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O Plantão Psicológico no ambiente de Trabalho

Apresentação Oral em GT
Autor(es): Janaina Lucia Rodrigues (UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO), Fernanda Candido
Resumo: Esta comunicação apresenta uma reflexão sobre as possibilidades do serviço de Plantão
Psicológico (SPP) no ambiente de trabalho. Enfatizamos nesse trabalho a importância de um espaço de
acolhimento e auxílio terapêutico em empresas e instituições, com a finalidade de proporcionar acolhimento
e segurança aos trabalhadores e seus familiares. Uma vez que segundo dados do Ministério da Saúde,
estima-se que 15% da população mundial (975 milhões) precisem de atendimento em saúde mental. No
Brasil, 28,3 milhões de pessoas sofrem de algum transtorno mental, sendo que dessas mais de 5 milhões
de pessoas sofrem de transtornos mentais severos, que requerem atendimento constante. Cerca de 18
milhões são acometidos por transtornos causados pelo uso de álcool e drogas. As doenças mentais estão
entre as três primeiras causas de incapacitação para o trabalho no país. As pesquisas indicam, ainda, que
26% das pessoas apresentam ou apresentarão um transtorno mental em alguma fase de sua vida. A alta
prevalência desses transtornos, o seu crescimento em todos os países e segmentos sociais, além da
interface especialmente com as drogas e violência, tornam a questão uma das prioridades para a saúde
pública. Porém, o acesso ao tratamento ainda não está garantido a todos, especialmente, nos países em
que o desenvolvimento ainda é precário. Essa constatação levou a Organização Mundial de Saúde (OMS)
a propor em 2008, o debate sobre o tema “Saúde mental como prioridade: melhoria dos serviços com
participação social e cidadania”, com o objetivo de estimular reflexão sobre a melhoria do acesso ao
tratamento e redução das iniqüidades.
Apesar desse quadro, apenas pouco mais de 2% do orçamento público são destinados à saúde mental
conforme dados do governo federal no portal da saúde. Esses dados apontam para necessidade de se criar
políticas de saúde, que garanta a toda população acesso aos tratamentos necessários.
A responsabilidade por ações políticas que contribuam para o desenvolvimento pleno e saudável dos
cidadãos e eliminem os fatores de risco e as ameaças mais imediatas à saúde (geral e mental) da população
seja de responsabilidade tanto das políticas de saúde como da sociedade e das instituições.
Sendo assim, para que a saúde mental deixe de ser um fator implicador no impedimento de uma sociedade
saudável, não cabe apenas ao governo criar ações que favoreçam o desenvolvimento pleno dos cidadãos,
mas o comprometimento das instituições e empresas com o bem estar psico-social de seus colaboradores
e funcionários.
As análises apontam o serviço de Plantão Psicológico no Ambiente de Trabalho pode contribuir para uma
significativa melhora na qualidade de vida dos trabalhadores e seus familiares, visto que possibilita um
espaço de escuta e acolhimento em que os trabalhadores podem sentir aceitos para expressar seus
sentimentos vivenciados tanto dentro quanto fora do mundo social do trabalho.

Texto completo: AS POSSIBILIDADES DO PLANTÃO PSICOLÓGICO NO AMBIENTE DE TRABALHO

Janaina Lucia Rodrigues (UNIVAG)


Fernanda Candido (UNIVAG)

Resumo: Este artigo apresenta uma reflexão sobre as possibilidades do serviço de Plantão Psicológico no
ambiente de trabalho (SPP). Para leitura teórica utilizamos a perspectiva teórica de Carl Rogers (1974,
1983, 1997) e sua Abordagem Centrada na Pessoa (ACP), bem como autores de estimável valor para
temática como: Dejours (1992,1999), Codo (2002, 2006), May (1999), Mafourd (1999) e Rosemberg (1987).
Enfatizamos a importância de um espaço de acolhimento e auxílio terapêutico em empresas e instituições,
com a finalidade de proporcionar acolhimento e segurança aos trabalhadores e seus familiares. As análises
apontam o quanto esse serviço pode contribuir para uma significativa melhora ma qualidade de vida dos
trabalhadores e seus familiares, visto que possibilita um espaço de escuta e acolhimento em que os
trabalhadores podem sentirem-se aceitos para expressar seus sentimentos vivenciados tanto dentro quanto
fora da do mundo social do trabalho, e o quanto às mudanças na vida das pessoas surtem reflexos diretos
no ambiente de trabalho.

Palavras-Chave: Plantão Psicológico. Saúde do trabalhador. Saúde Mental. Qualidade de vida no Trabalho.

Abstract: This article presents a reflection on the possibilities of the service on duty Psychology (SPP). To
read this theoretical type of care used is the perspective of Carl Rogers (1974, 1983, 1997) its the Person-
Centered Approach as well as author of estimable value for thematic as: Dejours (1992.1999), Codo (2002,
2006), May (1999), Mafourd (1999), Rosemberg (1987). We emphasize the importance of an area of
reception and therapeutic aid in enterprises and institutions in order to provide shelter and safety for workers
and their families. In conclusion, shows how this service can contribute to a significant transformation both
subjective, to enable those feel accepted to express his feelings, as institutional considering that the changes
in the lives of these also have consequences on the desktop.

Key-Words: Psychological duty. Employee health. Mental Health. Quality of Life at Work. The

INTRODUÇÃO

Quando referimos a atendimentos em plantão nos remetemos automaticamente a serviços em que o


atendimento fique à disposição das pessoas que necessitam. Porém, o serviço de plantão em psicologia
ainda é uma modalidade de atendimento a ser incorporada e aprofundada, como uma possibilidade de
oferecer um serviço em que o psicólogo fique a disposição para oferecer atendimento.
O interesse em desenvolver esse trabalho sobre Plantão Psicológico e relatar a efetividade desse serviço,
se deu em virtude das vivências, nessa de modalidade de atendimento em Plantão, obtida através dos
estágios curriculares proporcionados pelo curso de psicologia do UNIVAG. Enquanto estagiária o trabalho
de Plantão se efetivou, na Policlínica Drº Lucilo Macedo de Freitas, e também na Empresa Brasileira de
Correios e Telégrafos DR MT. Ambos os estágios, bem como o de clínica, realizados na clínica escola do
Univag, obtiveram sustentação teórica mediante a Abordagem Centrada na Pessoa (ACP), conforme
ênfase dada, para a análise e reflexões que realizamos neste artigo.
O Plantão Psicológico consiste em oferecer um serviço em que o profissional fique disponível para oferecer
atendimento, em dias e horários determinados.
Segundo o Ministério da Saúde, estima-se que 15% da população mundial (975 milhões) precise de
atendimento em saúde mental. No Brasil, 28,3 milhões de pessoas sofrem de algum transtorno mental,
sendo que mais de cinco milhões de pessoa sofrem de transtornos mentais severos, que requerem
atendimento constante. Cerca de 18 milhões são acometidos por transtornos causados pelo uso de álcool
e drogas. As doenças mentais estão entre as três primeiras causas de incapacitação para o trabalho no
país. As pesquisas indicam, ainda, que 26% das pessoas apresentam ou apresentarão um transtorno
mental em alguma fase de sua vida.
A alta prevalência desses transtornos, o seu crescimento em todos os países e segmentos sociais, além
da interface especialmente com as drogas e violência tornam a questão uma das prioridades para a saúde
pública. Porém, o acesso ao tratamento ainda não está garantido a todos, especialmente, nos países em
que o desenvolvimento ainda é precário. Essa constatação levou a Organização Mundial de Saúde (OMS)
a propor, para 2008, o debate sobre o tema “Saúde mental como prioridade: melhoria dos serviços com
participação social e cidadania”, com o objetivo de estimular reflexão sobre a melhoria do acesso ao
tratamento e redução das iniqüidades.
Apesar desse quadro, apenas pouco mais de 2% do orçamento público são destinados à saúde mental
conforme dados do governo federal no portal da saúde.
Esses dados apontam para necessidade de se criar políticas de saúde que garantam a todos o acesso aos
tratamentos necessários. Acreditamos, dessa forma, que em um país como Brasil com ampla dimensão
territorial, que engloba diversidades culturais, socioeconômicas, que a responsabilidade de ações políticas
que contribuam de forma positiva ao desenvolvimento pleno e saudável dos cidadãos e eliminem os fatores
de risco e as ameaças mais imediatas à saúde (geral e mental) da população é de responsabilidade tanto
das políticas de saúde como da sociedade e das instituições.
Sendo assim, para que a saúde mental deixe de ser um fator implicador no impedimento de uma sociedade
saudável e produtiva não cabe apenas ao governo criar ações que favoreçam o desenvolvimento pleno dos
cidadãos, mas o comprometimento das instituições e empresas com o bem estar psico-social de seus
colaboradores e funcionários.
Moscovici (1995, p. 31) diz que “As empresas parecem não ter despertado inteiramente para o fato
repetidamente constatado: para trabalhar bem e produzir em grupo, as pessoas precisam possuir mais do
que competência técnica para as funções”. Esclarece ainda que as pessoas precisam sentir que as
diferenças nesse ambiente são aceitas e tratadas em aberto, para que a comunicação possa fluir com
facilidade, em dupla direção.
A autora afirma que quando as pessoas podem falar o que pensam e sentem, e tem a possibilidade de dar
e receber feedback, o que contribui para o autoconhecimento, que precisa ser elaborado para auto-
aceitação. Sendo que dar e receber feedback contribui para que o indivíduo possa ter percepção mais
acurada de si e da relação interpessoal, e se constitui como primeiro passo para se construir
relacionamentos autênticos.
Assim, o Plantão Psicológico no contexto empresarial se apresenta como uma possibilidade de oferecer a
essas pessoas um Serviço de Pronto Atendimento Psicológico. Para Schmidt (2004), esse serviço é
pensado e praticado, basicamente, como um modo de acolher e responder a demandas por ajuda
psicológica. O profissional se coloca à disposição das pessoas que procuram um tempo e um espaço de
escuta abertos à diversidade e à pluralidade dessas demandas.
Para tal, o estudo constitui-se numa pesquisa de caráter bibliográfico a partir do campo da psicologia, tendo
como relevância, contribuições de autores como: Dejours (1992), Codo (2006), May (1999) Mafourd (1999),
Rosemberg (1987) e Rogers (1974, 1983, 1997).

O PROCESSO HISTÓRICO DO PLANTÃO PSICOLÓGICO

Para dialogar sobre Plantão Psicológico é fundamental que se tenha conhecimento do processo histórico
dessa modalidade de atendimento.
Segundo Mahfoud (1999) esse Serviço chamado de Plantão Psicológico foi implantado no Brasil inspirado
nas experiências do modelo de walk-in¬ clinics, nos Estados Unidos para prestar atendimento imediato à
comunidade nas décadas de 70 e 80, e visava um atendimento emergencial no momento em que havia
procura.
Rosemberg (1987) relata a trajetória do primeiro Serviço de Plantão Psicológico de que se tem registro no
Brasil. Sendo a implantação no Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IPUSP), em 1969, no
setor de aconselhamento psicológico.
Para Forghieri (2007), relata que Rogers foi o responsável pelo movimento que visava o reconhecimento
do aconselhamento psicológico pela comunidade científica, comenta ainda que este teórico denominou
seus atendimentos de aconselhamento psicológico, para não ser impedido de atuar como terapeuta na
época, mas, depois do reconhecimento pela comunidade científica dessa modalidade de atendimento
terapêutico passou a denominar sua teoria de Centrada no Cliente e posteriormente de Abordagem
Centrada na Pessoa.
Dessa forma, a base teórica do Plantão Psicológico foi fundamentalmente humanista, que considera o
homem um ser de possibilidades, e valoriza a própria essência da natureza humana; assim ao referirmos
ao Plantão Psicológico nos remetemos à Abordagem Centrada na Pessoa.
Os pilares que fundamentam essa abordagem estão caracterizados no clima em que o encontro entre
terapeuta e cliente ocorre, de aceitação positiva incondicional, compreensão empática, denominados de
atitudes psicológicas facilitadoras. Rogers (1983) coloca que os indivíduos possuem dentro de si vastos
recursos para autocompreensão e modificação de seus autoconceitos, acredita ainda na tendência ao
crescimento e a auto realização diante das escolhas.
Cabral e Nick (2003, p.154) definem a individuação ou auto realização como sendo a acessibilidade à
essência humana e à aceitação da realização das potencialidades e coloca que “Rogers considera a auto
realização como sinônimo de Saúde Psicológica adulta: é ‘um objetivo ou meta ou tendência do
desenvolvimento humano a ser alcançada, considerando que todos os fenômenos imaturos do crescimento
são apenas passos ao longo do caminho da individuação’”. Assim, a auto realização consiste na aceitação
de si próprio, para realizar-se através do acesso à essência humana e pessoal.

A PROPOSTA DE CARL ROGERS E O HOMEM

Para Rogers (1983), o clima de atitudes psicológicas facilitadoras, ocorre quando o terapeuta consegue ser
ele mesmo na relação com o outro e tem atitudes de congruência, aceitação incondicional, compreensão
empática na relação. Coloca ainda que essas atitudes estimulam o cliente a se auto compreender. Para o
autor essas posturas são assim descritas:
Ser congruente e transparente é ser sincero e buscar compreender efetivamente o outro, e poder falar sobre
esta vivência na relação que se estabelece entre terapeuta e cliente. De forma que essa relação autêntica
possibilite ao cliente expressar seus sentimentos livremente.
A aceitação incondicional é uma atitude positiva e aceitadora do terapeuta, em relação ao que o cliente é
naquele momento, permite-se dessa forma que o cliente possa ser ele mesmo. Assim, essa atitude do
terapeuta estimula o cliente a ser autêntico na relação e conseguir dessa forma se conhecer.
A compreensão empática é o terapeuta poder mergulhar na busca de conhecer o que ocorre com o cliente,
como se fosse ele mesmo, e expressar o seu olhar a ele para pode ajudá-lo a se compreender. É se
aventurar em busca de compreender o outro e falar dessa leitura para o cliente, para possibilitar ao cliente
compreender a si mesmo e seus conflitos.
Romero (2001 p. 66) comenta que compreender implica o conhecimento dos motivos que levam uma
pessoa a vivenciar a realidade de certo modo, e relacionar um fenômeno psicológico com outro fenômeno
psíquico, e entende que a compreensão empática é: “[...] colocar se no lugar do outro para assim captar o
sentido de sua vivência, compartilhando dessa maneira seu sentir”. Aponta ainda que é muito diferente de
qualquer compreensão meramente intelectual, por ter um caráter afetivo e um movimento de aproximação
do outro.
Mediante o exposto, o terapeuta na ACP precisa ser sensível às relações humanas para poder compreender
o cliente, tanto nas suas limitações emocionais, quanto na suas potencialidades. Sendo que cada sessão
é única, porque é o cliente quem vai trazer o que o angustia e que precisa ser falado.
É a aceitação que permitirá ao cliente prosseguir, sentir-se aceito para que possa ser ele mesmo na relação
e se lance nessa aventura em busca de se conhecer e ter clareza das suas escolhas.
Rogers (1997) afirma que mesmo em um curto espaço de tempo é possível oferecer um tipo muito precioso
de ajuda, de esclarecimento, quando permite que o cliente exprima seus problemas e sentimentos de forma
livre, e tenha reconhecimento das questões que enfrenta.
Isso se torna possível, de acordo com autor, quando o terapeuta oferece uma escuta centrada na pessoa
e confiante na tendência à realização que lhe é inerente, e na possibilidade dessa tendência ser estimulada,
mesmo que seja através de um único encontro com o profissional, desde que este estabeleça uma relação
de congruência, empatia e aceitação incondicional com o outro. É a partir dessa visão de um ser livre em
busca de crescimento e realização que os humanistas apresentam a proposta de atendimento de Plantão
Psicológico. Rogers e Wood (1974) citando Rogers (1961 a, p. 105) ao descrever o homem afirma que:
Quando o homem, é de todo um homem, quando ele é seu organismo completo, quando a percepção da
existência, esse atributo peculiarmente humano, esta operando na sua máxima plenitude, então se pode
confiar nele então seu comportamento é construtivo. Nem sempre será convencional. Nem sempre será
conformista. Será individualizado. Mas também socializado.
Também Boainain (1998, p.33-34) compreende:
O homem como um ser em busca e em construção de si mesmo, cuja natureza se desvela e exprime no
realizar de suas potencialidades e na atualização de seu potencial, compreendem os humanistas que só é
pessoa, só é realmente humano, no autêntico, livre e integrado ato de se desenvolver.

Possibilitar a esse homem sentir-se aceito para falar das suas angústias, resiguinificar o que o faz sofrer
para que possa fazer suas escolhas e se responsabilizar por elas, é um dos objetivos quando se atende
fundamentado na ACP.
Dessa forma compreendemos que a demanda por atendimento terapêutico é um pedido de ajuda, para que
um outro auxilie a compreender o que está incomodando, o que está acontecendo com a pessoa. Quando
uma pessoa está angustiada, pode tentar resolver seus problemas sozinha, mas também pode buscar por
auxílio se desejar. Para Hengenberg (2004, p. 151).
No caso em que a pessoa solicita ajuda do terapeuta, o pedido pode vir de diversas maneiras. A pessoa
pode apenas desejar aliviar seus sintomas, querer um conselho, ou pode desejar entender o que se passa.
Em outras palavras, pode ser um desejo de mudança ou um desejo de retorno ao equilíbrio que havia antes
do surgimento dos problemas em pauta.

O mundo globalizado ocasionou mudanças significativas na família, trabalho, valores, hábitos, tecnologia,
enfim no modo de vida das pessoas o faz com que tudo se altere com velocidade acentuada. Consideramos
todas essas mudanças e a aceleração do tempo.
Hegenberg (2004, p. 12) pondera que no mundo atual, fazer várias Psicoterapias Breves, nos vários
momentos diferentes de uma pessoa, parece fazer mais sentido do que uma análise única, por um logo
período de tempo, afirma ainda que:
O fenômeno da exclusão social acontece de inúmeras maneiras; econômicas, social, cultural.
Testemunhamos em nosso meio, como parte desse processo, inúmeras pessoas, vivendo em situação de
grande sofrimento sem dispor de possibilidades para encontrar ajuda necessária para seu tipo de
padecimento. É urgente que possamos contar com práticas clínicas de qualidade e que tenham sido
desenvolvidas em meio ao rigor demandado pela comunidade científica, para que possam ser inseridas em
políticas públicas de saúde mental.

O Plantão Psicológico é uma possibilidade de atender a essa demanda, no momento em que busca oferecer
um Pronto Atendimento, para que a pessoa, ao buscar ajuda, possa ser acolhida, e experiêncie seus
sentimentos naquele momento.
É preciso considerar que para o ser humano o passado pode se fazer presente a cada instante, bem como
o remeter ao futuro a todo o momento. Para May (1999 p.146), “O homem pode <> transcender o momento
imediato, recordar o passado e planejar o futuro e assim escolher o maior bem, que só ocorrerá mais tarde,
de preferência a um bem menor e imediato”. Assim, quando o homem busca ajuda no momento de sua
necessidade ele está trazendo para esse momento os reflexos de toda sua vida, sem que haja divisão da
linha do tempo. Romero (2001 p. 69) afirma que:
Embora seja uma história vivida, para a maioria das pessoas o passado permanece, em medida
considerável, estranho e mal-assimilado. Existe aí também uma notória alienação do ser mais próprio. Não
é insólito que alguns até se recusem a fazer um exame atento dessa história, alegando que “tudo aquilo já
passou” ou que quase tudo está recoberto pela poeira do tempo. É verdade, por definição o passado “já
passou”, mas ele existe; continua existido de diversas formas em nós.
Dessa maneira, quando homem busca ajuda para enfrentar a realidade presente ele está em busca de
mudanças em seu futuro. Mas nem sempre este enfrentamento é uma tarefa fácil por conduzir o homem a
examinar o seu passado, e se defrontar com os reflexos desse no seu presente, e ao homem cabe a difícil
liberdade de escolher entre ser ou não autêntico consigo mesmo, e fazer suas escolhas consciente de
forma a responsabilizar-se por estas.
Para May (1999, p. 222), a melhor maneira de o homem garantir o futuro é enfrentar o presente de forma
autêntica com coragem e proveito, mas alerta que: “Enfrentar a realidade presente provoca às vezes
ansiedade. [...] esta ansiedade é uma espécie de vaga sensação de estar <>, ou de encontrar-se diante de
uma realidade da qual não se pode fugir, recuar ou esconder-se”.
Apoiar esse homem nesse enfrentamento faz parte da proposta do atendimento da psicologia e, em
especial, do Plantão Psicológico, que cria um espaço em que se pode buscar por ajuda quando precisar.
Ao terapeuta cabe acolher esse homem e acreditar que o seu trabalho não termina com o fim do encontro,
mas se estende ao longo do tempo, e confiar que seu cliente pode continuar a aprender sozinho e lidar com
os acontecimentos inesperados da vida, a partir do que foi iniciado durante o atendimento.
FORMA DE ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO

O profissional que atua em Plantão Psicológico tem que se colocar disponível para estar ali e lidar com o
inesperado, pois este é um espaço em que a pessoa terá para buscar ajuda quando necessitar falar dos
seus sentimentos e do que se passa com ela.
Conforme Mahfoud (1999), o psicólogo neste tipo de serviço não está ali para solucionar problemas, mas
procura estar presente e acolher, centrado na pessoa mais que no problema.
A escuta é o principal instrumento utilizado por este profissional, que nos atendimentos busca ouvir o outro
e estar disponível para receber a vivência que o cliente trouxer de maneira a facilitar que a pessoa examine
sua experiência.
Assim, o que o psicólogo oferece, é um espaço em que a pessoa ao expressar seus sentimentos, se sinta
acolhida para que seja capaz de repensar e rever suas questões. Segundo Erthal (1989), quando o
terapeuta está com o cliente para acolher e enfrentar com este suas angústia, e confia na capacidade do
cliente compreender-se a si mesmo, atua como um facilitador desse processo sendo autêntico na relação.
Essa relação autêntica possibilita ao cliente seu autoconhecimento, e maior clareza das suas questões, e
atua como estímulo ao crescimento e a um encontro consigo mesmo.
Erthal (1989, p.73) diz que “Assim, toda compreensão parte diretamente do homem; o ser humano só pode
ser compreendido a partir de si mesmo. Ainda que imerso e bloqueado em sua problemática, é o melhor
interprete de suas emoções, de sua realidade obstruída”.
Facilitar ao ser humano essa compreensão de si é um dos objetivos do profissional que atua em Plantão
Psicológico, assim como acolher e oferecer atenção à experiência do cliente no momento em que este
procura ajuda. Isto inclui não apenas o que convencionalmente se entende por queixa, mas o modo como
o cliente vivencia o seu sofrimento, bem como as expectativas e perspectivas que se apresentam a partir
dessa busca de auxílio.
Cada encontro entre terapeuta e cliente é único, pois é o cliente quem vai trazer para o atendimento o que
precisa ser falado, os seus conflitos naquele momento. Podemos pensar dessa forma que até mesmo um
único atendimento pode possibilitar a pessoa ter um encontro consigo mesma e se colocar diante dos
acontecimentos da vida mais consciente de suas escolhas.
É isso que afirma Schmidt (2004), ao mencionar que ao acolher o cliente, damos-lhe a oportunidade de se
posicionar frente àquilo que vive e permitimos que este possa fazer suas escolhas de forma consciente.
Essa forma de atuação em Plantão Psicológico permite ao cliente a liberdade de poder escolher se deseja
ou não dar continuidade aos atendimentos em processo terapêutico, até porque se acredita que a pessoa
tem dentro de si os recursos necessários para auto-realização, que podem ser ativados até mesmo em um
único encontro com o terapeuta.
Para Angerami-Camon (1998, p. 43) “O homem nasce e existe para desenvolver-se a partir de suas
realizações, dando assim sentido e significações para sua vida”.
Assim, entendemos a importância do homem ter consciência de que ele é o autor da sua história e, portanto
buscar se auto-conhecer e com isso descobrir o sentido a sua vida.
Dessa forma May (1999, p. 95) compreende que: “Tornar-se uma pessoa significa aprofundar essa
consciência, essa experiência do próprio <> de que sou o eu ativo o sujeito do que esta acontecendo”.
Quando a pessoa tem clareza das questões que enfrenta, faz escolhas conscientes, é autêntica com ela
mesma consegue realizar-se nas escolhas que faz. Ao profissional de psicologia nessa modalidade de
atendimento cabe iluminar o caminho para que a pessoa conheça as escolhas que tem e possa fazê-las de
forma verdadeira consigo mesma.

PLANTÃO PSICOLÓGICO E A EMPRESA

Trata-se de um serviço de emergência, em que o psicólogo se defronta a todo instante com o não planejado,
e tem no pronto acolhimento a principal ferramenta a ser utilizada. Rosemberg (1987) relata que o
acolhimento é a capacidade de estar disponível para escutar e dialogar com o outro que procura ajuda,
incondicionalmente, e oferecer atendimento imediato. Ao profissional em psicologia cabe ter sensibilidade
para acolher, compreender e responder as demandas, sem perder de vista a singularidade do indivíduo.
Segundo França (2005), esse acolhimento se contrapõe aos agendamentos tradicionais praticados nos
setores de saúde, pois transforma a procura em um pronto atendimento em que o sujeito pode expressar
seus sentimentos presentes.
Desta forma, acolher é oferecer atenção ao sofrimento, e estabelecer uma relação de confiança e aceitação,
pensando no bem estar e na qualidade de vida dos profissionais que buscam o atendimento de Plantão
Psicológico no qual se oferece as pessoas um serviço de pronto atendimento aqueles que procuram auxílio
psicológico.
Essa modalidade de atendimento é analisada a luz da teoria de Carl Rogers conforme já mencionado que
afirma: “Quando o terapeuta está tendo uma atitude positiva aceitadora, em relação ao que quer que o
cliente seja naquele momento, a probabilidade de ocorrer um movimento terapêutico ou mudança aumenta”.
Essa escuta atenciosa, acolhedora e incondicional é descrita pelo autor como aceitação incondicional e
está entre as três atitudes psicológicas terapêuticas que fundamentam a teoria de Rogers da Abordagem
Centrada na Pessoa.
É a partir desse conceito que pensamos nesse serviço de Plantão Psicológico no ambiente de trabalho, que
está direcionada ao cuidado com a saúde, já que a escuta do psicólogo visa possibilitar que a pessoa tenha
maior clareza da sua realidade e das suas questões. Tassinari (1999, p. 42) diz que:
Nesse sentido, entendemos o Serviço de Plantão como uma atividade de promoção da saúde, já que a
escuta do plantonista visa possibilitar que a pessoa se situe melhor naquele momento e consiga clarear
para si mesma o que necessita. Acreditamos que ser atendida no momento de sua necessidade, por
iniciativa própria, estimula o cuidado consigo mesma, atingindo assim os objetivos da atenção primária a
saúde.
Partimos do pressuposto que uma instituição está bem quando os membros que a compõe estão bem, com
isso esse serviço dentro da empresa estabelece um espaço em que se possa ter aceitação e acolhimento
no momento em que a pessoa sentir necessidade.
Assim, Cautella (1999) afirma que se faz necessário, em algum momento da história de uma instituição,
instaurar um espaço de acolhimento e segurança para seus funcionários. Acreditamos que ter um espaço
para falar das sensações e sentimentos variados já existentes, ou gerados pela própria convivência e
atividades em grupo, contribuirá para o crescimento e amadurecimento pessoal que terá seus reflexos na
produtividade e satisfação fora e dentro do ambiente de trabalho.
De acordo com Palmieri e Cury (2007), “A estrutura do Plantão Psicológico responde a essa demanda
institucional na qual o funcionário tem um espaço para expressar suas angústias, seus anseios e estruturar-
se melhor para dar conta das exigências internas e externas do seu cotidiano nesse contexto de trabalho”.
Considerando que a possibilidade desse serviço no ambiente de trabalho de oferecerá um espaço de
acolhimento, segurança e auxílio terapêutico aos funcionários e seus familiares.
Para Dejours (1999), o trabalho não é somente a execução de atividades produtivas, mas também, é o
espaço de convivência, aponta ainda para a importância de uma preocupação, não apenas com a eficácia
técnica, mas também com o mundo social do trabalho de proteção e realização do ego, portando relativos
à saúde e ao mundo subjetivo. É justamente nesse espaço de convivência do trabalho que pensamos em
um espaço em que esse homem possa buscar ajuda quando sentir necessidade.
Hegel (1985), afirma que “O homem, mediante o trabalho, transforma o mundo ao mesmo tempo em que
transforma a si mesmo, humanizando-se”. O trabalho então se apresenta como condição básica para
emancipação humana e como atividade fundamental e responsável pelo processo de hominização.
Assim, podemos considerar que o campo de saúde do trabalhador se mostra como um campo promissor
para o exercício do profissional de psicologia, e de acordo com Jacques (2007) “[...] a inserção do psicólogo
nesse campo abre, um conjunto variado de possibilidades de atuação”.
A proposta desse Serviço Plantão Psicológico em Empresa é uma dessas possibilidades de atuação no
campo de Saúde do Trabalhador que tem um enfoque e se constitui como tentativa de acolher e
compreender o homem e suas relações entre condições de vida e trabalho. Conforme Codo (2006, p.186):
O trabalho é o modo de ser do homem, e como tal permeia todos os níveis de sua atividade, seus afetos,
sua consciência, o que permite que os sintomas se escondam em todos os lugares [...].
Entendemos dessa forma, que para o homem o mundo do trabalho e o privado se misturam de forma que
os sentimentos vivenciados pela pessoa refletem nas suas atitudes independentes do lugar. Com isso
acreditamos ser importante acolher o homem em seu sofrimento e atender a algumas dificuldades
específicas do ambiente de trabalho; uma vez que consideramos que estas dificuldades refletem também
no convívio familiar do homem.
Palmieri e Cury (2007) afirmam que é necessário cuidar dos profissionais, para benefícios destes e para
melhor qualidade do trabalho oferecido, em função de algumas dificuldades específicas desse ambiente,
como insatisfação no trabalho, baixa utilização das potencialidades entre outros. Apontam ainda que estes
fatores podem conduzir a conseqüências como: absenteísmos, baixo rendimento, aumento nas
reclamações, causando seria conseqüências á saúde física e mental dos funcionários.
Ao pensar nesse serviço de Plantão Psicológico inserido no ambiente de trabalho, nos remetemos a refletir
sobre qualidade de vida no trabalho e da importância de se oferecer aos servidores e seus familiares um
espaço de atendimento psicológico que contribua para que tenham uma melhor qualidade de vida .
Silva e Marchi (1997), afirmam que a relação entre saúde e qualidade de vida parece óbvia, considerando
que o próprio senso comum diz que ter saúde é a primeira e essencial condição para que alguém possa
considerar sua vida como de boa qualidade. Mas o que parece óbvio e claro nem sempre o é, na realidade.
Tanto a concepção de saúde, como a de qualidade de vida comportam discussões e interpretações
diversas.
Compreendem ainda que os valores de saúde e doença são construídos, na empresa, sob o foco da
produtividade, sob os princípios que se adota de responsabilidade social e o valor que se dá à preservação
das pessoas, das histórias de acidentes de trabalho e da própria cultura da organização. A pressão
organizacional leva o indivíduo a estados de stress, o que afeta diretamente a qualidade de vida do
trabalho.
Lages (2008) citando Codo (2002) aponta os comprometimentos na saúde mental dos indivíduos e coletivos
de trabalhadores. O autor compreende a doença mental como sendo o conflito do indivíduo consigo mesmo
e com o outro. Afirma que esta surge quando a pessoa se vê confrontada com uma norma, ou moral
introjetada e que impede sua realização como sujeito de ação, engendrando um dilema que pode ser
responsável pela neurose que a partir daí é desencadeada.
Assim, para compreendermos melhor o conceito de doença mental, Romero (2001, p. 70-71) descreve esta
como sendo: “um vivenciar que adquire um caráter mórbido, quando surge como um processo há uma
quebra a continuidade vital do sujeito, apresentando-se como incompreensível”. E aponta ainda que não se
trata de lidar com doenças mentais, mas sim com pessoas que não são simples doentes, mas seres
humanos que secundariamente se tornaram doentes, afirma ainda que o que existe são pessoas que
adoecem, “A doença é uma abstração; o doente é um ser pessoal, concreto”.
Possibilitar ao homem falar dos seus sentimentos de forma livre para que possa resiguinificar sua suas
vivências, faz parte da proposta do Serviço de Plantão Psicológico que tem uma visão integral do homem,
e atua na forma de prevenção, de agravamento dos conflitos psíquicos.
Fernandes (1996 p. 46) aponta que “[...] pouco resolve atentar-se apenas para fatores físicos, pois aspectos
sociológicos e psicológicos interferem igualmente na satisfação do indivíduo em situação de trabalho; [...]
com reflexos na produtividade e na satisfação dos empregados”.
Desta forma pensamos que à implantação de política de saúde mental que, de fato, promova mudanças, é
responsabilidade de vários agentes, instituições, sistema de saúde e sociedade.
Moscovici (1995, p. 43-44) aponta entre essas mudanças a possibilidades de: “Uma delas consiste em abrir
espaços não exclusivamente racionais na organização, para que os sentimentos e intuições possam ter
livre trânsito, juntamente com as idéias e orientações técnicas. A acolhida da intuição e sentimentos
enriquece sobremaneira as decisões e a resolução de problemas organizacionais”.
Assim, quando a instituição também se sente responsabilizada por gerar mudanças no âmbito da saúde
mental do trabalhador, ela busca medidas que permitam e contribuam para melhoria da qualidade de vida
desse trabalhador.
Vieira (1996, p.107) compreende a Qualidade de Vida no Trabalho como: “[...] um conjunto de fatores (ou
indicadores) que se fazendo presente nas organizações, proporcionam aos trabalhadores bem estar físico,
mental, econômico e social, permitindo que cada indivíduo resgate sua condição de cidadão”.
Esse resgate do homem da condição de cidadão faz parte da proposta da psicologia, inclusive no mundo
social do trabalho. Dejours (1992, p.164) afirma que:
De qualquer maneira, o trabalho não é nunca neutro em relação à saúde, e favorece seja a doença, seja a
saúde. De modo que o trabalho deveria aparecer na própria definição do conceito de saúde, e
particularmente no que concerne á definição do “bem estar social”, figurando na Organização Mundial da
Saúde. Por outro lado é importante ressaltar que a relação de saúde e trabalho não diz respeito apenas a
pessoas diretamente engajadas no processo de trabalho, isto é, aos trabalhadores. Com efeito, na divisão
entre espaço de trabalho e espaço privado só eventualmente pertinente na análise econômica, mas torna
se totalmente inconsistente a partir do momento em que se trata das relações sociais e das questões de
saúde.
Isso nos leva a pensar no sujeito como um todo, que mesmo no trabalho carrega consigo suas questões
pessoais, pois não há como deixar em casas seus conflitos, pois esses o acompanham e independente de
onde este sujeito esteja. Ainda com Dejours (1992, p.164) que afirma:
Toda família é requisitada pelo trabalhador em seu esforço em enfrentar as dificuldades no trabalho. O
cônjuge, os filhos e às vezes até os pais do trabalhador são atingidos indiretamente, mas também
fortemente, pelos efeitos da situação do trabalho sobre aquele que nela se encontra exposto (uma parte da
violência comum nas relações conjugais, uma parte do alcoolismo e das doenças tem relação com as
dificuldades do trabalho e tocam todos os membros da família. No sentido inverso o prazer no trabalho e
os benefícios provenientes da relação de trabalho no registro da saúde também têm repercussões
favoráveis na economia das relações da família e no desenvolvimento psíquico e afetivo dos filhos).

Concordamos com Dejours que o trabalho afeta tanto o trabalhador quanto seus familiares e foi justamente
induzidas por essas reflexões e estimuladas pela proposta de atendimento do Plantão Psicológico que
consideramos esta modalidade de atendimento como uma possibilidade de atendermos tanto o trabalhador
quanto seus familiares pois compreendemos que ambos podem se beneficiar com esses atendimentos em
que o psicólogo atua como facilitador de um desenvolvimento pleno efetivo da sociedade e mais
diretamente do trabalhador e seus familiares.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como relatamos, o interesse por discutir teoricamente sobre Plantão Psicológico e Trabalho iniciou-se
durante os estágios curriculares proporcionados pelo curso de psicologia do UNIVAG, bem como a
identificação pela Abordagem Centrada na Pessoa, conforme ênfase dada para a análise e reflexões do
tema proposto neste artigo.
Como vimos, cuidar da saúde do trabalhador é um desafio a se alcançar e que há muito ainda por avançar.
Consideramos que a busca pela qualidade de vida no trabalho se estende para fora dos muros das
instituições, uma vez que compreendemos como inconsistente a divisão entre o mundo social do trabalho
e o privado, de tal forma que os conflitos vivenciados estão presentes na vida da pessoa independente do
ambiente em que ela se encontre.
Buscamos compreender esse homem trabalhador e suas vivências à luz da teoria do psicólogo Carl Rogers,
que nos afirma que mesmo em um curto espaço de tempo é possível oferecer uma importante ajuda ao
cliente de, acolhe-lo e fornecer esclarecimentos das questões que ele enfrenta, pois o terapeuta oferece
uma escuta centrada e confiante na tendência à realização que cada ser possui.
Acreditamos dessa forma, que a teoria de Rogers oferece embasamento para o atendimento em Plantão
Psicológico realizado em empresa, uma vez que consideramos a importante cuidar da saúde do
trabalhador.
Para Silva e Marchi (1997), a adoção de programas que visem à qualidade de vida e a promoção de saúde
proporciona ao indivíduo maior resistência ao stress, maior estabilidade emocional, maior motivação,
eficiência no trabalho e além de melhorar a auto-imagem e os relacionamentos dentro e fora do ambiente
de trabalho.
Assim, quando as empresas investem em programas de qualidade de vida no trabalho, são beneficiadas
com trabalhadores mais saudáveis, isto automaticamente contribui não só como bem estar das pessoas,
mas também para a redução do absenteísmo e rotatividade, menor número de acidentes, maior
produtividade e melhor imagem o que contribui para a melhora no ambiente de trabalho.
Com isso, entendemos que o mundo social do trabalho também favorece a construção subjetiva do homem,
e influencia no estado de saúde e doença de forma que se torna compreensível à necessidade de um
espaço de acolhimento e ajuda terapêutica nesse contexto social.
E foi justamente a partir dessas reflexões que pensamos e desenvolvemos o projeto de Plantão Psicológico
em Empresa, na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos DR-MT, Cujas vivências influenciaram a
busca por olhar e compreender o homem e o seu sofrimento, muitas vezes sufocados frente às exigências
do cotidiano de seu trabalho.
Os pontos discutidos neste artigo apontam algumas das questões da realidade do ambiente de trabalho e
traz como desafio para a prática da psicologia no âmbito da saúde do trabalhador, e também a possibilidade
de continuar a ampliar o leque de reflexões e de re-pensar sobre o já pensado e praticado.
O impacto dos conflitos do ambiente de trabalho no mundo subjetivo dos trabalhadores e seus familiares é
um dos desafios da psicologia no âmbito da saúde do trabalhador. A angústia presente em suas vidas,
sejam em decorrência do que acontece dentro ou fora do ambiente de trabalho, pode ser resignificada
através da escuta terapêutica disponível nessa modalidade de atendimento dentro do próprio ambiente de
trabalho. Acreditamos que acolher o trabalhador e oferecer auxílio psicológico, contribui com a prevenção
de comprometimentos maiores na saúde do trabalhador e para melhor qualidade de vida.
Enfim, destacamos a importância da nossa busca, profissionais da psicologia, por abertura de espaços que
permitam aos trabalhadores e seus familiares se sentirem aceitos e acolhidos para falar dos sentimentos
vivenciados, e apresentamos a proposta do serviço de plantão psicológico como uma possibilidade de ajuda
psicológica àqueles que necessitarem.
REFERÊNCIAS

ANGERAMI-CAMON, Valdemar A. Psicoterapia existencial. 3. ed. São Paulo: Pioneira, 1998.

BOIANAIN, Jr., Elias. Tornar-se transpessoal: transcendência e espiritualidade na obra de Carl Rogers.

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