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Universidade Federal de Alagoas/Curso de Filosofia

Disciplina: Filosofia da Linguagem


Professor: Marcus José de Souza
Aluno: Luiz Henrique da Silva Santos

Exercício Avaliativo I
Questões:
1) Qual é o núcleo teórico central de investigação da filosofia da linguagem? (Explique)
Quais são os desdobramentos filosóficos da investigação deste núcleo no contexto da
Filosofia é possível estabelecer?

R: O núcleo central de investigação da filosofia da linguagem é a discussão acerca do


significado. A questão que perpassa essa discussão é sobre como estabelecemos o
significado dos termos que compõem a nossa linguagem. Longe de ser uma pergunta
com uma resposta unificada ou trivial, a questão do significado recebe diferentes
tratamentos, resultando em concepções filosóficas correspondentes. O problema
ontológico é um desdobramento filosófico direto dessa investigação. Um bom exemplo
da relação entre a questão sobre o significado e a ontologia remonta à discussão sobre
os universais na Idade Média: as diferentes concepções sobre o significado dos termos
gerais engendram as três posições sobre a ontologia dos universais (realismo,
conceitualismo e nominalismo). Realistas, por exemplo, defendiam que a referência (ou
significado) de um termo geral era uma entidade independente do mundo sensível e da
mente, chamada universal. Esse tipo de entidade tem a peculiar característica da
múltipla instanciação (o “Um-em-muitos”). Conceitualistas defendiam que os universais
existiam numa relação de dependência com a mente humana. Nominalistas relegavam a
existência de universais a meros sopros linguísticos. O filósofo W. v. O. Quine compara
essas posições do debate nos medievais a concepções contemporâneas sobre filosofia da
matemática (respectivamente, em ordem de comparação, as posições são o logicismo, o
intuicionismo e o formalismo).

Tais considerações levam em conta uma noção de significado marcada pela


necessidade de referência com entidades extralinguísticas. No entanto, a noção mesma
do papel da referência no estabelecimento do significado é alvo de crítica. No artigo
Sobre o que há, W. v. O. Quine faz uma dura crítica à visão de que o significado é
garantido pela referência de um termo. É de Quine também o exemplo marcante da
inescrutabilidade da referência: no capítulo dois do livro Palavra e Objeto, expõe o
exemplo do termo gavagai, expresso por um nativo de uma tribo enquanto este aponta
para um coelho que passa. A ideia é a de que essa conexão entre o signo e a coisa
nomeada é obscura – nesse exemplo, não há como estabelecer qual a referência de
gavagai (seria o coelho? Ou presa? Animal? Ou será que o nativo estava apontando só
por diversão, sem se referir a nada?). Nos trabalhos do Segundo Wittgenstein, essa
noção referencial do significado também é atacada, de modo a mostrar que isso
configura apenas um de vários jogos de linguagem. Tais críticas têm consequência
direta na concepção filosófica que é seu alvo, levando a reconsiderações que levam a
visões como o pragmatismo.
2) No documentário que assistimos “A Origem da Linguagem”, existem elementos
interessantes para pensar a linguagem, destaque dois aspectos presentes no
documentário e teça um comentário estabelecendo até que ponto os elementos destes
aspectos são filosóficos ou científicos.

R: Um aspecto que me chama a atenção logo no início do documentário é a necessidade


de interpretação por parte dos cientistas que estudam fósseis de neandertais, para saber
se eles possuíam fala. Veja bem, são cientistas que estão tecendo um discurso acerca do
fato de esse ancestral ter ou não fala. O significado desse discurso é permeado pela
interpretação desses cientistas. Em certa medida, elementos científicos são objeto de
investigação filosófica, e esse ponto específico traz uma característica do trabalho
científico que envolve questões filosóficas. Podemos entrar no ônus da discussão sobre
o papel do observador no trabalho científico e sobre como isso afeta o resultado do
trabalho e o estabelecimento da verdade científica (com efeito, esse é um problema
epistemológico tratado em discussões sobre filosofia da ciência). Tendo em vista a
nossa discussão sobre filosofia da linguagem, podemos nos perguntar sobre o teor do
estabelecimento dessa verdade: para Frege, por exemplo, a “interpretação” do cientista
só teria um papel no descobrimento de uma verdade que já é dada, mas não teria
influência na sua composição, já que a verdade é independente do reconhecimento ou
interpretação individuais.

O segundo aspecto que me chama atenção é estritamente filosófico. É a consideração de


que a linguagem não pode existir sem pensamento abstrato. É colocada a preocupação
dos arqueólogos com representações abstratas, mas a depender da concepção filosófica,
tais representações são simplesmente negadas ou não desempenham um papel
importante no estabelecimento do significado. Essa necessidade de pensamento abstrato
é trazida como base do fato de nos referirmos a coisas que não estão presentes. Existem
noções em filosofia que defendem esse pensamento de modo a engendrar concepções
metafísicas (Meinong e Frege, por exemplo).

3) Explique o que é:
a) uma teoria referencialista do significado;
R: Uma teoria referencialista do significado é aquela que admite que para que uma
sentença seja significativa é necessário que haja uma correspondência entre os termos
que a compõem e as coisas no mundo. Desse modo, para qualquer termo significativo
da linguagem deve haver um objeto que lhe seja correspondente.

b) teoria mentalista (ideacional) do significado.


R: Uma teoria mentalista do significado é aquela que defende que os termos da nossa
linguagem se referem a objetos mentais. A linguagem se refere não a coisas no mundo,
ou independentes do mundo e da mente, mas a construções mentais.
4) Estabeleça a distinção feita por Saussure entre: linguagem, língua e fala. Além disso,
procure explicar como é o funcionamento do “circuito da fala”.

R: A língua é parte essencial da linguagem, mas não pode ser confundida com ela. É
tomada como convenção. A linguagem não se deixa classificar, pertencendo a vários
domínios (físico, psicológico, social, etc.).

Ao menos duas pessoas interagem numa conversa, de modo que os fatos da consciência
(ou conceitos) são associados aos signos linguísticos ou imagens acústicas no cérebro
de cada uma. Esse conceito traz ao cérebro uma imagem acústica correspondente, que
transmite aos órgãos de fonação um impulso correspondente a essa imagem. As ondas
sonoras se propagam da boca de uma para o ouvido de outra pessoa. Quando chega no
receptor, a imagem acústica é transmitida ao cérebro, onde é associada ao conceito
correspondente. A fala é caracterizada como o lado executivo ou ativo (que sai de um
indivíduo) da parte psíquica desse processo, chamado de “circuito da fala”. Esta é
sempre individual, enquanto a língua é sempre social. O estudo da linguagem é
composto por uma parte essencial, ligada à língua, e uma secundária, que tem por
objetivo a fala. Diferentemente da língua, a linguagem não é homogênea e, por
conseguinte, sua totalidade é incognoscível.

5) Saussure indica os conceitos de significado e significante para a explicação do signo


linguístico. Explique esses conceitos o mais detalhadamente possível e, em seguida
responda, Saussure poderia estar enquadrado no âmbito de uma teoria mentalista do
significado? Por quê?

R: Um signo linguístico une um conceito e uma imagem acústica. O conceito é tomado


como o significado do signo linguístico; a imagem acústica, o significante. Saussure
poderia sim ser tomado como um mentalista com relação ao significado, já que o
conceito é um fato interno à consciência. Mesmo a relação entre significante e
significado é interna: a imagem acústica (ou significante) é a impressão psíquica da
marca física (o som). O signo é considerado arbitrário por Saussure, mas isso não
implica dizer que existem mudanças no âmbito do significado: o que mudam são as
relações entre ele e o significante. Fica evidente que o significado é algo de mental.

6) Frege procura fugir daquilo que costuma-se chamar em filosofia de psicologismo e,


para isso, faz a distinção entre aquilo que estabelece como sentido/referência e
representação. “A referência e o sentido de um sinal devem ser distinguidos da
representação associada a este sinal. Se a referência de um sinal é um objeto sensorial
perceptível, minha representação é uma imagem interna, emersa das lembranças de
impressões sensíveis passadas e das atividades, internas e externas, que realizei”.
(Frege, Gottlob. Lógica e filosofia da linguagem. São Paulo: Cultrix, 1978. p. 64 -
Artigo: “Sobre o sentido e a referência”).
Você concorda com isso, existe essa diferença? Como você pensa o problema filosófico
da relação entre representações psicológicas e o sentido (termo técnico)? Ele existe de
fato? Como você avalia a forma de Frege encaminhar esta relação?
R: Penso que o problema filosófico da relação entre representações psicológicas e o
sentido é resultado da visão referencialista “irrefreada” com relação ao significado. A
dificuldade que Frege aponta se sustenta, já que quando falamos em representações
mentais há uma grande dificuldade em estabelecer a sua objetividade. A crítica que ele
faz na introdução dos Grundgesetze é mais ferrenha, trazendo sempre a necessidade de
tomarmos a verdade como algo independente; mas traz consigo também um realismo
metafísico, admitindo entidades eternas e imutáveis. Assim como a visão mentalista,
essa é uma concepção que traz problemas insolúveis, como o tradicional problema do
acesso. Além disso, compartilho do espírito metodológico da Navalha de Ockham, o
que me faz reagir com certo estranhamento a certas entidades que admitimos na nossa
ontologia. Na esteira do pragmatismo que defendo, trago a concepção de que o
significado de um termo é dado pelo seu uso num jogo de linguagem (para trazer o
jargão do segundo Wittgenstein). Essa visão de entidades que são a referência de nossos
termos significativos eu tomo como reificação de um aspecto normativo relacionado
com nossas práticas. Nessa reificação é inclusa a representação mental que configura a
visão mentalista de significado. Sendo assim, falar de representações é uma explicação
que envolve entidades que podem ser descartadas numa abordagem deflacionista.
Negando a existência de representações, não entro no ônus da discussão acerca da
diferença entre representação e sentido.
Como já comentei, acredito que a necessidade de objetividade é genuína, mas
não concordo com o modo como Frege lida com a questão. Isso se dá tão somente pelo
peso metafísico da sua concepção. Ele diferencia o que é representação do que é
referência e sentido em nome da objetividade, e, desse modo, acaba por aliar essa
“independência” do significado um caráter eterno e imutável. Essa imutabilidade é
resultado, na minha concepção, da mesma reificação de que o mentalista faz uso. O que
filósofos como Frege fazem configura a apropriação equivocada de um caráter
normativo das nossas práticas, trazendo esse peso para entidades que deixam no ar
problemas aos quais o trato filosófico corriqueiro parece anuir sem muito
estranhamento.
7) Frege aponta à possibilidade de signos (nomes próprios, nomes de espécies naturais e
sentenças) não possuírem significado (referência) mas sentido. Pois bem; pensando no
próprio conceito de sentido de Frege, avalie as expressões a seguir, qual é o sentido e a
referência (significado) de cada uma delas?
- “Fernando Pessoa é Fernando Pessoa”
R: A sentença é uma igualdade, não uma sentença do tipo sujeito-predicado. Nesse
caso, temos dois nomes próprios, que devem denotar seus respectivos objetos para que a
sentença como um todo seja significativa. Se o termo ‘Fernando Pessoa’ nas suas duas
ocorrências se refere ao mesmo objeto (Fernando Pessoa), então a referência da
sentença é o Verdadeiro. Se os termos se referem a objetos diferentes, a igualdade não é
satisfeita e a referência da sentença é o Falso.
Para Frege, o sentido de uma sentença é um pensamento, e tendemos a ir além
do sentido em busca da referência porque nos preocupamos com o valor de verdade da
sentença. Antes de se referir ao significado, o nome se refere ao sentido. Desse
modo, os termos ‘Fernando Pessoa’ se referem ao sentido desses termos, e através do
sentido nós podemos alcançar o significado, que não é imediatamente claro pra nós.
- “Alberto Caieiro é Fernando Pessoa”
R: Aqui a mesma situação da sentença anterior. Se os termos se referem ao mesmo
objeto, então o significado da sentença é o Verdadeiro; se não, o significado da sentença
é o Falso. O sentido dessa sentença é o pensamento que ela expressa (Alberto Caieiro é
Fernando Pessoa), e cada termo que ocorre aqui tem um sentido relacionado a si. Caso
algum dos termos não tenha referência, mas tão somente sentido, a sentença não é
significativa.
- “O astro mais distante da terra é um planeta”
R: Temos aqui uma sentença do tipo sujeito-predicado. Nessas sentenças, para Frege,
figuram um objeto e um conceito. O objeto é a referência do sujeito; o conceito, a
referência do predicado. O termo ‘o astro mais distante da terra’ não denota; logo, a
sentença como um todo não é significativa. Tudo o que temos aqui é o sentido da
sentença, que é o pensamento.
- “Ponce de Léon acreditou que havia encontrado a fonte da juventude”
R: Aqui temos um caso do que chamamos atitude proposicional. Existe muita discussão
sobre como devemos ler as chamadas “that-clauses” (o ‘que’ no ‘P acredita que’) -
discussões que envolvem desde a admissão de mundos possíveis até a leitura dessas
“that-clauses” como operadores lógicos. Para Frege, o que é verdadeiro o é
independentemente do reconhecimento de qualquer pessoa. Atitudes proposicionais
dizem respeito apenas ao modo de apresentação de um objeto. O que a atitude
proposicional faz é deslocar a referência dos termos para o seu sentido costumeiro.
Sendo assim, a sentença não tem um valor de verdade como referência. Os
termos se referem apenas ao seu sentido costumeiro.
- “Banana é uma fruta tropical”
R: Ambos os termos denotam seus respectivos sentidos. Como a sentença é do tipo
sujeito-predicado, o termo ‘banana’ denota um objeto e o termo ‘fruta tropical’ denota
um conceito. Ambos os termos têm um significado; logo, a sentença como um todo tem
o pensamento (banana é uma fruta tropical) como sentido, e o valor de verdade
Verdadeiro como significado.
8) A formulação do conceito de sentido estabelece, no contexto das sentenças, um
problema acerca do princípio lógico do terceiro excluído. Explique qual é este
problema.

R: Frege toma o sentido como intermediário entre o signo e o significado. Desse modo,
é possível que sentenças tenham sentido, apesar de não terem significado. Esse é o caso
de sentenças com termos vácuos (termos que não denotam). Para Russell, a admissão de
um sentido intermediário entre signo e denotação fere o princípio do terceiro excluído.
Segundo o princípio, ou bem ‘A é B’ é verdadeira, ou ‘A não é B’ é verdadeira. No
exemplo da sentença ‘o atual rei da França é careca’, Frege admite que o termo ‘o atual
rei da França’ denota a classe nula; desse modo, para Russell, admite-se uma terceira
opção além da verdade e falsidade da sentença.

9) Explique o princípio de contexto e na sua explicação indique exemplos que ajudem


na compreensão do princípio.
R: O princípio do contexto é a noção de que um termo só pode ser significativo no
contexto de uma dada sentença ou proposição. A ideia é que fora do nexo de uma
proposição não se pode estabelecer o significado de um termo. Na sentença “Roberto é
um animal”, por exemplo, a definição do significado do termo ‘animal’ é totalmente
dependente do contexto da sentença. Pode ser que se queira tomar o termo como
“animal humano”; mas também pode ser o caso de este se referir a um modo mais
“radical” de atitude por parte de Roberto.

10) Após a leitura do artigo “Da Denotação”, podemos dizer que, para Russell, todos os
enunciados têm valor de verdade?

R: Sim. Todo enunciado significativo pode ser verdadeiro ou falso. Diferentemente da


concepção de Frege, que toma um enunciado que não se refere a algo como carente de
significado, para Russell uma sentença que não denota é simplesmente falsa. Isso é
exposto no artigo pela teoria das descrições definidas. Para a sentença “o atual rei da
França é careca”, levamos a cabo a sua análise lógica, ou seja, a expressão de uma
forma lógica que está de alguma forma escondida nessa sentença, de modo que
encontramos uma quantificação existencial que pode ser negada. Desse modo, essa
sentença tem um valor de verdade, que é falso, já que o nome próprio não denota algo.

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