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Renda do trabalho, Bolsa Família e mínimo explicam fenômeno - Carta Maior Página 1 de 6

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Renda do
trabalho, Bolsa
Família e
mínimo
explicam
fenômeno

Por Maurício Hashizume – Carta Maior

18/05/2006 00:00

BRASÍLIA – Uma combinação "virtuosa" de


vários fatores já produziu um fenômeno
social sem paralelos na história brasileira.
De acordo com estudos do Instituto de
Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea),
órgão ligado ao Ministério de
Planejamento, o nível de renda do trabalho
(estimulado pelos níveis de absroção da

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mão-de-obra), aliado ao Programa Bolsa


Família - bem como a influência de outros
programas como o Benefício de Prestação
Continuada (BPC), previsto pela Lei
Orgânica de Assistência Social (Loas) - e o
aumento real para aposentadorias e
pensões indexadas ao salário mínimo vêm
determinando um viés de desconcentração
no perfil da distribuição da renda no Brasil.

Pesquisadores do Ipea constataram essa


influência diferenciada no quadro
historicamente desigual da sociedade
brasileira por meio da depuração de dados
apresentados pela Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios (PNAD) de 2004,
elaborada pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE).

A renda do trabalho – escorada no


crescimento considerável de 4,9% do
Produto Interno Bruto (PIB) de 2004 -
assume grande peso na inflexão pró-
desconcentração: 73%, de acordo com
estimativas feitas pelos técnicos do
instituto. Outro item que tem forte traço
distributivo é o Programa Bolsa Família. Os
benefícios do programa de transferência
de renda não ultrapassam o nível de 2% do
total da renda contabilizada pela PNAD,
mas são responsáveis em
aproximadamente 30% pela redução da
desigualdade. Aposentadorias e pensões
indexadas pelo salário mínimo também
teriam peso importante no movimento de
desconcentração, com 28% de
participação. A somatória dos índices
ultrapassa a marca dos 100% porque
outras fontes de renda – como os juros de
investimentos financeiros, a renda de
aluguéis e as polpudas aposentadorias não
indexadas pelo salário mínimo, por
exemplo – são altamente concentradores
e influenciam no sentido inverso. “A soma
de todas as porcentagens de influência é
que dá 100%”, explica Sergei Soares,
pesquisador do Ipea.

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A evolução do índice de Gini – indicador


comumente utilizado para aferir o grau de
desigualdade na distribuição de indivíduos
segundo a renda domiciliar per capita –
nos últimos anos permite, segundo Soares,
notar uma clara diferenciação do perfil de
concentração nos anos mais recentes. De
meados dos anos 70 até 1994, quando se
iniciou o processo de estabilização
econômica, os dados utilizados para a
composição do índice de Gini do Brasil
revelam picos e depressões, mas não são
muito confiáveis. De 1995 a 2000, verifica-
se um nível constante de desigualdade
constante. “Foi o período em que
participávamos de uma competição
mundial de desigualdade, ano após ano,
com a África do Sul”, pontua Soares. A
partir de 2001, no entanto,
coincidentemente o ano em que foi
adotado o Bolsa-Escola - programa
predecessor do Bolsa-Família - inicia-se
uma queda gradativa e ininterrupta do
índice de concentração de renda. "Ainda
somos campeões disparados na América
Latina", mas ele grante que a redução "não
é pouco". "Parece óbvio, mas demoramos
para perceber que para diminuir a
desigualdade era preciso transferir renda
aos pobres”, brinca o pesquisador.

Fábio Veras, outro estudioso do Ipea que


trabalha junto à unidade do Centro
Internacional da Pobreza do Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento
(PNUD), enfatiza também a importância de
programas como o BPC, que não exige
condicionalidades (como a presença nas
escolas para as crianças das famílias
cadastradas no Bolsa Família), mas produz
alto efeito no combate à desigualdade. Ele
vê problemas na “obsessão” pela
“eficiência” dos programas, que muitas
vezes demanda um cuidado excessivo
com a “focalização”.

NADA DE NOVO
As considerações dos pesquisadores do

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Ipea foram feitas durante seminário de


lançamento do relatório “Redução da
Pobreza e Crescimento: Círculos virtuosos
e viciosos”, elaborado pelo escritório de
estudos de América Latina e Caribe do
Banco Mundial. Em mais de 300 páginas,
pesquisadores do organismo financeiro
multilateral desenvolvem a tese de que a
pobreza da região tem impedido
patamares maiores de crescimento – que
por sua vez determinam um círculo vicioso
que mantém famílias, regiões e países
pobres. O documento estima que um
incremento de 10% nos níveis de pobreza
pode reduzir o crescimento em 1% do PIB e
achatar os investimentos em até 8% do
PIB. O recado por trás do relatório é
bastante óbvio: “investir nos pobres é um
bom negócio para a sociedade como um
todo, não apenas para os pobres”.

Para Veras, o Banco Mundial tenta inovar


ao apresentar uma abordagem
diferenciada que busca combinar o
combate à pobreza com enfoque no
crescimento econômico, mas acaba, no
fundo, defendendo o mesmo receituário –
de conseqüências trágicas – de sempre.
Para países mais pobres e mais
homogêneos, como Haiti, Bolívia e
Honduras, o importante, defende o
relatório, é crescer, repetindo a lógica “do
bolo que precisa crescer para depois ser
distribuído”. A prerrogativa de políticas de
distribuição de renda é mais indicada para
países um pouco mais desenvolvidos e
mais heterogêneos, como Brasil, México e
Colômbia. “Isso é justamente o que as
pessoas que não se preocupam com a
pobreza gostariam de ouvir”. Ele lembrou
ainda que a população de países como o
Peru desaprovam sistematicamente
governos que não avançam na
transformação social independentemente
de índices consideráveis de crescimento.

Em adição, o relatório do Banco Mundial


pede mais investimentos em educação e

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infra-estrutura, mas pouco se avança na


questão do financiamento e não
estabelece um vínculo mais estreito no que
tange à colaboração internacional
mobilizada pelas Metas do Milênio
estipuladas no âmbito da Organização das
Nações Unidas (ONU). A questão da
proteção social também segue, na análise
do pesquisador do Ipea, o modelo europeu
e dá ênfase no acesso à formação humana
(educação e capacitação), mas não trata
de questões importantes na América
Latina como o acesso à terra.

Créditos da foto: Elza Fiúza/ABr

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