 
saberes inatos ou  se aprendiam ao longo da vida. 
O  nascimento da psicologia enquanto ciência liberta­se do seu período 
filosófico  para  o  início  de  outra  fase.  Em  1879,  na  universidade  de  Leipzig, 
na  Alemanha, foi  com  Willelm  Wundt,  considerado  o “pai da psicologia” que 
começou­se  a  utilizar  os   métodos  científicos  para  comprovar  as  hipóteses 
dos filósofos empiristas. 
Wundt  passou  a  aplicar  o  método  da  introspecção  para  entender  do 
que  é  feita  a  consciência,  pensamentos  e  sentimentos  humanos.  Esse 
método  se  configurava  em  ouvir  relatos  das pessoas sobre suas percepções 
mediante estímulos.   
Foi  a  partir  dessa  iniciativa  que   outros  estudiosos  da  área 
aprofundaram  em  suas  pesquisas  com  mais  definição,  estabelecendo  como 
seu  objeto  de  estudo  o  comportamento,  a  vida  psíquica,  a  consciência  e 
delimitando  o  seu  campo  de  conhecimento,  diferenciando­se  da  filosofia   e 
fisiologia.  
Não  podemos  ignorar  que  a  necessidade  de  uma  ciência  que 
compreendesse  a forma  de  pensar do homem também surge no advento do  
capitalismo  e carrega consigo interesses concretos, pois a forma de produzir 
colocou  o  homem no  centro  das  preocupações,  iniciando aí uma lógica mais 
individualizada,  especialmente  pela  propriedade   privada  da  terra  e  pelos 
meios de produção com a divisão social do trabalho.  
Foi  neste  contexto,  de  transformações  econômicas  e  políticas,  que 
surgem  novas  formas  de  compreensão  a  vida:  o  universo  e  o  homem  e 


 
surgem  novos  métodos,  como  o  Empirismo,  cujo  idealizador  foi  Francis 
Bacon  (1561­1626)  e  tinha  como  base  que  a  fonte  dos  conhecimentos  se 
dava  por  meio  de  sensações  e  também  o  método  do  Racionalismo,   cujo 
precursor  foi  René  Descartes (1596­1650),  o  qual  defendia  que  a  fonte dos 
conhecimentos ocorre por meio da razão. 
Essa  nova forma de conhecimento, configurando­se enquanto ciência, 
buscou  compreender  o homem e o universo através das leis naturais, com a 
premissa  de  que  o  homem,  através  de  sua  natureza  humana,  desenvolve 
suas  capacidades  e   potencialidades  visando  contribuir  para  o  novo  modelo 
de produção. 
A  concepção  naturalista  substituiu  a  concepção  sobrenatural  dos 
fenômenos  da  vida  do  homem  e  do  comportamento  humano,  justificando 
que  o  ser  humano  se  constitui  a  partir  de  capacidades  próprias  e  não 
apenas  de  fatores  externos  e  sobrenaturais  (como  cosmo  ou   uma 
autoridade  divina).  A  partir  desse  ponto,  as  ciências  naturais  estavam 
baseadas  na  observação,  experimentação, mensuração,  controle  e  previsão 
sobre  as  questões  da  vida  humana,  partindo­se  daquilo  que  é  possível  ser 
observado. 
Foi  nesse  contexto,  o  da  necessidade  de  conhecer  o  homem  que  se 
faz  por  si  mesmo,  tanto  em  seus  aspectos  objetivos   (do  comportamento) 
como  em  sua  subjetividade  (sentimentos,  emoções,  desejos…),  que   a 
psicologia encontrou as perfeitas condições de atuar como ciência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


 
 
 
 
 
Aula 4 ­ Aspectos históricos e conceituais da interface Psicologia e 
Educação ­ Parte III 
 
A  abordagem  naturalista  trouxe  consideráveis  contribuições  para  o 
conhecimento  científico  da   psicologia,  pois  apresentou  aprimoramento, 
técnicas   e  procedimentos  para  analisar  o  comportamento  humano,  porém, 
sua  perspectiva  objetiva  permitia  que  os  processos  psicológicos  fossem 
analisados  da  mesma  forma  como  se  estudava  os  demais  fenômenos  da 
natureza,  e  na  contraposição  a  essa  lógica,  a  perspectiva  das  ciências  
humanas  tem  como  prioridade  a  análise  da  experiência  vivida,  a 
especificidade humana e sua subjetividade. 
É  no  embate  das  ciências  naturais  com  as  ciências  humanas  que  se 
percebe  claramente  a  dicotomia  entre  a  objetividade  e  a  subjetividade  e  as 
linhas da psicologia se constituíram nessa relação. 
Mesmo  considerando que  psicologia  enquanto  ciência  teve  seu marco 
com  Wilhelm  Wundt,  na  Alemanha,  foi   nos  Estados  Unidos  que  ela  se 
desenvolveu  e   nesse   contexto  surgem  as  primeiras  abordagens  ou  escolas 
da psicologia. 
O   reconhecimento  da  psicologia  enquanto  ciência  ocorre  a  medida 
que  ela  se  liberta  da  Filosofia  e  adquire  padrões  formais  de  produção  de 
conhecimento,  as  teorias  deveriam  obedecer  critérios  e  metodologias 
científicas. 
As  teorias  mais  importantes  desse  período  são:  Estruturalismo,  o 
Funcionalismo  e  o  Associacionismo,  e  essas  teorias  foram  de  fundamental 
importância  no  século  XX,  quando  passaram  a  coexistir  com  o 
behaviorismo, gestaltismo e a psicanálise, que veremos mais adiante. 
Estruturalismo:  Este  é  o   sistema  psicológico  que  teve  como  objeto  
de  estudo,  a  consciência  e  seus  elementos  básicos,  observando  a 
experiência  imediata   dos  sujeitos  e  o  maior  representante  foi  Wilhelm 
Wundt,  utilizando  a  instrospecção  como  método,  ou  seja,  a  observação  do 
comportamento  se  dava  através  de  estímulos  às pessoas  e  posteriormente 


 
a  realização  do  estudo  da  consciência  em  seus  aspectos  estruturais, 
separando  seus  componentes  para  um  estudo  das  partes,  tomando  como 
referencia o método cartesiano (René Descartes) 
Funcionalismo:   Considerado   como  a  primeira  sistematização 
americana,  os  principais  teóricos  foram  Willian  James  e  John  Dewey, 
recebeu  influencia  da  teoria  evolucionista, e também tinham como objeto, a 
consciência,  porém,  sua  ideia  central  foi  em  estudar  como  a mente opera e 
o  que  ela  contém,  os  processos  psicológicos  são  pensados  com  processos 
que têm funções. 
Associacionismo:  Essa  é  a  corrente  teórica  que  orienta  o 
Behaviorismo,  teve  como  principal  representante  Edward  Thorndike.  O 
destaque  dessa  abordagem  é  por  ter  sido a  primeira a formular uma teoria  
sobre  a  aprendizagem,  em  sua  concepção  esse  fenômeno  ocorre  por  um  
processo  de  associação  das  ideias.  Foi  por  meio  de  estudos  experimentais 
em  animais  que se inicia a conceituação dessa abordagem experimental. Foi 
essa  linha  que  consolidou  o pressuposto de que um comportamento tende a 
se  repetir  quando  é   recompensado  e  que  a   punição  pode  extinguir  um 
comportamento indesejado. 
São  as  divergências  nas  linhas  de  compreensão  do  comportamento 
humano  que  subsidiam  as  escolas  psicológicas  e  o  aprimoramento  das 
técnicas   e  dos  procedimentos  de  estudo  relativos  à  psicologia  enquanto  
ciência. 
Se  fizermos  um  resgate  conceitual  do  caminho  trilhado  pela 
psicologia,   percebemos  que  é   das  diversas  formas  de  observar  o 
comportamento humano  que  derivam  as  metodologias  próprias  e  são essas 
técnicas   que  podem  contribuir  no   exercício  de  outras  profissões, 
especialmente  as  quais  têm   como  objeto  da  prestação  de  seus  serviços,  o 
homem  e  suas  particularidades,  isso  se  aplica  diretamente  à  educação e ao 
processo de ensino­aprendizagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Aula 5 – Porque a existência de Escolas Psicológicas? 
 
  É  importante  compreender  a  transição  da  psicologia  do  campo  da 
reflexão  filosófica  para  a  ciência,  com   estrutura  de  estudo  sistemática  e 
métodos  próprios   de  comprovação/refutação  de  hipóteses  e  assim  a 
formação das escolas psicológicas. 
Já  discutimos  aqui  o  quanto  foi  ampla  a  reflexão  sobre  a  relação  do 
comportamento  e  a  capacidade  de  aprendizagem  do  homem,   desde  o 
conhecimento  de  senso  comum,  aquele  que  se  deriva  das  experiências  do 
cotidiano,  sem  a  necessidade  de   evidências  e/ou  comprovações,   que 
embasou  as  reflexões  filosóficas  até  o  reconhecimento  no  campo  científico, 
com  conceitos  e  métodos  definidos,  porém,  é  notório  também  que  entre  os 
diversos  pensadores  havia  divergências  de  concepções  ou  mesmo 

11 
 
diversidade  de  teorias, com  aperfeiçoamento  das  “verdades” anteriormente 
apreendidas. 
A  variedade  e  diversidade  das  teorias  da  psicologia  são  resultantes 
dessa  ciência  que  tem  como  “objeto  de  estudo”  o  homem  em  sua 
complexidade,  portanto,  quando  nos  referimos  às  “escolas  psicológicas” 
estamos  relacionando  ao  pensamento  ideológico  de  um  “líder”,  o  qual   em  
geral,  orienta  um  grupo  ou  um  movimento  que  compartilha  da  mesma 
orientação teórica.  
A  ciência  é  uma  construção  histórica,  deste  modo  as  “verdades”  são 
provisórias,  portanto,  desconfia  das  certezas  e  dos dogmas já estabelecidos 
e  busca  novas  respostas. Toma os fenômenos da natureza e os fatos sociais 
como problemas científicos.  
 
✓ A ciência é​
 objetiva​
, pois procura leis universais;  
✓ A  ciência  é  quantitativa  porque  busca  medidas  e  critérios   de 
comparação;  
✓ A  ciência  é  homogênea  porque  busca  leis  gerais  de  funcionamento 
dos fenômenos;  
✓ A  ciência  é  ​
generalizadora​
,  pois  reúne  individualidades  sob  as 
mesmas leis e os mesmos critérios de medidas;  
✓ A  ciência  é  diferenciadora​
,  pois  distingue  fenômenos aparentes que 
obedecem a estruturas diferentes;  
✓   ciência  só  estabelece  ​
relações   causais  depois  de  investigar  a 
natureza  ou  estrutura  do  fato  estudado  e  suas  relações  com  outros 
semelhantes e diferentes. 
✓ A  ciência  surpreende­se  com  a  ​
regularidade​
,  com  a  ​
constância​

com a ​
frequência​
, com a ​
repetição​
 e com a ​
diferença​
.  
 
Diante dessa contextualização, verificamos que a psicologia no campo 
das  ciências,  precisou  aperfeiçoar  seus  métodos  e  desde  Wundt,  houve  a 
preocupação  em  definir  o  objeto  e  a  técnica   de  estudo.  Inicialmente,  a 
psicologia  de  Wundt  se  localizava  como  ciência   intermediária  entre  as 
naturais  e  as  da  cultura,  utilizando­se  dos  métodos  de  experimento  e 
observação,  sua   abordagem  científica  teve  como  objeto  a  experiência 
imediata do sujeito. 

12 
 
Dando  sequência  à  estruturação   da  psicologia  científica,  Titchener 
posicionou  a  psicologia  no  campo  das  ciências  experimentais,  tendo  como 
referência  a  fisiologia  para  explicar  os  fenômenos  da  vida  mental,  seu 
método  se  baseou  na introspecção e experimentação e o objeto foi o estudo 
da consciência em suas partes para atingir a estrutura. 
Os  conceitos  elementares  desses  estudiosos  subsidiaram  a   origem 
das  escolas  de  psicologia,  sendo  que  o  behaviorismo  foi  considerado  a 
primeira  escola  que  aparece  como  crítica  aos  sistemas  citados 
anteriormente,  foi  com  referencia   nas  teorias  de  Thorndike   e  Pavlov 
(1849­1936)   que  o   Behaviorismo  ganhou  força  e  forma,  consolidando  a 
ideia  de estímulo­resposta,  defendendo  que  um  comportamento  tende  a  se 
repetir  se  recebe  recompensa  e  que  a  punição   é  a  melhor   forma  de 
extinguir  determinado  comportamento,  essa  teoria  defende  a  tese de que a 
aprendizagem  acontece  através  da  associação  ou  conexão  com  as 
experiências anteriormente vividas. 
 
 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

13 
 
 
 
 
 
AULA 6 ­ ​
ATIVIDADES 
 
Como  vimos  nas  aulas  anteriores  há  uma  distinção  entre  o  que  se 
considera  como  Ciências  Naturais  e  Ciências  Humanas,  a  primeira  está 
relacionada  a  objetividade/racionalidade,  à  corrente  Filosófica  Positivista, 
onde  os  resultados  eram  obtidos  através  da  aplicação  de  métodos 
experimentais e a classificação, matematização.  
Nas  Ciências  Humanas  há  preservação  em  seus  estudos  da 
especificidade   humana,   a  experiência  e  a  sua  subjetividade.  A  constituição 
das  Ciências  Humanas  consolidou­se  a  partir  das  contribuições  de  três 
correntes  do  pensamento  que,  entre  os  anos  20  e  50  do  século  XX, 
provocaram  uma  ruptura  epistemológica  e  uma  revolução  científica  no 
campo das humanidades. 
A  fenomenologia  ​
que  introduz  a  noção  de  essência  ou  significação 
como  um  conceito,  permitindo  que  fosse  feita  a  diferença  rigorosa  entre  a 
essência  da  “natureza”  e  a  essência  do  “homem”:  o  psíquico,  o  social,  o 
histórico, o cultural.  
O  estruturalismo  permitiu  que  as  ciências  humanas  construíssem 
métodos  de  investigação para seus objetos de estudo, mostrou que os fatos  
humanos  assumem  a  forma  de  estruturas,  de  sistemas  que  criam  seus  
próprios  elementos  dando  a  eles  sentido  pela posição  e função que  ocupam 
no todo. 
O  marxismo  permitiu  compreender  que  os  fatos   humanos  são 
instituições  sociais  e  históricas  produzidas  pelas  condições  objetivas  nas 
quais a ação e o pensamento humano devem realizar­se.  
Assim:  
­  a  fenomenologia   permitiu  a  definição  e  a  delimitação  dos  objetos 
das ciências humanas;  
­  o   estruturalismo  permitiu  a  criação  de  uma  metodologia  que 
chegasse às leis dos fatos humanos;  
­  o   marxismo  permitiu  compreender  que  os   fatos  humanos  são  
historicamente  determinados  e  que  a  historicidade,  longe  de  impedir   que 

14 
 
sejam  conhecidos,  garantem  sua  interpretação  racional  e  o  conhecimento 
de suas leis. 
Você  deve   estar  se  perguntando  o  porquê  dessa  diversidade  de 
significações  e  nomenclaturas  para  as  correntes  filosóficas  e 
consequentemente  para  as  escolas  da  psicologia,  portanto,  vale  a  pena 
refletir  sobre os conceitos que permeiam essas linhas de pensamento, a sua 
postura  teórico­crítica  diante  dos conceitos que abordamos em nossas aulas 
(e  ainda  continuaremos  a  detalhar  posteriormente)  são  de  fundamental 
importância  para  a  formação  de  sua  prática  profissional,  pois  estamos 
tratando da complexidade humana. 
A  atividade  prática   proposta  nessa  aula,  sobre  a  palestra  proferida 
pela  professora  Maria  helena  Souza  Patto  deverá  estimular  a  análise  crítica 
e  conceitual  do  caminho  que  trilhamos  até  aqui,  especialmente  no  que  se 
refere  à  dicotomia  encontrada  nas  formas  de  entendimento  do  “homem”  e 
na compreensão de “como” ele adquire o conhecimento.  
Podemos  verificar  que  são  variados  os  modelos  didáticos  que  podem 
ser  utilizados  para  compreender  o  processo  de  desenvolvimento  e 
aprendizagem, especialmente na infância e adolescência e por este motivo a 
história  da  Psicologia   possui  uma  estreita  relação  com  a  história  da  
educação. 
A  Psicologia  da  Educação  se  construiu  com a finalidade de subsidiar a 
prática  de  ensino­aprendizagem  e  as  linhas  teóricas  das  escolas  de 
psicologia  do  século  20  foram  grandes  balizadoras desse  processo  e  são  as 
abordagens que orientam a prática profissional até os dias atuais. 
Nas  atividades  propostas  nesta   aula,  é  importante  distinguir  a 
diferença  entre  o  conhecimento  de senso comum daquilo que se denominou 
ciência,  não  que  o  senso  comum  mereça  um  patamar  de  desvalorização, 
muito  ao  contrário,  foi  através  desse  modelo  que  se  pôde  chegar  às 
conclusões  científicas,  mas  na  prática  profissional  é  de  suma  importância  a 
compreensão  dessa  distinção  e  a  busca  por  conhecimentos  e  técnicas  que 
sejam  de  reconhecido valor científico, como os que estamos conhecendo  em  
nossas aulas. 
Portanto,  até  aqui,  nós   conhecemos  a  trajetória  histórica  da 
psicologia  até   conquistar  o  status  de  ciência,  a  partir  desse  momento 
conheceremos  mais  detalhadamente  a  própria  ciência,  os  desdobramentos 

15 
 
dela  e  sua  configuração  através  das  escolas   da  psicologia,  nessa 
perspectiva,  primeira  abordagem  que  estudaremos  na  próxima  aula  será  o 
behaviorismo.  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 7 ­ ​
Escolas Psicológicas – Behaviorismo 
 
O   Behaviorismo  tem  sua   origem  nos  Estados  Unidos,  com  John  B. 
Watson,  sua  teoria  foi  considerada  muito  importante  na  época,   pois 
apresentava  objetividade,  definia  o  fato  psicológico  de  maneira  concreta,  a 
partir  do  comportamento,  portanto  o  termo  inglês  ​
behavior  ​
significa 
“comportamento”,  configurando­se  este  o  objeto  de  estudo  dessa  linha  da 
psicologia.  
O   Behaviorismo  destaca  a  importância  de  fatores  externos,  do 
ambiente  e  da  experiência  sobre  o  comportamento   da  criança,  Watson 
defendia  a  perspectiva  funcionalista,  pois  o  comportamento  era  estudado  
como  função  de  certas  variáveis  do  meio,  ou  seja,  os   estímulos  seriam 
propulsores das respostas do organismo. 
 

­  ​
o  comportamento  é  uma  resposta  do  organismo  a  algum  estímulo 
presente no ambiente​ . 

­  ​
o  estímulo  é  toda  modificação  do  ambiente  que  pode  ser  captada 
pelo organismo por meio dos sentidos​ . 

­  ​
as  respostas  são  modificações  que   ocorrem  no  organismo  em 
decorrência desses estímulos.  

16 
 
  Interessado  em  saber como  as  crianças  aprendiam  comportamentos 
emocionais,  realizou  pesquisas  com  crianças  de  4  meses a 1 ano que foram 
criadas  em  hospitais e não tiveram contato com  os animais do experimento. 
Os  animais  foram  apresentados  às  crianças  e  suas  reações  anotadas   pelo 
pesquisador.  As  crianças  não  manifestaram  medo.  Watson  já  havia 
verificado  que  situações  como   exposição  a  ruído  forte,  perda   de  equilíbrio 
ou  sensação de  dor  provocavam  medo  nas crianças  (situações originais que 
suscitariam medo). 
Para  Watson  ​
o  medo  é  um  sentimento  aprendido  através  de 
condicionamento​
.  Ele  resolveu  verificar  se  era  possível  produzir  uma 
reação de medo em laboratório. 
  O   experimento  foi  realizado  com  uma  criança  de  11  meses  que  não 
manifestava  medo  de  animais  peludos  (coelho,  rato).  Em  laboratório, 
quando   era  apresentado  à  criança  um  rato  branco  e  quando  ela  o  tocava,  
um   ruído  forte  era  produzido.  A  criança  começou  a  manifestar  reações  de 
medo (estremecia e chorava). 
Após  varias  repetições  desse  procedimento,  a  criança  passou  a 
apresentar  reações  de  medo  diante  da  apresentação  do  rato,  sem  a 
apresentação  do  ruído.  Verificou  que   essa  reação  estendia­se  a  outros 
animais  peludos  que  lembravam  o  rato  branco (cão, coelho, pelúcia, casaco 
de pele). 
Esse  é  um experimento de aprendizagem por condicionamento 
clássico​
.  Um  estímulo  que  originalmente  não  provocava  a  resposta  de 
medo  (rato  branco)  foi  associado  a  outro  que  provocava  (ruído  forte), 
tornando­se  um  estímulo  condicionado.  A  reação  de  medo  a  animais 
peludos foi aprendida pela criança. 
Para  Watson  a  maioria  das  reações  emocionais  das  pessoas  é 
aprendida a partir da influência do ambiente. 
O   mais  importante  behaviorista  após  Watson   foi  Burrhus  Frederic 
Skinner  (1904­1990).  Skinner  interessou­se  pela  ​
aprendizagem  por 
condicionamento  operante,  realizando pesquisas com ratos, pombos 
e pessoas. 
Para  estudar  a  ​
programação  do  reforço  no  condicionamento 
operante​
,  Skinner   utilizou­se  de  pesquisas  com  ratos  brancos.   Em  uma 
caixa  de  metal  retangular,  com  isolamento  acústico,  controle  de 

17 
 
temperatura  e  luminosidade,  contendo  no  interior  uma  bandeja,  uma  barra 
horizontal  (que  quando  acionada  liberava  alimento)  e  um  orifício  (que 
liberava água), desenvolveu seus experimentos – ​
caixas de Skinner. 
Através  dos   experimentos,  buscou­se  estudar  a  relação  entre 
estímulo, reforço e o resultado no comportamento. 
Seus princípios foram: 
● O comportamento positivamente reforçado irá se repetir; 
● As  informações  devem  ser  apresentadas  de  forma  gradual,  para  que 
o reforço seja possível; 
● Os  reforços  vão  se  generalizar,  reproduzindo  o  que  chamou  de 
“condicionamento  secundário”,  ou  seja,  o  comportamento  será 
modificado  também  em  situações  semelhantes  á  qual  recebeu  o 
estímulo. 
É  importante  ainda  discorrermos  sobre  as  noções  de  comportamento 
para o behaviorismo. 
Comportamento  respondente:  Podemos  chamar  de  comportamento  por 
reflexos, aqueles involuntários. 
Comportamento  operante​
:  é  resultante  de  uma  atuação  propositiva, 
como  o próprio  nome  sugere  é  operar  sobre  o  mundo, é  a  ação  do  homem 
sobre  o  meio  e  o  resultado que  se  obtém.  É baseado nesse comportamento 
que Skinner atua com os reforços. 
Reforçamento:  ​
é  toda  consequência,  que  altera  a   probabilidade  de  uma 
resposta.  O  reforço   pode  ser  positivo,  quando  aumenta  a  probabilidade  da 
resposta  que  o  produz  ou  negativa,  quando   aumenta  a  probabilidade  de 
uma resposta que o remova ou atenua. 
Extinção:  é  um  procedimento  que  ocorre  quando  uma  resposta  deixa  de 
ser  reforçada e em consequência o comportamento  diminui  sua frequência e 
pode inclusive ser extinto. 
Punição:  é  o  procedimento  que  funciona  para  reduzir  a conduta, envolve a 
apresentação  de  um  estímulo  aversivo  ou  a  remoção  de  um  reforçador 
positivo. 
No  que  se  refere  à  educação,  Skinner   defendia  a  eficácia  do  reforço 
positivo, sugerindo o uso de recompensas e estímulos positivos para atrair o 
comportamento e  a  aprendizagem esperada,  essas técnicas são conhecidas 
como método de ensino programado. 

18 
 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 

19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULA 8 ­ ​
ESCOLAS PSICOLÓGICAS​
: ​
GESTALT 
 

A  Gestalt  é  uma  tendência  teórica  com  significativa  coerência  na 


história  da  Psicologia,  possui  base  metodológica  forte  e  está  alicerçada  na 
psicofísica. 
A  dicotomia  entre  o  Behaviorismo  e  a  Gestalt  está  em  que  para  os 
Gestaltistas  o  comportamento  não  deve  ser  estudado  de   forma  isolada 
como  ocorre  com  os  estímulos  trabalhados  no  behaviorismo,   a  Gestalt 
considera  que   deve­se  levar  em  consideração  também  as  condições  que 
alteram  a  percepção  do  estímulo,  porém,  reservadas  as  diferenças  de 
posições,  ambas   têm  diante  de  si  o  mesmo  objeto  de  estudo:  o 
comportamento.  
Com  a  influência  de  Ernst  Mach   (1838­1916),  físico,  e  Christian  von 
Ehrenfels  (1859­  1932),  filósofo  e psicólogo,  a  Gestalt  fundamentou­se  nos 
estudos  sobre  as  sensações  (o  dado  psicológico)  de  espaço­forma  e 
tempo­forma  (o  dado  físico).  Foi  Max  Wertheimer  (1880­1943),  Wolfgang 
Köhler  (1887­1967)  e Kurt Koffka (1886­1941), que relacionaram a forma e 
sua percepção e construíram a referencia para essa teoria psicológica.  
A  Psicologia  da  Gestalt  surgiu   na  Alemanha  do  século  XX,  em  parte 
como  crítica às psicologias de tendência Positivista como o Behaviorismo  e o 
Estruturalismo,  essa  abordagem  considera  que  o  objetivo  da  Psicologia  é o 
estudo da experiência de um organismo total, com ênfase à percepção.   
A  gestalt  se  ocupa  da  análise  dos  elementos  essenciais  que  existem 
nos  processos  de  organização  que  reúnem  os   elementos  da   experiência  
numa unidade complexa.  

20 
 
A  ​
percepção  é  o  ponto  de  partida  dessa  linha da psicologia.   Entre o 
estímulo  do  meio   e  a  resposta  do  indivíduo  encontra­se  o  ​
processo  de 
percepção:  ​
O  que  o  indivíduo  percebe  e  ​
como  percebe  são  dados 
importantes para a compreensão do comportamento humano​
.  
A Gestalt tem como base: 
● O  isomorfismo   (suposição  de  uma  unidade  no  universo,  em  que  a 
parte está relacionada ao todo).  
● A  boa­forma​
,  a  ​
nossa  percepção  tende  a  buscar  ​
a  boa­forma 
(equilíbrio,  simetria,  estabilidade  e  simplicidade).   A   maneira  como 
percebemos  determinado  estímulo  desencadeará  nosso 
comportamento.  A  nossa  percepção  do  estímulo  é  mediada  pela 
forma como ​
interpretamos​
 o conteúdo percebido. 
● O  Meio  geográfico  e  meio  comportamental,  ​
o  ​
conjunto  de 
estímulos  determinantes  do  comportamento  é  denominado  de  ​
meio 
ou   meio  ambiental​
,  sendo  dois  tipos  de  meios:  ​
geográfico  e 
comportamental​

 
O  ​
meio  geográfico  é  o  meio  físico  (objetivo)  e  o  ​
meio 
comportamental  é o meio resultante da interação do individuo com o  meio 
físico  o  que  implica  a  interpretação por meio da lei da percepção (equilíbrio, 
simetria, estabilidade, simplicidade). (BOCK, 2001) 
 
● O  Campo  psicológico,  ​
é  entendido  como  um   campo  de  forças  que 
busca  a  boa­forma  de  situações  pouco  estruturadas:  ​
Proximidade​

os  elementos mais  próximos  tendem  a ser agrupados; ​
Semelhança​

os  elementos semelhantes são agrupados; ​
Fechamento​
: ocorre uma 
tendência  de completar os elementos faltantes da figura para garantir 
sua compreensão . 
● O  Insight:  ​
a  aprendizagem  pressupõe  a  relação  entre  o  todo  e  a 
parte,  em  que  o  todo  tem  papel  fundamental  na percepção do objeto 
percebido, possui característica deferente do associacionismo. 
 
Existem situações que dificultam o processo de aprendizagem, porque 
não  permitem  uma  clara  definição  de   figura­fundo,  impedindo  a  relação 
parte­todo.  Por  exemplo,  acontece,  de  olharmos  uma  figura  que  não  tem 

21 
 
uma  distinção   clara  entre  figura  e  fundo  e,  de  repente  temos  um  insight, 
uma compreensão imediata.  
Um  grande  colaborador  para  a  propagação  da  teoria  da  Gestalt,  foi 
Kurt  Lewin  (1890­1947)  que  trabalhou   por  dez  anos  com  os  expoentes 
gestaltistas  na  Universidade  de  Berlim,  e  dessa  colaboração  desenvolveu 
sua  ​
Teoria  de  campo​
.  Ele  abandona  psicofisiologia  e  busca  na  ​
física  as 
bases metodológicas de sua Psicologia. 
A  Psicologia  da  Gestalt busca a compreensão da experiência subjetiva  
e  tem  como  objetivo  o  estudo  da  experiência  imediata  do  sujeito, 
especialmente  pela  percepção,  como  já  dissemos,  o  objeto  de  estudo  é  o  
comportamento em sua  totalidade,  isso  inclui  a  consciência  e  seu método é 
a  observação  direta  e  a   introspecção.   Em  resumo,  os  Gestaltistas  se  atêm 
em  dois  aspectos  essenciais:  Reconhece  a  importância  da  experiência 
imediata   e  preocupa­se  em  relacionar  essa  experiência  com  a  natureza 
física, biológica e com valores socioculturais do sujeito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULA 9  ­ ​
ESCOLAS PSICOLÓGICAS​
: ​
PSICANÁLISE 

23 
 
 
Não  há  possibilidade  de  falar  em  Psicanálise  sem  nos  remetermos  à 
Freud  e   ao  inconsciente,  essa  escola  da  psicologia  considera   que  seu 
objetivo  de  estudo  é  a  motivação  humana,  que  em  grande  parte  é 
inconsciente  e  deve  ser   estudada  através  dos  sonhos,  símbolos  ou  livre 
associações. 
Sigmund  Freud  (1856  –  1939)  era  médico,  formado  na  Universidade 
de  Viena,  se  especializou  em  psiquiatria  e  sua  atuação  teve  destaque  no 
atendimento  de   “problemas  nervosos”  e  posteriormente  a  histeria.  Esse 
homem  alterou  o  modo  de  pensar  a  vida  psíquica,  colocou  as  fantasias,  os 
sonhos,  os  esquecimentos  e  a interioridade da vida psíquica como problema 
científico. Desenvolveu uma nova área de conhecimento, a ​
Psicanálise​

O   termo  psicanálise  é  usado  para  se  referir  a  uma   ​
teoria  ​
(um 
conjunto  de  conhecimentos  sistematizados  sobre  a  estrutura  o 
funcionamento  da  psique  humana),  a  um  ​
método  de  investigação 
(caracteriza­se  como  um  método  interpretativo  que  busca  o  significado  dos 
sintomas,  sonhos,  delírios,  chistes,  atos  falhos,  lapsos)  e  a  uma   ​
prática 
profissional. 
No  início  Freud   trabalhou  com a  ​
hipnose  não  somente  com  objetivos 
de  sugestão,  mas  para  conhecer  a  origem  dos  sintomas.  Posteriormente 
trabalhou  com  o  ​
método  catártico  e  depois  veio  a  abandoná­lo  porque nem 
todos  os  pacientes  se  prestavam  a  hipnose.  Outra  questão  era  que 
reapareciam  outros  sintomas.  Desenvolveu  a   técnica  de  ​
concentração  na 
qual  a  rememoração   sistemática  era  feita  por  meio  da  conversação  e,  por 
fim,  atendendo   a  sugestão  de  uma  jovem,  aboliu  as  perguntas  e  passou  a 
escutar a fala ​
desordenada do paciente​
.  
Depois  desenvolveu  um  novo  ​
método  interpretativo​
,   por  meio  da 
técnica  da  ​
associação  livre  (o  individuo  relata  seguindo  o  fluxo  de 
suas  ideias)  e  da  atenção  flutuante,  por  meio  do  qual  solicitava  ao 
paciente  repousasse  sobre  o  divã  e  encorajava­o  a  dizer  o  eu  lhe  viesse  à 
mente. 
Freud nomeou ​
três instancias psíquicas​

­  O  ​
inconsciente  (conjunto  de  conteúdos   não  presentes  na  consciência; 
constituído  por  conteúdos  reprimidos  que  não  tem  acesso  as  demais 

24 
 
instancias  psíquicas,   pela  ação  da  censura  interna;  possui  leis  próprias  de 
funcionamento, é atemporal e amoral); 

­  ​
pré­consciente  (instância  psíquica   onde  permanecem  conteúdos 
acessíveis   à  consciência;   refere­se  aquilo  que  agora  não  está   na 
consciência, mas depois pode estar); 

­  ​
consciente  (refere­se  a  instância  psíquica  que  estabelece  a  ligação entre 
os  conteúdos  do  mundo  exterior  e interior, como o fenômeno da percepção, 
atenção e raciocínio – percepção do mundo exterior). 

Freud  também  tem   seu  reconhecimento  na  descoberta  da 


sexualidade  infantil,  pois  em  suas  pesquisas  de   quadros  clínicos  sobre 
neuroses,  percebeu  que   a  maioria  de  pensamentos  e  desejos  reprimidos 
referiam­se  a  conflitos  no   âmbito  sexual   e  estudando  o  desenvolvimento  
infantil  nomeou  o  processo  de  desenvolvimento  psicossexual.  Esse 
postulado  teórico  foi  bastante  criticado  em  sua  época,  pois  a  sociedade 
tinha  padrão  moral  puritano  e  a  criança  era  vista  apenas  como   um  ser 
indefeso, inocente, sem muito reconhecimento social. 
A  teoria  psicanalítica  é  consideravelmente  densa  e  Freud   se 
aprofundou  em  conhecer   e  classificar  os  recursos  de  percepção   que  os 
sujeitos  possuem  e  utilizam  para  direcionar  seu  comportamento  e  sua 
aprendizagem. 
Embora  a  psicanálise  seja  uma  abordagem  utilizada  com 
predominância nos consultórios, ela tem grandes contribuições sociais e tem 
sido  utilizada  em  diversos  segmentos.  Na  educação  é  possível  refletir sobre 
o  desenvolvimento  humano  e  o  aparelho  psíquico,  amplamente  abordado 
pela Psicanálise.  
A  partir  dos  pressupostos   teóricos  da  psicanálise  é  possível  
compreender  o  comportamento  da  criança,  daí  a  importância  de  se 
conhecer  sobre  a  fase  do  complexo  de  édipo,  descoberta/interesse  pela 
sexualidade,  a  função  do  afeto  para  o desenvolvimento infantil, os impulsos 
da  criança  e  outros  aspectos  abordados  nesta  abordagem,  que  não   se 
apresenta  como  uma  teoria  concreta  para  a  educação,  mas seus elementos 
podem  fornecer  subsídios  para  intervenções  na  prática  de 
ensino­aprendizagem.  

25 
 
A  Psicanálise  nos  revela  uma  nova  reflexão,  especificamente  sobre  o 
tipo de relação professor­aluno que se estabelece e  quais as expectativas do 
professor em relação ao comportamento do aluno. 
 
 
 
AULA 10  ­ ​
ATIVIDADES 
 
Em   nossas  aulas  percorremos  uma  importante  trajetória  histórica  da 
psicologia  e  já  conhecemos  algumas  de   suas  escolas, com  reconhecimento 
científico  e  métodos  consagrados  pelas  diferentes  correntes  teóricas,  se 
você  escolheu  trabalhar  com  o  ser  humano  em  seu  processo  de 
aprendizagem,  esses  conceitos  são  de  fundamental  importância  e  conhecer 
o  percurso  de  alguns  teóricos  em   busca  dessas “descobertas”  faz  parte  da 
identificação da sua práxis. 
A  atividade  avaliativa  desta aula suscita a sua reflexão sobre todos os 
conceitos   que  abordamos  até  o  momento,  em  seu  núcleo  o  que  apresenta 
nada  mais  é  do que o  processo de desenvolvimento humano. Na atividade 1 
você  deverá  refletir  sobre  a  frase  na  sua  perspectiva   e  relacionar  com  a 
subjetividade humana. 
Já  na  atividade  2  e  3  as  questões objetivam verificar a aprendizagem 
sobre as teorias da psicologia que discorremos até este ponto. 
As  tendências  que  estudamos  são  bases  para  a  prática  pedagógica, 
são  diversos  autores  da  psicologia  que  poderão  contribuir  em conjunto com 
os   demais  autores  das  diversas  áreas  do  saber,  pois  a prática  na  educação 
não  é  estritamente  pedagógica,  ela  recebe  influências  de  elementos 
históricos,  sociais,  políticos,  portanto,  a  escola  moderna  precisa  se  adaptar 
aos  momentos,  assim  como  ocorre  com  a  ciência  e  consequentemente vem 
acontecendo na psicologia. 
Se  vocês  observarem  em  outros  autores  da  pedagogia,  verificarão 
que  também  possuem  embasamento  teórico  nas  correntes  filosóficas  e  em 
algumas tendências que abordamos até aqui. 
Cabe  deixar   claro  que  quando  tratamos  sobre  a  interface  da 
Psicologia  com  a  Educação  não  quer  dizer  que  obrigatoriamente  deve­se 
escolher  uma   ou  outra  abordagem  para  trabalhar,  na  verdade  há  conceitos 

26 
 
que  o  profissional  ou  a  instituição  podem  possuir  maior  identificação,  mas 
de maneira geral todas as fontes são importantes para fornecer subsídios na 
prática de ensino. 
Agora,  diante  de  todo  o  conceito  que  estudamos,  cabe  aqui  uma 
indagação,  você  acredita  que  a  psicologia  pode  melhorar  os  procedimentos 
da educação? 
Não  há  como  contestar  que  as  descobertas  realizadas  pela  psicologia 
sobre  a  criança  e  seu  processo  de  desenvolvimento  biopsicossocial  foram 
preponderantes  para  que  a  Educação  aprimorasse   seus  métodos,  desde 
detalhes  simples   como  a  organização  “física”  do  ambiente,  os  materiais 
utilizados  e  as  técnicas  de  ensino.  Certamente   essas  adaptações 
aconteceram  e   ainda  acontecem  graças  ao  trabalho  de  muitos  psicólogos 
preocupados com o desenvolvimento e a aprendizagem. 
A  psicologia  educacional  tem  contribuído   na  alfabetização,  educação 
de  jovens  e  adultos,  inclusão  de  pessoas  com  deficiências,   na  relação 
professor­aluno,  nas  intervenções  institucionais  do  espaço  escolar  e  em 
muitos  outros  aspectos,  a  psicologia  transformou  a  aprendizagem  em  um 
processo a ser investigado. 
Embora  o   seu  desenvolvimento  científico  não  tenha  se  dado 
diretamente  em  sala  de  aula,  mas   sim  nos  laboratórios,  algumas  teorias 
tiveram  relevância na  prática educativa, como o o trabalho de Skinner sobre 
a relação do reforço e a aprendizagem. 
Os  Behavioristas  enfatizam  o  papel  do  ambiente  no  desenvolvimento 
e  não  podemos  descartar  que   o  ambiente  escolar  é  fundamental  nessa 
relação,  não  que  os  outros  espaços  de  convivência  não  o  sejam,  mas  a 
escola possui os recursos e as possibilidades de propiciar a aprendizagem. 
A  Gestalt  também  apresentou  conteúdos  sobre  a  importância  do 
ambiente, mas principalmente a percepção que o aluno tem do estímulo que 
recebe,   na  educação   essa  teoria  pode  ser  aplicada  para  pensar  em  como  o 
aluno recebe o conteúdo e como ele é apreendido. 
E  a  psicanalise  inovou  com  seus  conceitos  sobre  o  homem  em  seu 
núcleo  mais   íntimo,  o  inconsciente.  Para  a  perspectiva  da  educação  essa 
teoria  trouxe  a  reflexão  sobre  a  relação  aluno­professor,  o  funcionamento 
psíquico do aluno e especialmente as contribuições de Ana Freud que tratam 
da aplicação da psicanálise na pedagogia. 

27 
 
Assim,  concluímos  que a  contribuição da psicologia para a  pedagogia 
está  na  junção  de  diversos  saberes  que  subsidiam  a  prática  de  “como 
ensinar”, “como se aprende” e “em quais condições se aprende.” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULA 11 – ESCOLAS PSICOLÓGICAS: HUMANISMO 
 
Parece  que  o  conjunto  de  teorias  estudadas  até  aqui  já  é  o  bastante 
para  a  psicologia,  mas  as  descobertas  não  param  por  aí,  hoje  veremos que 
a  escola   humanista  prega  o  homem  em  processo  de  construção,  o  qual 
possui  liberdade   e  poder  de  escolha,  seu  foco  é  a  experiência  vivida  e  as 
possibilidades de superação. 
Recebeu  forte  influência  do  existencialismo  e  da  fenomenologia  e 
emergiu  como  uma  oposição  aos  determinismos  das  antecessoras, 
contrapondo­se  à  ideia  de  análise  focada  no  comportamento,  defendida 
pelos  Behavioristas,  bem  como  ao  enfoque  no  inconsciente  e  seu 
determinismo defendido na Psicanálise. 
Para  os  humanistas  o  homem  é  capaz  de  construir  seu  próprio 
destino,  o  principal  teórico  dessa  abordagem  foi  Abraham  Maslow 
(1908­1970),  ele  auto  realizar,  mas  para  isso  deveriam  ter  suas 
necessidades elementares sanadas. 
Essa  abordagem  é  bastante  difundida  nas  teorias  administrativas  e  
justificam o investimento em gestão de pessoas no segmento empresarial. 
Carl  Rogers  (1902  ­1987)  também  foi  um  teórico  reconhecido  pela 
psicologia  humanista,  ele  defendia  que  o  homem   possui  capacidades  e 
potenciais  para  superar  as  situações  vivenciadas, sua  tese  foi  de  que  o  ser 
humano  possui uma visão de si mesmo que pode ser alterado á medida vive 

28 
 
novas  experiências,  as  quais  podem  reforçar  ou  substituir  o  conceito 
anteriormente adquirido. 
Na  relação  ensino­aprendizagem,  Rogers   acreditava  que  seria  mais 
fácil  aprender  de  determinado  assunto  se  ele  fizesse sentido  aos  interesses 
e  objetivos   da  pessoa,  portanto,  nessa  perspectiva,  o  educador  tem  papel 
fundamental em facilitar a aprendizagem. 
A  teoria  humanista possui um viés motivacional, acredita no  potencial 
da  pessoa  em  superar  suas  fragilidades.  A  Gestalt  também se apoiou nessa 
linha  para  o  desenvolvimento  da  gestalt­terapia,  com  a  visão  do  homem 
como sujeito de sua atuação. 
O   professor  que  adotar  esses  conceitos  em  sua  prática,  vai 
demonstrar  sua  crença  na  capacidade  do  aluno  em  superar  seus  limites, 
contrariando  a  velha  máxima  de  que  algumas  pessoas   são  incapazes  de 
superar  as   dificuldades  de  aprendizagem,  e  ele  quiser  e  tomar  consciência 
de que é possível vai atingir as suas expectativas. 
A  abordagem  humanista  dá  ênfase   às  relações  interpessoais  e  a 
contribuição  desta  para  a  integração  e  a centralidade do homem ao mundo. 
No  contexto   da  educação  essa  escola  psicológica  possui  um  significado 
amplo,  pois  contextualiza   o  aluno  não  somente  em  uma  instituição  de 
ensino,  mas  num  espaço  que  contribui  para  torna­lo  capaz  de  tomar 
iniciativa,  adquirir  autodeterminação,  discernimento  das  experiências  
adquiridas,   ou  seja,  os  conhecimentos  contribuem  para  sua  adaptação  às 
situações  mais  adversas.  Na  relação  professor­aluno,  a  relação  é   de 
cordialidade  e  de  participação  democrática,  o  aluno   deve  ser  ativo em seu 
processo  de  aprendizagem  e  o  professor  acolhedor   das  opiniões  e  se 
porventura  surgir  divergências,  o  que  é  normal  nessas  condições,  deverá  
ser o mediador, incentivando a livre expressão. 
Outro  desafio  importante  para  o  educador,  segundo  Carl  Rogers  é 
considerar  as  reações  cognitivas  e  afetivas  do  aluno  no  processo  de 
aprendizagem, pois ambas possuem o mesmo patamar de importância.  
Como  pudemos  ver  e como o próprio nome nos remete, a abordagem 
humanista  coloca  o  homem  no  centro  de  sua  preocupação  filosófica,  ele 
possui as capacidades próprias de se superar. 
A  maior  contribuição  da  escola   Humanista  é  a  da  experiência 
consciente,  acredita­se  na  integralidade  da  natureza  e  do  comportamento 

29 
 
humano,  no  livre arbítrio, espontaneidade  e seu poder criativo. A integração 
do  homem  com  seu  mundo  faz  com  que  ele  sinta  a  realidade  e  possa  
intervir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULA 12  ­ ​
CONCEPÇÕES INATISTA 
 
O   que  iremos  abordar  na  concepção  inatista  não   é  algo  inédito  em 
nossas  aulas,  basta  retroceder  um  pouco  na  história  da  psicologia   como 
conhecimento  do  campo  científico  para  as  origens  dos  questionamentos 
humanos  sobre  a  capacidade  da  aprendizagem.  Afinal,  os seres humanos já 
nascem  sabendo  ou  com  capacidades  inatas  para aprender ou é o meio que 
o transforma? 
Acreditamos  que  a  origem  da  psicologia   está  no  cerne  dessa 
pergunta.  Alguns  filósofos  da  era  Grega  acreditavam  na  premissa  de  que  o 
homem  já  vinha  ao  mundo  carregado  de  saberes, com  o  caráter  biológico,  
hereditário.  A  perspectiva  inatista  sustenta  a  proposta  de  que  as   pessoas 
carregam naturalmente certas aptidões. 
A  maturidade,  a  aptidão  e  a   inteligência  são  temas  abordados 
pela  Psicologia inatista  a  partir  de uma perspectiva teórica que atribui papel 
central aos ​
fatores biológicos​
 no desenvolvimento da criança. 

30 
 
O   modo  de  tratar  o  desenvolvimento  humano  nessa  perspectiva  é 
separar  os  seus  aspectos  mental,  afetivo,  cognitivo, etc. e ordená­los numa 
sequencia evolutiva 
A  abordagem  inatista­maturacionista  parte  do  princípio  que  os 
fatores  hereditários  e  de  maturação  são  mais  importantes  para  o 
desenvolvimento  da  criança  e  para  a  determinação  de  suas  capacidades do 
que os fatores relacionados à aprendizagem e à experiência.  
Ao  considerarmos  as  prerrogativas  da  teoria  inatista,  a  evolução 
psicológica  da  criança  é  determinada  biologicamente  e  a  interação  com  o 
meio social pode apenas limitar ou facilitar seu desenvolvimento. 
Teóricos  desta  abordagem  supõem  que,  do  mesmo   modo  que  a  cor 
dos  olhos,  aptidões  individuais  e  inteligência  são  características  herdadas  
dos  pais  e,  portanto,  já  estão  determinadas  biologicamente  quando   a 
criança  nasce.  Ou  então  que,  do  mesmo  modo  que  o  desenvolvimento 
intra­uterino,  o  desenvolvimento  do  comportamento  e  das  habilidades  da  
criança  é  determinado  por  um  processo  de  maturação  biológica, 
independente da aprendizagem e da experiência. 
Estudos  realizados  por  Alfred  Binet  (1857­1911)  e  Arnold  Gesell 
(1880­1961)   revelaram  através  de  suas  pesquisas  que  os  fatores 
hereditários são de primordial importância no desenvolvimento individual 
Binet  concebia  a  inteligência  como  a  capacidade   de  julgar, 
compreender  e  raciocinar.  Essas  capacidades,  segundo   Binet,  não  podem 
ser  aprendidas,  mas  são  biologicamente  determinadas,  variável  de  uma 
pessoa para outra. 
  Gesell   foi  um  dos  primeiros  pesquisadores  a  se  preocupar  com  a 
evolução  da  criança  (do  nascimento  aos  16  anos),  tendo  estudado  as 
formas  que  o  comportamento  toma  no  decorrer  dessa  evolução,  defendeu 
a  tese  da  prioridade  dos  fatores  de  maturação  biológica  sobre  fatores  de 
aprendizagem ou da experiência na evolução do comportamento da criança.  
Se  partirmos  do  contexto  educacional  para  discutirmos  os  conceitos 
da  abordagem  inatista,   poderíamos  pensar  que  aqueles  alunos  que  são 
filhos  de  pais  analfabetos  poderiam  ter  o  mesmo  destino  dos  pais  devido  à 
alguma limitação genética que levaria à dificuldade de aprender.  
Para  os  inatistas  a  prevalência  é  do  desenvolvimento  sobre  a 
aprendizagem,  esta  última  estaria  em desvantagem, e nesse caso, será que 

31 
 
os   alunos  aprendem  do  mesmo   jeito  se  estão  na  mesma  fase  do 
desenvolvimento? 
Embora  o  inatismo  possua um  caráter  restrito sobre a aprendizagem, 
ele  também  apresenta conceitos  importantes,  especialmente  no  aspecto  do 
desenvolvimento  biológico  e  do  valor  pessoal  de  cada  indivíduo,  que  possui 
singularidades  que  devem   ser  respeitadas  e   a  escola  deve  oferecer  espaço  
para que o aluno que possui esse potencial possa aprimorá­lo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULA 13 ­ CONCEPÇÕES AMBIENTALISTAS 
 
Estamos  aprendendo  sobre  concepções  de  aprendizagem  e  nesses 
modelos  se  encaixam  algumas  teorias  que  já  estudamos  em  nossas  aulas, 
pois  ​
cada linha da psicologia tem sua própria  concepção de homem e de seu 
modo de aprendizagem. 
A  abordagem  ambientalista  é  também  conhecida  como 
comportamentalista  e  ao  contrário  do  inatismo,  destaca   a  importância  de 

32 
 
fatores  externos,   do  ambiente  e  da  experiência  sobre  o  comportamento  da 
criança.  Parte  do  princípio  de  que  as  ações  e  as  habilidades dos  indivíduos 
são determinadas por sua relação com o meio em que se encontram. 
Novamente  nos  remetemos  à  Thorndike  que  através  de  seus estudos 
experimentais  com  animais  criou  o  associacionismo  ou  conexionismo  e 
consolidou  a  teoria  de  que  o  ser  humano  aprende  através  da associação de  
ideias,  nesse  caso  o   comportamento  tende  a  se  repetir  quando  há 
recompensa se extinguir quando ocorre a punição. 
Foi  John  Broadus  Watson  (1878­1958),  que  definiu a psicologia como 
a  ciência  do  comportamento   e  foi  considerado  o  fundador   do  movimento 
behaviorista na Psicologia. 
Watson  acreditava   que  maioria  das  reações  emocionais  eram 
aprendidas  através  das  influências  do  meio,  na  interação  com  o  ambiente. 
Teve  como  objeto  de  seu  estudo  o  comportamento  expresso  e  seu  método 
foi  a  observação  direta,  experimentação  e  mensuração,  sua  vertente 
descarta o subjetivismo no processo de aprendizagem. 
Ao  tratarmos  dos  conceitos   ambientalistas  sobre  comportamento  e 
aprendizagem  novamente  iremos  falar  de  ​
Burrhus  Frederic  Skinner 
(1904­1980),  que  defende  uma  visão  natural  do  homem  e supera  a  teoria 
de  Watson,  com  sua  pesquisa  elaborada   e  partir  do   comportamento 
operante. 
No  aspecto  educacional  os  conceitos  da  teoria  ambientalista  tem 
evidência  na  necessidade  de  uma  identificação  apurada  dos  
comportamentos  considerados  “indesejados”  bem  como   daqueles  que  se  
pretende  desenvolver  ou  reforçar  para  que  seja  realizado  um  planejamento 
eficaz.  O  professor  deve  delimitar  os  objetivos  que  pretende  alcançar  e 
especificar  os  tipos  de  reforçadores  para  que  as   respostas  sejam  
condizentes aos seus objetivos.  
Você  pode  refletir  sobre  as  situações  que  já  viveu  onde  uma 
experiência  positiva  o  levou  a  repetir  determinado  comportamento?  A 
criança  aprende  a  perceber  as  semelhanças  entre  os  estímulos  e  repetem 
sua  resposta sempre  que  estiverem  presentes  estímulos  parecidos, por isso 
considera­se  que   a  aprendizagem  é  um processo  onde  o  comportamento  é 
modificado de acordo com o resultado da experiência. 

33 
 
Na  visão  ambientalista,  o  homem  é  sempre  resultado  das 
aprendizagens  que  obteve  ao  longo  de  sua  vida,  através  dos  estímulos 
reforçadores  e/ou  punitivos  em  relação  ao  comportamento  anterior, 
portanto,  se   torna   resultado  de  associações  entre  o  que  provoca,  o   que 
mantém e o que puni determinado comportamento.   
Em   sala  de  aula   a  visão  ambientalista  propõe  que  a  aplicação  desse 
conceito  ocorra  no  planejamento   do   ensino,  na  organização  das  condições 
adequadas  para  a  aprendizagem,   no  esclarecimento  dos  objetivos,  na 
sequencia  das  atividades  e  nos  reforçadores  que serão  utilizados,  portanto, 
o  professor  possui  lugar  especial,  ele  é  como   o  cientista  que  conduz  a 
pesquisa  com  as  “cobaias”  no  laboratório,  e  pode  lançar  mão  de  artifícios 
como  elogios,  notas,  premiações  para  reforçar  os  comportamentos 
esperados. 
É  fato  que  através  do  ambientalismo  a  educação  possui  diversos 
recursos  para  trabalhar  com  o  aluno,  no  entanto,  as  críticas  em  relação  a 
esta  concepção  são  no  sentido   de  limitar  a  capacidade  humana  para  a 
elaboração  de  novos  comportamentos,  dá­nos  a  sensação  de  que  o  aluno  é 
um  simples  marionete  conduzido  pelo  “mestre”  e  carece de significações do 
contexto onde a criança está inserida e de sua relação interpessoal.  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

34 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULA 10  ­ ​
ATIVIDADES 
 
Durante  nossa  trajetória  de  conceitos  para  compreender  a  interface 
entre  a  Psicologia  e  a  Educação,  você  conheceu  a  origem  dos 
questionamentos  sobre  as  capacidades  humanas  e  seu  funcionamento 
psíquico,  bem  como  as  pesquisas  realizadas,   métodos  propostos  e 
principalmente  os  diversos  viés  que  as  linhas  da  psicologia  apresentam  e 
que podem contribuir significativamente na prática pedagógica. 
Em   nossa  última  atividade  vale  fazer  uma  revisão  geral  dessa 
trajetória,  dos  conceitos  filosóficos  às  tendências  da  psicologia,  é  essa 
história  que  possui  seu  contexto  e  oferece  sentido  nas  contribuições  da 
psicologia para a educação. 
A  psicologia  e  configurou  como  uma  ciência  que  estuda  o 
comportamento  humano,  sua  sustentação  e  motivação  e  os  processos 
mentais,  portanto,  é  uma  disciplina  que  orienta  o  professor  a  compreender 
a identidade do aluno e construir o seu saber­fazer. 
Nenhuma  intervenção  do  homem  é  neutra,  portanto,  o  professor 
também é um ser humano que possui sua própria  identidade, seus valores e 
uma  história  de  construção  de  seu  próprio conhecimento e comportamento, 
não  é  possível  que  atue  na  neutralidade,   as  concepções  e  abordagens  que 
tratamos  aqui  poderão  caracterizar  sua  intervenção,  pois  o  professor  não 
atua  apenas  pelo  senso  comum,  mas  utiliza­se  do  arcabouço  teórico   e 
científico disponível para desenvolver uma didática eficaz. 
Em  nossa  viagem  ao  túnel  do  tempo da Psicologia, pudemos verificar 
a  contribuição  da  Filosofia,  da  fisiologia,  da  biologia,  mas  também  outras 

35 
 
ciências,  que  buscam  conhecer  o  homem  em  sua  relação   consigo  e  com o 
meio social.  
As  abordagens  teóricas  que  influenciaram  os  pensadores  que 
estudamos até agora, são em geral:  O   Positivismo,   a  qual  preconiza  que 
os  fenômenos  sociais  podem  ser  definidos  por  leis  e  princípios  semelhantes 
aos  fenômenos  da  natureza,  excluindo  assim  as   crenças,  superstições  ou 
qualquer  outro  tipo   de  conhecimento.  Essa  linha  de  pensamento  foi  a  que 
influenciou  significativamente  as  teorias  ambientalistas  ou 
comportamentais. 
Outra  abordagem  foi  a  Fenomenologia,  uma  corrente  teórica  que 
influenciou  fortemente  a  psicologia  e  as  ciências  humanas,  ela  se  define 
como  o estudo  ou a ciência dos fenômenos e a interpretação consciente que 
se  possui  dos  mesmos.  A  fenomenologia  introduz  a  noção  de  essência  ou 
significação  como  um  conceito  que  permite  diferenciar  internamente  uma 
realidade  de  outras,  encontrando seu sentido, sua forma, suas propriedades 
e  suas  origens,  a  Gestalt  e  a  psicanálise   tiveram  suas  bases  nessa 
abordagem. 
E  há  ainda  o  materialismo  dialético,  que  não  foi  contemplado  com 
maiores  detalhes  até  este  momento,  mas  será  nas  nossas  últimas  aulas, 
pois foi a base de correntes da psicologia que ainda estudaremos. 
O   materialismo  dialético  tem  como  base  filosófica  o  Materialismo 
Histórico e Dialético (Karl Marx) com foco nas ciências humanas e sociais. 
O   marxismo  permitiu  compreender  que  os  fatos  humanos  são 
historicamente  determinados  e  que  a  historicidade  garante  sua 
interpretação racional e o conhecimento de suas leis. 
São  termos  complexos  e  várias  direções  para  um  mesmo  objeto,  o 
homem  e  sua  consciência,  ou  sua  percepção  de  mundo,  ou  ainda,  sua 
capacidade  de  aprender  com  seus  componentes  objetivos  e  subjetivos  e 
vale  incluir  aqui  o  questionamento  sobre  o  papel  da  escola  e  o  lugar  do 
professor  em  meio  a  tantas  descobertas  sobre  a  complexidade  do  ser 
humano. 
As  atividades  propostas   neste  momento  devem  estimular  a 
compreensão  demarcação  de  cada  período  da  psicologia,  suas  descobertas, 
as  “verdades”  defendidas  e  como  utilizar­se  de  todo  esse  arcabouço  na 
prática de ensino.  

36 
 
A  última  atividade  proposta  nesta  aula  é  a  construção   de  um  jornal 
com  a  matéria  ”A  importância  da  psicologia  na  Educação:  possibilidades  e 
limites”,   é  esperado que  nesta  atividade  o  aluno utilize a  sua criatividade e 
especialmente  a  sua  postura  crítica  em  relação  a  todo   o  conteúdo  que 
abordamos  ao   longo  de  nossas  14  aulas,  muito  mais  do  que  atender  aos 
requisitos  de  normas  técnicas  para  apresentação  de  trabalhos  científicos,  é 
neste  desafio   que  faz­se  importante  a  demonstração  dos  resultados  de  seu 
processo  de  aprendizagem  e  dos  conteúdos  abordados  aqui,   embora  a 
relação  professor­aluno  não  seja  direta e  algumas  técnicas  que a psicologia 
oferece  não  possam  ser  aplicada  aqui,  este  será  o  resultado  de  todo  um 
trabalho de dedicação da díade ensino­aprendizagem. 
AULAS 15 E 16  ­ ​
NOVAS TENDÊNCIAS EM 
 PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO ­ PARTE I E II 
 
Apesar  de  todo  o  conteúdo  que  verificamos  até  aqui,  confirmaremos 
que  o  conhecimento  é uma fonte inesgotável, a ciência não para de avançar 
e  se  adaptar  aos  diferentes  contextos  e  aos  desafios  que  surgem  no  
decorrer  de  sua  história,  as  psicologias  que  conhecemos  até  agora, 
Behaviorismo,  Gestalt  e  psicanálise,  respectivamente  o  Humanismo,  
inatismo  e  ambientalismo  foram  matrizes  e  propulsoras  de  outras 
abordagens  da  psicologia  contemporânea.  O  Behaviorismo  clássico  serviu 
como  base  para  o  Behaviorismo  radical  (Skinner)  e  o  Behaviorismo 
cognitivista  (Bandura,  Hawton  e  Beck).  A  Gestalt,  em  sua  tradição 
fenomenológica  deu  sequência  ao  seu  status  filosófico,  mas  também  à 
Gestalt  terapia  e  da  Psicanálise  desenvolveu­se   inúmeras  abordagens, 
como:  Psicologia  analítica  (Jung),  Psicologia  Reichiana  (Reich),   Psicanálise 
Kleiniana (Melanie Klein) e a Lacaniana (Lacan). 
Uma  abordagem  interessante e que ganhou importância e status para 
a  psicologia  do desenvolvimento, a psicologia social e para a educação, foi a 
teoria  sócio­histórica  de Vigotsky, com influências do materialismo dialético; 
essa  abordagem  buscou  superar  tradições  positivistas  e   olhar  para  o 
homem  sob  a  perspectiva  de  que  a  construção  de  seu  mundo  psíquico  é 
permeado  pela  construção  histórica  e  social  da  humanidade,  em  seus 
estudos  sobre  o  desenvolvimento  humano  focalizou   mais  a  infância  e  a 

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adolescência,  entretanto  o  arcabouço  teórico  elaborado  não  se  restringe  a 
essa fase inicial do desenvolvimento, mas à vida humana. 
Para  o  autor,  o  desenvolvimento   psíquico  superior  tem  origem   e 
natureza  social,  nas  relações  sociais  entre  as  pessoas,  nas  condições 
concretas de  vida, que ao serem internalizadas se  tornam função da pessoa, 
o  que  caracteriza  o  caráter  quase  social  do  psiquismo,   sendo  assim,  o 
homem  constrói  sua   existência  a  partir  de  sua  ação no  mundo concreto,  a 
qual possui o objetivo de satisfazer suas necessidades. 
Vigotsky  enfatiza  a  importância  dos  valores  culturais  e  da  interação 
social  para  o  desenvolvimento  e  sua  teoria  sobre  as fases da  aprendizagem 
subsidiam  a  prática  do  professor,  já  que  a  escola  pode  contribuir  para  a 
compreensão  da  criança  a  partir  de   seu  desenvolvimento  já  conquistado  e 
para  as  fases  posteriores.  O  Professor   pode  estimular  através  de  sua 
interferência  o  avanço  nos  conhecimentos  que  ainda  não  foram  adquiridos, 
bem  como  o  estímulo  para  a  interação  social  através  das   atividades 
coletivas. 
Ainda  na  coletânea  das  inovações  pedagógicas,   nos  deparamos  com 
Jean  Piaget  (1896­1980),  reconhecido  pelo  rigor  científico de  sua  produção 
teórica,  especialmente  para  a  educação,  para  ele  o  desenvolvimento 
humano  é  resultante  do  desenvolvimento  mental  e  crescimento  orgânico  e 
estuda  o  desenvolvimento  do  ser  humano  em  seus  aspectos  físico­motor, 
intelectual,  afetivo­emocional  e  social,  desde  o  nascimento  até  a  idade 
adulta. 
Para  Piaget,  o  desenvolvimento  humano  está  alicerçado  no  aspecto 
mental  e  no  crescimento  orgânico,  para  ele  a  criança não  é  um  adulto  em 
miniatura,  mas   possui  características   próprias  de   cada  faixa  etária.  Esses 
aspectos  são  muito  importantes  para  a  educação,  pois  implica  conhecer  as 
particularidades  de  cada  idade,  reconhecendo  as  individualidades   e 
facilitando  a observação e  a interpretação dos comportamentos, subsidiando 
o professor no planejamento do que ensinar e como fazê­lo. 
Piaget  nomeia os fatores que influenciam o desenvolvimento humano, 
sendo eles:  
● A  hereditariedade:  Existe  o  componente  genético  que 
estabelece  o  potencial  humano  e  as  pesquisas  já  evidenciavam  tal 

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fato,  mas  Piaget  defendeu  que  a  inteligência  pode  desenvolver­se 
além ou aquém desse potencial, dependendo das condições do meio. 
● O   crescimento  orgânico:  o  aumento  da  estrutura  física  é 
fundamental  para  o  domínio  do  mundo  e  o  alcance  de  novas 
aptidões. 
● Maturação  neurofisiológica:  o  desenvolvimento   motor,  a 
capacidade  de  raciocionio,  enfim,  o  desenvolvimento  neurológico 
como  um  todo  tem  suas  características  preponderantes  para  cada 
idade. 
● Meio:  Se  refere aos estímulos e as influência que interferem  no 
comportamento do sujeito.  
 
Além  dos  fatores  listados  acima,  existem   ainda  os  ​
aspectos  físico 
motor  que  está  diretamente  relacionado  ao  componente  orgânico  e 
refere­se  às  capacidades  relativas  ao  desenvolvimento  do  organismo;  o 
aspecto  intelectual  que  se  apresenta  como  a  capacidade  de  raciocínio, 
aquilo  que  vulgarmente  nomeamos  como  “Inteligência”;  o  ​
aspecto 
afetivo­emocional​
,  que  se  demonstra  no  modo  particular  como  cada  um 
“sente”  e  vive  sua  própria  experiência  e  finalmente  o  ​
aspecto  social  que 
nada  mais  é  do  que  a  postura  do  indivíduo  quando  está  num  convívio  com 
outras pessoas.  
Vale  ressaltar  que  todos  esses  aspectos  estão  constante  interação, 
são  indissociáveis  e  estão  presente  no  processo  de  desenvolvimento  e 
aprendizagem. 
Piaget  também  distingue  os  períodos  de  desenvolvimento humano da 
seguinte forma: 
  O   período  sensório­motor  (0  aos  2  anos):  O  desenvolvimento 
cognitivo  se  inicia  a  partir  dos  reflexos  e  gradativamente  se  transforma  em 
esquemas  de  ação,   a  primeira  descoberta   geralmente  é  a  linguagem,  que 
traz   consigo  uma  sequencia  de  modificações  e  que  se   manifesta  na 
interação  social.  Do nascimento aos 2 anos de idade,  o desenvolvimento da 
criança  passa  pelo  funcionamento  por  meio  dos  reflexos  inatos  a  outro  em 
que  ela  já  é  capaz  de  uma  organização  perceptiva e motora dos fenômenos 
do meio. 

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  A  criança  age  sobre  o  mundo  e  por  meio  dos  reflexos  inatos 
assimila os elementos do meio.  
             O período pré­operatório (dos 2 aos 7 anos) 
  A  interiorização  ocorre  através  da  representação mental do mundo 
externo  e  das  próprias  ações  da  criança.  Ela  torna­se  capaz  de  tratar  os 
objetos  como  símbolos  de  outras  coisas.  O  desenvolvimento  da 
representação  permite  a  aquisição  da   linguagem,  pois  a  capacidade  de 
construir  símbolos   possibilita  a  aquisição  dos  significados  sociais  (das  
palavras) existentes no seu contexto. 
  Nesse  momento  a criança está centrada no  seu próprio ponto de 
vista,  pois  ainda  não é capaz de se colocar no lugar do outro nem de avaliar 
seu próprio pensamento.  
  Os  processos  de  raciocínio  lógico  e  os conceitos demoram a se 
desenvolver.  A  partir  da  representação  a  criança  desenvolve  os  raciocínios 
pré­lógicos. 
              O período das operações concretas (dos 7 aos 11 anos) 
  Ao  final  do  período  pré­operatório,  através  de  equilibrações 
sucessivas,  o  pensamento  assume  a   forma  de  operações  intelectuais.   As 
operações  intelectuais  são  ações  mentais  voltadas  para  a  constatação,  a  
explicação, a classificação e a seriação. 
  As  ações  mentais  são  reversíveis.  Portanto  a  criança  torna­se 
capaz de compreender o ponto de vista do outro e de conceituar. Nessa fase 
são desenvolvidas as bases do pensamento lógico. 
  Por  meio  das  operações  intelectuais,  inicialmente  aplicáveis  a 
objetos  concretos  e  presentes  no  ambiente,  os  conhecimentos  vão  se 
transformando em conceitos. 
O período das operações formais (dos 11 aos 15 anos) 
  Apenas na  adolescência  se  torna  capaz  de pensar abstratamente e 
formular  hipóteses  de  maneira  lógica  e  a  partir  de  palavras.  Ou  seja,  o 
pensamento   sobre  possibilidades  e  acontecimentos  futuros  e  sobre 
conceitos abstratos se tornam mais articulados. 
  O   adolescente  torna­se  capaz  de  pensar  sobre  seu  próprio 
pensamento,  tendo  consciência  sobre  as  operações  mentais  que  realiza  ou 
que precisa realizar diante de um problema. 

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Quando  refletimos  sobre  as  contribuições  dos  dois  maiores  teóricos 
do  desenvolvimento  humano,  chegamos  a  conclusão  que  Piaget   apresenta 
uma  teoria  hiperconstrutivista,  cuja  ênfase  está  no  papel  estruturante  do 
individuo, para ele, a maturação, experiências físicas, transmissões sociais e 
culturais e equilibração são fatores fundamentais. 
Já  Vygostky  enfatiza  o  aspecto  interacionista,  já  que  considera  que é 
na  troca,  na  relação  entre  as  pessoas  que  ocorre  o  processo  de 
conhecimento,  mas  esta  também  possui  o  aspecto  construtivista,  pois 
justifica  o  aparecimento  de  inovações  e  mudanças   no  desenvolvimento  a 
partir de mecanismos de internalização. 
Vigotski  diferentemente  de  Piaget,  compreende  que  desde   o 
nascimento  o  bebê  é  um  ser  social  e   sua  atividade  está  orientada  para  o 
adulto,  para  a  comunicação com ele. Desta forma, o homem é um ser social 
que  vai  se  constituindo  indivíduo  à  medida  que  participa  das  relações 
sociais, que se enculturaliza. 
 
CONCLUSÃO 
 
Como  pudemos  observar,  há  inúmeras  teorias  da  psicologia  que 
podem  contribuir  para  a  educação,  mas  essas  poderiam  ser  reunidas  em 
duas  categorias,  as  teorias  de  condicionamento  e   as  teorias  cognitivistas, 
entre  a primeira  se  encontram  os  argumentos  que definem a aprendizagem 
pelas  condições  ambientais  e  a  relação  estímulo­resposta,  já  no  segundo 
grupo  estão   as  teorias  que  definem  a  aprendizagem  como  fruto  da  relação 
do  homem  com  o  meio  externo,  nessa  vertente  o  conhecimento  é 
consequência  da  organização  dos  conteúdos  internos  e  externos 
(biopsicossociais). 
Piaget  inaugurou  uma  nova  concepção da psicologia escolar,  por suas 
semelhanças  teóricas   com  Vigotsky,  são  considerados  por  alguns  autores 
como  teóricos   do  construtivismo,  uma  forma  de  oposição  às  concepções 
positivistas e fenomenológicas difundidas naquela época. 
Finalmente,  concluímos  o  nosso  conteúdo  e  em  resumo  pudemos 
reconhecer  que  a  Psicologia  tem  o  importante  papel  de   contribuir  na 
formação  de  professores,  especialmente  na  fundamentação  da  prática  de 
ensino  aprendizagem  para  que  o  professor  ocupe  um  lugar  de  reconhecida 

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importância  e  responsabilidade  no  desenvolvimento  e  na  formação  do  ser 
humano. 

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