A IDENTIDADE DA EJA (EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS) E A
POSSIBILIDADE DE EMANCIPAÇÃO ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO FORMAL
ALEXANDRE RODRIGO DOS SANTOS
ALEXRSANTOX@YAHOO.COM.BR
RESUMO
Pretendemos analisar se há a inferência do estado - que utiliza da
teoria de Paulo freire de emancipação e autonomia do sujeito através
da educação na documentação vigente e nos manuais de referenciais
práticos à educação no município de São Paulo para a EJA do
período de 2010 a 2016 – para a possível realização da assunção do
sujeito de sua autonomia e emancipação na educação
contemporânea, conforme os documentos oficiais. Utilizaremos as
reflexões de Theodor Adorno quanto às influências ocultas que a
indústria cultural tem na sociedade, visto que o educando da EJA está
inserido numa sociedade que tem seus valores sociais, culturais,
políticos, estéticos, fortemente influenciados pela ideologia de
mercado, presente em seu convívio social e nas pedagogias
escolares que tem como direcionador das atividades o trabalho e o
mercado de trabalho.
(EDUCAÇÃO – EJA - EMANCIPAÇÃO)
INTRODUÇÃO
Nas propostas educacionais dos documentos oficias da prefeitura de
São Paulo, um dos objetivos principais da educação é a emancipação
do sujeito e a assunção de sua autonomia frente a sua comunidade
como agente ativo de transformação individual e social. Na introdução
do documento do (MEC, 2007, p. 07) já há a expectativa de que a
escola seja uma “instituição integrante e atuante nas dinâmicas
sociais, não alheia ás vocações produtivas e potencialidades de
desenvolvimento regional, envolvida em ações de sustentabilidade
sócio-cultural-econômica-ambiental.” Há uma concepção de ‘palco’
onde haja a emancipação do sujeito, consequência da adequação as
necessidades dos novos tempos e das novas necessidades de
trabalho.
O trabalho é o direcionador de toda proposta educacional, como meio
natural para a identificação do trabalhador, não centrado ao
atendimento das demandas do mercado de trabalho. Há ênfase na
autonomia, mas a autonomia dentro do trabalho, dentro do emprego
de uma técnica já definida a do mercado de trabalho, das “novas
demandas’, explicitadas a partir de princípios direcionadores, que
parecem solucionar os problemas de interação entre as duas
modalidades, de todo o problema que a indústria cultural cria ao
padronizar o sujeito e sua identidade estar vinculada a uma
formulação abstrata de sujeito, abstrata de cidadania ou de
identidade, pois essa é criada por um interesse, não natural ao sabor
dos tempos, da construção do ser humano, de forma imanente.
Tomaremos como base as ideia de Theodor W. Adorno, já que o
neoliberalismo tem influência dentro da sociedade que esse sujeito
está inserido, que cria certas verdades quanto a educação como
forma necessária e até de necessidade para a real educação da
população, mito do senso comum da sociedade. Porém, essa mesma
sociedade é ideologicamente construída com um fim – que
pretendemos avaliar, se esse fim tem algo a ver com a ideia da
indústria cultural e a criação de verdades a partir do interesse do
Mercado, e não da educação como emancipação do sujeito
MÉTODO
A luz das formulações de influencias na sociedade de massas, definida
como indústria cultural dos estudos de Theodor Adorno, com ênfase
nos estudos de educação pós Aschwitz (ADORNO, 1995), e da
pedagogia de Paulo Freire, centrado na emancipação e libertação do
sujeito, analisaremos os documentos que usam a pedagogia freiriana
nos documentos oficiais da prefeitura municipal de São Paulo. A partir
disso, tentaremos esboçar quais os objetivos desse órgão municipal
quanto a formação dos sujeitos da Educação de Jovens e Adultos, nas
perspectiva de formação para o mercado de trabalho e para a vida,
com o princípio ou meta de emancipar criticamente os educandos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nos estudos realizados até agora, podemos perceber uma relação
direta das políticas educacionais do estado - na figura do município de
São Paulo - com as formulações de emancipação do sujeito da teoria
de Paulo Freire. No documento PROEJA, há uma vinculação da ideia
de emancipação através da educação, que deve ser um dos desafios
de tal modalidade de ensino a ser alcançada com seus educandos.
CONCLUSÃO
O trabalho é o princípio educativo principal das formulações do
currículo da EJA, que auxiliaria na (re)formulação da identidade
coletiva da EJA, como uma proposta de ensino a partir do currículo
mediado pelo Estado, bem como, na formulação da identidade
individual dos educandos, onde a pretensão do Estado em suas
diferentes esferas hierárquicas é a emancipação e a autonomia do
sujeito. Como se trata apenas o esboço de nossa pesquisa,
pretendemos ainda aprofundar nos estudos de Adorno quanto a
educação e suas ideias quanto a possível transformação do sujeito a
partir da educação formal, bem como dos escritos de Paulo Freire, que
são de estima importância para o direcionamento educacional da
prefeitura da cidade de São Paulo.
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