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Obs. Nas questões F/V e de múltipla escolha, o aluno poderá justificar, se quiser, a resposta (o que poderá
ser valorado ou não, conforme o acerto ou não do comentário)

Analise as afirmações abaixo, indicando se são falsas ou verdadeiras (cada questão vale 0,5).

1. (V) Na Constituição da República Federativa do Brasil, estão estabelecidas as normas que definem a
estrutura e o funcionamento da Federação (pacto federativo), delimitam a abrangência da autonomia
conferida a cada unidade federativa e excepcionam os casos em que essa autonomia pode ser restringida,
não podendo o poder constituinte decorrente ampliar tais hipóteses.
A intervenção é a antítese da autonomia e rege-se pelos princípios da taxatividade, da excepcionalidade e
da temporariedade. Por essa razão, o poder constituinte decorrente (ou seja, o poder dos Estados-membros
de auto-organizarem-se, observados os parâmetros/princípios estabelecidos na Constituição Federal,
inclusive os princípios constitucionais sensíveis (dentre os quais a autonomia dos municípios)) - ou
mesmo o poder constituinte derivado reformador (ou seja, o poder de reformar/alterar a constituição) -
não podem ampliar as restrições à autonomia das unidades federativas, que foram estabelecidas pelo
poder constituinte originário.

2. (F) A competência residual, não disciplinada na Constituição Federal, cabe à União. Segundo o art. 25,
§ 1º, da Constituição Federal, a competência legislativa residual é reservada aos Estados, salvo em
matéria tributária, que é atribuída à União (art. 154 da CF).

3. (F) A Constituição Federal deve ser interpretada sistematicamente, inclusive no tocante à autonomia
dos entes federativos, razão pela qual não é admissível a requisição compulsória de bem pertence a
município pela União. Embora esteja correta a assertiva de que a Constituição Federal deve ser
interpretada sistematicamente, há a possibilidade de requisição compulsória de bem público pela União
em situações excepcionais - estado de defesa (art. 136, § 1º, inciso II, da CF) e estado de sítio (art. 139,
inciso VII, da CF), regularmente decretados. Essa orientação, inclusive, foi aventada na decisão proferida
pelo STF no MS 25295/DF (cuja leitura foi recomendada).

4. (V) No conflito entre lei estadual e lei municipal que versem sobre matéria ambiental e controle da
poluição, deve prevalecer a norma editada pelo Estado-membro, independente de qual seja a mais
protetiva ao meio ambiente, visto que o regramento local deve ser harmônico com a disciplina
estabelecida pelos demais entes federados. Em matéria ambiental, a competência normativa é atribuída
concorrentemente à União, aos Estados e ao Distrito Federal (art. 24, incisos VI a VIII, da CF), não
podendo o Município, no exercício da competência outorgada pelo art. 30, inciso II, da Constituição
Federal, legislar em sentido contrário às suas disposições.

5. (F) O Governador de determinado Estado da Federação encaminhou à Assembleia Legislativa projeto


de Lei disciplinando procedimentos em matéria processual e regulamentando a atuação da Defensoria
Pública do Estado em juízo em defesa de pessoas com menos recursos financeiros. A matéria versada na
proposta relativamente à atuação da Defensoria Pública Estadual em juízo insere-se na competência
legislativa reservada aos Estados, mas a disciplina de procedimentos em matéria processual insere-se na
competência legislativa privativa da União, podendo ser objeto de Lei Estadual apenas se houver
delegação de competência por meio de Lei Complementar. Consoante o disposto no art. 24, inciso XI, da
Constituição Federal, a competência para legislar sobre procedimentos em matéria processual é atribuída
concorrentemente à União, aos Estados e ao Distrito Federal. Logo, é incorreto afirmar que se trata de
competência privativa da União ou, ainda, que ela possa ser delegada aos Estados, por meio de lei
complementar (hipótese restrita à competência normativa prevista no art. 22, segundo o respectivo
parágrafo único).
6. (F) De acordo com o posicionamento adotado pelo Supremo Tribunal Federal, a função pública do
saneamento básico frequentemente extrapola o interesse local e passa a ter natureza de interesse comum
no caso de instituição de regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, motivo pelo
qual, nessas hipóteses, é constitucional a transferência ao Estado-membro do poder concedente de
funções e serviços públicos de saneamento básico.
O exercício da competência exclusiva dos Estados para instituírem regiões metropolitanas (art. 25, § 3º,
da CF – norma cogente para todas as unidades federativas) não pode afetar a autonomia dos Municípios
nela abrangidos, nem implicar transferência de competências próprias, uma vez que envolve mera divisão
administrativa (e não política), para fins de organização, planejamento e execução de funções públicas de
interesse comum. Nessa linha: “Ação direta de inconstitucionalidade. Instituição de região metropolitana
e competência para saneamento básico. Ação direta de inconstitucionalidade contra Lei Complementar n.
87/1997, Lei n. 2.869/1997 e Decreto n. 24.631/1998, todos do Estado do Rio de Janeiro, que instituem a
Região Metropolitana do Rio de Janeiro e a Microrregião dos Lagos e transferem a titularidade do poder
concedente para prestação de serviços públicos de interesse metropolitano ao Estado do Rio de Janeiro. 2.
Preliminares de inépcia da inicial e prejuízo. Rejeitada a preliminar de inépcia da inicial e acolhido
parcialmente o prejuízo em relação aos arts. 1º, caput e § 1º; 2º, caput; 4º, caput e incisos I a VII; 11,
caput e incisos I a VI; e 12 da LC 87/1997/RJ, porquanto alterados substancialmente. 3. Autonomia
municipal e integração metropolitana. A Constituição Federal conferiu ênfase à autonomia municipal
ao mencionar os municípios como integrantes do sistema federativo (art. 1º da CF/1988) e ao fixá-la
junto com os estados e o Distrito Federal (art. 18 da CF/1988). A essência da autonomia municipal
contém primordialmente (i) autoadministração, que implica capacidade decisória quanto aos
interesses locais, sem delegação ou aprovação hierárquica; e (ii) autogoverno, que determina a
eleição do chefe do Poder Executivo e dos representantes no Legislativo. O interesse comum e a
compulsoriedade da integração metropolitana não são incompatíveis com a autonomia municipal.
O mencionado interesse comum não é comum apenas aos municípios envolvidos, mas ao Estado e
aos municípios do agrupamento urbano. O caráter compulsório da participação deles em regiões
metropolitanas, microrregiões e aglomerações urbanas já foi acolhido pelo Pleno do STF (ADI 1841/RJ,
Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 20.9.2002; ADI 796/ES, Rel. Min. Néri da Silveira, DJ 17.12.1999). O
interesse comum inclui funções públicas e serviços que atendam a mais de um município, assim
como os que, restritos ao território de um deles, sejam de algum modo dependentes, concorrentes,
confluentes ou integrados de funções públicas, bem como serviços supramunicipais. 4. Aglomerações
urbanas e saneamento básico. O art. 23, IX, da Constituição Federal conferiu competência comum à
União, aos estados e aos municípios para promover a melhoria das condições de saneamento básico. Nada
obstante a competência municipal do poder concedente do serviço público de saneamento básico, o alto
custo e o monopólio natural do serviço, além da existência de várias etapas – como captação, tratamento,
adução, reserva, distribuição de água e o recolhimento, condução e disposição final de esgoto – que
comumente ultrapassam os limites territoriais de um município, indicam a existência de interesse comum
do serviço de saneamento básico. A função pública do saneamento básico frequentemente extrapola o
interesse local e passa a ter natureza de interesse comum no caso de instituição de regiões
metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, nos termos do art. 25, § 3º, da Constituição
Federal. Para o adequado atendimento do interesse comum, a integração municipal do serviço de
saneamento básico pode ocorrer tanto voluntariamente, por meio de gestão associada, empregando
convênios de cooperação ou consórcios públicos, consoante o arts. 3º, II, e 24 da Lei Federal 11.445/2007
e o art. 241 da Constituição Federal, como compulsoriamente, nos termos em que prevista na lei
complementar estadual que institui as aglomerações urbanas. A instituição de regiões metropolitanas,
aglomerações urbanas ou microrregiões pode vincular a participação de municípios limítrofes, com
o objetivo de executar e planejar a função pública do saneamento básico, seja para atender
adequadamente às exigências de higiene e saúde pública, seja para dar viabilidade econômica e
técnica aos municípios menos favorecidos. Repita-se que este caráter compulsório da integração
metropolitana não esvazia a autonomia municipal. 5. Inconstitucionalidade da transferência ao
estado-membro do poder concedente de funções e serviços públicos de interesse comum. O
estabelecimento de região metropolitana não significa simples transferência de competências para o
estado. O interesse comum é muito mais que a soma de cada interesse local envolvido, pois a má
condução da função de saneamento básico por apenas um município pode colocar em risco todo o
esforço do conjunto, além das consequências para a saúde pública de toda a região. O parâmetro
para aferição da constitucionalidade reside no respeito à divisão de responsabilidades entre municípios e
estado. É necessário evitar que o poder decisório e o poder concedente se concentrem nas mãos de
um único ente para preservação do autogoverno e da autoadministração dos municípios.
Reconhecimento do poder concedente e da titularidade do serviço ao colegiado formado pelos municípios
e pelo estado federado. A participação dos entes nesse colegiado não necessita de ser paritária, desde que
apta a prevenir a concentração do poder decisório no âmbito de um único ente. A participação de cada
Município e do Estado deve ser estipulada em cada região metropolitana de acordo com suas
particularidades, sem que se permita que um ente tenha predomínio absoluto. Ação julgada parcialmente
procedente para declarar a inconstitucionalidade da expressão “a ser submetido à Assembleia Legislativa”
constante do art. 5º, I; e do § 2º do art. 4º; do parágrafo único do art. 5º; dos incisos I, II, IV e V do art. 6º;
do art. 7º; do art. 10; e do § 2º do art. 11 da Lei Complementar n. 87/1997 do Estado do Rio de Janeiro,
bem como dos arts. 11 a 21 da Lei n. 2.869/1997 do Estado do Rio de Janeiro. 6. Modulação de efeitos da
declaração de inconstitucionalidade. Em razão da necessidade de continuidade da prestação da função de
saneamento básico, há excepcional interesse social para vigência excepcional das leis impugnadas, nos
termos do art. 27 da Lei n. 9868/1998, pelo prazo de 24 meses, a contar da data de conclusão do
julgamento, lapso temporal razoável dentro do qual o legislador estadual deverá reapreciar o tema,
constituindo modelo de prestação de saneamento básico nas áreas de integração metropolitana, dirigido
por órgão colegiado com participação dos municípios pertinentes e do próprio Estado do Rio de Janeiro,
sem que haja concentração do poder decisório nas mãos de qualquer ente.
(STF, Pleno, ADI 1842, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Relator(a) p/ Acórdão: Min. GILMAR MENDES,
julgado em 06/03/2013, DJe-181 DIVULG 13/09/2013 PUBLIC 16/09/2013 - grifei)

7. (F) Na Federação brasileira, é vedada a secessão e a supressão da autonomia política e administrativa


local, assegurada pela Constituição Federal, a qual inadmite restrições, ainda que impostas pelo poder
constituinte decorrente. Embora correta a assertiva de que, na Federação brasileira, é vedada a secessão e
a supressão da autonomia política e administrativa local - arts. 1º (união indissolúvel), 18 (autonomia),
34, incisos I e VII, alínea ‘c’ (intervenção), e 60, § 4º, inciso I (cláusula pétrea), da Constituição Federal -,
a autonomia dos municípios não é ilimitada, tendo sido restringida pelo próprio poder constituinte
originário.

8. (V) As vedações constitucionais previstas no artigo 19 da Constituição da República Federativa do


Brasil alcançam os territórios. As vedações constitucionais estabelecidas no art. 19 da Constituição
Federal aplicam-se em toda a extensão da Federação, sendo dirigidas a todas as unidades federativas,
inclusive à União, que exerce jurisdição nos territórios federais (art. 33 c/c arts. 22, inciso XIII, e 86,
inciso XIV, todos da CF).

9. (F) Não será ofensiva ao sistema constitucional de repartição de competências entre os entes da
federação a lei estadual que disponha sobre a organização e criação de distritos nos Municípios
localizados no território do Estado. INCONSTITUCIONALIDADE - LEI ANTERIOR À CARTA. A
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal sedimentou-se no sentido de não caber ação direta de
inconstitucionalidade contra lei anterior à atual Carta. Precedente: ação direta de inconstitucionalidade nº
85-3/DF, medida liminar, relatada pelo Ministro Paulo Brossard, com acórdão publicado no Diário de 29
de maio de 1992, à página 7.833. INÉPCIA - INICIAL - CAUSA DE PEDIR. Não se há de concluir pela
inépcia da inicial quando a peça revela a causa de pedir que se diz inexistente. DISTRITO - CRIAÇÃO -
COMPETÊNCIA. A teor do disposto no inciso IV do artigo 30 da Constituição Federal, compete aos
municípios criar, organizar e suprimir distritos. A legislação estadual deve ficar restrita ao
estabelecimento de normas gerais, em forma de princípios. Precedente: ação direta de
inconstitucionalidade nº 390-9/DF, relatada pelo Ministro Carlos Velloso, cujo aresto foi veiculado na
Revista Trimestral de Jurisprudência nº 146/741. (STF, Pleno, ADI 30, Relator(a): Min. MARCO
AURÉLIO, julgado em 11/06/1997, DJ 15/08/1997, p. 37033 - grifei)

10. (V) A despeito de eventual omissão da Constituição da República Federativa do Brasil (p.ex. art. 102,
inciso I, alínea ‘a’, que menciona somente lei ou ato normativo federal ou estadual), as normas
constitucionais que se referem aos Estados-membros aplicam-se, de regra, também ao Distrito Federal,
que, apesar de submetido a regime constitucional diferenciado, está mais próximo da estruturação
constitucional daqueles do que da dos Municípios. Essa orientação foi firmada pelo STF no julgamento
da ADI 3756 (cuja leitura foi recomendada), assim ementado: EMENTA: CONSTITUCIONAL. AÇÃO
DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. IMPUGNAÇÃO DO INCISO II DO § 3º DO ART. 1º,
BEM COMO DOS INCISOS II E III DO ART. 20 DA LEI COMPLEMENTAR Nº 101, DE 04 DE
MAIO DE 2000. 1. É de se reconhecer a legitimidade ativa ad causam da Câmara Legislativa do Distrito
Federal, dado que a presente impugnação tem por alvo dispositivos da LC 101/00. Dispositivos que
versam, justamente, sobre a aplicação dos limites globais das despesas com pessoal do Poder Legislativo
distrital. 2. O Distrito Federal é uma unidade federativa de compostura singular, dado que: a)
desfruta de competências que são próprias dos Estados e dos Municípios, cumulativamente (art. 32, § 1°,
CF); b) algumas de suas instituições elementares são organizadas e mantidas pela União (art. 21, XIII e
XIV, CF); c) os serviços públicos a cuja prestação está jungido são financiados, em parte, pela mesma
pessoa federada central, que é a União (art. 21, XIV, parte final, CF). 3. Conquanto submetido a regime
constitucional diferenciado, o Distrito Federal está bem mais próximo da estruturação dos Estados-
membros do que da arquitetura constitucional dos Municípios. Isto porque: a) ao tratar da
competência concorrente, a Lei Maior colocou o Distrito Federal em pé de igualdade com os Estados e a
União (art. 24); b) ao versar o tema da intervenção, a Constituição dispôs que a "União não intervirá nos
Estados nem no Distrito Federal" (art. 34), reservando para os Municípios um artigo em apartado (art.
35); c) o Distrito Federal tem, em plenitude, os três orgânicos Poderes estatais, ao passo que os
Municípios somente dois (inciso I do art. 29); d) a Constituição tratou de maneira uniforme os Estados-
membros e o Distrito Federal quanto ao número de deputados distritais, à duração dos respectivos
mandatos, aos subsídios dos parlamentares, etc. (§ 3º do art. 32); e) no tocante à legitimação para
propositura de ação direta de inconstitucionalidade perante o STF, a Magna Carta dispensou à Mesa da
Câmara Legislativa do Distrito Federal o mesmo tratamento dado às Assembléias Legislativas estaduais
(inciso IV do art. 103); f) no modelo constitucional brasileiro, o Distrito Federal se coloca ao lado dos
Estados-membros para compor a pessoa jurídica da União; g) tanto os Estados-membros como o Distrito
Federal participam da formação da vontade legislativa da União (arts. 45 e 46). 4. A LC 101/00 conferiu
ao Distrito Federal um tratamento rimado com a sua peculiar e favorecida situação tributário-financeira,
porquanto desfruta de fontes cumulativas de receitas tributárias, na medida em que adiciona às
arrecadações próprias dos Estados aquelas que timbram o perfil constitucional dos Municípios. 5.
Razoável é o critério de que se valeram os dispositivos legais agora questionados. Se irrazoabilidade
houvesse, ela estaria em igualar o Distrito Federal aos Municípios, visto que o primeiro é,
superlativamente, aquinhoado com receitas tributárias. Ademais, goza do favor constitucional de não
custear seus órgãos judiciário e ministerial público, tanto quanto a sua Defensoria Pública, Polícias Civil e
Militar e ainda seu Corpo de Bombeiros Militar. (STF, Pleno, ADI 3756, Relator(a): Min. CARLOS
BRITTO, julgado em 21/06/2007, DJe-126 DIVULG 18/10/2007 PUBLIC 19/10/2007 - grifei)

11. Em relação à federação brasileira, considere as seguintes assertivas: (questão vale 1,0)
I - A necessidade de cooperação no exercício de competências normativas e administrativas é ainda mais
acentuada no contexto de um Estado Social, de caráter intervencionista e voltado à consecução de
políticas públicas, exigindo certa unidade de planejamento e direção. (assertiva verdadeira - o
federalismo cooperativo tem por finalidade a atuação conjunta das unidades federadas, com o intuito de
permitir um planejamento e a ação integrada em prol da consecução de objetivos comuns, do
desenvolvimento e do bem-estar no âmbito da Federação. Nesse sentido, ele busca compensar, ou pelo
menos mitigar, mediante mecanismos de cooperação e harmonização no exercício de competências
normativas e administrativas, as dificuldades inerentes ao modelo de repartição de competências e do
elevado grau de autonomia dos entes federativos. Essa necessidade é ainda mais acentuada no Estado
Social, de caráter intervencionista e voltado à consecução de políticas públicas, especialmente na área
econômica e social, porque, nesse modelo estatal, exige-se uma atuação mais positiva e efetiva do Poder
Público, que não pode ser inibida pelo fracionamento (ou divisão) do exercício do poder estatal - ver:
SARLET, Ingo; MARINONI, Luiz Guilherme; MITIDIERO, Daniel. Curso de Direito Constitucional.
3.ed. revista, atualizada e ampliada. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014, p. 778)
II - Não constitui característica do Estado federal, a existência de delegação de poderes pelo órgão
legislativo central, mediante lei ordinária, permitindo a edição de leis pelos legislativos regionais.
(assertiva verdadeira – os elementos qualificadores do Estado federal são: forma de estado composta,
soberania reconhecida apenas ao Estado Federal, base normativa constitucional, autonomia das unidades
que o compõem, repartição de competências, participação dos estados-membros na formação da vontade
federal, proibição de dissolução, órgão judiciário responsável pela solução de conflitos federativos,
possibilidade de intervenção etc. Todavia, não é da essência do modelo federativo a delegação de poderes
ou competências, tampouco por lei ordinária, tanto que na Federação brasileira a previsão de delegação de
competência normativa, contido no art. 22 da Constituição Federal, refere expressamente a lei
complementar)
III - Caso determinado estado-membro edite lei que disponha sobre normas de processo e julgamento do
governador pela prática de crime de responsabilidade, essa lei estará em consonância com a Constituição
Federal, uma vez que esse estado-membro tem competência para legislar sobre a matéria. (assertiva
falsa - de acordo com o art. 22, inciso I, da Constituição Federal, é competência privativa da União
legislar sobre direito penal e processual). Nessa linha, o enunciado da súmula vinculante Súmula
Vinculante n.º 46 do STF (“a definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das
respectivas normas de processo e julgamento são da competência legislativa privativa da União”) e
precedente assim ementado: EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ARTS. 56,
INC. XXI, E 93 DA CONSTITUIÇÃO DO ESPÍRITO SANTO. INCOMPETÊNCIA DE ESTADO-
MEMBRO PARA LEGISLAR SOBRE PROCESSAMENTO E JULGAMENTO DE CRIMES DE
RESPONSABILIDADE COMETIDOS POR GOVERNADOR. EXIGÊNCIA DE AUTORIZAÇÃO
PRÉVIA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA PARA INSTAURAÇÃO DE PROCESSO CONTRA O
GOVERNADOR POR PRÁTICA DE CRIMES DE RESPONSABILIDADE. 1. Inconstitucionalidade
formal decorrente da incompetência dos Estados-membros para legislar sobre processamento e
julgamento de crimes de responsabilidade (art. 22, inc. I, da Constituição da República). 2.
Constitucionalidade das normas estaduais que, por simetria, exigem a autorização prévia da assembleia
legislativa como condição de procedibilidade para instauração de ação contra governador (art. 51, inc. I,
da Constituição da República). 3. Ação julgada parcialmente procedente para declarar inconstitucional o
inc. XXI do art. 56 (“processar e julgar o governador e o vice-governador do estado nos crimes de
responsabilidade e os secretários de estado nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles”); e da
segunda parte do art. 93 da Constituição do Estado do Espírito Santo (“ou perante a assembleia
legislativa, nos crimes de responsabilidade”). (STF, Pleno, ADI 4792, Relator(a): Min. CÁRMEN
LÚCIA, julgado em 12/02/2015, DJe-076 DIVULG 23/04/2015 PUBLIC 24/04/2015 - grifei)
IV - Determinado Estado da Federação foi condenado por sentença judicial transitada em julgado,
proferida por uma das Varas da Justiça do Trabalho, a pagar as verbas rescisórias devidas a empregado de
empresa que prestou serviços à Administração direta estadual. Expedido o precatório contra o Estado, a
dívida não foi paga no prazo constitucional. Nessa situação, o interessado poderá representar ao
Procurador Geral da República, a quem compete propor, perante o Tribunal Superior do Trabalho,
representação interventiva contra o Estado por descumprimento de ordem judicial. (assertiva falsa – de
acordo com os arts. 34, inciso VI, e 36, inciso II, ambos da Constituição Federal, na hipótese de
descumprimento de ordem judicial, a decretação de intervenção federal dependerá de requisição do STF,
STJ ou TSE (e não do TST), e a exigência de provimento pelo STF de representação do Procurador-Geral
da República é restrita as hipóteses de violação aos princípios constitucionais sensíveis (art. 34, VII) e
recusa à execução de lei federal (art. 34, VI), conforme o disposto no art. 36, inciso III, da Constituição
Federal)
Assinale a opção correta:
(A) Todas as assertivas estão erradas.
(B) Há apenas uma assertiva correta.
(C) Há apenas duas assertivas corretas.
(D) Há apenas três assertivas corretas.
(E) As quatro assertivas estão corretas.

12. Pela Teoria Geral do Estado, é incorreto afirmar: (questão vale 1,0)
(A) No Estado unitário, o ente provincial tem, dentre outras, soberania interna e externa,
competência legislativa própria, capacidade de auto-organização e subordinação vinculada; (no
Estado unitário, há um único centro de poder e, se houver divisão territorial, as unidades daí resultantes
não ostentam autonomia, soberania ou capacidade de auto-organização - tal divisão será de cunho
meramente administrativo)
(B) As formas de Estado levam em consideração a composição geral do Estado, a estrutura do poder, sua
unidade, distribuição e competências no território do Estado; (as formas de Estado definem o modo como
o poder estatal deve ser exercido em termos territoriais e respectivas estruturas)
(C) O Estado Federal é aquele que se divide em unidades politicamente autônomas, possuindo (pelo
menos) duas fontes paralelas de Direito Público, uma nacional e outra regional (ou local); (o que
caracteriza o Estado federal é a autonomia das unidades federativas, que exercem parcela de poder
político próprio – e o modelo clássico é dual)
(D) Pelo fato de apresentar a centralização política, o Estado Unitário só tem uma fonte de Poder, o que
não impede a descentralização administrativa; (no Estado unitário, há concentração de poder e eventual
descentralização é meramente administrativa)
(E) Dentre as características do Estado Federal, tem-se a constância dos princípios fundamentais da
Federação e da República, sob as garantias da imutabilidade desses princípios, da rigidez constitucional e
do instituto da intervenção federal. (a preservação da integridade da Federação depende da existência de
princípios fundamentais e mecanismos que assegurem sua imutabilidade e supremacia, aí incluída a
possibilidade de intervenção federal, quando a manutenção do vínculo federativo ou o equilíbrio
institucional estiverem ameaçados)

13. Caso disposições de lei estadual sobre transferência de valores contrariem lei federal anterior que
discipline a mesma matéria: (questão vale 1,0)
(A) Tanto o diploma federal quanto a lei estadual incorrerão em vício de inconstitucionalidade, pois a
matéria constitui assunto de interesse local, consistindo, portanto, em competência privativa dos
Municípios;
(B) As disposições da lei estadual terão sua eficácia suspensa em razão da prevalência da lei federal;
(C) A lei federal incorrerá em vício de inconstitucionalidade em virtude de invadir esfera de competência
dos Estados;
(D) As disposições da lei estadual devem prevalecer, caso tenham por objetivo atender as peculiaridades
do respectivo Estado federado, constituindo, no caso, exercício de competência suplementar;
(E) As disposições da lei estadual incorrerão em vício de inconstitucionalidade em virtude de
invadirem esfera de competência da União.
De acordo com o disposto no art. 22, inciso VII, da Constituição Federal, a competência para legislar
sobre transferência de valores é privativa da União. Logo, lei estadual ou municipal não poderá dispor
sobre a matéria, sob pena de inconstitucionalidade (ou invalidade).

14. É correto afirmar que, sendo a declaração judicial interventiva condição, imposta pela Constituição
Federal, para que o Chefe do Poder Executivo federal decrete a intervenção na hipótese de violação a
princípios sensíveis elencado no seu artigo 34, é inviável a concessão de medida liminar na respectiva
ação, mesmo diante de situação fática marcada por perigo de dano. (questão vale 1,0).
A avaliação dependerá dos argumentos apresentados pelo aluno e da demonstração de que compreendeu a
sistemática de decretação de intervenção na hipótese de violação a princípios sensíveis!
Em geral, nada impede que se conceda medida liminar em ações de natureza declaratória, para obstar ou
autorizar a prática de atos que não poderiam ou poderiam ser legitimamente praticados, quando existente
perigo de dano. A despeito disso, alguns autores sustentam que a natureza e a finalidade da ação
interventiva são incompatíveis com a possibilidade de concessão de medida liminar, porque a decisão
judicial constitui mero pressuposto ou condição, imposta pela Constituição (art. 36, inciso III), para que o
Chefe do Executivo decrete a intervenção. “Nesse sentido, o óbice para a concessão da medida liminar
estaria na circunstância de que o Judiciário apenas declara o pressuposto para o Chefe do Poder Executivo
agir”. Outros, contudo, defendem a possibilidade de suspensão liminar do ato impugnado (que viola
princípio constitucional sensível), ainda que tal medida precária venha afetar a autonomia do Estado-
membro, quando for imprescindível para eliminar situação que represente perigo à sociedade, ao pacto
federativo ou ao Estado Democrático de Direito, principalmente após a edição da Lei n.º 12.562/2011 (art.
5º) (SARLET, Ingo; MARINONI, Luiz Guilherme; MITIDIERO, Daniel. Curso de Direito
Constitucional. 3.ed. revista, atualizada e ampliada. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014, p.
1307/1309).

15. É correto afirmar que a competência normativa residual atribuída aos Estados-membros não prevalece
em matérias de interesse nacional. Explique. (questão vale 1,0)
O sistema de repartição de competências normativas e materiais, delineado na Constituição Federal, está
pautado, basicamente, pelos critérios da (1) preponderância do interesse, (2) subsidiariedade e (3)
cooperação. Se determinada matéria é de interesse nacional e exigir uma disciplina uniforme em todo o
território nacional, não há como preponderar a regra prevista no seu art. 25, § 1º. Nesse sentido, julgado
do STF comentado em aula: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI 10.826/2003.
ESTATUTO DO DESARMAMENTO. INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL AFASTADA.
INVASÃO DA COMPETÊNCIA RESIDUAL DOS ESTADOS. INOCORRÊNCIA. DIREITO DE
PROPRIEDADE. INTROMISSÃO DO ESTADO NA ESFERA PRIVADA DESCARACTERIZADA.
PREDOMINÂNCIA DO INTERESSE PÚBLICO RECONHECIDA. OBRIGAÇÃO DE RENOVAÇÃO
PERIÓDICA DO REGISTRO DAS ARMAS DE FOGO. DIREITO DE PROPRIEDADE, ATO
JURÍDICO PERFEITO E DIREITO ADQUIRIDO ALEGADAMENTE VIOLADOS. ASSERTIVA
IMPROCEDENTE. LESÃO AOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA PRESUNÇÃO DE
INOCÊNCIA E DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. AFRONTA TAMBÉM AO PRINCÍPIO DA
RAZOABILIDADE. ARGUMENTOS NÃO ACOLHIDOS. FIXAÇÃO DE IDADE MÍNIMA PARA A
AQUISIÇÃO DE ARMA DE FOGO. POSSIBILIDADE. REALIZAÇÃO DE REFERENDO.
INCOMPETÊNCIA DO CONGRESSO NACIONAL. PREJUDICIALIDADE. AÇÃO JULGADA
PARCIALMENTE PROCEDENTE QUANTO À PROIBIÇÃO DO ESTABELECIMENTO DE FIANÇA
E LIBERDADE PROVISÓRIA. I - Dispositivos impugnados que constituem mera reprodução de normas
constantes da Lei 9.437/1997, de iniciativa do Executivo, revogada pela Lei 10.826/2003, ou são
consentâneos com o que nela se dispunha, ou, ainda, consubstanciam preceitos que guardam afinidade
lógica, em uma relação de pertinência, com a Lei 9.437/1997 ou com o PL 1.073/1999, ambos
encaminhados ao Congresso Nacional pela Presidência da República, razão pela qual não se caracteriza a
alegada inconstitucionalidade formal. II - Invasão de competência residual dos Estados para legislar
sobre segurança pública inocorrente, pois cabe à União legislar sobre matérias de predominante
interesse geral. III - O direito do proprietário à percepção de justa e adequada indenização, reconhecida
no diploma legal impugnado, afasta a alegada violação ao art. 5º, XXII, da Constituição Federal, bem
como ao ato jurídico perfeito e ao direito adquirido. IV - A proibição de estabelecimento de fiança para os
delitos de "porte ilegal de arma de fogo de uso permitido" e de "disparo de arma de fogo", mostra-se
desarrazoada, porquanto são crimes de mera conduta, que não se equiparam aos crimes que acarretam
lesão ou ameaça de lesão à vida ou à propriedade. V - Insusceptibilidade de liberdade provisória quanto
aos delitos elencados nos arts. 16, 17 e 18. Inconstitucionalidade reconhecida, visto que o texto magno
não autoriza a prisão ex lege, em face dos princípios da presunção de inocência e da obrigatoriedade de
fundamentação dos mandados de prisão pela autoridade judiciária competente. VI - Identificação das
armas e munições, de modo a permitir o rastreamento dos respectivos fabricantes e adquirentes, medida
que não se mostra irrazoável. VII - A idade mínima para aquisição de arma de fogo pode ser estabelecida
por meio de lei ordinária, como se tem admitido em outras hipóteses. VIII - Prejudicado o exame da
inconstitucionalidade formal e material do art. 35, tendo em conta a realização de referendo. IX - Ação
julgada procedente, em parte, para declarar a inconstitucionalidade dos parágrafos únicos dos artigos 14 e
15 e do artigo 21 da Lei 10.826, de 22 de dezembro de 2003. (STF, Pleno, ADI 3112, Relator(a) Min.
RICARDO LEWANDOWSKI, julgado em 02/05/2007, DJe-131 DIVULG 25/10/2007 PUBLIC
26/10/2007)

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