Autor: Estevan Rodrigues Vilhena de Alcântara - Professor de História na Escola Estadual Professor Morais
Tema: COLONIZAÇÃO DA INGLESA, FRANCESA E HOLANDESA
Colonização Inglesa
Na Inglaterra, guerras internas (civil) pela conquista da coroa, atrasaram um
possível projeto para a colonização. Os primeiros colonos foram para a América buscando
novas oportunidades, trazendo consigo uma bagagem cultural e religiosa diferente dos
espanhóis. A escassez de alimento e a alta dos preços de itens essenciais fortaleceram
essa empreitada.
Nos séculos XV e XVI foram feitas algumas tentativas da coroa inglesa para um
projeto colonizador, contudo não possuía uma estrutura de manutenção eficaz, se
tornando inviável a permanência em território americano. No século XVII, os puritanos ou
"eleitos", formados por uma pequena burguesia e pequenos proprietários de terra, tendo
como doutrina religiosa o calvinismo (pregavam o trabalho honesto, poupança e sucesso
profissional, além da ideia de predestinação divina. "O trabalho enobrece o homem. Deus
abençoa quem cedo madruga."), atravessaram o oceano para fugir de perseguições
político-religiosos e se estabeleceram na nova terra.
Não somente os puritanos, mas muitos dos indesejados na Inglaterra foram
enviados à América pela coroa, eram eles: miseráveis, órfãos e mulheres. Existiam ainda
aventureiros que buscavam recomeçar e talvez prosperar nessas novas terras. E ainda
aqueles pequenos ruralistas que perderam suas terras no "enclosures" (cercamentos,
movimento ocorrido na Inglaterra, onde os nobres e ricos cercaram as terras acabando
com o arrendamento existente no período feudal) que não possuíam recursos para
custear a viagem, assim assinavam um contrato de "servidão temporária" com o colono
que financiava e em troca trabalhariam para pagar.
A colonização inglesa na América iniciou no litoral leste formando as 13 colônias.
As colônias do norte (Massachusetts, New Hampshire, Connecticut e Rhode Island) e do
centro (New York, New Jersey, Delaware e Pennsylvania) tiveram como princípio o que
chamamos de "colônias de povoamento" ou "enraizamento" onde se fixavam à terra, mas
não possuía vinculo comercial com a metrópole, apenas produção para sua
autossuficiência (subsistência). As colônias do sul (Maryland, Virginia, North Carolina,
South Carolina e Georgia) são chamadas de "colônias de exploração", se enquadram no
pacto colonial, o trabalho escravo foi predominante nas lavouras de cana-de-açúcar,
tabaco e algodão, conhecidos como "plantation" (grandes propriedades de terra,
monocultura, mão de obra escrava e para exportação).
A autonomia inicial das 13 colônias permitiu o surgimento de um comércio
triangular intercolonial e interoceânicas, relacionando diretamente com outras colônias
americanas e africanas, e com outras metrópoles europeias. Esta autonomia era
encontrada na estrutura administrativa, onde nas colônias do norte e central seus
governantes eram eleitos, e nas do sul eram escolhidos pela e entre a oligarquia rural.
Colonização Francesa
No século XVI a França buscou colonizar a América empreendendo nos territórios
portugueses e espanhóis. Em território português tentaram por duas vezes, com a França
Antártica (hoje Rio de Janeiro) e a França Equinocial (hoje São Luis, capital do Maranhão),
nas duas tentativas forma com a amistosidade junto aos povos indígenas, que eram
aliados comerciais, mas nas duas vezes foram expulsos pelos portugueses. Em território
espanhol, as tentativas da coroa francesa foram no século XVII, conseguindo se
estabelecer nas Guianas e Ilhas do Caribe, estabelecendo o sistema da "plantation" de
cana-de-açúcar.
A ocupação da América do Norte por parte dos franceses ocorreu no início do
século XVII, fundando a cidade de Quebec (Canadá) e se estendeu, pelo interior, até o
atual estado da Louisiana (EUA) no Golfo do México e fundaram a cidade de New Orleans.
Esta ocupação teve o extrativismo de madeira e o comércio de pele para o mercado
externo como principal fonte financeira. A produção agrícola é de subsistência.
As colônias francesas, com pouca estrutura colonial, sofreram com quatro
guerras intercoloniais (1688 - 1763), durante as quais a Nova França e a Nova Inglaterra,
se digladiaram, cada colônia com seus aliados nativos. Estes conflitos acarretaram perdas
humanas e territoriais, já que a coroa francesa não investiu em um projeto colonizador.
Colonização Holandesa
Na América do Norte, a Holanda chegou a fundar a colônia de Nova Amsterdã,
tomada pelos ingleses e renomeada de New York.
Na América portuguesa, fizeram duas incursões em território português com
objetivo de manter o comércio com as colônias "portuguesas" (neste período Espanha e
Portugal se uniram sob o reinado de Felipe I, chamada de União Ibérica, que fechou seus
portos para a Holanda, após sua independência da Espanha através de conflitos político-
religiosos). Com o enfraquecimento das colônias portuguesas junto a coroa, Holanda
aproveitou e tentou por duas vezes invadir e colonizar em território português na
América. A primeira tentativa foi em Salvador no ano de 1624 e que em menos de um ano
foram expulsos pelos colonos. A segunda foi na região de Olinda e Recife, lá conseguiram
se manter, organizar e expandir pelo nordeste brasileiro, com o objetivo de manter o
comércio de cana-de-açúcar, ficando na região de Pernambuco por 24 anos, quando
foram expulsos dos colonos portugueses com a ajuda da coroa.
Na América espanhola se estabeleceram na Guiana e algumas ilhas caribenhas,
onde produziam cana-de-açúcar. A Holanda se utilizou da Companhia das Índias
Ocidentais e Companhia das Índias Orientais, responsáveis por comercializar com a
Europa os produtos coloniais e comercio de escravos (não totalmente).
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