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VIII
C
apítulo
REGRAS DE USO
8 - Preâmbulo
8.1.1 - Embalagem
Os cabos são fornecidos embalados em bobinas de madeira ou de ferro,
sólidas, com características de boa construção e em bom estado de conserva-
ção, permitindo resistirem às operações normais de armazenagem, carga,
manuseamento, transporte, descarga e utilização.
As bobinas, quando contendo cabo, levam uma protecção exterior feita, no
caso dos cabos de alumínio-aço, por meio de ripas de madeira pregadas
na periferia das suas abas, ou de esteiras de madeira prensada, caso dos cabos
isolados. Consegue-se assim reforçar a embalagem e proteger o produto nela
contido.
No fornecimento de cabos isolados as respectivas extremidades são protegi-
das com resina ou capacetes termo retrácteis adequados, que serão mantidos
até à montagem.
Estas protecções devem permanecer em todas as fases, até à montagem dos
respectivos acessórios.
8.1.3 - Manuseamento
A bobina deve ser manobrada sempre com o seu eixo na posição horizontal.
Não manipular ou armazenar a bobina na posição de deitada.
A elevação e a movimentação das bobinas deve fazer-se com cuidado,
utilizando equipamentos específicos, tais como empilhador, guincho mecâni-
co ou ponte rolante, qualquer deles com a capacidade suficiente e os acessó-
rios adequados à função.
Quando são utilizados guinchos ou pontes rolantes há a necessidade de
colocar no orifício central da bobina um varão ou tubo redondo resistente
e um travessão superior, ambos com comprimentos adequados, ligeiramente
superiores à largura da bobina. Os cabos de amarração, de capacidade adequa-
da, devem ser montados de modo a não provocarem esforços sobre as abas.
É incorrecta e inaceitável a queda brusca de bobinas no solo.
Quando estão em causa pequenas distâncias, é possível rolar manualmente
a bobina no chão se este for suficientemente liso e sólido. Esta acção deve ser
desenvolvida no sentido das setas pintadas nas abas, a que corresponde o
sentido de enrolamento do cabo na bobina.
Na eventualidade de não se utilizar a totalidade do comprimento do cabo
existente na bobina proceder do seguinte modo:
• No caso dos cabos de alumínio-aço, amarrar a ponta final do cabo
com braçadeiras metálicas, antes do corte. As braçadeiras devem ser
colocadas sobre fita, de preferência autocolante rigidamente aplicada
sobre o cabo; após o corte, fixar a mesma ponta final, firmemente, à
face interior da aba da bobina, de modo a evitar a existência de espiras
soltas ou frouxas;
• Para os cabos isolados, aplicar imediatamente após o corte, um
“capacete” termo retráctil para protecção da ponta final do cabo; fixar
esta extremidade, firmemente, à face interior da aba da bobina;
• Referenciar, na face exterior da aba da bobina, o comprimento
remanescente, por exemplo em etiqueta durável;
• Aplicar novamente a protecção exterior da bobina.
8.1.4 - Armazenagem
Durante o armazenamento as bobinas devem repousar em terreno plano, não
inclinado e estável, convenientemente calçadas com cunhas de madeira.
São admitidas pequenas inclinações, havendo nestes casos necessidade de
adequar o tipo e número de calços a aplicar. Evitar calçar as bobinas com
pedras, já que estas podem, com o tempo, partir-se e danificar o cabo.
O empilhamento de bobinas, sempre que necessário, é possível desde que
a armazenagem se faça em terreno sem inclinação, sejam bobinas da mesma
dimensão, tenham aplicadas as ripas de madeira e se coloquem as abas sobre-
postas umas sobre as outras. Não é aconselhável mais do que um nível de
sobreposição, acima das bobinas de base.
É ajustado armazenar os produtos em locais isentos de fumos, matérias corro-
sivas, poeiras agressivas, nomeadamente de cimento, de carvão ou de outros
elementos que provoquem eventuais danos aos cabos.
Deve evitar-se a armazenagem das bobinas, por longos períodos de tempo,
em contacto directo com o solo. Se assim acontecer, convém interpor-se
elementos de separação e protecção apropriados, tais como pranchas de
madeira, placas de ferro ou betão.
Tanto quanto possível é aconselhável não manter por muito tempo as bobinas
no exterior, ao sol, à chuva, ou a outras condições ambientais adversas.
8.1.5 - Transporte
O transporte das bobinas deve ser feito com o cuidado devido, evitando-se
qualquer movimento brusco, pelo que deve ter-se em conta as seguintes
condições principais:
• A base de apoio deve ser sólida, plana e resistente;
• Devem ser aplicados amarras entre as bobinas e destas à base de apoio;
• Todas as bobinas devem ser calçadas firmemente;
• O eixo das bobinas deve estar na horizontal;
• As abas das bobinas devem ser encostadas entre si, topo a topo.
a) O uso de roldanas
As roldanas utilizadas na instalação, normalmente construídas em alumínio
ou de liga de alumínio, deverão ser largamente dimensionadas para evitar
o esmagamento do cabo. Recomenda-se um diâmetro mínimo, no fundo da
gola, igual a 25 vezes o diâmetro do cabo e uma profundidade nunca inferior
a 1, 2 vezes o diâmetro do cabo.
É aconselhado que as golas das roldanas sejam forradas no seu interior com
material adequado. Deverão apresentar as zonas de contacto com o cabo
perfeitamente lisas, provocando um efeito de atrito, em relação ao cabo,
muito reduzido.
Em termos mecânicos, as roldanas deverão ter uma inércia mínima que lhe
permita girar sob um pequeno esforço tangencial, não se permitindo assim a
introdução de perturbações no seu rolamento ou erros na regulação dos cabos.
Deverão dispor de rolamentos de esferas, frequentemente lubrificados
e vistoriados.
Em termos de fixação aos apoios, as roldanas devem poder oscilar livremen-
te nas duas direcções (perpendicular e paralela à linha), de modo a que o cabo
fique alinhado na gola, evitando assim esforços de flexão e torção.
Para evitar fenómenos de corrosão galvânica no cabo, por eventual contami-
nação, não é permitida a utilização de roldanas utilizadas na instalação de
cabos de cobre.
F=TxS
Em que
T = 110 N/mm2 – Tensão máxima do alumínio, na sua característica elástica (N)
S – Secção do alumínio correspondente à última camada do cabo (mm2).
b) Manualmente
Serão necessários meios humanos para controlar as passagens difíceis (tubos,
esquinas, obstáculos..,), em número suficiente, repartidos pelas dificuldades
do percurso e pela posição dos roletes. Convém cuidar, particularmente, pela
manutenção de uma cadência regular e uniforme e evitar o roçar ou o choque
do cabo com solo ou outros obstáculos.
c) Utilizando um guincho
A força de tracção aplicada no cabo deve ser monitorizada constantemente
usando um dinamómetro. É conveniente que o cabo seja rebocado pela alma
condutora, por intermédio de uma pinça de tracção apropriada, tendo acopu-
lado ao mesmo pelo menos um destorcedor que inviabilize o risco de torção
exagerada do condutor. Não é aconselhável a utilização de uma auto manga
de aperto, colocada sobre a bainha exterior do cabo.
A força de tracção deve ser aplicada uniformemente, evitando-se assim
esticões no cabo.
O esforço de tracção não deverá exceder os seguintes limites:
Quadro 173 - Esforço de tracção admissível por mm2 do metal condutor (daN)
8.3.7.1 - Generalidades
Este método de instalação proporciona um maior nível de protecção mecâni-
ca para os cabos.
O diâmetro interior dos tubos deve ser, no mínimo, 1,5 vezes o diâmetro exte-
rior do cabo.
Aconselha-se colocar um cabo por tubo, já que a fricção mútua durante o
desenrolamento poderá causar danos irremediáveis nas bainhas. No caso dos
cabos trançados, uma vez que não existe a risco fricção entre eles poder-se-á
utilizar apenas um tubo.
As uniões entre dois tubos devem ser realizadas com todo o cuidado, de modo
a que não fiquem rebarbas ou rugosidades susceptíveis de danificar o cabo
durante o enfiamento. Se os tubos forem encaixados uns nos outros, o senti-
do de enfiamento do cabo deverá coincidir com o dos encaixes.
a) Curvas
O fundo da vala deve estar preparado com uma fundação de cimento, sendo
iguais ao fundo das secções das caleiras. Depois da colocação dos cabos, será
construído um muro de cada lado da canalização.
A estrutura deve ser perfeitamente lisa. Esta estrutura é depois cheia com areia
de qualidade e coberta com lajes de betão armado apropriadas.
Este tipo de construção é preferível ao uso de caleiras curvas, pois não existe
qualquer risco de danificar os cabos nas extremidades.
b) Travessias de estrada
O cabo é colocado em tubos plásticos cobertos com betão, com um cabo por
tubo.
Os tubos devem encontrar-se distanciados para evitar a criação de pontos
quentes no cabo.
A interligação da travessia à caleira é feita por alvenaria, construídas segundo
as especificações descritas acima, para as curvas do cabo.
c) Junções
A junção dos cabos é instalada em valas de betão preenchidas com areia e
cobertas com lajes de betão armado apropriadas.
a) Curvas
No estabelecimento destes pontos, devem ter-se em conta os valores dos raios
de curvatura indicados anteriormente.
b) Travessias de estradas
Os cabos devem ser colocados em tubos plásticos e cobertos com cimento,
com um cabo por tubo (ver instalação em tubos para mais detalhes sobre este
tipo de instalação).
Os tubos individuais devem ser espaçados para evitar a criação de pontos
quentes no cabo.
c) Junções
A junção dos cabos é instalada em valas cobertas com areia e cobertas com
lajes de betão armado apropriadas.
Execução Gráfica:
NORPRINT
Maio 2007