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LÍNGUA ESTRANGEIRA
DO RIO DE JANEIRO
VIII PLE-RJ
2012
Instituições Promotoras
VIII Encontro de Português
Língua Estrangeira do Rio de Janeiro
VIII PLE-RJ
Tema
Ensino de PLE: trajetórias e desafios
CADERNO DE RESUMOS
Organizadores
Adriana Rebello
Adriano Oliveira Santos
Andrea Belfort Duarte
Norimar Júdice
ISBN: 978-85-65355-01-8
NorimarJúdice (UFF)
Rosa Marina de Brito Meyer (PUC-Rio)
Patricia M. C. de Almeida (UFRJ)
Comissão Organizadora
Apresentação......................................................................................05
Programação.......................................................................................06
Quadro de comunicações....................................................................07
Comunicações Coordenadas..............................................................18
Comunicações Individuais...................................................................32
Instituições Representadas..................................................................80
Equipe de Apoio...................................................................................81
VIII ENCONTRO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA DO RIO DE JANEIRO
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ
www.plerj.uff.br
Junho 2012
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APRESENTAÇÃO
Comissão Organizadora
5
PROGRAMAÇÃO – VIII PLE-RJ (2012)
26 DE JUNHO (TERÇA-FEIRA) 27 DE JUNHO (QUARTA-FEIRA) 28 DE JUNHO (QUINTA-FEIRA)
8h00 – INSCRIÇÕES 8h00 – MINICURSO (Sala 218 /Bloco C) 8h00 – COMUNICAÇÕES INDIVIDUAIS
(Bloco C) Elaboração de materiais didáticos:
desafios para o professor de PBE 10h15 – PALESTRAS
9h30 – ABERTURA Profª Mª. Sandra Helena Figueiredo (Auditório Macunaíma/ Bloco B)
(Auditório Macunaíma/ Bloco B) Profª Drª Norimar Júdice (UFF) A interculturalidade como eixo
estruturador da formação de professores
10h00 – CONFERÊNCIA 11h00 – PALESTRAS (Aud.Macunaíma/ Bl.B) de PL2E
(Auditório Macunaíma/Bloco B) Língua, cognição e discurso: expressões Prof. Dr. Alexandre do Amaral Ribeiro(UERJ)
linguísticas e implícitos culturais Material preparatório para o exame
Prof. Dr. Mário Perini (UFMG) Profª Drª Regina Pagliuchi da Silveira (PUC-SP) Celpe-Bras
Aspectos fonológicos, gramaticais e Profª Mª Graziela Naclério Forte (Unicamp)
Estrutural ou comunicativo? semânticos do gênero no ensino do
Reflexões sobre um falso dilema português como segunda língua 11h15 – COMUNICAÇÕES COORDENADAS
Profª Drª Daniele Grannier (UNB)
12h00 – Intervalo 12h30 – Intervalo
12h15 – Intervalo
13h15 – MESA-REDONDA 13h45 – MESA-REDONDA
(Auditório Macunaíma-Bloco B / Org. UFRJ) 13h30 – MESA-REDONDA (Auditório Macunaíma -Bloco B/ Org. PUC-Rio)
Desafios para o professor de PLE (Auditório Macunaíma-Bloco B / Org. UFF) A formação do professor de PL2E na
na contemporaneidade Ensino, avaliação e difusão do Português PUC-Rio: trajetórias e perspectivas
Profª Drª Maria Teresa G.Pereira (UERJ) do Brasil para Estrangeiros: Profª Drª Adriana Albuquerque(PUC-Rio)
Profª Drª Valderez Fraga (FGV) trajetórias e desafios Profª Drª Flávia Di Lucio (Cons.Americano)
Profª Mª Vivian Flanzer (Univ.of Texas at Austin) Prof. Dr. Nelson Viana (UFSCar) Profª Mª Ana Helena Vannier (Esc.Americana)
Profª Drª Regina Dell’Isola (UFMG)
14h45 – COMUNICAÇÕES COORDENADAS Profª Drª Viviane Bagio Furtoso(UEL) 15h15 – Intervalo
SALA: 3 Português – língua estrangeira para falantes do espanhol: dificuldades e Ana Paula Andrade UFMG
facilidades Duarte
TERÇA-FEIRA, 26.06.2012 – HORA: 16h15 às 18h30
COMUNICAÇÕES INDIVIDUAIS TÍTULO AUTOR(ES) INSTITUIÇÃO(ÇÕES)
Diálogo Brasil sob a ótica das representações do mundo de negócios Andrea Belfort Duarte UFRJ/UFF
Português do Brasil como língua de trabalho em contextos plurilíngues Tatiana Pereira UFF
Carvalhal
Sessão 1 Ensino de português para estrangeiros no mundo empresarial: gêneros Débora Cristina Ricardo UFJF
textuais sob a perspectiva do interacionismo sociodiscursivo.
Coord. Andrea Belfort Duarte PLE na indústria criativa Denise Coronha Lima Rio Total Consultoria
(UFRJ/UFF)
Luis Alejandro
SALA: 1 Decolagem, travessia, aterrissagem. Ballesteros Susana Universidad Nacional de
Maria del Carmen Córdoba (Argentina)
Caribaux
Graziela Hoerbe
O ensino do Português como Língua Adicional voltado para situações de Andrighetti Escola Bem Brasil
negócios Letícia Grubert dos
Santos
Ensino de Português para falantes de outras línguas: análise do trabalho Kaline Araújo Mendes UFC
em discurso profissional. Eulália Leurquin
Um olhar estrangeiro: percepção de aprendizes de PLE sobre a língua Vivian Flanzer University od Texas (EUA)
portuguesa e a cultura brasileira através de vídeos autênticos
Sessão 2 PLE e tecnologia: o uso do blog no processo de ensino/aprendizagem Rafael Ferreira da Silva UFC
O uso da tecnologia no ensino de PLE Adrianne Miller DePaul University (EUA)
Coord. Vivian Flanzer Lívia Assunção Cecílio Alma Mater Studiorum
(University of Texas at Austin - EUA) Teletandem e aprendizagem de PLE: relato de uma experiência
Università di Bologna (Itália)
Planejamento e material didático em AVAs: reflexões a partir de aulas Sarah dos S.Ferreira UFRJ
SALA: 2 experimentais. Danúsia Torres
O ensino/aprendizagem de PLE e as tecnologias de informação e
comunicação (TICs): o contexto virtual e a produção escrita nas redes Gabriel Nascimento UESC - Ilhéus-BA
sociais.
Antonio R.M. Simoes University of Kansas (EUA)
O papel do output no aprendizado de línguas naturais.
Sessão 3 (A)
Estilos de aprendizagem em sala de aula de Português como Língua Miriam Josie Kurcbaum The University of the West
Coord. Maria Cecília G.Carvalho Estrangeira: aplicando a teoria Futer Indies (EUA)
(PUC-Rio) O papel do inglês nas aulas de português como segunda língua para Maria Cecília G. PUC-Rio
estrangeiros Carvalho
SALA: 3 Português para estrangeiros: Como você aprende? Diva Farret Rangel FURB
Martinelli
TERÇA-FEIRA, 26.06.2012 – HORA: 16h15 às 18h30 (CONT.)
COMUNICAÇÕES INDIVIDUAIS TÍTULO AUTOR(ES) INSTITUIÇÃO(ÇÕES)
Sessão 3 (B) Representações do Brasil nos textos do Exame Celpe-/Bras Ronaldo Amorim Lima UFF
A prática e a formação docente do professor de PLE - Afinal, quem sou eu? Christiane Moisés UnB
QUARTA-FEIRA, 27.06.2012 – HORA: 15h às 16h15
COMUNICAÇÕES COORDENADAS TÍTULO AUTOR(ES) INSTITUIÇÃO(ÕES)
Jerônimo Coura CEFET-MG
Sessão 4 A formação inicial do professor de PLE. Sobrinho
Simone Garofalo Infortec-CEFET-MG
Título: Ensino de PLE no Cefet-MG: práticas
compartilhadas. Ensino de PLE no CEFET-MG: produção oral e escrita Mônica Oliveira Pereira Infortec-CEFET-MG
Natália Moreita Tosatti Infortec-CEFET-MG
Coord. Jerônimo Coura Sobrinho
(CEFET-MG) Ensino de PLE no CEFET-MG: experiências interculturais Henrique Rodrigues CEFET-MG
Leroy
SALA: 1
Ensino de PLE no CEFET-MG: da sistematização à competência interacional Augusto da Silva Costa UFMG
Coord. Marcelo da Silva Amorim O Programa de Português para Estrangeiros na UNC-Chapel Hill: uma breve Patricia Helena Fuentes University of North
(UFRN) biografia Lima Carolina at Chapel Hill
(EUA)
SALA: 2
Sessão 6 O formador de professores de português como língua estrangeira para o Kleber Aparecido da UnB
meio virtual: legitimação de crenças e/ou (re) construção de Silva
Título: O professor de português como língua competências?
estrangeira: experiências, crenças e identidades
Aspectos trabalhistas relativos ao profissional de Português como Língua Francisco Tomé de UnB
Coord. Kleber Aparecido da Silva Estrangeira no Brasil e no exterior Castro Neto
(UnB)
Sessão 4(A) Um imigrante alemão como autor de material didático de PBE Patrícia Maria Campos UFRJ
de Almeida
Coord. Patrícia Maria Campos de Almeida Norimar Júdice UFF
(UFRJ) Materiais didáticos de PBE fundadores: depoimentos de autores Patrícia Maria Campos UFRJ
de Almeida
SALA: 1
A voz do aprendiz de PLE numa análise sociodiscursiva Rosana Salvini Conrado USP
Gabriela de Almeida FloripaWave Language Center
Produção de material a partir de experiências de sala de aula Lemes
Sessão 4(B) Representações do Brasil em materiais didáticos de PLE utilizados na Cirlene de Sousa (SEE/RJ - UFF)
França Sanson
Coord. Cirlene de Sousa Sanson Ana Maria M. Gomes
(SEE/RJ - UFF) Representações de gênero em materiais didáticos de PLE Leite de Carvalho UFF
Brasil, mostra a sua cara: os vídeos da Embratur como recurso didático Maria Rodrigues Arruda Universidade Aberta de Portugal
SALA: 1 para uma nova imagem do Brasil no exterior
Sessão 5 (A) A expressão da modalidade epistêmica através das locuções adverbiais De Adriana L. do P. Rebello PUC-Rio
repente e Às vezes.
Coord. Adriana L. do P. Rebello Samira Ahmad Orra USP
Ensino do sistema verbal do português brasileiro para falantes de árabe.
(PUC-Rio)
Rosane Margareth Kath UFSC
Ensino comunicativo do subjuntivo é possível? Reflexões sobre a teoria de
SALA: 2 Fernando dos S.
Raquel Ramalhete
Pedretti The Language Club
SER ou ESTAR: eis a questão! Uma proposta de descrição de usos em Bruno de Andrade PUC-Rio
português língua materna voltada para o ensino de PL2E Rodrigues
Sessão 5 (B) Ser, estar e ficar: uma proposta de sistematização. Ricardo Borges Alencar PUC-Rio
Contribuições da Teoria da Variação ao ensino-aprendizagem de PLE Francisca Paula S. Maia Prefeitura Municipal de Belo Horizonte
Coord. Ricardo Borges Alencar É nós! É a gente! Assistindo a um reality show em Português. Jones de Sousa PUC-Rio
(PUC-Rio) Luis Alejandro Universidad Nacional de Córdoba
Português brasileiro e ensino de PLE na Argentina Ballesteros (Argentina)
SALA: 2
O emprego dos conectivos concessivos em Português: contribuições para o Thamara Santos de PUC-Rio
ensino de PL2E Castro
QUARTA-FEIRA, 27.06.2012 – Hora: 16h30 às 18h45 (CONT.)
COMUNICAÇÕES INDIVIDUAIS TÍTULO AUTOR(ES) INSTITUIÇÃO(ÇÕES)
Rosane Silveira UFSC
Sessão 6(A) Percepção e produção das fricativas alveolares do português brasileiro Tharen Teixeira Universidad del Norte (Colômbia)
Aquisição da fonologia do português como língua estrangeira e como Daniela Mara Lima
Coord. primeira língua: interseções Oliveira Guimarães UFMG
Adriano Oliveira Santos Adriana T. de Almeida Instituto Horizonte Brasil (Argentina)
Ferramentas para ensino/aprendizagem de fonética em PLE por meio de
Luiz Roos Fundación Centro de Estudos
(UFF) música
Laura Marcato Brasileiros (Argentina)
Deise Dulce Barreto de Scholar Language Center
Oralidade em foco: É possível conter interferências linguísticas no
SALA: 3 Lemos
aprendizado de Português para Estrangeiros?
Escuta: dificuldades de aprendizes em uma aula para iniciantes de Maíra Ferreira Sant’ana UFV
Sessão 6(B) Português para estrangeiros
Lia Abrantes Antunes UFRJ
Coord. Adriana Albuquerque O desenvolvimento da fluência em PBE através de narrativas orais Soares
(PUC-Rio) Ah, é? Reações do ouvinte em rituais interacionais de manutenção do Liliane Trindade de FLC Idiomas / Idiomaster
discurso em PLM - uma proposta para o ensino da expressão oral em PL2E. Oliveira
SALA: 3 Práticas sociais no ensino de sotaques em PLE: um continuum entre Davidson Martins Viana UFRJ / FAPERJ
inclusão e exclusão Alves
Perfil do professor de português para estrangeiros da região metropolitana Anderson José A.
Sessão 7(A) do Rio. Petrucelli UFF
Português, língua estrangeira: ensino e formação de professores. Marília Carvalho Batista UnB
Coord. Anderson José A. Petrucelli Heloísa Tramontim
(UFF) Narjara Oliveira Reis UFSC
Reflexões sobre experiências de ensino em PLE.
Silvia Inês C. C. de
SALA: 4 Vasconcelos
Helena da Conceição
Vivências e práticas de ensino de PLE. Gonçalves UFF
Danúsia Torres dos
Sessão 7(B) Santos UFRJ
A noção de interculturalidade e a formação de professores de PLE Ana Catarina N. de UFRJ
Coord.Danúsia Torres dos Santos Mello
Formação docente e desafios para a construção de critérios de avaliação Alexandre do Amaral
(UFRJ) de alunos de PL2E. Ribeiro UERJ
Eulália Vera Lúcia Fraga UFC
SALA: 4 O agir do professor de PLE em sala de aula Leurquin
Formação de professores africanos: um encontro entre prática pedagógica Ana Célia Clementino UFC
e cultura. Moura
QUINTA-FEIRA, 28.06.2012 – HORA: 8h às 10h15
COMUNICAÇÕES INDIVIDUAIS TÍTULO AUTOR(ES) INSTITUIÇÃO(ÇÕES)
Sessão 8(A) Língua, cultura, crenças no ensino de português para estrangeiros: Aparecida Regina NUPLLE-IP-PUC-SP
aproximações e distanciamentos. Borges Sellan
Coord. Aparecida Regina Borges Sellan Maria Lúcia Segabinazi Faculdade de Línguas -
(NUPLLE-IP-PUC-SP) Mobilidade acadêmica eixo central da integração cultural. Dumas Universidade Nacional de
Córdoba (Argentina)
SALA: 1 Alícia Nancy Santoro UNNE -Univ Nac del
O ensino da cultura brasileira dentro e fora das aulas de português LE: Emílio Raúl Castillo Nordeste - Sec.de Ext.
experiências bem sucedidas no nordeste da Argentina. Hernández Univ.- Depto.Idiomas-
(Argentina)
Perspectivas interculturais no ensino de Português para estrangeiro: uma Caroline Caputo Pires UFV
reflexão da prática do professor de PLE.
Coord. Ana Maria de Carvalho Reflexos da família e da casa no ambiente de trabalho brasileiro Célia Regina R. Exército Brasileiro
(UFF) Gusmão
SALA: 1 Estereótipos sobre a imagem do brasileiro e do Brasil construídos pelos Larissa Santiago de INES - UNESA
alunos estrangeiros em contexto de aprendizagem formal. Sousa
Por uma representação para além do samba e do futebol: desconstruindo Jaqueline Barros UnB
a cristalização da identidade nacional nas aulas de PLE Marcelo Sousa Santos
Sessão 9(A) Expressões correntes no português causadoras de dificuldades para o Aurora de Jesus UBC
aluno estrangeiro. Rodrigues
Coord.Sheila Mejlachowicz
(PUC-Rio) O léxico da cultura brasileira no livro didático Português Via Brasil: um Luhema Santos Ueti USP
curso avançado para estrangeiros.
SALA: 2
Tirar o cavalinho da chuva? Mas não ‘tá’ chovendo!! - o trabalho com Sheila Mejlachowicz PUC-Rio
expressões em uma aula de português como segunda língua para
estrangeiros – PL2E.
“Não coloque o nariz onde não é chamado!” A agressividade em Arilton Dutra da Silva PUC-Rio
expressões idiomáticas – uma aplicabilidade em PL2E.
QUINTA-FEIRA, 28.06.2012 – HORA: 8h às 10h15 (CONT.)
COMUNICAÇÕES INDIVIDUAIS TÍTULO AUTOR(ES) INSTITUIÇÃO(ÇÕES)
“Ih, acho que não vai dar”... ou atos de fala de recusa a convites no Maristela Gripp Faculdade Santa Cruz de
Sessão 9(B) português brasileiro curitibano e carioca. Curitiba
Coord. Lívia Nogueira Ferre Atos de fala nas aulas de PLE: como ensinar cultura? Pamela Andrade USP
(UFF) Fernanda Cristina
Quem disse que recusar é fácil? Vieira La Ruína PUC-Rio
SALA: 2
Qual o telefone do cachorrinho? A funcionalidade das cantadas no ensino Andréa Cristina Q. Dias Sem vínculo institucional
de PL2.
Formas de tratamento de parentesco: comparando usos no chinês,
japonês e português brasileiro. Elisa Figueira de S. PUC-Rio
Corrêa
Sessão 10(A) Português como segunda língua para surdos (PL2S): o emprego do Danielle Coelho Lins PUC-Rio
pronome relativo “que” em textos acadêmicos.
Coord. Henrique Rodrigues Leroy
(CEFET-MG) Entre dois mundos – o sarau e sua contribuição para o ensino de língua Daniele Barboza Moura UERJ/INES
portuguesa como L2 em contexto bilíngue.
SALA: 3
O ensino de PLE na UNILA: percursos e percalços Fleide Daniel S. de UNILA
Albuquerque
SALA: 3 Políticas de (trans)formação de professores de Português para Estrangeiros Victor Araujo Coutinho UnB
Sessão 11 (A) Trabalhando obras de literaturas africanas em língua portuguesa nas aulas Mariana Cortez Universidad Nacional de
de PLE. Córdoba (Argentina)
Coord. Andrea Belfort Duarte
(UFRJ/UFF) Ensino de PLE: desafio e perspectiva para produção de material didático. Maria José Nélo UEMA e SEDUC/MA
SALA: 4
Potencialidades para interação no ensino-aprendizagem de Português Marina Ayumi Izaki UFSCar
Segunda Língua.
O ensino/aprendizagem de PLE por meio da música popular brasileira: Yeris Gerardo Láscar UnB
relato de um chileno no Brasil. Alarcón
Aulas de PLE para crianças – discussão de uma realidade desafiadora Ailana Assis Cota UnB
QUINTA-FEIRA, 28.06.2012 – HORA: 11h15 às 12h30
COMUNICAÇÕES COORDENADAS TÍTULO AUTOR(ES) INSTITUIÇÃO(ÇÕES)
Sessão 7 Projeto Ensino e formação de professores de espanhol e português: Juan José Rodríguez Universidad Nacional de
relações interculturais no âmbito do MERCOSUL, características e Maria Lúcia S. Dumas Córdoba
Título: Ensino e formação de professores de contextualização. (Argentina)
espanhol e português: relações interculturais no
âmbito do MERCOSUL Representações sociais em narrativas: relato de experiência. Mariana Cortez Universidad Nacional de
Córdoba
Coord.: Juan José Rodríguez (Argentina)
(Universidad Nacional de Córdoba – Argentina)
Escolhas metodológicas e resultados parciais do questionário para o Juan José Rodríguez Universidad Nacional de
SALA:1 estudo das representações sociais sobre a cidadania do MERCOSUL no Valmir Roos Córdoba
contexto da formação de formadores UFG-UNC. (Argentina)
Sessão 8 Ensino de Língua Portuguesa como língua estrangeira: estudos de caso e Margarete Von Mühlen UFPB
propostas de trabalho. Poll
Título: Estudos de caso em PLE
Proposta de aprimoramento da pronúncia do português brasileiro por Rafael A. de Oliveira UFPB
Coord.Margarete Von Mühlen Poll teutofalantes com base na fonética acústico-articulatória.
(UFPB)
Relação entre termo antecedente e vogal átona final em textos de falantes Jefferson A. da Rocha UFPB
SALA: 2 de Português como segunda língua.
Sessão 12(A) Ensino de português como língua estrangeira na Universidade de Utah, Vítor Marconi de Souza University of Utah (EUA)
EUA
Coord. Vítor Marconi de Souza
(University of Utah - EUA)
“Português para missionários” – Foco nas competências oral, escrita e Juliana de Oliveira Utah Valley University (EUA)
SALA: 1 cultural Sant'Anna dos Santos
O ensino do português como língua estrangeira na Indiana University: Luciana Namorato Indiana University (EUA)
desafios e estratégias
Aprender fazendo - um projeto de imersão em língua portuguesa Dorly Piske University of Wyoming (EUA)
Sessão 12(B) Trajetória e futuro do PLE, na Universidade Autônoma de Entre Ríos – Gustavo Alejandro UADER (Argentina)
Argentina Pereira
Coord. Maria Lúcia Dumas
(Universidad Nacional de Córdoba)
Brasileirinhos - resgate do português como língua herança em Salzburg / Alessandra Daniela Sem vínculo institucional
SALA: 2 Áustria Marchi Carrasco
A recente evolução do ensino de PLE na Universidade de Varsóvia, Polônia: Ana Carolina Walczuk UFRJ
observações de uma década Beltrão
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extremo numa sala de aula multicultural e que possibilitam o módulos oferece, ao professor de gramática, informações sobre o
sucesso da didática nesse ambiente. processo de ensino-aprendizagem do estudante, constituindo o
ponto de partida para um diálogo construtivo de abordagens de
ensino específicas para as necessidades do aprendiz.
AUGUSTO DA SILVA COSTA
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Ensino de PLE no CEFET-MG: da sistematização à competência FRANCIELLY RODRIGUES SOARES
interacional Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
A sintaxe de colocação e de regência do português brasileiro em
Em consonância com o desenvolvimento econômico do Brasil, o textos de falantes de alemão como língua materna
ensino da língua portuguesa para estrangeiros cresce
significativamente, tanto no Brasil quanto no exterior. Torna-se A língua alemã e a língua portuguesa pertencem a troncos
importante, assim, verificar as práticas de ensino adotadas pelo linguísticos distintos, o que implica diferenças consideráveis na
professor, cujos objetivos devem ser o de estreitar a relação entre realização sintática dos elementos na frase e, dessa forma, gera
aluno e língua e cultura-alvo e o de apurar a capacidade do pontos de dificuldade na aprendizagem do português brasileiro.
aprendiz de dizer e de se dizer na língua estudada. O presente Nesse sentido, o presente trabalho propõe investigar
trabalho apresenta as práticas de um professor para avaliar a inadequações em produções escritas de teutofalantes em
aquisição gramatical dos alunos do Curso (modular) Intensivo de processo de ensino/aprendizagem de português como língua
Língua Portuguesa e Cultura Brasileira oferecido pelo CEFET- estrangeira (PLE) no que se refere à sintaxe de colocação e de
MG, que é dividido em três módulos: produção textual, gramática regência. Esta pesquisa realiza uma análise dos problemas
e língua-cultura brasileira. Considerando que uma língua não encontrados nas provas de nivelamento de alemães aprendizes
existe apenas como estrutura (Saussure, 1977), mas que sua do português que pretendem entrar no curso de PLE do
contextualização é relevante para o aprendizado, a gramática é, Programa Linguístico-Cultural para Estudantes Internacionais –
assim, subsídio para o aluno produzir textos em contextos reais PLEI. A partir dos dados levantados na análise, será possível
de comunicação, oral e escrita. Os módulos do curso, portanto, obter um panorama sobre as principais dificuldades encontradas
oferecem tais contextos. Estes se tornam, então, uma espécie de nesses aspectos gramaticais e, assim, planejar um trabalho mais
"espelho" em que se reflete, entre outros, o desenvolvimento pontual nas questões que se investigaram, visando a um
gramatical do aluno, que deverá ativar e articular suas aprendizado mais eficiente no ensino do português brasileiro.
habilidades de compreensão e produção textual para executar as
tarefas propostas. O produto final desses alunos obtido nesses
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sugerem que grande parte das crenças negativas do aluno em desenvolver senso crítico; (4) ter atitude em descobrir
relação ao ensino e aprendizagem de português teve origem, informações culturais e (5) saber como relativizar a sua própria
geralmente, nas experiências negativas advindas, sobretudo, das cultura, valorizando e respeitando a cultura do outro.
abordagens dos professores, da estrutura do curso, e dos
métodos utilizados, o que também influenciou negativamente na
sua motivação para aprender.
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Este trabalho faz uma análise sobre o uso da flexão nominal de O interesse crescente dos estrangeiros pelo Brasil e,
gênero em textos de estrangeiros aprendizes do português. O consequentemente, pela aprendizagem da Língua Portuguesa
presente trabalho vem observar, em textos escritos, a ocorrência tem ampliado a atuação dos profissionais de Letras. Observa-se
ou não da coincidência estrutural que se dá entre artigo definido atualmente uma demanda por professores de português como
“o”/ “a” com vogal átona final, também “o”/ “a”. Analisamos se há língua estrangeira (PLE) e, ao mesmo tempo, uma carência da
ocorrência de sintagmas como “a praia” ou “o praia”, isto é, se oferta de cursos em nível de graduação e de pós-graduação para
ocorre o uso do termo antecedente “o” em vez de “a” ou vice- atender a essa demanda. A internacionalização das instituições
versa. Investigamos nos textos se os critérios gramaticais são de ensino, um dos critérios de avaliação de sua excelência,
seguidos de acordo com a gramática normativa. Utilizamos provoca, também, um fluxo maior de intercâmbio internacional
provas de nivelamento de alunos dos seguintes níveis: Básico, envolvendo pesquisadores e alunos. Neste trabalho, discutimos a
Pré-intermediário, Intermediário e Avançado do PLEI (Programa formação inicial de profissionais de Letras para atuarem como
Linguístico-cultural para Estudantes Internacionais). Estudamos professores de PLE em cursos intensivos para intercambistas
elementos lexicais antecedentes que têm a mesma natureza estrangeiros do CEFET-MG. Entrevistas com professores
estrutural e gramatical. Tais elementos lexicais são nomes que formadores e com professores em formação serviram de base
apresentam marca estrutural de masculino ou feminino, como os para a reflexão sobre a capacitação do professor de PLE e sobre
artigos indefinidos “um/ uma”, os pronomes possessivos “meu/ sua atuação futura em cursos intensivos.
minha”, os demonstrativos “este/ esta”, os pronomes indefinidos
“algum/ alguma” e, ainda, os numerais “dois/ duas” Os vocábulos
mencionados anteriormente possuem marca de oposição a qual
poderá ser utilizada em consonância com um substantivo de
mesmo gênero, seja ele masculino ou feminino. Averiguamos os
textos com o intuito de formular material didático para as aulas de
Português para os falantes de Língua Estrangeira, com vistas a
melhorarmos o desempenho linguístico gramatical dos alunos.
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ocorre legitimação de crenças ou (re)construção de se como meta evitar as inadequações no uso das preposições na
competências. Os dados nos revelam que a professora língua portuguesa que são decorrentes de transferência ou de
mediadora, por ter sólida formação em Linguística Aplicada e por interferência da língua italiana. Nesta comunicação busca-se
estar engajada em um curso de pós-graduação Stricto Sensu ressaltar a importância de um estudo contrastivo entre línguas
(Doutorado em Estudos Linguísticos), possibilita meios para que próximas.
a interagente possa refletir sobre o processo de ensino e
aprendizagem de línguas, mostrando que as ações empreendidas
por ela nas sessões de mediação não são formas de apenas
legitimar as crenças, mas de possibilitar condições para que a MARCELO DA SILVA AMORIM
interagente (re)construa competências e pense criticamente Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
acerca do seu papel como professora ou como aprendiz de Trajetória do PLE na UFRN/Natal: constituição e desafios
línguas.
Nossa apresentação tem por objetivo trazer à comunidade
LEILA BEATRIZ AZEVEDO PONCIANO acadêmica os resultados de aproximadamente três anos de
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) experiência com o ensino de Português Língua Estrangeira na
Uma análise contrastiva da regência preposicional verbal em Universidade Federal do Rio Grande do Norte – Natal, que vem
português por falantes do italiano sendo implantado em um contexto no qual a internacionalização
tem se tornado cada vez mais presente. Refletiremos sobre os
A partir de reflexões sobre a análise contrastiva do português- desafios de proporcionar a um público estrangeiro extremamente
língua estrangeira, esta comunicação tem como propósito heterogêneo – advindo das mais variadas partes do mundo – um
apresentar um estudo de caso de colocação da regência ensino da língua de qualidade, ao mesmo tempo em que
preposicional verbal em português por falantes da língua italiana. tentamos atrair o interesse de estudantes de licenciatura para
Devido à proximidade entre as duas línguas, é possível uma formação complementar nesta promissora área.
evidenciar, desde o início da aprendizagem, os pontos de
similitude entre elas, e, torna-se, de certa forma, mais
imperceptível notar as diferenças de uso. É importante, para o
aprendiz italiano, perceber as diferenças, para que ele possa ter o
distanciamento necessário entre a sua língua materna e a língua
alvo, e, assim, fazer o uso adequado das preposições. A partir
desse confronto e baseado no trabalho de Fulgêncio (2009) tem-
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MÁRCIA PEREIRA DE ALMEIDA MENDES que consiste em identificar quais são as experiências (Miccoli,
Universidade de Brasília (UnB) 2010), crenças (Silva, 2010, 2005; Barcelos & Vieira-Abrahão,
A (trans) formação inicial de professores de português língua 2006) e identidades (Mastrella-de-Andrade, 2011) que tem sido
estrangeira no Brasil e na América Latina: (des) caminhos e (re)(des)construídas e (re)significadas pelos professores de PLE
colheitas no início e no fim de sua (trans)formação inicial (Silva & Santos,
2012).
Com o recente Plano de Ação 2011-2015 do Setor Educacional
do MERCOSUL, a criação de novos espaços de (trans) formação MARGARETE VON MÜHLEN POLL
inicial de professores de português língua estrangeira (PL2/PLE) Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
deverá ser uma questão em evidência. Sabe-se, contudo, que Ensino de Língua Portuguesa como língua estrangeira: estudos
para o estabelecimento de qualquer processo formal de de caso e propostas de trabalho
(trans)formação inicial de professores são necessários
parâmetros de orientação curricular. Ao observarmos os Esta comunicação objetiva apresentar o trabalho de Ensino de
documentos brasileiros que estabelecem estes parâmetros, Língua Portuguesa como Língua Estrangeira realizado pelo
notamos que o resultado esperado deste processo é um Programa Linguístico-Cultural para Estudantes Internacionais –
professor crítico-reflexivo (Gil & Vieira-Abrahão, 2008; Almeida PLEI, apontando algumas pesquisas que são realizadas a partir
Filho, 2004) e, portanto, seguro e independente (Celani, 2010). da produção textual dos alunos estrangeiros e as propostas de
Isto parece não ser observado na prática (Leffa, 2005). Diante trabalho que surgem a partir dos estudos realizados.
desta constatação, apresentamos a seguinte questão: as Descreveremos, primeiramente, o trabalho de ensino de língua
(trans)formações iniciais de professores de PLE, no Brasil e na portuguesa desenvolvido no PLEI e a estrutura organizacional do
América Latina, têm seguido propostas de (trans)formação Programa. Posteriormente, apresentaremos três estudos de caso
reflexiva e crítica? Em busca de possibilitar condições para a realizados a partir de textos orais e escritos produzidos por
(re)construção de novas políticas para a formação inicial de alunos das turmas de Português como Língua Estrangeira (PLE)
professores de PL2/PLE, nesta comunicação visa-se apresentar e as propostas de trabalho surgidas a partir dos resultados das
um recorte de uma pesquisa que está sendo realizada no pesquisas, com vistas a sanar os pontos de maior dificuldade dos
cômputo da pós-graduação em Linguística Aplicada. A primeira alunos. Os estudos que aqui apresentamos são das áreas de
fase da pesquisa consiste em uma análise documental dos fonética articulatória, de morfologia e de sintaxe. Em um último
documentos oficiais que tratam da (trans) formação inicial na momento, haverá um debate sobre os estudos apresentados e
busca de traçar como foi idealizado este processo. A segunda sobre a aplicação dos resultados, com vistas a melhorar o
fase se caracteriza como qualitativa e de base etnográfica, visto desempenho linguístico dos alunos de PLE.
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MARIA ANTÔNIA GERMANO DOS SANTOS MAIA contexto sócio-cultural. O objetivo desta comunicação é de
Universidade de Brasília (UnB) discutir como as interações para a criança na função de aprendiz
A aprendizagem de PLE de uma criança em perspectiva podem ajudá-la a construir suas habilidades e competências em
sociocultural relação ao português como L2. Algumas questões como a escola
no papel de mediadora, interação com outras culturas, também
O ensino de português como língua estrangeira (doravante PLE) serão contempladas.
para crianças alfabetizadas desperta o interesse de muitos
profissionais na atualidade. Alguns estudos empíricos
MARIA DO CARMO BRANCO RIBEIRO
desenvolvidos no bojo da Linguística Aplicada brasileira (Rocha &
APARECIDA REGINA BORGES SELLAN
Silva, 2011; Rocha, Tonelli & Silva, 2010; Rocha, 2010, 2006;
Pontifícia Universidade Católica (PUC/SP)
Santos, 2010, 2005; Ramos, 2007) trouxeram significativas
O ensino de português língua estrangeira e o uso de material
contribuições teóricas, práticas e/ou metodológicas para que o
autêntico: anúncios publicitários como recurso didático
professor de língua estrangeira para crianças possa desenvolver
um olhar mais cuidadoso para o ensino de PLE para crianças. O
Esta comunicação trata do emprego de anúncios publicitários
fato de expor uma criança ao aprendizado de uma segunda
como material autêntico para ensino de Português Língua
língua requer muito profissionalismo de quem vai ensinar. Dos
Estrangeira, com enfoque interculturalista. O uso exclusivo de
diversos contextos de ensino de PLE, um dos mais intrigantes é o
manuais didáticos pelo professor de PLE configura-se como
dos filhos de militares estrangeiros que são transferidos para o
insuficiente para o ensino do português brasileiro, em uma
Brasil e que vivenciam situações bilíngues e/ou multilíngues, pois
perspectiva comunicativa e interculturalista. Cabe ao professor
tendem a ser envolvidos no processo de aprendizagem do PLE.
selecionar material apropriado para o aprendente adquirir
Essa situação levanta alguns questionamentos de como amenizar
competências que supram suas necessidades no âmbito da
o impacto de aprendizagem e como expor uma criança no
linguagem. Os anúncios publicitários vêm sendo utilizados em
contexto de aprender o português como segunda língua (PL2)
aulas, justificando pesquisas, a fim de que esta seleção seja
sem que a traumatizemos ou a subestimemos. Santos & Alvarez
adequada para o processo de aprendizagem do uso efetivo da
(2010) apontam que para esse tipo de situação de ensino o
língua portuguesa e compreensão da cultura. Tanto do ponto de
professor pode estimular a reflexão a respeito dos "conteúdos
vista linguístico como visual, esta composição multimodal é
culturais", favorecer a autonomia do aprendiz, possibilitando o
guiada por valores culturais, fazendo-se necessário um estudo
desenvolvimento de uma competência intercultural (Mendes,
para a explicitação desses valores quando implícitos. Segundo
2011, 2007). O professor-profissional, ao apontar a cultura alvo
Silveira (2006:220), o discurso publicitário interaciona com o
para a criança, poderá, segundo Vygotsky (1978), inseri-la no
produto anunciado como marco das cognições sociais dos grupos
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que o anunciador publicitário seleciona para consumi-lo. Essa formação de uma identidade e cidadania regional”. Neste
interação é realizada com traços culturais e ideológicos dos contexto, as narrativas têm por objetivo identificar as
grupos sociais, de modo a configurar uma identidade. O objetivo representações (Jodelet 1989: 36) construídas em situação de
deste estudo é contribuir com pesquisas relativas ao discurso intercâmbio. Assim sendo, foram organizadas por meio das
publicitário e ensino de Português como Língua Estrangeira. São temáticas abordadas, a saber: impressões gerais, a cidade, a
objetivos específicos: 1. analisar a organização imagética dos universidade e as relações pessoais. Os resultados apresentados
anúncios publicitários; 2. estudar a seleção lexical na elaboração são qualitativos, expressando uma visão subjetiva da experiência,
dos enunciados verbais; 3. levantar recursos argumentativos contudo essa abordagem oferece dados significativos para
presentes nos textos multimodais. Os resultados indicam que a compreender necessidades, ansiedades e desejos do estudante.
produção significativa ocorre por meio da interrelação
enunciado/imagem; verifica-se a presença de valores culturais MILTON GABRIEL JUNIOR
implícitos. Conclui-se serem os anúncios publicitários adequados ANA KATY LAZARE GABRIEL
para a utilização como material autêntico de PLE. Pontifícia Universidade Católica (PUC/SP)
As diferentes dimensões enunciativas no ensino/aprendizagem
de PLE
MARIANA CORTEZ
Universidad Nacional de Córdoba (UNC) Esta comunicação situa-se na área dos estudos culturais e nos
Representações sociais em narrativas: relato de experiência pressupostos da Linguística textual e Análise Crítica do Discurso.
Temos por objetivo apresentar um breve relato de experiência de
Esta comunicação pretende analisar as narrativas escritas por atuação e observação no ensino/aprendizagem de PLE
estudante argentina, “profesorado de portugués”, da Universidad ministrado por professores/pesquisadores do NUPPPLE da
Nacional de Córdoba, em intercâmbio na Universidade Federal de PUC/SP com enfoque em especial no ensino intercultural, com
Goiás, no período de fevereiro a junho de 2012, como resultado intuito de solucionar entraves linguísticos, culturais e ideológicos
parcial das investigações desenvolvidas pelo projeto “Enseñanza em sala multicultural. O problema observado é que o aluno
y Formación de profesores de español y portugués: relaciones estrangeiro busca aprender as unidades sistêmicas do português
interculturales en el ámbito del MERCOSUR”. Este projeto atende brasileiro, contudo, o mesmo não reconhece e não compreende a
a missão do plano educativo Argentina-Brasil, que visa a “um sua função em diferentes interações sociais. Partimos do
espaço educacional comum, por meio da coordenação de pressuposto que ensinar LE para estrangeiros é ensinar a língua
políticas que articulem a educação com o processo de integração e a cultura da língua alvo, conforme Silveira (1998) “Tenho por
do MERCOSUL, estimulando a mobilidade, o intercâmbio e a pressuposto que a língua é o código social de uma comunidade
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que implica visões culturais políticas e culturais”. Nesse sentido o relação ao ato de comunicação, pelo fato de o aprendiz não
discurso é definido como uma prática social decorrente dos dominar ou não ter acesso às formas mais adequadas para
papéis representados por seus participantes, assim, entende-se determinada situação de comunicação, relataremos como se deu
que o discurso se define pela maneira de tratar os diferentes no módulo "Produção Oral e Escrita" o processo de articulação
temas a serem abordados na diferentes interações.(Van Djik, entre os conteúdos e também nossas impressões sobre esse
1997). Concluímos que o ensino de questões gramaticais requer desenho de curso.
diferentes dimensões enunciativas: a linguística, a textual e a
discursiva, onde se situam os implícitos culturais/ideológicos, MONIQUE NASCIMENTO LONGORDO
objeto de estudo da língua alvo. Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
PLE: interações em contexto multicultural
MÔNICA OLIVEIRA PEREIRA
NATÁLIA MOREIRA TOSATTI Esta comunicação tem por objetivo apresentar um cenário de
(Infortec/CEFET– MG) experiências interculturais em aulas de PLE, na UFMG e baseia-
Ensino de PLE no CEFET-MG: produção oral e escrita se, sobretudo, nos fundamentos da Sociolinguística Interacional
de John Gumperz (2009). O nosso contexto ocorre em aulas
Nesta comunicação apresentaremos recursos e estratégias ministradas por uma professora do Rio de Janeiro, com sua
empregados em curso intensivo de PLE, com duração de 45h/a, variante carioca, recém-chegada à cidade de Belo Horizonte,
em contexto de imersão, oferecido pelo CEFET-MG a alunos ministrando aulas para alunos de várias nacionalidades
intercambistas. Nesse curso, tivemos como propósito integrar acostumados com a variante mineira de seus professores e da
aspectos culturais, gramaticais e comunicativos com a finalidade comunidade local. A partir de contrastes entre duas variantes
de possibilitar aos aprendizes desenvolver habilidades e linguísticas, verifica-se a ocorrência de enriquecimento de ensino
competências para a compreensão e produção de textos, orais e aprendizagem na sala de aula, diante da diversidade. Constata-
escritos, de diferentes gêneros e em diferentes situações de se que, em uma classe multicultural, o uso da língua imbuída de
comunicação. Os encontros foram divididos em três módulos: crenças e valores culturais irá, à medida que a interação evolui,
"Aspectos culturais", "Aspectos gramaticais" e "Produção Oral e estimular uma integração entre culturas distintas, um respeito
Escrita". Detalharemos em nossa apresentação a proposta de pelo diferente, uma reflexão sobre seus próprios valores e
trabalho desenvolvida no terceiro módulo, que se propôs a crenças. A divulgação deste relato de experiência em duas
articular os conteúdos culturais e gramaticais explorados, turmas distintas de Português para estrangeiros aponta reflexões
igualmente, no curso. Sensíveis à realidade de que, por vezes, as relevantes a respeito das variações linguísticas no ensino de
expectativas de um falante de LE podem ser frustradas em Português como língua estrangeira.
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que aprimorem a pronúncia de algumas consoantes, a fim de que funções que estão no uso efetivo do português brasileiro. Conclui-
eles as realizem de forma semelhante à de falantes nativos do se que entre a designação e o referente designado, existem
PB. Com os resultados obtidos nesta pesquisa, será possível conteúdos linguísticos que são ampliados e modificados por
analisar se esses aprendizes obtiveram uma evolução positiva e conteúdos ideológicos e culturais de forma a construir
efetiva em suas pronúncias. simbolicamente a cada contemporaneidade novas significações.
Assim, o ensino deve ter um enfoque interculturalista dando ao
REGINA CÉLIA PAGLIUCHI DA SILVEIRA aluno consciência da cultura presente na língua-alvo, de forma a
DEBORAH GOMES DE PAULA explicar os implícitos culturais e ideológicos que guiam a
(IP-PUC/SP – UNIP) construção dos enunciados.
O grau no uso efetivo do Português Brasileiro
Esta comunicação se situa na área da morfologia portuguesa e SIOMARA FERRITE PEREIRA PACHECO
trata das funções do grau no uso efetivo do Português brasileiro, PG-PUC/FMU
de forma a considerar as expressões linguísticas e os implícitos A explicitação dos implícitos culturais na crônica do cotidiano de
culturais contidos nelas. O material analisado foi coletado em Chico Buarque
jornais e anúncios publicitários. Justifica-se a pesquisa, pois, de
forma geral, nas aulas de PLE o ensino está centrado nas regras Esta comunicação situa-se na área de ensino de português para
do sistema da língua; o mesmo ocorre com o material didático. estrangeiros com enfoque interculturalista e tem por tema os
Pressupõe-se que os falantes nativos, no uso efeito da língua, implícitos culturais na crônica do cotidiano de Chico Buarque.
atribuem diferentes funções para as unidades sistêmicas Tem-se por objetivo geral contribuir com o ensino de PLE com
construindo uma identidade linguística para o brasileiro. Os enfoque interculturalista e por objetivos específicos: 1) examinar
resultados obtidos indicam que: 1. os morfemas de grau adquirem os implícitos culturais contidos no texto; 2) explicitar os implícitos
funções semânticas de valores positivos e negativos que mantém para o processamento da leitura da crônica. Justifica-se a
relações com as representações culturais dos brasileiros; 2. os pesquisa na medida em que se considera a crônica um tipo de
morfemas de grau gramaticalizam-se em outros morfemas com texto opinativo, no qual se encontram implícitos culturais. Nesse
valores afetivos; 3. a gramaticalização dos morfemas de grau sentido, segundo Silveira (2006), o ensino de Língua não dever
ressemantiza os lexemas. A discussão dos resultados obtidos ser reduzido às estruturas gramaticais, “o dito”; é necessário
permite entender que para o ensino de PLE não bastam as regras ensinar ao aprendiz a explicitar o implícito, ou seja, o que se quer
sistêmicas; faz-se necessário tratar dos implícitos culturais das dizer com o que foi dito, que nem sempre faz parte da cognição
expressões linguísticas a partir da gramaticalização de novas do falante nativo. Tem-se por base teórica a Análise Crítica do
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O presente trabalho relata a experiência que desenvolvemos, há ANA LETÍCIA FERREIRA DE CARVALHO
quatro anos, com formação de professores de Cabo Verde, que Universidade do Estado do Amazonas (UEA)
ministram aulas de língua portuguesa no ensino secundário O ensino de Língua Portuguesa para Estrangeiros na fronteira
daquele país, que, no Brasil, corresponde ao ensino médio. Esta com a Colômbia e o Peru: intercâmbio linguístico
é uma das ações do Programa Linguagem das Letras e dos
Números (PLLN), cujo objetivo é formar professores de português Este trabalho visa proporcionar aos participantes do evento: VIII
(Projeto José Aparecido de Oliveira) e de matemática (Projeto PLE-RJ, as experiências adquiridas no Projeto de Extensão de
Amílcar Cabral). Embora o projeto tenha focado especificamente Ensino de Língua Portuguesa para Estrangeiros da Colômbia e
professores de Cabo Verde, em 2009, participaram professores do Peru, que é oferecido no Centro de Estudos Superiores de
de Moçambique, Guiné-Bissau, Angola, São Tomé e Príncipe. Tabatinga da Universidade do Estado do Amazonas, uma vez
Espera-se que o professor, ao longo do seu processo de que pela peculiaridade da nossa região, temos um contato diário
formação, reflita sobre o ensino de Língua Portuguesa e de com falantes de espanhol em nossa cidade, que necessitam fazer
línguas adicionais no universo de comunidades linguísticas da uso do Português diariamente em contexto de trabalho e nas
lusofonia; compreenda a natureza complexa do letramento nas mais diversas situações cotidianas, principalmente no comércio e
práticas sociais; perceba a possibilidade de o ensino de Língua nas repartições públicas. Portanto, com os resultados adquiridos
Portuguesa estar a serviço de biletramentos; conheça, com o projeto, pode-se afirmar que a demanda é constante e a
experimente e reflita criticamente sobre as realidades necessidade do ensino de língua portuguesa para essa
socioculturais brasileiras; sinta-se capacitado a produzir materiais população está sendo de suma importância para gerir a
didáticos para a efetiva prática de ensino de línguas adicionais; interlocução entre a comunidade estrangeira residente nessa
conheça os métodos de avaliação contemporâneos para região fronteiriça.
desenvolver instrumentos de avaliação coerentes com os
objetivos de educação linguística; sinta-se habilitado a conduzir o
ensino de língua portuguesa voltado para a formação de cidadãos
reflexivos, críticos, atos à participação plena nas práticas sociais
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ANA MARIA M. GOMES LEITE DE CARVALHO nessa área, decorrente da grande demanda atual pelo ensino de
Universidade Federal Fluminense (UFF) Português do Brasil para Estrangeiros. Buscamos, através da
Representações de gênero em materiais didáticos de Português análise (realizada com procedimentos quantitativos e qualitativos)
do Brasil para Estrangeiros de questionários respondidos por 62 informantes, levantar seu
perfil com relação à formação, experiências, posturas,
Este estudo pretende analisar as representações do homem e da conhecimentos, lacunas de formação e ainda colher sugestões
mulher em textos de três livros didáticos de Português para para futuras ações de formação. O perfil de professor encontrado
Estrangeiros editados no Brasil nos anos 50,80 e 90. é, em linhas gerais, o de um jovem, graduado em Letras,
Considerando o contexto político e social dessas décadas e geralmente em português-inglês, frequentemente com pós-
recorrendo à Teoria das Representações Sociais, pesquisamos graduação, com atividade de ensino de PBE em universidades e
em textos verbais e não verbais dos materiais elaborados por cursos livres da região e com desejo de aprofundar, em cursos de
Marchant, Ramalhete, Ponce, Burim e Florisse, como o homem e curta duração, seus conhecimentos, principalmente os relativos a
a mulher brasileiros são configurados pela palavra e pela materiais didáticos e às tecnologias de informação e
imagem. Buscamos a ideologia de gênero subjacente a essas comunicação. O perfil de estudante encontrado é, em linhas
construções nas representações dos dois gêneros. O homem gerais, o de um graduando em Letras, de instituição que oferece
apresentado preferencialmente nos papéis sociais de trabalhador, disciplina voltada para o ensino de PLE, com poucas
chefe e provedor da família. A mulher, nos papéis de esposa e oportunidades de estágios e pesquisas, e que encontra nos
mãe, com progressivo desprendimento do espaço doméstico. eventos da área organizados pelas universidades da região
motivação e possibilidades de ampliação de seus conhecimentos.
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os interlocutores constroem seus discursos baseando-se em na apresentação de informações sobre a cultura e a língua-alvo.
regras, contextos e situações em que estes discursos se dão. Diante do exposto, julgamos relevante empreender pesquisa
Portanto, quando os falantes não possuem o mesmo cujos objetivos foram: (1) levantamento de textos motivadores
conhecimento cultural ou social, mesmo dispondo da língua para para atividades de leitura inseridos no material didático Diálogo
veicular suas ideias, pode haver falhas na comunicação, Brasil: curso intensivo de português para estrangeiros; (2)
inviabilizando o seu sucesso. Devido ao fator cultural, as identificação e análise das representações de Brasil, na área de
cantadas tornam-se muitas vezes incompreensíveis para o negócios, presentes no recorte proposto pelo referido material.
estrangeiro. Enquanto o nativo, intuitivamente, consegue Para a análise do corpus, recorremos a pressupostos da teoria
depreender a intenção do falante e interagir com ele, o das Representações Sociais (DOISE, JODELET, MOSCOVICI,
estrangeiro pode não entender nem a estrutura, nem a intenção. 2001). Nesta comunicação apresentamos os resultados obtidos
Por isso a importância de reconhecermos a funcionalidade das na investigação, que estão em consonância com o momento
cantadas, para viabilizar que os professores de PL2 disponham político-econômico vivenciado por nosso país nas últimas
dessas informações para poder incluir no material didático uma décadas.
estrutura que faz parte da nossa língua e costumes.
ANTONIO R.M. SIMOES
University of Kansas
ANDREA L. BELFORT DUARTE O papel do output no aprendizado de línguas naturais
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Universidade Federal Fluminense (UFF) Neste estudo buscamos isolar os processos cognitivos de
Diálogo Brasil: sob a ótica das representações do mundo dos aprendizagem de uma língua estrangeira, i.e. a internalização de
negócios
componentes linguísticos específicos assim como os mecanismos
metalinguísticos ou metacognitivos de aprendizagem, os quais
O material didático é uma ferramenta de suma importância no servem de previsores de processos de aprendizagem que podem
ensino/aprendizagem de uma segunda língua (L2) ou de língua ser usados no modelamento de comportamento durante a
estrangeira (LE). Dentre as inúmeras funções que exerce nesse aprendizagem. Analisaram-se as habilidades linguísticas de dez
processo, podemos destacar sua colaboração na construção do falantes nativos de espanhol aprendizes do português do Brasil,
conhecimento linguístico-cultural e, ainda, na configuração, pelo em imersão no Brasil. Primeiramente, observamos que regras
aprendiz, de representações da cultura-alvo. Por extensão, fonológicas de enlace entre palavras, as quais são diferentes em
podemos entender também que os textos selecionados para a português e espanhol, podem ser indicadores de níveis de
composição desse material didático assumem um papel central habilidades linguísticas. Padrões de enlace indicam não somente
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que se aprende o *sistema*, mas também a transição de um nível barreiras culturais se sobrepõem, muitas vezes, às de língua, fato
de proficiência a outro, e.g. avançado-1 a avançado-2, ou a observado tanto com falantes de línguas de proximidade como de
superior, no caso de aprendizes de português que falam distanciamento. Este estudo trata de questões culturais
espanhol. Em segundo lugar, após concluir as análises dos dez registradas em aulas, oferecidas pelo Núcleo de Pesquisa
sujeitos, realizamos um estudo de um dos casos encontrados Português Língua Estrangeira – NUPPLE-IP-PUC/SP, no curso
entre os dez aprendizes, um casal de chilenos. O interesse desse Português Brasileiro: Língua e Cultura, em janeiro de 2012. Tem
casal é que eles tiveram oportunidades semelhantes para por objetivos 1- apresentar apontamentos sobre dificuldades
aprender português, são adultos com aproximadamente as observadas nos grupos, composto por um total de nove
mesmas idades e um deles conseguiu avançar bem mais do que nacionalidades; 2- discutir estratégias utilizadas nas aulas com o
o outro, no domínio da língua portuguesa. O entendimento dessa objetivo de criar uma aproximação e, por consegu inte, uma
diferença pode contribuir significantemente para o nosso interação entre professor ↔ alunos e alunos ↔ aluno, a fim de
entendimento de como se realiza o aprendizado de línguas atingir o objetivo do ensino. Assim, faz-se necessário partir de
estrangeiras. No caso desse casal, concluímos que a diferença concepções sobre aquisição de língua estrangeira, metodologias
em ganho está relacionada à atitude de cada um e à de ensino e sobre cultura e interculturalismo. A abordagem mais
conscientização metalinguística de um deles, i.e. interesse no prestigiada é a comunicativa com enfoque interculturalista ao
ensino, autocorreções e conserto de orações estrangeiras ao buscar propiciar ao aluno conhecimentos sobre os mecanismos
português de usos linguísticos social e individual, tanto na escrita quanto no
oral, que envolvem diferentes práticas sociais e discursivas do
brasileiro. Os resultados indicam ser necessário que o professor
APARECIDA REGINA BORGES SELLAN saiba perceber que as dificuldades ocorrem como reflexo do
NUPLLE-IP-PUC-SP bloqueio cultural e elabore diferentes estratégias a fim de diminuir
Língua, cultura, crenças no ensino de português para distanciamentos e provocar aproximações para favorecer o
estrangeiros: aproximações e distanciamentos aprendizado do aluno.
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Este trabalho tem por objetivo descrever e analisar algumas Esta comunicação está situada na área do uso de formas
expressões utilizadas para transmitir algum tipo de grosseria ou gramaticais que contêm implícitos culturais e ideológicos. Tem-se
agressividade e que são constituídas por palavras que designam por tema o uso da negação, da solicitação e da ordem que
partes do corpo humano. As expressões analisadas tiveram sua apresentam vários problemas de aprendizagem para os alunos
aplicabilidade comprovada não por frases desconexas, mas por estrangeiros. O problema consiste nas lacunas existentes nas
situações de uso bastante correntes, como aparecem gramáticas tradicionais do Português que apresentam os itens
representadas nos diálogos dos programas Tapas e Beijos, gramaticais por regras construídas a partir do uso escrito literário.
Separação!?, Os Normais e Os Aspones. Assim, pode ser para construir o idioma nacional. Dessa forma, as regras
observada, por exemplo, a adequação de expressões como gramaticais impostas pelo uso padrão normativo só conseguem
“Bunda mole” e “Enfiar a mão na tua cara” às situações em que dar conta do uso efetivo da língua no discurso literário. Tem-se
são empregadas. A principal contribuição deste trabalho é por pressuposto que, entre a designação lexical e as suas
proporcionar aos profissionais de ensino de PL2-E maior reflexão combinações gramaticais, que constroem a linearidade do texto-
quanto ao ensino/aprendizagem dessas estruturas tão comuns produto verbal, há um espaço preenchido por um conjunto de
entre os brasileiros em situações geralmente informais. valores culturais e ideológicos. Silveira (2009) diferencia cultura e
Para um aluno de língua portuguesa como segunda língua (L2) ideologia. Segundo a autora, a cultura expressa um conjunto de
ou língua estrangeira (LE) torna-se relevante saber que algumas valores construídos a par tir do vivido e do experienciado
expressões têm sua composição mais cristalizada, não permitindo socialmente pelas pessoas, inter-relacionando-se com a cognição
muitas alterações: que, por exemplo, em oposição a dedo duro e o discurso. Por sua vez, os valores ideológicos são impostos
chamar uma pessoa de dedo mole não fará qualquer sentido. pelo poder para discriminar os grupos que interferem no interesse
Mas que outras já são mais livres e permitem variadas social.A pesquisa realizada selecionou o traço cultural da cortesia
construções. O interesse por pesquisar esse tema partiu da do brasileiro, examinando-o como guia para o emprego de formas
observação de como é intenso o uso de expressões das mais gramaticais e lexicais do uso da negação, da solicitação e da
inusitadas possíveis em nosso cotidiano. São estruturas que em ordem, durante interações comunicativas a partir de contextos
muito agilizam a nossa comunicação e, apesar da economia de discursivos selecionados na internet. Foi constatado que a
palavras, imprimem uma incrível riqueza de significados. solicitação e a ordem se confundem pela utilização do pretérito
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mais que perfeito do indicativo e que o não é sempre evitado e BRUNO DE ANDRADE RODRIGUES
substituído por expressões mais amenas. Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio)
SER ou ESTAR: eis a questão! Uma proposta de descrição de
BRUNA DE OLIVEIRA CHACON CARVALHO usos em português língua materna voltada para o ensino de
DANIELLA SOARES DE SOUZA PL2E
TATIANY DA SILVA CARVALHO
Universidade de Brasília (UnB) Os usos dos verbos “ser” e “estar”, quando articulados a SN,
Políticas de (trans) formação de professores de português para SAdj. e SP, constitui dificuldade para os estudantes estrangeiros,
estrangeiros: novos olhares falantes, mormente, de francês e inglês, línguas que não
codificam a diferença semântica entre aqueles verbos. Ademais,
O ensino de português para estrangeiros está crescendo muito trata-se de uma matéria cujo tratamento nos livros didáticos
nos últimos anos, porém, é necessária uma mudança nas destinados ao ensino PL2E é insatisfatório. Quando considerados
políticas nacionais para que haja uma excelente (trans)formação em sua complexidade, os usos desses verbos devem ser
de professores. O cenário universitário atual, não permite uma explicados tendo em conta, por um lado, traços semânticos
formação ampla e abrangente, focando na habilidade do referentes aos constituintes que os acompanham; e, por outro
professor em lidar com diferentes culturas em um contexto sócio- lado, a importância que tem o compartilhamento pelos
cultural totalmente diferente do que estão acostumadas, e muito interlocutores dos seus contextos sociocognitivos. Portanto,
menos permitindo uma formação específica para o Ensino de quando contemplados os usos de “ser” e “estar”, concorrem, para
Português como Língua Estrangeira/Segunda Língua.O referido efeito de descrição e explicação de sua seleção, aspectos
trabalho se respaldará nos seguintes estudos empíricos semânticos e contextuais. Nosso estudo se desenvolve na
desenvolvidos no bojo da Linguística Aplicada, embasados pelas perspectiva funcionalista desenvolvida por Halliday, donde se
políticas de ensino formuladas pelo Ministério da Educação, para conclui a importância de considerar em conjunto aqueles
ressaltar a importância da formação transdisciplinar do aspectos.
profissional de Letras, principalmente se este for lidar muito mais
com aspectos culturais do que estruturais dentro da língua, como
é o caso do ensino de Português como Língua Estrangeira e
como Segunda Língua dentro e fora do Brasil.
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materna muitas vezes se deparam com a dificuldade de construir No que se refere ao Brasil, revelaram-se como traços positivos
sua identidade e especificidades como professores de PLE. recorrentes as menções à beleza natural e à culinária de muitas
Saber como tratar os vários aspectos que compõem o ensino de vertentes e como traços negativos o clima tropical, a
PLE, tais como: os aspectos culturais que influenciam na relação desigualdade social e a violência.
professor-aluno, os estilos de aprendizagem que envolvem o uso
da língua, o conhecimento metalinguístico e quais
abordagens/métodos usar são alguns pontos levantados por CRISTINA MARQUES UFLACKER
esses professores e que contribuem para delineamentos mais NEIVA MARIA JUNG
pontuais referentes às características do profissional de PLE. Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Celpe-Bras: um exame para além do domínio de normas e
códigos
CIRLENE DE SOUSA SANSON
Universidade Federal Fluminense (UFF) Este trabalho busca refletir sobre a concepção de letramento
Secretaria Estadual de Educação – Rio de Janeiro (SEE-RJ) privilegiada na proposta teórico-metodológica do exame Celpe-
Representações do Brasil em materiais didáticos de PLE Bras, especialmente no que se refere à parte escrita e as
utilizados na França implicações disso para a avaliação do candidato. Para isso, será
reconhecida a concepção de linguagem expressa no Manual do
Este estudo aborda as representações da identidade brasileira Candidato, segundo a qual a linguagem é concebida como “uma
em textos de seis materiais didáticos editados na França e ação conjunta de participantes com um propósito social” (Manual
utilizados, nas duas últimas décadas, no ensino da língua e da do Aplicador do Exame Celpe-Bras, 2012, p.5), relacionando-a
cultura do Brasil naquele país. Recorrendo à Teoria das aos modelos de letramento propostos por Street (1984; 2003), e
Representações Sociais, apoiando-nos em estudos que abordam serão analisadas as questões escritas propostas para o exame
a identidade brasileira por ângulos diversos e considerando o de 2007/1 e 2011/1. A partir dessa análise, observamos que tal
panorama de ensino de Português para estrangeiros naquele proposta parece valorizar um candidato familiarizado com as
contexto, pesquisamos, nos textos verbais e não-verbais que se diferentes práticas de escrita demandadas na sociedade, o que
inscrevem nas obras examinadas, como o Brasil e os brasileiros poderíamos pressupor que seria um candidato letrado, e não
nelas são configurados e que estereótipos são recorrentes alguém que domina o código, mas não consegue usá-lo
nessas representações. Verificou-se que entre os traços positivos adequadamente nas diferentes esferas sociais. Esse resultado
atribuídos ao brasileiro destacam-se a afetividade e o calor nos permite discutir sobre o que é valorizado em uma avaliação
humano, e entre os negativos, o iletramento e a impontualidade. dessa natureza e quais são as possíveis implicações dessa
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avaliação para o ensino de português como língua adicional. Ao enquanto lócus de categorização fonológica é um importante
explicitarem a interlocução e o propósito do que deve ser aspecto a ser considerado no ensino de português como língua
produzido, as questões buscam sustentar uma concepção de estrangeira.
proficiência fundamentada no uso adequado da língua para agir
no mundo. (trabalho com dois autores) DANIELE BARBOZA MOURA
(UERJ/INES)
Entre dois mundos – o sarau e sua contribuição para o ensino de
DANIELA MARA LIMA OLIVEIRA GUIMARÃES língua portuguesa como L2 em contexto bilíngue
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Aquisição da fonologia do português como língua estrangeira e O presente trabalho tem por objetivo apresentar algumas
como primeira língua: interseções experiências que foram desenvolvidas em um grupo bilíngue.
Este grupo é formado por alunos surdos e ouvintes do Curso de
Este trabalho visa avaliar aspectos da produção fonológica do Pedagogia Bilingue (INES), que possuem em sua grade curricular
português como língua estrangeira em comparação à aquisição a disciplina de Língua Portuguesa ao longo de todo o curso.
fonológica do português como primeira língua (Guimarães, 2008). Entretanto ao iniciar como professora desta disciplina me deparei
O foco será dado à produção de oclusivas, sibilantes e africadas com a seguinte questão: como atender aos nativos e
alveopalatais, por crianças adquirindo o português e por falantes "estrangeiros" dentro de um mesmo contexto educacional sem
de inglês, aprendizes de português como língua estrangeira. Os que ambos perdessem o interesse? Nativos representados aqui
dados são provenientes de coleta longitudinal. A base teórica pelos ouvintes, estrangeiros representados pelos surdos, que por
desta pesquisa encontra-se na Fonologia de Uso (Bybee, 2001, ironia são denominados estrangeiros dentro de seu próprio
2010) e na Teoria de Exemplares (Johnson, 1997; Pierrehumbert, território, espaço este que viveu muitos momentos de lutas e
2011; Foulkes e Dockerty 2006). A partir dessas teorias, conquistas. Bakhtin (1992) afirma sobre a importância da
argumenta-se que a aquisição fonológica de primeira e segunda interação verbal, na construção da linguagem. Realmente essa
língua envolve parâmetros fonéticos gradientes. Afirma-se, ainda, interação é de suma importância, uma vez que este contexto
que a aquisição é não linear e que os momentos de instabilidade contempla não apenas uma língua a ser ensinada, mais também,
refletem a elaboração de hipóteses por parte do aprendiz. dois grupos linguisticamente distintos, sendo um deles
Entretanto, a elaboração de hipóteses sobre o funcionamento da representantes daquele espaço e outro a representação social da
o conhecimento de padrões da língua materna. Em ambos os língua a ser aprendida, da língua que segrega, que ainda é um
casos, o léxico apresenta-se como o motor da apropriação do símbolo de poder (Lodi,1999) e que causa tanto desconforto aos
conhecimento fonológico. Argumenta-se, assim, que a palavra, educandos surdos.
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O presente trabalho aborda o emprego do pronome relativo “que” A sociedade contemporânea, caracterizada pelo grande avanço
por alunos do nível superior do Instituto Nacional de Educação de das tecnologias e pelas constantes mudanças nas diversas áreas
Surdos (INES). Como objetivo geral, propõe-se a aplicação de do conhecimento, anseia por novos meios e possibilidades de
uma oficina voltada ao uso do mesmo em textos acadêmicos de aprendizagem que auxiliem no desenvolvimento intelectual,
alunos surdos e ouvintes do Instituto. Para tal, utiliza-se uma afetivo e social de seus cidadãos. Uma vez que esse paradigma
abordagem bilíngue na qual o português escrito desempenha torna o processo de ensino-aprendizagem extremamente mais
papel de segunda língua e a Língua Brasileira de Sinais (Libras), complexo, faz-se necessário que o professor, em particular o de
o de primeira. Com base em produções de alunos do programa português como língua estrangeira (PLE), tenha predisposição
de pós-graduação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de para adquirir novos saberes. As propostas dos cursos de
Janeiro (PUC – Rio), três funções sintáticas deste pronome são formação de professores, portanto, devem ser focadas em
selecionadas para análise, a saber, sujeito, objeto direto e adjunto despertar nos agentes participantes uma postura investigativa,
adverbial. Como resultado geral, observa-se um aumento geral reflexiva e de avaliação da sua própria forma de agir,
na produção do pronome nas três funções sugeridas. No entanto, incentivando a abertura para a busca permanente de caminhos
há redução nas funções de objeto direto e adjunto adverbial no mais adequados para a realização do processo de ensino-
exercício de união de frases e na de adjunto adverbial no aprendizagem. Seguindo essa linha, o presente trabalho pretende
exercício com frases a serem completadas. Estes resultados são trazer para debate a noção de interculturalidade, considerando
devidamente justificados, fato que comprova a eficácia da oficina sua atualidade, seus desdobramentos e complementos, além de
para surdos e ouvintes. Vale destacar a importância deste sua possível inserção no planejamento de cursos, na produção
trabalho por se tratar de uma abordagem sobre o ensino de PL2 a de materiais didáticos e na avaliação da aprendizagem. Desse
alunos surdos em nível universitário. modo, acredita-se que o professor de (P)LE deve ser “um
profissional em formação contínua, que precisa estar sempre se
atualizando, não só para acompanhar o mundo em constante
mudança, mas também para ser capaz de provocar mudanças”
(Leffa, 2001:9).
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para o mundo? Uma resposta é necessária, pois mesmo sendo a falantes para se referir a não-parentes, de modo que serve tanto
única cidade de representação diplomática dos países dos cinco ao ensino de língua quanto cultura brasileira para alunos
continentes, Brasília ainda engatinha em uma política do estrangeiros.
Português Segunda Língua.
EULÁLIA VERA LÚCIA FRAGA LEURQUIN
Universidade Federal do Ceará (UFC)
O agir do professor de PLE em sala de aula
ELISA FIGUEIRA DE SOUZA CORRÊA
Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio) Este trabalho decorre de uma formação de professores realizada
Formas de tratamento de parentesco: comparando usos no por membros do Grupo de Estudos e Pesquisas em Linguística
chinês, japonês e português brasileiro Aplicada, da UFC, por mim coordenado. O Curso Português
Língua Estrangeira: língua e cultura brasileiras tem uma carga
Este trabalho é uma progressão da pesquisa elaborada para horária de 50h, com duração de três meses e meio. Após o teste
minha dissertação de mestrado – defendida em 2011 – na qual de nível, dividimos a turma em três níveis. O projeto envolve três
investiguei formas de tratamento de parentesco em uma bolsistas da graduação e três professoras. Coordeno-o e também
comparação entre o japonês e o português do Brasil com assumo uma sala de aula. Os alunos são estrangeiros que
aplicabilidade no ensino de Português como Segunda Língua chegaram à UFC de países diversos para cursar, através da
para Estrangeiros (PL2E). Nesta nova etapa, adicionamos uma mobilidade acadêmica, cursos diversos, em nível de graduação e
terceira língua à comparação, a saber, a língua chinesa, na qual de pós-graduação. As aulas estão sendo gravadas e também
também se utilizam formas de tratamento de parentesco com realizamos uma sessão de autoconfrontação com os professores.
referência a pessoas que não são efetivamente membros da Nosso objetivo maior nesta comunicação é apresentar os
família. Nesse momento inicial desta nova pesquisa, observei os primeiros dados analisados que compreendem da entrevista feita
usos de “tio/a” (com referência a uma pessoa que não é com os professores sobre o agir em sala de aula de PLE e de
realmente irmã ou cunhada dos seus pais) tanto na língua parte da autoconfrontação. Das três professoras, duas já
japonesa, na língua chinesa quanto na língua portuguesa. A trabalham com língua estrangeira e uma está iniciando suas
análise é feita com base em conceitos da antropologia, do pesquisas nessa área. Pretendemos apresentar os conflitos
interculturalismo e da pragmática e confirma que há diferenças vivenciados por elas e fazer uma análise comparativa das
entre o uso japonês, o chinês e o brasileiro dos vocábulos de experiências vivenciadas. Para isso, são importantes os conceitos
parentesco. Os resultados desta pesquisa mostram quando, de representação (BRONCKART, 2008) agir do professor; e de
como e por que cada uma dessas formas é escolhida pelos repertório da ação do professor (CICUREL, 2010).
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Ao longo de sete anos de ensino de português para estrangeiros Este trabalho tem por objetivo debater sobre a importância de se
no Brasil, pude presenciar dezenas de mal-entendidos por conta levar em consideração aspectos culturais no ensino de língua
de uma recusa elaborada de maneira inadequada. Tal situação portuguesa para estrangeiros com base em uma fundamentação
me instigou a investigar o tema e logo percebi que nossas teórica que conta com contribuições da Pragmática, da
“desculpas” utilizadas para recusar convites podem ocorrer em Sociolinguística Interacional e do Interculturalismo. Levando estes
estruturas padronizadas. A partir dessa constatação, iniciei aspectos em consideração, é imprescindível que o professor de
investigações mais aprofundadas e observei que os materiais PLE esteja preparado para atuar não apenas com os domínios
didáticos disponíveis no mercado dispunham pouquíssima linguísticos, mas também discursivos, exigindo-se do profissional
atenção ao ato de recusar um convite. Mesmo materiais para conhecimentos culturais, ideológicos, históricos, políticos, entre
falantes nativos, não davam destaque ao tema. Inicialmente, as outros. Tais requerem do professor um olhar atento sobre sua
hipóteses motivadoras deste estudo sobre o Ato de Recusar (AR) própria cultura e para a cultura do outro, a fim de trabalha-la com
em português foram: (a) existência de um padrão de recusas a eficácia. É necessário ter uma postura séria e livre de
convites mais valorizado na cultura brasileira; (b) termos preconceitos para não se deixar levar por estereótipos ou atitude
recorrentes no AR; (c) e presença de indiretividade nas jocosa. Tal atitude poderia levar a um efeito contrario do que se
estratégias de polidez utilizadas na recusa a convites. Tais deseja. Lewis diz que quanto menos se é familiar com
hipóteses me estimularam a iniciar uma análise do AR e propor determinada cultura maior será a tendência a exageros,
novos estudos, a fim colaborar para a prática da sala de aula de estereótipos. A aquisição de hábitos linguísticos não basta para
PL2E.Intento, aqui, destacar algumas estruturas cristalizadas que um estrangeiro aprenda uma nova língua: é necessário que
relativas ao AR, destacar e nomear as estruturas mais utilizadas, ele compreenda as formas de pensar, agir e sentir da nova
destacar elementos fixos e móveis, ressaltar a ordem sintática cultura. Isso, entretanto, não significa fazê-lo assimilar a cultura
preferida pelos falantes analisados e iniciar um manual de apoio em questão, modificando a sua, mas permitir que esse indivíduo
ao professor no ensino a estrangeiros. tome consciência das diferenças e similaridades existentes entre
essas duas culturas, para que assim consiga vivenciá-las da
melhor maneira possível.
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diferença de significado que existe dependendo das diferentes através das asserções levantadas neste trabalho, contribuir com
combinações da conjunção EMBORA com tempos verbais professores de PLA que também estejam envolvidos na
diferentes. discussão sobre a elaboração de materiais didáticos com fim
específico de negócios.
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específica em PLE, além de constante atualização quanto às desenvolvendo nos aprendizes a competência linguístico-
teorias aplicadas ao ensino de língua estrangeira, e reflexões discursiva necessária às atividades acadêmicas e à sua
autocríticas sobre as crenças que embasam a abordagem de convivência no país, tendo em seu conteúdo programático não
ensinar do professor. apenas noções gramático-textuais e práticas linguístico-
discursivas, como também noções histórico-regionais e aspectos
culturais e interculturais do Brasil, para ajudar na inserção do
ISABELLA ALVES DOS SANTOS MELLO intercambista em nosso meio acadêmico e citadino, regional e
NILDICÉIA APARECIDA ROCHA brasileiro. Os cursos são ministrados por alunos da graduação do
UNESP – FCLAr curso de Letras da FCLAr, bolsistas e voluntário, sob a
Ensino de Português Língua Estrangeira (PLE) na Faculdade de supervisão e orientação da docente coordenadora do projeto.
Ciências e Letras (FCLAr-UNESP)
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para brasileiros em português, bem como todo um aparato de mas, também, em materiais midiáticos nacionais, como filmes e
preparação de documentos e materiais de orientação que séries, que podem servir, igualmente, como material pedagógico
necessitava de pessoas falantes de ambas as línguas. Pretendo de apoio nas aulas de PLE. Ancorados nas teorias dos estudos
apresentar essa experiência vivida no Japão com o ensino de culturais de identidade (HALL, 2000; SILVA, 2000) e na Análise
língua portuguesa para indivíduos alfabetizados em um idioma Crítica do Discurso (FAIRCLOUGH, 2001, 2003; FAIRCLOUGH E
ideográfico e de sintaxe tão distintos da nossa língua e CHOULIARAKI, 1999), interessa-nos, pois, analisar um trecho do
apresentar as dificuldades de ensino e o panorama do português décimo quinto episódio da décima terceira temporada do seriado
no país apresentando alguns materiais didáticos utilizados nas de animação Os Simpsons intitulado “A Culpa é da Lisa” (Blame it
aulas. on Lisa, 2002) a fim de evidenciar essa representação da
identidade nacional outrora mencionada e, ao mesmo tempo,
propor a utilização desse material em sala como forma de
JAQUELINE BARROS desconstruir tal representação concretizada nos estereótipos
MARCELO SOUSA SANTOS culturais do brasileiro. A isso, acrescentamos a importância de se
Universidade de Brasília (UnB) desvelar ideologias e discursos dominantes para a (re)construção
Por uma representação para além do samba e do futebol: de identidades de professores e alunos no processo de ensino-
desconstruindo a cristalização da identidade nacional nas aulas aprendizagem de PLE, produzindo, por conseguinte, sujeitos
de PLE críticos.
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uma tendência de substituição do pronome reto “nós” pelo desenvolver tais habilidades. Tendo em vista as características do
sintagma “a gente” e o consequente uso da 3ª pessoa do singular público-alvo, o curso de português avançado da Utah Valley
em substituição da 1ª pessoa do plural em contextos informais de University objetiva criar um espaço pedagógico no qual esses
português falado no Brasil e a partir daí propor estratégias de alunos possam, ao mesmo tempo, aperfeiçoar sua competência
ensino de Língua Portuguesa para estrangeiros numa perspectiva oral, ampliar sua competência cultural e desenvolver sua
mais comunicativa, os dados gerados serão analisados utilizando capacidade de escrita. O curso é organizado em duas partes
a ferramenta Word Smith Tools® com a finalidade de quantificar inter-relacionadas. Na primeira, procura-se levar os alunos a
exatamente o número de incidências de cada caso nas situações aperfeiçoar sua proficiência oral a partir da leitura e discussão de
de comunicação levantadas. contos brasileiros; na segunda, visa-se desenvolver sua
capacidade de escrita por meio da produção de resumos e
resenhas críticas, ora relacionadas aos contos, ora a outros
JULIANA DE OLIVEIRA SANT'ANNA DOS SANTOS textos e eventos culturais. Em minha comunicação, pretendo
Utah Valley University discutir em que medida o curso contribui para o desenvolvimento
“Português para missionários” – Foco nas competências oral, de tais competências.
escrita e cultural
Neste trabalho, pretendo apresentar minha experiência de ensino KALINE ARAUJO MENDES
de português como língua estrangeira (PLE) em uma instituição EULÁLIA LEURQUIN
de ensino norte-americana, a Utah Valley University. No ano Universidade Federal do Ceará (UFC)
letivo 2011/2012, atuei como professora de PLE nessa Ensino de português para falantes de outras línguas: análise do
universidade como bolsista do programa Foreign Language trabalho em discurso profissional
Teaching Assistant (FLTA) financiado pela Comissão Fulbright e
CAPES. Os alunos do curso avançado de PLE da universidade, Nos últimos anos, tem-se avolumado o número de pesquisas que
geralmente, apresentam um alto nível de proficiência oral, tendo se dedicam à compreensão do ensino de português para falantes
em vista que atuaram por dois anos como missionários da Igreja de outras línguas (PFOL). Muitos dos trabalhos investigam as
de Jesus dos Santos dos Últimos Dias em um dos países de práticas de sala de aula realizadas pelo professor da área de
língua portuguesa. Contudo, o nível de competência escrita e PFOL, enfatizando, sobretudo, o que ele deveria ou não fazer.
cultural desses alunos está muito aquém de sua capacidade de Contrariamente a esta postura investigativa, na tese O agir do
comunicação oral, uma vez que, considerando suas atividades professor de português para falantes de outras línguas: análise
como missionários, eles não tiveram muitas oportunidades de do trabalho no discurso, em andamento no Programa de Pós-
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Graduação em Linguística da Universidade Federal do Ceará, os estereótipos construídos têm relação com as informações
buscamos, ancoradas no quadro teórico-metodológico do colhidas pelos alunos nos meios de massa como televisão,
Interacionismo Sociodiscursivo (BRONCKART, 1999, 2004, jornais, internet e também através de amigos brasileiros ou não e
2008), compreender o agir-referente do professor de PFOL, em parentes; (iii) as imagens construídas pelos estrangeiros são
discursos produzidos pelo docente sobre o trabalho e em positivas em relação ao brasileiro, e negativas quanto ao Brasil;
situação de trabalho. Nesta comunicação, com vista a tratar das (iv) a atitude positiva diante da imagem dos brasileiros e a
representações que tal profissional tem de seu trabalho, de seu exposição à cultura brasileira facilitam a interação nas situações
papel, de seus objetivos e dos variados aspectos que interculturais desse aluno com brasileiros.
caracterizam o contexto em que atuam, analisamos entrevistas
que compõem o corpus da pesquisa de doutorado anteriormente LIA ABRANTES ANTUNES SOARES
referida, assumindo como categoria analítica os mecanismos Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
enunciativos, por compreendermos que são estes clarificadores O desenvolvimento da fluência em PBE através de narrativas
de significação acional. orais
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portuguesa), e 3) como o conhecimento que ele tem da conhecimento da língua fundado no compromisso empírico da
linguagem técnica do campo da aviação ajuda ou não na linguística (Fiorin 2003) y respeitoso de diferenças linguísticas
interpretação do conteúdo. Também se analisou a relação entre que se correlacionam com diferenças sociais (v. gr. Bagno 2003;
as interferências surgidas e o léxico normalmente internacional Scherre id.), e ao mesmo tempo inserido na realidade
dos textos específicos trabalhados. geopolítica latino-americana (Rajagopalan 2003).
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analisar as dificuldades na habilidade de escuta que os alunos Pretendo apresentar o exame do corpus coletado segundo as
têm, visto que devido à sua complexidade, esta é uma das quatro funções nele encontradas: (1) expressão de sentimentos,
competências em que os alunos afirmam ter mais dificuldades. (2) avaliação, (3) compreensão de estruturas e (4) expansão
No referencial teórico explicitaremos o que alguns autores, tais vocabular, sempre em vista das questões norteadoras da
como, Celce-Murcia (1995), Weaver (1972), Rivers (1981), pesquisa que dá origem a este trabalho: qual a natureza das
Morley (1991), Rost (2001) e Nunan (2002), falam sobre a recorrências ao IL1 nas aulas de PL2E? Elas são um recurso
escuta e iremos expor e discutir o questionário que os alunos de produtivo ou apenas um ruído do processo de ensino-
Português como Língua Estrangeira responderam. aprendizagem?
A forma como o aprendiz se relaciona com sua L1 é sintomática A produção de material didático para complementar os materiais
de sua organização psíquica, portanto é possível auxiliá-lo no utilizados no ensino de PLE consiste em criar condições aos
processo de aprendizagem de uma L2 remetendo-o à língua que aprendizes de adquirirem conhecimentos que ultrapassam os
fundamenta sua construção de sentidos, e não tentando saberes linguísticos e textuais. O gênero crônica do cotidiano
frustrantemente isolá-lo dela. Tendo isso em vista, busco possibilita tratar do léxico linguístico e de implícitos culturais do
compreender, na pesquisa a ser apresentada, a forma como o brasileiro, tendo em vista as dificuldades apresentadas pelos
aprendiz estrangeiro do português, imerso na cultura brasileira, aprendizes ao fazerem inferências de leituras em textos sobre o
atravessa esse processo e como a relação com sua L1 (neste cotidiano do brasileiro. O uso de léxico e expressões linguísticas,
caso, o inglês) incide nele. Para tanto, à luz de conceitos básicos que trazem representações e ocultamentos sobre o modo de ser
da psicanálise, do interculturalismo e da socioconstrução do e agir do brasileiro, é usado com sentidos de efeitos variados,
conhecimento, analiso recorrências ao inglês como primeira por exemplo, o humorístico.Neste gênero, pela intertextualidade,
língua (IL1) em aulas de português como segunda língua para configuram estratégias de usos do cronista que visa alcançar
estrangeiros (PL2E), com o objetivo maior de colocar em xeque seu interlocutor, as quais, muitas vezes, dificultam a leitura.
a crença de que o emprego da língua materna (LM) em aulas de Tem-se por objetivo contribuir com a produção de material
segunda língua (L2) ou de língua estrangeira (LE) é um recurso didático, e por objetivos específicos a) proporcionar ao
prejudicial ao processo de ensino-aprendizagem. estudante-aprendiz condições de complementaridade, de forma
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que possam criar hipóteses de leituras; e b) acionar Nacional de Córdoba (UNC) a universidades brasileiras.Os
conhecimentos enciclopédicos como estratégias de leituras, na interlocutores para essa discussão serão Renato Ortiz (1994),
medida em que constrói sentidos em situações de interatividade Garcia Canclini (2009) e o sociólogo português Boaventura de
e de interação, a partir do léxico e expressões usadas Souza Santos (2009). Os espaços de cooperação inter-
intencionalmente pelo cronista, ao tratar de implícitos culturais universitários, através das experiências de intercâmbio, devem
do brasileiro. Constata-se que a construção de sentidos e a ser valorizados, pois isso permitirá desenvolver uma visão
produção efeitos na crônica requerem informações acerca das cultural muito mais ampla das realidades dos países do Cone
atitudes do brasileiro se ocultar ao tratar conteúdos tabus, tais Sul.
como morte e sexo. Em suma, o brasileiro recorre à sutileza e a
certo presságio quando se trata de morte e sexo. Assim, tornou- MARIA RODRIGUES ARRUDA
se necessário oferecer outras informações que possibilitassem a Universidade Aberta de Portugal
interatividade comunicativa dos aprendizes. Brasil, mostra a sua cara: os vídeos da Embratur como recurso
didático para uma nova imagem do Brasil no exterior
MARIA LÚCIA SEGABINAZI DUMAS
Facultat de Lenguas de la Universidad Nacional de Córdoba Durante muitos anos a imagem do Brasil no exterior foi sempre
(UNC) ligada ao samba, à mulata e ao futebol, e, ainda hoje, resquícios
Mobilidade acadêmica: eixo central da integração cultural desse lugar-comum ainda existem em determinados países,
como, por exemplo, a Itália, país onde ensinamos o PLE através
O conceito de competência intercultural atualmente é utilizado de aulas particulares e de cursos em universidades e em
em diferentes contextos, cabendo tanto a pessoas como a escolas de línguas. Para mostrarmos aos nossos alunos que o
entidades de diversas características. Na esfera educativa cada Brasil é muito mais que um “país tropical, abençoado por Deus”,
vez mais se destaca o desenvolvimento de uma sociedade utilizamos em sala de aula os vídeos promocionais da Embratur
intercultural, onde os sujeitos não são culturas diferentes que se para lhes ensinar que a realidade brasileira é também
defrontam, mas sujeitos diferentes que, além de coexistirem, constituída por monumentos de Oscar Niemeyer, Cataratas do
transmitem cognitivamente outros saberes e experiências, Iguaçu, Pelourinho e tantas outras riquezas brasileiras. Valorizar
respeitosos da diversidade cultural. Dentro de tal perspectiva, a a imagem do nosso país através desses vídeos nos permite,
proposta central desse trabalho é analisar a relação do conceito enquanto profissionais de PLE, não só explorarmos os aspectos
de competência intercultural com o âmbito universitário e com os verbais da língua, mas, também, difundirmos o vasto patrimônio
programas de mobilidade acadêmica, através de algumas ações artístico-histórico-cultural e as belezas naturais do Brasil como
concretas de mobilidade de estudantes da Universidade um interessante recurso didático à nossa disposição na internet.
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O objetivo da comunicação é desenvolver uma leitura crítica de O artigo se inicia com a explicação de significação cultural e
textos ficcionais (romances e contos) que, ao mesmo tempo em intercultural no processo de ensino de Português como língua
que, configuram, documentam e recriam a experiência de estrangeira (PLE), indicando, depois, os sentidos despertados
realidades político-histórico-sociais e culturais dos países de pelos textos não-verbais da cultura brasileira. Neste trabalho,
língua portuguesa na África, sugerem apreender e discutir a intencionamos abordar esses sentidos para apoiar as estratégias
questão de como trabalhá-los em sala de aula em perspectiva diversas desenvolvidas pelos professores para fortalecer a
intercultural, em que língua/cultura sejam faces indissociáveis. Competência Comunicativa de seus aprendentes. Queremos
As literaturas de língua portuguesa em África apresentam contribuir com o argumento de que a significação é socialmente
inúmeras questões que também recuperam a identidade modelada e merece ser estudada, não apenas pelo ângulo
brasileira e, por meio deste ir e vir cultural aproxima-se o puramente linguístico, mas também, pelo ângulo estético-cultural.
aprendente da matéria da aprendizagem. Esta comunicação A pintura que se dedica na representação dos gestos, dos
adota especificamente uma análise de natureza contrastiva e costumes e das atitudes naturais dos homens, sustentará a
inscreve-se no campo da crítica cultural interessada na apreensão histórica e cultural na aula de PLE. O artigo procura
avaliação da produção em sua diversidade sócio histórica, no fazer surgir o seu objeto de estudo e não analisá-lo, ou seja, a
caso, peculiar a dos países africanos de língua portuguesa. significação interroga no núcleo da cultura os limites da
Trataremos a análise contrastiva dos romances e contos aprendizagem de uma língua estrangeira, no caso de PLE. Sem
propostos, a saber – Bom dia, Camarada, de Ondjaki (Angola) e ambicionarmos a conclusão, pode-se e deve-se acrescentar às
O beijo da palavrinha, de Mia Couto (Moçambique). aulas de PLE elementos culturais (não estereotipados) para
desenvolver a competência comunicativa, criativa e, também,
crítica-reflexiva do aprendente. Saber encontrar, no momento
oportuno, a significação – por meio da pintura – e atribuí-la
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valores tanto à maneira linguística quanto à cultura brasileira, é uma língua para não falantes da língua portuguesa. O
demonstrar no processo de ensino/aprendizagem a compreensão posicionamento do professor em relação ao processo de
que a língua é afetada culturalmente pela existência da vida formação em que está envolvido deve ser consolidado pela
(social, cultural, política, econômica) e que simboliza o modo de prática de ensino, na escolha de materiais e métodos adequados
ser de um povo. É a tradução de posturas e imposturas de como e nas inter-relações entre os participantes. Todos esses aspectos
se vê e como é visto pelos outros, ou melhor, é o afetam o processo de co-construção da aprendizagem da língua.
desestrangeirizar-se pelo olhar do outro. Assim entendemos que a formação do professor de PLE é um
ponto diferenciador e especifico para o ensino quer no contexto
de língua materna quer no de língua não-materna (estrangeira ou
MARÍLIA CARVALHO BATISTA segunda).
Universidade de Brasília (UnB)
Português, língua estrangeira: ensino e formação de professores MARINA AYUMI IZAKI
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
O tema deste trabalho focaliza-se nas diferenças entre ensinar a Potencialidades para interação no ensino-aprendizagem de
modalidade Português como Língua Estrangeira – PLE – e Português Segunda Língua
ensinar o Português como língua primeira ou materna (L1/LM).
Cumpre salientar de imediato que, em se tratando de ensino de As histórias em quadrinhos são constantemente utilizadas por
português como Língua Estrangeira, há uma dificuldade de profissionais da área de educação no que tange a combinação
compreensão do processo de ensinar, pois, para os profissionais “aprendizagem e lúdico”. Trabalhos como os de Anselmo (1975)
(nativos) de LM ou L1, o processo de ensino para PLE pode já revelam que ao mesmo tempo em que as HQs despertam para
parecer ser o mesmo de LM, passível de ser exercido com a o riso, podem difundir as ideologias do país, expressando, desse
mesma formação profissional de PL1. O ensino de PLE tem uma modo, a cultura, os costumes de um povo. Levando em conta
especificidade que não ocorre naturalmente aos profissionais e essa perspectiva, o desenvolvimento desta pesquisa teve por
que sua introdução no currículo e como prática de ensino nas objetivo explorar e analisar histórias em quadrinhos do Brasil,
escolas e universidades precisa ser planejada com fundamentos. especificamente produzidas por Henfil, como potencial para
O professor que não teve em sua graduação a disciplina de PLE elaboração de atividades visando o desenvolvimento de interação
se confronta com dificuldades e desorientação de como agir e na sala de aula de português para estrangeiros, cujas línguas
fazer em sala de aula de PLE. Pois, o fato de serem falantes maternas sejam de origem não-hispânica e que apresentam
nativos não lhes garante o sucesso no ensino e na competência comunicativa em português em nível básico,
aprendizagem, porque falta o conhecimento de como ensinar buscando responder as questões: De que maneira os conteúdos
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das HQs podem auxiliar pedagogicamente o ensino do português acolhedor. O objetivo do nosso projeto é verificar como esses
como língua estrangeira? Qual a reação dos alunos ao realizar dois grupos aparentemente opostos, se comportam a partir das
atividade com as HQs? A pesquisa, de natureza qualitativa de teorias da Polidez linguística no momento de elaborarem atos de
base etnográfica e interpretativista, possibilitou resultados que fala de recusa a convites formais ou informais.
permitem reconhecer histórias em quadrinhos como mais um
elemento a ser utilizado para favorecer a interação no ensino de MIRIAM JOSIE KURCBAUM FUTER
português e de aspectos culturais do Brasil para falantes de The University of the West Indies
outras línguas, reforçando a importância de um trabalho Estilos de aprendizagem em sala de aula de Português como
fundamentado na abordagem comunicativa cujos pressupostos Língua Estrangeira: aplicando a teoria
orientam para um aprendizado significativo e relevante.
Cada indivíduo é único, e única também é a maneira como cada
MARISTELA GRIPP um experimenta o mundo ao seu redor. As diferentes formas
Faculdade Santa Cruz de Curitiba como internalizamos informações dependerão de nossas
“Ih, acho que não vai dar”... ou atos de fala de recusa a convites preferências de aprendizagem. Algumas pessoas interiorizam
no português brasileiro curitibano e carioca informações quando estas são expostas visualmente (aprendizes
visuais). Há indivíduos que têm facilidade na captação de
Recusar a um convite não é uma tarefa das mais fáceis, conteúdo ouvido (aprendizes auditivos). Há, também, pessoas
principalmente, quando estão em jogo a amizade ou pessoas que aprendem melhor fazendo algo (aprendizes cinestésicos).
com as quais desejamos estreitar relações. O projeto presente Nós, como professores, apresentamos certos estilos de ensinar
visa analisar como as pessoas se comportam social e que nada mais são do que uma reflexão de nossos estilos de
linguisticamente quando precisam recusar um convite nas aprender. Contudo, os estudantes também têm preferências
cidades do Rio de Janeiro e de Curitiba. A escolha dos falantes próprias, as quais podem ou não coincidir com nossos estilos de
dessas duas cidades surgiu a partir de uma reportagem da ensino. Desta forma, será que as técnicas que utilizamos são
Gazeta do Povo de 30/07/2006 em que o comportamento social compatíveis com a maneira com que os alunos internalizam
do curitibano é posto em contraste com o de moradores de outras conhecimento? Este trabalho visa discutir atividades variadas que
capitais do país. O jornal declara que para a maioria dos que vêm auxiliem os professores na contemplação dos principais estilos de
de fora, o jeito curitibano é “fechado” e mais avesso aos aprendizagem em sala de aula, promovendo, assim, uma maior
“estrangeiros”. Já a escolha pelos cariocas se deu justamente assimilação de conteúdo.
pelos motivos inversos aos citados na reportagem da Gazeta. O
povo do Rio de Janeiro é conhecido por ser extrovertido e mais
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Consolidação das Leis Trabalhistas e outras leis, que regulam a declaradas pelos estudantes pesquisados refletem um discurso
convivência, direitos e deveres da sociedade brasileira. no qual o Brasil é configurado de forma estereotipada como o
Professoras responsáveis: Rocilange Salles Cabral e Adriana país do futebol, do carnaval, das belezas naturais e das pessoas
Aparecida das Neves de Queiroz. cordiais.
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objetivo social, o de propor o aprimoramento dos livros didáticos “formar” os professores que trabalham com o idioma e a
existentes. Os resultados dessa análise justificam a necessidade impossibilidade de adotar materiais didáticos editados no Brasil,
de avaliação e atualização constante desses recursos, a fim de inclusive como material suplementar. O próximo passo consiste
garantir que atendam às expectativas de seus usuários: professor em documentar e mensurar a eficácia da experiência, através do
e aprendiz. acompanhamento de alguns alunos.
Pretendemos nesta comunicação compartilhar nossa experiência A relação entre a percepção e a produção dos sons da L2 tem
de buscar uma abordagem diferenciada para o ensino do modo sido tópico de intensos debates na área de interfonologia. No
subjuntivo do português para falantes de outras línguas na escola centro do debate está a questão do quanto a produção dos sons
de idiomas The Language Club, em Florianópolis. Nossa da L2 é precedida pela percepção dos mesmos, ou se a
experiência inicia com a necessidade específica de um aluno percepção é apenas uma dos elementos que contribuem para a
anglo-falante em entender e usar melhor o modo subjuntivo em produção dos sons da L2. Dentre esses outros elementos estão a
seu discurso – nossa motivação inicial. Fez-se necessário a utilização de informações visuais, obtidas quando o aprendiz de
análise de alguns materiais didáticos existentes no mercado, bem L2 observa os movimentos articulatórios de um falante da língua-
como a comparação com algumas gramáticas. A reflexão sobre o alvo, bem como o uso de informações sobre as correspondências
texto “Uma classificação comunicativa do subjuntivo e sua grafo-fono-fonológicas na L2. Neste estudo, verificamos a
implicação para o ensino de português para estrangeiros”, de correlação entre a percepção e a produção das fricativas
Raquel Ramalhete, levou-nos à elaboração de uma sequência de alveolares /s/ e /z/ por hispano-falantes aprendendo português e
10 casos do subjuntivo, sua distribuição ao longo de um de que modo o nível de proficiência, a ortografia das palavras
programa de curso e à criação de material didático específico. testadas e o contexto fonológico afetam essa correlação. Dados
Depois de um ano de uso, constatou-se a necessidade de uma foram coletados com 15 participantes colombianos, adultos de
redistribuição de situações de uso, o que foi feito. A aplicação da níveis de proficiência diversos. Foram aplicados um teste de
teoria gerou algumas dificuldades, tais como a necessidade de percepção e um teste de produção, os quais incluíram o mesmo
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conjunto de 40 palavras (que constituíam 20 pares mínimos) visa, principalmente, delinear com precisão as estruturas que
contrastando os fonemas /s/ e /z/ (ex.: casa / caça; fase / face). oferecem problemas de aprendizagem e as que apresentam
Os dados mostram correlações fracas entre percepção e facilidades. A análise detalhada ajudaria, através do contraste
produção e uma maior dificuldade na produção de /z/ do que de das línguas, serviriam de base para a elaboração de materiais
/s/, mas também indicam que a ortografia e o contexto fonológico didáticos.
afetam a produção das fricativas alveolares.
SARAH FERREIRA
SAMIRA AHMAD ORRA DANÚSIA TORRES
Universidade de São Paulo (USP) Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Ensino do sistema verbal do português brasileiro para falantes de Planejamento e material didático em AVAs: reflexões a partir de
árabe aulas experimentais
As línguas portuguesa e árabe, embora tenham um contato As novas facetas do mundo contemporâneo tornam necessárias
antigo, desde a presença árabe na Península Ibérica, ainda algumas reflexões sobre a tarefa de ensinar e aprender línguas
podem ser consideradas pouco estudadas (mutuamente) no estrangeiras. O ritmo cada vez mais frenético das grandes
campo de ensino de línguas estrangeiras. Isso afeta o cidades, a consequente dificuldade na gestão do tempo, o uso
intercâmbio cultural entre as regiões que têm o árabe e o quase imprescindível da tecnologia e a constante busca pela
português como línguas predominantes. Nesta comunicação qualificação profissional, entre outras questões, são grandes
apresentamos uma Análise Contrastiva entre diferentes aspectos desafios para o mundo na atualidade, e a área de ensino de
do sistema verbal do árabe padrão moderno (APM) e do línguas não poderia permanecer alheia a essas questões.
português brasileiro (PB). Pretendemos, com isso, explorar os Considerando-se esse contexto, quais as consequências para o
principais problemas morfossintáticos, pragmáticos (tipos dos ensino de português para estrangeiros provocadas pelas
verbos e seus usos em PB e no APM), discursivos e interculturais mudanças ocorridas na era digital? De que forma o ensino de
que enfrentará o aprendiz, que tem o árabe como L1, no seu PLE foi afetado ao sofrer desdobramentos decorrentes da
processo de aprendizagem do português brasileiro. Exploramos o supermodernidade?A partir desses questionamentos motivadores
uso dos verbos na comunicação, especialmente entre as orações e dos dados coletados em aulas experimentais, pretendemos
e os contextos e situações em que estas se usam no mundo real. fazer um panorama do potencial de uso da ferramenta SKYPE no
Nossa análise está concentrada na flexão de número e pessoa contexto de ensino de PLE. Buscamos, em especial,
dos verbos em português e em árabe. A Linguística Contrastiva compreender melhor o planejamento e a rotina das aulas nesse
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ambiente, as características do material didático nele utilizado, as concerne à ampliação do ensino de PLE, buscando comparar
habilidades e os recursos que devem ser desenvolvidos pelo experiências da Argentina, Uruguai e Paraguai, inclusive na sua
professor frente a essa nova demanda, a gestão do tempo e do relação com o Brasil, em correspondência às demandas
espaço pelos envolvidos na aula e a interação aluno-professor. geopolíticas. Algumas experiências positivas de cada um dos
Para refletir sobre essas e outras questões utilizamos como países serão citadas como exemplos, porém com a intenção de
referenciais teóricos os textos de Marc Augé (1994), Zygmunt se demonstrar como a integração e o desenvolvimento de ações
Bauman (2001), Almeida Filho (1993, 1997) e Moita Lopes conjuntas, envolvendo também o Brasil, poderiam redundar em
(1996), entre outros resultados mais efetivos para o bloco econômico.
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Este trabalho visa a discutir a situação/status da Língua De maneira geral, nas gramáticas tradicionais de Língua
Portuguesa do Brasil (LPB) e o seu ensino como LE no contexto Portuguesa, as conjunções/ locuções conjuntivas concessivas
das empresas petrolíferas multinacionais situadas na cidade do são expostas em uma lista sem qualquer observação sobre suas
Rio de Janeiro. Para tanto, são identificadas as situações de uso condições de uso e seus aspectos semânticos, como se
da LPB e as representações sociais dos participantes desse pudessem ser utilizadas de forma aleatória. Isso dificulta o ensino
contexto, assim como as representações da LPB, possibilitando de Português, principalmente como segunda língua. Como há
um entendimento sobre a influência dessas representações na construções intrínsecas aos usuários nativos da língua, essas
escolha da LPB como língua de trabalho. Este trabalho faz parte precisam ser mais bem detalhadas para que o falante não nativo
de uma pesquisa de Doutorado em curso, desenvolvida no consiga atingir um nível relevante de competência linguística.
programa de Estudos de Linguagem da UFF, motivada pelo Para isso, baseando-nos na perspectiva funcionalista da
crescente uso do português do Brasil por estrangeiros nessas linguagem, que entende que as escolhas gramaticais dependem
empresas, e se localiza no encontro da psicologia social com a do contexto em que estão inseridos os enunciados, este trabalho
sociolinguística. A pesquisa baseia-se nos estudos sobre línguas tem o objetivo de verificar as estruturas morfossintáticas em que
em contato, na teoria das representações sociais (Moscovici, ocorrem as orações concessivas e de observar os diferentes
1961; Jodelet, 1989; Guareschi & Jovechelovitch, 2011) e na sentidos secundários que cada conjunção ou locução conjuntiva
teoria das representações linguísticas (Houde bine, 1996, concessiva pode trazer ao enunciado. Com isso, faremos um
Petitjean, 2009). estudo que tentará facilitar o ensino das conjunções/ locuções
conjuntivas concessivas, visando à aprendizagem dos falantes
não nativos de português.
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O ensino de português para estrangeiros está crescendo muito Este trabalho visa apresentar um relato de experiência do ensino
nos últimos anos, porém é necessária uma mudança nas políticas de português como língua estrangeira na Universidade de Utah,
nacionais para que haja uma excelente (trans)formação de Estados Unidos. Pretendo descrever a organização do programa
professores. O cenário universitário atual não permite uma de português nessa instituição e discutir os projetos pedagógicos
formação ampla e abrangente, focando na habilidade do que venho implementando em sala de aula ao longo dos últimos
professor em lidar com diferentes culturas em um contexto dois anos. Esses projetos, voltados para os níveis básico e
sociocultural totalmente diferente do que estão acostumadas, e intermediário, contemplam o uso de tecnologia como instrumento
muito menos permitindo uma formação específica para o Ensino de ensino-aprendizagem e possibilitam maior interação entre
de Português como Língua Estrangeira/Segunda Língua. Sendo alunos e falantes nativos de língua portuguesa. Outras atividades
assim, este estudo propõe para todas as universidades brasileiras com foco no processo de escrita e no ensino de cultura brasileira
a elaboração de políticas voltadas para a (trans)formação de também são apresentadas. O ensino de línguas estrangeiras na
professores focados no ensino de PLE/PL2, incentivando a presente universidade é orientado pelos Parâmetros Nacionais de
criação de novos programas que abarquem esses novos ramos Educação em Língua Estrangeira (National Standards in Foreign
de ensino do português, (trans)formando professores com Language Education) dos Estados Unidos. Além do uso desses
consciência crítica e cultural, objetivando a internacionalização do parâmetros, lanço mão de conceitos relacionados à instrução
português. Tal trabalho se respaldará nos estudos empíricos baseada em conteúdos (Content-based Instruction) (BRINTON e
realizados dentro do âmbito da Linguística Aplicada, focando na HOLTEN, 1997; GRABE e STOLLER, 1997) e ao processamento
formação do professor em trabalhar a transculturalidade em sala de instrução (Processing Instruction) (LEE e VANPATTEN, 2003).
de aula.
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INSTITUIÇÕES REPRESENTADAS
Universidade Estácio de Sá
ENSINO SUPERIOR Universidade Estadual de Campinas
Centro Federal de Educação Tecnológica Universidade Estadual de Santa Cruz
DePaul University Universidade Estadual do Maranhão
Faculdade de Pindamonhangaba Universidade Estadual Paulista
Faculdade de Roseira Universidade Federal da Integração Latino-Americana
Faculdade Santa Cruz de Curitiba Universidade Federal de Juiz de Fora
Faculdades Metropolitanas Unidas Universidade Federal de Minas Gerais
Fundação Getúlio Vargas Universidade Federal de Santa Catarina
Indiana University Universidade Federal de São Carlos
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Universidade Federal de Sergipe
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Universidade Federal de Viçosa
The University of the West Indies Universidade Federal do Ceará
Universidad Autonoma de Entre Rios Universidade Federal do Rio de Janeiro
Universidad del Norte Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Universidad Nacional de Cordoba Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Universidad Nacional del Nordeste Universidade Federal Fluminense
Universidade Aberta de Portugal Universidade Paulista
Universidade Autonoma de Entre Rios Universidade Regional de Blumenau
Universidade Braz Cubas Università di Bologna
Universidade de Brasília University of Utah
Universidade de São Paulo University of Kansas
Universidade do Estado do Amazonas University of North Carolina at Chapel Hill
Universidade do Estado do Rio de Janeiro University of Texas at Austin
University of Wioming
Utah Valley University
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EQUIPE DE APOIO
OUTRAS INSTITUIÇÕES
Coordenação
Escola Bem Brasil Prof. Anderson Petrucelli e Prof. Vitor Marconi
FLC Idiomas Participantes
Floripa Wave Language Center Professores:
Fundación Centro de Estudos Brasileiros (FUNCEB - Buenos Adriano Oliveira e Lívia Ferre
Aires/Argentina) Estudantes:
Idiomaster Douglas G. de Souza
Instituto Horizonte Brasil (Argentina) Iolanda Delmiro
Instituto Nacional de Educação de Surdos João Gabriel Vasconcelos
Rio Total Consultoria Kíssila N.S. Quintanilha
Scholar Language Center Luana Rocha
The Language Club Mariana Viera Gomes Pereira
Priscilla Pavão
APOIO
Instituto de Letras
Universidade Federal Fluminense
PROLEM
Programa de Línguas Estrangeiras Modernas – UFF
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