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CAMPUS DE AQUIDAUANA
CURSO DELICENCIATURA EM PEDAGOGIA
AQUIDAUANA- MS
2017
ISABELA RAMOS DE ANDRADE LIMA
AQUIDAUANA- MS
2017
Dedico este trabalho a minha filha Marcella,
minha mãe Luzia e minha irmã Daniele,
pessoas que estão sempre ao meu lado me
incentivando minha vida pessoal e profissional
me acompanhando em cada etapa me dando
todo suporte e aconselhamento.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus pelo fôlego de vida, pelo seu amor, cuidado e sua
misericórdia, por não me desamparar, por escutar minhas orações e atendendo minhas
suplicas e abençoando e me sustentando fisicamente e espiritualmente minha vida.
A minha família pelo apoio, em especial a minha filha Marcela que sempre me acalma
e minha irmã Daniele que me socorre em momentos difíceis, trazendo uma palavra amiga pra
me incentivar a não desistir.
A minha orientadora Nosimar por me incentivar em minha pesquisa, sua
disponibilidade em todas as vezes que eu tinha dúvidas, e sugestões para que eu pudesse
concluir o meu trabalho.
Também ao professor Jose Leal que me deu norte para as pesquisas e tirou muitas
vezes minhas dúvidas e diminuiu minha ansiedade. Agradeço também acadêmicas da minha
turma de pedagogia todas aquelas que contribuíram de forma direta e indireta em minha
formação acadêmica.
LIMA, Isabela Ramos de Andrade. A importância da escolarização no sistema prisional:
Mudanças observadas no Sistema Penal de Aquidauana-MS. Trabalho de Conclusão de Curso
(Licenciatura em Pedagogia) - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul UFMS,
Aquidauana, 2017,
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do grau Licenciada
em Pedagogia e aprovada em sua forma final pelo Curso de Graduação em Licenciatura em
Pedagogia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - Câmpus de Aquidauana
Aquidauana-MS ___/___2017
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Orientador: Prof. Msc. José Leal
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - CPAQ
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Membro -Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - CPAQ
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Membro -Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - CPAQ
RESUMO
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 21
1 INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I
ameaça e a prática de outros crimes ou contravenções diversos dos apontados na LEP, assim
como será separado em espaço individual, o preso que tiver sua integridade física, moral ou
psicológica ameaçada pela convivência com os demais presos (BRASIL, 1984).
Segundo Castro (2016), convém não confundir o exame de classificação realizado pela
CTC, com o exame previsto para a adoção de cumprimento da pena, previsto no artigo 8º da
LEP, que tem por objetivo analisar genericamente a melhor forma de cumprimento para o
apenado, enquanto o exame que deve ser realizado pela CTC está voltado para avaliação
psicológica e psiquiátrica do condenado. Com base os resultados que identificam a
agressividade, a periculosidade, a maturidade e os vínculos afetivos, é possível reconhecer a
possibilidade de sua volta à vida criminosa ou não. O autor lembra ainda que conforme dispõe
o parágrafo único do artigo 8º da LEP, o exame criminológico é obrigatório para condenado
em regime fechado e facultativo para condenado ao regime semiaberto, embora a maioria dos
doutrinadores entendam pela obrigatoriedade em ambos os casos.
Outro benefício de suma importância previsto na LEP, é redução da redução da pena
do condenado por meio por meio de trabalho ou do estudo. A cada 3 (três) dias trabalhado, 1
(um) dia é subtraído do total da pena. Pelo estudo, presencial ou a distância, a cada 12 (doze)
horas de frequência escolar, divididas em 3 (três) dias, 1 (um) dia da pena é descontado. A
remissão por estudo é calculada com base em horas, e não em dias cheios. O preso em regime
aberto não tem direito a remissão pelo trabalho, mas é possível o desconto de sua pena pelo
estudo (art. 126, § 6º) (CASTRO, 2016).
Se o preso estudar e também trabalhar, em horários compatíveis, terá benefício para
reduzir sua pena, tanto pelo trabalho quanto pelo estudo, separadamente. Caso consiga
concluir o ensino fundamental, médio ou superior durante o cumprimento da pena, estudando
efetivamente 960 horas, o tempo de remição será acrescido de 1/3 (um terço) correspondente
a 320 (trezentos e vinte) horas. Em casos em que o preso já trabalhando e ou estudando no
Sistema Penal, fique impossibilitado, por acidente, de prosseguir ele continuará a beneficiar-
se com a remição. Importante ressaltar que não vale para acidentes ocorridos antes de ter
iniciado essas atividades (CASTRO, 2016).
Com base no exposto, compreende-se que a lei expressa claramente que a reintegração
à sociedade deve ser promovida, sem distinção em referência as decisões que determinaram a
privação de liberdade, uma vez que será assegurado ao condenado todos os direitos não
atingidos pela lei, ou seja, mesmo sentenciado e privado de liberdade, todos os direitos
garantidos aos demais cidadãos serão mantidos, com a ressalva de alguns direitos que podem
ser privados devido a condição em que o indivíduo se encontra, a exemplo a suspensão dos
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direitos políticos, previsto na Constituição Federal em seu artigo 15, inciso III, sendo
mantido o direito de voto (BRASIL, 1988).
tirado a qualquer momento. Nesse sentido, muitas ações ainda devem ser implementadas para
mudar o cenário do sistema penitenciário brasileiro.
1.4 Plano Estadual de Educação nas prisões do Estado de Mato Grosso do Sul
O Plano Estadual de Educação nas prisões do Estado de Mato Grosso do Sul (PEEP/MS), tem
como documentos norteadores para sua elaboração, além da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB /1996); o Plano Estadual de Educação; o Plano Diretor do Sistema Penitenciário; o
Projeto Político Pedagógico e o Regimento Interno da Escola Estadual Polo Profª. Regina Lúcia Anffe
Nunes Betine; o Regimento Interno Básico das Unidades Penais, além de Diretrizes e Resoluções do
Conselho Nacional de Educação e do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária
(BRASIL, 2015c).
Foram utilizados também, o Catálogo Nacional de Cursos Técnicos, o Plano Nacional
de Saúde no Sistema Penitenciário e as Diretrizes Curriculares para a Educação de Jovens e
Adultos (EJA) que contribuíram para a formação da concepção de uma pedagogia que busca
por uma educação integral, com a finalidade de otimizar os recursos existentes, tanto no
sistema penitenciário como no sistema público de ensino (BRASIL, 2015c).
De acordo com o PEEP/MS, o Estado de Mato Grosso do Sul possui 01 (um) Presídio
Federal de Campo Grande/MS e 46 (quarenta e seis) estabelecimentos penais, dos quais 27
(vinte e sete) dispõem a Educação de Jovens e Adultos nas etapas do Ensino Fundamental e
do Ensino Médio, oferecida por intermédio da Escola Estadual Polo Profª. Regina Lúcia
Anffe Nunes Betine, aos custodiados dos estabelecimentos penais de Mato Grosso do Sul,
atendendo ao Termo de Cooperação Mútua nº 020, de 04/08/2015 e o Acordo de Cooperação
Técnica nº 03/2012, do Departamento Penitenciário Nacional/DEPEN (BRASIL, 2015c).
A gestão da educação prisional permite parcerias com outras instituições de governo,
universidades e organizações da sociedade. Compete à Secretaria de Estado de Educação e a
Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul:
- Designar integrantes da Comissão Coordenadora do Termo do Termo de Cooperação
Mútua;
- Participar da elaboração dos planos, programas e cursos a serem desenvolvidos;
- Incluir o nome de ambas as instituições parceiras em todas as formas e processos de
- Divulgação dos trabalhos desenvolvidos;
- Promover recursos humanos necessários à execução do Termo de Cooperação Mútua
definindo critérios para seleção do corpo docente.
Cabe à direção da Escola Estadual Polo Profª Regina Lúcia Anffe Nunes Betine,
realizar todo acompanhamento pedagógico nas Extensões Educacionais Prisionais dos
municípios do Estado de Mato Grosso do Sul, inclusive coordenar a jornada pedagógica e
garantir registro dos documentos escolares na escola polo. Cada estabelecimento penal possui
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CAPITULO II
METODOLOGIA
das teorias (GIL,1999). Este tipo de método abrange coletas e análise de dados. “Pode
permitir novas descobertas de aspectos que não foram previstos inicialmente”. O pesquisador
deve expor de forma justa todas as evidencias e atuar de forma crítica (YIN, 2001, p. 59).
Convém ressaltar ainda que:
CAPÍTULO III
RESULTADOS E DISCUSSÕES
da educação, só depende dos presos por esperar por um futuro melhor, através dessa
preparação.
No que se refere a estrutura da EP no EPA, é garantida ao preso o direito à educação
escolar dentro do sistema pela EJA, como instrumento indispensável para a emancipação,
tendo como requisito apenas o desejo espontâneo de cada um. A população carcerária que
participa da EP é adulta entre 20 e 35 anos. O objetivo da EP é preparar os jovens para a vida
pós cárcere, possibilitando menos dificuldades.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No EPA os presos podem optar por concluir seus estudos ou apenas praticar leituras
para reduzir a pena. O critério para seleção, como bem esclarece a própria Coordenadora é
"apenas o desejo de cada um, nada mais". Considera-se que A Educação de Jovens e Adultos
(EJA) tem sido a modalidade de ensino que responde aos interesses daqueles que querem
concluir seus estudos.
Notadamente, a realidade de alguns presídios brasileiros mostra que a pena em si não
reintegra o indivíduo ao convívio social e as medidas de caráter ressocializador também não
são suficientes. Embora a remissão pareça ser justa, causa repercussão no âmbito social, que
isso não devolve às vítimas nenhum reparo e, no entanto, o Estado procura diminuir a
superlotação das penitenciárias “criando” institutos para beneficiar o preso. No entanto, as
condições sub-humanas do sistema penitenciário brasileiro acaba banalizando qualquer
possibilidade de ressocialização.
Por outro, ficou evidente que a educação prisional, mesmo tendo a remissão de pena
como bônus, não é motivadora para todos que se inserem no programa, pois, conforme relato
da Coordenadora, o indivíduo privado de liberdade também desiste da escolarização e outros
nem comparecem com assiduidade.
Conclui-se, que o entendimento da educação e sua tarefa ressocializadora não alcança
o desejo de todos no EPA, o que não significa que deve-se ignorar os direitos dos indivíduos
à margem da sociedade, isolados dentro de uma prisão. A educação de detentos mesmo
vinculadas a propostas de remissão de pena tem sido uma proposta de ressocialização também
do sistema penal.
Com base nos estudos, admite-se que a dimensão educativa dos programas de EP têm
tem se preocupado em recuperar a escolarização dos detentos para que se sintam
motivados a buscar mudanças de vida e autonomia. Essa dimensão não pode ser
generalizada no dito popular de que "o detento estuda para ganhar remissão de pena".
A sociedade tem que superara esse paradigma.
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REFERÊNCIAS
AGÊNCIA BRASIL. Entenda a crise no Sistema Prisional Brasileiro. In. EBC, Agência
Brasil, 2017. Disponível em:< http://www.ebc.com.br/especiais/entenda-crise-no-sistema-
prisional-brasileiro> Acesso em: 02 nov 2017
CASTRO, Leonardo (Prof. De direito). Lei 7.210/84 - Resumo da Lei de Execução Penal.
In: Portal JusBrasil, 2016. Disponível em:<
https://leonardocastro2.jusbrasil.com.br/artigos/310916668/lei-7210-84-resumo-da-lei-de-
execucao-penal#comments> Acesso em: 17 out 2017
GIL, Antônio Carlos. Métodos e Técnicas em pesquisa social. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 1999.
LICK, Uwe. Introdução à Pesquisa Qualitativa. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2009
SANTIAGO, Jayme B. S.; BRITTO, Tatiana Feitosa de. A educação nas prisões. Brasília:
Consultoria do Senado Federal, A 43 nº 171 jul./set. 2006 .
YIN, Roberto K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman,
2001.